O documento discute uma proposta de abordagem pedagógica no atendimento a grupos juvenis. Ele apresenta 5 pontos fundamentais sobre a juventude que devem ser considerados: 1) os jovens costumam se organizar em grupos; 2) cada grupo juvenil tem suas próprias características; 3) é preciso considerar a localização geográfica e cultural dos grupos; 4) também é importante levar em conta a faixa etária; 5) não existe uma receita mágica para o trabalho com jovens. Em seguida, o documento discute alguns mé
1. METODOLOGIA DO TRABALHO
COM AS JUVENTUDES
Uma proposta de abordagem
pedagógica no atendimento aos
grupos juvenis.
José Aniervson S. Santos
Especialista em Juventude
2. • Antes de começarmos a falar das metodologias
de trabalho com jovens é necessário entender
alguns pontos fundamentais sobre a juventude.
José Aniervson S. Santos
Especialista em Juventude
3. • 1º - não é regra, mas os/as jovens costumam se
organizar em grupo;
• 2º - cada agrupamento juvenil detém de suas
próprias características especificas;
• 3º - é preciso estar atento/a para a localização
geográfica e/ou cultural desses grupos;
• 4º - também levar em consideração a sua faixa
etária,
• 5º - não existe uma receita mágica e nem uma
seqüência lógica para o trabalho com jovens.
Vejamos então...
José Aniervson S. Santos
Especialista em Juventude
4. 1º - não é regra, mas os/as jovens
costumam se organizar em grupo
José Aniervson S. Santos
Especialista em Juventude
5. • Esses são alguns exemplos de grupos de jovens
que podemos citar. Existem tantos outros, com
características distintas e funções distintas.
• Mas os grupos não é a única forma de
organização dos jovens. Quais outras formas
podemos citar?
6. 2º - cada agrupamento juvenil detém
de suas próprias características
específicas
• Não se pode confundir: JOVEM e JUVENTUDE,
parecem a mesma coisa, mas necessariamente
não é. Vejamos um exemplo:
• “os jovens, mesmo não sendo „juventude‟ (jovens
articulados e organizados autonomamente),
exercem um tipo de protagonismo na sociedade.
Pe. Hilário Dick
José Aniervson S. Santos
Especialista em Juventude
7. 3º - é preciso estar atento/a para a
localização geográfica e/ou cultural
desses grupos
• Cada região do país possui uma forma diferente
do seu povo se vestir, comer, trabalhar, etc.
• Essas questões contribuem diretamente na
construção do comportamento e da
personalidade da pessoa, e inclusive dos/as
jovens;
• É preciso olhar para cada região/cultura com um
olhar “curioso” para entender as manifestações
daquele povo.
José Aniervson S. Santos
Especialista em Juventude
8. 4º - também levar em consideração a
sua faixa etária
• Em cada grupo etário é possível visualizar as suas
especificidades:
• As crianças, por exemplo, brincam e costumam se
sujar na lama...
• Os/as adolescentes, por sua vez, desejam
maquiagem mais forte, ficar na rua até tarde, beijar
e namorar...
• Os/as adultos, estão muito atarefados/as com o
trabalho, agenda lotada, compromissos sérios,
família...
• E os/as jovens? São iguais aos outros grupos
etários? José Aniervson S. Santos
Especialista em Juventude
9. 5º - não existe uma receita mágica e
nem uma seqüência lógica para o
trabalho com jovens
• Para o trabalho com jovens dá certo, não se pode
querer seguir a risca uma receita ou uma
seqüência de passos, como se fosse uma mágica.
• Olhar para essas questões anteriores ajuda um
pouco na escolha da metodologia de abordagem
junto aos/as jovens, mas também não são as
únicas ferramentas.
José Aniervson S. Santos
Especialista em Juventude
10. ...para início de estudo
• Vamos fazer uma escolha em estudar os/as
jovens organizados/as em GRUPO.
• Para isso, fazemos a seguinte pergunta:
• O que é um grupo?
José Aniervson S. Santos
Especialista em Juventude
11. Uma união de pessoas que vivem uma relação de
iguais
José Aniervson S. Santos
Especialista em Juventude
12. • Podemos dizer que um grupo é um conjunto de
pessoas movidas por necessidades semelhantes
que se reúnem em torno de uma tarefa
específica. Mesmo tendo um objetivo mútuo (em
comum), cada participante é diferente.
