Congresso Apimec 2008 Jurandir Sell Painel Psicologia De Mercado
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p ç ,p ,
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Razão
R ã e emoção nas
ã
decisões de investimentos
Jurandir Sell Macedo CNPI
jurandir@edufinanceira.org.br
2. Até o início do século XX, a idéia
XX
dominante era de que os investidores
agissem irracionalmente. Assim, as
histerias e pânicos eram comuns no
mercado financeiro.
Para Mackay e outros seguidores
(David Thoreau, Bernard Baruch e Gustave
La Bom), as decisões das massas
são sempre piores do que
aquelas q p
q que poderiam ser
tomada por seus membros
individualmente.
3. Os Economistas neoclássicos adotaram o
pressuposto de que o comportamento
humano fosse resultado de um processo
de tomada de decisão, que pesava custos
e benefícios de ações, visando maximizar
ç ,
a utilidade (felicidade).
RACIONAIS
DELIBERATIVAS
I Homus economicus
Economia neoclássica – O comportamento
humano é resultado de decisões racionais e
deliberadas.
4. Desenvolvimentos das finanças:
O Contexto histórico
Mesmo dentro do arcabouço de racionalidade,
as finanças continuaram acreditando que
muitos investidores agiam irracionalmente,
afetando assim, os preços de mercado dos
ativos.
Portanto, idéi
P t t a idéia era d que um i
de investidor
tid
racional poderia identificar o momento em que
o consenso das massas falhava.
5. Para tentar encontrar os momentos em
que o consenso das massas falha
(refletido no preço de mercado), o investidor
pode usar tanto a análise
fundamentalista quanto a análise
f d t li t t áli
gráfica.
Analise fundamentalista
Graham
Dodd Loeb Burr
Século 20 1934 1935 1938
6. Análise técnica
As finanças tradicionais supõe que o mercado
nem sempre está certo, e que é possível ganhar
dinheiro descobrindo quando o mercado está
di h i d bi d d d tá
errado. Para descobrir quando o mercado erra:
Análise fundamentalista – tenta projetar lucros
futuros de uma empresa com base nos lucros
passados.
Análise técnica – tenta projetar os preços futuros
com base nos preços passados.
7. AS FINANÇAS ADEREM A RACIONALIDADE
Markowitz Modigliani
Sharpe Fama
Miller
1952 1961 1963 1970
Teoria de Teoria dos
Irrelevância CAPM
portfólio dos Mercados
Dividendos Eficientes
FINANÇAS MODERNAS
FINANÇAS MODERNAS
De acordo com as Finanças Modernas, em um mercado
fi i t d t l
eficiente, os preços podem eventualmente se desviar d
t d i dos
valores justos; porém, este desvio deve ser aleatório e não
tendencioso.
Assim, o bom investidor deverá diversificar seu portfólio de
investimentos na fronteira eficiente.
8. FINANÇAS MODERNAS
RACIONAIS
DELIBERATIVAS
I Homus economicus
Investidor racional
Assim, as finanças aderem completamente aos pressupostos
da economia neoclássica
neoclássica.
As decisões financeiras são racionais e deliberadas. Todo
investidor que não agir racionalmente será eliminado do
mercado.
Existe uma profunda divisão na
teoria das finanças
As Finanças Tradicionais supõem que o mercado nem sempre
está certo, e que é possível ganhar dinheiro descobrindo
quando o mercado está errado, pois acreditam que muitas
vezes os investidores agem irracionalmente.
Já, as Finanças Modernas acreditam que o investidor é racional
e sabe que não pode “bater” o mercado de forma consistente e
sistemática.
sistemática
Assim, o investidor deverá diversificar o seu portfolio de
investimentos (fronteira eficiente)
9. Ao estudar os processos de tomada de
decisão dos humanos os psicólogos
humanos,
cognitivos verificaram que em algumas
situações específicas as pessoas
violavam os princípios da racionalidade
ao tomarem decisões adotados pela
Economia Neoclássica e pelas
Finanças Modernas.
PSICOLOGIA COGNITIVA
A tomada de decisão é considerada um processo
p
interativo pela psicologia cognitiva, em que
percepções, convicções e modelos mentais do
tomador de decisão podem interferir na escolha do
decisor.
Além disso, o comportamento d ser h
Alé di t t do humano está
tá
condicionado à situação em que ela acontece,
bem como é adaptável e depende das condições
percebidas por cada indivíduo.
10. Dois psicólogos cognitivos, Amos
Tversky e Daniel Kahneman, foram
além da simples demonstração de
violação dos axiomas. Eles se
preocuparam em criar um modelo
descritivo de como as pessoas
tomam decisões
decisões.
Tversky Kahneman
Kahneman Tversky
1974 1979
Utilização de Utilização de
regras estruturas mentais
mentais.
heurísticas Teoria do Prospecto.
Publicado na
Econometrica
11. DECISÕES RACIONAIS EMOCIONAIS
DELIBERATIVAS I II
AUTOMÁTICAS III IV
Valendo-se dos avanços da Psicologia Cognitiva
surgiram as Finanças Comportamentais.
As Finanças Comportamentais procuram
compreender as decisões dos quadrantes II, III e IV.
FINANÇAS COMPORTAMENTAIS
Tversky Kahneman Richard
Kahneman Tversky Thaler
1974 1979 1980
Surgem as
Finanças
Comportamentais
12. As Finanças Comportamentais não negam que
muitas decisões econômicas são tomadas à luz da
racionalidade ampla, porém, têm duas objeções:
p ,p , j ç
1. Acreditam que o comportamento humano está
sempre sob a influência pervasiva e,
freqüentemente, não percebida por um sistema
afetivo (emoções).
