1. Escola Básica e Secundária Dr. Bento da Cruz - Montalegre
A Gastronomia Portuguesa e Belga
Hélder Pires, nº 12; Pedro Lage, nº 15;
Ano Letivo 2012/2013
Psicologia
11º Curso P.R.B
Módulo 5
2. 2
Introdução
Este trabalho realizado no âmbito do Módulo 5 (“A Aprendizagem pela Descoberta”)
de Psicologia mostrar-se-á verdadeiramente importante para nós, sendo alunos do curso
profissional de Cozinha e Pastelaria, uma vez que vai incidir na gastronomia nacional e
na belga.
Enquadrando a gastronomia e as bebidas no âmbito da realidade histórico-sócio-
cultural e ambiental dos países em questão, notamos que ambas as nações se veem
fortemente influenciadas pela sua situação geográfica:
A culinária portuguesa, ainda que esteja restrita a um espaço geográfico
relativamente pequeno, mostra influências mediterrânicas (incluindo-se na
chamada “dieta mediterrânica”) e também atlânticas, como é visível na
quantidade de peixe consumida tradicionalmente. A base da gastronomia
mediterrânica, assente na trilogia do pão, vinho e azeite, repete-se em todo o
território nacional, acrescentando-se-lhe os produtos hortícolas, como em
variadas sopas, e os frutos frescos. A carne e as vísceras, principalmente
de porco, compõem também um conjunto de pratos e petiscos regionais, onde
sobressaem os presuntos e os enchidos. Com o advento das descobertas
marítimas, a culinária portuguesa rapidamente integrou o uso, por vezes
quase excessivo, de especiarias e do açúcar, além de outros produtos, como
o feijão e a batata, que foram adotados como produtos essenciais. Note-se que
a variedade de pratos regionais se verifica mesmo em áreas restritas. Duas
cidades vizinhas podem apresentar, sob o mesmo nome, pratos que podem
diferir bastante na forma de confeção, ainda que partilhem a mesma receita de
base. As generalizações nem sempre estão corretas: as diversas culinárias
regionais variam muito na mesma região. Contudo poder-se-á dizer que, a
culinária tradicional portuguesa se caracteriza por bastantes excessos (ainda
que muitos possam ser em alimentos considerados “saudáveis”) o que se
traduz no elevado teor nutricional e calórico dos pratos nacionais;
a gastronomia na Bélgica é altamente influenciada por cozinhas vizinhas,
como a francesa, holandesa e alemã, no entanto os belgas caracterizam
sempre os seus pratos como originais e únicos, sendo eles mesmos os seus
autores. Por outro lado a Bélgica, que é um pequeno país, tem tantas estrelas
Michelin per capita como a França, que é um grande país, é por isso também
que se costuma dizer que a cozinha belga é tão boa quanto a francesa, e tão
generosa quanto a alemã. Também é de destacar que a Bélgica é para muitos
considerada como um paraíso para os amantes da boa cozinha, já que a
culinária belga engloba pratos dos mais simples aos mais refinados. É
igualmente importante referir que a Bélgica, sendo um dos países mais
desenvolvidos da Europa, é acima de tudo uma terra de saber-viver e de
saber-comer, o que se verificará pelo carácter sadio dos seus pratos que se
distingue pelo uso abundante de vegetais e peixes.
3. 3
Fig. 1– Azeitonas no olival, base do azeite.
Gastronomia Tradicional Portuguesa
“Uma composição culinária, característica, inconfundível. Transmite-se por tradição: os
estrangeiros não sabem confecioná-lo, mesmo naturalizados: tendo chegado até nós por
processos lentos, e contraprovas de biliões de experimentadores, sucessivamente interessados
em o fixar de forma irrepreensível, resulta ser ele sempre uma coisa eminentemente sápida e
sadia. Isto o distingue dos pratos “compostos”, quero dizer daquelas mixórdias de comestíveis e
temperos, doseados a poder de balança, exclusivamente científicas, nada intuitivas e meramente
inventadas. O prato nacional é como o romanceiro nacional, um produto do génio coletivo:
ninguém o inventou e inventaram-no todos: vem-se ao mundo ido por ele, e quando se deixa a
pátria, antes de pai e mãe, é a primeira coisa que se lembra. Em Portugal não há província,
distrito, terra, que não registe entre os monumentos locais, a especialidade de um petisco raro,
sábio, fino, verdadeira sinfonia de sabores sempre sublime.”
In "À Mesa com Fialho de Almeida
A gastronomia portuguesa uma vez que assenta na conhecida e já referida “dieta
mediterrânea”, e, é considerada, no geral, bastante saudável.
