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CAPÍTULO VI
PROTEÇÃO DOS PROCESSOS

Nota: Este capítulo faz parte do livro Gerenciamento de Riscos Industriais, registrado.
Qualquer utilização deste texto sem a correta citação da origem sujeita o infrator às oenas
legais.
Gerenciamento de Riscos Industriais
Fundação Biblioteca Nacional - Ministério da Cultura - Escritório de Direitos Autorais Certificado de Registro ou Averbação nº 123.087, Livro 190, Folha 202
(Análises de Property Loss Control, Análises de Risco, Segurança Industrial, Controle
Patrimonial), Inspeções de Riscos Industriais, Inspeções de Segurança.
Eng. Antonio Fernando Navarro
Rio de Janeiro, outubro de 1996
168
VI. Proteção dos Processos:
Este capítulo faz parte do conjunto do Livro Gerenciamento de Riscos Industriais e trata
especificamente da proteção dos processos, não especificamente a dos equipamentos e instalações
existentes, mas sim do ambiente onde esses sejam desenvolvidos, com o objetivo de preservar a
saúde e a vida humana, objeto das atividades dos Gerentes de Riscos. Esses profissionais, bastante
citados neste texto, são profissionais com formação multidisciplinar, com elevada percepção e
capazes de identificar os riscos antes que esses vêm a causar perdas ou danos. Contudo, o papel dos
Gerentes de Riscos não se restringe a uma atuação dita, "no chão de fábrica", mas também nas
demais áreas onde se desenvolvem as atividades ou são projetadas, como as de design, de construção
e montagem, logística, planejamento das atividades, recrutamento e seleção, capacitação de pessoal,
acompanhamento das atividades, movimentação de materiais, aquisição de equipamentos e
instalações, enfim, em cada uma das etapas do processo deve haver a intercambialidade de saberes,
para a sedimentação de uma Cultura de Segurança. Um aspecto importante é que deve se ter a
atenção direcionada para a questão do "acidente zero". Ainda não se conseguiu estabelecer condições
para que uma atividade não cause acidentes. Uma das razões é a do fato de contribuírem para a
ocorrência de um acidente dezenas de fatores, poucos controlados, alguns parcialmente sob
supervisão, e muitos que não se tem qualquer tipo de controle, ditos fatores aleatórios. Mesmo a
aleatoriedade não impede que sejam exercidas ações pró-ativas de prevenção,
Um processo é um conjunto de ações, encadeadas ou vinculadas, estabelecidas para se
obter um resultado palpável, que pode ser um produto ou bem. Assim, para que esse conjunto se
movimente podem ser requeridas ações que envolvam o Homem ou o emprego de equipamentos e
máquinas automáticas ou manuais. Proteger um processo de fabricação é empregar mecanismos e
instalações que o tornem mais seguro. Em praticamente todos os processos industriais há riscos.
Muitas vezes esses riscos se manifestam de forma descontrolada. De outra feita a ocorrência se dá
com uma manifestação prematura. Quase sempre a proteção de um processo pode ser feita de maneira
simples.
Serão abordadas e apresentadas algumas medidas de segurança que podem ser
adotadas, na preservação e na proteção do patrimônio das indústrias, notadamente no que se refere à
prevenção de perdas geradas por riscos emergenciais ou latentes. Nessa proposta poderá se verificar
que há medidas simples e imediatas e outras que poderão requer maior nível de atenção. Contudo,
não se deve esquecer das recomendações fornecidas pelos fabricantes dos equipamentos e pelos
projetistas das instalações industriais. Sabe-se hoje que a maior parte dos danos pode ser evitada se
não houver modificações no projeto ou nas instalações, cerca de 20% dos sinistros ocorridos são
devidos a mudanças não planejadas. O capítulo apresenta de forma consolidada, recomendações para
169
implementação por quando da execução de programas de gerenciamento de riscos nas atividades
industriais. Procurou-se relacionar algumas das atividades ou processos envolvendo a maior parte das
indústrias, não significando dizer que o assunto encontra-se esgotado.
Com a participação dos responsáveis pelas atividades de segurança do trabalho e
industrial, cada um poderá enriquecer este capítulo, com a criação de seus próprios fichários de
análise de riscos. Em nosso outro livro "Ferramentas Empregadas no Gerenciamento de Riscos"
apresentamos, além de Check List básico, aplicável a uma série de empreendimentos industriais, uma
série de modelos de formulários, voltados a vários tipos de situações.
A proteção dos processos, ou das áreas de processamentos de uma indústria, é tratada
dentro da Segurança Industrial. A Segurança Industrial é um dos módulos da Gerência de Riscos,
voltado à análise da segurança da atividade da empresa, de seu processo de produção e fabricação.
Como o nome bem pode definir trata da parte referente à segurança como um todo, não
especificamente um componente da segurança, voltada à indústria. Define-se Segurança Industrial
como o conjunto de medidas tomadas em um estabelecimento industrial, visando a redução do grau
de periculosidade dos riscos ou atividades, quer sejam emergentes ou potenciais, capazes de gerar
perdas materiais ou pessoais.
Apesar do nome não indicar, para que a Segurança Industrial seja completa deverá
estar voltada também para o Homem. Um operário bem treinado e municiado de todos os
equipamentos de proteção individual, necessários à sua atividade, está sujeito a sofrer menos
acidentes. Comparativamente aos operários mal treinados, os bem capacitados sofrem cerca de 10%
dos acidentes e os mal treinados 90% dos acidentes. Para que uma instalação fabril seja protegida
contra todo tipo de perdas materiais e pessoais, torna-se necessário, antes de qualquer coisa,
resguardar-se as pessoas que nela trabalham. Ficou comprovado, através de extensos trabalhos
estatísticos, que a grande maioria dos acidentes ocorridos no interior de instalações industriais devese à imperícia dos empregados, cerca de 23% dos acidentes onde haja a participação humana.
A Segurança Industrial é a junção de vários procedimentos e normas de segurança,
cujo objetivo maior é o de resguardar as instalações contra os riscos que as possam atingir. Para que o
objetivo de prevenção e de segurança venha a ser atingido, devem atuar na empresa equipes que
denominamos de “Equipes de Prevenção”.
O Gerente de Riscos é, modernamente, o chefe de um comitê permanente da empresa,
envolvendo todas as áreas produtivas da mesma. Desta forma, deve estar familiarizado com o
trabalho das Equipes de Prevenção existentes.

170
VI.1 Equipes de Prevenção de Riscos
Qualquer instalação industrial ou sistema de proteção contra incêndios, por mais caro
e sofisticado que seja, perde a sua finalidade se não existir uma equipe de funcionários treinados que
os possa operar. Desta forma, a não existência de pessoal qualificado e preparado para lidar com
situações de risco, onde seja necessário o manuseio desses sistemas, pode por em risco a segurança
de todo o conjunto industrial, com tudo aquilo nele contido, inclusive pessoas. Definem-se Equipes
de Prevenção como os grupos de funcionários da empresa voltados para atuar em áreas bem
específicas, que tem como função exclusiva a atenção para com os funcionários, a operação dos
equipamentos de proteção dos riscos ou a manutenção, de ordem preventiva, em todos os setores
industriais. São consideradas equipes de prevenção de riscos:
CIPAS, SESMTs, voltadas à prevenção dos riscos envolvendo pessoas;
Brigadas de Incêndio, voltadas ao manuseio dos equipamentos de combate aos riscos de incêndio,
principalmente;
Manutenção das Instalações;
Manutenção das Edificações.

VI.1.a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA
A CIPA é uma equipe de prevenção de acidentes, constituída por funcionários da
própria empresa, que tem como escopo a diminuição do número de acidentes causados, com ou sem a
participação do empregado, a orientação para situações de riscos, o treinamento de pessoas, e todo
um trabalho prevencionista, voltado ao operário da empresa. A CIPA é de grande valia para o
trabalho do Gerente de Riscos, devido às particularidades de suas atribuições.

VI.1.a.1. Recomendações ao trabalho das CIPAS:
Usualmente, as CIPAS têm um plano de trabalho bastante amplo, voltado à segurança
dos trabalhadores, pois que tem em sua estrutura representantes dos empregados e do empregador. Há
uma igual distribuição de seus membros. Todavia, essa importante "ferramenta" de divulgação de
informações e de apoio na fiscalização perde muito de sua importância quando os empregadores não
relevam as atividades do grupo. Algumas de suas atribuições são:
elaboração de semanas prevencionistas;
distribuição de diplomas àqueles que se destacaram em seus trabalhos prevencionistas;
inspeções contínuas às instalações da empresa;
Análise dos acidentes ocorridos;
divulgação de técnicas de prevenção de acidentes, por intermédio da exposição de filmes e de
palestras, e
• atividades quase todas programadas e previstas em regulamentos da empresa.
•
•
•
•
•

171
A título de colaboração, apresentamos a seguir uma série de tópicos que devem ser
incluídos nos programas de inspeção das CIPAS, durante as visitas de seus membros às instalações da
empresa. É lógico que um plano de inspeções não se esgota com meia dúzia de itens a serem
observados. É preciso muito mais do que isto. Alguns dos pontos de interesse são:
Os materiais, ao serem empilhados, não deverão obstruir os corredores e as passagens, de forma a
não dificultar o trânsito de pessoas, equipamentos e o fluxo de transporte de mercadorias e de
produtos acabados pelo interior da fábrica. Os problemas de empilhamento e estiva de materiais é
responsável por quase 6% dos acidentes pessoais, principalmente devido ao contato abrupto com
os trabalhadores, como a queda de materiais;
Os materiais, mercadorias e ferramentas, mesmo quando acondicionados em estantes ou
prateleiras, devem estar armazenados de modo a evitar o risco de deslizamento desses atingindo
algum operário. As suas pontas devem ser envolvidas em protetores, não se devendo permitir que
seja ultrapassada a largura das prateleiras ou das estantes. 5% dos acidentes de cortes e
escoriações são devidos ao contato acidental de partes dos corpos dos trabalhadores em
extremidades agudas de materiais estocados. Na área de construção civil esse percentual chega a
15%;
Deve-se sempre colocar o lixo e os materiais inservíveis em lugares apropriados, e
preferencialmente, afastados de mercadorias ou produtos acabados. Aqueles lixos que possam
gerar combustão expontânea deverão ser acondicionados em tambores metálicos providos de
tampa. Um dos aspectos que não pode ser desconsiderado é o da salubridade do ambiente e da
proliferação de vetores;
Não se deve obstruir o acesso ou a visão dos equipamentos de combate a incêndios, através do
armazenamento de mercadorias, ou da colocação de máquinas ou equipamentos na sua frente. A
mesma preocupação se deve ter com toda a sinalização de equipamentos extintores, que
normalmente é posicionada nos banzos inferiores das treliças do telhado. Em análises envolvendo
a ação das equipes no atendimento a princípios de incêndio verificou-se que em 18% das
ocorrências os trabalhadores não utilizavam os equipamentos mais próximos dos princípios de
incêndio por não estarem esses corretamente sinalizados e visíveis;
Não se deve permitir o transporte, ou manuseio de substâncias corrosivas, em recipientes abertos.
Mesmo quando os depósitos forem fechados, esses deverão estar rotulados, para facilidade de
identificação. Cerca de 6% das queimaduras e lesões oculares foram provenientes de respingos de
materiais transportados de maneira inadequada;
As polias das máquinas e equipamentos devem ser convenientemente equipadas com protetores
metálicos, totais ou parciais, como forma de se evitar o contato dos operários com as correias, que
tantos acidentes causam. 29% dos acidentes com prensagem de partes dos corpos dos
172
trabalhadores foram devidos à falta de proteção das polias e correias ou correntes. Desse
percentual 32% terminou gerando mutilações irreversíveis;
Nunca se deve substituir os protetores dos circuitos elétricos por outros de maior capacidade de
carga, ou por sistemas improvisados, tais como: arames, moedas, chapas metálicas, ou outros,
objetivando ter menor trabalho de manutenção, com religamentos constantes. Dos acidentes
elétricos, 38% é devida a improvisações das instalações elétricas e ou à falta de dispositivos
adequados de proteção dos circuitos elétricos;
Não se deve permitir que os operários estejam trabalhando sem os equipamentos de proteção
individual, e sem uma adequada orientação e supervisão. A falta ou inadequação dos EPIs é
responsável por 41% dos acidentes com contaminação dos trabalhadores. Desse total, 37% referese a acidentes envolvendo os olhos, pela inadequação dos óculos de proteção;
Deve-se sempre estudar continuamente, formas de redução dos riscos existentes na empresa, de
maneira que o emprego de Equipamentos de Proteção Individuais não seja necessário, ou pelo
menos venha a ser substituído por condições seguras, oferecidas pela empresa. Essa é uma das
principais áreas de atuação da CIPA e do SESMT. As avaliações devem ser baseadas nos
programas de prevenção de riscos ambientais e nos laudos técnicos de condições ambientais do
trabalho;
Cada acidente ocorrido deve ser cuidadosamente analisado, com vistas a se obter as informações
necessárias para evitar a recorrência dos mesmos. Com as informações obtidas pode se estruturar
um banco de dados de acidentes, a ser empregado na análise de situações futuras assemelhadas,
bem como apresenta-lo como instrumento de divulgação durante as palestras.

A CIPA não é um órgão executor de medidas, mas sim de estudos, análises e
encaminhamento e cobranças de solução dos problemas. A função da CIPA na da empresa deve
ser continuamente realçada, de forma que até os próprios operários sintam a sua importância e
possam contribuir espontaneamente, encaminhando problemas existentes e apontando soluções
prováveis.

VI.1.a.2. Consequências dos Acidentes de Trabalho:
Um acidente de trabalho, além dos aspectos sociais que gera, causa sérios danos à
imagem da empresa. Normalmente está associado a uma série de consequências como:
Redução da produtividade;
Substituição de operários, algumas vezes a um custo bem maior;
Redução do estoque devido à redução da produção;
Perda de imagem junto ao público consumidor e o público que coabita as vizinhanças da empresa;
Aumento de encargos sociais com as substituições, bem como com os pagamentos de operários
inativos;
173
Aumento da folha salarial;
Perda de mercado, com a não possibilidade de cumprimento de contratos de fornecimento;
Possibilidade de ações trabalhistas e na área cível;
Falta de produção.

VI.1.a.3. Causas de um Acidente de Trabalho:
Para que o objetivo da prevenção de acidentes, envolvendo os trabalhadores, seja
atingido, torna-se necessário conhecer a mecânica da ocorrência de um acidente de trabalho. Até hoje
não se conseguiu precisar as causas de um acidente de trabalho. Da mesma forma como ele pode ser
devido a um único fator, pode vir a ser fruto da concorrência de múltiplos fatores, o que termina
dificultando a análise e a implantação de propostas para a redução das ocorrências. Existem estudos
que analisam os acidentes por grupamentos de causas e outros por blocos de consequências. Até
agora nenhum dos modelos demonstrou ser sólido o suficiente para contemplar todas as eventuais
causas das ocorrências. Isso quer dizer que o "acidente é previsível", mas as causas dos mesmos
podem ser "imprevisíveis". A princípio, as principais e prováveis causas da ocorrência de um
acidente de trabalho podem ser devidas, entre outras, a:
1) falha de projeto;
2) falha de execução;
3) falta de uma Cultura de Segurança;
4) falha de planejamento das atividades;
5) falta de supervisão;
6) supervisores sem o conhecimento e habilidades requeridas;
7) falta de gerenciamento das atividades;
8) gerentes sem o conhecimento e habilidades requeridas;
9) fatores ambientais adversos;
10) falta de motivação de pessoal;
11) condições de trabalho adversas;
12) falhas construtivas;
13) falhas de materiais;
14) sobrecargas de peso;
15) operações inadequadas;
16) falta de treinamento;
17) falta de experiência dos trabalhadores;
18) condições ambientais adversas;
19) matérias primas defeituosas;
20) desgaste de material;
21) projeto inadequado;
22) instalação inadequada;
23) falha de manutenção;
24) falta de manutenção;
25) falha humana.

VI.1.a.4. Participação humana nos Acidente de Trabalho:
174
Infelizmente, a participação do Homem na ocorrência de um acidente é bem grande.
Estima-se que sua concorrência chegue a valores próximos de 80%. Sua participação pode-se dar
devido a um ou a mais fatores, como listados a seguir:
Cansaço
Visual, devido a:
1. condições ambientes;
2. extensa jornada de trabalho;
3. tipo de atividade desenvolvida;
4. condições orgânicas;
5. má alimentação;
6. doenças;
7. fatores emocionais, etc.
físico, em função de:
8. condições orgânicas;
9. alimentação inadequada;
10. doenças;
11. fatores emocionais, etc.
Stress
12. problemas psicológicos;
13. doenças;
14. falta de ambientação com colegas;
15. dificuldades de entendimento com chefias imediatas;
16. ambientes de trabalho com rodízios freqüentes;
17. problemas econômicos;
18. problemas familiares, etc.
Desatenção
19. problemas familiares;
20. fome ou sede;
21. falta de dinheiro;
22. doença;
23. instabilidade no emprego, etc.
Inadaptidão física ao trabalho
24. rodízios de postos de trabalho sem adequada verificação;
25. falhas dos procedimentos de recrutamento e seleção, etc.
Brincadeiras com colegas ou com pessoas de fora
26. problemas de supervisão;
27. problemas de relacionamento com os colegas;
28. ausência de programas de ambientação do trabalhador;
29. problemas de recrutamento de pessoal;
30. problemas de maturidade de pessoal, etc.
Premeditação
31. dificuldades de caráter;
175
32. falta de dinheiro;
33. problemas de inadaptação com chefias e colegas;
34. dificuldades de aprendizado;
35. possibilidade de demissão imediata. etc.
Crime, com o objetivo de causar prejuízos econômicos ao patrão ou favorecer terceiros
36. falta de dinheiro; problemas familiares;
37. problemas pessoais;
38. problemas psicológicos;
39. ausência ou deficiência de supervisão e controle;
40. proximidade de implantação de programas de demissões, etc.
Falta de treinamento
41. elevado turn over;
42. ausência de supervisão adequada;
43. implantação de procedimentos produtivos novos;
44. falta de programa de treinamento na empresa, etc.
Inadaptidão ao equipamento
45. ausência de supervisão adequada;
46. implantação de procedimentos produtivos novos;
47. falta de programa de treinamento na empresa;
48. falta de critério de seleção de pessoal;
49. ausência de pessoal qualificado, etc.
Pressa
50. falha de um planejamento de trabalho;
51. ausência de meios de transporte adequados;
52. falta de apoio social, principalmente de creche para os filhos das funcionárias;
53. ausência de funcionários capacitados;
54. falta de planejamento de escala de férias, etc.
Falta de Motivação
55. baixos salários;
56. perspectivas de ser mandado embora do trabalho;
57. proximidade da aposentadoria;
58. excessiva cobrança dos supervisores no trabalho;
59. chefias desqualificadas ou com menor conhecimento do que os funcionários;
60. não possibilidade de ascensão funcional;
61. jornadas de trabalho excessivas, etc.
Condições ambientais adversas
62. pouca ou excessiva iluminação;
63. ruído contínuo ou intermitente;
64. temperaturas extremas (frio ou calor);
65. vibração;
66. acabamentos construtivos;
67. revestimentos, inclusive pintura, etc.
176
Todo o funcionário que executa funções que, pela sua natureza, exponha a vida de
terceiros, ou de bens da própria empresa, deve ser periodicamente avaliado, física e mentalmente,
como forma de se prevenir acidentes. Como exemplo dessas funções tem-se: operador de ponte
rolante, motoristas, controlador de caldeira, controlador de centros de controle operacional, etc. O
Gerente de Riscos como componente da CIPA, na qualidade de representante do empregador, deverá
acompanhar de perto a solução de todos os problemas encaminhados. Terá que ter poderes para
cobrar as soluções e mesmo interditar processamentos ou atividades consideradas críticas. Sob o
ponto de vista de ser o representante do empregador, deverá, preferencialmente, analisar
economicamente os projetos encaminhados. Obviamente, em se tratando de vidas humanas qualquer
análise econômica deixa de ter sentido.

VI.1. b Brigada de Incêndio
A Brigada de Incêndio é uma equipe que tem como objetivo principal executar a
prevenção e dar combate aos incêndios, por meio do manejo dos equipamentos de combate a
incêndios, como também supervisionando as instalações e atividades, de modo a que não venham a
surgir situações de riscos. Estão afetos aos trabalhos da brigada as seguintes atividades:
• manutenção periódica dos equipamentos, verificando o posicionamento, livre acesso e estado de
conservação dos mesmos;
• controle de recarga, quando necessária, das baterias de CO2 , halon, pó químico seco e espuma,
dos sistemas fixos e dos extintores portáteis e carretas. A recarga deverá ser sempre controlada
através de um fichário próprio, que indique o tipo de equipamento, capacidade de carga, tipo de
agente extintor, localização, numeração específica, etc.;
• controle da sinalização do sistema de prevenção e combate a incêndio. São requisitos para um
eficiente sistema de sinalização a fácil leitura, a objetividade na informação dos agentes extintores
e a rapidez na localização;
• inspeção periódica das instalações da indústria, com o objetivo de detectar situações de riscos
emergentes.
O trabalho da Brigada de Incêndio, além de ser basicamente o de combate a
incêndios, deve assumir também a postura prevencionista. O importante não é somente o controle e
extinção dos incêndios, mas sim, e principalmente, o de evitar o surgimento desses. A título de
ilustração, certos produtos costumam dar origem a combustão expontânea com possibilidade de
severas perdas, pelo fato dessas ocorrências poderem vir a se manifestar sem a presença dos
operários. Sobre eles, a Brigada de Incêndio deverá exercer o mais rigoroso controle. Dentre os
produtos perigosos destaca-se:
• cal não queimada, principalmente quando hidratada;
177
cloreto de sódio, principalmente quando molhado;
fósforo branco, quando em contato com o ar;
terebintina, quando em contato com o cloro;
hidrogênio, quando em contato com o cloro e com a luz;
matérias orgânicas finamente pulverizadas ou materiais fibrosos quando em contato com óleos ou
agentes oxidantes;
• trapos e resíduos saturados, com óleo de linhaça, tintas ou graxas.