(FREIRE apud PICHON-RIVIÈRE, 1992)
José Aniervson S. Santos
Especialista em Juventude
13. EU NÃO SOU VOCÊ
VOCÊ NÃO É EU • Na sua, minha, omissão
• Eu não sou você • Na sua, minha, firmeza
• Você não é eu • Na sua, minha, impaciência
• Mas sei muito de mim • Na sua, minha, prepotência
• Vivendo com você • Na sua, minha, fragilidade
• E você, sabe muito de você doce
vivendo comigo? • Na sua, minha, mudez
• Eu não sou você aterrorizada
• Você não é eu • E você se encontrou e se viu,
enquanto olhava pra mim?
• Mas encontrei comigo e me vi
enquanto olhava pra você • Eu não sou você
• Na sua, minha, insegurança • Você não é eu
• Na sua, minha, desconfiança • Mas foi vivendo minha solidão
que conversei com você
• Na sua minha, competição
...
• Na sua, minha, birra infantil José Aniervson S. Santos
Especialista em Juventude
14. • E você conversou comigo na
• Eu não sou você
sua solidão ou fugiu dela, de
mim e de você? • Você não é eu
• Eu não sou você • Mas somos um grupo,
enquanto somos capazes de,
• Você não é eu
diferenciadamente, eu ser eu,
• Mas sou mais eu, quando vivendo com você e
consigo lhe ver, porque você
• Você ser você, vivendo comigo.
me reflete
• No que eu ainda sou
• No que já sou e
• No que quero vir a ser...
José Aniervson S. Santos
Especialista em Juventude
15. Tipos de Grupos
• Primário (família) Os microgrupos
• Secundário (grupos de
trabalho, estudo, instituições, • Sociogrupo (possui uma
etc) característica estruturada)
• Psicogrupo (grupo centrado
em sim mesmo e estruturado
em função de seus próprios
membros)
José Aniervson S. Santos
Especialista em Juventude
16. Algumas características dos grupos
• Imprevisibilidade
• Mudanças e movimentos contínuos
• Formas sempre inéditas
• Configurações singulares
José Aniervson S. Santos
Especialista em Juventude
17. Princípio metodológico
• O trabalho com as juventudes deve partir de um
lugar – se o/a educador/a partisse do lugar de
onde o/a jovem fala (realidade) a metodologia
seria mais libertadora.
José Aniervson S. Santos
Especialista em Juventude
18. Pode @ jovem falar?
• Na tradição judaica os jovens não podiam falar.
• E hoje, a igreja deixa os/as jovens falarem?
• A educação deixa os/as jovens falarem?
• A política deixa os/as jovens falarem?
• A PJ deixa os/as jovens falarem?
.........
José Aniervson S. Santos
Especialista em Juventude
20. • Para termos clareza de qual metodologia seja
mais “eficaz” em nossa abordagem com a
juventude, é necessário antes compreender o
que é a Pedagogia, Método e Metodologia.
José Aniervson S. Santos
Especialista em Juventude
21. Pedagogia?
• Refere-se tanto aos instrumentos como às
atitudes e estratégias consideradas prioritárias
para a ação com a juventude, de acordo com a
realidade da juventude na localidade.
José Aniervson S. Santos
Especialista em Juventude
22. Metodologia?
• Séries de princípios práticos que concretizam a
pedagogia e condicionam o método.
José Aniervson S. Santos
Especialista em Juventude
23. Método?
• Está ligado diretamente a “forma de fazer” e é
válido para conseguir atingir determinados
resultados.
• Vejamos um exemplo...
José Aniervson S. Santos
Especialista em Juventude
24. Segundo o livro “Civilização do Amor, Tarefa e Esperança” a PJ
assume:
José Aniervson S. Santos
Especialista em Juventude
25. Pedagogia:
• O grupo ou a comunidade jovem;
• O processo de educação na fé;
• A especificidade;
• A organização,
• O acompanhamento.
José Aniervson S. Santos
Especialista em Juventude
26. Metodologia:
• Ver;
• Julgar;
• Agir;
• Rever,
• Celebrar.
José Aniervson S. Santos
Especialista em Juventude
27. Método:
• Revisão de vida;
• Formação experiencial;
• Catequético;
• Planejamento Pastoral,
• Leitura Orante da Bíblia
José Aniervson S. Santos
Especialista em Juventude
28. ...um pouco de conversa
• Esses são os princípios metodológicos da PJ na
América Latina;
• O que vamos estudar serão os métodos, como
opção metodológica para atingir os objetivos,
• A lista abaixo não esgota outros métodos
também eficazes no trabalho com jovens.
Devemos pesquisar sempre antes de usar um
método específico.
José Aniervson S. Santos
Especialista em Juventude
29. Métodos que vamos estudar
• Método de Revisão de Vida;
• Método do Planejamento Pastoral;
• Método da Leitura Orante da Bíblia;
• Método Protagonizador;
• Método Missionário.
