2. O ponto de vista cria o OBJETO.
[...] A totalidade concreta como totalidade
pensada, concreto pensado, é, de fato, um
produto do pensamento.[...] (Marx, texto n.20)
[...] Não são as relações reais entre as ‘coisas’
que constituem o princípio da delimitação dos
diferentes campos científicos, mas as relações
conceituais entre problemas. É apenas nos
campos em que é aplicado um novo método a
novos problemas, e em que são
descobertas, assim, novas perspectivas que
surge também uma nova ciência. [...].
(Weber, texto n.21)
3. A partilha do real: a sociologia
erudita e a sociologia
contemporânea.
A ciência se constituiu ao construir
seu objeto contra o senso comum, em
conformidade com os princípios que a
definem.
A tentação de constituir um problema
social em problema sociológico.
Realidade social não é realidade
sociológica.
A falsa questão do atomismo da
população frente aos ‘mass media’.
4. A necessidade das formulações de hipóteses.
A formulação do procedimento científico
como forma de diálogo com a realidade.
(Tipo ideal Weberiano).
O real nunca toma a iniciativa, esse só da
resposta quando é questionado.
O vetor epistemológico vai do racional em
direção ao real.
Sem teoria, não é possível regular um único
instrumento, interpretar uma única leitura.
5. Basta ter tentando uma vez submeter à
análise secundária o material coletado em
função de outra problemática, por mais
neutra que está possa ser na aparência, para
saber que os data mais rico nunca estariam
em condições de responder completa e
adequadamente a questões para as quais e
pelas quais não foram construídos.
Cada pesquisa tem condições e métodos
diferentes e não válidos universalmente.
O sociólogo é particularmente tentando a
procurar segurança no caráter científico de
sua disciplina ao sobrevalorizar as exigências
que ele atribui às ciências da natureza
(Critica ao positivismo).
6. A disputa entre Marx e Lord Keynes.
O discurso da neutralidade e o discurso
ideológico.
A anulação de científica de Marx e o discurso
da objetividade.
A diferença entre não concordar com a visão
política e desqualificar a teoria do autor.
7. O problema do Empirismo. (a critica ao
positivismo)
A anulação do pesquisador pelo empirismo.
A maldição da ciências humanas, talvez, seja
o fato de abordarem um objeto que fala.
É como se o empirismo como tal propusesse
que o pesquisador se anulasse como tal. A
sociologia seria menos vulnerável a essa
tentação se lembrar que os ‘fatos não
falam’.
O objeto acaba por colocar as suas
prenoções.
8. Tem que se saber o que queremos
perguntar, tanto ao entrevistado quanto ao
objeto.
Para quem e como conseguir o que queremos
com a resposta.
A falsa teoria da objetividade e a anulação como
sociólogo. (Critica ao pensamento weberiano).
Nenhuma teoria pode ser uma camisa de força.
Enriquecer a teoria, e não repeti-la.
Objetividade vs. Ideologia: O uso da ciência
como forma de luta ideológica.
A objetividade é possível?
A objetividade segundo Michael Löwy.
10. A necessidade da formulação de um elenco
de hipóteses.
A falta de hipóteses faz o pesquisador cair no
sociologia espontânea ou na pura e simples
ideologia, que tanto fugia quando da
confecção do projeto.
Sobre a estatística devemos nos perguntar o
que ela diz e pode dizer, dentro de quais
limites e condições.
11. Se dermos crédito às representações mais triviais do
preceito weberiano, bastaria estarmos prevenidos
contra a parcialidade afetiva e as solicitações
ideológicas para ficarmos livres de qualquer
interrogação epistemológica sobre a significação dos
conceitos e a pertinência das técnicas.
A neutralidade metodológica.
As técnicas de pesquisa são outras tantas técnicas de
sociabilidade, qualificadas do ponto de vista social.
(observação e questionário, ou entrevista dirigida).
Do dizível ao indizível.
Não existem perguntas neutras. O sociólogo que não
submete suas próprias interrogações à interrogação
sociológica não estaria em condições de fazer uma
análise sociológica verdadeiramente objetiva das
respostas que elas suscitam.