•
•
•
•
•

Na área industrial. é muito comum, no manuseio de produtos perigosos, que seja
distribuída uma ficha de informações técnicas acerca dos riscos que os produtos apresentam. Tanto a
CIPA quanto a Brigada de Incêndio devem possuir essas fichas de Informações Técnicas, não só a
fim de melhor conhecer os produtos, e de prevenir-se quanto à exposição dos riscos por eles
causados, como também conhecer os procedimentos a serem seguidos em uma situação de
emergência. Como exemplo de uma dessas Informações Técnicas apresenta-se:
Ficha de Informações Técnicas
Cianeto de Sódio
Aplicações

Estocagem e
manuseio

Embalagem
padrão
Transporte
Marcação
Recomendaçõ
es para o uso
de Cianetos

Na química orgânica, para sínteses cianídricas e nitrílicas, em galvanoplastia, em
tratamentos térmicos de metais e superfícies metálicas, na extração de ouro, na
mineralogia (flotação), na área de defensivos agrícolas, e outras menos importantes.
Todos os Cianetos devem ser estocados em tambores bem fechados e em ambientes secos
e ventilados. Cianetos não devem, em hipótese alguma, entrar em contato com ácidos ou
sais ácidos, devido a liberação de Ácido Cianídrico gasoso, o qual é extremamente
venenoso. Recomenda-se a manutenção do produto sob total controle e guarda.
Tambores de aço lacrados com peso líquido da ordem de 50 kg, e um volume da ordem
de 80 litros.
Venenoso, não devendo ser estocado juntamente com alimentos.
De acordo com os regulamentos de serviço de tráfego, e normas específicas editadas pelo
DNER.
O trabalho com cianetos ou ácido cianídrico requer a maior precaução possível, e a mais
completa obediência aos regulamentos de segurança existentes. As recomendações mais
comuns são as seguintes:
• Ao manusear cianetos não coma, beba ou fume;
• O consumo de bebidas alcóolicas pode vir a aumentar a sensibilidade ao ácido
cianídrico ou a cianetos;
• Não armazene alimentos, bebidas ou materiais de fumo em locais onde o cianeto
esteja sendo estocado ou manuseado;
• Após manusear cianetos, e antes de consumir alimentos, deve-se lavar bem as mãos,
com sabonete e escova;
• Evitar qualquer contato com a pele e os olhos, especialmente se apresentarem algum
ferimento;
• Lavar rapidamente qualquer parte do corpo que venha a estar em contato com os
cianetos, mesmo por período de tempo curto, com grande quantidade de água;
• Nunca tocar em cianetos com as mãos desprotegidas; Usar sempre avental e luvas, na
manipulação dos cianetos;
• No trabalho com soluções concentradas de cianeto ou de sais fundidos, usar óculos de
segurança e proteção na face e cabeça;
• Toda a roupa de proteção deve ser cuidadosamente lavada após o uso, tendo-se o
178
cuidado de tratar posteriormente a água empregada para tal fim;
• Manter pessoal apto a prestar primeiros socorros, independentemente de se ter um
auxílio médico sempre disponível;
• Devido a alta toxidez dos cianetos, qualquer resíduo não pode ser despejado na rede
pluvial ou no sistema de esgotamento público sanitário, sem que seja previamente
tratado, de acordo com as normas em vigor.
1) A vítima deve ser removida para o local não contaminado mais próximo:
Primeiros
Socorros
2) O socorrista deve precaver-se para não vir a ser contaminado;
3) Deitar a vítima de preferência no solo, visando possíveis manobras de ressuscitação;
4) As vestes do acidentado devem ser retiradas para deixar o tórax a descoberto;
5) Acalmar o acidentado, fornecendo ar fresco e puro ou oxigênio;
6) Se houver parada respiratória, fazer as manobras de respiração artificial (12 por
minuto);
7) Se houver parada cardíaca, associada à respiratória, combine 5 massagens cardíacas
para 1 manobra de respiração artificial;
8) Faça administração de Nitrito de Amilo, espocando uma ampola e embebendo-a em
gaze ou algodão, levando-o ao nariz do acidentado, a uma distância de 3 centímetros,
durante 15 segundos a cada 5 minutos.
(Exemplo retirado de ficha de informações técnicas fornecida de Cia Química Metacril)

Os fabricantes dos produtos perigosos, quanto a combustibilidade, explosividade,
toxidez, inflamabilidade, corrosibilidade, etc., devem fornecer fichas técnicas dos produtos, a fim de
que essas sejam divulgadas a todos que manipulem ou tenham contato com essas substâncias, mesmo
que acidentalmente. Não se deve esquecer que o contato pode se dar fisicamente, por contato com
pessoas ou com vestes de pessoas contaminadas, na ingestão de líquidos ou alimentos contaminados,
na respiração de ar contaminado. Empregados de escritórios podem vir a ser contaminados, se
respirarem ar contaminado, carregado por correntes de vento.

VI.1.c Equipes de Manutenção
Além da CIPA, com objetivos maiores voltados para a segurança do trabalhador, da
Brigada de Incêndio, com trabalhos na prevenção dos riscos e no manejo dos equipamentos de
combate a incêndio existem também as Equipes de Manutenção. Essas são definidas como grupos de
funcionários da indústria, encarregados da manutenção e da conservação das edificações, instalações,
maquinismos e equipamentos. As equipes de manutenção devem ser consideradas como indutoras de
políticas prevencionistas, e consideradas como peças-chave dos programas de aumento da
produtividade. Como dito anteriormente, uma das formas de se aumentar a produtividade é reduzindo
os custos. Se não há problemas com as instalações, maquinismos e processos, com certeza as chances
de parada serão menores.
Devido ao fato da manutenção ter um caráter preventivo, seu trabalho deve ser
enaltecido, e mesmo valorizado, como forma a minimizar-se todos os possíveis sinistros, bem como
tornar eficiente os serviços prestados pela equipe, Equipe de manutenção eficiente é um indutor de
redução de perdas, e, por conseguinte, de aumento da produtividade.
179
Cabe aos responsáveis pelas equipes montar um cronograma de atendimento aos
vários setores do conjunto industrial, de forma periódica, e sempre que possível, ao final de cada
jornada de serviço, devendo ser observar itens como:
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
16.
17.
18.
19.
20.
21.
22.
23.
24.
25.
26.

as aberturas entre os locais de riscos e as comunicações com o exterior encontram-se fechadas?
há regras específicas para a manutenção dessas comunicações entre os ambientes fechadas?
a rede elétrica, onde é possível, encontra-se desenergizada?
o circuito elétrico encontra-se corretamente sinalizado e protegido?
as fontes de calor estão sob controle ou desligadas?
há sinalização específica de prevenção de riscos das fontes de calor?
existem medidas de prevenção e controle dos riscos de contato acidental com as fontes de calor?
há vazamentos, tais como de óleo, água, vapor, gases, etc.? Já foi providenciado o reparo?
as ferramentas foram acondicionadas nos seus respectivos locais?
as ferramentas são mantidas de modo adequado e conservadas antes de serem entregues aos
trabalhadores?
os corredores e passagens encontram-se desobstruídos?
existem regras claras para a manutenção dessas passagens livres?
as máquinas encontram-se lubrificadas?
há controles de manutenção das máquinas e equipamentos?
os painéis elétricos estão em condições normais de funcionamento?
os painéis são vistoriados por engenheiros eletricistas/
os painéis de controle possuem os circuitos identificados corretamente, para evitar desligamentos
acidentais/
há uma chave de desligamento geral mantida sob controle?
todas as áreas de trabalho possuem circuitos elétricos específicos?
as partes móveis dos equipamentos e máquinas estão devidamente sinalizados e protegidos?
existem informações específicas para a operação e controle dos equipamentos nas proximidades?
existe um plano de controle de energias perigosas?
as válvulas de controle dos equipamentos estão em condições normais de uso?
existe a possibilidade de se viabilizar à distância se as válvulas encontram-se abertas ou
fechadas?
as válvulas estão posicionadas em locais de fácil acesso?
há indicação das válvulas e dos circuitos correspondentes?
Deve-se salientar que, por manutenção, entende-se o trabalho referente à preservação

dos bens da empresa. A manutenção pode ser:
preventiva: quando antecipa o surgimento de um acidente, através de substituições de
componentes ou de reparos;
corretiva : compreende a correção devido ao surgimento de um acidente, e
preditiva : a que é realizada obrigatoriamente, em intervalos de tempo definidos pelos fabricantes
dos equipamentos, em função da vida útil de seus componentes e sistemas.
O responsável pela manutenção, se experiente, consegue detectar ao se aproximar de
um equipamento se esse apresenta algum problema. Por exemplo, há "sintomas" imediatos, como:

180
1. Aumento da temperatura de operação;
2. Vibração anormal;
3. Ruído anormal;
4. Alteração da rotação das partes móveis;
5. Desalinhamento de eixos, entre outros.

O Gerente de Riscos, imbuído do espírito prevencionista, deve sempre
realçar ou enfatizar a manutenção preventiva ou preditiva.
VI.1.c. Recomendações gerais para as Equipes de Prevenção de Perdas e Manutenção
Como recomendações gerais para todas as equipes, tanto a CIPA, quanto a Brigada
de Incêndio, e mesmo as Equipes de Manutenção, sugerimos que sejam verificados diariamente, ou
em intervalos de tempo que não ultrapassem um turno de operações da indústria, se:
1. As aberturas externas estão suficientemente protegidas, contra a entrada de pessoas estranhas;
2. As aberturas existentes entre os riscos (locais a serem protegidos ou áreas de atividades) estão
protegidas e garantem o perfeito isolamento dos locais, contra a propagação das chamas de um
incêndio. Sempre após o expediente, examinar-se o fechamento das portas e o perfeito
funcionamento dos dispositivos corta-fogo;
3. Os equipamentos de proteção contra incêndio encontram-se conservados e desobstruídos?
4. A sinalização dos dispositivos de proteção contra incêndio está correta e adequada ao local?
5. Há possibilidade do fogo bloquear o acesso aos dispositivos de proteção e combate a incêndios?
6. O posicionamento dos equipamentos de combate a incêndios está de acordo com o projeto de
prevenção contra incêndio aprovado pelo Corpo de Bombeiros e pela Seguradora?
7. Os refugos das operações dos equipamentos são retirados de junto das máquinas e dos estoques
de matérias-primas ou dos produtos acabados, periodicamente?
8. Há acúmulo de refugos fora dos locais apropriados?
9. Os depósitos empregados para acondicionamento dos resíduos provenientes das atividades de
produção são de material incombustível e com tampa de vedação?
10. as vias de acesso aos vários locais e saídas encontram-se desobstruídas e perfeitamente
sinalizadas? Há obediência à demarcação das faixas de circulação feitas no chão? As larguras
dessas vias permitem a passagem, com segurança, de um equipamento móvel e de uma pessoa?
11. As válvulas e as tubulações encontram-se em bom estado de conservação e em pleno
funcionamento?
12. Há vazamentos nas tubulações e registros, mesmo que de pequena monta?
13. Os volantes dos registros estão situados em posição de difícil acesso ou manuseio?
14. Os volantes das válvulas encontram-se emperrados?
15. Há uma sinalização que possibilite uma rápida identificação da linha de produto e do circuito de
distribuição?
16. Existem dispositivos apropriados para o recolhimento do óleo gotejado pelas máquinas?
17. Há possibilidade do óleo de lubrificação infiltrar-se pelo piso?
18. O excesso de óleo gotejado pelas máquinas e equipamentos é retirado de junto das máquinas e
convenientemente acondicionados?
19. O óleo é reaproveitado na lubrificação dos componentes móveis dos equipamentos?

181
20. As emendas dos circuitos elétricos estão convenientemente protegidas e executadas de acordo
com as normas?
21. O isolamento das emendas dos circuitos elétricos assegura o perfeito isolamento elétrico do
condutor?
22. As emendas dos circuitos elétricos são apropriadas para resistir a esforços mecânicos normais?
23. As emendas dos condutores elétricos são executadas com conectores ou com soldas?
24. As emendas dos circuitos elétricos estão acondicionadas no interior das caixas de derivação?
25. Há aterramento elétrico de todas as máquinas e motores?
26. O cabo de aterramento elétrico possui ou está com alguma anormalidade, do tipo: pintado, com
graxa, corroído, faltando pernas, etc.?
27. O conector de ligação entre condutores do sistema de aterramento elétrico está com o parafuso
frouxo?
28. Os depósitos de inflamáveis apresentam-se em condições normais de utilização?
29. Os cabos de aterramento dos depósitos de inflamáveis estão corretamente instalados?
30. Há bacias de contenção ou diques ao redor dos depósitos de inflamáveis?
31. Há possibilidade do líquido inflamável estocado vazar e infiltrar-se no solo ou atingir alguma
galeria subterrânea de esgotos?
32. Há identificação do conteúdo de cada depósito de material estocado, com indicação sobre
procedimentos em caso de combate a incêndios e sobre toxidez (fichas de informação)?
33. Os para-raios estão instalados corretamente?
34. Os cabos de descida dos para raios encontram-se acondicionadas seguramente e em bom estado
de conservação?
35. As áreas de proteção do sistema de para-raios oferece cobertura para todas as edificações da
indústria?
36. Há interferências entre o sistema de para-raios e antenas de comunicação ou hastes de sinalização
aeronáutica?

VI.2. Medidas de proteção específicas
Além dos trabalhos exercidos pelas equipes a que já nos referimos, existem inúmeras
outras atividades que podem vir a ser implementadas pelas indústrias, a fim de reduzir ou mesmo de
eliminar a exposição aos riscos. Tratam-se das medidas de proteção voltadas especificamente para
uma determinada área ou segmento da empresa. Essas medidas compreendem:

VI.2.1. Medidas de proteção para motores elétricos
Um dos setores que mais gera acidentes na empresa é o setor elétrico. Existem várias
razões para que isso seja uma verdade. As principais são as seguintes:
• todo o operário tem medo de manusear circuitos elétricos;
• os circuitos elétricos são manuseados quando se está fazendo alguma alteração substancial ou
quando já ocorreu algum tipo de acidente;
• os circuitos elétricos são sempre invisíveis aos olhos de um leigo, porque ficam acondicionados em
bandejas ou dutos e com painéis de controle normalmente fechados.

182
Por essas e outras razões os operários costumam se afastar da parte elétrica da
empresa, relegando essa a uma segurança de segundo nível, e daí, propiciando a ocorrência de um
grande número de acidentes. Algumas das observações que fazemos estão voltadas para itens como:

VI.2.1.1. Aterramento da carcaça do Motor
Recomenda-se o aterramento do invólucro do protetor do motor, para evitar-se uma
elevada tensão de contato entre a carcaça e a terra, e com isso evitar que, mesmo acidentalmente, um
operário venha a ser atingido por algum arco elétrico ou por uma fuga de corrente, por quando do
acionamento do motor ou de sua manutenção.
Para se obter um aterramento adequado deve-se fazer um curto-circuito da tensão de
contato, ligando-se um fio condutor de baixa resistência à carcaça do motor, e essa a “terra”.
Para esse tipo de aterramento, quando se desejam conectar vários motores ou
equipamentos muitos sensíveis e caros, deve-se verificar o tipo de solo e suas propriedades físicoquímicas, avaliando-se se trata de um solo com características ácidas ou básicas, a fim de que o
escoamento da corrente seja mais eficiente.
Nunca é demais saber que de todos os acidentes elétricos investigados, o defeito de
aterramento elétrico é responsável por cerca de 30% dos mesmos, defeito esse que pode ser devido a
uma simples falta de conexão dos condutores, a uma inadvertida pintura dos cabos, esquecimento da
religação, após procedimentos de manutenção, e outras mais.

VI.2.1.2. Aterramento neutro
É um tipo de aterramento elétrico, no qual o retorno da corrente de fuga se faz pela
“terra”. A finalidade do aterramento do neutro é para evitar que, partes não integrantes do circuito de
corrente, apresentem elevada tensão de contato por ocasião em que surjam defeitos no isolamento
elétrico. O aterramento pode ser elaborado por meio de um condutor ligado ao Ponto de Estrela do
transformador (condutor neutro). Um sistema que se utiliza desse princípio é conhecido como de
neutro aterrado, ou Gaiola de Faraday.

VI.2.2. Manuseio de líquidos inflamáveis
Um dos cuidados que se deve ter no manuseio de líquidos inflamáveis é quanto a
possibilidade de haver geração de eletricidade estática, acidentalmente ou não, com produção de
fagulhas, ou arcos elétricos. A eletricidade estática é causada pelo atrito de partes móveis dos
equipamentos ou do flúido transportado com o ar ou tubulações, mesmo plásticas, estando esse com
pequena umidade relativa, pelo atrito de um fluído no interior do conduto metálico que o transporta,

183
ou outras causas mais. Dependendo da diferença de potencial existente, poderá produzir fagulhas
capazes de conduzir a incêndios ou explosões.
Líquidos inflamáveis são considerados como todos aqueles que possuam ponto de
fulgor inferior a 93,30C ou 2000F, e líquidos que, mesmo possuindo ponto de fulgor superior a esse
limite, apresentem características de líquidos de ponto de fulgor inferior, o que não deve ocorrer
quando os mesmos estiverem aquecidos. Ponto de fulgor de um líquido é definido como sendo a
menor temperatura na qual o mesmo libera uma quantidade de vapor suficiente para formar uma
mistura inflamável no ar, perto da superfície do líquido ou dentro do recipiente empregado.

VI.2.2.1. - Bibliografia sugerida
As normas que abordam os assuntos contidos neste capítulo poderão ser lidas nos
seguintes regulamentos:
Standard for the Installation of Oil Burning Equipament, nº 31, da National Fire Protection
Association;
Standard on Tank Vehicles for Flammable Liquids, nº 385, da National Fire Protection
Association;
Code of Federal Regulations, da Interstate Commerce Commission of USA;
P-NB-98, Armazenamento e Manuseio de Líquidos Inflamáveis e Combustíveis, da Associação
Brasileira de Normas Técnicas;
Standard nº 56, na National Fire Protection Association.

VI.2.2.2. - Recomendações de caráter geral na manipulação de líquidos inflamáveis
Como informações gerais que podem servir como subsídios, nos trabalhos de
inspeção preventiva coordenados pelo Gerente de Riscos, citam-se as que se seguem, lembrando que
somente esses questionamentos não tornam um risco mais seguro. Essas medidas servem como
subsídio para um maior grau de segurança.
Prover o local de uma ventilação adequada, a fim de evitar o acúmulo de vapores ignescentes,
onde líquidos inflamáveis possam estar depositados, em processamento, ou manuseados;
Afastar do local onde existem substâncias inflamáveis, toda e qualquer superfície aquecida,
chamas abertas ou não, e fontes de ignição, como forma de se evitar princípios de incêndio ou a
formação de atmosferas com vapores inflamáveis ou explosivos;
Providenciar para que sejam utilizados somente equipamentos elétricos blindados, e com
eficientes dispositivos de proteção contra sobrecargas elétricas, de sorte a proteger os operários
contra choques elétricos eventuais;
Providenciar ligações elétricas corretas para os equipamentos, assim como um adequado sistema
de aterramento elétrico para as máquinas e motores, a fim de evitar o acúmulo de eletricidade
estática.
184
O condutor de ligação à terra recomendado é o cabo “nu” (desprovido de capa), porque facilmente
pode ser verificada a presença de defeitos, ou problemas que prejudiquem a sua eficiência;
Limitar as quantidades de líquidos inflamáveis, conservados nas áreas de produção, ao suficiente
para apenas um turno de operação, e sempre que houver necessidade de manuseio, recomenda-se o
emprego de recipientes metálicos providos de tampa, com respiradouros, e tela de proteção na
abertura. Com esses procedimentos limita-se a quantidade de substâncias combustíveis ou
inflamáveis que podem aumentar os incêndios, alastrando-os para outros locais;
Deve-se prever o uso de ferramentas adequadas, principalmente em locais onde se trabalha com
substâncias de baixo ponto de ignição. Pode-se proteger as ferramentas com capas de couro,
plástico ou madeira, de sorte a se evitar a produção de fagulhas, as quais, em ambientes perigosos
podem iniciar um processo de detonação de uma atmosfera explosiva ou de inflamação de uma
atmosfera contendo vapores de substâncias combustíveis ou inflamáveis;
Evitar-se a presença de veículos, devido ao fato de que os canos de descarga, inclusive
silenciosos, podem ficar superaquecidos ou emitir centelhas, provocando oxidação dos vapores de
combustíveis, dissolvidos na atmosfera ambiente;
As faíscas que um carregador de baterias de veículos podem ser responsáveis pela oxidação de
vapores inflamáveis. Portanto, todos os interruptores deverão permanecer desligados, quando se
fizerem as conexões para os bornes das baterias. Esses carregadores deverão ser instalados em
locais suficientemente arejados, devido ao desprendimento de vapores tóxicos;
Reduzir a velocidade do fluxo de fluido inflamável para os recipientes, durante as operações de
transbordo, evitando assim, a geração de eletricidade estática.

VI.2.3. Soldagens e cortes a quente
Todos os trabalhos que envolvem o emprego de maçaricos para soldagem ou corte de
metais, trazem consigo uma série de riscos, todos inerentes a esse tipo de operação, tais como:
⇒ Explosões;
⇒ Incêndios;
⇒ Choques elétricos.
O princípio de funcionamento de uma soldadura - operação de soldagem compreende o aquecimento das partes a serem soldadas, a, através da fusão ou plasticidade dessas
partes, sua união, quer seja ou não por pressão ou tensão superficial.

VI.2.3.1 - Processos empregados
Dentre os processos atualmente empregados em soldas tem-se os seguintes:
Processo utilizando fusão:
• solda a gás;
185
• solda a arco elétrico;
• solda exotérmica.
Processo com o emprego de pressão:
Processo utilizando explosão entre as partes a serem soldadas.
De todos os processos em uso, o mais amplamente empregado é o da solda
oxiacetilênica, na qual, a fusão necessária para a adesão das superfícies metálicas que irão ser unidas,
é obtida por meio da queima do acetileno, em presença de oxigênio. A temperatura máxima atingida
pela reação química exotérmica atinge valores da ordem de 3.000ºC.

VI.2.3.2 - Recomendações de caráter geral para soldagens e cortes à quente
Várias são as recomendações de devem ser observadas por quando de uma inspeção
neste tipo de atividade. Para cada um dos grupamentos de observações está associado um tipo de
material empregado nos processos de soldas. São elas:
Soldas com emprego de carbureto de cálcio
• O depósito ou estocagem desse material deve ser ventilado, e preferencialmente construído de
material incombustível;
• Deve-se evitar o contato com a água para não se ter reações químicas explosivas;
• Todos os equipamentos e instalações elétricas devem ser do tipo blindado e à prova de
explosões;
• Deve-se evitar a presença de fontes de calor ou de geração de fagulhas.
Soldas com emprego de acetileno
• Controlar-se a concentração dessa substância a valores inferiores a 30%. Qualquer que seja a
concentração acima desse valor, a mistura passará a ser explosiva;
• O ambiente onde está depositada essa substância, deverá ser ventilado, de forma a diluir as
concentrações tóxicas na atmosfera do local;
• O tipo de armazenamento mais adequado é em cilindros metálicos, contendo acetona,
empregada na estabilização química da mistura;
• Os cilindros de oxigênio e de acetileno devem ser estocados em locais distintos, sempre na
posição vertical, amarrados entre si com fitas metálicas ou correntes, com as válvulas
protegidas por tampas, e identificados, se vazios ou cheios.
Solda a arco elétrico
• Aterrar-se eletricamente o envoltório e os componentes das unidades portáteis de solda;
• Manter-se os cabos sempre secos e limpos, isentos de óleos ou de graxas, para prevenir-se o
desgaste prematuro dos mesmos, bem como facilitar a inspeção preventiva;
• Não se deve trocar os eletrodos sem a proteção de luvas, ou sobre chão molhado.
186
Finalmente, podemos concluir que todo e qualquer trabalho de corte ou de solda não
deve ser permitido em locais que contenham vapores inflamáveis, pós ou líquidos inflamáveis. Devese prever uma contínua exaustão de ar, mecânica ou física, a fim de que a concentração de
inflamáveis dissolvidos na atmosfera ambiente venha a se tornar explosiva.

