Este documento discute a pecuária de corte brasileira, a qualidade da carne bovina produzida no Brasil e o crescimento das exportações. Apresenta a história da pecuária no Brasil, as principais raças criadas e regiões produtoras, além de abordar temas como rastreabilidade, sanidade e promoção comercial que contribuem para a qualidade reconhecida internacionalmente. Por fim, analisa o caso do Grupo JBS-Friboi, maior
O papel do pró emprego e prodec na geração de novos empregos em santa catarina
Silva, andré a pecuária de corte brasileira e o desenvolvimento das exportações de carne bovina caso grupo jbs-friboi.
1. SOCIEDADE DE ENSINO SUPERIOR DE ALAGOAS – SESAL
FACULDADE DE ALAGOAS – FAL
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS COM HABILITAÇÃO EM COMÉRCIO
EXTERIOR
ANDRÉ DOS SANTOS SILVA
A PECUÁRIA DE CORTE BRASILEIRA E O DESENVOLVIMENTO DAS
EXPORTAÇÕES DE CARNE BOVINA: CASO GRUPO JBS-FRIBOI
MACEIÓ - AL
2006
ANDRÉ DOS SANTOS SILVA
2. A PECUÁRIA DE CORTE BRASILEIRA E O DESENVOLVIMENTO DAS
EXPORTAÇÕES DE CARNE BOVINA: CASO GRUPO JBS-FRIBOI
Monografia apresentada à Faculdade de
Alagoas – FAL, como requisito parcial
para a obtenção do grau de
Administrador de Empresas com
Habilitação em Comércio Exterior.
ORIENTADOR: Prof. Esp. Breno Ferreira de Araújo
MACEIÓ - AL
2006
ANDRÉ DOS SANTOS SILVA
3. A PECUÁRIA DE CORTE BRASILEIRA E O DESENVOLVIMENTO DAS
EXPORTAÇÕES DE CARNE BOVINA: CASO GRUPO JBS-FRIBOI
Monografia apresentada à Faculdade de
Alagoas como requisito parcial para a
obtenção do grau de Administrador de
Empresas com Habilitação em Comércio
Exterior.
Aprovada em: ____/____/____.
BANCA EXAMINADORA
____________________________________
Prof. Esp. Breno Ferreira de Araújo
Professor Orientador
____________________________________
Prof. Esp. Emídio José Bezerra de Morais
Examinador
____________________________________
Prof.ª. Ms. Valéria Pedrosa de Lima
Examinadora
4. AGRADECIMENTOS
Ao corpo docente da Faculdade de Alagoas, em especial do curso de Comércio
Exterior.
Ao meu orientador e amigo, Prof. Esp. Breno Ferreira de Araújo, que tanto me ajudou
para que hoje eu tivesse conhecimentos que dignificam minha graduação.
Ao querido amigo Prof. Esp. Emídio José Bezerra de Morais por sua amizade e
atenção ao meu trabalho.
À Prof.ª. Ms. Valéria Pedrosa de Lima por ter dado sua atenção e seu carinho com o
meu trabalho.
Ao Prof. Pitágora Pereira pelas palavras de incentivo dados em sala de aula para que
hoje eu concretize esse trabalho acadêmico.
Ao empresário e amigo José Batista Júnior que com sua história empreendedora
chamou minha atenção para a capacidade de conquistar e ser bom naquilo que se faz.
Aos meus amigos (as) em geral e aos mais presentes nesses anos acadêmicos como
Adriana Nogueira, Andreza Baclyze, Paulo Sérgio e Rafael Venceslau
Aos amigos Éder Antunes e Gabriel Leonel pelo apoio dado a esse trabalho
acadêmico.
Aos amigos do curso de Administração com habilitação em Comércio Exterior que
tanto me acolheram e mostraram o verdadeiro sentido de ser eu mesmo.
A empresária e amiga Sonia Delfino por ter me mostrado que poderia conseguir muito
mais nesses últimos anos e tornar-me o profissional que hoje sou.
Ao amigo Otinho, da Fluminense Representações por sua atenção a meu trabalho.
5. “Tudo tem seu tempo até certas manifestações mais vigorosas e originais entram.
Em voga ou saem da moda. Mas, a sabedoria tem uma vantagem: é eterna”.
Baltasar Gracían
SILVA, André A Pecuária de Corte Brasileira e o desenvolvimento das
exportações de carne bovina: Caso Grupo JBS-Friboi. Trabalho de conclusão
apresentado à Sociedade de Ensino Superior de Alagoas – SESAL. Maceió, 2006.
6. RESUMO
O Brasil, entre tantos outros países que desenvolvem a cadeia produtiva da carne
bovina, tem se preocupado nesse processo de forma planejada estrategicamente, e
graças a isso conquista consumidores do mundo inteiro. Mostrando sua capacidade
inovadora de fazer agronegócio, focado na utilização de recursos naturais e
tecnológicos que aumentam ainda mais a rentabilidade do criador e de toda a cadeia.
O cruzamento de raças, pecuária orgânica, técnicas de engorda do rebanho, que
resulta no abate precoce de novilhos, tudo isso mostra a visão atual da pecuária
nacional que está estruturada em pilares que traduzem esse crescimento:
planejamento, tecnologia e compromisso com o consumidor final. Tudo isso torna
nosso produto reconhecido por sua qualidade, aumentando cada vez mais nossa
competitividade internacional. O resultado desses investimentos está nas exportações
que a cada ano aumentam, como as do Grupo JBS-FRIBOI que apresentam ao
mundo um Brasil onde a atividade de pecuária de corte se fortalece cada vez mais.
Palavras-chave: Pecuária de corte, Crescimento, Exportação de carne bovina.
7. SILVA, André A Pecuária de Corte Brasileira e o desenvolvimento das
exportações de carne bovina. Caso Grupo JBS-Friboi. Trabalho de conclusão
apresentado à Sociedade de Ensino Superior de Alagoas – SESAL. Maceio, 2006.
ABSTRACT
Brazil, between many other countries that develop the beef´s productive chain, has
concerned itself in this process with a strategically planed form, and thankful to this,
has conquering consumers of the entire world, showing his innovative capacity of doing
agribusiness, focus on the utilization of technological and natural resources that
increases even more the rentability of the creator and of all the chain. The crossing of
races, organic livestock farming, flock´s fatting technioques, that results in a early
counts of caves, showing the present vision of the national livestock farming that is
structured in pikes that translates that growth: planning, technology and commitment
with the final consumer. Everything makes our product recognized by its quality,
increasing more and more our international competitiveness. The result of those
investments is in the exportations that, each year increases, just like the ones of the
JBS-FRIBOI´s Group, that shows the world a Brazil where the cut livestock farming
activity is fortified more and more.
Keyworks: Cattle of cut, Growth, Exportation of bovine meat.
8. LISTA DE FIGURAS
Figura 1-Gado Nelore e sua chegada ao Brasil........................................................27
Figura 2- Vista geral do sistema de produção orgânica ...........................................40
Figura 3- Animais em pasto manejado dentro dos princípios de produção orgânica –
................................................................................................................................. 42
Figura 4 -Gráfico : Exportações brasileiras de carne bovina, segundo a agregação –
De valor 1997-2005................................................................................................. 52
Figura 5 -Caminhão transportando animais para abate .......................................... 58
Figura 6 -Carne bovina: risco de contaminação ...................................................... 63
Figura 7 -Logomarca do Grupo Friboi Ltda ..............................................................65
Figura 8- 1º Hambúrguer orgânico do Brasil ............................................................75
9. LISTA DE TABELAS
Tabela 1- Rebanho bovino brasileiro.........................................................................22
Tabela 2- Comércio exterior de carne bovina resfriada e congelada em toneladas –
Brasil 1997-2005 .....................................................................................................55
10. LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABIEC – Associação Brasileira de Indústrias Exportadoras de Carne.
APEX-BRASIL – Agência de Promoção às Exportações
DAS – Secretaria da Defesa Agropecuária
EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
FEICORTE – Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne
MAPA – Ministério da Agricultura , Pecuária e Abastecimento
MDIC – Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
SIC – Serviço de Informação da Carne
SIF – Serviço de Inspeção Federal
SIRB – Sistema Integrado de Rastreabilidade Bovina
SISBOV – Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação Bovina e Bubalina
11. SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...........................................................................................................14
CAPÍTULO 1– A PECUÁRIA DE CORTE BRASILEIRA............................................17
1.1 HISTÓRICO..........................................................................................................17
1.2 PRINCIPAIS REGIÕES DA BOVINOCULTURA DE CORTE NO BRASIL.............19
1.3 PRINCIPAIS RAÇAS BOVINAS DE CORTE DA PECUÁRIA NACIONAL.............23
1.4 NELORE : A RAÇA DOS PASTOS BRASILEIROS E SUAS CARACTERÍSTICAS
....................................................................................................................................25
CAPÍTULO 2 – A QUALIDADE DA CARNE BOVINA BRASILEIRA..........................28
2.1 O PASTO BRASILEIRO E SUA IMPORTÂNCIA NA QUALIDADE DA CARNE.....28
2.2 A RASTREABILIDADE DO GADO E SUA IMPORTÂNCIA NOS MERCADOS.....29
2.3 A PECUÁRIA ORGÂNICA...................................................................................36
2.4 A IMPORTÂNCIA DA PROMOÇÃO COMERCIAL PARA A CARNE BOVINA
BRASILEIRA E OS FRIGORÍFICOS NO MERCADO INTERNACIONAL ...................43
CAPÍTULO 3 – O CRESCIMENTO DAS EXPORTAÇÕES DE CARNE BOVINA ......50
3.1 OS ENTRAVES ENFRENTADOS PELOS FRIGORÍFICOS DE CARNE BOVINA
BRASILEIRA..............................................................................................................55
3.1.1 A LOGÍSTICA DOS FRIGORÍFICOS EXPORTADORES DO BRASIL................56
3.1.2 A FEBRE AFTOSA ...........................................................................................59
3.1.3 A DOENÇA DA VACA LOCA ...........................................................................62
CAPÍTULO 4 – ESTUDO DE CASO.........................................................................64
4.1 GRUPO JBS-FRIBOI LTDA.................................................................................64
4.2 DIVISÃO AGROPECUÁRIA, CARNES E TRANSPORTES DO GRUPO JBS-
FRIBOI.......................................................................................................................66
4.2.1 AGROPECUÁRIA DO GRUPO JBS-FRIBOI....................................................66
12. 4.2.2 CARNES IN NATURA, INDUSTRIALIZADAS E EM CONSERVA DO GRUPO
JBS-FRIBOI ...............................................................................................................69
4.2.3 TRANSPORTES DO GRUPO JBS-FRIBOI, UMA CONQUISTA LOGÍSTICA
PARA ATENDER MERCADO NACIONAL E
INTERNACIONAL.............................................................................................................