José Aniervson S. Santos
Especialista em Juventude
30. Método da Leitura Orante da Bíblia
• O objetivo desse método é a interiorização da
palavra de Deus encarnada na vida dos/as
jovens e em seu contexto.
• Alguns passos também se fazem necessário para
ajudar os/as jovens a fazerem uma boa leitura
orante da Bíblia. Vejamos...
José Aniervson S. Santos
Especialista em Juventude
31. • 1º ponto – situação
• Escolher uma situação – fato – realidade pessoal, ou
social contidos ou aludidos no texto da Escritura
escolhido.
• 2º ponto – leitura
• Fazer a leitura primeiro em voz alta e depois em
silêncio e passa-se seu estudo, assim:
Nível literário: estilo, personagens, expressões,
ambientes, cenas, etc;
Nível sociológico ou histórico: análise social do texto,
conflitos, perguntas que faziam, necessidades, etc;
Nível teológico: pergunta central – qual a mensagem
do texto para aquele tempo e para nós hoje? O que
Deus queria dizer, e quer dizer hoje?
José Aniervson S. Santos
Especialista em Juventude
32. • 3º ponto – celebração
• Culmina-se com uma celebração da passagem do
Senhor pela vida do grupo, podendo utilizar:
orações espontâneas, oração com um salmo ou
um canto, etc. Pode resumir a mensagem numa
frase, escrita e afixada em um lugar na parede.
• 4º ponto – próximo encontro
• Escolhe-se o texto para o próximo encontro,
verifica-se aspectos da realidade a serem
consideradas e distribui subsídios e
responsabilidades na preparação.
José Aniervson S. Santos
Especialista em Juventude
33. Método de Revisão de Vida
• Esse método tem o objetivo de fazer um
caminho de espiritualidade de forma libertadora
e encarnada na realidade evangélica.
• Alguns passos para a utilização desse método
deve ser levado em consideração. São eles:
José Aniervson S. Santos
Especialista em Juventude
34. • 1º momento: VER
• Abordar um “fato da vida” em que se ache
pessoalmente envolvido(s) algum(uns) dos
integrantes do grupo.
• 2º momento – JULGAR
• Momento central da revisão de vida. Aqui deve-
se tomar posição diante do fato analisado.
• 3º momento – AGIR
• Aqui determina-se as atitudes que as pessoas
devem mudar em suas vidas.
• Deve-se também reservar tempo para a revisão
e a celebração.
José Aniervson S. Santos
Especialista em Juventude
35. Método do Planejamento Pastoral
• O objetivo desse método é a elaboração de um
planejamento pastoral global no respectivo nível
em que se planeja.
• A elaboração de um plano pode levar vários
meses, e sua execução pode abarcar um longo
período, de três a cinco anos, por exemplo.
• Vejamos alguns passos...
José Aniervson S. Santos
Especialista em Juventude
36. • O marco da realidade
• Determinar quais aspectos da realidade se quer
conhecer e a partir de que ponto de vista se
pretende fazê-lo. Aqui pode-se usar uma
pesquisa.
• O marco doutrinal
• Integra-se elementos que surgem da Palavra de
Deus, orientações do Magistério e das opções da
Igreja local.
• Diagnóstico Pastoral
• Descobrir as situações que necessitam de
respostas mais urgentes. Escolher dentro todas
apenas 3 ou 4 prioridades no trabalho pastoral.
José Aniervson S. Santos
Especialista em Juventude
37. • A programação
• Definição dos objetivos e das ações a serem
realizadas. A programação deve ser feita ao
menos uma vez por ano pela organização, para
definir as metas, atividades, datas, responsáveis
e recursos...
• A revisão e celebração
• A revisão do plano se dá em três instâncias:
periódica, parcial e geral. A celebração poderá
estar em cada etapa, como forma de motivação e
agradecimentos.
José Aniervson S. Santos
Especialista em Juventude
38. Método Protagonizador
• Esse método tem como objetivo tornar o/a
jovem capaz de fazer análise crítica e consciente
da realidade.
• É necessário buscar elementos mais próximos
possíveis das experiências dos/as jovens
envolvidos/as.
• Vejamos...
José Aniervson S. Santos
Especialista em Juventude
39. • 1ª etapa – aproximar
• É necessário aproximar-se dos/as jovens sem
“interesse” de modificá-los/as. Encontrá-los/as e
deixá-los/as falar. Deixar eles serem eles/as
mesmo/a.