2. Consideram que a mente humana, também, foi
feita para dar apoio a processos “automáticos”
de decisão (regras de bolso ou atalhos mentais).
Os atalhos nos ajudam a tomar decisões
rápidas e a fazer julgamentos instantâneos
fundamentais ao longo da nossa evolução.
Nestes atalhos há dicas perceptivas
subliminares que, geralmente, funcionam
bem. Mas, podem p
,p produzir ilusões e induzir
a erros de julgamento e avaliação.
13. Também, aprendemos a fazer associações
que vêm automaticamente à tona em nossa
mente.
Estas associações, fruto de sensações
acumuladas em nossa história de vida, ou até
mesmo na história do nosso grupo, contém
uma enorme reserva de experiências que
modulam nosso comportamento e guiam
nossos julgamentos e decisões.
FINANÇAS COMPORTAMENTAIS
As Finanças Comportamentais consideram que os
investidores nem sempre agem racionalmente pois muitas
racionalmente, pois,
vezes, são afetados por ilusões cognitivas que na maioria
das vezes são prejudiciais.
As ilusões cognitivas fazem com que os investidores
cometam erros sistemáticos de avaliação de probabilidades
e, por conseqüência, de riscos.
14. FINANÇAS COMPORTAMENTAIS
A identificação e a compreensão das ilusões
cognitivas, bem como seus efeitos e formas
de evitar estes efeitos, são os principais
objetivos das finanças comportamentais.
A origem das principais il õ
i d i i i ilusões
cognitivas.
Novas descobertas sobre o
funcionamento do nosso cérebro
cérebro.
15. O CÉREBRO HUMANO É COMPOSTO DE TRÊS
CAMADAS:
HOMINÍDIA
MAMÁRIA
REPTILIANA
Paul MacLean
1. No Alto da medula espinhal –
centro do cérebro – ficam as
estruturas mais primitivas
(Amídala), que o homem
compartilha com os répteis e
peixes e que controlam
p
processos fisiológicos de
g
sustentação da vida como:
respiração, fome, defesa e
atração sexual...
16. 2. Em torno desta estrutura
primitiva se localiza o
sistema límbico
compartilhado por nós com
os mamíferos.
Ele controla emoções como
motivação e ímpetos
ímpetos.
Aqui são gerados o medo e a
empolgação dos investidores.
3.Envolvendo as estruturas
mais antigas está o córtex,
massa cinzenta e ondulada.
i d l d
Cães e chipanzés também
têm córtex, porém o humano
tem um tamanho
descomunal. O córtex pré-
p
frontal controla os processos
superiores como raciocínio e
pensamento abstrato.
17. Percorrendo as três divisões do cérebro, estão os
circuitos neurais que operam dois tipos de
comportamento voltados para objetivos
objetivos.
1. Busca por recompensa;
2. Aversão à perdas.
Até o final do século XX, supunha-se que estes
sistemas orientavam nosso comportamento. Hoje, os
cientistas acreditam que outros processos cerebrais
complexos que envolvem emoções, cognições
também interferem no nosso comportamento.
Quando percebemos alguma coisa valiosa, nosso
sistema de recompensas é ativado.
Valorizamos sabores agradáveis (especialmente
gordura, doce e salgado), química sexual,
generosidade, símbolos de status, gargalhadas, estar
entre entes queridos e, além disto, a vingança e a
punição de desafetos.
Todos estes eventos ativam o sistema de
recompensa do cérebro.
18. Já, o sistema de aversão à perda é ativado quando
nos tornamos conscientes de uma ameaça ou perigo,
gerando ansiedade, medo e pânico.
ansiedade pânico
Muitas vezes, estes sistemas tomam conta das
nossas ações antes mesmo de que estas sejam
filtradas pelo córtex e, particularmente, pelo córtex
pré-frontal.
éf l
Quando a ganância (busca por recompensa) e o
medo (aversão à perdas) fogem do controle do córtex
pré-frontal
pré frontal o investidor pode perder a racionalidade
racionalidade.
Em momentos específicos este comportamento pode
tomar conta de um enorme número de investidores.
Então,
Então o mercado pode não se comportar de maneira
eficiente.
19. Acreditamos que nosso cérebro
está totalmente adaptado para
o mundo moderno.
Nós, investidores
Nós investidores, costumamos acreditar que
somos racionais e que nossas emoções não
afetam nossas decisões.
Entretanto, muitas das nossas decisões
ainda são profundamente afetadas por
nossas experiências vividas nas savanas
africanas.
Ainda nos comportamos de forma muito
parecida com nossos ancestrais, o homo
erectus ou os primeiros homo sapiens.
sapiens
20. As Finanças Comportamentais são as
finanças que tentam incorporar nos modelos
de tomada de decisão as motivações
internas dos humanos e que não acreditam
que, estas decisões, sejam tomadas apenas
pelos estímulos externos como prêmio e
punição (lucro e prejuízo).
Em um futuro muito próximo não fará mais
sentido falar em Finanças Comportamentais.
Pois, não fará mais sentido, também, falar em
finanças que não incorporem as emoções dos
investidores nos seus modelos
modelos.
21. Muito obrigado!
Jurandir Sell Macedo Junior
Universidade Federal de Santa Catarina
jurandir@cse.ufsc.br
Instituto de Educação Financeira
ç
www.edufinanceira.org.br
jurandir@edufinanceira.org.br