Além disso, com a nova pirâmide dos alimentos divulgada pela Organização
Mundial da Saúde, a chamada “dieta mediterrânica” ganha ainda mais destaque.
Estudos diversos parecem indicar que Portugal é o país "mediterrânico" que menos
alterou os seus hábitos alimentares tradicionais, apesar de nem ser banhado por este
mar.
Alimentos, Bebidas e Pratos Tradicionais
O azeite
O azeite (Fig. 1) é o alimento indicado para a dieta dos
Portugueses, principalmente utilizado como condimento
nas sopas de legumes, nas migas à moda da beira,
no bacalhau assado, onde é acompanhado com
bastante alho, etc.
Mesmo na doçaria, o azeite também se faz presente, como
em alguns bolos, principalmente alentejanos, mas também
em diversas "broas de azeite".
As batatas cozidas, servidas juntamente com diversos
pratos, como peixes grelhados, são geralmente regadas
com azeite, um golpe de vinagre, salsa e cebola picada.
Grande parte dos pratos começam por ser preparados a
partir de um refogado de cebola e/ou alho em azeite.
4. 4
Fig. 2 – Broa de Avintes.
Fig. 3 – Folar de Chaves.
O Pão
O pão é, sem dúvida, um dos alimentos base da alimentação portuguesa. Existe em
diversas formas ao longo do território nacional, não se
limitando ao pão de trigo, de que o pão alentejano é
talvez o mais representativo, existindo também a broa
de milho, típica do Norte de Portugal, o pão de centeio,
etc. O pão alentejano, geralmente de grandes dimensões
e com miolo compacto, é pensado para durar mais do
que um dia e é utilizado em diversos pratos como
as açordas e as migas à alentejana. Fora do Alentejo,
continua a utilizar-se pão para outros pratos, como o
bacalhau espiritual, diversos ensopados e, entre os doces,
as rabanadas, os mexidos, etc.
No norte de Portugal, junto ao Porto, é célebre a designada
vulgarmente "broa de Avintes" (Fig. 3).
Existem outras espécies de pão, como a fogaça, a rosca, o
pão-com-chouriço, os folares (próprios da Páscoa, Fig. 2),
etc. No norte de Portugal, há ainda a referir as "bôlas"
que tanto podem significar grandes pães com carne
misturada (em Trás-os-Montes) ou pães baixos, redondos e compactos servidos
com sardinhas ou carne (como acontece em algumas partes do Minho).
O vinho
Portugal orgulha-se especialmente dos
seus vinhos que também apresentam uma variedade
impressionante, consoante a região onde são
produzidos. Os vinhos generosos, de alto
teor alcoólico e sabor geralmente doce, incluem o
inevitável vinho do Porto (Fig. 4), o vinho da
Madeira, o vinho de Carcavelos, o moscatel de
Setúbal, entre outras variedades, como os vinhos
“abafados”, em que o mosto não chega a fermentar
porque é diluído em aguardente.
As regiões produtoras de vinho mais afamadas são, sem dúvida, o Alentejo e o Douro.
No Minho existe a região demarcada do vinho verde, que se bebe jovem e fresco. Ao
contrário do que muitas pessoas pensam, o vinho verde não é um tipo específico de
vinho branco. De facto, existe vinho verde tinto, vinho verde rosé e vinho verde branco.
Fig. 4 – Vinho do Porto
5. 5
Fig. 7 – Bolinhos de Bacalhau,
tradicionalmente temperados com salsa.
Fig. 5 – Caldo Verde
Fig. 6 – Cozido à Portuguesa
Sopas e Cozidos
Os produtos hortícolas são muito utilizados para
diversos fins: saladas, sopas de legumes, cozidos,
etc. São frequentes as sopas frias, como o
gaspacho, no Alentejo, além de diversas sopas de
legumes. Estas costumam resultar da adição de
legumes a uma base de puré de batata, cenoura e,
eventualmente, cebola. O caldo verde (Fig. 5),
composto por puré de batata e couve-
galega cortada em tiras muito finas é talvez a mais
famosa das sopas portuguesas. No norte de
Portugal é comum acompanhar o caldo verde
com rodelas de chouriço. Note-se que na região do Alentejo dá-se outro significado à
palavra “sopas” que são, nessa aceção, semelhantes às açordas – pedaços de pão num
meio líquido aromatizado, que acompanha outros ingredientes, geralmente ovos, carne,
ou peixe.