12. O caso da palavra trabalho. (pg. 56).
Uma pergunta que não é transparente para
quem a formula pode obscurecer o objeto,
que, inevitavelmente, ela constrói, embora
não tenha sido feita propositalmente para
construí-lo.
Uma mesma pergunta não tem o mesmo
sentido para sujeitos sociais separados pela
diferença de cultura, associadas as origens
de classe.
Num estudo , o indivíduo que confunde sua
perspectiva com a do objeto estudado, acaba
por coletar sua própria perspectiva no lugar
da do objeto estudado. (detectar a
perspectiva do objeto, para depois analisar).
13. As respostas tem que ser interpretadas e não
engolidas, tanto a resposta direta, quanto a
resposta oferecida pela pesquisa bibliográfica.
Ao se recusar a ser o sujeito científico de sua
sociologia, o sociólogo positivista dedica-
se, salvo milagre do inconsciente, a fazer uma
sociologia sem objeto científico.
Quanto mais as condutas, atitudes e idéias
expressas e estudadas dependerem da
conjuntura onde foram geradas, tanto mais a
pesquisa e o pensamento tende a limitar-se e
aprender, atitudes e opiniões que não tem valor
além dos limites em que foi gerada.
Nada impede de aplicar métodos de etnologia as
ciências modernas.
14. Nada há de mais enganador do que a aparente
simplicidade dos métodos científicos.
A oposição de conceito de classe em Marx e
Weber:
Karl Marx argumentava que as divisões de classes
baseiam-se em diferenças nas relações entre
indivíduos e o processo de produção.
Weber identificou três distinções de classe, de
acordo com três dimensões de desigualdades.
1)Classe; 2)Poder e 3) Prestígio.
Teorias diferentes podem contribuir para se
conhecer melhor o mesmo objeto.
15. O objeto é consciente e metodicamente
construído.
A formulação de um objeto deve responder a
uma pergunta. Para verificar a existência do
objeto ou tema é só transformar o tema da
pesquisa numa pergunta.
A construção do tipo ideal como forma de ajudar
na percepção do real. (Weber).
Analogia como forma legitima. Durkheim tenta
determinar a natureza dos fatos sociais, e notar
sua repetição ou não como forma de determinar
o caráter de objeto de sua observação.
16. Marx ensinou que a ciência social já não se
constrói no plano dos acontecimentos como
também a física deixou de se construir a
partir dos dados de sensibilidade: o objetivo
é construir um modelo, estudar sua
propriedades e suas diferentes maneiras de
reagir no laboratório para aplicar, em
seguida, tais observações à observação do
que se passa empiricamente. (o caso da lei
da educação e trabalho na Inglaterra e as
pesquisas de Marx).
17. É pelo poder de ruptura e pelo poder de
generalização, sendo que os dois são
inseparáveis, que o modelo teórico é
reconhecido: como uma depuração formal
das relações entre as relações que definem
os objetos construídos, ele pode ser
transposto para ordens de realidade, do
ponto de vista fenomenal, muito diferentes e
sugerir por analogia novas
analogias, princípios de novas construções de
objeto.
18. Criação de um arquivo com textos, teses, artigos.
Reorganização de assuntos, cruzamento de temas nunca
feito antes.
Uma atitude lúcida em relação as frases e palavras que
definem as questões. Buscar o significado das palavras
e seu sinônimos ajudam a elucidar a problemática.
Muitas das noções que encontramos se classificam em
tipos, quando sobre ele refletimos.
Freqüentemente temos melhor percepção considerando
os extremos – pensando o oposto daquilo que nos
preocupa diretamente. Se refletimos sobre o
desespero, pensemos também na tranqüilidade, se
estudarmos o avarento, lembramo-nos do perdulário. A
coisa mais difícil no mundo é estudar um objeto:
quando procuramos contrastar vários deles, temos
melhor percepção.
19. Qualquer objeto que nos ocupemos, veremos
ser útil tentar obter uma percepção
comparada do material.
A forma como dispomos o material para
apresentação sempre afeta o conteúdo do
nosso trabalho.
Todos os assuntos devem ser apresentados
com linguagem clara e simples, na medida
que o tema trabalhado permita. ( caso da
sociologia e o status na América latina).