1. CEIC – Angelo – 20/03/2012
disponível em www.slideshare.net/angelojmb
2. Compreender o contexto histórico,
social e cultural da época do
nascimento da Doutrina Espírita
Correlacionar pontos principais da
Doutrina Espírita com este contexto
Perceber as ações da espiritualidade
para o advento da Doutrina Espírita
3. “... elevados Espíritos da Filosofia e da
Ciência , reencarnados particularmente na
França, iam combater os erros da sociedade
e da política ...”
A Caminho da Luz, cap. XXI
Montesquieu, Rousseau, Voltaire e os
enciclopedistas
Apoio da Burguesia e combate do Clero e
da Nobreza
4. Crise do Absolutismo na França
Liberdade, Igualdade e Fraternidade
O Terror
A Era Napoleônica
“A França atraía para si as mais dolorosas
provações coletivas nessa torrente de
desatinos.”
A Caminho da Luz, cap. XXII
5. Liberalismo econômico e político
Revoluções liberais de 1830 e 1848
Revolução Industrial e transformação social
Lutas operárias, socialismo e anarquismo
“Uma revolução sociológica de
conseqüências imprevisíveis ameaça a
estabilidade da própria civilização, ...”
A Caminho da Luz, cap. XXIII
6. Ciência “O orbe, com as suas
instituições sociais e
Filosofia políticas, havia atingido
um período de
Sociologia grandiosas
transformações, que
Artes requeriam mais de um
século de lutas dolorosas
Arquitetura e e remissoras,...”
A Caminho da Luz, cap. XXIII
Urbanismo
7. “Aliada do Estado e vivendo à mesa dos
seus interesses econômicos, a Igreja não
cuidou de outra coisa que não fosse o seu
reino perecível. Esquecida de Deus, nunca
procurou equiparar a evolução do homem
físico à do homem espiritual, prendendo-se a
interesses rasteiros e mesquinhos da política
temporal.”
A Caminho da Luz, cap. XXIII
8. Sobrevivência da alma – reabilitação do
Cristianismo e de seu Evangelho
Reencarnação – caminho do progresso
Renovação íntima x Reforma exterior
Lei das compensações - responsabilidade
Igualdade relativa – esforço individual
Evolução x Revolução, evita a opressão
A Caminho da Luz, cap. XXIII
9. Para saber mais...
A Era das Revoluções – 1789 a 1848
A Era do Capital – 1848 a 1875
Paris
Aconteceu assim...
Liberdade, Igualdade e Fraternidade (OP, 1ª Parte)
Auto de fé de Barcelona (OP, 2ª Parte)
Para refletir...
Como a Espiritualidade preparou o advento da
Doutrina Espírita?
Notas do Editor
06. Contexto da França no Século XIX Temas: Contexto histórico, social e cultural da França no séc. XIX A Doutrina Espírita no contexto do séc. XIX Ações da Espiritualidade para o advento da Doutrina Espírita Bibliografia: A caminho da Luz, Francisco Cândido Xavier, cap. 22 a 24 A era das Revoluções - 1789 a 1845, Eric Hobsbawm A era do capital - 1848 a 1875, Eric Hobsbawm
Dúvidas de quem leu; dúvidas de quem não leu => anotar no quadro. Para melhor aproveitamento das discussões em sala, favor considerar as questões abaixo: qual o significado do conceito “Iluminismo” e quais suas principais características? quais os principais eventos políticos na França no período de 1789 a 1870? quais as consequências da Revolução Industrial nas relações econômicas e sociais do séc. XIX? Bibliografia adicional utilizada Filmes “Os Miseráveis” e “Germinal” Dicionário Universitário dos Filósofos Paris Londres e paris no séc. XIX, págs. 51-55, 65, 68, 69, 75, 76 e 120 http://www.youtube.com/watch?v=ik8nv536EPM&feature=related http://blog.meiapalavra.com.br/2011/05/19/la-boite-a-pensees-a-paris-de-haussmann/
“ O século XVIII iniciou-se entre lutas igualmente renovadoras, mas ..., fazendo soçobrar os princípios do direito divino, em nome do qual se cometiam todas as barbaridades.” A Caminho da Luz, cap. XXI Montesquieu – divisão de poderes políticos Rousseau - Contrato Social: indivíduo deve concordar em se submeter à vontade geral, expressa na lei e representada pelo governante Voltaire – independência da razão humana e defesa das liberdades civis, inclusive religiosa. Diderot e D’Alembert – Enciclopedia – crítica sistemática das concepções científicas e sociopolíticas da Europa do séc. XVIII, combatendo o absolutismo e a Igreja. Somente a razão poderia trazer a luz e o conhecimento.