O cozido à portuguesa (Fig. 6), considerado por
muitos como o prato nacional, é composto por uma
grande diversidade de ingredientes cozidos em água
abundante – as receitas variam muito de local para
local, havendo muitas que reclamam ser mais
legítimas que outras. Contudo, é costume referir
como ingredientes mais utilizados as diversas
qualidades de couves, batatas, feijão, nabos,
cenouras, enchidos, outras carnes, geralmente de
porco, e, por vezes, adições de carnes
de frango ou galinha.
As saladas mais convencionadas são as de alface e de tomate. É curioso notar que
existe, em algumas regiões do país, uma certa confusão na linguagem popular entre os
termos que designam alface e salada, como se ambos se referissem à mesma coisa. A
salada de tomate costuma ser aromatizada com orégãos.
Temperos
Em termos gerais, é no sul que se usam mais as ervas aromáticas.
Enquanto no norte de Portugal se usa quase exclusivamente a salsa
(Fig. 7), o louro, a cebola e o alho, no sul, especialmente no
Alentejo, utilizam-se os coentros, as mentas (hortelã, poejo, etc.), os
orégãos, o alecrim, etc. Desde que Vasco da Gama descobriu o
caminho marítimo para a Índia que os Portugueses utilizam
a pimenta, a noz-moscada, o cravinho-da-índia, o açafrão, etc.
A doçaria regional faz uso abundante da canela.
6. 6
Fig. 8 – Enchidos Portugueses
Fig. 9 – Amêijoas à Bulhão Pato
Enchidos
Alguns produtos e enchidos portugueses (Fig. 8)
fazem parte de uma lista restrita que a Comissão
Europeia atribuiu a menção de “Denominação de
Origem Protegida” nomeadamente, para a zona
de Estremoz e Borba, tais como, a Paia de Toucinho,
o Chouriço de Carne, a Paia de Lombo, a Morcela, os
Maranhos, o Chouriço grosso.
No Nordeste de Portugal, a criatividade popular
permitiu a confeção de enchidos à base de pão e carne
de galinha, denominadas alheiras. Foram criadas como
forma de reação por parte dos judeus Portugueses
no século XVI, ao dilema de não lhes ser permitido
comer carne de porco por motivos religiosos e o imperativo de dar entender que se
tinham convertido ao cristianismo.
Peixe e Marisco
É obrigatória a referência ao peixe consumido
tradicionalmente em Portugal. Além da célebre sardinha
portuguesa, o bacalhau, pescado em águas mais frias e
afastadas, são os peixes mais usados pela cozinha
lusitana. Não nos podemos esquecer, contudo, da grande
variedade de mariscos, sem ser de viveiro, como o
berbigão, o mexilhão, as conquilhas, etc. As amêijoas
são utilizadas não só como principal iguaria, ao natural
ou à Bulhão Pato (Fig. 9), mas também a acompanhar
outras, como na carne de porco à alentejana. Existe
ainda uma grande variedade de receitas de açordas e
feijoadas de marisco.
7. 7
Fig. 11 – Pudim Abade de Priscos
Fig. 10 – Pastéis de Nata
Doces
A doçaria portuguesa tem grande parte da sua
origem nos conventos e mosteiros portugueses
no século XVI. O uso abundante
de gemas de ovos em muitas destas
especialidades está relacionado com o uso das
claras de ovos nos conventos. As claras de ovos
para a confeção de hóstias, para manterem
seus hábitos sempre engomados, e para a
clarificação dos vinhos. Para não desperdiçarem
as gemas e com o açúcar vindo do Novo
Mundo, os frades e, principalmente, as freiras de Portugal aperfeiçoaram as receitas
ancestrais. A criatividade conventual extravasava em doces ricos em açúcar, em gemas
de ovos, em frutos secos e em amêndoas.
Entre outros doces que importa referir, há ovos moles de Aveiro, cuja fórmula e método
de produç ão original se deve às freiras da Ordem dos Carmelitas no século XIX,
o pastel de nata (incluindo os famosos pastéis de Belém que nasceram no Mosteiro dos
Jerónimos – Fig. 10), queijadas de Sintra, conhecidas desde o século XIII, e os agora já
célebres travesseiros da Periquita, os pastéis de Tentúgal, queijadinhas de hóstia,
as Tigeladas de Abrantes, o pudim Abade de Priscos (Fig.11), quartos de marmelada do
Convento de Odivelas, barriga de Freira de Arouca, castanha doce de Arouca, cristas de
galo (ou pastéis de Vila Real), bolo de Dom Rodrigo, fatias de Tomar (ou fatias da
China), lampreia de Portalegre, palha de Abrantes, trouxas de ovos das Caldas,
rebuçados de ovos, atribuídos ao Convento de São Bernardo de Portalegre, pau de
abóbora entre outras especialidades mais ou menos
conhecidas. No Algarve, principalmente, são
típicos os doces de amêndoa e de figo seco;
no Alentejo, a Sericá (ou sericaia), o pão de Rala,
os nógados. No arquipélago dos Açores, na ilha da
Graciosa são famosas as suas queijadas. De facto,
quase todas as localidades têm o seu doce típico.