...............................................................................................................................69
4.3 A QUALIDADE DA CARNE EXPORTADA PELO GRUPO JBS-FRIBOI................70
4.4 O CRESCIMENTO EXTERNO GRUPO JBS-FRIBOI .........................................73
4.5 ORGANIC BEEF, A CARNE DO FRIBOI QUE É “ESPECIAL POR
NATUREZA”...............................................................................................................74
CONCLUSÃO ...........................................................................................................77
REFERÊNCIAS ........................................................................................................79
13. INTRODUÇÃO
A carne é o alimento que vem acompanhando a evolução da
espécie humana desde a época de seus primórdios. O homem que antes era
vegetariano passou a experimentar a carne e a incrementou definitivamente em
seus hábitos alimentares ao longo dos anos.
Os primeiros nacos de carne consumidos pelo homem foram
“in natura” o que por sua vez levava a espécie humana primitiva a degustar
qualquer animal que cruzasse à sua frente, visto que a iguaria já havia
conquistado seu paladar.
O presente trabalho visa mostrar a pecuaristas, empresários
de vários setores, principalmente aqueles ligados à cadeia produtiva da carne,
estudantes e amantes da carne e sua atividade de produção, os fatores que
envolvem a pecuária nacional desde a sua inserção no Brasil até seu
desenvolvimento que culminou com o sucesso das exportações .
Os recursos naturais disponíveis como água potável,
extensão territorial para criação de bovinos aliados à aplicação de
investimentos tecnológicos e estudos focados na rentabilidade de pecuaristas e
frigoríficos fortaleceu a pecuária nacional.
As regiões Sudeste e Centro-Oeste despontaram como
grandes protagonistas na criação de bovinos e organizaram de forma
estratégica suas atividades garantindo um potencial diferenciado diante das
14. demais regiões brasileiras e criaram uma nova maneira de se fazer
agronegócio. Uma agropecuária que busca alternativas de crescimento e
favorece o desenvolvimento regional com reconhecimento nacional e
internacional.
O país usa de estudos genéticos e origina novas raças a
partir de cruzamentos genéticos das raças já existentes e trazidas de outros
países através de empresas de pesquisa governamentais como a Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária - EMBRAPA.
Medidas de sanidade têm sido fortalecidas através de apoio
do Governo Federal e criadores na busca de proteger os rebanhos contra
doenças que venham a impedir a competitividade e a posição de destaque que
hoje nos confere, rastreabilidade de animais e certificação tem sido adotado
por cada criador no sentido de criar um histórico de cada animal a ser abatido.
A imagem do gado nacional tem sido respeitada por
compradores do mundo inteiro e a carne brasileira hoje é reconhecida como
um produto saudável e de qualidade insuperável.
No Capítulo I, a pecuária nacional é contada desde a sua
iniciação em terras brasileiras até seu desenvolvimento nas regiões Norte,
Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste, como também seus melhoramentos
genéticos com destaque para a raça Nelore, conhecida como a maior raça
comercial do Brasil.
No Capítulo II, a qualidade da carne brasileira é analisada
desde a preocupação dos criadores com questões sanitárias como a
15. prevenção de doenças que podem comprometer o desenvolvimento do gado
nacional até a rastreabilidade dos animais e a certificação de cada um deles.
Essa qualidade é reconhecida internacionalmente e a promoção comercial da
carne brasileira desponta como diferencial que garante o crescimento das
exportações assim como a criação de novos produtos reconhecidos
internacionalmente como a produção de carne orgânica.
No Capítulo III, o crescimento das exportações da carne
brasileira é abordado de forma clara e apresenta a preocupação que se deve
ter para garantir esse crescimento focando objetivos no fortalecimento da
cadeia como um todo, não esquecendo da logística como um dos grandes
gargalos do agronegócio brasileiro assim como a análise minuciosa das
doenças bovinas.
O Capítulo IV, reforça todo o conteúdo trabalhado nos
capítulos anteriores demonstrando um caso de sucesso do maior frigorífico
exportador nacional .
O Grupo JBS-FRIBOI que aliado a um planejamento
estratégico bem projetado junto a uma gestão eficiente que estuda mercados,
qualidade e fortalecimento de colaboradores, clientes, acionistas e o
consumidor final lhe garante hoje mais de 120 países que apreciam a carne
brasileira espalhada nos 5 continentes.
16. CAPITULO 1. A PECUÁRIA DE CORTE BRASILEIRA
1.1 HISTÓRICO
A pecuária de corte no Brasil teve o inicio de suas atividades logo no
período colonial século XVI, momento em que foram trazidos os primeiros
rebanhos de Cabo Verde nas expedições de exploração que eram realizadas
pelo território nacional. Os primeiros registros desta introdução foram
realizados onde hoje se localiza o estado da Bahia. Já no século XVII, a
presença de outros animais era registrada na capitania de São Vicente.
A atividade de tração para movimentação dos moinhos nos engenhos de
cana-de-açúcar era onde estava localizada a força do rebanho daquela época,
além de servir de transporte e alimentação dos escravos. Através do
desenvolvimento açucareiro houve expansão de novas terras e o processo de
interiorização teve seu inicio dando origem assim a um crescimento marcante
dos rebanhos nas regiões onde hoje se encontram os estados de Goiás, Minas
Gerais, Pernambuco e Maranhão.
Na região Sul do país, mais precisamente no atual estado do Rio Grande
do Sul, se desenvolveu a atividade pecuária baseada no uso de pastagem
nativa para alimentação do gado.
17. Somente entre os séculos XVII e XIX é que houve um verdadeiro “boom”
no crescimento de animais vindos do continente europeu que logo se
adaptaram às regiões sulistas do país. O gado zebuíno foi introduzido no Brasil
no século XIX e logo adquiriu uma boa adaptação nas regiões Sudeste e
Centro-Oeste, fazendo do Brasil assim até os dias de hoje o maior criador de
rebanho comercial zebuíno do planeta.
O gado brasileiro sempre se alimentou de pasto verde o que por sua vez
foi diretamente influenciado pela introdução de gramíneas do gênero
Braquiárias que mais tarde garantiriam o sucesso da bovinocultura brasileira.
Mesmo regiões com solo em estado de precariedade fértil para criação
de animais bovinos, como o presente nos estados de Minas Gerais, São Paulo
e Goiás, conseguiram, graças às braquiárias, ser introduzidos na história de
sucesso da pecuária nacional.
Logo após as duas guerras mundiais, no século XX, o rumo da pecuária
levou o Brasil a despertar a consciência de que um país rico em extensão de
terras e um pasto de dar inveja em muitas potências econômicas poderia se
transformar num dos maiores fornecedores de carne bovina do mundo.
Com ajuda de programas de incentivos, inclusive financeiros, por parte da
política do Estado foram criados meios que levaria o gado zebuíno e a
branquiária para regiões como o Norte e o Centro-Oeste que logo mais se
tornariam zonas denominadas como de expansão da agropecuária brasileira.
18. 1.2 PRINCIPAIS REGIÕES DA BOVINOCULTURA DE CORTE
NO BRASIL
A extensão territorial do Brasil é um dos principais fatores que contribui
para a criação do gado em várias regiões, sendo sua dimensão diferenciada de
região para região.
Graças a essa extensão para se adquirir dados precisos sobre o real
tamanho do rebanho brasileiro das raças existentes nos pastos espalhados
pelo país é algo difícil, uma vez que estas informações seriam mais precisas se
houvesse uma regionalização precisa da pecuária nacional.
O que assegura, mesmo que parcialmente, os dados das principais
regiões de bovinocultura no país é fruto de um trabalho fundamentado em
bases de uma regionalização parcial. Em destaque encontra-se o Estado do
Mato Grosso do Sul e logo depois é de grande expressão também na pecuária
nacional a participação dos estados de Minas Gerais e Mato Grosso.
Não existe uma regionalização oficial da pecuária nacional. De
acordo com um trabalho realizado pelos pesquisadores da
Embrapa, Zenith João Arruda e Yoshihiko Sugai (1994), foi-se
estabelecido bases de uma regionalização a qual identifica 44
regiões de produção de pecuária bovina: cinco no Noroeste do
país, cinco no Norte, nove no Nordeste, onze no Centro-Oeste,
nove no Sudeste e cinco no Sul”. (SISTEMA DE INFORMAÇÃO
DA CARNE, 2003).