VI.2.4. Manuseio de Gases
O derrame acidental no ar, mesmo que de pequena monta, de um gás inflamável,
pode resultar em explosões ou incêndios. O incêndio, por sua vez, também pode vir a ser causado
pela manipulação descuidada dos gases ou por uma falha dos dispositivos de controle dos
equipamentos.
Os gases inflamáveis apresentam como características desfavoráveis, a propagação
dos incêndios, em função de sua grande mobilidade, já que podem alastrar-se por grandes distâncias a
vir a se depositar em áreas inferiores, por serem mais pesados do que o ar.
Os cilindros de gases, incluindo-se aqui os que contém gases não inflamáveis,
são capazes de explodir quando aquecidos pelas chamas de um incêndio. Essa explosão se dá
pelo aumento da pressão no interior do cilindro, decorrente da dilatação sofrida pelo gás, em função
do aumento da temperatura ambiente.
Existem diversos vídeos de treinamento na área de segurança, onde cilindros
contendo gases sob pressão, são arremessados a grandes distâncias, quando o gás vaza, em
decorrência de um incêndio.
Um dos gases de maior utilização nas indústrias é o GLP, gás liqüefeito de petróleo,
de múltiplos usos, empregado, inclusive, para acendimento de maçaricos de caldeiras, para
aquecimento de peças a serem soldadas, nas chamuscadeiras em indústrias de tecelagem, etc..
O GLP é obtido comercialmente do gás natural ou dos gases produzidos nas
operações de refino de petróleo. Tem como componentes o butano, o propano, isoladamente ou em
mistura. Ao escapar para a atmosfera, o gás passa da forma líquida de estocagem para a de vapor, em
função da redução de pressão anteriormente exercida sobre ele, tendo o seu volume aumentado em
270 vezes. Como qualquer combustível, o GLP necessita de oxigênio para oxidar-se. Para que a
queima seja concluída é necessário que haja uma mistura com o ar na proporção de 2% a 10% de gás
dissolvido.

VI.2.3.1 - Recomendações de caráter geral para o manuseio de gases
Algumas recomendações se fazem necessárias para que se possa efetuar um bom
trabalho de prevenção contra os riscos de incêndio e de explosão. São elas:
187
• providenciar acomodação apropriada para a guarda dos cilindros de gás, que deverão estar
isolados das demais instalações através de paredes de alvenaria, ou qualquer tipo de material que
garanta o isolamento contra as chamas. É muito comum nas grandes cozinhas industriais, onde
existem cilindros de gás carbônico, para combate a incêndios nas coifas, por sobre os fogões, a
presença de cilindros junto a esses. Caso um desses depósitos venha a explodir, os prejuízos
materiais serão bem elevados;
• providenciar para que os depósitos de cilindros contendo gás sob pressão estejam situados em
locais ventilados e cobertos, resguardados do aquecimento pelo sol, evitando assim um aumento
da pressão interna do gás, que poderá vir a vazar para a atmosfera;
• qualquer depósito contendo GLP não deve ser enclausurado, a não ser em condições especiais, de
sorte a se evitar o acúmulo do produto, com sérios riscos de explosões;
• os botijões vazios deverão estar depositados em local separado dos cheios, e visivelmente
assinalados, por meio de tinta ou de giz;
• as operações de corte e de solda, empregando oxiacetileno, deverão estar bem afastadas do
depósito de gás, devendo-se proceder a uma manutenção periódica tanto do equipamento quanto
de seus acessórios, dando-se especial atenção aos registros, difusores, conexões e tubulações;
• todos os cilindros portáteis deverão ser devolvidos ao local de depósito, ao fim de cada jornada de
trabalho, reduzindo o risco causado por explosões devidas a vazamentos de produtos;
• os depósitos metálicos deverão possuir aterramento elétrico, para dar escoamento à eletricidade
estática acumulada, evitando com isso o risco de explosão;
• a instalação elétrica do depósito de vasilhames de gás deverá possuir dispositivo à prova de
explosão, nas lâmpadas e nas chaves elétricas, com as fiações acondicionadas dentro de
eletrodutos;
• a Norma Brasileira que regulamenta este assunto, a NB 107, da ABNT, determina que os botijões
de GLP devam ser armazenados a uma distância mínima de 1,20 metros de qualquer ponto de luz,
ou de equipamentos elétricos energizados, para prevenir-se explosões provocadas pelo
centelhamento ou pela fuga de corrente, em um ambiente com gás dissolvido na atmosfera.
• poderão ocorrer explosões com centelhamentos, provocados por interruptores, em locais com
grande concentração de gases inflamáveis, decorrentes, principalmente, de mau contato elétrico,
ou de fiação exposta ou desprotegida;
• deve ser criada uma faixa mínima de segurança ao redor dos bujões, de 1,20 metros de largura,
afastada de ralos, caixas de gordura, canalizações abertas, caixas de drenagem de água ou outros
locais, ao nível do piso, que possam servir para armazenamento do gás, que, sendo mais pesado do
que o ar, poderá concentrar-se nesses pontos, e vir a explodir facilmente.
Além das recomendações anteriores, um ponto importante a ser considerado é o
referente a intoxicações provocadas por determinados gases. Por exemplo, quando se trata de
188
monóxido de carbono, é importante saber que uma concentração de apenas 1%, ao final de 60
segundos, já se torna fatal. A morte se produz por asfixia e anoxia tissular. Há morte quando a
carboxikemoglobina está acima de 80% da hemoglobina total. Esse gás, apesar de ser subproduto da
atividade industrial, é responsável por 80% das lesões do sistema nervoso central e 90% dos
distúrbios cardíacos.
O dióxido de carbono, a uma concentração entre 2 a 3% gera angústias respiratórias,
mal estar e falta de ar. De 3 a 6%, provoca dores de cabeça, tonteiras e náuseas. A 9% produz
inconsciência. Os portadores de doenças pulmonares obstrutivas crônicas sofrem frequentemente de
perda de massa muscular, o que os torna mais frágeis e amplia o cansaço físico provocado pelas
dificuldades respiratórias. A deterioração muscular pode ser resultado direto dos percentuais do
dióxido de carbono presentes na corrente sanguínea da maioria destes pacientes.
A amônia (NH3) é um gás incolor, de odor acre (normalmente detectada pelo homem
em concentração ao redor de 20ppm), tóxico e mais leve que o ar. Trata-se de poluente resultante da
decomposição microbiana de compostos nitrogenados excretados. A uréia é uma das fontes, sendo
liberada na sua forma volátil para o ar. Possui alta solubilidade em água.
O gás sulfídrico (H2S) Gás incolor de odor forte, tóxico, mais denso que o ar e tem
como principal fonte a decomposição anaeróbia dos excrementos. Pode causar sérios danos à saúde
humana e dos animais, estando relacionado á redução de desenvolvimento dos animais. Sua
concentração nas edificações para animais é inferior ao NH3 e está mais presente nas edificações que
fazem armazenamento do dejeto sob o piso. Seu odor característico já é detectado a partir 0,01 ppm.
O sulfeto de hidrogênio (H2S) produz: efeito irritante das mucosas oculares, particularmente através
de conjuntivites químicas; afeta o sistema nervoso central.
O benzeno líquido, inflamável, incolor e tem aroma doce e agradável. É tóxico e os
vapores, se inalados, causam tontura, dores de cabeça e até mesmo inconsciência. Se inalados em
pequenas quantidades por longos períodos causam sérios problemas sanguíneos, como leucopenia (a
leucopenia é a redução no número de leucócitos no sangue. Os leucócitos são responsáveis pelas
defesas do organismo, são os glóbulos brancos. Os glóbulos do sangue são formados na medula dos
ossos e qualquer agente químico, fisico ou biológico que afete a medula pode causar aumento e,
geralmente, a diminuição destes glóbulos, ou seja, a leucopenia. Também é conhecido por ser
carcinogênico. É uma substância usada como solvente (de iodo, enxofre, graxas, ceras, etc.) e
matéria-prima básica na produção de muitos compostos orgânicos importantes como fenol, anilina,
trinitrotolueno, plásticos, gasolina, borracha sintética e tintas. A benzina é uma mistura de
hidrocarbonetos obtida principalmente da destilação do petróleo que possui faixa de ebulição
próxima ao benzeno. Dissolvido na atmosfera na proporção de 20.000 partes por milhão, produz a
189
morte em 5 minutos. A inalação poderá gerar ação anestesiante, excitação, sudorese intensa,
vertigem, cianose, náuseas, tremores, perda de consciência, paralisia motora e sensorial, parada
respiratória. O benzeno tem estado associado com a leucemia, em pessoas suscetíveis, lesando os
cromossomas.
O monóxido de carbono é um gás asfixiante, que desloca o oxigênio e causa
sintomas incluindo a morte por asfixia, ou falta de oxigênio para a corrente sanguínea e, portanto,
para o cérebro. Quando inalado o gás impede que o sangue pessoa que transporta oxigênio seja o
suficiente para a manutenção da vida para o corpo e o cérebro. Por isso é letal em níveis elevados.
Mesmo em níveis inferiores, o monóxido de carbono é perigoso, especialmente para pessoas com
condições médicas preexistentes, tais como: doença cardíaca, asma e bronquite, entre outras. O limite
máximo admissível de exposição é de 50 ppm (partes por milhão) de ar regular, e recomenda-se que o
nível de ambiente nunca exceder 35 ppm para não se expor as pessoas. Apenas 0,0005% do ar que
respiramos e que pode conter monóxido de carbono têm potencial de causar: morte súbita, quando em
grande concentração e em exposição demorada; cefaléia; perda parcial da capacidade de visão a
cores; enjôos, náuseas e vômitos.
A amônia, cloro e seus derivados ácidos, dióxido de enxofre, óxido de nitrogênio
provocam: irritação das mucosas respiratórias e oculares; infecções crônicas das vias respiratórias, do
tipo: bronquites, pneumonias, tuberculoses e supurações pulmonares.
O sulfeto de Carbono (CS2) provoca alterações no sistema nervoso central; ataca os
rins; afeta as arteríolas oculares.
As neblinas de ácido sulfúrico observadas no carregamento de baterias atacam
seriamente as construções
O benzol, fósforo e sulfeto de carbono provocam em contato direto com o corpo
humano: lesões na pele; anemias; hemorragias; leucopenia; plaquetopenia.
Algumas outras substâncias causam danos ao organismo humano e podem ter seus
efeitos irreversíveis, como por exemplo:
•

em trabalhos de galvanoplastia, a neblina expelida de cianeto de cromo provoca o câncer
respiratório;

•

os fumos (diâmetros da ordem de 0,1 µ) formados pelo aquecimento de um metal acima do
ponto de ebulição dele devem ser observados com cuidado, principalmente o de cloreto de
amônia (NH4Cl), altamente tóxico;

•

o zinco, o alumínio e o antimônio, em doses normais são atóxicos;

190
•

a sílica (SiO2) provoca uma grave doença pulmonar denominada de silicose. 1 cm3 de sílica
polui 2.000 cm3 de ar;

•

as partículas de PVC (poeiras) provocam câncer de bexiga;

•

toda matéria orgânica, finamente pulverizada e em suspensão no ar oxida-se violentamente,
quase sempre explosivamente;

•

Chumbo - atua sobre os ossos; atua sobre o estômago; atua sobre o sistema nervoso central;
atua sobre o sistema neuro-muscular;

•

Mercúrio - atua sobre o aparelho digestivo; provoca a queda de dentes; provoca lesões
cutâneas; gera distúrbios neuro-psiquicos; provoca enterocolites hemorrágicas;

•

Manganês - Causa mal de Parkinson;

•

Benzopireno, dietilsulfato, metilcolantreno, dimetilsulfato, metilbenzilidrazina - Podem
apresentar efeitos carcinogênicos pré-natal;

•

Agentes de limpeza à base de hipoclorito - provocam irritação ou corrosão da pele, quando
em contato; dores na boca, esôfago e estômago; sialorréia; vômitos; edema de glote, quando
ingerido;

•

Agentes de limpeza à base de amônia quando em contato direto provocam:- queimaduras;
dermatites intensas, etc. Quando ingerido, provocam: dores na boca, esôfago e estômago;
sialorréia; vômitos intensos; hematênese; distúrbios circulatórios; pneumonias químicas;

•

Agentes de limpeza à base de óleo de pinho podem provocar: provoca irritações e dores no
estômago; gera gastrite hemorrágica; induz a depressão do sistema nervoso central; provoca
hipotermia; provoca distúrbios respiratórios;

•

Produtos de limpeza à base de ácido clorídrico ou fosfórico, oxalatos, carbonatos,
silicatos, compostos fenólicos Geram graves lesões cáusticas e distúrbios gastrointestinais;

•

Acetona quando em contato direto com a substância gera: dermatites; cefaléias; náuseas;
hematênese; narcose; coma;

•

Bórax pode causar: eritema; lesões renais; lesões hepáticas; distúrbios neurológicos;
hipotensão;

•

A cânfora, quando em contato com o corpo humano pode provocar: cefaléia; tonturas;
distúrbios psíquicos; espasmos musculares;

•

Os efeitos que se manifestam na presença do fenol são: cefaléia; anorexia; tremores;
convulsões; sudorese;

•

O contato com o formaldeído pode produzir: dores intensas na boca e faringe; diarréia;
vertigens; convulsões; torpor; coma;

•

O hexano quando aspirado ou em contato direto produz: depressão no sistema nervoso
central; asfixia;

191
•

Tolueno acima dos limites de tolerância, pode ser causador de: bronquite; pneumonia;
náuseas; vômitos; lesões renais;

•

São considerados agentes cancerígenos: carvão (ataca a pele); alcatrão (provoca sarcomas);
dibenzoantraceno e benzopireno (provoca câncer nas mãos, lábios, face e escroto);
hidrocarbonetos obtidos entre 270ºC e 360ºC - parafinas; óleos pesados; graxas;
lubrificantes; óleos isolantes; éter.

VI.2.5. Processamentos envolvendo a produção de pós
As matérias combustíveis, finamente pulverizadas, são em geral, muito perigosas. Os
depósitos de pós combustíveis sobre edifícios, máquinas ou outras superfícies, mesmo que em
camadas de pequena espessura, são suscetíveis de incendiar-se com rapidez. Ao entrar em ignição, os
pós combustíveis em suspensão no ar, podem produzir fortes explosões. Os pós agem como agentes
oxidantes, e ao se acumularem sobre as superfícies combustíveis, tornam o processo de oxidação
acelerado.
A violência da explosão será mais intensa se houver mistura de um agente oxidante
finamente pulverizado com outros pós combustíveis.
As nuvens de pós podem se tornar ignescentes por fontes relativamente fracas ou de
pequena intensidade, tais como: centelhas de fricção e eletricidade estática. O simples atrito do prego
da sola de um sapato, de encontro com um piso de maior dureza, poderá gerar uma ignição dessas
nuvens de pós. O perigo da ocorrência de centelhas estáticas torna-se mais grave quando as poeiras se
acumulam sobre a superfície de líquidos inflamáveis em repouso. As camadas de pó ou poeira podem
ficar ignescentes à temperaturas relativamente baixas, como também podem levar rapidamente à
explosão e à propagação de incêndios.
Algumas sementes oleaginosas produzem pós, que devido à grande quantidade de
óleo adsorvido tornam-se explosivos. Para evitar esses riscos, deve-se exercer um rígido controle
sobre o teor de umidade e da quantidade de pó desprendida durante o processamento industrial.

VI.2.5.1 - Recomendações de caráter geral para processamentos envolvendo a produção
de pós
Visando à proteção contra o risco de incêndio devem ser tomadas algumas medidas,
dentre as quais citamos:
⇒ providenciar eficientes sistemas de ventilação e de aspiração de pós, a fim de reduzir o teor desses
materiais dispersos na atmosfera ambiente;

192
⇒ instalar dispositivos de proteção que diminuam os efeitos das explosões provocadas pelo acumulo
de pós na atmosfera dos locais;
⇒ providenciar o aterramento elétrico de todas as estruturas metálicas e de todos os motores elétricos
de acionamento dos equipamentos, como forma de promover o escoamento do excesso de
eletricidade estática, e, por conseguinte, reduzir o risco de explosão;
⇒ fazer com que as áreas de trabalho sejam conservadas livres de depósitos de pós, por limpeza a
vácuo, ou por máquinas de simples aspiração;
⇒ instalar nos locais onde há o risco de explosão, sistemas elétricos blindados;
⇒ toda a matéria orgânica finamente pulverizada, e em suspensão no ar, explode, por oxidação
violenta de suas partículas. Como exemplo de produtos que produzem pós explosivos tem-se:
♦
♦
♦
♦
♦
♦
♦
♦

algodão;
soja;
milho;
madeira;
tecidos;
resinas;
juta;
sisal, etc.

VI.2.6. Depósitos de armazenamento
Os incêndios ocorridos em depósitos de mercadorias são normalmente difíceis de
serem controlados, caso consigam ponto de sustentação de fogo, ou seja, haja possibilidade de
alastramento do fogo a outros locais. Mesmo os pequenos incêndios podem causar danos
consideráveis, devido aos altos custos das mercadorias em estoque, como também pela
suscetibilidade dessas aos danos causados pela fumaça e pela água de combate a incêndios.
Um dos fatores que deve ser levado em consideração, é o tempo dispendido para a
reposição das mercadorias e das matérias primas perdidas com o incêndio, acarretando uma
conseqüente paralisação da produção, até que o estoque seja completamente abastecido, como
anteriormente ao surgimento do fogo.
Segundo levantamentos estatísticos, os equipamentos de iluminação e de
aquecimento, fumaças sub-reptícias e pessoas mal intencionadas, são as causas mais comuns de
sinistros acarretados pelo fogo.
Em algumas indústrias, os riscos de incêndio são agravados pela falta de isolamento
dos depósitos com as áreas de produção, quando então há possibilidade do fogo vir a alastrar-se,
descontroladamente.
193
VI.2.6.1 - Recomendações de caráter geral para depósitos de armazenamento
Algumas recomendações se fazem importantes, para se conseguir uma melhoria nas
condições de prevenção contra os riscos derivados da exposição das mercadorias e matérias primas.
São elas:
1. Isolar os depósitos das áreas de fabricação, por paredes e portas corta-fogo como forma de se
confinar o fogo, impedindo o seu alastramento;
2. Manter sob controle todas as prováveis fontes de ignição;
3. O empilhamento e a arrumação em prateleiras deve ser feito de forma ordenada, a fim de facilitar
a detecção e o combate ao fogo, bem como facilitar a proteção contra os danos causados pela
água utilizada na extinção;
4. As pilhas individuais ou grupos de prateleiras devem ser limitadas, tanto em altura quando em
área, e com acesso garantido por todos os lados, através de corredores de circulação. É
recomendável que a circulação existente entre as pilhas, e entre essas e as paredes laterais, possua
uma largura mínima de 1,20 metros. A prática recomenda que a altura máxima de empilhamento
não deva exceder a 6 metros, para estocagem de produtos comuns, de 4 metros, para produtos que
contenham líquidos ou gases combustíveis, e de 2 metros, para inflamáveis;
5. Deve se delimitar as áreas de estocagem através da marcação de faixas amarelas pintadas no
chão, contínuas, com 10 centímetros de largura;
6. Conservar as passagens e os corredores sempre limpos e desobstruídos;
7. Evitar que as mercadorias repousem no chão, apoiando-as sobre calços de metal, ao invés de
madeira, de forma que a água ou qualquer outro fluido não as venham danificar;
8. Caso o armazenamento venha a ser feito em caixas empilhadas, deve-se atentar para o fato de que
a altura de empilhamento estará sempre condicionada à capacidade de carga da caixa inferior.
Portanto, se a caixa que estiver em baixo não suportar peso superior a de duas outras mais, ao se
colocar 4, por exemplo, a caixa de baixo irá se danificar, expondo a mercadoria;
9. Deve-se evitar armazenar produtos de características distintas em um mesmo local, visto que um
agente extintor adequado para dar combate a incêndios em certas substâncias poderá não ser
adequado para outras;
10. Os funcionários da equipe de combate a incêndios devem estar preparados para combater o
incêndio na mercadoria que apresente maior risco e que tenha maior grau de dificuldade no
combate;
11. Deverá existir uma iluminação nos corredores e principais circulações, que permita um melhor
controle sobre a área;
12. Os veículos de armazenamento de mercadorias, como as empilhadeiras deverão ser acionados a
gás, ao invés de gasolina ou Diesel;
194
13. Não se deve manter estocagem de bujões de GLP junto a outras classes de produtos, pelo fato do
gás ser mais pesado do que o ar e se acumular em ralos, encanamentos e orifícios na estrutura.
14. Manter as portas corta-fogo sempre em condições de utilização imediata, não permitindo que seja
obstruído o seu acionamento ou fechamento. A porta corta-fogo é a garantia de que o incêndio
não irá se alastrar para outros locais. Assim, uma porta que não possa ser acionada com
facilidade é a mesma coisa de uma porta que não seja corta-fogo;
15. Manter os equipamentos de proteção contra incêndio em condições de uso imediato, dando-se
especial atenção a não obstrução desses, e a adequada sinalização;
16. Todos os corredores deverão possuir uma iluminação artificial, para trabalhos noturnos. Sempre
que possível deve-se prever a colocação de telhas translúcidas, intercaladas, na cobertura dos
galpões de armazenamento. A proporção de instalação não deverá exceder a uma telha
translúcida para cada 3 telhas de material incombustível, de sorte a não agravar a classe de
construção, tarifária, da edificação;
17. As mercadorias não deverão ficar coladas às paredes externas, para que a equipe de bombeiros
possa penetrar no local, rompendo a parede, se não for possível a entrada pelas portas durante a
ocorrência de um incêndio,.

VI.2.7. Situações perigosas no armazenamento de produtos
A atuação do Gerente de Riscos deve sempre ser a mais abrangente possível,
enfocando todos os pontos vulneráveis da empresa. Um desses pontos é a área de armazenamento de
produtos, sempre bastante crítica quanto a sua segurança, isso porque, qualquer acidente ali ocorrido
provocará paralisações, prejudiciais ao bom andamento dos serviços.
Um acidente envolvendo os depósitos de matérias primas trás consigo reflexos a
curto em médio prazo na produção. Se o acidente atingir os depósitos de produtos acabados, os
reflexos se darão a médio ou longo prazo. Os problemas podem ser maiores se ocorrerem em
períodos de entressafra, períodos de pique de produção, produção com venda antecipada, e outros.
Com a tendência das empresas de terem áreas de estocagem cada vez menores, e um suprimento
externo de produtos mais rápido, o grau de segurança a ser exigido das inspeções periódicas passa a
ser maior.

VI.2.7.1 - Situações que requerem um estudo especial
Os focos do trabalho do Gerente de Riscos, necessariamente deverão passar pelas
situações ou áreas de estudo listadas a seguir:
⇒ proteção contra incêndios;
⇒ proteção contra danos por águas de chuvas, inundações ou alagamentos;
195
⇒ obstruções de circulações internas;
⇒ ventilação natural e forçada;
⇒ altura das pilhas de armazenamento;
⇒ mistura de produtos estocados;
⇒ formas de manipulação das mercadorias e produtos;
⇒ atmosfera ambiente, onde se armazenam os produtos;
⇒ formas de acondicionamento dos produtos e substâncias;
⇒ substâncias armazenadas (tempo de permanência, estabilidade física e química, possibilidade de
deterioração, possibilidade de vazamentos e infiltrações, possibilidade de contaminação, etc).
As formas de armazenamento variam de acordo com os produtos a serem
armazenados, da forma de manipulação, dos volumes existentes, etc. Se, por exemplo, queremos
executar uma pequena obra em nossa residência, e necessitemos de cimento, é natural que
compremos uma pequena quantidade, acondicionada em sacos de papel. Se a obra for grande, e não
for em nossa residência, pode ser que precisemos de um volume inúmeras vezes maior,
provavelmente acondicionado em sacos de 1.000 kg, ou em carretas. As formas de acondicionamento
usuais são:
⇒ Sacarias;
⇒ Tambores metálicos ou plásticos;
⇒ Containers;
⇒ Caixotarias;
⇒ Fardos;
⇒ Granel sólido em pilhas, etc.
A seguir, são apresentados alguns exemplos que devem ser observados por quando da
realização de inspeções preventivas. É uma lista de verificações para algumas formas de estocagem:

VI.2.7.1.a) Armazenamento de mercadorias em sacos
A armazenagem de mercadorias em sacos representa um risco adicional, na medida
em que, os bens ensacados podem estar sujeitos ao ataque de roedores, da umidade, de fungos, e
outras causas, aliado ao fato de que os materiais constituintes das sacarias podem vir a ser
combustíveis, alastrando o risco de incêndio. Por essas razões, o Gerente de Riscos deverá estar
atento para os seguintes pontos:
1. tempo máximo de armazenagem do produto, normalmente determinado pelo fabricante;
2. possibilidade do produto vir a ser atacado por fungos, umidade, roedores, calor, etc.;
3. rotatividade esperada e a rotatividade real do estoque, não só com vistas à análise do fluxo
financeiro, ou da rentabilidade financeira esperada, como também pelo tempo de armazenagem
196
das mercadorias, que pode vir a ser um fator de aumento das perdas ou da baixa otimização das
áreas de estocagem;
4. estabilidade das pilhas de sacos contra tombamentos ou desequilíbrios. Em embalagens especiais,
como as de eletro-eletrônicos, os fabricantes dos produtos, apoiados por parecer dos fabricantes
dos materiais de embalagem, fazem um alerta quanto ao empilhamento máximo admitido, que é
função da capacidade de resistência da embalagem;
5. ventilação interna das pilhas de mercadorias, de sorte que não haja o surgimento de bolor, fungos
ou umidade;
6. resistência do material constituinte das sacarias, submetido a cargas adicionais, representadas por
outros sacos sobre ele empilhados;
7. possibilidade de correta identificação dos materiais ensacados;
8. proteção contra incêndio compatível com o material armazenado, para que não haja
contaminação de produtos;
9. proteção dos sacos contra os riscos de intempéries, se o depósito for ao ar livre;
10. existência de suportes que evitem o contato direto dos sacos com o chão, o que poderá provocar o
resfriamento dos produtos e a sua deterioração;
11. resistência do material de embalagem quanto à forma de manipulação empregada, quer seja no
próprio galpão de armazenamento, quer seja no transporte entre os edifícios da indústria.

