O documento descreve a cirrose hepática, incluindo suas definições, etiologias, sinais e sintomas, diagnóstico e tratamento. As principais causas incluem alcoolismo crônico, hepatites virais e doenças autoimunes. Os sintomas são variados e inespecíficos, evoluindo para complicações graves como hemorragias e insuficiência hepática. O diagnóstico envolve exames clínicos, laboratoriais e de imagem. O tratamento depende da causa e foca na cessação do fator
1. Faculdade de Filosofia, Ciencias e Letras
do Alto São Francisco
Cirrose Hepática
Luz, 18 de março 2014
2. Faculdade de Filosofia, Ciencias e Letras
do Alto São Francisco
Ana Paula Moura Ferreira Silva
Monisa de Fatima Pereira
Professora: Carolina Carvalho de
Souza
Luz, 18 de março 2014
3. INTRODUÇÃO
A cirrose hepática, caracterizada pela substituição difusa da
estrutura hepática normal por nódulos de estrutura anormal
circundados por fibrose.
A evolução do paciente cirrótico é insidiosa, geralmente
assintomática ou marcada por sintomas inespecíficos (anorexia,
perda de peso, fraqueza, osteoporose e outros) até fases
avançadas da doença, dificultando o diagnóstico precoce.
4. INTRODUÇÃO
A insuficiência hepatocelular pode resultar de uma súbita e
maciça destruição hepática (como na hepatite fulminante viral ou
por drogas) ou, mais frequentemente, da agressão progressiva
aos hepatócitos, como ocorre na cirrose.
5. O QUE É A CIRROSE HEPÁTICA?
Cirrose é o nome genérico que se dá à patologia que transforma
as células originais do tecido de um órgão em tecido fibroso. É
um processo cicatricial e acontece em virtude da ação de
diversos elementos agressores.
6. O QUE É A CIRROSE HEPÁTICA?
A cirrose hepática surge devido a um processo crônico e
progressivo de inflamações, que resultam numa fibrose difusa,
na formação de nódulos, e frequentemente, necrose celular.
7. ETIOLOGIA
Sob o ponto de vista etiológico, elas podem ser classificadas em:
1. Alcoólica,
2. Pós-necrótica
3. Biliar
4. Pigmentar
5. Doença de Wilson
6. Deficiência da alfa-1-anti-tripsina
7. Criptogenica
8. ETIOLOGIA
Podemos também classificar morfologicamente as cirroses de
acordo com o tamanho dos nódulos: Cirrose micronodular e
cirrose macronodular
Quando encontramos nódulos pequenos e grandes no mesmo
fígado dizemos que a cirrose é mista. Esta classificação carece
de importância clínica.
9. ALCOOLISMO CRÔNICO
O alcoolismo crônico causa lesões progressivamente mais graves
no fígado: a esteatose, a hepatite alcoólica e finalmente a
cirrose.
10. A ESTEATOSE
É uma lesão potencialmente reversível, presente em 90% dos
alcoólatras crônicos. É caracterizada macroscópicamente
pelo aumento do fígado, que se torna mais pesado, amarelo e
mole.
11. A ESTEATOSE
Microscopicamente aparece sob a forma de vacúolos que
ocupam quase todo o citoplasma do hepatócito, deslocando o
seu núcleo para a periferia.
Este acúmulo de lipídeos deve-se aos seguintes mecanismos:
• Aumento da mobilização dos triglicerídeos periféricos,
• Diminuição da oxidação dos ácidos graxos no fígado,
• Diminuição da síntese de proteínas necessárias para a
mobilização dos triglicerídeos do fígado.
12. A HEPATITE ALCOÓLICA
É caracterizada microscopicamente por:
• Esteatose,
• Infiltrado inflamatório polimorfonuclear focal,
• Balonização dos hepatócitos,
• Corpúsculos de Mallory (corpúsculos hialinos alcoólicos).
14. A HEPATITE ALCOÓLICA
Os corpúsculos de Mallory são encontrados no interior dos
hepatócitos sob forma de condensações grosseiras de material
filamentar, eosinófilas, próximas ao núcleo da célula, que muitas
vezes é circundada por leucócitos polimorfonucleares.
15. A HEPATITE ALCOÓLICA
Macroscopicamente o fígado acha-se aumentado de tamanho,
de cor vermelho-amarelada (cor de tijolo), um pouco mais firme
do que o fígado com esteatose pura.