• 2ª etapa – conhecer
• Nesse momento se faz necessário conhecer a
realidade do/a jovem em questão, seus anseios,
culturas, medos, expressões, etc
• 3ª etapa – construção
• O objetivo dessa etapa é construir uma forma de
abordagem específica ao grupo ao qual se
aproximou, observando as suas características (ex:
grafitagem, teatro, folclore, etc)
José Aniervson S. Santos
Especialista em Juventude
40. • 4ª etapa – protagonizando
• Proporcionar aos/as jovens um espaço onde
eles/as próprios/as tomem as decisões e sejam
responsáveis pelos resultados. Aqui a
criatividade deve ser muita, pois não faltam
meios de permitir que os/as jovens “apareçam”.
• 5ª etapa – celebrando
• Além de todas essas etapas, também se faz
necessário celebrar a vida da juventude. O
momento celebrativo não é apenas festa, mas
dispor aos/as jovens a alegria do conjunto e de
estar perto um/a do/a outro/a.
José Aniervson S. Santos
Especialista em Juventude
41. Método Missionário
• Esse método diz respeito a missionariedade
juvenil que deve ser trabalhada e potencializada,
não esquecendo que para isso deve-se observar
alguns princípios básicos.
• Visualizar primeiro que “missão” não é apenas ir
na casa de alguém, mas tomar partido com ela e
de sua situação e encarnar o evangelho a sua
vida.
• Vejamos...
José Aniervson S. Santos
Especialista em Juventude
42. • 1ª momento – reflexão
• Antes de sair para a missão, é necessário
primeiro refletir qual tipo de abordagem se
pretende fazer e qual objetivo se pretende
atingir.
• 2º momento – formação
• Também se faz necessário estudar além dos
textos das Escrituras sobre os fatores sociais e da
realidade ao qual se estará imersa para não
“errar” no contato com as pessoas.
• 3º momento – Leitura orante
• Talvez se fizesse necessário uma prática orante
da Bíblia antes mesmo de sair em missão.
José Aniervson S. Santos
Especialista em Juventude
43. • 4º momento – missão
• Esse é o momento de sair em missão. Deve-se
observar tudo aquilo que já foi abordado antes,
nesse curso. Levar em consideração a
localização, faixa etária, cultura, objetivos,etc.
Tentar aproximar ao máximo do grau
intelecto/cultural do público alvo.
• 5º momento – confronto
• VER x JULGAR – é necessário confrontar a
realidade que se viu com a que se sonha.
Analisar em conjunto o que se observou na
missão e o que pode ser transformado.
José Aniervson S. Santos
Especialista em Juventude
44. • 6º momento – agir transformador
• Esse é o momento do comprometer-se. Olhar
por olhar – julgar por julgar – não faz diferença
e nem muda realidade. Depois dessas etapas faz-
se necessário intervir na realidade que se
observou.
• 7º momento – celebração
• Mais uma vez a celebração se apresenta como
uma das etapas dos métodos, pois representa
reunir o povo para festejar a conquista, as lutas,
reconhecer as fraquezas e celebrar as vitórias.
José Aniervson S. Santos
Especialista em Juventude
45. E onde fica a dinamização?
• As dinâmicas, os exercícios e as técnicas não são
métodos, enquanto conjunto de etapas que
levam a um objetivo. São recursos utilizados
para a implementação dos métodos.
• Esses também devem ser escolhidos com
cuidado para não fugir das especificidades dos
grupos e de seus objetivos.
• A má utilização desse recurso, prejudica o
sucesso dos métodos.
José Aniervson S. Santos
Especialista em Juventude
46. Recapitulando...
José Aniervson S. Santos
Especialista em Juventude
47. • Vimos que existem diversas formas de trabalho
com as juventudes, nenhuma exclui a outra.
• Vimos também que os/as jovens costumam se
organizar em grupos e esses grupos têm
características diversas e distintas.
• Estudamos que jovens e juventude são fatores
diferentes, mas que podem se completar em
algum momento da história.
• Agora é hora de testar nossa aprendizagem.
José Aniervson S. Santos
Especialista em Juventude
48. Algumas perguntinhas para esquentar
• Quais os dois tipos de grupos que foram
apresentados nesse curso?
• E quais microgrupos?
• Qual a diferença/semelhança entre Jovens e
Juventude?
• Quais fatores importantes na escolha de uma
metodologia?
• Método e Metodologia são a mesma coisa? Qual
a diferença/semelhança?
José Aniervson S. Santos
Especialista em Juventude
49. • Agora, um ótimo trabalho a todos...
• Mãos na massa...
FIM
Obrigado!
José Aniervson S. Santos
Especialista em Juventude
50. José Aniervson Souza dos Santos
Especialista em Juventude – FAJE
E-mail: aniervson@hotmail.com
Blog: aniervson.wix.com/aniervson
SKYPE: aniervson
2011
José Aniervson S. Santos
Especialista em Juventude