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SIMBOLISMO
Profª Andriane
Simbolismo
Simbolismo é um movimento literário da poesia
e das outras artes que surgiram na França, no final do
século XIX, como oposição ao Realismo, ao
Naturalismo e ao Parnasianismo, ou seja, surgiu como
uma reação às correntes materialistas e cientificistas
daquela época. Movido pelos ideais românticos,
estendeu suas raízes à literatura, aos palcos teatrais,
às artes plásticas. Teve suas origens de As Flores do
Mal, do poeta Charles Baudelaire.
No Brasil, teve como marco inicial as publicações
de Missal e Broqueis de Cruz e Sousa (1893) e
marco final em 1902, com a publicação de Os sertões
de Euclides da Cunha.O Cristo Amarelo, Paul Gauguin,
1889.
Contexto histórico
- 2ª Revolução Industrial
- Segundo Reinado (D. Pedro II)
- Capital: Rio de Janeiro
- Abolição da escravatura (1888)
- Proclamação da República (1889)
As Flores do Mal (Baudelaire)
As Flores do Mal reúnem, de modo exemplar, uma série de motivos da obra
do poeta: a queda; a expulsão do paraíso; o amor; o erotismo; a decadência; a
morte; o tempo; o exílio e o tédio. «Neste livro atroz, pus todo o meu pensamento,
todo o meu coração, toda a minha religião (travestida), todo o meu ódio.»,
escreveu Baudelaire sobre este livro numa carta.
Em 1857, no dia 25 de Junho, são publicadas As Flores do Mal. O livro foi
logo violentamente atacado pelo Le Figaro e recolhido poucos dias depois sob
acusação de insulto aos bons costumes. Em 1860 sai a segunda edição de As
Flores do Mal.
Sociedade e cultura
Com o capitalismo e a evolução da ciência e da tecnologia,
o mundo volta seu olhar para os interesses materiais. Entretanto,
a classe trabalhadora não obteve melhorias em suas condições
de vida, principalmente por causa da exploração de mão de obra
como meio de auferir grandes lucros pelos empreendedores
capitalistas. Isso gerou insatisfação e frustração ao homem
comum, que passa a buscar conforto no lado místico e espiritual
do universo.
Tal busca pelo subjetivismo revela-se na arte como um
retorno ao Romantismo, em que o anseio pelo refúgio fora do
mundo real era valorizado. Nesse sentido, o predomínio da
emoção supera o cientificismo e o objetivismo do período
anterior, mas uma emoção carregada de frustrações e tristezas
em decorrência do momento vivido na época.
Características
- Predominância da emoção;
- O objeto deve estar subentendido, não se mostrando claramente – daí o "símbolo";
- Musicalidade (através de aliterações, assonâncias e outras figuras de estilo);
- Referências a cores, principalmente à branca;
- Presença de motivos religiosos; a poesia representaria uma espécie de ritual;
- Sonho, imaginação e espiritualismo;
- Subjetividade;
- Culto à forma, com influências parnasianas;
- Uso da figura de linguagem sinestesia, que representa a fusão de sensações (beijo amargo, cheiro
azul), além de outras como personificação e metáfora;
- Abordagem vaga de impressões subjetivas e/ou sensoriais (Impressionismo), sobretudo na pintura.
Principais autores
FRANÇA
Charles Baudelaire
Arthur Rimbaud
Paul Verlaine
PORTUGAL
Eugênio de Castro
Antônio Nobre
Camilo Pessanha
Cruz e Sousa (1861 - 1898)
Foi filho de escravos alforriados e criado pelos patrões de seus pais.
Por ser negro, sofreu com o preconceito racial: não pôde, por exemplo, assumir o cargo
de Promotor Público em Laguna, Santa Catarina.
Começou sua carreira jornalística e literária em Desterro, colaborando para jornais e
escrevendo textos abolicionistas. Nessa época publicou “Tropos e Fantasias” em parceria com
Vírgílio Várzea.
Apesar de tanto sofrimento, Cruz e Sousa é considerado o maior e melhor escritor
simbolista brasileiro, suas obras “Missal” e “Broqueis” marcam o início deste período literário
no Brasil, em 1893.