No arquipélago da Madeira, destaca-se o
chamado bolo de mel.
Curiosidade:
As 7 Maravilhas da Gastronomia Portuguesa
Entradas: Alheira de Mirandela (IG) – Trás-os-Montes e Alto Douro
Entradas: Queijo Serra da Estrela - DOP - Beira Interior / Beira Litoral
Sopas: Caldo Verde - Entre Douro e Minho
Marisco: Arroz de Marisco - Estremadura e Ribatejo
Peixe: Sardinha Assada - Lisboa e Setúbal
Carne Leitão da Bairrada - Beira Litoral
Doces: Pastel de Belém - Lisboa e Setúbal
8. 8
Fig. 12 – Batatas Fritas Belgas
Gastronomia Tradicional Belga
A Bélgica é um verdadeiro paraíso para os amantes da boa cozinha. Quem já teve a
oportunidade de ler o livro “Asterix e os Belgas”, provavelmente já conhece uma das
maiores verdades deste país: a cozinha belga é tão boa quanto a francesa, e tão generosa
quanto a alemã. Outro facto sobre a comida belga: não é preciso ir a um restaurante 3
estrelas para saborear uma refeição deliciosa e original! Além disso, o normal é
encontrar em todas as ruas, pequenos quiosques a comercializar batatas fritas, pacotes
de pralinês e waffles caramelizados, todos estes tradicionais da cozinha belga.
Alimentos, Bebidas e Pratos Tradicionais
Batata Frita
French fries, chips ou batatas fritas (Fig.12), seja qual for a
denominação utilizada, elas são tradicionalmente belgas.
Feitas com as batatas belgas Bintje, fritas duas vezes e
servidas em um cone de papel com maionese, elas encarnam
a perfeição da batata. Os locais favoritos para saborear as
batatas fritas são os frietkots ou fritures, que são quiosques
ou vendedores de rua. Existem mais de 4000 frietkots
espalhados pela Bélgica e muitos oferecem uma variedade
de mais de 50 molhos de acompanhamento.
9. 9
Fig. 13 – Mexilhões no pote
Fig. 14 – Waffles Belgas
Mexilhões
Os mexilhões (Fig. 13) são o principal
prato da Bélgica e sua estação vai de
Setembro a Fevereiro. A maior parte
dos mexilhões consumidos neste país
vem do Mar do Norte, na costa norte
dos Países Baixos. Tradicionalmente,
são servidos num pote grande e
fumegante, acompanhados de batatas
fritas e maionese caseira. São
consumidos e comercializados por
toda a Bélgica e de várias formas
diferentes. Uma das preparações mais
comuns é o caldo de vegetais, com alho, cebola e alho-francês preparado com os
mexilhões ainda nas conchas. Embora as porções de mexilhões servidos possam parecer
um bocado exageradas, é surpreendente o quão rapidamente eles desaparecem do pote.
Muitos restaurantes retiram logo o pote e retornam com a segunda rodada. O truque
para comer mexilhões à maneira belga é usar uma concha como colher para pegar as
iguarias e saborear o caldo.
Waffles
Os waffles (Fig. 14) são uma receita tipicamente belga e datam da
Idade Média. Mundialmente conhecidos desta forma, tem origem
na palavra que vem do neerlandês wafel, que significa favo de
mel, ganharam este nome devido ao seu formato característico.
Na sua origem, eram preparados com farinha de baixa qualidade e
água, e cozidos entre duas placas de ferro, que lhe imprimiam um
desenho em alto-relevo, em formato de favo. E não eram vistos
como uma sobremesa, mas sim como substitutos do pão.
Geralmente aromatizados com canela e açúcar, os waffles
possuem variações de tamanho, formatos, e receitas, de acordo com diferentes regiões
da Bélgica. Podem ser encontradas em restaurantes ou pelas ruas das cidades, onde os
vendedores os preparam na hora para que possam ser saboreados ainda quentes.