VI.2.7.1.b) Armazenamento de mercadorias em prateleiras
No tocante a armazenagem em prateleiras, os cuidados passa a envolver também não
só as mercadorias como também as próprias prateleiras ou estantes. As atenções deverão estar
voltadas para os seguintes itens, dentre outros:
1. altura máxima das prateleiras, e compatibilidade entre essas e o pé direito do galpão de
armazenamento (o ideal é que haja um distanciamento mínimo de 1 metro, entre a linha das
treliças do telhado e as mercadorias estocadas ou prateleiras);
2. distanciamento entre prateleiras e divisões internas, o qual deverá ser compatível com as
dimensões dos veículos empregados no armazenamento das mercadorias, ou na forma de
colocação das mercadorias nas prateleiras, caso essa seja manual. Especial atenção se deve dar
para o emprego de escadas que se apoiem nas prateleiras;
3. estabilidade estrutural das prateleiras, que devem resistir a pequenos choques dos veículos
empregados no armazenamento das mercadorias, e na possibilidade de cargas adicionais, por
quando do emprego de escadas;
4. existência de mercadorias acima das prateleiras superiores, que não deverão estar a menos de 1
metro da parte mais baixa do telhado;

197
5. existência de mercadorias cujas dimensões excedam às das prateleiras, fazendo com que parte das
mercadorias estocadas ocupem espaço de circulação de pessoas e equipamentos;
6. resistência estrutural das prateleiras, que devem ser projetadas para cargas concentradas,
inclusive, no meio do vão, e cargas de impacto, geradas no momento da colocação das
mercadorias nas prateleiras;
7. forma de posicionamento das mercadorias nas prateleiras, de sorte que possam estar depositadas
somente nas próprias prateleiras, não ultrapassando às suas dimensões;
8. prevenção contra o risco de incêndio, tendo-se o cuidado de se verificar com antecedência a
compatibilidade dos produtos estocados com os tipos de agentes extintores empregados;
9. prevenção contra o risco de vazamento de produtos de prateleiras superiores, especialmente tintas
e vernizes, em latas e tambores, os quais, sob a ação do calor, podem explodir, vazando o
conteúdo e impregnando as prateleiras;
10. correta identificação das mercadorias estocadas;
11. possibilidade de rodízio de mercadorias estocadas para que essas não venham a se deteriorar.

VI.2.7.1.c) Armazenamento de granel sólido em pilhas, em área coberta ou não
Os cuidados com o armazenamento de granel sólido diferem um pouco das outras
formas de armazenamento, comentadas anteriormente, já que existe um risco adicional da
manipulação desse mesmo granel e da possibilidade de dispersão dos produtos no ambiente. Os
cuidados e verificações envolvem os seguintes aspectos;
1. possibilidade de dispersão de material particulado pela ação dos ventos;
2. altura máxima de empilhamento e compatibilidade entre essa e os equipamentos empregados no
empilhamento;
3. estabilidade das pilhas de granel, as quais devem atender a critérios de estabilidade natural, ou de
contenção lateral, se tratar-se de armazenamento em baias;
4. prevenção contra o risco de explosão, ou de combustão expontânea, quando então deverão ser
tomados cuidados adicionais como a aeração interna nas pilhas e o controle das fontes de calor;
5. controle de umidade, aeração e calor;
6. drenagem do piso compatível com o tipo de mercadoria estocada, visando, sobretudo, recuperarse totalmente ou não, o material que tenha escorrido da pilha para o piso;
7. condições ambientais agressivas à estabilidade físico-química dos produtos estocados;
8. possibilidade de deterioração das mercadorias estocadas, seja devido ao prolongado tempo de
armazenagem, seja devido ao contato, mesmo que acidental com outras mercadorias, seja devido
à umidade ou ao calor ambiente. Um exemplo claro é o do armazenamento de cal ou de cimento,
à granel;
9. ventilação ambiente se o empilhamento for em área coberta;
198
10. possibilidade de ataque às mercadorias por fungos, animais roedores, umidade e calor.

VI.2.7.1.d) Armazenamento de fardos prensados
No armazenamento de fardos prensados o risco dominante passa a ser o cuidado
contra incêndios, e a possibilidade dos fardos virem a ser danificados durante o transporte entre os
locais de manipulação dos produtos. As atenções do Gerente de Riscos deverão estar voltadas, dentre
outros, para os seguintes aspectos:
1. altura máxima de empilhamento dos fardos, a fim de se evitar o tombamento dos mesmos;
2. estabilidade das pilhas, para garantir a integridade dos operários e dos equipamentos empregados
na área;
3. resistência dos pallets, empregados no transporte dos fardos, de sorte que esses não venham a se
romper durante a movimentação das cargas;
4. proteção contra o risco de umidade que venha a afetar as mercadorias;
5. proteção dos fardos para o armazenamento ao ar livre, visando resguardar-se as mercadorias de
danos por água de chuva, calor ou umidade atmosférica;
6. drenagem do piso, a fim de evitar o empoçamento de água de chuva ou de água de combate a
incêndios junto às mercadorias estocadas;
7. proteção contra o risco de fogo compatível com o volume de fardos estocados e com o tipo de
mercadoria enfardada.

VI.2.7.1.e) Armazenamento de mercadorias em caixas
O problema do armazenamento de mercadorias em caixas está voltado mais para a
resistência à estocagem das caixas e do controle de risco de fogo. Entretanto, as atenções também
deverão se dar para os seguintes aspectos:
1. resistência estrutural das caixas, que tanto poderão ser plásticas, quanto de madeira ou papelão, e
tanto poderão estar armazenando televisores, geladeiras, sapatos, alimentos, etc;
2. altura máxima de empilhamento das caixas;
3. estabilidade das pilhas de caixas;
4. possibilidade de danos por calor ou por umidade;
5. drenagem do piso efetuada de modo correto, a fim de evitar danos gerados por água empoçada;
6. identificação correta do conteúdo das caixas, devendo ser observado que deve-se evitar o
acondicionamento de mercadorias distintas em uma mesma caixa, excetuando-se o
armazenamento em containers, que também são caixas, que, neste caso, devem seguir as
orientações dominantes expedidas pelos exportadores ou transportadores;
7. correta proteção contra o risco de incêndio.
199
VI.2.7.1.f) Armazenamento de cilindros de gases
O armazenamento em cilindros sempre apresenta certa complexidade, já que
dificilmente armazena-os deitados ou em outras posições que não seja em pé. Afora isso, há o risco
adicional do manuseio e do transporte, pelo fato de ser mais trabalhoso esse mesmo manuseio. As
sugestões que fazemos quanto a itens a serem observados por quando do gerenciamento do risco ou
de inspeções rotineiras é o que se segue:
1. identificação da compatibilidade dos produtos armazenados, entre si, e envolvendo as substâncias
extintoras comuns;
2. cuidados especiais e adequadas proteções para as válvulas das garrafas;
3. formas de acondicionamento, se em containers próprios para garrafas metálicas, se isoladamente;
4. correta identificação dos produtos e dos seus riscos, não só quanto à toxidez, mas também,
quanto à possibilidade de manterem focos de fogo;
5. adequada prevenção e combate aos riscos de incêndio e explosão;
6. identificação consistente do que são recipientes cheios e recipientes vazios;
7. adequada resistência dos cilindros, que sejam capazes de resistir e eventuais impactos mecânicos,
provocados pelo manuseio desleixado;
8. prevenção contra o risco de impacto e de tombamento;
9. estado geral dos recipientes, principalmente se de metais ferrosos;
10. possibilidade de rápida corrosão dos recipientes, em função da atmosfera ambiente.

VI.2.7.1.g) Armazenamento de produtos em tambores metálicos
À semelhança do armazenamento de produtos em cilindros, o armazenamento em
tambores metálicos também requer uma maior atenção, agravada pelo fato dos tambores usualmente
possuírem uma espessura de parede menor do que os cilindros para gases. Dentre os itens a serem
observados durante uma inspeção chamamos a atenção para os que se seguem:
1. resistência estrutural dos suportes dos tambores ou dos pallets;
2. altura máxima de empilhamento dos tambores. Não se deve esquecer que existem normas
específicas que tratam do empilhamento de produtos perigosos, onde é admitido no máximo 1
tambor de altura (normas do Fire Office’s Committee, por exemplo, aplicada a cálculos de redes
de sprinklers);
3. aterramento elétrico para o caso de armazenamento de inflamáveis, com manipulação;
4. prevenção contra o risco de impacto e de tombamento;
5. correta identificação dos produtos armazenados;
6. existência de uma drenagem de piso, a qual possibilite, inclusive, o recolhimento do líquido
vazado;
200
7. incompatibilidade entre os produtos e entre esses e a substância extintora comum;
8. identificação dos tambores cheios e dos tambores vazios;
9. se os tambores forem estocados na horizontal, deve ser verificado se os suportes laterais são
adequados.

VI.2.8. Proteção para máquinas e equipamentos
As máquinas e equipamentos são vitais para qualquer indústria, já que fazem parte da
transformação das matérias primas em produtos acabados. Uma fábrica de garrafas plásticas do tipo
PET não pode prescindir de sopradores, da mesma forma de uma siderúrgica não pode prescindir de
um alto forno. Por essa razão, todo o cuidado deve ser tomado com as máquinas e equipamentos,
especialmente no que tange a prevenção de riscos ou de perdas. Quando se avaliam as origens dos
focos de incêndio uma das causas é a de motores elétricos mais solicitados, e, portanto, mais sujeitos
a serem danificados.
Os motores elétricos defeituosos tendem a aquecer-se e a ignizar-se se estiverem
operando em regime de sobrecarga, ou trabalhando em situações adversas. Outro componente de
risco será associado à transmissão de energia para as máquinas e equipamentos. Efeitos danosos
podem ser considerados nas fiações, cujas proteções começam a derreter-se, ou então, através da
produção de fagulhas, em uma atmosfera perigosa ou contaminada de produtos perigosos.

VI.2.8.1 - Recomendações de caráter geral voltadas à proteção para máquinas e
equipamentos
Os cuidados que devem ser tomados para a prevenção de riscos passam,
necessariamente, pelos seguintes pontos:
1. os pisos encharcados de óleo podem ser agentes de propagação ou manutenção de incêndios ou
focos de incêndio, bem como podem vir a causar sérios acidentes envolvendo os operários. Desta
forma, toda a máquina ou equipamento que tenha a possibilidade de gotejar óleo, ou tenha uma
lubrificação freqüente, deverá ter uma bandeja, entre o piso e a própria máquina, que possibilite o
recolhimento do óleo gotejado;
2. a presença de materiais de elevada dureza, junto a outros a serem misturados, peneirados, moídos
ou transportados, poderá ser causadora de incêndios, devido à produção de fagulhas geradas com
o atrito durante a movimentação das máquinas. Esse cuidado deverá ser maior quando as
máquinas forem empregadas no beneficiamento de substâncias inflamáveis ou combustíveis;
3. deve-se adotar um plano de manutenção preventiva, visando, através da detecção prematura,
corrigir-se os equipamentos defeituosos, ou os componentes defeituosos das máquinas;
4. devem ser providenciados filtros e separadores magnéticos, a fim de eliminar os objetos
metálicos que sejam capazes de produzir fagulhas no interior dos equipamentos;
201
5. os solventes empregados na limpeza das máquinas devem ser dispostos em recipientes que
apresentem segurança quanto ao manuseio e também contra vazamentos;
6. deve-se manter ao redor dos equipamentos as matérias primas necessárias apenas a uma jornada
de trabalho. Os produtos já manipulados deverão ser prontamente removidos de junto desses
equipamentos para a garantia da integridade dos mesmos;
7. deve-se prever, em projetos de instalação, espaços ao redor dos equipamentos, que sejam
suficientes não só para a operação dos mesmos, como também para a realização de eventuais
serviços de manutenção, onde a possibilidade de remoção do próprio equipamento seja levada em
consideração;
8. as máquinas devem ser mantidas limpas e lubrificadas, para evitar que as engrenagens trabalhem
forçadas, sobrecarregando o motor, e, conseqüentemente, com probabilidade de produzir
fagulhas;
9. partes móveis das máquinas e equipamentos devem ser pintadas com cores distintas da pintura
das próprias máquinas e equipamentos, como forma de alertar os operários para os riscos da
operação. Recomenda-se a pintura com cores amarelo ou laranja;
10. verificar se as peças móveis estão corretamente alinhadas e não estão sobrecarregadas ou soltas;
11. os mancais devem estar alinhados e não sujeitos a esforços mecânicos maiores dos que os
adotados ou previstos em projeto;
12. máquinas e equipamentos deverão estar dispostos de forma a facilitar a manutenção e a
vigilância, sendo que os dispositivos de controle devem estar em pontos acessíveis;
13. próximo a cada máquina de grande porte deve existir um prontuário de operação e manutenção,
permanentemente atualizado. Para os demais equipamentos a ficha de controle deve ser
individualizada;
14. as estopas e panos empregados na limpeza dos equipamentos devem ser postos em recipientes
metálicos providos de tampas também metálicas;
15. máquinas e equipamentos geradoras de calor devem possuir ventilação própria e compatível com
a carga térmica liberada pelo equipamento, de sorte que outras máquinas vizinhas não sejam
prejudicadas com essa carga térmica adicional.

VI.2.9. Processos que envolvam calor
Um incêndio pode ter início devido ao superaquecimento ocorrido no processamento,
envolvendo a geração de calor, ou vir a ser decorrente da existência de materiais combustíveis,
quando em contato com fontes de calor não controladas. A

exaustão

inadequada

de

vapores

desprendidos nos processos à seco, poderá conduzir à explosões e, por conseguinte, a incêndios.
Torna-se fundamental a analise do projeto de exaustão e ventilação, de modo a que as concentrações
de gases dissolvidos na atmosfera ambiente não esteja acima dos limites máximos permitidos em
normas. Outra causa de origem dos incêndios é a promovida pelas falhas dos mecanismos de controle
202
dos equipamentos que operam com chamas, pela queima de óleo ou de gás. Os mecanismos
defeituosos não possibilitam a interrupção da seqüência de formação das chamas, impedindo dessa
forma o alastramento do fogo a outros locais, ou seja, as falhas possibilitam que o incêndio se
propague para outras áreas. Se os dispositivos de detecção e combate aos incêndios for eficaz, como
por exemplo, a associação de detectores iônicos a sprinklers (chuveiros automáticos contra incêndios)
a possibilidade de alastramento é reduzida. Com apenas o acionamento de dois bicos de sprinklers
consegue-se conter cerca de 70% dos princípios de incêndio. Com o acionamento de 4 bicos
consegue-se conter cerca de 90% dos princípios de incêndio. Com mais de 4 bicos pode se chegar a
95% de eficácia, com os 100% de eficácia atingidos com a conjugação da densidade de água
adequada, o posicionamento correto dos bicos aspersores, e a total desobstrução dos bicos, por
mercadorias, paredes improvisadas ou equipamentos ou instalações.

VI.2.9.1. - Recomendações de caráter geral para processos que envolvam calor
Dentre as precauções recomendadas para que não ocorram ignições em ambientes
onde as temperaturas usualmente são maiores, citamos:
• projetar os dispositivos de segurança, para a interrupção do aquecimento, de sorte a acusar falha
no sistema de exaustão ou ventilação ou indicar a baixa de pressão nos dutos de alimentação,
devido a ruptura das canalizações de vapor;
• prever a existência de aberturas para reduzir os efeitos de explosões em fogões e secadores à
chama de gás, e onde possa haver concentração explosiva de vapores ou de pós.
As aberturas nas paredes conduzem a um aumento da ventilação natural, devendo ser
empregadas, principalmente, em locais aonde os sistemas de exaustão venham a ser
desaconselháveis. Todavia, em estruturas elevadas as aberturas podem provocar o efeito de chaminé,
principalmente em caso de incêndios, alastrando as chamas para andares superiores.
• dotar os locais onde haja desprendimento de pós ou de vapores inflamáveis, de sistemas de
ventilação compatíveis. Em alguns edifícios totalmente ocupados por uma única atividade, podese projetar somente um sistema de exaustão, caso essa mesma atividade não seja a de manuseio de
explosivos. Por exemplo, se o edifício for construído em estrutura metálica, os pavimentos, ao
invés de laje de piso poderão vir a ter grades, de sorte a permitir a movimentação de ar ambiente.
Caso a concentração de vapores inflamáveis seja elevada, é preferível que o prédio tenha o menor
número possível de paredes laterais, como forma de evitar ou amenizar o risco de explosão;

VI.2.10. Proteção dos sistemas elétricos
Sistemas elétricos são todos aqueles destinados a transmitir luz e força aos vários
locais de uma edificação. São sistemas constituídos de eletrodutos rígidos ou flexíveis, fios e cabos,
203
tomadas, disjuntores, etc., todos fazendo parte de um mesmo circuito. Circuito é definido como um
conjunto de pontos ativos no mesmo par de condutores, ligados a dispositivos de proteção, tais como:
chaves, disjuntores, relés, interruptores, etc.. O isolamento dos fios condutores depende da utilização
a que se destinam, devendo o isolamento mínimo atender a uma tensão de serviço de 1.000 volts.
Ainda hoje se empregam os seguintes materiais, como isolantes dos condutores e cabos elétricos:
•
•
•
•

borracha sintética;
borracha butílica;
papel impregnado;
sintanax, etc.
Para a proteção dos condutores contra impactos mecânicos lança-se mão de

eletrodutos rígidos. Caso a instalação venha a ser embutida pode-se empregar eletrodutos flexíveis.
Na conexão de motores ou equipamentos, que apresentem vibração durante o seu funcionamento,
pode-se utilizar eletrodutos metálicos flexíveis, ou de material à base de borracha clorada. O mais
importante é que os fios condutores não venham a ficar expostos, e nem estejam sujeitos a danos, que
não teriam se estivessem no interior de dutos, flexíveis ou não.

VI.2.10.1. Cuidados especiais ao se examinar um sistema elétrico:
⇒ assegurar que as emendas dos condutores foram feitas com fios de mesmo diâmetro, de sorte que
essas tenham uma resistência mecânica adequada e um contato elétrico perfeito. Nas emendas de
condutores pode se lançar mão de conectores apropriados, o mais recomendado, ou se recorrer à
solda de estanho, essa aplicável exclusivamente a fios de cobre recozido e não sujeitos a tensões
mecânicas;
⇒ o isolamento elétrico das emendas e derivações deverá ter características físico-químicas
equivalentes às dos isolamentos condutores empregados no restante da instalação. Isso quer dizer
que deverá se garantir um isolamento elétrico perfeito, além de uma proteção contra danos
mecânicos, equivalente à proporcionada pelas próprias capas dos condutores;
⇒ o diâmetro interno do eletroduto deverá estar de acordo com o somatório dos diâmetros dos
condutores elétricos nele contido, a fim de evitar o superaquecimento dos fios. A soma dos
diâmetros dos condutores deverá ser a metade do diâmetro interno do eletroduto, de sorte a
aumentar a circulação interna de ar, reduzindo o aquecimento dos fios;
⇒ As fitas deverão envolver não somente a emenda, como também as partes dos condutores
adjacentes à ela. As normas específicas recomendam que a proteção elétrica garantida pela fita
deverá ser, pelo menos idêntica à proteção elétrica garantida pela capa do condutor;
⇒ ao se acondicionar um determinado número de fios condutores emendados em uma caixa de
derivações, deve-se procurar fazer com que as emendas entre eles sejam feitas alternadamente, de
sorte a evitar o contato, mesmo que acidental, entre emendas mal executadas, bem como
204
aumentar-se a segurança contra possíveis vazamentos de corrente elétrica. Ou seja, não se deve
emendar dois pares de fios condutores em uma mesma altura ou posição. Recomenda-se que entre
essas emendas exista um distanciamento mínimo de 10 centímetros;
⇒ nos condutores de entrada de corrente, logo após o medidor de consumo, deverá ser instalado um
interruptor geral, com capacidade suficiente para a carga total da instalação, ou do circuito
elétrico, e nunca da capacidade total dos equipamentos por esse alimentado, provido de
disjuntores adequados aos circuitos elétricos. Não se deve empregar nesses casos chaves do tipo
faca. Os disjuntores devem proteger os circuitos e não os equipamentos, já que esses dispositivos
possuem seus próprios dispositivos de proteção;
⇒ qualquer capa de isolamento de fios condutores, com mais de 500 horas de uso, em regime de
sobrecarga, deteriora-se. Portanto, quando a instalação puder estar em sobrecarga, é conveniente
que seja feita uma inspeção periódica, com alicates medidores de tensão, a fim de se saber se está
ocorrendo qualquer tipo de vazamento de corrente elétrica;
⇒ a capacidade de proteção do disjuntor deve ser idêntica à capacidade de transmissão de energia
elétrica do fio condutor. Isso quer dizer que é a instalação elétrica que é protegida, e não os
equipamentos a ela conectados. Se a instalação estiver sobrecarregada, por qualquer razão, o
disjuntor deverá desarmar de imediato, protegendo não só os cabos condutores de energia elétrica,
como também os equipamentos a eles conectados;
⇒ a segurança das instalações requer um bom projeto, que contemple, inclusive, a possibilidade de
expansão futura, a facilidade de acesso aos vários compartimentos, confiabilidade nos sistemas de
proteção, e facilidade de leitura e entendimento, pelo pessoal responsável pela manutenção. Além
disso, o projeto deverá prever que todos os circuitos deverão ser adequadamente sinalizados.
Sempre que possível deverá ser empregado condutores com capas de proteção de cores distintas,
para indicar as fases e os retornos, ou as várias fases.
⇒ É comum se observar, durante inspeções, que os painéis elétricos ficam aquecidos em
determinado circuito. Isso ocorre porque não foi prevista uma possibilidade de ampliação de
carga. Um circuito que atendia a uma ou duas salas, de repente passa a atender a um salão. Isso
ocorre com mais freqüência com os circuitos de iluminação;
⇒ ao desligar-se um circuito elétrico, deve-se começar sempre pelos pontos de menor carga, e nunca
pelo de maior, com o objetivo de evitar o risco de formação de arcos elétricos, junto às chaves
gerais;
⇒ as instalações elétricas que transportam maior carga devem estar sinalizadas e protegidas. O
mesmo deve ocorrer com as tomadas de luz e de força, as quais deverão ter adesivos que indique a
capacidade de carga das mesmas;
⇒ se as instalações elétricas tiverem que ficar expostas, por qualquer razão técnica, os fios
condutores deverão estar posicionados em bandejas ou calhas apropriadas. Admite-se, entretanto,
205
que parte dos circuitos elétricos fique aparente, fixados em castanhas de isolamento, junto às
paredes. Nesses casos, esses circuitos deverão estar a uma altura tal que fiquem livres de contatos
acidentais com pessoas ou equipamentos.
Toda e qualquer análise de dispositivos elétricos deve sempre ser realizada por
engenheiros eletricistas ou com o acompanhamento ou supervisão desses profissionais.

