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Gestão do Património                                           História de Portugal II




                             “A BOA SOCIEDADE”
               Um olhar sobre a Burguesia Portuense do Século XIX




     Docente: Dr. Amândio Barros
     Discentes: Ana Silva
                Joana Vieira
                Márcia Fernandes
Gestão do Património                                                            História de Portugal II




     1. A ORDEM BURGUESA


     1.1. Contextualização Histórica

      Situação politico económica de instabilidade;


      1820 - instauração do Liberalismo;


      Praça da Ribeirinha - centro fundamental económico e social da cidade;


      Rio Douro - papel económico vital para o burgo:
              - Comércio do vinho do Porto;
              - Estabelecimento de relações comerciais com o Brasil.
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     1. A ORDEM BURGUESA


     1.1. Contextualização Histórica

      Entre 1832/1833 assiste-se à destruição da baixa Ribeirinha com as bombardas dos miguelistas:
              - Incêndio do Convento de S. Francisco;
              - Propagação da cólera por cada ponto da cidade;


      Os burgueses abandonam o burgo para viver nos palacetes:
              - Ruptura entre o espaço do lar com o espaço da actividade económica das famílias ricas.
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     1. A ORDEM BURGUESA


     1.1. Contextualização Histórica

      Segundo Vitorino Magalhães Godinho, o período entre 1870 e o século XX, é marcado
     fundamentalmente por fracassos nacionais nos planos:


              Político:
             - Liberalismo por concretizar-se;
             - Ascensão do Republicanismo na última década do século XIX.


              Económico - Tentativas falhadas de industrialização.


              Social - Impossibilidade implantação da sociedade burguesa.


              Cultural - Preocupação de uma cultura esclarecida, inteligente e realista, que não consegue
             atingir a eficácia social.
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     2. A SUBIDA AO PODER DA BURGUESIA EM PORTUGAL


     É no século XIX que a burguesia se afirma:

               Idealmente liberal;

               Socialmente conservadora;

               Economicamente regrada;

              IDEOLOGIA DO PROGRESSO


     2.1. Tipos de burguesia

               Burguesia industrial ou de comércio;




               Burguesia ao serviço do Estado;


               Burguesia de rendimentos.
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     2. A SUBIDA AO PODER DA BURGUESIA EM PORTUGAL


     2.2. Como a ideologia liberal serviu os interesses da burguesia


                          Clero + nobreza = Ociosidade
                          Burguesia = Empreendorismo


         Ideais do liberalismo:
         Liberdade associada ao individualismo;
         Voto censitário;
        Self-made man.


        Acções do liberalismo:
         Proibição das associações;
         Produção determina estatuto;
         Valorização do trabalho.
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     2. A SUBIDA AO PODER DA BURGUESIA EM PORTUGAL


     2.3. A alta burguesia empresarial e financeira - origem e poderes


    Estrato da burguesia mais elevado e mais respeitado


     Exerciam o seu poder através:
         Do ensino;
         Da imprensa;
         Do lançamento de modas e ideias.


            Através do controlo global da sociedade da Idade Média, os burgueses tornavam a opinião
                                     pública favorável aos seus interesses.



      2.4. Declínio do poder da burguesia


     1880 – Burguesia perde protagonismo com a introdução do sufrágio universal.
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     3. O QUOTIDIANO BURGUÊS


     3.1. Características da burguesia


      Caracterizado pelo bem-estar material e escolha do tipo de vida;


      Grupo social condutor da sociedade civil, que virá acumular capital económico, cultural e
     genético;


      Capacidade de criar bens e serviços capazes de atender todas as necessidades da sociedade;


      O objectivo da sua actividade era a transformação da sociedade:
             - Como fruto da interacção humana;
             - Iniciativa humana.
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     3. O QUOTIDIANO BURGUÊS


     3.1. Características da burguesia

      De acordo com Maria Antonieta Cruz o burguês era definido como:
             - Pouco delicado;
             - Gestos grosseiros;
             - Pouco instruído.


     “...não há quem saiba conversar, quem se interesse por duas ideias de arte e literatura. Há apenas a vida
     de escritório, do Banco, da alfândega, a vida de boi sorumbático (...).Depois, feito o negócio, tudo se
     amorrinha no pesadume crasso e bilioso da digestão flatulenta.”


                                                                                 Isabel Pires Lima (antologia),
                                                                em Trajectos do Porto na Memória Naturalista.
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     3. O QUOTIDIANO BURGUÊS


     3.2. A vida burguesa

      A vida social burguesa portuense era evidenciada pelos encontros nos:


             Cafés e botequins:
             - O Portuense;
             - O Suíço;
             - O Lisbonense;
             - O Águia d’ Ouro;
             - O Brasil;
             - O Guichard.
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     3. O QUOTIDIANO BURGUÊS


     3.2. A vida burguesa

             Jardins:
             - O Jardim da Cordoaria;
             - O Jardim de S. Lázaro ;
             - O Passeio Alegre.
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     3. O QUOTIDIANO BURGUÊS


     3.2. A vida burguesa

      Os seus momentos de diversão eram caracterizados pelos:
             - Bailes;
             - Saraus;
             - Salões;
             - Banhos na Foz.
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     3. O QUOTIDIANO BURGUÊS


     3.2. A vida burguesa



      A moda burguesa era dominada pela combinação extravagante de tentação e proibição;


      Predomínio do recato e a ocultação da sensualidade e da sexualidade;


      Proliferavam-se as alusões e os estímulos ao mundo dos sentidos e das sensações;
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     3. O QUOTIDIANO BURGUÊS


     3.2. A vida burguesa

      Os homens burgueses vestiam-se de
     claro.