16. A CIRROSE HEPÁTICA ALCOÓLICA
Macroscopicamente o fígado, na fases inicial acha-se
aumentado de volume, duro (por causa da fibrose), contendo
grande quantidade de nódulos pequenos (micronódulos),
amarelos (por causa do acúmulo de gordura) e envoltos por
delicadas traves fibrosas.
17. A CIRROSE HEPÁTICA ALCOÓLICA
Microscopicamente podemos observar subversão da
arquitetura lobular hepática pela formação de septos de tecido
conjuntivo que envolvem nódulos de hepatócitos. As lesões
histológicas da hepatite alcoólica podem estar presentes nestes
casos, juntamente com a cirrose. Outra lesão que pode ser
encontrada em alcoólatras crônicos é a fibrose peri-venular.
Esta ocorre em torno da veia centro-lobular, sendo importante
causa de hipertensão porta e pode preceder a cirrose.
23. HEMOCROMATOSE
Grande acúmulo de hemossiderina (pigmento derivado do
metabolismo da hemoglobina e que contém ferro) no fígado,
principalmente nos hepatócitos.
24.
25. DOENÇA DE WILSON
Há acúmulo de cobre nos hepatócitos, notando-se vacuolização
dos núcleos dos hepatócitos, esteatose e, ocasionalmente, a
presença de corpúsculos de Mallory.
26. DEFICIÊNCIA DA ALFA-1-ANTI-TRIPSINA
Esta cirrose é encontrada em indivíduos que, por causa de um
defeito congênito, produzem uma alfa-1-anti-tripsina
anormal, que é então segregada no interior dos hepatócitos.
28. CONSEQUÊNCIAS DA CIRROSE HEPÁTICA
A fibrose que ocorre no fígado dificulta a passagem do sangue
através dos lóbulos hepáticos, os "shunts" entre os ramos da veia
porta e da artéria hepática contidos nos espaços porta e a fibrose
perivenular causam a hipertensão porta.
29. CONSEQUÊNCIAS DA CIRROSE HEPÁTICA
Com isto ocorrem esplenomegalia congestiva, ascite
(acúmulo de líquido na cavidade peritoneal), varizes
esofagianas e gástricas e hemorroidas.
As varizes são explicadas pela hipertensão venosa, que se
transmite aos vasos tributários e à circulação colateral.
31. CONSEQUÊNCIAS DA CIRROSE HEPÁTICA
A ascite é explicada pela transudação de líquido através das
superfícies da serosa peritoneal e, em menor grau, pela
hipoalbuminemia, comum nestes pacientes.
32. CONSEQUÊNCIAS DA CIRROSE HEPÁTICA
Como consequência da má circulação dos lóbulos e nódulos
hepáticos, o funcionamento do órgão acha-se prejudicado,
gerando, muitas vezes, insuficiência hepática.
Infecções e sangramentos digestivos, que diminuem ainda mais a
vascularização dos hepatócitos, causando necrose e que
aumentam a sobrecarga do fígado através da absorção no trato
gastrointestinal de produtos do metabolismo do sangue, agravam
esta insuficiência e podem levar o paciente ao coma hepático.
33. CONSEQUÊNCIAS DA CIRROSE HEPÁTICA
Uma complicação temível é o desenvolvimento de uma neoplasia
maligna primitiva do fígado, o hepatocarcinoma.
34. QUAIS SÃO OS SINAIS E SINTOMAS DA CIRROSE
HEPÁTICA?
Inespecíficos:
Caquexia: por anorexia, má- absorção de nutrientes por
diminuição do fluxo de bile e do edema intestinal, redução do
estoque hepático de vitaminas hidrossolúveis e micronutrientes,
redução do metabolismo hepático e muscular pelo aumento das
citocinas e balanço alterado de hormônios que mantém a
homeostase metabólica (insulina, glucagon e hormônios
tireoidianos).
Equimoses e sangramentos espontâneos
35. QUAIS SÃO OS SINAIS E SINTOMAS DA CIRROSE
HEPÁTICA?
• Feminilização: por acúmulo de androstenediona, pode haver
ginecomastia, atrofia testicular
• Irregularidade menstrual
• Encefalopatia
• Hipertensão portal: retenção de sódio e água (ascite e edema),
hiperesplenismo (trombocitopenia), shunts portossistêmicos
(hemorróidas e dilatação venosa em abdome) e varizes
esofágicas
• Ascite (acúmulo de fluido na cavidade abdominal)
• Neuropatia autonômica
36. QUAIS SÃO OS SINAIS E SINTOMAS DA CIRROSE
HEPÁTICA?