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Conceitos de Segurança Industrial aplicados à Proteção das Instalações

  • 1. CAPÍTULO VI PROTEÇÃO DOS PROCESSOS Nota: Este capítulo faz parte do livro Gerenciamento de Riscos Industriais, registrado. Qualquer utilização deste texto sem a correta citação da origem sujeita o infrator às oenas legais. Gerenciamento de Riscos Industriais Fundação Biblioteca Nacional - Ministério da Cultura - Escritório de Direitos Autorais Certificado de Registro ou Averbação nº 123.087, Livro 190, Folha 202 (Análises de Property Loss Control, Análises de Risco, Segurança Industrial, Controle Patrimonial), Inspeções de Riscos Industriais, Inspeções de Segurança. Eng. Antonio Fernando Navarro Rio de Janeiro, outubro de 1996 168
  • 2. VI. Proteção dos Processos: Este capítulo faz parte do conjunto do Livro Gerenciamento de Riscos Industriais e trata especificamente da proteção dos processos, não especificamente a dos equipamentos e instalações existentes, mas sim do ambiente onde esses sejam desenvolvidos, com o objetivo de preservar a saúde e a vida humana, objeto das atividades dos Gerentes de Riscos. Esses profissionais, bastante citados neste texto, são profissionais com formação multidisciplinar, com elevada percepção e capazes de identificar os riscos antes que esses vêm a causar perdas ou danos. Contudo, o papel dos Gerentes de Riscos não se restringe a uma atuação dita, "no chão de fábrica", mas também nas demais áreas onde se desenvolvem as atividades ou são projetadas, como as de design, de construção e montagem, logística, planejamento das atividades, recrutamento e seleção, capacitação de pessoal, acompanhamento das atividades, movimentação de materiais, aquisição de equipamentos e instalações, enfim, em cada uma das etapas do processo deve haver a intercambialidade de saberes, para a sedimentação de uma Cultura de Segurança. Um aspecto importante é que deve se ter a atenção direcionada para a questão do "acidente zero". Ainda não se conseguiu estabelecer condições para que uma atividade não cause acidentes. Uma das razões é a do fato de contribuírem para a ocorrência de um acidente dezenas de fatores, poucos controlados, alguns parcialmente sob supervisão, e muitos que não se tem qualquer tipo de controle, ditos fatores aleatórios. Mesmo a aleatoriedade não impede que sejam exercidas ações pró-ativas de prevenção, Um processo é um conjunto de ações, encadeadas ou vinculadas, estabelecidas para se obter um resultado palpável, que pode ser um produto ou bem. Assim, para que esse conjunto se movimente podem ser requeridas ações que envolvam o Homem ou o emprego de equipamentos e máquinas automáticas ou manuais. Proteger um processo de fabricação é empregar mecanismos e instalações que o tornem mais seguro. Em praticamente todos os processos industriais há riscos. Muitas vezes esses riscos se manifestam de forma descontrolada. De outra feita a ocorrência se dá com uma manifestação prematura. Quase sempre a proteção de um processo pode ser feita de maneira simples. Serão abordadas e apresentadas algumas medidas de segurança que podem ser adotadas, na preservação e na proteção do patrimônio das indústrias, notadamente no que se refere à prevenção de perdas geradas por riscos emergenciais ou latentes. Nessa proposta poderá se verificar que há medidas simples e imediatas e outras que poderão requer maior nível de atenção. Contudo, não se deve esquecer das recomendações fornecidas pelos fabricantes dos equipamentos e pelos projetistas das instalações industriais. Sabe-se hoje que a maior parte dos danos pode ser evitada se não houver modificações no projeto ou nas instalações, cerca de 20% dos sinistros ocorridos são devidos a mudanças não planejadas. O capítulo apresenta de forma consolidada, recomendações para 169
  • 3. implementação por quando da execução de programas de gerenciamento de riscos nas atividades industriais. Procurou-se relacionar algumas das atividades ou processos envolvendo a maior parte das indústrias, não significando dizer que o assunto encontra-se esgotado. Com a participação dos responsáveis pelas atividades de segurança do trabalho e industrial, cada um poderá enriquecer este capítulo, com a criação de seus próprios fichários de análise de riscos. Em nosso outro livro "Ferramentas Empregadas no Gerenciamento de Riscos" apresentamos, além de Check List básico, aplicável a uma série de empreendimentos industriais, uma série de modelos de formulários, voltados a vários tipos de situações. A proteção dos processos, ou das áreas de processamentos de uma indústria, é tratada dentro da Segurança Industrial. A Segurança Industrial é um dos módulos da Gerência de Riscos, voltado à análise da segurança da atividade da empresa, de seu processo de produção e fabricação. Como o nome bem pode definir trata da parte referente à segurança como um todo, não especificamente um componente da segurança, voltada à indústria. Define-se Segurança Industrial como o conjunto de medidas tomadas em um estabelecimento industrial, visando a redução do grau de periculosidade dos riscos ou atividades, quer sejam emergentes ou potenciais, capazes de gerar perdas materiais ou pessoais. Apesar do nome não indicar, para que a Segurança Industrial seja completa deverá estar voltada também para o Homem. Um operário bem treinado e municiado de todos os equipamentos de proteção individual, necessários à sua atividade, está sujeito a sofrer menos acidentes. Comparativamente aos operários mal treinados, os bem capacitados sofrem cerca de 10% dos acidentes e os mal treinados 90% dos acidentes. Para que uma instalação fabril seja protegida contra todo tipo de perdas materiais e pessoais, torna-se necessário, antes de qualquer coisa, resguardar-se as pessoas que nela trabalham. Ficou comprovado, através de extensos trabalhos estatísticos, que a grande maioria dos acidentes ocorridos no interior de instalações industriais devese à imperícia dos empregados, cerca de 23% dos acidentes onde haja a participação humana. A Segurança Industrial é a junção de vários procedimentos e normas de segurança, cujo objetivo maior é o de resguardar as instalações contra os riscos que as possam atingir. Para que o objetivo de prevenção e de segurança venha a ser atingido, devem atuar na empresa equipes que denominamos de “Equipes de Prevenção”. O Gerente de Riscos é, modernamente, o chefe de um comitê permanente da empresa, envolvendo todas as áreas produtivas da mesma. Desta forma, deve estar familiarizado com o trabalho das Equipes de Prevenção existentes. 170
  • 4. VI.1 Equipes de Prevenção de Riscos Qualquer instalação industrial ou sistema de proteção contra incêndios, por mais caro e sofisticado que seja, perde a sua finalidade se não existir uma equipe de funcionários treinados que os possa operar. Desta forma, a não existência de pessoal qualificado e preparado para lidar com situações de risco, onde seja necessário o manuseio desses sistemas, pode por em risco a segurança de todo o conjunto industrial, com tudo aquilo nele contido, inclusive pessoas. Definem-se Equipes de Prevenção como os grupos de funcionários da empresa voltados para atuar em áreas bem específicas, que tem como função exclusiva a atenção para com os funcionários, a operação dos equipamentos de proteção dos riscos ou a manutenção, de ordem preventiva, em todos os setores industriais. São consideradas equipes de prevenção de riscos: CIPAS, SESMTs, voltadas à prevenção dos riscos envolvendo pessoas; Brigadas de Incêndio, voltadas ao manuseio dos equipamentos de combate aos riscos de incêndio, principalmente; Manutenção das Instalações; Manutenção das Edificações. VI.1.a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA A CIPA é uma equipe de prevenção de acidentes, constituída por funcionários da própria empresa, que tem como escopo a diminuição do número de acidentes causados, com ou sem a participação do empregado, a orientação para situações de riscos, o treinamento de pessoas, e todo um trabalho prevencionista, voltado ao operário da empresa. A CIPA é de grande valia para o trabalho do Gerente de Riscos, devido às particularidades de suas atribuições. VI.1.a.1. Recomendações ao trabalho das CIPAS: Usualmente, as CIPAS têm um plano de trabalho bastante amplo, voltado à segurança dos trabalhadores, pois que tem em sua estrutura representantes dos empregados e do empregador. Há uma igual distribuição de seus membros. Todavia, essa importante "ferramenta" de divulgação de informações e de apoio na fiscalização perde muito de sua importância quando os empregadores não relevam as atividades do grupo. Algumas de suas atribuições são: elaboração de semanas prevencionistas; distribuição de diplomas àqueles que se destacaram em seus trabalhos prevencionistas; inspeções contínuas às instalações da empresa; Análise dos acidentes ocorridos; divulgação de técnicas de prevenção de acidentes, por intermédio da exposição de filmes e de palestras, e • atividades quase todas programadas e previstas em regulamentos da empresa. • • • • • 171
  • 5. A título de colaboração, apresentamos a seguir uma série de tópicos que devem ser incluídos nos programas de inspeção das CIPAS, durante as visitas de seus membros às instalações da empresa. É lógico que um plano de inspeções não se esgota com meia dúzia de itens a serem observados. É preciso muito mais do que isto. Alguns dos pontos de interesse são: Os materiais, ao serem empilhados, não deverão obstruir os corredores e as passagens, de forma a não dificultar o trânsito de pessoas, equipamentos e o fluxo de transporte de mercadorias e de produtos acabados pelo interior da fábrica. Os problemas de empilhamento e estiva de materiais é responsável por quase 6% dos acidentes pessoais, principalmente devido ao contato abrupto com os trabalhadores, como a queda de materiais; Os materiais, mercadorias e ferramentas, mesmo quando acondicionados em estantes ou prateleiras, devem estar armazenados de modo a evitar o risco de deslizamento desses atingindo algum operário. As suas pontas devem ser envolvidas em protetores, não se devendo permitir que seja ultrapassada a largura das prateleiras ou das estantes. 5% dos acidentes de cortes e escoriações são devidos ao contato acidental de partes dos corpos dos trabalhadores em extremidades agudas de materiais estocados. Na área de construção civil esse percentual chega a 15%; Deve-se sempre colocar o lixo e os materiais inservíveis em lugares apropriados, e preferencialmente, afastados de mercadorias ou produtos acabados. Aqueles lixos que possam gerar combustão expontânea deverão ser acondicionados em tambores metálicos providos de tampa. Um dos aspectos que não pode ser desconsiderado é o da salubridade do ambiente e da proliferação de vetores; Não se deve obstruir o acesso ou a visão dos equipamentos de combate a incêndios, através do armazenamento de mercadorias, ou da colocação de máquinas ou equipamentos na sua frente. A mesma preocupação se deve ter com toda a sinalização de equipamentos extintores, que normalmente é posicionada nos banzos inferiores das treliças do telhado. Em análises envolvendo a ação das equipes no atendimento a princípios de incêndio verificou-se que em 18% das ocorrências os trabalhadores não utilizavam os equipamentos mais próximos dos princípios de incêndio por não estarem esses corretamente sinalizados e visíveis; Não se deve permitir o transporte, ou manuseio de substâncias corrosivas, em recipientes abertos. Mesmo quando os depósitos forem fechados, esses deverão estar rotulados, para facilidade de identificação. Cerca de 6% das queimaduras e lesões oculares foram provenientes de respingos de materiais transportados de maneira inadequada; As polias das máquinas e equipamentos devem ser convenientemente equipadas com protetores metálicos, totais ou parciais, como forma de se evitar o contato dos operários com as correias, que tantos acidentes causam. 29% dos acidentes com prensagem de partes dos corpos dos 172
  • 6. trabalhadores foram devidos à falta de proteção das polias e correias ou correntes. Desse percentual 32% terminou gerando mutilações irreversíveis; Nunca se deve substituir os protetores dos circuitos elétricos por outros de maior capacidade de carga, ou por sistemas improvisados, tais como: arames, moedas, chapas metálicas, ou outros, objetivando ter menor trabalho de manutenção, com religamentos constantes. Dos acidentes elétricos, 38% é devida a improvisações das instalações elétricas e ou à falta de dispositivos adequados de proteção dos circuitos elétricos; Não se deve permitir que os operários estejam trabalhando sem os equipamentos de proteção individual, e sem uma adequada orientação e supervisão. A falta ou inadequação dos EPIs é responsável por 41% dos acidentes com contaminação dos trabalhadores. Desse total, 37% referese a acidentes envolvendo os olhos, pela inadequação dos óculos de proteção; Deve-se sempre estudar continuamente, formas de redução dos riscos existentes na empresa, de maneira que o emprego de Equipamentos de Proteção Individuais não seja necessário, ou pelo menos venha a ser substituído por condições seguras, oferecidas pela empresa. Essa é uma das principais áreas de atuação da CIPA e do SESMT. As avaliações devem ser baseadas nos programas de prevenção de riscos ambientais e nos laudos técnicos de condições ambientais do trabalho; Cada acidente ocorrido deve ser cuidadosamente analisado, com vistas a se obter as informações necessárias para evitar a recorrência dos mesmos. Com as informações obtidas pode se estruturar um banco de dados de acidentes, a ser empregado na análise de situações futuras assemelhadas, bem como apresenta-lo como instrumento de divulgação durante as palestras. A CIPA não é um órgão executor de medidas, mas sim de estudos, análises e encaminhamento e cobranças de solução dos problemas. A função da CIPA na da empresa deve ser continuamente realçada, de forma que até os próprios operários sintam a sua importância e possam contribuir espontaneamente, encaminhando problemas existentes e apontando soluções prováveis. VI.1.a.2. Consequências dos Acidentes de Trabalho: Um acidente de trabalho, além dos aspectos sociais que gera, causa sérios danos à imagem da empresa. Normalmente está associado a uma série de consequências como: Redução da produtividade; Substituição de operários, algumas vezes a um custo bem maior; Redução do estoque devido à redução da produção; Perda de imagem junto ao público consumidor e o público que coabita as vizinhanças da empresa; Aumento de encargos sociais com as substituições, bem como com os pagamentos de operários inativos; 173
  • 7. Aumento da folha salarial; Perda de mercado, com a não possibilidade de cumprimento de contratos de fornecimento; Possibilidade de ações trabalhistas e na área cível; Falta de produção. VI.1.a.3. Causas de um Acidente de Trabalho: Para que o objetivo da prevenção de acidentes, envolvendo os trabalhadores, seja atingido, torna-se necessário conhecer a mecânica da ocorrência de um acidente de trabalho. Até hoje não se conseguiu precisar as causas de um acidente de trabalho. Da mesma forma como ele pode ser devido a um único fator, pode vir a ser fruto da concorrência de múltiplos fatores, o que termina dificultando a análise e a implantação de propostas para a redução das ocorrências. Existem estudos que analisam os acidentes por grupamentos de causas e outros por blocos de consequências. Até agora nenhum dos modelos demonstrou ser sólido o suficiente para contemplar todas as eventuais causas das ocorrências. Isso quer dizer que o "acidente é previsível", mas as causas dos mesmos podem ser "imprevisíveis". A princípio, as principais e prováveis causas da ocorrência de um acidente de trabalho podem ser devidas, entre outras, a: 1) falha de projeto; 2) falha de execução; 3) falta de uma Cultura de Segurança; 4) falha de planejamento das atividades; 5) falta de supervisão; 6) supervisores sem o conhecimento e habilidades requeridas; 7) falta de gerenciamento das atividades; 8) gerentes sem o conhecimento e habilidades requeridas; 9) fatores ambientais adversos; 10) falta de motivação de pessoal; 11) condições de trabalho adversas; 12) falhas construtivas; 13) falhas de materiais; 14) sobrecargas de peso; 15) operações inadequadas; 16) falta de treinamento; 17) falta de experiência dos trabalhadores; 18) condições ambientais adversas; 19) matérias primas defeituosas; 20) desgaste de material; 21) projeto inadequado; 22) instalação inadequada; 23) falha de manutenção; 24) falta de manutenção; 25) falha humana. VI.1.a.4. Participação humana nos Acidente de Trabalho: 174
  • 8. Infelizmente, a participação do Homem na ocorrência de um acidente é bem grande. Estima-se que sua concorrência chegue a valores próximos de 80%. Sua participação pode-se dar devido a um ou a mais fatores, como listados a seguir: Cansaço Visual, devido a: 1. condições ambientes; 2. extensa jornada de trabalho; 3. tipo de atividade desenvolvida; 4. condições orgânicas; 5. má alimentação; 6. doenças; 7. fatores emocionais, etc. físico, em função de: 8. condições orgânicas; 9. alimentação inadequada; 10. doenças; 11. fatores emocionais, etc. Stress 12. problemas psicológicos; 13. doenças; 14. falta de ambientação com colegas; 15. dificuldades de entendimento com chefias imediatas; 16. ambientes de trabalho com rodízios freqüentes; 17. problemas econômicos; 18. problemas familiares, etc. Desatenção 19. problemas familiares; 20. fome ou sede; 21. falta de dinheiro; 22. doença; 23. instabilidade no emprego, etc. Inadaptidão física ao trabalho 24. rodízios de postos de trabalho sem adequada verificação; 25. falhas dos procedimentos de recrutamento e seleção, etc. Brincadeiras com colegas ou com pessoas de fora 26. problemas de supervisão; 27. problemas de relacionamento com os colegas; 28. ausência de programas de ambientação do trabalhador; 29. problemas de recrutamento de pessoal; 30. problemas de maturidade de pessoal, etc. Premeditação 31. dificuldades de caráter; 175
  • 9. 32. falta de dinheiro; 33. problemas de inadaptação com chefias e colegas; 34. dificuldades de aprendizado; 35. possibilidade de demissão imediata. etc. Crime, com o objetivo de causar prejuízos econômicos ao patrão ou favorecer terceiros 36. falta de dinheiro; problemas familiares; 37. problemas pessoais; 38. problemas psicológicos; 39. ausência ou deficiência de supervisão e controle; 40. proximidade de implantação de programas de demissões, etc. Falta de treinamento 41. elevado turn over; 42. ausência de supervisão adequada; 43. implantação de procedimentos produtivos novos; 44. falta de programa de treinamento na empresa, etc. Inadaptidão ao equipamento 45. ausência de supervisão adequada; 46. implantação de procedimentos produtivos novos; 47. falta de programa de treinamento na empresa; 48. falta de critério de seleção de pessoal; 49. ausência de pessoal qualificado, etc. Pressa 50. falha de um planejamento de trabalho; 51. ausência de meios de transporte adequados; 52. falta de apoio social, principalmente de creche para os filhos das funcionárias; 53. ausência de funcionários capacitados; 54. falta de planejamento de escala de férias, etc. Falta de Motivação 55. baixos salários; 56. perspectivas de ser mandado embora do trabalho; 57. proximidade da aposentadoria; 58. excessiva cobrança dos supervisores no trabalho; 59. chefias desqualificadas ou com menor conhecimento do que os funcionários; 60. não possibilidade de ascensão funcional; 61. jornadas de trabalho excessivas, etc. Condições ambientais adversas 62. pouca ou excessiva iluminação; 63. ruído contínuo ou intermitente; 64. temperaturas extremas (frio ou calor); 65. vibração; 66. acabamentos construtivos; 67. revestimentos, inclusive pintura, etc. 176
  • 10. Todo o funcionário que executa funções que, pela sua natureza, exponha a vida de terceiros, ou de bens da própria empresa, deve ser periodicamente avaliado, física e mentalmente, como forma de se prevenir acidentes. Como exemplo dessas funções tem-se: operador de ponte rolante, motoristas, controlador de caldeira, controlador de centros de controle operacional, etc. O Gerente de Riscos como componente da CIPA, na qualidade de representante do empregador, deverá acompanhar de perto a solução de todos os problemas encaminhados. Terá que ter poderes para cobrar as soluções e mesmo interditar processamentos ou atividades consideradas críticas. Sob o ponto de vista de ser o representante do empregador, deverá, preferencialmente, analisar economicamente os projetos encaminhados. Obviamente, em se tratando de vidas humanas qualquer análise econômica deixa de ter sentido. VI.1. b Brigada de Incêndio A Brigada de Incêndio é uma equipe que tem como objetivo principal executar a prevenção e dar combate aos incêndios, por meio do manejo dos equipamentos de combate a incêndios, como também supervisionando as instalações e atividades, de modo a que não venham a surgir situações de riscos. Estão afetos aos trabalhos da brigada as seguintes atividades: • manutenção periódica dos equipamentos, verificando o posicionamento, livre acesso e estado de conservação dos mesmos; • controle de recarga, quando necessária, das baterias de CO2 , halon, pó químico seco e espuma, dos sistemas fixos e dos extintores portáteis e carretas. A recarga deverá ser sempre controlada através de um fichário próprio, que indique o tipo de equipamento, capacidade de carga, tipo de agente extintor, localização, numeração específica, etc.; • controle da sinalização do sistema de prevenção e combate a incêndio. São requisitos para um eficiente sistema de sinalização a fácil leitura, a objetividade na informação dos agentes extintores e a rapidez na localização; • inspeção periódica das instalações da indústria, com o objetivo de detectar situações de riscos emergentes. O trabalho da Brigada de Incêndio, além de ser basicamente o de combate a incêndios, deve assumir também a postura prevencionista. O importante não é somente o controle e extinção dos incêndios, mas sim, e principalmente, o de evitar o surgimento desses. A título de ilustração, certos produtos costumam dar origem a combustão expontânea com possibilidade de severas perdas, pelo fato dessas ocorrências poderem vir a se manifestar sem a presença dos operários. Sobre eles, a Brigada de Incêndio deverá exercer o mais rigoroso controle. Dentre os produtos perigosos destaca-se: • cal não queimada, principalmente quando hidratada; 177
  • 11. cloreto de sódio, principalmente quando molhado; fósforo branco, quando em contato com o ar; terebintina, quando em contato com o cloro; hidrogênio, quando em contato com o cloro e com a luz; matérias orgânicas finamente pulverizadas ou materiais fibrosos quando em contato com óleos ou agentes oxidantes; • trapos e resíduos saturados, com óleo de linhaça, tintas ou graxas. • • • • • Na área industrial. é muito comum, no manuseio de produtos perigosos, que seja distribuída uma ficha de informações técnicas acerca dos riscos que os produtos apresentam. Tanto a CIPA quanto a Brigada de Incêndio devem possuir essas fichas de Informações Técnicas, não só a fim de melhor conhecer os produtos, e de prevenir-se quanto à exposição dos riscos por eles causados, como também conhecer os procedimentos a serem seguidos em uma situação de emergência. Como exemplo de uma dessas Informações Técnicas apresenta-se: Ficha de Informações Técnicas Cianeto de Sódio Aplicações Estocagem e manuseio Embalagem padrão Transporte Marcação Recomendaçõ es para o uso de Cianetos Na química orgânica, para sínteses cianídricas e nitrílicas, em galvanoplastia, em tratamentos térmicos de metais e superfícies metálicas, na extração de ouro, na mineralogia (flotação), na área de defensivos agrícolas, e outras menos importantes. Todos os Cianetos devem ser estocados em tambores bem fechados e em ambientes secos e ventilados. Cianetos não devem, em hipótese alguma, entrar em contato com ácidos ou sais ácidos, devido a liberação de Ácido Cianídrico gasoso, o qual é extremamente venenoso. Recomenda-se a manutenção do produto sob total controle e guarda. Tambores de aço lacrados com peso líquido da ordem de 50 kg, e um volume da ordem de 80 litros. Venenoso, não devendo ser estocado juntamente com alimentos. De acordo com os regulamentos de serviço de tráfego, e normas específicas editadas pelo DNER. O trabalho com cianetos ou ácido cianídrico requer a maior precaução possível, e a mais completa obediência aos regulamentos de segurança existentes. As recomendações mais comuns são as seguintes: • Ao manusear cianetos não coma, beba ou fume; • O consumo de bebidas alcóolicas pode vir a aumentar a sensibilidade ao ácido cianídrico ou a cianetos; • Não armazene alimentos, bebidas ou materiais de fumo em locais onde o cianeto esteja sendo estocado ou manuseado; • Após manusear cianetos, e antes de consumir alimentos, deve-se lavar bem as mãos, com sabonete e escova; • Evitar qualquer contato com a pele e os olhos, especialmente se apresentarem algum ferimento; • Lavar rapidamente qualquer parte do corpo que venha a estar em contato com os cianetos, mesmo por período de tempo curto, com grande quantidade de água; • Nunca tocar em cianetos com as mãos desprotegidas; Usar sempre avental e luvas, na manipulação dos cianetos; • No trabalho com soluções concentradas de cianeto ou de sais fundidos, usar óculos de segurança e proteção na face e cabeça; • Toda a roupa de proteção deve ser cuidadosamente lavada após o uso, tendo-se o 178