Cruz e Sousa, é claro, não fugiu destas características, além delas, seus textos falam
sobre morte, Deus, mistérios da vida e personagens marginalizados.
Sua linguagem é muito rica e seus poemas mais longos possuem grande musicalidade.
Cruz e Sousa
(Dante Negro)
nasceu em
Desterro, atual
Florianópolis –
Santa Catarina -
em 1861 e morreu
em Minas Gerais
em 1898.
Cruz e Sousa
Características
- Pessimismo
- Perfeccionismo formal
- Metáforas
Obras
- Vida Obscura
- Triunfo Supremo
- Sorriso Interior
- Monja Negra
Obras Póstumas
- Evocações
- Faróis
- Últimos Sonetos
- O Livro Derradeiro
Cruz e Sousa
Braços
Braços nervosos, brancas opulências,
Brumais brancuras, fúlgidas brancuras,
Alvuras castas, virginais alvuras,
Lactescências das raras lactescências.
As fascinantes, mórbidas dormências
Dos teus abraços de letais flexuras,
Produzem sensações de agres torturas,
Dos desejos as mornas florescências.
Braços nervosos, tentadoras serpes
Que prendem, tetanizam como os herpes,
Dos delírios na trêmula coorte…
Pompa de carnes tépidas e flóreas,
Braços de estranhas correções marmóreas,
Abertos para o Amor e para a Morte!
Fúlgido = Brilhante ou cintilante; que emite ou reflete
luz. Que tem brilho: raios fúlgidos.
Alvura = Característica ou particularidade daquilo que é
muito alvo (branco); brancura.
Lactescência = Qualidade de um líquido que se
assemelha ao leite.
As figuras de estilo mais evidentes são as metáforas (v.1 e
2), sinestesia (v. 8 e 5), comparação (v. 10) e assíndetos por
toda primeira estrofe.
Alphonsus de Guimaraens (1870 - 1921)
Cursa a Escola de Minas de Ouro Preto quando perde sua noiva Constança, em 28 de
dezembro de 1888.
Pouco tempo depois, transfere-se para São Paulo, onde cursa a Faculdade de Direito do
Largo São Francisco, na qual se forma em 1894.
Casa-se com Zenaide de Oliveira em 1897 e em 1906 passa a ser juiz da cidade de
Mariana, ainda em Minas, lugar de onde não saiu mais e criou 14 filhos!
Alphonsus Guimaraens é considerado o autor místico do Simbolismo, pela evidência de
um triângulo em sua obra: misticismo, amor e morte.
Seu primeiro livro publicado em 1899 é em forma de poemas, chamado Dona Mística.
Um tempo depois, em 1902, escreve e publica Kyriale sob o pseudônimo consagrado de
Alphonsus Guimaraens.
A vida do autor norteia sua obra através dos marcos da morte da noiva e da devoção à
Maria, envoltos em um clima de misticismo exacerbado, no qual a morte é vista como o meio
de aproximação do amor (Constança) e de Maria (figura religiosa).
O autor morreu em 15 de julho do ano de 1921, conhecido como “O solitário de
Mariana”, por ter vivido isolado dos acontecimentos.
Afonso Henriques
da Costa
Guimarães
nasceu em 24 de
julho de 1870, em
Ouro Preto, Minas
Gerais.
Alphonsus de Guimaraens
Características
Alphonsus dedicou-se obsessivamente à evocação da morte em seus
poemas, cingida por elementos representativos, tais como as flores murchas, a
cor lilás, o predomínio da noite sobre o dia, os anjos, o sorriso de outrora
convertido em lágrimas e o ressentimento daquele que permaneceu solitário,
impedido de acompanhar o ser amado na morte.
Alphonsus de Guimaraens
Hão de chorar por ela os cinamomos
Hão de chorar por ela os cinamomos,
Murchando as flores ao tombar do dia.
Dos laranjais hão de cair os pomos,
Lembrando-se daquela que os colhia.
As estrelas dirão - "Ai! nada somos,
Pois ela se morreu silente e fria... "
E pondo os olhos nela como pomos,
Hão de chorar a irmã que lhes sorria.
A lua, que lhe foi mãe carinhosa,
Que a viu nascer e amar, há de envolvê-la
Entre lírios e pétalas de rosa.