19. Devemos ressaltar que apesar desses estados se destacarem na
pecuária brasileira os demais estados brasileiros são de grande importância
para a criação de rebanho, quando enfrentamos qualquer problema que venha
a provocar embargo à carne brasileira. Se isso ocorrer em algum desses
estados de grande participação estaremos comprometidos na competitividade
do cenário global de exportação de carnes, uma vez que nossos principais
compradores partem do principio de que um foco de febre aftosa no Mato
Grosso é motivo de embargo à carne vinda de qualquer canto do país mesmo
que seja de uma área não afetada.
Cada região possui sua importância no papel do país exportador de carne
bovina, o trabalho de planejamento em controle da sanidade e o planejamento
de políticas que incrementam a criação de um rebanho sadio são prioridades.
A participação de cada estado brasileiro é primordial para o sucesso das
exportações no mercado internacional, visto que concorrentes como Estados
Unidos, Austrália, Argentina e Uruguai trabalham de forma acirrada pela
conquista da posição privilegiada como hoje confere ao Brasil.
Apesar da grande participação de regiões como a Centro-Oeste, Sul e
Sudeste o crescimento da produção de grãos tem sido elevados nos últimos
anos levando os pecuaristas a procurarem regiões fronteiras onde as terras se
encontram em preço mais baixo.
20. Isso tem resultado num crescimento da pecuária em regiões como Norte e
Nordeste.
Outro fator de extrema importância é o avanço da agricultura
sobre as áreas de pastagens nestes dois últimos anos. Isso
pode ser explicado basicamente pela boa perspectiva,
principalmente para os grãos, para os anos que se seguem. Isso
pode ser observado como o rebanho, em número, vem se
comportando não só em crescimento total (apenas de 0,03%
sobre 2002), mas também entre as regiões pecuárias. Em outras
palavras, o rebanho diminuiu nas regiões Centro-Oeste (-0,09%),
Sul (-1,13%), Sudeste (-0,65%) e cresceu na região Nordeste
(0,33%) e principalmente na região Norte (2,34%)”. (SISTEMA
DE INFORMAÇÃO DA CARNE, 2003).
Na Tabela 1, a seguir, é possível avaliar o rebanho brasileiro no período de
1995 a 2004. Efetivo por estado e por “cabeças”
22. 1.3 PRINCIPAIS RAÇAS BOVINAS DE CORTE DA PECUÁRIA
NACIONAL
Como o gado brasileiro a cada ano cresce mais, a variedade de raças
existentes nos pastos é enorme. A raça mais representativa no Brasil é a
zebuína, com destaque para a Nelore. Anos e anos de seleção desta raça
renderam ao Brasil o direito de tornar-se exemplo de desenvolvimento deste
material genético.
Entre as raças zebuínas importantes do Brasil, também está a raça Gir,
que logo após ter sido cruzada com uma raça holandesa originou uma raça
híbrida de aptidão voltada pra produção de carne e leite que se denomina
Girolando. As raças Guzerá e Brahman após terem sido cruzadas com outras
raças deram origem às raças Santa Gerturdes, Braford e Barngus.
Um dos fatores cruciais que levou os criadores brasileiros a adaptarem a
raça zebuína no Brasil foi sua capacidade de se adaptarem a lugares rústicos e
com clima em condições tropicais, típico do Brasil e por possuírem grande
capacidade de aproveitar alimentos grosseiros.
As raças zebuínas apresentam um rendimento da carcaça bem menor e
precocidade sexual bem menor diferente das raças taurinas existentes com
grande expressão na região Sul do país, além dessas vantagens produz uma
carne mais magra, pelo fato de serem adaptáveis a regiões com sistemas de
produção extensivos de baixo custo.
23. Existem as raças de origem europeia, as taurinas, se adaptam a um clima
mais ameno como o clima dos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e
Paraná. Nesses estados destacam-se as raças Hereford, Aberdeen, Angus,
Charolesa, Marchigiana, Chianina, Simental, Caracu, Limousin e outras.
A produtividade existente nas raças de origem taurinas com a rusticidade
das raças zebuínas foi submetida a cruzamentos genéticos que geraram novas
adaptações raciais como a Canchin (raça brasileira originada a partir do
cruzamento da raça Charolesa com a Nelore), Santa Gertrudes (raça que se
originou a partir da raça taurina Shorthorn e a zebuína Brahman) e Brangus
(cruzamento da taurina Angus com a zebuína Brahman).
Existem ainda as chamadas raças sintéticas que surgem como uma
resposta à demanda de novas necessidades de produção, adaptação e de
mercado, são obtidas a partir do cruzamento de inúmeras raças com
aprimoramento através de seleção. Assim como as demais raças fica difícil
saber números precisos do rebanho das raças sintéticas existentes no Brasil,
uma vez que os dados da pecuária do país são desatualizados segundo o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a não ser as associações
de criadores que possuem controle apenas sobre os nascimentos de animais
registrados.
Apesar desta grande quantidade de raças e seus variados cruzamentos
raciais existentes no país muitos frigoríficos optam por animais da raça nelore
24. por possuírem características essenciais para a carne consumida pelo mercado
interno e por compradores exigentes espalhados pelo mundo inteiro.
Isso garantiu à raça seu destaque no mercado internacional como sendo a
raça mais importante dos pastos brasileiro e responsável pelo sucesso de
nossas exportações que a cada ano vem aumentando, garantindo ao Brasil o
primeiro lugar no “ranking” dos grandes exportadores de carne bovina.
1.4 NELORE: A RAÇA DOS PASTOS BRASILEIROS E SUAS
CARACTERÍSTICAS.
A Nelore, maior raça de zebuínos existente no Brasil, chegou em meados
de 1868 em Salvador na Bahia e cerca de 10 anos depois o suíço Manoel
Ubelhal Lemgruber, criador do Rio de Janeiro, depois de conhecer o nelore em
um zoológico de Hamburgo, na Alemanha encomendou um casal para o Brasil,
depois em 1883 o mesmo senhor Lemgruber fez mais duas importações da
raça dando origem a uma linhagem de grande conhecimento.
Joaquim Carlos Travassos em 1907, muito engajado no processo de
introdução de zebuínos no Brasil logo após a chegada de um lote de animais
da Índia fizera uma previsão da importância do nelore no Brasil:
O
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Em um país tropical como o Brasil era necessário uma raça de zebuíno
que se adapta-se às mudanças climáticas, logo os criadores perceberam que o
Nelore, zebuíno da espécie indicus era um animal que conseguia superar as
adversidades do clima e geografia brasileira como regiões geográficas não
totalmente planas, rochosas, clima seco, frio enfim era o animal ideal para as
perspectivas do criador, o Nelore teve e tem uma adaptação muito boa às
30. condições tropicais brasileiras, possuindo assim a capacidade de aproveitar
alimentos grosseiros em sua alimentação diária.
A capacidade do animal de resistência aos parasitas também é um fator
importante para sua criação, uma vez que seus pêlos impedem e dificultam
penetração de insetos pequenos na pele e conseqüentemente fixação. A pele
do Nelore quando exposta ao calor produz uma secreção oleosa que dificulta a
ação de insetos sugadores, seus pêlos também ajudam o processo de troca
com o meio ambiente.
Graças às suas glândulas sudoríparas o Nelore possui uma resistência
forte ao calor o que lhes confere uma grande diferença das demais raças para
criação em regiões expostas ao grave problema da seca como as regiões
Norte e Nordeste.
Dentre as raças de criação de corte existentes no Brasil o Nelore se
destaca por suas características que se enquadram melhor nos padrões do
mercado como porte médio, ossadura fina, leve, porosa e menor proporção de
cabeça, patas e vísceras resultando excelente rendimento para processos
industriais.
A precocidade dos animais garantem à carcaça distribuição homogênea da
cobertura de gordura, o que valoriza a carcaça no mercado, a cobertura ajuda
a evitar que quando resfriada a carne, ocorra o encurtamento das fibras, a
31. padronização dessas carcaças otimiza a estrutura das indústrias e agrega
valores aos cortes. Ver Figura 1,a seguir.
Figura 1 : Gado Nelore e sua chegada ao Brasil
Fonte: www.nelore.org.br
A tendência do consumidor mundial hoje é para as carnes magras e a
carne Nelore tem como características principais o sabor e seu baixo teor de
gordura.
32. CAPÍTULO 2. A QUALIDADE DA CARNE BOVINA BRASILEIRA
Hoje somos o maior exportador de carne bovina existente no mercado
mundial, apesar do consumo de carne brasileira não ser tão grande no
mercado interno nossa qualidade é reconhecida por brasileiros e consumidores
dos mais variados países .
Em tempos de competitividade, medidas e recursos disponíveis que
elevem a qualidade do produto devem ser bem explorados a fim de que
contribuam para aumentar o valor do produto a ser exportado ou consumido no
mercado doméstico.
A qualidade da carne brasileira hoje é possível graças à disposição de
recursos naturais disponíveis aos nossos criadores e técnicas de
melhoramento na criação, como cruzamento de raças, rastreabilidade dos
animais, certificação, uma boa gestão de medidas sanitárias, cooperação do
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), junto com
criadores, associações e a Agência de Promoção Comercial às Exportações
(APEX –BRASIL).
