1. Luís Vaz de Camões Nascimento 1524 ou 1525 Falecimento 1580
2. Obra Épica “ Os Lusíadas” 3 gêneros Teatro Autos Lírica Sonetos
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5. Cantiga A este mote alheio: Menina dos olhos verdes, por que me não vedes? Eles verdes são, e têm por usança na cor, esperança e nas obras, não. Vossa condição não é d’olhos verdes, porque me não vedes. Haviam de ser, por que possa vê-los que uns olhos tão belos não se hão de esconder; mas fazeis-me crer que já não são verdes, porque me não vedes. Verdes não o são no que alcanço deles; verdes são aqueles que esperança dão, Se na condição está serem verdes Por que não me vedes? Nem sempre os poemas em medida velha desenvolvem temas ingênuos e graciosos, como o da “menina dos olhos verdes”. Camões freqüentemente versa em redondilhas os mesmos temas graves e dramáticos de seus sonetos. *medida velha
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7. Os temas de Camões Observando a temática utilizada por Camões em sua poesia, pode-se dividi-la em: Neoplatonismo Amoroso Reflexão Filosófica Temas
8. Platão + Camões Amor , no ideal platônico, não se fundamenta num interesse material, mas na virtude . Platão defendia que o verdadeiro Amor nunca deveria ser concretizado, pois quando se ama tende-se a cultuar a pessoa amada com as virtudes do que é perfeito. Quando esse amor é concretizado, aparecem os defeitos de caráter da pessoa amada.
9. Neo platonismo Camões cultivou o ideal Platônico (de Platão): o Amor -com maiúscula- é um ideal superior, único e perfeito, o Bem supremo pelo qual ansiamos. Mas, seres decaídos e imperfeitos, somos incapazes de atingir esse ideal. Resta-nos a contingência do amor físico (com minúscula), simples imitação do Amor ideal. A constante tensão entre esses dois pólos gera toda a angústia e insatisfação da alma humana. Amor x amor Superior Perfeito Divino Físico Superficial humano
10. Amor platônico Eu sou apenas alguém ou ate mesmo ninguém talvez alguém invisível que a admira a distancia sem a menor esperança de um dia tornar-me visível e você? você é o motivo do meu amanhecer e a minha angustia ao anoitecer você é o brinquedo caro e eu a criança pobre o menino solitário que quer ter o que não pode dono de um amor sublime mas culpado por querê-la como quem a olha na vitrine mas jamais poderá tê-la eu sei de todas as suas tristezas e alegrias mas você nada sabe... nem da minha fraqueza nem da minha covardia nem sequer que eu existo e como um filme banal entre o figurante e a atriz principal meu papel era irrelevante para contracenar no final no final no final
11. Soneto A mulher, objeto do desejo, também ela um ser imperfeito, é espiritualizada , tornando-se a imagem da Mulher ideal. Transforma-se o amador na cousa amada, por virtude do muito imaginar; não tenho, logo, mais que desejar, pois em mim tenho a parte desejada. Se nela está minha alma transformada, que mais deseja o corpo de alcançar? Em si somente pode descansar, pois consigo tal alma está ligada. Mas esta linda e pura semidéia, que, como um acidente em seu sujeito, assim como a alma minha se conforma, está no pensamento como idéia: [e] o vivo e puro amor de que sou feito, como a matéria simples busca a forma.
12. Alma minha gentil, que te partiste tão cedo desta vida descontente, repousa lá no Céu eternamente e viva eu cá na terra sempre triste. Se lá no assento etéreo, onde subiste, memória desta vida se consente, não te esqueças daquele amor ardente que já nos olhos meus tão puro viste. E se vires que pode merecer-te alguma cousa a dor que me ficou da mágoa, sem remédio, de perder-te, roga a Deus, que teus anos encurtou, que tão cedo de cá me leve a ver-te, quão cedo de meus olhos te levou. Este soneto tem sido freqüentemente interpretado como um soneto autobiográfico, dedicado a Dinamene, a namorada chinesa de Camões, morta em um naufrágio.
