Breve reflexão bíblico-teológica sobre o termo "Aparecida" em relação à Nossa Senhora, Maria Mãe de Jesus.

1. 12 DE OUTUBRO:
NOSSA SENHORA APARECIDA
Hoje festejamos Nossa Senhora Aparecida! Aparecida ao povo e do povo
brasileiro! Sem querer “aparecer» ela sempre apareceu! Sempre se fez presente,
companheira, assistente, solidária! Sem interesses pessoais!
É tão bom quando saindo de uma casa, ao despedir-nos, ouvimos nossa
gente dizer: «apareça tá!», «não esqueça de nós»! «volte sempre… as portas estão
abertas»! Isso significa «venha outra vez!», «você foi bem-vindo(a)», «sua presença foi motivo de alegria»,
“queremos bem a você!” É um convite para que apareçamos outra vez, voltemos a visitar!
Aparecer, então, é estar com, solidarizar-se, fazer-se presente, partilhar vida, levar ânimo, despertar
esperança, ajudar! Nem sempre é necessário programar-se... às vezes, as urgências nos imploram uma
decisão imediata! E aí, quem tem coração, seguindo o impulso da Caridade, muda de rumos! Foi por isso
que Jesus elogiou aquele samaritano da parábola... por essa atitude foi considerado “bom” (cf. Lc 10, 2537).
Aparecer é visitar, um gesto de gratuidade, de espontaneidade, de liberdade, de amor, de serviço;
gesto portador de alegria e conforto! Assim fez Maria!
•
Apareceu à Isabel, sua prima (cf. Lc 1, 39-45)… mas poderia ser a uma vizinha; Maria se fez
presente porque o que lhe movia a estender a mão, não era a euforia prazerosa da amizade mas
a certeza da necessidade da outra!
•
Apareceu também no Egito fugindo da opressão para proteger seu Filho! (cf. Mt 2,13-14). Por
causa da proteção à integridade do seu Filho, apareceu como libertadora; o Libertador é salvo da
violência à semelhança de Moisés, salvo das águas! (cf. Ex 2,1-10). Bravura de mãe: aparição
protetora, corajosa, forçada e de grande benefício! Ehh! Nem sempre somos movidos por desejo
pessoal, às vezes, podemos aparecer em algum lugar forçado pelas circunstâncias, por
sobrevivência, por amor aos outros!
•
Apareceu, certo dia, correndo e preocupada pelas ruas de Jerusalém procurando o
menino seu filho e, assim, angustiada chegou ao templo (cf. Lc 2, 41-50). Também hoje
quantas mães andam pelas ruas pesarosas por causa de seus filhos e, na Igreja, animadas pela
fé, encontram consolo e ânimo para continuar a missão!
•
Apareceu em Caná da Galiléia, naquela esperada festa de casamento (cf. Jo 2,1-10).
Imprevistos acontecem! E è aí que ela aparece para evitar o vexame aos noivos e, também o
desgosto aos convidados! Que bom quando sentimos uma presença Amiga ao nosso lado
estendendo-nos a mão na hora da nossa deficiência ou insuficiência… Aparece para ajudar! Às
vezes, basta aparecer, estar presente!

2. •
Apareceu aos pés da Cruz, no calvário, com nobre firmeza de ânimo contemplando seu filho
inocente crucificado (cf. Jo 19,25-27). É o mesmo drama de milhares de mães de hoje! Maria se
faz presente na vida do seu Filho da infância à adultez, na alegria e na dor; assim testemunha sua
fidelidade materna! Ela é a mestra do acompanhamento!
•
Passando à nossa história… ela também em nosso solo brasileiro se fez «presente». E
apareceu na escravidão, na negação radical da liberdade humana! Negra despedaçada,
desintegrada... Era denúncia da dignidade humana ofendida, e também Solidariedade que
despertava esperança! Quem provocou a “aparição” estava pescando! Continuemos nossa
pesca…! A pescar mais Justiça, mais Paz, Fraternidade, Solidariedade, Acolhida e Respeito pela
dignidade humana... Mãe Aparecida de nossa gente, rogai por nós!
Antônio de Assis Ribeiro (Pe. Bira) – sdb
MANAUS, 12.10.2013