2.1 O PASTO BRASILEIRO E SUA IMPORTÂNCIA NA
QUALIDADE DA CARNE
As pastagens são de extrema importância para a composição nutritiva da
carne, especialmente para o animal de cria, não esquecendo que a
33. suplementação alimentar em pastos e o confinamento em pequenas
proporções ajudam na competitividade.
Também é através da pastagem que a maior fonte de nutrientes se
localiza para os animais sendo assim de grande importância para o
desenvolvimento de um rebanho sadio.
Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias
(EMBRAPA), das pastagens que mais se cultivam no Brasil 80 a 90% são de
capins do gênero braquiárias, conhecidas como pasto de pisoteio. As
braquiárias, assim como o gado, Nelore, são resistentes às condições
climáticas do Brasil, desfavoráveis e imprevistas como geadas, secas e calor
intenso.
Conhecido como “boi verde” nosso rebanho tem conquistado admiração
de consumidores globais, uma vez que grandes criadores mundiais como
Austrália e Estados Unidos estão habituados com práticas de confinamento dos
animais, já nossos rebanhos são criados em pastos extensos além de porções
de suplementos minerais que resulta numa carne com qualidade respeitada
pelos consumidores que se tornam cada vez mais exigentes.
2.2 A RASTREABILIDADE DO GADO E SUA IMPORTÂNCIA
NOS MERCADOS
34. Consumidores do mundo inteiro estão preocupados com a qualidade que
o produto exportado possui, e se tratando de um produto de origem animal
esses cuidados se tornam mais importantes, visto que a saúde do consumidor
é que está em questão. Vemos surtos de doenças, como a gripe aviária,
levantar embargos à carne de frango por exemplo, e a população parar de
consumir o produto por medo de doenças epidemiológicas. Com a carne
bovina não é diferente: os cuidados de rastreabilidade aumentam o valor do
produto pela tecnologia aplicada e nos torna mais competitivos uma vez que
surtos de febre aftosa têm ocorrido em rebanhos de grandes concorrentes.
A grande preocupação hoje é o consumidor final do produto, a grande
propaganda seja ela no mercado interno ou externo é a qualidade que o
produto vai apresentar na mesa do consumidor.
Não devemos esquecer que como os países consumidores do mercado
externo nos avaliam de forma regionalizada, um foco de febre aftosa ou de
doença da vaca louca já é um bom motivo para embargar nossa carne de
forma geral e dar início a grandes perdas de mercado.
Para correr atrás das perdas que tivemos com embargos à nossa carne
bovina com relação a doenças como Vaca Louca, Febre Aftosa e outras é
necessário o planejamento dos gestores públicos em políticas bem
estruturadas em medidas sanitárias e adoção de métodos que possam
identificar o animal desde seu nascimento até seu processamento e consumo
na mesa dos consumidores.
35. Através da rastreabilidade a cadeia produtiva que se estabelece na
criação, processo e consumo de carne bovina torna o processo mais
transparente e competitivo diante de outros países concorrentes. O
envolvimento abrange todos e consequentemente passa a existir um certo
compromisso no que diz respeito ao planejamento sanitário dos rebanhos para
que não ocorra o que há alguns anos atrás custou ao Brasil perdas
significativas no âmbito do mercado internacional.
Analisando em forma de cadeia a rastreabilidade podemos dizer que o
produtor a usa como umas das ferramentas principais de uma gestão mais
eficiente com resultados satisfatórios, o governo garante a sanidade e a
qualidade do produto tanto internamente quanto externamente, as empresas
ficam garantidas de estarem oferecendo um produto com íntegra qualidade e
certificação e o consumidor final a segurança de adquirir um produto com
qualidade e certificação de origem o que rende ao produto maior aceitação no
mercado.
Internacionalmente a rastreabilidade tem sido uma das grandes
exigências feita pelos mercados compradores de carne., consequentemente o
país que não atender a esta imposição feita por compradores certamente
deixará de competir no mercado externo deixando o espaço para outros países
concorrentes .
51. E
,
2
0
0
3
)
Para atender a demanda dos consumidores internacionais a
rastreabilidade tem se tornado de grande importância no que se diz respeito a
qualidade da carne uma vez que ela processa as etapas de identificação,
registro e monitoramento individualmente de todos os bovinos nascidos no
mercado doméstico ou importados além de agregar valor ao produto uma vez
que produto rastreado reflete mais atenção a todos os processos que envolvem
a cadeia da atividade pecuária desde o animal antes da porteira da fazenda até
o prato do consumidor.
Segundo BEZERRA, (2001, p.43), Hoje, a carne exportada segue um
modelo de rotulagem com informações sobre a procedência (no caso, o país) ,
endereço e localização do abatedouro , carimbo de inspeção do Serviço de
Inspeção Federal - SIF, tipo de produto (carne resfriada com osso,por
exemplo), tipo de corte (filé etc.), data de abate, prazo de validade, sexo do
animal, idade etc., com os quais é possível delimitar o grupo de fornecedores.
A rastreabilidade de carne bovina nas exportações tornou-se uma
exigência dos mercados internacionais, através da rastreabilidade os países
compradores da carne bovina brasileira terão acesso a informações sobre o
animal desde sua cria, engorda e processamento o que individualiza cada
processo e deixa nítido a rigorosidade com relação a sanidade da carne
52. exportada. Hoje Paises da União Européia querem identificar por exemplo a
causa primária de um eventual problema sanitário constatado num corte
exportado para alguns de seus países membros.
A União Européia exigiu de seus países exportadores de carne a
rastreabilidade da carne até a data limite de janeiro de 2001 porém, o Brasil
pediu uma nova data para se adequar às normas de rastreamento.
Segundo o Boletim Agropecuário da Universidade Federal de Lavras
(UFLA), localizada em Minas Gerais em 09 de Janeiro de 2002 através da
Instrução Normativa nº. 01 do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento foram instituídos o Sistema Brasileiro de Identificação e
Certificação de Origem Bovina e Bubalina (SISBOV), através desta medida se
inicia a rastreabilidade no Brasil.
Dentro da cadeia produtiva, alguns setores, como frigoríficos e
pontos de comercialização, já estão identificando seus
produtos como meio de rastrear e dar mais confiabilidade ao
que é fornecido. Várias outras ações e avaliações para garantir
sabor, qualidade e vantagens financeiras para o país já estão
acontecendo. A rastreabilidade oficial do governo visa também
a ampliar esses cuidados para dentro da propriedade onde
nasce o produto, para também agregar ganhos financeiros ao
produtor que fornecerá uma carne de melhor qualidade,
comprovadamente desde a sua origem (UNIVERSIDADE
FEDERAL DE LAVRAS, 2002).
Gerenciado pela Secretaria da Defesa Agropecuária (DAS), o SISBOV
expede instruções complementares necessárias para a implantação do
sistema. As ações são executadas por entidades certificadoras sendo que a
adesão a este sistema será voluntária, porém um cronograma já fora
53. estabelecido para que todo rebanho do Brasil esteja inserido até dezembro de
2007.
A Instrução Normativa nº. 1, trata da questão de marcação do animal da
seguinte maneira: o pecuarista pode optar por marcação do animal por
tatuagem a fogo ou aplicação de dispositivos internos ou externos que
identificam e monitoram individualmente cada animal (brincos, chips eletrônicos
auriculares, ruminais, umbilicais etc.) lembrando que estes devem estar
aprovados e autorizados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento. Segundo este mesmo boletim agropecuário da Universidade
Federal de Lavras, os pecuaristas tiveram que se adaptar À realidade da
rastreabilidade por prazos determinados pelo mercado europeu, conforme
abaixo:
1. Junho de 2002 - Propriedades que exportam para a União Européia;
2. Dezembro de 2003 - Exportadores para outros países;
3. Dezembro de 2005 - Todas nos estados livres de febre aftosa ou em
processo de declaração
4. Dezembro de 2007 – Todas as demais propriedades.
Essa implantação do sistema deve ganhar maior rapidez quando foram
credenciadas empresas como a Embrapa e entidades que poderão fazer a
certificação da origem dos animais como o Grupo Planejar que oferece o
Sistema Integrado de Rastreabilidade Bovina - SIRB.
54. O SIRB sistema de informação que pertence a Planejar Informática e
Certificação Ltda., com sede em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil serve
como ferramenta de rastreabilidade para os pecuaristas que querem adequar-
se às exigências da Comunidade Econômica Europeia que desde 2002 só
importa carne rastreada.
As exigências feitas pelo SISBOV, são plenamente atendidas pelo SIRB,
o que garante ao pecuarista a certeza de participar de um sistema que oferece
as condições de cumprimento das etapas que cercam o processo de
certificação de origem.
Para utilização do SIRB o pecuarista deve estar munido de recursos que
facilitam o manejo do programa seja através de sindicatos rurais ou
computadores ligados à internet. O sistema permite a identificação individual de
cada animal e seu respectivo controle desde o nascimento até o abate
registrando as ocorrências existentes.
São fornecidos brincos dos “Kits” de Identificação que seguem as normas
da Comunidade Econômica Europeia, gravados a laser e com uma numeração
sequencial.