Específicos:
• Etilismo: contraturas de Dupuytren, atrofia dos músculos
proximais e neuropatia periférica,
• Doença de Wilson: pode causar insuficiência hepática aguda
com anemia hemolítica; pode se manifestar como cirrose
associada a achados neurológicos por envolvimento dos
gânglios basais (distúrbios de movimento, tremores,
espasticidade, rigidez, coréia e disartria) e anéis de Kayser-
Fleisher (por deposição de cobre na membrana de Descemet),
37. QUAIS SÃO OS SINAIS E SINTOMAS DA CIRROSE
HEPÁTICA?
• Anéis de Kayser-Fleisher,
• Hemocromatose: pigmentação cinza metálica em áreas
expostas ao sol, genitais e cicatrizes; artropatia das pequenas
articulações das mãos, particularmente 2ª e 3ª metacarpo
falangeanas.
38. COMO O MÉDICO DIAGNOSTICA A CIRROSE HEPÁTICA?
Para avaliar-se uma possível patologia hepática, bem como na
avaliação de qualquer doença, o passo inicial é a história clínica e
o exame físico. Na história clínica deve-se pesquisar a existência
de fatores de risco para doença hepática
Na maioria das o exame laboratorial faz-se necessário, pois a
história e o exame físico são insuficientes para um diagnóstico
preciso da causa da doença hepática e um exame de imagem
torna-se essencial.
39. COMO É O TRATAMENTO DA CIRROSE HEPÁTICA?
O tratamento dependerá da causa da cirrose e das complicações
presentes. Por exemplo: cirrose causada pelo álcool é tratada
pela cessação do consumo de álcool. Tratamento de cirrose
decorrente de hepatites envolve medicamentos usados para o
tratamento destas, como INTERFERON para as hepatites virais e
corticoides para hepatite autoimune.
40. DIETOTERAPIA
A dieta é muito importante nos casos de cirrose, especialmente
quando o paciente apresenta ascite (água na barriga) ou
encefalopatia hepática.Nos casos de ascite a dieta Hipossódica
(pouco sal) é imprescindível. No caso de encefalopatia é
importante que o intestino esteja funcionando muito bem (até
mesmo 2 vezes ao dia).
41. DIETA HIPOSSÓDICA
Com o intuito de evitar o sal na preparação a opção é a utilização
de temperos naturais como alho, cebola, óleo, cheiro verde,
limão, vinagre, manjericão salsa, louro, etc.
42. COMO EVOLUI A CIRROSE HEPÁTICA?
A cirrose instalada causa sérias limitações físicas, alimentares e
medicamentosas e pode evoluir para complicações graves como
hemorragias digestivas, ascite, encefalopatias etc., e em casos
graves pode terminar em morte.
43. REFERENCIAS
• IIDA, Vivian Helena et al. Cirrose hepática: aspectos morfológicos relacionados às
suas possíveis complicações. Um estudo centrado em necropsias. J. Bras. Patol.
Med. Lab., Rio de Janeiro , v. 41, n. 1, Feb. 2005 . Available from
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S16762444200500010000
8&lng=en&nrm=iso>. access on 14 Mar. 2014. http://dx.doi.org/10.1590/S1676-
24442005000100008.
• ABC.MED.BR, 2013. Cirrose Hepática: definição, causas, sintomas, diagnóstico,
tratamento e evolução. Disponível em: <http://www.abc.med.br/p/sinais.-
sintomas-e-doencas/363564/cirrose-hepatica-definicao-causas-sintomas-
diagnostico-tratamento-e-evolucao.htm>. Acesso em: 15 mar. 2014.
• Bogliolo Patologia 6ª edição: Geraldo Brasileiro Filho Ed. Editora Guanabara Koogan
S.A. 2000 Rio de Janeiro
• Cirrose Hepática. Disponível em
<http://www.pathology.com.br/cirrosecompl.htm#> Acessado em: 15 março 2014
• Cirrose hepática, sintomas e tratamento. Disponível em
<http://saudenamesa.blogspot.com.br/2010/09/cirrose-hepatica-sintomas-
tratamento.html> Acessado em: 14 de março de 2014