Os meus sonhos de amor serão defuntos...
E os arcanjos dirão no azul ao vê-la,
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O Simbolismo na Literatura

  • 2. Simbolismo Simbolismo é um movimento literário da poesia e das outras artes que surgiram na França, no final do século XIX, como oposição ao Realismo, ao Naturalismo e ao Parnasianismo, ou seja, surgiu como uma reação às correntes materialistas e cientificistas daquela época. Movido pelos ideais românticos, estendeu suas raízes à literatura, aos palcos teatrais, às artes plásticas. Teve suas origens de As Flores do Mal, do poeta Charles Baudelaire. No Brasil, teve como marco inicial as publicações de Missal e Broqueis de Cruz e Sousa (1893) e marco final em 1902, com a publicação de Os sertões de Euclides da Cunha.O Cristo Amarelo, Paul Gauguin, 1889.
  • 3. Contexto histórico - 2ª Revolução Industrial - Segundo Reinado (D. Pedro II) - Capital: Rio de Janeiro - Abolição da escravatura (1888) - Proclamação da República (1889)
  • 4. As Flores do Mal (Baudelaire) As Flores do Mal reúnem, de modo exemplar, uma série de motivos da obra do poeta: a queda; a expulsão do paraíso; o amor; o erotismo; a decadência; a morte; o tempo; o exílio e o tédio. «Neste livro atroz, pus todo o meu pensamento, todo o meu coração, toda a minha religião (travestida), todo o meu ódio.», escreveu Baudelaire sobre este livro numa carta. Em 1857, no dia 25 de Junho, são publicadas As Flores do Mal. O livro foi logo violentamente atacado pelo Le Figaro e recolhido poucos dias depois sob acusação de insulto aos bons costumes. Em 1860 sai a segunda edição de As Flores do Mal.
  • 5. Sociedade e cultura Com o capitalismo e a evolução da ciência e da tecnologia, o mundo volta seu olhar para os interesses materiais. Entretanto, a classe trabalhadora não obteve melhorias em suas condições de vida, principalmente por causa da exploração de mão de obra como meio de auferir grandes lucros pelos empreendedores capitalistas. Isso gerou insatisfação e frustração ao homem comum, que passa a buscar conforto no lado místico e espiritual do universo. Tal busca pelo subjetivismo revela-se na arte como um retorno ao Romantismo, em que o anseio pelo refúgio fora do mundo real era valorizado. Nesse sentido, o predomínio da emoção supera o cientificismo e o objetivismo do período anterior, mas uma emoção carregada de frustrações e tristezas em decorrência do momento vivido na época.
  • 6. Características - Predominância da emoção; - O objeto deve estar subentendido, não se mostrando claramente – daí o "símbolo"; - Musicalidade (através de aliterações, assonâncias e outras figuras de estilo); - Referências a cores, principalmente à branca; - Presença de motivos religiosos; a poesia representaria uma espécie de ritual; - Sonho, imaginação e espiritualismo; - Subjetividade; - Culto à forma, com influências parnasianas; - Uso da figura de linguagem sinestesia, que representa a fusão de sensações (beijo amargo, cheiro azul), além de outras como personificação e metáfora; - Abordagem vaga de impressões subjetivas e/ou sensoriais (Impressionismo), sobretudo na pintura.
  • 7. Principais autores FRANÇA Charles Baudelaire Arthur Rimbaud Paul Verlaine PORTUGAL Eugênio de Castro Antônio Nobre Camilo Pessanha
  • 8. Cruz e Sousa (1861 - 1898) Foi filho de escravos alforriados e criado pelos patrões de seus pais. Por ser negro, sofreu com o preconceito racial: não pôde, por exemplo, assumir o cargo de Promotor Público em Laguna, Santa Catarina. Começou sua carreira jornalística e literária em Desterro, colaborando para jornais e escrevendo textos abolicionistas. Nessa época publicou “Tropos e Fantasias” em parceria com Vírgílio Várzea. Apesar de tanto sofrimento, Cruz e Sousa é considerado o maior e melhor escritor simbolista brasileiro, suas obras “Missal” e “Broqueis” marcam o início deste período literário no Brasil, em 1893. Cruz e Sousa, é claro, não fugiu destas características, além delas, seus textos falam sobre morte, Deus, mistérios da vida e personagens marginalizados. Sua linguagem é muito rica e seus poemas mais longos possuem grande musicalidade. Cruz e Sousa (Dante Negro) nasceu em Desterro, atual Florianópolis – Santa Catarina - em 1861 e morreu em Minas Gerais em 1898.