“ Um mundo de sombras invadia as consciências da França generosa, chamada, naquela época, pelo plano espiritual, ao cumprimento de sagrada missão junto à Humanidade sofredora. ... no sentido de quebrar o cetro da realeza absoluta, organizando um novo processo administrativo na renovação dos organismos políticos do orbe, de acordo com as sábias lições dos seus filósofos e pensadores.” “ Todavia, ... muitas outras personalidades, infelizmente, espreitavam na treva o momento psicológico para saciar a sede de sangue e de poder. ... A volúpia da vitória generalizou uma forte embriaguez de morticínio no ânimo das massas, conduzindo-as aos mais nefastos acontecimentos.” [ Morte de Deus e estado laico ] “ A Convenção Nacional, apesar das garantias que a Constituição de 1791 oferecia à pessoa do Rei, decretou-lhe a morte na guilhotina,...” “ A França atraía para si as mais dolorosas provações coletivas nessa torrente de desatinos. Com a influência inglesa, organiza-se a primeira coligação européia contra o nobre país.” [ lei causa e efeito - invasões de 1814, 1871 e 1940 ] “ ... [ Joanna D’Arc ] volta ao ambiente da antiga pátria, à frente de grandes exércitos de Espíritos consoladores, confortando as almas aflitas e aclarando novos caminhos. Numerosas caravanas de seres flagelados, fora do cárcere material, são por ela conduzidos às plagas da América, para as reencarnações regeneradoras, de paz e de liberdade.” A Caminho da Luz, cap. XXII
Adam Smith – A Riqueza das Nações ( 1776 ): a riqueza de um país não provém da quantidade de dinheiro acumulado internamente ( teoria econômica absolutista ), mas sim da atividade manufatureira; divisão do trabalho para aumentar a produtividade, lei da oferta e da procura; a busca da vantagem individual beneficiaria toda a sociedade; livre comércio entre as nações. Proposta iluminista - liberdade, igualdade e fraternidade: fim dos privilégios de nascimento da nobreza, especialmente os direitos políticos; os homens nascem iguais e livres, embora se diferenciem pelo talento e pelo esforço; governantes devem se submeter a leis que garantam direitos aos indivíduos, especialmente os direitos à liberdade religiosa e de opinião 1830 – monarquia absoluta x constitucional, independência e nacionalismo. 1848 – revolta generalizada na Europa com grande participação dos trabalhadores urbanos: baixos salários, aumento dos preços dos alimentos por queda na produção agrícola e maior participação política com o voto universal. Derrota dos movimentos populares e consolidação do projeto liberal – participação política limitada aos que tinham propriedade e abandona das reformas econômicas e sociais. Expansão da Revolução Industrial pela Europa – surgimento de indústria e cidades industriais levou à expansão dos meios de transporte e do comércio internacional, prejudicando a manufatura local ( artesãos ); aumento produtividade agrícola permitiu a liberação de trabalhadores para as cidades e explosão demográfica; grandes burgueses valorizam o trabalho e o comércio, anteriormente vistos como desonrosos pelos nobres, e acreditam no progresso constante da humanidade; pequena burguesia se expande com comerciantes, profissionais liberais e alto funcionalismo público acreditando que seus esforços os levariam ao enriquecimento; operariado crescente, sem participação política e condições de vida muito precárias: habitação, saneamento, condições de trabalho, baixa remuneração. Porém, o modo de vida agrícola e a concentração do poder político na nobreza ainda eram a norma na Europa. Lutas pelos direitos dos trabalhadores: bairros operários próximos às fábricas no centro das cidades; sindicatos e sociedades de auxílio mútuo - solidariedade entre os trabalhadores. Socialismo utópico ( ideal de cooperação, harmonia e justiça ) e científico ( luta de classes, fim do capitalismo e propriedade estatal ). Anarquia: participação política é individual, sem representantes, leis ou autoridades – necessidade de revolução social não pacífica. Perigos da igualdade absoluta.