10. 10
Fig. 15 - Speculoos
Fig. 16 – Chocolate Belga
Speculoos
Os speculoos (Fig. 15) são uma
especialidade do norte da Bélgica. São
biscoitos que eram originalmente
preparados em formato de São
Nicolau para as festividades do dia do
santo (6 de dezembro). Hoje em dia,
estes pequenos, crocantes e finos
biscoitos, aromatizados com
especiarias, são feitos em moldes de
vários formatos, criando figuras ou
imprimindo-lhes nomes. Existem
muitas variações da receita, algumas usando apenas canela, outras incluindo cravo,
gengibre ou noz-moscada. Mas o seu sabor característico vem da vergoise brune, um
tipo açúcar escuro, feito de xarope de beterraba, e muito comum na Bélgica. O nome
speculoos pode ter vindo do latim species que significa especiarias, ou speculator que
singinica bispo. Normalmente acompanham uma xícara de café: o habitual ao pedir um
café na Bélgica é que este seja acompanhado por um destes biscoitos.
Chocolates
A Bélgica produz 172 mil toneladas de chocolate por
ano, nas mais de 2 mil chocolatarias espalhadas pelo
país. Cada linda peça de chocolate esconde um recheio
que explode em sua boca, com um sabor e textura
surpreendentes. Muitos chocolateiros ainda
confecionam seus chocolates à mão. Cada cidade e
cada vila oferecem opções deliciosas de lojas de
chocolate. O chocolate belga (Fig. 16), tanto o industrial
como os pralinês artesanais, tem uma reputação mundial. O
pralinê belga é uma invenção que data de 1912. Trata-se de
um bombom de chocolate de formatos infinitamente
variados, que pode ser recheado com creme de leite, creme
de manteiga, licor, café, pedaços de frutas e de frutas
secas, nozes, caramelo e massapão.
11. 11
Fig. 17 – Variedade de cervejas belgas
Cerveja
Na Bélgica, é fácil de perceber que a cerveja é
muito mais do que uma simples bebida: é uma
cultura (Fig. 17). Com mais de 450 variedades,
muitas cervejas belgas possuem copos
personalizados nos quais apenas elas podem ser
servidas. O formato de cada copo realça o sabor
da cerveja para a qual foi desenhado. Os belgas
levam sua cerveja muito a sério, e com boa
razão. O país tem a reputação de especialista em
cervejas desde a Idade Média. Clara ou escura,
suave ou amarga, cada cerveja reflete um pouco
de sua região. Já houve épocas em que existiam
na Bélgica mais cervejarias do que igrejas e
praticamente cada uma delas possuía sua própria
taberna. Cada vez mais os turistas têm procurado conhecer as rotas das cervejas belgas,
e as agências têm-se especializado em propor rotas que combinem a história local,
tradições, gastronomia regional e cervejas!
Tipos de cerveja
Na Bélgica a quantidade de estilos de cerveja quase se compara ao número de
cervejarias. A do tipo Lambic é a mais famosa, e é preparada pelo método mais antigo
de fermentação conhecido, resultando numa bebida seca, ácida e naturalmente
efervescente, e que, como o vinho, amadurece seu sabor quando envelhecida.
Branca - Com base de trigo, é clara e com uma pitada cítrica.
Lambic - Cerveja de trigo não maltada, fermentada naturalmente por leveduras
presentes no ar. Tipo específico da região de Bruxelas.
Gueuze - Uma combinação de duas ou mais cervejas Lambic, criando uma fermentação
secundária que resulta em uma cerveja espumante, como o champagne.
Faro - Uma variação leve da Lambic, com sabor parecido mas menos intenso.
Kriek - Cerveja Lambic mas com uma fermentação adicional, feita a partir da adição de
cerejas ou framboesas.
Escura - Combina uma doçura caramelizada e maltada com uma acidez advinda de
vários meses de maturação.
Vermelha - Feita com cevada vermelha e envelhecida em barris de carvalho. É frutada,
doce e ácida.
12. 12
Conclusão
Este trabalho serviu-nos não só para conhecermos a fundo a gastronomia nacional e a
belga, mas também para as compararmos e constatarmos a diversidade gastronómica
regional e europeia. É por isso mesmo que consideramos que este trabalho foi deveras
importante, uma vez que nos ensinou e nos despertou para a diversidade cultural, neste
caso gastronómica e nos leva a aceitar mais facilmente as diferenças entre os vários
países. Além disso, este trabalho demonstrou-nos também que cada vez mais o mundo
se assemelha a uma aldeia, devido à aproximação e semelhança de hábitos alimentares
decorrentes da globalização. No entanto, podemos também dizer que recolher
informação sobre a gastronomia portuguesa foi relativamente fácil devido à fidelidade
das fontes, porém no que diz respeito à belga o cenário foi ligeiramente diferente.