  • 9. Cruz e Sousa Características - Pessimismo - Perfeccionismo formal - Metáforas Obras - Vida Obscura - Triunfo Supremo - Sorriso Interior - Monja Negra Obras Póstumas - Evocações - Faróis - Últimos Sonetos - O Livro Derradeiro
  • 10. Cruz e Sousa Braços Braços nervosos, brancas opulências, Brumais brancuras, fúlgidas brancuras, Alvuras castas, virginais alvuras, Lactescências das raras lactescências. As fascinantes, mórbidas dormências Dos teus abraços de letais flexuras, Produzem sensações de agres torturas, Dos desejos as mornas florescências. Braços nervosos, tentadoras serpes Que prendem, tetanizam como os herpes, Dos delírios na trêmula coorte… Pompa de carnes tépidas e flóreas, Braços de estranhas correções marmóreas, Abertos para o Amor e para a Morte! Fúlgido = Brilhante ou cintilante; que emite ou reflete luz. Que tem brilho: raios fúlgidos. Alvura = Característica ou particularidade daquilo que é muito alvo (branco); brancura. Lactescência = Qualidade de um líquido que se assemelha ao leite. As figuras de estilo mais evidentes são as metáforas (v.1 e 2), sinestesia (v. 8 e 5), comparação (v. 10) e assíndetos por toda primeira estrofe.
  • 11. Alphonsus de Guimaraens (1870 - 1921) Cursa a Escola de Minas de Ouro Preto quando perde sua noiva Constança, em 28 de dezembro de 1888. Pouco tempo depois, transfere-se para São Paulo, onde cursa a Faculdade de Direito do Largo São Francisco, na qual se forma em 1894. Casa-se com Zenaide de Oliveira em 1897 e em 1906 passa a ser juiz da cidade de Mariana, ainda em Minas, lugar de onde não saiu mais e criou 14 filhos! Alphonsus Guimaraens é considerado o autor místico do Simbolismo, pela evidência de um triângulo em sua obra: misticismo, amor e morte. Seu primeiro livro publicado em 1899 é em forma de poemas, chamado Dona Mística. Um tempo depois, em 1902, escreve e publica Kyriale sob o pseudônimo consagrado de Alphonsus Guimaraens. A vida do autor norteia sua obra através dos marcos da morte da noiva e da devoção à Maria, envoltos em um clima de misticismo exacerbado, no qual a morte é vista como o meio de aproximação do amor (Constança) e de Maria (figura religiosa). O autor morreu em 15 de julho do ano de 1921, conhecido como “O solitário de Mariana”, por ter vivido isolado dos acontecimentos. Afonso Henriques da Costa Guimarães nasceu em 24 de julho de 1870, em Ouro Preto, Minas Gerais.
  • 12. Alphonsus de Guimaraens Características Alphonsus dedicou-se obsessivamente à evocação da morte em seus poemas, cingida por elementos representativos, tais como as flores murchas, a cor lilás, o predomínio da noite sobre o dia, os anjos, o sorriso de outrora convertido em lágrimas e o ressentimento daquele que permaneceu solitário, impedido de acompanhar o ser amado na morte.
  • 13. Alphonsus de Guimaraens Hão de chorar por ela os cinamomos Hão de chorar por ela os cinamomos, Murchando as flores ao tombar do dia. Dos laranjais hão de cair os pomos, Lembrando-se daquela que os colhia. As estrelas dirão - "Ai! nada somos, Pois ela se morreu silente e fria... " E pondo os olhos nela como pomos, Hão de chorar a irmã que lhes sorria. A lua, que lhe foi mãe carinhosa, Que a viu nascer e amar, há de envolvê-la Entre lírios e pétalas de rosa. Os meus sonhos de amor serão defuntos... E os arcanjos dirão no azul ao vê-la, Pensando em mim: - "Por que não vieram juntos?"