O rastreamento pode ser desde o nascimento do animal, Rastreabilidade
de Origem ou ao passo que os animais são inscritos no SIRB em outras etapas
de suas vidas, Rastreabilidade Parcial. Na Rastreabilidade de Origem o
pecuarista num prazo de até 30 dias deve identificar o animal nascido,
anotando seu dia de nascimento, sexo e número de brinco na planilha do
55. produtor . Antes do desmame o pecuarista deve solicitar a visita de um técnico
do sistema para validar os dados coletados pelo criador. O técnico informa ao
SIRB os dados da visita e inclui os dados do animal no sistema o que resulta
na rastreabilidade. Daí então todas as ocorrências realizadas como venda,
transferência, ocorrências nutricionais e sanitárias estarão registradas.
A sanidade da carne bovina hoje está mais em evidência do que nunca
e cabe aos pecuaristas se adequarem às normas de rastreabilidade usufruindo
assim de maior qualidade de seus rebanhos, garantindo maior satisfação às
unidades de processamento e o maior beneficiado de todo este processo de
qualidade, o consumidor.
Toda essa qualidade da carne nacional elevou a imagem no exterior
apesar de todos os entraves enfrentados e deu início ao processo de inovação
na busca de novos mercados como a carne orgânica bovina que desperta o
interesse de consumidores internacionais.
2.3 A PECUÁRIA ORGÂNICA
A realidade da pecuária hoje busca inovar acompanhando os avanços da
tecnologia em vários aspectos até a concretização da responsabilidade
ambiental que se encontra em evidência na cabeça do consumidor do mundo
inteiro.
56. Observamos hoje no mercado internacional uma acentuada
procura por carne ecologicamente produzida. Na Argentina
milhares de hectares de campo já estão dedicados a este tipo
de produção, em especial para o mercado europeu, o que
permite supor que também no Brasil existe um mercado
potencial para carne certificada como oriunda de produção
orgânica (CRIAR E PLANTAR, 1998).
Muito se tem falado em gestão focada na preservação do meio ambiente
e consequentemente a preocupação na continuidade do bem-estar da
população. Reforçando assim a responsabilidade socioambiental, as empresas
têm se engajado em projetos que visam o desenvolvimento sustentável, e na
bovinocultura não é diferente, o criador através do sistema orgânico de
produção adota tecnologias que usam de forma sustentável os recursos
produtivos, preservando e ampliando a biodiversidade do ecossistema local,
conservação do solo, da água e do ar.
Tudo isso é possível graças à eliminação de insumos artificiais tóxicos,
como os agrotóxicos, uso da manipulação genética e qualquer outra substância
que venha a prejudicar a população ou o meio ambiente. Isso demonstra que
as tendências que envolvem o pecuarista atualmente não são diferentes das
que regem as grandes empresas processadoras de carne bovina.
Segundo informações do “site” Criar e Plantar (www.criareplantar.com.br),
entre os principais fatores que contribuíram e contribuem para o aumento da
procura por alimentos orgânicos, podemos citar: o aumento do conhecimento
científico dos efeitos dos agrotóxicos e medicamentos no ser humano, no
animal e no meio ambiente, de formas alternativas de produção e a maior
57. divulgação deste tipo de informação, o impacto causado pela doença da “vaca
louca” na Inglaterra e os seus desdobramentos a nível mundial e a grande
rejeição em relação aos produtos agrícolas transgênicos.
Hoje não precisa apenas ser um grande pecuarista, mas, um pecuarista
com olhos voltados para as tendências que norteiam as ações dos gestores. O
mercado é competitivo e os nichos de mercado estão ai para serem
conquistados, cabe ao pecuarista adaptar-se às exigências que as unidades de
processamento conseguem assimilar e correr atrás das adaptações.
A gestão ambiental e logo a preocupação dos agentes da cadeia de
produção de carne bovina com a responsabilidade socioambiental aumenta
ainda mais nossa competitividade no mercado internacional, onde os
compradores visam a preocupação que os fornecedores têm em preservar o
meio ambiente e sua preocupação com o bem estar da população que esta
inserida neste contexto.
A visão da pecuária orgânica deve ter uma natureza holística, entendendo
que o ambiente como um todo onde está se dando a produção animal é parte
intrínseca desta e afeta o resultado, logo esta só será orgânica se estiver em
harmonia com o referido ambiente.
Aspectos sociais também estão inseridos no contexto, pois a fazenda que
pretende aderir ao sistema de produção orgânica de carne segue as normas
técnicas de uma empresa certificada junto ao Poder Público que exige a
58. freqüência de todas as crianças da fazenda matriculados em uma escola,
respeito às leis trabalhistas e jamais permitir o trabalho infantil em suas
propriedades.
No Brasil, graças à sua grande extensão territorial e a grande diversidade
de pastos junto com os animais criados com adaptação tem garantido um
grande potencial para atender às exigências dos organismos internacionais,
tornando-se assim o maior produtor e exportador de carne bovina orgânica do
mundo.
O consumo de carne orgânica tem crescido a cada ano, seja em países
desenvolvidos ou em desenvolvimento, aumentando assim as perspectivas de
conquista do mercado interno e externo, isso impulsiona o Brasil a conquistar
esses mercados consumidores.
A sociedade, nos países mais desenvolvidos e mais
recentemente nos países em desenvolvimento, como o Brasil,
tem cada vez mais buscado consumir alimentos orgânicos. No
Brasil, a demanda por orgânicos tem crescido 10% ao ano.
Mundialmente, a procura por esses produtos tem aumentado
entre 20 e 30%. Este crescimento foi impulsionado,
principalmente, pelo fato dos preços dos produtos orgânicos no
mercado serem, em média, 30% mais elevados do que aqueles
dos produtos convencionais. (SISTEMA DE INFORMAÇÃO DA
CARNE, 1998).
59. Os principais fatores que decorrem para o sucesso da pecuária orgânica
estão inseridos na tecnologia desenvolvida nos processos dos sistemas
agroecológicos (orgânicos), pastagens e controle de proliferação de pragas e
doenças. O solo é de grande importância para o inicio dos processos, pois é
através dele que a pastagem terá sua composição nutritiva garantida o que
renderá ao animal maior capacidade de atender aos requisitos do abatimento
futuro. Veja a seguir, na figura 2.
Figura 2 Vista Geral do sistema de produção orgânica.
Fonte: www.sic.org.br
A qualidade é aliada ao equilíbrio da fertilidade do solo como a
manutenção dos níveis de matéria orgânica, promoção da atividade biológica,
reciclagem de nutrientes e intervenção controlada sem destruição de recurso
natural.
60. Esses fatores são de grande importância para a sustentabilidade da
propriedade reforçando a ideia de que na produção orgânica a saúde animal
está diretamente ligada à saúde do solo.
O pasto do “boi orgânico” não recebe a presença de qualquer agrotóxico
ou composto orgânico e é adubado a partir do esterco depositado pelo próprio
animal no pasto o que garante a ausência de substâncias que venham a
comprometer a saúde dos consumidores.
Os medicamentos utilizados são homeopáticos, usam a fitoterapia e
acumputura contra parasitas, são proibidos os antibióticos, porém a vacina
contra a febre-aftosa é obrigatória, uma vez que o governo federal com relação
a vacinas que garantem a sanidade do rebanho trabalha de forma acirrada em
cada região brasileira junto a criadores .Veja abaixo, na figura 3.
Figura 3. Animais em pasto manejado dentro dos princípios de produção
orgânica
Fonte: www.sic.org.br
61. O manejo do rebanho deve ser feito em instalações (estábulos)
adequadas ao conforto e saúde dos animais, acesso facilitado à água e
pastagem, além de um espaço adequado para a movimentação. O número dos
animais também deve ser analisado pelo criador, pois uma superlotação pode
afetar os padrões comportamentais.
Em síntese, a qualidade de vida do animal tem profunda
relação com a possibilidade de o animal adoecer. Assim, um
animal que é confinado com grande concentração de
indivíduos, espaço limitado para locomoção, sem possibilidade
de expressar seus modos naturais de comportamento, fica
profundamente perturbado, sujeito a manifestações de estresse
e sistema imunológico. Como qualquer individuo nessas
condições, os animais ficam mais propensos a doenças. Além
de ajudar no equilíbrio técnico e ecológico da propriedade, a
produção animal contribui eficazmente na geração de renda.
(CRIAR E PLANTAR, 1998).
O transporte desses animais deve ser realizado com total
responsabilidade evitando qualquer brutalidade ao animal e o abatedouro deve
estar o mais próximo possível das propriedades considerando também um
tempo de descanso para os animais que devem ser insensibilizados antes de
abatidos.
Segundo informações do site Sistema de Informação da Carne (SIC), o
transporte e abate desses animais deve ser o mais calmo e apropriado possível
e o deslocamento do animal até o abatedouro não pode exceder oito horas.
Caso isso ocorra ele poderá apresentar justificativas e esclarecer o que será
feito para minimizar o estresse no animal.
62. A pecuária orgânica está em expansão no Brasil e no mundo cabe ao
Governo investir nos criadores e o Brasil despertar para esse nicho de mercado
que cresce e requer a atenção de todos que estão envolvidos na pecuária de
corte nacional.
2.4 A IMPORTÂNCIA DA PROMOÇÃO COMERCIAL PARA A
CARNE BOVINA BRASILEIRA E OS FRIGORÍFICOS NO
MERCADO INTERNACIONAL.
Na conquista de mercados internacionais não importa somente ser um
grande líder em um segmento seja ele de “commodities” ou de produtos com
alto valor agregado. É necessário o planejamento estratégico para alcançar de
forma audaciosa e competitiva o mercado a ser explorado. A comercialização
de bens e serviços atualmente se processa em ambientes complexos e
instáveis o que requer maior conhecimento do mercado onde o produto será
inserido.