13. Amor é fogo que arde sem se ver, é ferida que dói, e não se sente; é um contentamento descontente, é dor que desatina sem doer. É um não querer mais que bem querer; é um andar solitário entre a gente; é nunca contentar-se de contente; é um cuidar que ganha em se perder. É querer estar preso por vontade; é servir a quem vence, o vencedor; é ter com quem nos mata, lealdade. Mas como causar pode seu favor nos corações humanos amizade, se tão contrário a si é o mesmo Amor? Soneto XI
14. Monte Castelo Ainda que eu falasse a língua do homens. E falasse a língua do anjos, sem amor eu nada seria. É só o amor, é só o amor. Que conhece o que é verdade. O amor é bom, não quer o mal. Não sente inveja ou se envaidece. O amor é o fogo que arde sem se ver. É ferida que dói e não se sente. É um contentamento descontente. É dor que desatina sem doer. Ainda que eu falasse a língua dos homens. E falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada seria. É um não querer mais que bem querer. É solitário andar por entre a gente. É um não contentar-se de contente. É cuidar que se ganha em se perder. É um estar-se preso por vontade. É servir a quem vence, o vencedor; É um ter com quem nos mata a lealdade. Tão contrário a si é o mesmo amor. Estou acordado e todos dormem todos dormem todos dormem. Agora vejo em parte, mas então veremos face a face. É só o amor, é só o amor. Que conhece o que é verdade. Ainda que eu falasse a língua dos homens. E falasse a língua do anjos, sem amor.. eu nada seria... Adapt. "I Coríntios 13" e "Soneto 11" de Luís de Camões
15. Camões contrapõe a perfeição do mundo das Idéias (neoplatonismo) às imperfeições do mundo terreno. Disso resulta uma visão pessimista da vida
16. Ao desconcerto do mundo Os bons vi sempre passar No mundo graves tormentos; E para mais me espantar, Os maus vi sempre nadar Em mar de contentamentos. Cuidando alcançar assim O bem tão mal ordenado, Fui mau, mas fui castigado. Assim que, só para mim, Anda o mundo concertado. Reflexão Filosófica
18. Os Lusíadas é uma obra poética do escritor Luís Vaz de Camões, considerada a epopéia portuguesa por excelência. Provavelmente concluída em 1556, foi publicada pela primeira vez em 1572 no período literário do classicismo, três anos após o regresso do autor do Oriente .
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21. Os Lusíadas publicado em 1572 A obra é composta de : dez cantos de 8.816 versos com 1.102 estrofes que são oitavas decassílabas. Com o esquema rítmico fixo ( AB AB AB CC ). Veja a seguir:
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23. Visão Geral Descrição do mundo pela deusa Tétis Canto X Ilha dos Amores Canto IX Calecute Cantos VII, VIII De Melinde a Calecute Canto VI Gama relata ao rei de Melinde a sua viagem até ali: a armada vai de Lisboa à Ilha de Santiago, passa o equador, toca na Angra de Santa Helena, dobra o Cabo, surge em Moçambique, chega a Melinde Canto V História de Portugal relatada por Gama ao rei de Melinde Cantos III, IV De uma cilada em Mombaça a uma recepção calorosa em Melinde Canto II A frota viaja do Canal de Moçambique a Mombaça Canto I
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25. A ação central é a descoberta do caminho marítimo para a Índia por Vasco da Gama, à volta da qual se vão descrevendo outros episódios da história de Portugal , glorificando o povo português.
26. Os argonautas O Barco! Meu coração não aguenta Tanta tormenta, alegria Meu coração não contenta O dia, o marco, meu coração O porto, não!... Navegar é preciso Viver não é preciso...(2x) O Barco! Noite no teu, tão bonito Sorriso solto perdido Horizonte, madrugada O riso, o arco da madrugada O porto, nada!... Navegar é preciso Viver não é preciso (2x) O Barco! O automóvel brilhante O trilho solto, o barulho Do meu dente em tua veia O sangue, o charco, barulho lento O porto, silêncio!... Navegar é preciso Viver não é preciso...(6x)
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30. Ilha dos Amores Todo o episódio tem um caráter simbólico. Representa a glorificação do povo português. Trata-se de uma ilha paradisíaca onde receberão o prêmio do seu esforço: a imortalidade Canto IX
31. Quem descobriu o Brasil? Vedes a grande terra que continua Vai de Calisto ao seu contrário Pólo, Que soberba a fará a luzente mina Do metal que a cor tem do louro Apolo. Castela, vossa amiga, será digna De lançar-lhe o colar ao rudo colo. Várias províncias tem de várias gentes, Em ritos e costumes, diferentes. Mas cá onde mais se alarga, ali tereis Parte também, co´ pau vermelho nota; De Santa Cruz o nome lhe poreis; Descobri-la-á a primeira vossa frota. Ao longo desta costa, que tereis, Irá buscando a parte mais remota O Magalhães, no feito, com verdade, Português, porém não na lealdade. No canto X, Camões coloca nas palavras de Tétis a “profecia” da descoberta do Brasil, o que comprova que o território já era de conhecimento dos navegantes antes da chegada de Cabral, afinal, o poema trata da viagem de Vasco da Gama, que se iniciara em 1497 , levando 2 anos, um mês e 21 dias até retornar da partida rumo à Índia .