Tipografia, comunicação, transporte, eletricidade, magnetismo, química e a fisiologia Kant e o “fim” da metafísica; aliança com a ciência racional e materialista contra os dogmas absurdos da Igreja; Hegel – pretendia concilIar e fundir na razão todas as doutrinas e toda forma de cultura; Marx – materialismo histórico e dialético; Schopenhauer – filosofia existencial trágica e pessimista que influenciaria a filosofia e a literatura modernas Positivismo de Comte – busca das certezas apenas na ciência e em seus métodos: busca de constâncias observáveis e de relações entre fenômenos; rumo à ordem pelo progresso; a fé na Ciência, nova religião da Humanidade; observação da sociedade. Tocqueville – expõe as contradições da democracia, especialmente a paixão pela igualdade absoluta: prejuízo à liberdade, atomização social, individualismo e materialismo. Romantismo é forte influência nas ideias políticas e sociais da burguesia revolucionária com sua visão de mundo centrada no indivíduo, evidenciando dramas humanos, amores trágicos, ideais utópicos, heroísmo e desejos escapistas. Tem forte componente anti-elitista e popular – pessoas simples, folclore e lendas nacionais. O Realismo reage ao Romantismo, especialmente suas excentricidades e idealizações, e se desenvolveu baseada na observação da realidade, da razão e da ciência, denunciando os vícios e os males da sociedade. A partir de Napoleão III e do prefeito Haussmann, Paris se transformou radicalmente a duras penas. Pretendia-se, além de tornar a cidade mais bela e imponente, cessar com as barricadas, insurreições e combates populares muito recorrentes na época e expulsaria seus antigos moradores centrais de classe trabalhadora, para a periferia, a partir da verdadeira demolição das ruas e construções antigas da cidade ( a maior parte da cidade medieval foi destruída e 60% das edificações ) para uma nova organização geométrica de casas e comércios idênticos. Avenidas, pontes, abastecimento de água e esgoto, Place de l’Opera e entorno do Arco do Triunfo, onde grande mansões foram erguidas entre 1860 e 1868 sobre os escombros da antiga cidade.
Onde se encontram, porém, as forças morais capazes de realizar o grande milagre da elucidação de todos os espíritos? A Igreja Romana, que nutria a civilização ocidental desde o seu berço, era, por força das circunstâncias, a entidade indicada para resolver o grande problema. A Caminho da Luz, cap. XXIII Responsabilidades da Igreja: longe da exemplificação do Nazareno, amontoara todos os tesouros inúteis, intensificando as necessidades das massas sofredoras. Extorquia, antes de dar, conservando a ignorância em vez de espalhar a luz do conhecimento. A Caminho da Luz, cap. XXII Em vão o mundo esperou as realizações cristãs, iniciadas no império de Constantino. Aproximando-se o ano de 1870, que assinalaria a falência da Igreja com a declaração da infalibilidade papal, o Catolicismo experimenta provações amargas e dolorosas. Exaustos de suas imposições, todos os povos cultos da Europa não enxergaram nas suas instituições senão escolas religiosas, limitando-se lhes as finalidades educativas e controlando-se-lhes o mecanismo de atividades A Caminho da Luz, cap. XXIII
Onde se encontram, porém, as forças morais capazes de realizar o grande milagre da elucidação de todos os espíritos? O Espiritismo seria a essência dessas conquistas novas, reconduzindo os corações ao Evangelho suave do Cristianismo. O Espiritismo vinha, desse modo, na hora psicológica das grandes transformações, alentando o espírito humano para que se não perdesse o fruto sagrado de quantos trabalharam e sofreram no esforço penoso da civilização. “ ... distante de todas as guerras pela compreensão dos laços fraternos que reúnem a comunidade universal, ensina a fraternidade legítima dos homens e das pátrias, das famílias e dos grupos, alargando as concepções da justiça econômica e corrigindo o espírito exaltado das ideologias extremistas. ... só o Espiritismo pode representar o valor moral onde se encontre o apoio necessário à edificação do porvir. ... prossegue ele, o Espiritismo, a sua obra educativa junto das classes intelectuais e das massas anônimas e sofredoras, preparando o mundo de amanhã com as luzes imorredouras da lição do Cristo.” A Caminho da Luz, cap. XXIII