É importante uma análise minuciosa da situação interna da empresa e os
fatores externos que interagem com ela, que por sua vez são importantes na
competitividade do produto ou serviço que será destinado ao exterior, e que
pode interferir no sucesso das exportações: sejam as tarifas, cotas,
regulamentações sanitárias ou de segurança, enfim todos esses fatores que
impulsionam o acesso ao mercado devem ser avaliados.
Traçar informações dos países onde se deseja exportar, levantamento de
acordos, leis e regulamentação para exportação de carnes no mercado
63. internacional, análise dos dados estatísticos, catálogos de empresas
concorrentes, acesso a jornais, revistas e periódicos também é essencial para
maior conhecimento do mercado aonde se deseja atuar. Com estas análises
ficam mais perceptíveis ao exportador quais as oportunidades de negócio que
ele pode encontrar nesse competitivo mercado de exportação de carne bovina.
Esses dados são importantes para que o exportador consiga ter alcance a
quais são os países concorrentes, identificação de clientes com potencial de
compras e o conhecimento de logística e distribuição.
Quando o exportador consegue o acesso a esses dados e planeja de
forma estratégica sua inserção no mercado é a hora de investir em seu
potencial para conquistar novos compradores e garantir sua consolidação no
mercado externo e fortalecimento de sua empresa no mercado nacional e
internacional através de boas medidas de promoção comercial.
O comércio exterior brasileiro de carne bovina nos últimos anos vem
vivenciando momentos de grandes vitórias, e isto impulsionam cada vez mais
os frigoríficos, associações de criadores e de indústrias de exportação de carne
bovina a investirem cada vez mais em ações de caráter promocional que visam
aumentar ainda mais a participação no mercado internacional de carne bovina.
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC),
têm participado de cada processo desse crescimento como sendo o principal
responsável pela atual estrutura administrativa do comércio exterior brasileiro
criando meios de promoção, distribuição e divulgação da imagem dos produtos
64. brasileiros através da Agência de Promoção de Exportações do Brasil – APEX
– BRASIL, que auxilia os empresários brasileiros através de projetos de
políticas promocionais no exterior.
Através da APEX-BRASIL a participação em feiras internacionais, missões
internacionais, projetos compradores e vendedores, têm crescido a cada ano
tornando nossos produtos conhecidos internacionalmente não só pelo preço
competitivo mas, pela qualidade que eles apresentam nos tornando grandes
concorrentes no mercado internacional. No mercado de exportações de carnes
bovina vários frigoríficos brasileiros têm participado de feiras internacionais de
alimentos, “workshops”, palestras, missões comerciais e churrascos regados a
caipirinha em vários cantos do mundo.
As feiras internacionais são encaradas pelos frigoríficos brasileiros como
uma das principais preocupações para aquele que quer promover seu produto
no exterior. Através dessas participações pode-se constatar o mercado em que
está inserido o produto, a aceitação dos compradores, o fortalecimento da
marca, a análise de outras empresas concorrentes e seus diferenciais, além da
oportunidade de concretização de novos contratos de venda com compradores
em potencial.
As feiras comerciais constituem em oportunidade de
aproveitamento ótimo em relação custo/beneficio, se a
empresa planejar cuidadosamente sua participação no
mercado pretendido. Para isso, é necessário fazer um
levantamento minucioso das variáveis que podem conduzir a
uma tomada de decisão adequada. (EXPORT NEWS, 2001).
65. A participação de frigoríficos em feiras internacionais tem reforçado ainda
mais a imagem da carne bovina brasileira no exterior. A ANUGA, maior feira
internacional de alimentos que ocorre na Alemanha tem contado com a
participação de vários frigoríficos brasileiros em seus “stands” de expositores.
Segundo a ANUGA na edição de 2005 que aconteceu em Colônia, na
Alemanha, durante os dias 08 a 12 de Outubro além da APEX-BRASIL que
também promoveu os produtos brasileiros na área de alimentação também
participaram os frigoríficos Friboi Ltda, Bertin Ltda, Frigorífico Margen Ltda,
Frigorífico Mercosul Ltda, Marfrig Ltda dentre outros.
A participação em feiras de nível nacional também é importante para os
frigoríficos, pois através delas é perceptível a competitividade dos concorrentes
internos, seus projetos de melhoramento genético, avaliação de rebanhos dos
frigoríficos concorrentes, investimentos, participação no mercado interno e
externo, inovação e catálogo de produtos.
Na Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne - FEICORTE,
realizada nos dias 20 a 24 de Junho de 2006 no Centro de Exposições
Imigrantes em São Paulo, criadores, indústrias de processamento,
pesquisadores e universitários tiveram acesso a informações sobre pecuária de
corte nacional, palestras por pesquisadores renomados nas áreas de zootecnia
e agronomia sobre melhoramento genético e leilões, além da participação dos
maiores frigoríficos exportadores do país.
66. A participação em feiras de nível internacional levou a Associação
Brasileira de Indústrias Exportadoras de Carne (ABIEC) junto com a APEX-
BRASIL a criarem um selo de qualidade, o “Brazilian Beef” que
internacionalmente hoje reflete a qualidade que a carne brasileira conquistou
pelo mundo inteiro.
As associações comerciais também têm seu papel importante na
promoção comercial da carne bovina, através de “workshops”, churrascos,
jantares e palestras. As associações comerciais como a Associação Brasileira
de Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC), destacam a qualidade da carne
bovina brasileira, seus diferenciais diante dos concorrentes existentes no
mercado, além de facilitar a comunicação entre o Ministério da Agricultura e o
associado.
No mês de Setembro do ano de 2006 uma outra feira internacional provou
o gosto da carne brasileira: foi a WORLD FOOD MOSCOU que aconteceu nos
dias 26 a 29 de Setembro e contou com participação de associados da ABIEC
em parceria com a APEX-BRASIL.
Segundo a ABIEC, os principais frigoríficos associados participaram nos
dias 22 a 26 de Outubro de 2006 da Feira Internacional de Alimentos, SIAL-
PARIS que ocorreu em Paris na França numa parceria entre associados e a
APEX-BRASIL, os frigoríficos apresentaram seus produtos num estande da
associação a compradores de vários países.
67. Todos os meios de comunicação são de extrema importância para a
promoção comercial da carne bovina brasileira no exterior, porém o que mais
tem se destacado na divulgação é a “internet”.
Através dela os frigoríficos têm colocado à disposição de compradores do
mundo inteiro seu institucional, produtos, segmentos de atuação e contato com
seus clientes dos mais diversos continentes. Isso faz deste meio de
comunicação uma arma eficiente na busca de competitividade na exposição da
qualidade dos produtos, estrutura, o comprometimento com a responsabilidade
socioambiental, a disponibilidade de produtos, a consolidação da marca e
conquista da fidelidade de novos compradores.
A internet representa uma chave para troca de informações e
desenvolvimento do comércio eletrônico. Para alcançar
mercados globais pela internet, as empresas devem adotar
uma estratégia de negócios sólida, combinada com a
flexibilidade de questionar as práticas tradicionais. Este é o
desafio real para as empresas que se utilizam da internet,
independente de onde estejam localizadas. (EXPORT NEWS,
2001).
A globalização levou os frigoríficos a correrem atrás de canais de
comunicação que aumentassem sua capacidade de divulgação de qualidade e
promoção pelo mundo e a rede mundial de computadores ajudou com
eficiência nesse processo.
68. A obtenção de informações sobre mercados também pode ser adquirida
através da internet, que é uma fonte rica de dados sobre clientes, mercados e
principalmente os concorrentes dos frigoríficos espalhados pelo mundo inteiro.
Catálogos e “Folders”, exemplos de exportação indireta, também são
grandes veículos usados na promoção comercial, pois através deles os
compradores terão acesso a dados do frigorífico, os produtos que ele vende, os
benefícios e as características que diferenciam o produto ofertado por eles,
além de informações sobre seus principais fornecedores ou clientes que por
sua vez deixam a imagem da empresa mais segura diante de novos
consumidores no mercado internacional.
69. CAPITULO 3. O CRESCIMENTO DAS EXPORTAÇÕES DE
CARNES BOVINAS BRASILEIRA.
O Brasil assume a primeira posição nas exportações de carne bovina no
mundo e demonstra para os concorrentes internacionais sua capacidade de
produção e abate que se concentra em seus pastos, seu rebanho melhorado
geneticamente e na modernização que os frigoríficos nacionais assumiram nos
últimos anos, adquirindo maquinário de alta tecnologia e investindo em mão-
de-obra especializada em agronegócios, mais precisamente em pecuária de
corte e genética.
A realidade do país hoje é uma potência em fazer agronegócios no
mercado de carnes e o resultado disto está nos índices de crescimento das
exportações que a cada ano se superam.
O agronegócio brasileiro se tornou nos últimos anos um grande
atrativo no setor mundial de produção de alimentos. Com um
produto Interno Bruto de 2004, em U$S 154,91537 bilhões,
referente à participação da agropecuária - segundo a
Confederação Nacional da Agricultura-CNA, (2005) e do Centro
de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade
de São Paulo -CEPEA/USP, (2005), setores do agronegócio
nacional como o complexo de carnes e soja, vem
desempenhando papeis importantes na pauta de exportações
do país e injetando novos dividendos para a balança comercial.