  • 12. cuidado de tratar posteriormente a água empregada para tal fim; • Manter pessoal apto a prestar primeiros socorros, independentemente de se ter um auxílio médico sempre disponível; • Devido a alta toxidez dos cianetos, qualquer resíduo não pode ser despejado na rede pluvial ou no sistema de esgotamento público sanitário, sem que seja previamente tratado, de acordo com as normas em vigor. 1) A vítima deve ser removida para o local não contaminado mais próximo: Primeiros Socorros 2) O socorrista deve precaver-se para não vir a ser contaminado; 3) Deitar a vítima de preferência no solo, visando possíveis manobras de ressuscitação; 4) As vestes do acidentado devem ser retiradas para deixar o tórax a descoberto; 5) Acalmar o acidentado, fornecendo ar fresco e puro ou oxigênio; 6) Se houver parada respiratória, fazer as manobras de respiração artificial (12 por minuto); 7) Se houver parada cardíaca, associada à respiratória, combine 5 massagens cardíacas para 1 manobra de respiração artificial; 8) Faça administração de Nitrito de Amilo, espocando uma ampola e embebendo-a em gaze ou algodão, levando-o ao nariz do acidentado, a uma distância de 3 centímetros, durante 15 segundos a cada 5 minutos. (Exemplo retirado de ficha de informações técnicas fornecida de Cia Química Metacril) Os fabricantes dos produtos perigosos, quanto a combustibilidade, explosividade, toxidez, inflamabilidade, corrosibilidade, etc., devem fornecer fichas técnicas dos produtos, a fim de que essas sejam divulgadas a todos que manipulem ou tenham contato com essas substâncias, mesmo que acidentalmente. Não se deve esquecer que o contato pode se dar fisicamente, por contato com pessoas ou com vestes de pessoas contaminadas, na ingestão de líquidos ou alimentos contaminados, na respiração de ar contaminado. Empregados de escritórios podem vir a ser contaminados, se respirarem ar contaminado, carregado por correntes de vento. VI.1.c Equipes de Manutenção Além da CIPA, com objetivos maiores voltados para a segurança do trabalhador, da Brigada de Incêndio, com trabalhos na prevenção dos riscos e no manejo dos equipamentos de combate a incêndio existem também as Equipes de Manutenção. Essas são definidas como grupos de funcionários da indústria, encarregados da manutenção e da conservação das edificações, instalações, maquinismos e equipamentos. As equipes de manutenção devem ser consideradas como indutoras de políticas prevencionistas, e consideradas como peças-chave dos programas de aumento da produtividade. Como dito anteriormente, uma das formas de se aumentar a produtividade é reduzindo os custos. Se não há problemas com as instalações, maquinismos e processos, com certeza as chances de parada serão menores. Devido ao fato da manutenção ter um caráter preventivo, seu trabalho deve ser enaltecido, e mesmo valorizado, como forma a minimizar-se todos os possíveis sinistros, bem como tornar eficiente os serviços prestados pela equipe, Equipe de manutenção eficiente é um indutor de redução de perdas, e, por conseguinte, de aumento da produtividade. 179
  • 13. Cabe aos responsáveis pelas equipes montar um cronograma de atendimento aos vários setores do conjunto industrial, de forma periódica, e sempre que possível, ao final de cada jornada de serviço, devendo ser observar itens como: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18. 19. 20. 21. 22. 23. 24. 25. 26. as aberturas entre os locais de riscos e as comunicações com o exterior encontram-se fechadas? há regras específicas para a manutenção dessas comunicações entre os ambientes fechadas? a rede elétrica, onde é possível, encontra-se desenergizada? o circuito elétrico encontra-se corretamente sinalizado e protegido? as fontes de calor estão sob controle ou desligadas? há sinalização específica de prevenção de riscos das fontes de calor? existem medidas de prevenção e controle dos riscos de contato acidental com as fontes de calor? há vazamentos, tais como de óleo, água, vapor, gases, etc.? Já foi providenciado o reparo? as ferramentas foram acondicionadas nos seus respectivos locais? as ferramentas são mantidas de modo adequado e conservadas antes de serem entregues aos trabalhadores? os corredores e passagens encontram-se desobstruídos? existem regras claras para a manutenção dessas passagens livres? as máquinas encontram-se lubrificadas? há controles de manutenção das máquinas e equipamentos? os painéis elétricos estão em condições normais de funcionamento? os painéis são vistoriados por engenheiros eletricistas/ os painéis de controle possuem os circuitos identificados corretamente, para evitar desligamentos acidentais/ há uma chave de desligamento geral mantida sob controle? todas as áreas de trabalho possuem circuitos elétricos específicos? as partes móveis dos equipamentos e máquinas estão devidamente sinalizados e protegidos? existem informações específicas para a operação e controle dos equipamentos nas proximidades? existe um plano de controle de energias perigosas? as válvulas de controle dos equipamentos estão em condições normais de uso? existe a possibilidade de se viabilizar à distância se as válvulas encontram-se abertas ou fechadas? as válvulas estão posicionadas em locais de fácil acesso? há indicação das válvulas e dos circuitos correspondentes? Deve-se salientar que, por manutenção, entende-se o trabalho referente à preservação dos bens da empresa. A manutenção pode ser: preventiva: quando antecipa o surgimento de um acidente, através de substituições de componentes ou de reparos; corretiva : compreende a correção devido ao surgimento de um acidente, e preditiva : a que é realizada obrigatoriamente, em intervalos de tempo definidos pelos fabricantes dos equipamentos, em função da vida útil de seus componentes e sistemas. O responsável pela manutenção, se experiente, consegue detectar ao se aproximar de um equipamento se esse apresenta algum problema. Por exemplo, há "sintomas" imediatos, como: 180
  • 14. 1. Aumento da temperatura de operação; 2. Vibração anormal; 3. Ruído anormal; 4. Alteração da rotação das partes móveis; 5. Desalinhamento de eixos, entre outros. O Gerente de Riscos, imbuído do espírito prevencionista, deve sempre realçar ou enfatizar a manutenção preventiva ou preditiva. VI.1.c. Recomendações gerais para as Equipes de Prevenção de Perdas e Manutenção Como recomendações gerais para todas as equipes, tanto a CIPA, quanto a Brigada de Incêndio, e mesmo as Equipes de Manutenção, sugerimos que sejam verificados diariamente, ou em intervalos de tempo que não ultrapassem um turno de operações da indústria, se: 1. As aberturas externas estão suficientemente protegidas, contra a entrada de pessoas estranhas; 2. As aberturas existentes entre os riscos (locais a serem protegidos ou áreas de atividades) estão protegidas e garantem o perfeito isolamento dos locais, contra a propagação das chamas de um incêndio. Sempre após o expediente, examinar-se o fechamento das portas e o perfeito funcionamento dos dispositivos corta-fogo; 3. Os equipamentos de proteção contra incêndio encontram-se conservados e desobstruídos? 4. A sinalização dos dispositivos de proteção contra incêndio está correta e adequada ao local? 5. Há possibilidade do fogo bloquear o acesso aos dispositivos de proteção e combate a incêndios? 6. O posicionamento dos equipamentos de combate a incêndios está de acordo com o projeto de prevenção contra incêndio aprovado pelo Corpo de Bombeiros e pela Seguradora? 7. Os refugos das operações dos equipamentos são retirados de junto das máquinas e dos estoques de matérias-primas ou dos produtos acabados, periodicamente? 8. Há acúmulo de refugos fora dos locais apropriados? 9. Os depósitos empregados para acondicionamento dos resíduos provenientes das atividades de produção são de material incombustível e com tampa de vedação? 10. as vias de acesso aos vários locais e saídas encontram-se desobstruídas e perfeitamente sinalizadas? Há obediência à demarcação das faixas de circulação feitas no chão? As larguras dessas vias permitem a passagem, com segurança, de um equipamento móvel e de uma pessoa? 11. As válvulas e as tubulações encontram-se em bom estado de conservação e em pleno funcionamento? 12. Há vazamentos nas tubulações e registros, mesmo que de pequena monta? 13. Os volantes dos registros estão situados em posição de difícil acesso ou manuseio? 14. Os volantes das válvulas encontram-se emperrados? 15. Há uma sinalização que possibilite uma rápida identificação da linha de produto e do circuito de distribuição? 16. Existem dispositivos apropriados para o recolhimento do óleo gotejado pelas máquinas? 17. Há possibilidade do óleo de lubrificação infiltrar-se pelo piso? 18. O excesso de óleo gotejado pelas máquinas e equipamentos é retirado de junto das máquinas e convenientemente acondicionados? 19. O óleo é reaproveitado na lubrificação dos componentes móveis dos equipamentos? 181
  • 15. 20. As emendas dos circuitos elétricos estão convenientemente protegidas e executadas de acordo com as normas? 21. O isolamento das emendas dos circuitos elétricos assegura o perfeito isolamento elétrico do condutor? 22. As emendas dos circuitos elétricos são apropriadas para resistir a esforços mecânicos normais? 23. As emendas dos condutores elétricos são executadas com conectores ou com soldas? 24. As emendas dos circuitos elétricos estão acondicionadas no interior das caixas de derivação? 25. Há aterramento elétrico de todas as máquinas e motores? 26. O cabo de aterramento elétrico possui ou está com alguma anormalidade, do tipo: pintado, com graxa, corroído, faltando pernas, etc.? 27. O conector de ligação entre condutores do sistema de aterramento elétrico está com o parafuso frouxo? 28. Os depósitos de inflamáveis apresentam-se em condições normais de utilização? 29. Os cabos de aterramento dos depósitos de inflamáveis estão corretamente instalados? 30. Há bacias de contenção ou diques ao redor dos depósitos de inflamáveis? 31. Há possibilidade do líquido inflamável estocado vazar e infiltrar-se no solo ou atingir alguma galeria subterrânea de esgotos? 32. Há identificação do conteúdo de cada depósito de material estocado, com indicação sobre procedimentos em caso de combate a incêndios e sobre toxidez (fichas de informação)? 33. Os para-raios estão instalados corretamente? 34. Os cabos de descida dos para raios encontram-se acondicionadas seguramente e em bom estado de conservação? 35. As áreas de proteção do sistema de para-raios oferece cobertura para todas as edificações da indústria? 36. Há interferências entre o sistema de para-raios e antenas de comunicação ou hastes de sinalização aeronáutica? VI.2. Medidas de proteção específicas Além dos trabalhos exercidos pelas equipes a que já nos referimos, existem inúmeras outras atividades que podem vir a ser implementadas pelas indústrias, a fim de reduzir ou mesmo de eliminar a exposição aos riscos. Tratam-se das medidas de proteção voltadas especificamente para uma determinada área ou segmento da empresa. Essas medidas compreendem: VI.2.1. Medidas de proteção para motores elétricos Um dos setores que mais gera acidentes na empresa é o setor elétrico. Existem várias razões para que isso seja uma verdade. As principais são as seguintes: • todo o operário tem medo de manusear circuitos elétricos; • os circuitos elétricos são manuseados quando se está fazendo alguma alteração substancial ou quando já ocorreu algum tipo de acidente; • os circuitos elétricos são sempre invisíveis aos olhos de um leigo, porque ficam acondicionados em bandejas ou dutos e com painéis de controle normalmente fechados. 182
  • 16. Por essas e outras razões os operários costumam se afastar da parte elétrica da empresa, relegando essa a uma segurança de segundo nível, e daí, propiciando a ocorrência de um grande número de acidentes. Algumas das observações que fazemos estão voltadas para itens como: VI.2.1.1. Aterramento da carcaça do Motor Recomenda-se o aterramento do invólucro do protetor do motor, para evitar-se uma elevada tensão de contato entre a carcaça e a terra, e com isso evitar que, mesmo acidentalmente, um operário venha a ser atingido por algum arco elétrico ou por uma fuga de corrente, por quando do acionamento do motor ou de sua manutenção. Para se obter um aterramento adequado deve-se fazer um curto-circuito da tensão de contato, ligando-se um fio condutor de baixa resistência à carcaça do motor, e essa a “terra”. Para esse tipo de aterramento, quando se desejam conectar vários motores ou equipamentos muitos sensíveis e caros, deve-se verificar o tipo de solo e suas propriedades físicoquímicas, avaliando-se se trata de um solo com características ácidas ou básicas, a fim de que o escoamento da corrente seja mais eficiente. Nunca é demais saber que de todos os acidentes elétricos investigados, o defeito de aterramento elétrico é responsável por cerca de 30% dos mesmos, defeito esse que pode ser devido a uma simples falta de conexão dos condutores, a uma inadvertida pintura dos cabos, esquecimento da religação, após procedimentos de manutenção, e outras mais. VI.2.1.2. Aterramento neutro É um tipo de aterramento elétrico, no qual o retorno da corrente de fuga se faz pela “terra”. A finalidade do aterramento do neutro é para evitar que, partes não integrantes do circuito de corrente, apresentem elevada tensão de contato por ocasião em que surjam defeitos no isolamento elétrico. O aterramento pode ser elaborado por meio de um condutor ligado ao Ponto de Estrela do transformador (condutor neutro). Um sistema que se utiliza desse princípio é conhecido como de neutro aterrado, ou Gaiola de Faraday. VI.2.2. Manuseio de líquidos inflamáveis Um dos cuidados que se deve ter no manuseio de líquidos inflamáveis é quanto a possibilidade de haver geração de eletricidade estática, acidentalmente ou não, com produção de fagulhas, ou arcos elétricos. A eletricidade estática é causada pelo atrito de partes móveis dos equipamentos ou do flúido transportado com o ar ou tubulações, mesmo plásticas, estando esse com pequena umidade relativa, pelo atrito de um fluído no interior do conduto metálico que o transporta, 183
  • 17. ou outras causas mais. Dependendo da diferença de potencial existente, poderá produzir fagulhas capazes de conduzir a incêndios ou explosões. Líquidos inflamáveis são considerados como todos aqueles que possuam ponto de fulgor inferior a 93,30C ou 2000F, e líquidos que, mesmo possuindo ponto de fulgor superior a esse limite, apresentem características de líquidos de ponto de fulgor inferior, o que não deve ocorrer quando os mesmos estiverem aquecidos. Ponto de fulgor de um líquido é definido como sendo a menor temperatura na qual o mesmo libera uma quantidade de vapor suficiente para formar uma mistura inflamável no ar, perto da superfície do líquido ou dentro do recipiente empregado. VI.2.2.1. - Bibliografia sugerida As normas que abordam os assuntos contidos neste capítulo poderão ser lidas nos seguintes regulamentos: Standard for the Installation of Oil Burning Equipament, nº 31, da National Fire Protection Association; Standard on Tank Vehicles for Flammable Liquids, nº 385, da National Fire Protection Association; Code of Federal Regulations, da Interstate Commerce Commission of USA; P-NB-98, Armazenamento e Manuseio de Líquidos Inflamáveis e Combustíveis, da Associação Brasileira de Normas Técnicas; Standard nº 56, na National Fire Protection Association. VI.2.2.2. - Recomendações de caráter geral na manipulação de líquidos inflamáveis Como informações gerais que podem servir como subsídios, nos trabalhos de inspeção preventiva coordenados pelo Gerente de Riscos, citam-se as que se seguem, lembrando que somente esses questionamentos não tornam um risco mais seguro. Essas medidas servem como subsídio para um maior grau de segurança. Prover o local de uma ventilação adequada, a fim de evitar o acúmulo de vapores ignescentes, onde líquidos inflamáveis possam estar depositados, em processamento, ou manuseados; Afastar do local onde existem substâncias inflamáveis, toda e qualquer superfície aquecida, chamas abertas ou não, e fontes de ignição, como forma de se evitar princípios de incêndio ou a formação de atmosferas com vapores inflamáveis ou explosivos; Providenciar para que sejam utilizados somente equipamentos elétricos blindados, e com eficientes dispositivos de proteção contra sobrecargas elétricas, de sorte a proteger os operários contra choques elétricos eventuais; Providenciar ligações elétricas corretas para os equipamentos, assim como um adequado sistema de aterramento elétrico para as máquinas e motores, a fim de evitar o acúmulo de eletricidade estática. 184
  • 18. O condutor de ligação à terra recomendado é o cabo “nu” (desprovido de capa), porque facilmente pode ser verificada a presença de defeitos, ou problemas que prejudiquem a sua eficiência; Limitar as quantidades de líquidos inflamáveis, conservados nas áreas de produção, ao suficiente para apenas um turno de operação, e sempre que houver necessidade de manuseio, recomenda-se o emprego de recipientes metálicos providos de tampa, com respiradouros, e tela de proteção na abertura. Com esses procedimentos limita-se a quantidade de substâncias combustíveis ou inflamáveis que podem aumentar os incêndios, alastrando-os para outros locais; Deve-se prever o uso de ferramentas adequadas, principalmente em locais onde se trabalha com substâncias de baixo ponto de ignição. Pode-se proteger as ferramentas com capas de couro, plástico ou madeira, de sorte a se evitar a produção de fagulhas, as quais, em ambientes perigosos podem iniciar um processo de detonação de uma atmosfera explosiva ou de inflamação de uma atmosfera contendo vapores de substâncias combustíveis ou inflamáveis; Evitar-se a presença de veículos, devido ao fato de que os canos de descarga, inclusive silenciosos, podem ficar superaquecidos ou emitir centelhas, provocando oxidação dos vapores de combustíveis, dissolvidos na atmosfera ambiente; As faíscas que um carregador de baterias de veículos podem ser responsáveis pela oxidação de vapores inflamáveis. Portanto, todos os interruptores deverão permanecer desligados, quando se fizerem as conexões para os bornes das baterias. Esses carregadores deverão ser instalados em locais suficientemente arejados, devido ao desprendimento de vapores tóxicos; Reduzir a velocidade do fluxo de fluido inflamável para os recipientes, durante as operações de transbordo, evitando assim, a geração de eletricidade estática. VI.2.3. Soldagens e cortes a quente Todos os trabalhos que envolvem o emprego de maçaricos para soldagem ou corte de metais, trazem consigo uma série de riscos, todos inerentes a esse tipo de operação, tais como: ⇒ Explosões; ⇒ Incêndios; ⇒ Choques elétricos. O princípio de funcionamento de uma soldadura - operação de soldagem compreende o aquecimento das partes a serem soldadas, a, através da fusão ou plasticidade dessas partes, sua união, quer seja ou não por pressão ou tensão superficial. VI.2.3.1 - Processos empregados Dentre os processos atualmente empregados em soldas tem-se os seguintes: Processo utilizando fusão: • solda a gás; 185
  • 19. • solda a arco elétrico; • solda exotérmica. Processo com o emprego de pressão: Processo utilizando explosão entre as partes a serem soldadas. De todos os processos em uso, o mais amplamente empregado é o da solda oxiacetilênica, na qual, a fusão necessária para a adesão das superfícies metálicas que irão ser unidas, é obtida por meio da queima do acetileno, em presença de oxigênio. A temperatura máxima atingida pela reação química exotérmica atinge valores da ordem de 3.000ºC. VI.2.3.2 - Recomendações de caráter geral para soldagens e cortes à quente Várias são as recomendações de devem ser observadas por quando de uma inspeção neste tipo de atividade. Para cada um dos grupamentos de observações está associado um tipo de material empregado nos processos de soldas. São elas: Soldas com emprego de carbureto de cálcio • O depósito ou estocagem desse material deve ser ventilado, e preferencialmente construído de material incombustível; • Deve-se evitar o contato com a água para não se ter reações químicas explosivas; • Todos os equipamentos e instalações elétricas devem ser do tipo blindado e à prova de explosões; • Deve-se evitar a presença de fontes de calor ou de geração de fagulhas. Soldas com emprego de acetileno • Controlar-se a concentração dessa substância a valores inferiores a 30%. Qualquer que seja a concentração acima desse valor, a mistura passará a ser explosiva; • O ambiente onde está depositada essa substância, deverá ser ventilado, de forma a diluir as concentrações tóxicas na atmosfera do local; • O tipo de armazenamento mais adequado é em cilindros metálicos, contendo acetona, empregada na estabilização química da mistura; • Os cilindros de oxigênio e de acetileno devem ser estocados em locais distintos, sempre na posição vertical, amarrados entre si com fitas metálicas ou correntes, com as válvulas protegidas por tampas, e identificados, se vazios ou cheios. Solda a arco elétrico • Aterrar-se eletricamente o envoltório e os componentes das unidades portáteis de solda; • Manter-se os cabos sempre secos e limpos, isentos de óleos ou de graxas, para prevenir-se o desgaste prematuro dos mesmos, bem como facilitar a inspeção preventiva; • Não se deve trocar os eletrodos sem a proteção de luvas, ou sobre chão molhado. 186
  • 20. Finalmente, podemos concluir que todo e qualquer trabalho de corte ou de solda não deve ser permitido em locais que contenham vapores inflamáveis, pós ou líquidos inflamáveis. Devese prever uma contínua exaustão de ar, mecânica ou física, a fim de que a concentração de inflamáveis dissolvidos na atmosfera ambiente venha a se tornar explosiva. VI.2.4. Manuseio de Gases O derrame acidental no ar, mesmo que de pequena monta, de um gás inflamável, pode resultar em explosões ou incêndios. O incêndio, por sua vez, também pode vir a ser causado pela manipulação descuidada dos gases ou por uma falha dos dispositivos de controle dos equipamentos. Os gases inflamáveis apresentam como características desfavoráveis, a propagação dos incêndios, em função de sua grande mobilidade, já que podem alastrar-se por grandes distâncias a vir a se depositar em áreas inferiores, por serem mais pesados do que o ar. Os cilindros de gases, incluindo-se aqui os que contém gases não inflamáveis, são capazes de explodir quando aquecidos pelas chamas de um incêndio. Essa explosão se dá pelo aumento da pressão no interior do cilindro, decorrente da dilatação sofrida pelo gás, em função do aumento da temperatura ambiente. Existem diversos vídeos de treinamento na área de segurança, onde cilindros contendo gases sob pressão, são arremessados a grandes distâncias, quando o gás vaza, em decorrência de um incêndio. Um dos gases de maior utilização nas indústrias é o GLP, gás liqüefeito de petróleo, de múltiplos usos, empregado, inclusive, para acendimento de maçaricos de caldeiras, para aquecimento de peças a serem soldadas, nas chamuscadeiras em indústrias de tecelagem, etc.. O GLP é obtido comercialmente do gás natural ou dos gases produzidos nas operações de refino de petróleo. Tem como componentes o butano, o propano, isoladamente ou em mistura. Ao escapar para a atmosfera, o gás passa da forma líquida de estocagem para a de vapor, em função da redução de pressão anteriormente exercida sobre ele, tendo o seu volume aumentado em 270 vezes. Como qualquer combustível, o GLP necessita de oxigênio para oxidar-se. Para que a queima seja concluída é necessário que haja uma mistura com o ar na proporção de 2% a 10% de gás dissolvido. VI.2.3.1 - Recomendações de caráter geral para o manuseio de gases Algumas recomendações se fazem necessárias para que se possa efetuar um bom trabalho de prevenção contra os riscos de incêndio e de explosão. São elas: 187