(REVISTA ELETRÔNICA DE VETERINÁRIA, 2005)
70. O agronegócio representa para o Brasil uma das atividades mais rentáveis
existentes e um dos principais setores em crescimento do país, refletindo assim
a sua importância para os mercados externos e tornando o país uma potência
reconhecida internacionalmente. Para chegar nessa realidade muitas áreas
foram reestruturadas e os componentes da cadeia produtiva desde o criador,
unidades de processamento e consumidor foram peças fundamentais na
história dessa mudança do quadro no agronegócio nacional.
Para nos tornarmos competitivos aumentamos a qualidade da carne, a
quantidade de produção, investimos em segurança alimentar, sanidade,
qualidade das carcaças, rastreabilidade dos animais, bovinocultura em
sistemas de caráter não agressivo à saúde humana ou ao meio ambiente,
participação do Governo Federal na fiscalização das fazendas para contenção
da Febre-Aftosa e demais doenças que acometem o gado e promoção
comercial acirrada da carne brasileira no exterior elevando ainda mais nossa
competitividade.
A pecuária de corte no Brasil hoje representa bem mais que criadores de
gado em fazendas espalhadas pelo interior do Brasil. Com a atual realidade a
pecuária passou a ser uma atividade para gestores que devem planejar de
forma eficiente cada processo que envolve sua produção, caso contrário o
processo de comercialização tanto interna como externamente ficará suspenso,
isso se praticado legalmente.
Os grandes concorrentes do mercado internacional do agronegócio como
EUA, Austrália, Índia, Nova Zelândia, Argentina, Canadá, Rússia, Japão,
México,Coréia, apesar de apresentarem grandes expectativas de produção não
71. andam tão quanto o Brasil que a cada ano supera ainda mais suas exportações
deixando os integrantes desta cadeia cada vez mais otimistas com a atual
situação de maior exportador de carne bovina brasileira, segundo dados do
MDIC.Veja na figura 4, abaixo:
Figura 4. Exportações brasileiras de carne bovina, segundo a agregação de
valor, 1997-2005.
Fonte: elaborado pelo IEA a partir de dados básicos do SECEX/MDIC.
Com as exigências dos consumidores, atualmente, o Brasil teve que
modificar-se radicalmente nas últimas décadas para assumir a posição atual
que lhe confere. Estamos em uma cadeia produtiva e para adquirirmos um
bom desempenho seja ele nacional ou internacional devemos estar atentos a
cada ferramenta que envolve este complexo processo.
As mudanças ocorridas são frutos das exigências dos consumidores
espalhados pelo mundo inteiro que consomem nossa carne, e não devem ser
encaradas como um aumento da complexidade de produção mas como uma
oportunidade de abertura de mercado e conquista de novos consumidores.
72. As conquistas adquiridas são uma resposta do engajamento de criadores
e seus colaboradores na busca de uma qualidade de reconhecimento da carne
nacional, porém deve-se estar atento a possíveis eventualidades como focos
de febre-aftosa que comprometem não só a região onde fora detectada o foco
mas o país como um todo acarretando perda de mercado para concorrentes
uma vez que estamos inseridos numa cadeia e qualquer eventualidade nesse
processo pode comprometer todo andamento rentável da produção.
A pecuária de corte é o segmento no setor de carne em que a
integração formal entre empresas rurais e agroindústria é
menos avançada. Questões estruturais e históricas da
produção nesse setor dificultam esta integração. Entretanto, a
importância do relacionamento mais eficiente entre os
componentes deste complexo de produção pode ser
comprovada pelos efeitos sentidos por todos os elementos da
cadeia na questão, por exemplo, da febre aftosa. A
impossibilidade de exportação em certas regiões penaliza
desde os fabricantes de ração, passando pelos produtores
chegando até aos setores de transporte e embalagem, ou seja,
este problema que ocorre em propriedades rurais diminui a
rentabilidade de praticamente toda a cadeia de produção.
(REVISTA ELETRÔNICA DE VETERINÁRIA, 2005)
O crescimento das exportações está diretamente ligado à preocupação
que se tem com o fluxo desta cadeia produtiva, a gerência dos insumos, a
obtenção de investimentos tecnológicos na pecuária, como o melhoramento
genético. O gado que antes passava quatro anos para estar com a carcaça
pronta para abate hoje com as tecnologias adotadas com apenas 2 anos já
pode ser abatido garantindo redução de custos com o animal, carcaça boa de
abate e uma quantidade de carne proveitosa para o consumidor que se torna
mais exigente.
73. As inovações nas fazendas como a aquisição de “softwares” que auxiliam
na gestão do pecuarista garante um planejamento bem estrutura daquilo que
ocorre dentro das porteiras, obtenção de um rebanho com maior qualidade de
carcaça garante ao pecuarista destaque diante das unidades de
processamento, que são os frigoríficos. Atualmente até concurso de carcaças
entre fazendeiros que abastecem grandes frigoríficos estão ocorrendo no
centro-oeste do Brasil.
Parcerias estão sendo firmadas entre pecuaristas e frigoríficos para
viabilizar maiores contratos entre criador e abatedor. Como todos se encontram
em uma cadeia produtiva a cooperação entre eles torna a atividade mais
rentável e é isto que vem ocorrendo em vários cantos do país.
O crescimento da carne bovina congelada e resfriada também tem
crescido de forma eficiente durante os últimos anos conforme mostra a tabela
2, abaixo.
74. Ano Exportação var.% Importação var.% Saldo var.%
1997 59.418 - 125.419 - -66.001 -
1998 93.277 56,98 92.029 -26,62 1.248 101,89
1999 169.310 81,51 56.626 -38,47 112.684 8.930,13
2000 215.651 27,37 70.293 24,14 145.358 29,00
2001 400.832 85,87 34.613 -50,76 366.220 151,94
2002 466.377 16,35 63.266 82,78 403.111 10,07
2003 671.424 43,97 52.205 -17,48 619.220 53,61
2004 992.623 47,84 44.263 -15,21 948.360 53,15
2005 1.151.419 16,00 42.324 -4,38 1.109.095 16,95
Tabela 2 - Comércio exterior de carne bovina resfriada e congelada, em toneladas,
Brasil, 1997- 2005
Fonte: elaborado pelo IEA a partir de dados básicos do SECEX/MDIC.
3.1 OS ENTRAVES ENFRENTADOS PELOS FRIGORÍFICOS
EXPORTADORES DE CARNE BOVINA BRASILEIRA.
Apesar de todo o sucesso das exportações brasileiras de carne bovina,
graças ao engajamento de todos os envolvidos na cadeia de produção da
carne de corte, existem gargalos que precisam ser administrados com bastante
agilidade e estratégias para que a posição ocupada atualmente pelo país não
venha a ser tomada por outros concorrentes.
O Governo tenta viabilizar o agronegócio, o pecuarista se organiza em
cooperativas para se fortalecer e as unidades de processamento criam
parcerias entre pecuaristas para que o produto final chegue com qualidade na
75. mesa do consumidor com preços competitivos, mas a logística, a tributação
interna, os subsídios de alguns países concorrentes, as quotas de
comercialização, a sanidade animal como o controle acirrado de focos da Vaca
Louca e a Febre aftosa precisam ser estudados com objetividade pelos
pecuaristas e Governo Federal, agentes importantes da cadeia de produção,
para que nossa capacidade de competir seja resguardada e garantida por
muitos anos , garantindo rentabilidade e geração de divisas para o Brasil.
3.1.1 A LOGÍSTICA DOS FRIGORÍFICOS EXPORTADORES DO
BRASIL.
Um dos maiores entraves enfrentado pelo Brasil na continuidade de
posição privilegiada nas exportações de carne bovina depende essencialmente
dos canais de escoamento dessa produção. As estradas que levam o produto
ao porto e sua infraestrutura desempenha um papel de extrema importância no
processo de exportação.
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Os frigoríficos conseguiram enxergar que dentro da cadeia produtiva
todos são responsáveis pela rentabilidade do negócio em que estão envolvidos
e a criação de estratégias que visam fortalecer ainda mais cada processo
dessa cadeia é de extrema importância para a continuidade do sucesso tanto
no mercado interno quanto no externo.
Mesmo com o engajamento de cada peça do processo da cadeia
produtiva ainda existem gargalos que dificultam o contínuo sucesso das
exportações brasileiras como a infraestrutura existente no país para o
deslocamento da carne, seja a exportada ou a comercializada no mercado
interno se deparam com uma falta de estrutura acarretando aumento de custos
e perda de competitividade.
Ou seja, assim como qualquer outro segmento do agronegócio brasileiro a
pecuária de corte sofre com falta de infraestrutura e consequentemente
87. logística de transportes, problemas como falta de rodovias em estado favorável
ao tráfego de veículos, a falta de infraestrutura dos portos para cargas que
precisam ser refrigeradas e falta de contêineres são problemas que interferem
de forma direta na produção e na qualidade da carne exportada. Veja figura 5,
abaixo:
Figura 5. Caminhão transportando animais para abate
Fonte: Grupo Independência Alimentos, 2005.
Na logística realizada pela cadeia que produz carne bovina, se devem
levar em consideração as características do produto transportado que segue
regimes criteriosos de qualidade que vai desde o caminho do gado ao
frigorífico e dos frigoríficos aos portos onde serão escoadas as carnes para os
consumidores espalhados pelo mundo inteiro, a qualidade do transporte
interfere na integridade do produto inteiro. A necessidade de um bom
transporte é importante tanto para o gado em pé nos carros até os frigoríficos
quanto para o transporte dos cortes em caminhões refrigerados.