  • 21. • providenciar acomodação apropriada para a guarda dos cilindros de gás, que deverão estar isolados das demais instalações através de paredes de alvenaria, ou qualquer tipo de material que garanta o isolamento contra as chamas. É muito comum nas grandes cozinhas industriais, onde existem cilindros de gás carbônico, para combate a incêndios nas coifas, por sobre os fogões, a presença de cilindros junto a esses. Caso um desses depósitos venha a explodir, os prejuízos materiais serão bem elevados; • providenciar para que os depósitos de cilindros contendo gás sob pressão estejam situados em locais ventilados e cobertos, resguardados do aquecimento pelo sol, evitando assim um aumento da pressão interna do gás, que poderá vir a vazar para a atmosfera; • qualquer depósito contendo GLP não deve ser enclausurado, a não ser em condições especiais, de sorte a se evitar o acúmulo do produto, com sérios riscos de explosões; • os botijões vazios deverão estar depositados em local separado dos cheios, e visivelmente assinalados, por meio de tinta ou de giz; • as operações de corte e de solda, empregando oxiacetileno, deverão estar bem afastadas do depósito de gás, devendo-se proceder a uma manutenção periódica tanto do equipamento quanto de seus acessórios, dando-se especial atenção aos registros, difusores, conexões e tubulações; • todos os cilindros portáteis deverão ser devolvidos ao local de depósito, ao fim de cada jornada de trabalho, reduzindo o risco causado por explosões devidas a vazamentos de produtos; • os depósitos metálicos deverão possuir aterramento elétrico, para dar escoamento à eletricidade estática acumulada, evitando com isso o risco de explosão; • a instalação elétrica do depósito de vasilhames de gás deverá possuir dispositivo à prova de explosão, nas lâmpadas e nas chaves elétricas, com as fiações acondicionadas dentro de eletrodutos; • a Norma Brasileira que regulamenta este assunto, a NB 107, da ABNT, determina que os botijões de GLP devam ser armazenados a uma distância mínima de 1,20 metros de qualquer ponto de luz, ou de equipamentos elétricos energizados, para prevenir-se explosões provocadas pelo centelhamento ou pela fuga de corrente, em um ambiente com gás dissolvido na atmosfera. • poderão ocorrer explosões com centelhamentos, provocados por interruptores, em locais com grande concentração de gases inflamáveis, decorrentes, principalmente, de mau contato elétrico, ou de fiação exposta ou desprotegida; • deve ser criada uma faixa mínima de segurança ao redor dos bujões, de 1,20 metros de largura, afastada de ralos, caixas de gordura, canalizações abertas, caixas de drenagem de água ou outros locais, ao nível do piso, que possam servir para armazenamento do gás, que, sendo mais pesado do que o ar, poderá concentrar-se nesses pontos, e vir a explodir facilmente. Além das recomendações anteriores, um ponto importante a ser considerado é o referente a intoxicações provocadas por determinados gases. Por exemplo, quando se trata de 188
  • 22. monóxido de carbono, é importante saber que uma concentração de apenas 1%, ao final de 60 segundos, já se torna fatal. A morte se produz por asfixia e anoxia tissular. Há morte quando a carboxikemoglobina está acima de 80% da hemoglobina total. Esse gás, apesar de ser subproduto da atividade industrial, é responsável por 80% das lesões do sistema nervoso central e 90% dos distúrbios cardíacos. O dióxido de carbono, a uma concentração entre 2 a 3% gera angústias respiratórias, mal estar e falta de ar. De 3 a 6%, provoca dores de cabeça, tonteiras e náuseas. A 9% produz inconsciência. Os portadores de doenças pulmonares obstrutivas crônicas sofrem frequentemente de perda de massa muscular, o que os torna mais frágeis e amplia o cansaço físico provocado pelas dificuldades respiratórias. A deterioração muscular pode ser resultado direto dos percentuais do dióxido de carbono presentes na corrente sanguínea da maioria destes pacientes. A amônia (NH3) é um gás incolor, de odor acre (normalmente detectada pelo homem em concentração ao redor de 20ppm), tóxico e mais leve que o ar. Trata-se de poluente resultante da decomposição microbiana de compostos nitrogenados excretados. A uréia é uma das fontes, sendo liberada na sua forma volátil para o ar. Possui alta solubilidade em água. O gás sulfídrico (H2S) Gás incolor de odor forte, tóxico, mais denso que o ar e tem como principal fonte a decomposição anaeróbia dos excrementos. Pode causar sérios danos à saúde humana e dos animais, estando relacionado á redução de desenvolvimento dos animais. Sua concentração nas edificações para animais é inferior ao NH3 e está mais presente nas edificações que fazem armazenamento do dejeto sob o piso. Seu odor característico já é detectado a partir 0,01 ppm. O sulfeto de hidrogênio (H2S) produz: efeito irritante das mucosas oculares, particularmente através de conjuntivites químicas; afeta o sistema nervoso central. O benzeno líquido, inflamável, incolor e tem aroma doce e agradável. É tóxico e os vapores, se inalados, causam tontura, dores de cabeça e até mesmo inconsciência. Se inalados em pequenas quantidades por longos períodos causam sérios problemas sanguíneos, como leucopenia (a leucopenia é a redução no número de leucócitos no sangue. Os leucócitos são responsáveis pelas defesas do organismo, são os glóbulos brancos. Os glóbulos do sangue são formados na medula dos ossos e qualquer agente químico, fisico ou biológico que afete a medula pode causar aumento e, geralmente, a diminuição destes glóbulos, ou seja, a leucopenia. Também é conhecido por ser carcinogênico. É uma substância usada como solvente (de iodo, enxofre, graxas, ceras, etc.) e matéria-prima básica na produção de muitos compostos orgânicos importantes como fenol, anilina, trinitrotolueno, plásticos, gasolina, borracha sintética e tintas. A benzina é uma mistura de hidrocarbonetos obtida principalmente da destilação do petróleo que possui faixa de ebulição próxima ao benzeno. Dissolvido na atmosfera na proporção de 20.000 partes por milhão, produz a 189
  • 23. morte em 5 minutos. A inalação poderá gerar ação anestesiante, excitação, sudorese intensa, vertigem, cianose, náuseas, tremores, perda de consciência, paralisia motora e sensorial, parada respiratória. O benzeno tem estado associado com a leucemia, em pessoas suscetíveis, lesando os cromossomas. O monóxido de carbono é um gás asfixiante, que desloca o oxigênio e causa sintomas incluindo a morte por asfixia, ou falta de oxigênio para a corrente sanguínea e, portanto, para o cérebro. Quando inalado o gás impede que o sangue pessoa que transporta oxigênio seja o suficiente para a manutenção da vida para o corpo e o cérebro. Por isso é letal em níveis elevados. Mesmo em níveis inferiores, o monóxido de carbono é perigoso, especialmente para pessoas com condições médicas preexistentes, tais como: doença cardíaca, asma e bronquite, entre outras. O limite máximo admissível de exposição é de 50 ppm (partes por milhão) de ar regular, e recomenda-se que o nível de ambiente nunca exceder 35 ppm para não se expor as pessoas. Apenas 0,0005% do ar que respiramos e que pode conter monóxido de carbono têm potencial de causar: morte súbita, quando em grande concentração e em exposição demorada; cefaléia; perda parcial da capacidade de visão a cores; enjôos, náuseas e vômitos. A amônia, cloro e seus derivados ácidos, dióxido de enxofre, óxido de nitrogênio provocam: irritação das mucosas respiratórias e oculares; infecções crônicas das vias respiratórias, do tipo: bronquites, pneumonias, tuberculoses e supurações pulmonares. O sulfeto de Carbono (CS2) provoca alterações no sistema nervoso central; ataca os rins; afeta as arteríolas oculares. As neblinas de ácido sulfúrico observadas no carregamento de baterias atacam seriamente as construções O benzol, fósforo e sulfeto de carbono provocam em contato direto com o corpo humano: lesões na pele; anemias; hemorragias; leucopenia; plaquetopenia. Algumas outras substâncias causam danos ao organismo humano e podem ter seus efeitos irreversíveis, como por exemplo: • em trabalhos de galvanoplastia, a neblina expelida de cianeto de cromo provoca o câncer respiratório; • os fumos (diâmetros da ordem de 0,1 µ) formados pelo aquecimento de um metal acima do ponto de ebulição dele devem ser observados com cuidado, principalmente o de cloreto de amônia (NH4Cl), altamente tóxico; • o zinco, o alumínio e o antimônio, em doses normais são atóxicos; 190
  • 24. • a sílica (SiO2) provoca uma grave doença pulmonar denominada de silicose. 1 cm3 de sílica polui 2.000 cm3 de ar; • as partículas de PVC (poeiras) provocam câncer de bexiga; • toda matéria orgânica, finamente pulverizada e em suspensão no ar oxida-se violentamente, quase sempre explosivamente; • Chumbo - atua sobre os ossos; atua sobre o estômago; atua sobre o sistema nervoso central; atua sobre o sistema neuro-muscular; • Mercúrio - atua sobre o aparelho digestivo; provoca a queda de dentes; provoca lesões cutâneas; gera distúrbios neuro-psiquicos; provoca enterocolites hemorrágicas; • Manganês - Causa mal de Parkinson; • Benzopireno, dietilsulfato, metilcolantreno, dimetilsulfato, metilbenzilidrazina - Podem apresentar efeitos carcinogênicos pré-natal; • Agentes de limpeza à base de hipoclorito - provocam irritação ou corrosão da pele, quando em contato; dores na boca, esôfago e estômago; sialorréia; vômitos; edema de glote, quando ingerido; • Agentes de limpeza à base de amônia quando em contato direto provocam:- queimaduras; dermatites intensas, etc. Quando ingerido, provocam: dores na boca, esôfago e estômago; sialorréia; vômitos intensos; hematênese; distúrbios circulatórios; pneumonias químicas; • Agentes de limpeza à base de óleo de pinho podem provocar: provoca irritações e dores no estômago; gera gastrite hemorrágica; induz a depressão do sistema nervoso central; provoca hipotermia; provoca distúrbios respiratórios; • Produtos de limpeza à base de ácido clorídrico ou fosfórico, oxalatos, carbonatos, silicatos, compostos fenólicos Geram graves lesões cáusticas e distúrbios gastrointestinais; • Acetona quando em contato direto com a substância gera: dermatites; cefaléias; náuseas; hematênese; narcose; coma; • Bórax pode causar: eritema; lesões renais; lesões hepáticas; distúrbios neurológicos; hipotensão; • A cânfora, quando em contato com o corpo humano pode provocar: cefaléia; tonturas; distúrbios psíquicos; espasmos musculares; • Os efeitos que se manifestam na presença do fenol são: cefaléia; anorexia; tremores; convulsões; sudorese; • O contato com o formaldeído pode produzir: dores intensas na boca e faringe; diarréia; vertigens; convulsões; torpor; coma; • O hexano quando aspirado ou em contato direto produz: depressão no sistema nervoso central; asfixia; 191
  • 25. • Tolueno acima dos limites de tolerância, pode ser causador de: bronquite; pneumonia; náuseas; vômitos; lesões renais; • São considerados agentes cancerígenos: carvão (ataca a pele); alcatrão (provoca sarcomas); dibenzoantraceno e benzopireno (provoca câncer nas mãos, lábios, face e escroto); hidrocarbonetos obtidos entre 270ºC e 360ºC - parafinas; óleos pesados; graxas; lubrificantes; óleos isolantes; éter. VI.2.5. Processamentos envolvendo a produção de pós As matérias combustíveis, finamente pulverizadas, são em geral, muito perigosas. Os depósitos de pós combustíveis sobre edifícios, máquinas ou outras superfícies, mesmo que em camadas de pequena espessura, são suscetíveis de incendiar-se com rapidez. Ao entrar em ignição, os pós combustíveis em suspensão no ar, podem produzir fortes explosões. Os pós agem como agentes oxidantes, e ao se acumularem sobre as superfícies combustíveis, tornam o processo de oxidação acelerado. A violência da explosão será mais intensa se houver mistura de um agente oxidante finamente pulverizado com outros pós combustíveis. As nuvens de pós podem se tornar ignescentes por fontes relativamente fracas ou de pequena intensidade, tais como: centelhas de fricção e eletricidade estática. O simples atrito do prego da sola de um sapato, de encontro com um piso de maior dureza, poderá gerar uma ignição dessas nuvens de pós. O perigo da ocorrência de centelhas estáticas torna-se mais grave quando as poeiras se acumulam sobre a superfície de líquidos inflamáveis em repouso. As camadas de pó ou poeira podem ficar ignescentes à temperaturas relativamente baixas, como também podem levar rapidamente à explosão e à propagação de incêndios. Algumas sementes oleaginosas produzem pós, que devido à grande quantidade de óleo adsorvido tornam-se explosivos. Para evitar esses riscos, deve-se exercer um rígido controle sobre o teor de umidade e da quantidade de pó desprendida durante o processamento industrial. VI.2.5.1 - Recomendações de caráter geral para processamentos envolvendo a produção de pós Visando à proteção contra o risco de incêndio devem ser tomadas algumas medidas, dentre as quais citamos: ⇒ providenciar eficientes sistemas de ventilação e de aspiração de pós, a fim de reduzir o teor desses materiais dispersos na atmosfera ambiente; 192
  • 26. ⇒ instalar dispositivos de proteção que diminuam os efeitos das explosões provocadas pelo acumulo de pós na atmosfera dos locais; ⇒ providenciar o aterramento elétrico de todas as estruturas metálicas e de todos os motores elétricos de acionamento dos equipamentos, como forma de promover o escoamento do excesso de eletricidade estática, e, por conseguinte, reduzir o risco de explosão; ⇒ fazer com que as áreas de trabalho sejam conservadas livres de depósitos de pós, por limpeza a vácuo, ou por máquinas de simples aspiração; ⇒ instalar nos locais onde há o risco de explosão, sistemas elétricos blindados; ⇒ toda a matéria orgânica finamente pulverizada, e em suspensão no ar, explode, por oxidação violenta de suas partículas. Como exemplo de produtos que produzem pós explosivos tem-se: ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ algodão; soja; milho; madeira; tecidos; resinas; juta; sisal, etc. VI.2.6. Depósitos de armazenamento Os incêndios ocorridos em depósitos de mercadorias são normalmente difíceis de serem controlados, caso consigam ponto de sustentação de fogo, ou seja, haja possibilidade de alastramento do fogo a outros locais. Mesmo os pequenos incêndios podem causar danos consideráveis, devido aos altos custos das mercadorias em estoque, como também pela suscetibilidade dessas aos danos causados pela fumaça e pela água de combate a incêndios. Um dos fatores que deve ser levado em consideração, é o tempo dispendido para a reposição das mercadorias e das matérias primas perdidas com o incêndio, acarretando uma conseqüente paralisação da produção, até que o estoque seja completamente abastecido, como anteriormente ao surgimento do fogo. Segundo levantamentos estatísticos, os equipamentos de iluminação e de aquecimento, fumaças sub-reptícias e pessoas mal intencionadas, são as causas mais comuns de sinistros acarretados pelo fogo. Em algumas indústrias, os riscos de incêndio são agravados pela falta de isolamento dos depósitos com as áreas de produção, quando então há possibilidade do fogo vir a alastrar-se, descontroladamente. 193
  • 27. VI.2.6.1 - Recomendações de caráter geral para depósitos de armazenamento Algumas recomendações se fazem importantes, para se conseguir uma melhoria nas condições de prevenção contra os riscos derivados da exposição das mercadorias e matérias primas. São elas: 1. Isolar os depósitos das áreas de fabricação, por paredes e portas corta-fogo como forma de se confinar o fogo, impedindo o seu alastramento; 2. Manter sob controle todas as prováveis fontes de ignição; 3. O empilhamento e a arrumação em prateleiras deve ser feito de forma ordenada, a fim de facilitar a detecção e o combate ao fogo, bem como facilitar a proteção contra os danos causados pela água utilizada na extinção; 4. As pilhas individuais ou grupos de prateleiras devem ser limitadas, tanto em altura quando em área, e com acesso garantido por todos os lados, através de corredores de circulação. É recomendável que a circulação existente entre as pilhas, e entre essas e as paredes laterais, possua uma largura mínima de 1,20 metros. A prática recomenda que a altura máxima de empilhamento não deva exceder a 6 metros, para estocagem de produtos comuns, de 4 metros, para produtos que contenham líquidos ou gases combustíveis, e de 2 metros, para inflamáveis; 5. Deve se delimitar as áreas de estocagem através da marcação de faixas amarelas pintadas no chão, contínuas, com 10 centímetros de largura; 6. Conservar as passagens e os corredores sempre limpos e desobstruídos; 7. Evitar que as mercadorias repousem no chão, apoiando-as sobre calços de metal, ao invés de madeira, de forma que a água ou qualquer outro fluido não as venham danificar; 8. Caso o armazenamento venha a ser feito em caixas empilhadas, deve-se atentar para o fato de que a altura de empilhamento estará sempre condicionada à capacidade de carga da caixa inferior. Portanto, se a caixa que estiver em baixo não suportar peso superior a de duas outras mais, ao se colocar 4, por exemplo, a caixa de baixo irá se danificar, expondo a mercadoria; 9. Deve-se evitar armazenar produtos de características distintas em um mesmo local, visto que um agente extintor adequado para dar combate a incêndios em certas substâncias poderá não ser adequado para outras; 10. Os funcionários da equipe de combate a incêndios devem estar preparados para combater o incêndio na mercadoria que apresente maior risco e que tenha maior grau de dificuldade no combate; 11. Deverá existir uma iluminação nos corredores e principais circulações, que permita um melhor controle sobre a área; 12. Os veículos de armazenamento de mercadorias, como as empilhadeiras deverão ser acionados a gás, ao invés de gasolina ou Diesel; 194
  • 28. 13. Não se deve manter estocagem de bujões de GLP junto a outras classes de produtos, pelo fato do gás ser mais pesado do que o ar e se acumular em ralos, encanamentos e orifícios na estrutura. 14. Manter as portas corta-fogo sempre em condições de utilização imediata, não permitindo que seja obstruído o seu acionamento ou fechamento. A porta corta-fogo é a garantia de que o incêndio não irá se alastrar para outros locais. Assim, uma porta que não possa ser acionada com facilidade é a mesma coisa de uma porta que não seja corta-fogo; 15. Manter os equipamentos de proteção contra incêndio em condições de uso imediato, dando-se especial atenção a não obstrução desses, e a adequada sinalização; 16. Todos os corredores deverão possuir uma iluminação artificial, para trabalhos noturnos. Sempre que possível deve-se prever a colocação de telhas translúcidas, intercaladas, na cobertura dos galpões de armazenamento. A proporção de instalação não deverá exceder a uma telha translúcida para cada 3 telhas de material incombustível, de sorte a não agravar a classe de construção, tarifária, da edificação; 17. As mercadorias não deverão ficar coladas às paredes externas, para que a equipe de bombeiros possa penetrar no local, rompendo a parede, se não for possível a entrada pelas portas durante a ocorrência de um incêndio,. VI.2.7. Situações perigosas no armazenamento de produtos A atuação do Gerente de Riscos deve sempre ser a mais abrangente possível, enfocando todos os pontos vulneráveis da empresa. Um desses pontos é a área de armazenamento de produtos, sempre bastante crítica quanto a sua segurança, isso porque, qualquer acidente ali ocorrido provocará paralisações, prejudiciais ao bom andamento dos serviços. Um acidente envolvendo os depósitos de matérias primas trás consigo reflexos a curto em médio prazo na produção. Se o acidente atingir os depósitos de produtos acabados, os reflexos se darão a médio ou longo prazo. Os problemas podem ser maiores se ocorrerem em períodos de entressafra, períodos de pique de produção, produção com venda antecipada, e outros. Com a tendência das empresas de terem áreas de estocagem cada vez menores, e um suprimento externo de produtos mais rápido, o grau de segurança a ser exigido das inspeções periódicas passa a ser maior. VI.2.7.1 - Situações que requerem um estudo especial Os focos do trabalho do Gerente de Riscos, necessariamente deverão passar pelas situações ou áreas de estudo listadas a seguir: ⇒ proteção contra incêndios; ⇒ proteção contra danos por águas de chuvas, inundações ou alagamentos; 195
  • 29. ⇒ obstruções de circulações internas; ⇒ ventilação natural e forçada; ⇒ altura das pilhas de armazenamento; ⇒ mistura de produtos estocados; ⇒ formas de manipulação das mercadorias e produtos; ⇒ atmosfera ambiente, onde se armazenam os produtos; ⇒ formas de acondicionamento dos produtos e substâncias; ⇒ substâncias armazenadas (tempo de permanência, estabilidade física e química, possibilidade de deterioração, possibilidade de vazamentos e infiltrações, possibilidade de contaminação, etc). As formas de armazenamento variam de acordo com os produtos a serem armazenados, da forma de manipulação, dos volumes existentes, etc. Se, por exemplo, queremos executar uma pequena obra em nossa residência, e necessitemos de cimento, é natural que compremos uma pequena quantidade, acondicionada em sacos de papel. Se a obra for grande, e não for em nossa residência, pode ser que precisemos de um volume inúmeras vezes maior, provavelmente acondicionado em sacos de 1.000 kg, ou em carretas. As formas de acondicionamento usuais são: ⇒ Sacarias; ⇒ Tambores metálicos ou plásticos; ⇒ Containers; ⇒ Caixotarias; ⇒ Fardos; ⇒ Granel sólido em pilhas, etc. A seguir, são apresentados alguns exemplos que devem ser observados por quando da realização de inspeções preventivas. É uma lista de verificações para algumas formas de estocagem: VI.2.7.1.a) Armazenamento de mercadorias em sacos A armazenagem de mercadorias em sacos representa um risco adicional, na medida em que, os bens ensacados podem estar sujeitos ao ataque de roedores, da umidade, de fungos, e outras causas, aliado ao fato de que os materiais constituintes das sacarias podem vir a ser combustíveis, alastrando o risco de incêndio. Por essas razões, o Gerente de Riscos deverá estar atento para os seguintes pontos: 1. tempo máximo de armazenagem do produto, normalmente determinado pelo fabricante; 2. possibilidade do produto vir a ser atacado por fungos, umidade, roedores, calor, etc.; 3. rotatividade esperada e a rotatividade real do estoque, não só com vistas à análise do fluxo financeiro, ou da rentabilidade financeira esperada, como também pelo tempo de armazenagem 196