88. Nos frigoríficos a logística de transporte vai desde a descarga do gado em
suas unidades de processamento para serem abatidos até seu deslocamento
ao mercado interno ou externo preservando sua maciez e suculência.
Para garantir sua posição de destaque pelo mundo os frigoríficos se
reestruturaram e hoje tentam derrubar os obstáculos existentes para a
exportação de carne bovina. Quanto mais próximo o abatedouro estiver do
frigorífico menor é o estresse do gado facilitando a obtenção de carnes nos
moldes exigidos pelos consumidores internacionais, ressaltando que quanto
mais o transporte desses animais é demorado maior será a perda de peso dele
acarretando maximização de prejuízos para o pecuarista e abatedor.
Na logística das exportações de carne bovina nacional os frigoríficos estão
atuando como agentes capacitadores, viabilizando saídas para que o
crescimento dure mais anos, investindo em frotas de carretas frigorificadas e
armazéns focados na cadeia de frios que se instalam em portos e facilita o
escoamento.
3.1.2 A FEBRE AFTOSA
Os focos da doença representam para o Brasil perda de mercado e baixa
na competitividade adquirida através dos preços e da qualidade que o produto
nacional adquiriu ao longo dos anos pelo mundo.
89. A febre aftosa representa uma importante ameaça para o bem
estar da população, devido ao seu impacto sobre a economia
nacional de diversos países, onde o comércio com o exterior e
estabilidade, dependem diretamente da confiabilidade dos
alimentos de origem animal, que devem ser oriundos de
animais isentos desta enfermidade, demonstrando a estreita
relação que existe entre saúde pública, o ambiente e o bem
estar socioeconômico. (SISTEMA DE INFORMAÇÃO DA
CARNE, 1999).
Em vários estados brasileiros a campanha de vacinação de bovinos,
suínos, ovinos e caprinos está sendo divulgada com rigor pelo Governo Federal
e Estadual a fim de conter os focos da doença que são considerados
verdadeiras catástrofes para criadores e principalmente exportadores do país.
Como os países compradores de carne bovina brasileira em sua maioria
analisam o mercado brasileiro de carne bovina de forma generalizada, qualquer
foco da doença já põe em risco todo o trabalho de exportação de carne do
país.
A febre aftosa é considerada uma doença altamente contagiosa que
atinge animais de casco fendido, sejam eles bovinos, caprinos, ovinos ou
suínos e dá-se em todas as idades, independente do sexo do animal, raça e
clima. O vírus é vinculado pelo ar, pela água e alimentos, apesar de ser
sensível ao calor e à luz. A doença é produzida por pelo menos seis tipos de
vírus classificados como A, O,C,SAT-1,SAT-2 e SAT-3, sendo que os três
últimos foram isolados na África e os demais apresentam ampla disseminação.
O principal problema deste entrave para a pecuária de corte nacional não
está somente focada na morte dos animais , mas principalmente nos prejuízos
de ordem econômica que atingem os pecuaristas, desde os pequenos aos
90. grandes. As propriedades que têm animais doentes são interditadas e as
exportações da carne e dos produtos derivados torna-se difícil. A doença
também provoca aborto nos animais e infertilidade.
Os animais que contraem a doença podem adquirir com facilidade outras
doenças por conta da fraqueza que apresentam. Sendo uma doença
extremamente infecciosa o vírus se instala principalmente nos líquidos das
vesículas que se formam na língua do animal e nos tecidos moles em torno de
suas unhas. O sangue também apresenta uma grande quantidade do vírus nos
animais contagiados.
O poder do vírus é destruidor, ele pode passar da baba do animal para
pastos, alojamentos e lugares onde ele passar comprometendo todo o
rebanho. Pode ter resistência durante meses em carcaças congeladas ,
principalmente medula óssea. O vírus ainda pode durar tempos na forragem
ensilada, farinha de ossos, couros e fardos de feno.
O animal infectado pela doença apresenta febre, diminuição de apetite e o
têm dificuldade de se locomover por conta do aparecimento de vesículas que
se rompem e dão origem a aftas na língua, lábios, gengivas e entre o casco
que logo depois se rompem e expelem um liquido transparente ou turvo. A
produção de leite cai nas fêmeas e a produtividade também.
A saliva aumenta e fios de baba caem de sua boca, a mortalidade da
doença é baixa nos adultos e grande nos jovens, quando sobrevivem
91. geralmente apresentam lesões cardíacas irrecuperáveis bem como perda das
tetas nas fêmeas, ocasionando ao pecuarista perda de produção .
A vacina de febre aftosa acontece de 6 em 6 meses, a partir do 3º mês de
idade do animal e garante ao rebanho a continuidade de produtividade e
fortalecimento da cadeia produtiva como um todo e do país que controla sua
sanidade e não perde mercado.
Cada embargo à carne brasileira bovina exportada reflete ao país perdas
consideráveis de mercado que atrasa nosso crescimento e reduz a
competitividade no mercado internacional. O Governo tem se engajado no
controle dos animais seja através de campanhas de vacinação, com palestras
aos pecuaristas e fiscalização dos rebanhos espalhados por todos os estados
federativos.
3.1.3 A DOENÇA DA VACA LOCA
No mês de fevereiro de 2001 o governo canadense acusou o Brasil de
focos da doença da vaca louca o que por sua vez embargou a exportação da
carne comprometendo a imagem do produto no mercado internacional isso
rendeu ao Brasil perdas irreversíveis no setor.
Mas na verdade eram interesses políticos que estavam por trás desses
embargos, uma vez que a doença da vaca louca em terras brasileiras nunca
fora detectada.
92. A doença é conhecida como Encefalopatia Bovina Espongiforme e ataca o
sistema neurológico do boi adulto comprometendo sua sanidade e a saúde
pública dos consumidores.
Estudos relatam que a doença surgiu da ração para o gado preparada a
partir de carcaça de ruminantes e que os processos que utilizaram esse
procedimento entre 1981-1982 poderiam ser a causa adicional da doença.
Países como Alemanha e Inglaterra vivem com o fantasma da Vaca Louca
entre seus rebanhos contribuindo assim para a imagem duvidosa da qualidade
do produto entre os consumidores mundial aumentando ainda mais nossa
capacidade de competição, uma vez que o gado brasileiro não é habitualmente
alimentado em confinamento, o que eleva as probabilidades de contaminação,
visto o uso de rações a partir de carcaças como a farinha de osso.
A doença transforma o cérebro do gado em uma espécie de “esponja”
comprometendo seus movimentos e o comportamento do animal que quando
está em desenvolvimento da doença começa a roçar nas paredes
comprometendo sua pele e adoecendo rapidamente.
Nos seres humanos a doença pode dar origem a outra doença de
natureza neurológica denominada Creutzfeldt-Jacob que compromete o
cérebro humano e é transmitida através da carne infectada. Veja na figura 6,
abaixo:
93. Figura 6. Carne bovina: risco de contaminação
Fonte: IQSC-USP-Instituto de Química de São Carlos da Universidade de São Paulo.
94. CAPITULO 4. ESTUDO DE CASO
4.1 GRUPO JBS-FRIBOI LTDA.
A história da empresa começa com José Batista Sobrinho, conhecido
como Zé Mineiro, e seu irmão, Juvensor, que na cidade de Anápolis (GO)
compravam bois para revender a frigoríficos. Anos mais tarde, em 1953, juntos
eles abrem um açougue chamado de Casa de Carne Mineira, onde através
deste empreendimento passaram a entender melhor o complexo mercado da
carne bovina que compreende desde o melhor peso e o melhor preço.
No ano de 1957 junto com a inauguração de Brasília, Zé Mineiro com sua
visão empreendedora percebe a oportunidade de expandir ainda mais seus
negócios e junto com cinco funcionários estabelece um dos primeiros
abatedouros da região.
Logo, eles passam a abater de 25 a 30 bois por dia e fornecer carne para
as construtoras que construíam a capital federal do país.
Em 1962, Zé Mineiro aluga um abatedouro em Luziânia (GO), cidade
situada a 50 km de Brasília elevando a produção para 55 cabeças de boi
abatidas por dia dando inicio ao processo de comercialização para com os
açougues que nasciam na cidade. Eram os primeiros passos que estavam
sendo dados na busca da conquista do mercado interno.
95. Passados alguns anos, mais precisamente em 1969, um matadouro
industrial de Formosa foi adquirido e logo aumentaram os abates para 120
cabeças por dia, Zé Mineiro e seus irmãos neste mesmo ano batizam a
empresa com o nome Friboi, sugestão de um fornecedor de equipamentos e
amigo, o senhor Mário Nassiute, com o objetivo de deixar a categoria de
matadouro para entrar nos frigoríficos. Em 1970 um pintor chamado Wilson cria
a logomarca do grupo. Veja Figura 7, abaixo:
Figura 7. Logomarca do Grupo Friboi Ltda.
Fonte: www.jbs.com.br.
No ano de 1980 adquire uma graxaria, indústria que extrai gordura dos
bois abatidos, na cidade de Luziânia (GO). Com isso inicia o processo de
aproveitamento dos subprodutos dos bovinos como o sebo, couro, tripas,
sangue, chifres, casco para produção de sabão, detergentes e sabonetes.
Nasce ai em 1985, através da visão de Zé Mineiro e José Batista Junior, seu
filho mais velho a fabricação do sabão em barra Minuano.
No inicio a produção só atendia à região Centro-Oeste, mas, logo depois
junto com a aquisição de novas máquinas, foi expandida a distribuição e a