  • 30. das mercadorias, que pode vir a ser um fator de aumento das perdas ou da baixa otimização das áreas de estocagem; 4. estabilidade das pilhas de sacos contra tombamentos ou desequilíbrios. Em embalagens especiais, como as de eletro-eletrônicos, os fabricantes dos produtos, apoiados por parecer dos fabricantes dos materiais de embalagem, fazem um alerta quanto ao empilhamento máximo admitido, que é função da capacidade de resistência da embalagem; 5. ventilação interna das pilhas de mercadorias, de sorte que não haja o surgimento de bolor, fungos ou umidade; 6. resistência do material constituinte das sacarias, submetido a cargas adicionais, representadas por outros sacos sobre ele empilhados; 7. possibilidade de correta identificação dos materiais ensacados; 8. proteção contra incêndio compatível com o material armazenado, para que não haja contaminação de produtos; 9. proteção dos sacos contra os riscos de intempéries, se o depósito for ao ar livre; 10. existência de suportes que evitem o contato direto dos sacos com o chão, o que poderá provocar o resfriamento dos produtos e a sua deterioração; 11. resistência do material de embalagem quanto à forma de manipulação empregada, quer seja no próprio galpão de armazenamento, quer seja no transporte entre os edifícios da indústria. VI.2.7.1.b) Armazenamento de mercadorias em prateleiras No tocante a armazenagem em prateleiras, os cuidados passa a envolver também não só as mercadorias como também as próprias prateleiras ou estantes. As atenções deverão estar voltadas para os seguintes itens, dentre outros: 1. altura máxima das prateleiras, e compatibilidade entre essas e o pé direito do galpão de armazenamento (o ideal é que haja um distanciamento mínimo de 1 metro, entre a linha das treliças do telhado e as mercadorias estocadas ou prateleiras); 2. distanciamento entre prateleiras e divisões internas, o qual deverá ser compatível com as dimensões dos veículos empregados no armazenamento das mercadorias, ou na forma de colocação das mercadorias nas prateleiras, caso essa seja manual. Especial atenção se deve dar para o emprego de escadas que se apoiem nas prateleiras; 3. estabilidade estrutural das prateleiras, que devem resistir a pequenos choques dos veículos empregados no armazenamento das mercadorias, e na possibilidade de cargas adicionais, por quando do emprego de escadas; 4. existência de mercadorias acima das prateleiras superiores, que não deverão estar a menos de 1 metro da parte mais baixa do telhado; 197
  • 31. 5. existência de mercadorias cujas dimensões excedam às das prateleiras, fazendo com que parte das mercadorias estocadas ocupem espaço de circulação de pessoas e equipamentos; 6. resistência estrutural das prateleiras, que devem ser projetadas para cargas concentradas, inclusive, no meio do vão, e cargas de impacto, geradas no momento da colocação das mercadorias nas prateleiras; 7. forma de posicionamento das mercadorias nas prateleiras, de sorte que possam estar depositadas somente nas próprias prateleiras, não ultrapassando às suas dimensões; 8. prevenção contra o risco de incêndio, tendo-se o cuidado de se verificar com antecedência a compatibilidade dos produtos estocados com os tipos de agentes extintores empregados; 9. prevenção contra o risco de vazamento de produtos de prateleiras superiores, especialmente tintas e vernizes, em latas e tambores, os quais, sob a ação do calor, podem explodir, vazando o conteúdo e impregnando as prateleiras; 10. correta identificação das mercadorias estocadas; 11. possibilidade de rodízio de mercadorias estocadas para que essas não venham a se deteriorar. VI.2.7.1.c) Armazenamento de granel sólido em pilhas, em área coberta ou não Os cuidados com o armazenamento de granel sólido diferem um pouco das outras formas de armazenamento, comentadas anteriormente, já que existe um risco adicional da manipulação desse mesmo granel e da possibilidade de dispersão dos produtos no ambiente. Os cuidados e verificações envolvem os seguintes aspectos; 1. possibilidade de dispersão de material particulado pela ação dos ventos; 2. altura máxima de empilhamento e compatibilidade entre essa e os equipamentos empregados no empilhamento; 3. estabilidade das pilhas de granel, as quais devem atender a critérios de estabilidade natural, ou de contenção lateral, se tratar-se de armazenamento em baias; 4. prevenção contra o risco de explosão, ou de combustão expontânea, quando então deverão ser tomados cuidados adicionais como a aeração interna nas pilhas e o controle das fontes de calor; 5. controle de umidade, aeração e calor; 6. drenagem do piso compatível com o tipo de mercadoria estocada, visando, sobretudo, recuperarse totalmente ou não, o material que tenha escorrido da pilha para o piso; 7. condições ambientais agressivas à estabilidade físico-química dos produtos estocados; 8. possibilidade de deterioração das mercadorias estocadas, seja devido ao prolongado tempo de armazenagem, seja devido ao contato, mesmo que acidental com outras mercadorias, seja devido à umidade ou ao calor ambiente. Um exemplo claro é o do armazenamento de cal ou de cimento, à granel; 9. ventilação ambiente se o empilhamento for em área coberta; 198
  • 32. 10. possibilidade de ataque às mercadorias por fungos, animais roedores, umidade e calor. VI.2.7.1.d) Armazenamento de fardos prensados No armazenamento de fardos prensados o risco dominante passa a ser o cuidado contra incêndios, e a possibilidade dos fardos virem a ser danificados durante o transporte entre os locais de manipulação dos produtos. As atenções do Gerente de Riscos deverão estar voltadas, dentre outros, para os seguintes aspectos: 1. altura máxima de empilhamento dos fardos, a fim de se evitar o tombamento dos mesmos; 2. estabilidade das pilhas, para garantir a integridade dos operários e dos equipamentos empregados na área; 3. resistência dos pallets, empregados no transporte dos fardos, de sorte que esses não venham a se romper durante a movimentação das cargas; 4. proteção contra o risco de umidade que venha a afetar as mercadorias; 5. proteção dos fardos para o armazenamento ao ar livre, visando resguardar-se as mercadorias de danos por água de chuva, calor ou umidade atmosférica; 6. drenagem do piso, a fim de evitar o empoçamento de água de chuva ou de água de combate a incêndios junto às mercadorias estocadas; 7. proteção contra o risco de fogo compatível com o volume de fardos estocados e com o tipo de mercadoria enfardada. VI.2.7.1.e) Armazenamento de mercadorias em caixas O problema do armazenamento de mercadorias em caixas está voltado mais para a resistência à estocagem das caixas e do controle de risco de fogo. Entretanto, as atenções também deverão se dar para os seguintes aspectos: 1. resistência estrutural das caixas, que tanto poderão ser plásticas, quanto de madeira ou papelão, e tanto poderão estar armazenando televisores, geladeiras, sapatos, alimentos, etc; 2. altura máxima de empilhamento das caixas; 3. estabilidade das pilhas de caixas; 4. possibilidade de danos por calor ou por umidade; 5. drenagem do piso efetuada de modo correto, a fim de evitar danos gerados por água empoçada; 6. identificação correta do conteúdo das caixas, devendo ser observado que deve-se evitar o acondicionamento de mercadorias distintas em uma mesma caixa, excetuando-se o armazenamento em containers, que também são caixas, que, neste caso, devem seguir as orientações dominantes expedidas pelos exportadores ou transportadores; 7. correta proteção contra o risco de incêndio. 199
  • 33. VI.2.7.1.f) Armazenamento de cilindros de gases O armazenamento em cilindros sempre apresenta certa complexidade, já que dificilmente armazena-os deitados ou em outras posições que não seja em pé. Afora isso, há o risco adicional do manuseio e do transporte, pelo fato de ser mais trabalhoso esse mesmo manuseio. As sugestões que fazemos quanto a itens a serem observados por quando do gerenciamento do risco ou de inspeções rotineiras é o que se segue: 1. identificação da compatibilidade dos produtos armazenados, entre si, e envolvendo as substâncias extintoras comuns; 2. cuidados especiais e adequadas proteções para as válvulas das garrafas; 3. formas de acondicionamento, se em containers próprios para garrafas metálicas, se isoladamente; 4. correta identificação dos produtos e dos seus riscos, não só quanto à toxidez, mas também, quanto à possibilidade de manterem focos de fogo; 5. adequada prevenção e combate aos riscos de incêndio e explosão; 6. identificação consistente do que são recipientes cheios e recipientes vazios; 7. adequada resistência dos cilindros, que sejam capazes de resistir e eventuais impactos mecânicos, provocados pelo manuseio desleixado; 8. prevenção contra o risco de impacto e de tombamento; 9. estado geral dos recipientes, principalmente se de metais ferrosos; 10. possibilidade de rápida corrosão dos recipientes, em função da atmosfera ambiente. VI.2.7.1.g) Armazenamento de produtos em tambores metálicos À semelhança do armazenamento de produtos em cilindros, o armazenamento em tambores metálicos também requer uma maior atenção, agravada pelo fato dos tambores usualmente possuírem uma espessura de parede menor do que os cilindros para gases. Dentre os itens a serem observados durante uma inspeção chamamos a atenção para os que se seguem: 1. resistência estrutural dos suportes dos tambores ou dos pallets; 2. altura máxima de empilhamento dos tambores. Não se deve esquecer que existem normas específicas que tratam do empilhamento de produtos perigosos, onde é admitido no máximo 1 tambor de altura (normas do Fire Office’s Committee, por exemplo, aplicada a cálculos de redes de sprinklers); 3. aterramento elétrico para o caso de armazenamento de inflamáveis, com manipulação; 4. prevenção contra o risco de impacto e de tombamento; 5. correta identificação dos produtos armazenados; 6. existência de uma drenagem de piso, a qual possibilite, inclusive, o recolhimento do líquido vazado; 200
  • 34. 7. incompatibilidade entre os produtos e entre esses e a substância extintora comum; 8. identificação dos tambores cheios e dos tambores vazios; 9. se os tambores forem estocados na horizontal, deve ser verificado se os suportes laterais são adequados. VI.2.8. Proteção para máquinas e equipamentos As máquinas e equipamentos são vitais para qualquer indústria, já que fazem parte da transformação das matérias primas em produtos acabados. Uma fábrica de garrafas plásticas do tipo PET não pode prescindir de sopradores, da mesma forma de uma siderúrgica não pode prescindir de um alto forno. Por essa razão, todo o cuidado deve ser tomado com as máquinas e equipamentos, especialmente no que tange a prevenção de riscos ou de perdas. Quando se avaliam as origens dos focos de incêndio uma das causas é a de motores elétricos mais solicitados, e, portanto, mais sujeitos a serem danificados. Os motores elétricos defeituosos tendem a aquecer-se e a ignizar-se se estiverem operando em regime de sobrecarga, ou trabalhando em situações adversas. Outro componente de risco será associado à transmissão de energia para as máquinas e equipamentos. Efeitos danosos podem ser considerados nas fiações, cujas proteções começam a derreter-se, ou então, através da produção de fagulhas, em uma atmosfera perigosa ou contaminada de produtos perigosos. VI.2.8.1 - Recomendações de caráter geral voltadas à proteção para máquinas e equipamentos Os cuidados que devem ser tomados para a prevenção de riscos passam, necessariamente, pelos seguintes pontos: 1. os pisos encharcados de óleo podem ser agentes de propagação ou manutenção de incêndios ou focos de incêndio, bem como podem vir a causar sérios acidentes envolvendo os operários. Desta forma, toda a máquina ou equipamento que tenha a possibilidade de gotejar óleo, ou tenha uma lubrificação freqüente, deverá ter uma bandeja, entre o piso e a própria máquina, que possibilite o recolhimento do óleo gotejado; 2. a presença de materiais de elevada dureza, junto a outros a serem misturados, peneirados, moídos ou transportados, poderá ser causadora de incêndios, devido à produção de fagulhas geradas com o atrito durante a movimentação das máquinas. Esse cuidado deverá ser maior quando as máquinas forem empregadas no beneficiamento de substâncias inflamáveis ou combustíveis; 3. deve-se adotar um plano de manutenção preventiva, visando, através da detecção prematura, corrigir-se os equipamentos defeituosos, ou os componentes defeituosos das máquinas; 4. devem ser providenciados filtros e separadores magnéticos, a fim de eliminar os objetos metálicos que sejam capazes de produzir fagulhas no interior dos equipamentos; 201
  • 35. 5. os solventes empregados na limpeza das máquinas devem ser dispostos em recipientes que apresentem segurança quanto ao manuseio e também contra vazamentos; 6. deve-se manter ao redor dos equipamentos as matérias primas necessárias apenas a uma jornada de trabalho. Os produtos já manipulados deverão ser prontamente removidos de junto desses equipamentos para a garantia da integridade dos mesmos; 7. deve-se prever, em projetos de instalação, espaços ao redor dos equipamentos, que sejam suficientes não só para a operação dos mesmos, como também para a realização de eventuais serviços de manutenção, onde a possibilidade de remoção do próprio equipamento seja levada em consideração; 8. as máquinas devem ser mantidas limpas e lubrificadas, para evitar que as engrenagens trabalhem forçadas, sobrecarregando o motor, e, conseqüentemente, com probabilidade de produzir fagulhas; 9. partes móveis das máquinas e equipamentos devem ser pintadas com cores distintas da pintura das próprias máquinas e equipamentos, como forma de alertar os operários para os riscos da operação. Recomenda-se a pintura com cores amarelo ou laranja; 10. verificar se as peças móveis estão corretamente alinhadas e não estão sobrecarregadas ou soltas; 11. os mancais devem estar alinhados e não sujeitos a esforços mecânicos maiores dos que os adotados ou previstos em projeto; 12. máquinas e equipamentos deverão estar dispostos de forma a facilitar a manutenção e a vigilância, sendo que os dispositivos de controle devem estar em pontos acessíveis; 13. próximo a cada máquina de grande porte deve existir um prontuário de operação e manutenção, permanentemente atualizado. Para os demais equipamentos a ficha de controle deve ser individualizada; 14. as estopas e panos empregados na limpeza dos equipamentos devem ser postos em recipientes metálicos providos de tampas também metálicas; 15. máquinas e equipamentos geradoras de calor devem possuir ventilação própria e compatível com a carga térmica liberada pelo equipamento, de sorte que outras máquinas vizinhas não sejam prejudicadas com essa carga térmica adicional. VI.2.9. Processos que envolvam calor Um incêndio pode ter início devido ao superaquecimento ocorrido no processamento, envolvendo a geração de calor, ou vir a ser decorrente da existência de materiais combustíveis, quando em contato com fontes de calor não controladas. A exaustão inadequada de vapores desprendidos nos processos à seco, poderá conduzir à explosões e, por conseguinte, a incêndios. Torna-se fundamental a analise do projeto de exaustão e ventilação, de modo a que as concentrações de gases dissolvidos na atmosfera ambiente não esteja acima dos limites máximos permitidos em normas. Outra causa de origem dos incêndios é a promovida pelas falhas dos mecanismos de controle 202
  • 36. dos equipamentos que operam com chamas, pela queima de óleo ou de gás. Os mecanismos defeituosos não possibilitam a interrupção da seqüência de formação das chamas, impedindo dessa forma o alastramento do fogo a outros locais, ou seja, as falhas possibilitam que o incêndio se propague para outras áreas. Se os dispositivos de detecção e combate aos incêndios for eficaz, como por exemplo, a associação de detectores iônicos a sprinklers (chuveiros automáticos contra incêndios) a possibilidade de alastramento é reduzida. Com apenas o acionamento de dois bicos de sprinklers consegue-se conter cerca de 70% dos princípios de incêndio. Com o acionamento de 4 bicos consegue-se conter cerca de 90% dos princípios de incêndio. Com mais de 4 bicos pode se chegar a 95% de eficácia, com os 100% de eficácia atingidos com a conjugação da densidade de água adequada, o posicionamento correto dos bicos aspersores, e a total desobstrução dos bicos, por mercadorias, paredes improvisadas ou equipamentos ou instalações. VI.2.9.1. - Recomendações de caráter geral para processos que envolvam calor Dentre as precauções recomendadas para que não ocorram ignições em ambientes onde as temperaturas usualmente são maiores, citamos: • projetar os dispositivos de segurança, para a interrupção do aquecimento, de sorte a acusar falha no sistema de exaustão ou ventilação ou indicar a baixa de pressão nos dutos de alimentação, devido a ruptura das canalizações de vapor; • prever a existência de aberturas para reduzir os efeitos de explosões em fogões e secadores à chama de gás, e onde possa haver concentração explosiva de vapores ou de pós. As aberturas nas paredes conduzem a um aumento da ventilação natural, devendo ser empregadas, principalmente, em locais aonde os sistemas de exaustão venham a ser desaconselháveis. Todavia, em estruturas elevadas as aberturas podem provocar o efeito de chaminé, principalmente em caso de incêndios, alastrando as chamas para andares superiores. • dotar os locais onde haja desprendimento de pós ou de vapores inflamáveis, de sistemas de ventilação compatíveis. Em alguns edifícios totalmente ocupados por uma única atividade, podese projetar somente um sistema de exaustão, caso essa mesma atividade não seja a de manuseio de explosivos. Por exemplo, se o edifício for construído em estrutura metálica, os pavimentos, ao invés de laje de piso poderão vir a ter grades, de sorte a permitir a movimentação de ar ambiente. Caso a concentração de vapores inflamáveis seja elevada, é preferível que o prédio tenha o menor número possível de paredes laterais, como forma de evitar ou amenizar o risco de explosão; VI.2.10. Proteção dos sistemas elétricos Sistemas elétricos são todos aqueles destinados a transmitir luz e força aos vários locais de uma edificação. São sistemas constituídos de eletrodutos rígidos ou flexíveis, fios e cabos, 203
  • 37. tomadas, disjuntores, etc., todos fazendo parte de um mesmo circuito. Circuito é definido como um conjunto de pontos ativos no mesmo par de condutores, ligados a dispositivos de proteção, tais como: chaves, disjuntores, relés, interruptores, etc.. O isolamento dos fios condutores depende da utilização a que se destinam, devendo o isolamento mínimo atender a uma tensão de serviço de 1.000 volts. Ainda hoje se empregam os seguintes materiais, como isolantes dos condutores e cabos elétricos: • • • • borracha sintética; borracha butílica; papel impregnado; sintanax, etc. Para a proteção dos condutores contra impactos mecânicos lança-se mão de eletrodutos rígidos. Caso a instalação venha a ser embutida pode-se empregar eletrodutos flexíveis. Na conexão de motores ou equipamentos, que apresentem vibração durante o seu funcionamento, pode-se utilizar eletrodutos metálicos flexíveis, ou de material à base de borracha clorada. O mais importante é que os fios condutores não venham a ficar expostos, e nem estejam sujeitos a danos, que não teriam se estivessem no interior de dutos, flexíveis ou não. VI.2.10.1. Cuidados especiais ao se examinar um sistema elétrico: ⇒ assegurar que as emendas dos condutores foram feitas com fios de mesmo diâmetro, de sorte que essas tenham uma resistência mecânica adequada e um contato elétrico perfeito. Nas emendas de condutores pode se lançar mão de conectores apropriados, o mais recomendado, ou se recorrer à solda de estanho, essa aplicável exclusivamente a fios de cobre recozido e não sujeitos a tensões mecânicas; ⇒ o isolamento elétrico das emendas e derivações deverá ter características físico-químicas equivalentes às dos isolamentos condutores empregados no restante da instalação. Isso quer dizer que deverá se garantir um isolamento elétrico perfeito, além de uma proteção contra danos mecânicos, equivalente à proporcionada pelas próprias capas dos condutores; ⇒ o diâmetro interno do eletroduto deverá estar de acordo com o somatório dos diâmetros dos condutores elétricos nele contido, a fim de evitar o superaquecimento dos fios. A soma dos diâmetros dos condutores deverá ser a metade do diâmetro interno do eletroduto, de sorte a aumentar a circulação interna de ar, reduzindo o aquecimento dos fios; ⇒ As fitas deverão envolver não somente a emenda, como também as partes dos condutores adjacentes à ela. As normas específicas recomendam que a proteção elétrica garantida pela fita deverá ser, pelo menos idêntica à proteção elétrica garantida pela capa do condutor; ⇒ ao se acondicionar um determinado número de fios condutores emendados em uma caixa de derivações, deve-se procurar fazer com que as emendas entre eles sejam feitas alternadamente, de sorte a evitar o contato, mesmo que acidental, entre emendas mal executadas, bem como 204
  • 38. aumentar-se a segurança contra possíveis vazamentos de corrente elétrica. Ou seja, não se deve emendar dois pares de fios condutores em uma mesma altura ou posição. Recomenda-se que entre essas emendas exista um distanciamento mínimo de 10 centímetros; ⇒ nos condutores de entrada de corrente, logo após o medidor de consumo, deverá ser instalado um interruptor geral, com capacidade suficiente para a carga total da instalação, ou do circuito elétrico, e nunca da capacidade total dos equipamentos por esse alimentado, provido de disjuntores adequados aos circuitos elétricos. Não se deve empregar nesses casos chaves do tipo faca. Os disjuntores devem proteger os circuitos e não os equipamentos, já que esses dispositivos possuem seus próprios dispositivos de proteção; ⇒ qualquer capa de isolamento de fios condutores, com mais de 500 horas de uso, em regime de sobrecarga, deteriora-se. Portanto, quando a instalação puder estar em sobrecarga, é conveniente que seja feita uma inspeção periódica, com alicates medidores de tensão, a fim de se saber se está ocorrendo qualquer tipo de vazamento de corrente elétrica; ⇒ a capacidade de proteção do disjuntor deve ser idêntica à capacidade de transmissão de energia elétrica do fio condutor. Isso quer dizer que é a instalação elétrica que é protegida, e não os equipamentos a ela conectados. Se a instalação estiver sobrecarregada, por qualquer razão, o disjuntor deverá desarmar de imediato, protegendo não só os cabos condutores de energia elétrica, como também os equipamentos a eles conectados; ⇒ a segurança das instalações requer um bom projeto, que contemple, inclusive, a possibilidade de expansão futura, a facilidade de acesso aos vários compartimentos, confiabilidade nos sistemas de proteção, e facilidade de leitura e entendimento, pelo pessoal responsável pela manutenção. Além disso, o projeto deverá prever que todos os circuitos deverão ser adequadamente sinalizados. Sempre que possível deverá ser empregado condutores com capas de proteção de cores distintas, para indicar as fases e os retornos, ou as várias fases. ⇒ É comum se observar, durante inspeções, que os painéis elétricos ficam aquecidos em determinado circuito. Isso ocorre porque não foi prevista uma possibilidade de ampliação de carga. Um circuito que atendia a uma ou duas salas, de repente passa a atender a um salão. Isso ocorre com mais freqüência com os circuitos de iluminação; ⇒ ao desligar-se um circuito elétrico, deve-se começar sempre pelos pontos de menor carga, e nunca pelo de maior, com o objetivo de evitar o risco de formação de arcos elétricos, junto às chaves gerais; ⇒ as instalações elétricas que transportam maior carga devem estar sinalizadas e protegidas. O mesmo deve ocorrer com as tomadas de luz e de força, as quais deverão ter adesivos que indique a capacidade de carga das mesmas; ⇒ se as instalações elétricas tiverem que ficar expostas, por qualquer razão técnica, os fios condutores deverão estar posicionados em bandejas ou calhas apropriadas. Admite-se, entretanto, 205
  • 39. que parte dos circuitos elétricos fique aparente, fixados em castanhas de isolamento, junto às paredes. Nesses casos, esses circuitos deverão estar a uma altura tal que fiquem livres de contatos acidentais com pessoas ou equipamentos. Toda e qualquer análise de dispositivos elétricos deve sempre ser realizada por engenheiros eletricistas ou com o acompanhamento ou supervisão desses profissionais. 206