      As mulheres burguesas usavam:
              - Chapéus com laços em volta do
              pescoço;
              - Vestidos de grande roda de balão,
              com folhos e laços com padrões de
              riscas, xadrez e folhos idênticos.
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     3. O QUOTIDIANO BURGÊS


     3.2. A vida burguesa


      Nos finais dos anos 80 do século XIX, tende-se a usar:
             - O escurecimento da silhueta com vestidos de veludo
     onde imperavam os castanhos e os cinzentos, criando uma
     ideia de elegância sóbria.
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     4. A EDUCAÇÃO E A CULTURA



     4.1 Instrução primária


      Os Liberais deram particular atenção ao ensino primário devido:
                       - à preocupação com a dissipação das trevas da ignorância;
                       - ao aperfeiçoamento moral dos homens;
                       - ao desenvolvimento económico.


      A frequência de ensino elementar só passou a ser obrigatória, sob pena de multa, a partir de 1844.


      Foram abertas muitas escolas por iniciativa do poder central, de particulares, das câmaras municipais,
     das juntas de paróquia ou mesmo a pedido dos habitantes das aldeias.
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     4. A EDUCAÇÃO E A CULTURA



     4.1 Instrução primária


      No Portugal Oitocentista foi grande a diferença, quantitativa e qualitativa, de ensinamentos
     ministrados aos homens e às mulheres.


      Inegável empenhamento do liberalismo no progresso da instrução pública no nosso país com os
     resultados obtidos, nomeadamente a redução do analfabetismo.


      Na cidade do Porto, apenas na burguesia encontramos uma alfabetização generalizada.
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     4. A EDUCAÇÃO E A CULTURA



     4.2 Instrução secundária


      A implantação dos liceus no nosso país foi bastante lenta devido:
                       - às reformas sucessivas;
                       - à escassez de professores com formação escolar suficiente para leccionar.
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     4. A EDUCAÇÃO E A CULTURA



     4.3 Instrução superior


      É destinada para as classes elevadas da sociedade, donde
     saem, pela maior parte os funcionários públicos.


      Um curso tirado na universidade, não raro, assegurava a
     presença em lugares de destaque e responsabilidade na vida
     económica e política.


      Na cidade do Porto, existiam duas instituições de ensino superior, a
     Academia Politécnica e a Escola Médico-Cirúrgica.
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     4. A EDUCAÇÃO E A CULTURA



     4.2 Outros indicadores de educação e cultura


      Através dos inventários orfanológicos, eram os médicos quem possuíam mais livros:
              - temas ligados à profissão dos falecidos, sobretudo códigos de leis, temas de direito, medicina,
              cirurgia, comércio bem como temas ligados à cultura francesa.


      Há que salientar a biblioteca que dispunham os sócios da Associação Comercial do Porto, que
     congregava uma parcela limitada da burguesia mercantil da cidade, a mais opulenta, a mais culta e
     também a mais influente.
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     4. A EDUCAÇÃO E A CULTURA



     4.3 A Cultura


      Os equipamentos culturais sucedem-se a um ritmo vertiginoso, numa cidade que se pretende modernizar,
                           vontade de uma burguesia que quer fazer concorrência à capital.


     MÚSICA – Escolas de Música e de Canto
      Escola Popular de Canto (1855), a funcionar nos Paços do Concelho, com cursos nocturnos e diurnos,
     acabando por ter cerca de 200 alunos;
      Instituto Musical (1863) criado por Carlos Dubini, da Companhia Lírica, com um curso popular (gratuito)
     e um curso superior, com matrícula aberta a todos com mais de 8 anos, sabendo ler e contar e com um
     fiador de bom comportamento moral;
      Sociedade Filarmónica, criada por Francisco Eduardo, onde ficam como professores famosos cantores
     líricos que visitam a cidade;
      Academia de Música, no Palácio de Cristal, com cerca de 500 alunos.
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     4. A EDUCAÇÃO E A CULTURA



     4.3 A Cultura


     TEATROS
      Teatro de S. João, o mais antigo, inaugurado em 1798;
      Príncipe Real ou Teatro Circo, na esquina da Sá da Bandeira com a Rua de Santo António;
      Teatro Gil Vicente, no Palácio de Cristal;
      Teatro Baquet, destruído por um terrível incêndio em 1888;
      Teatro dos Recreios, destinado essencialmente à opera, em Alexandre Herculano;
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     4. A EDUCAÇÃO E A CULTURA


     Assim,

                         Denota-se um gosto burguês pelo teatro lírico e pela ópera.


     O Porto do ultra-romantismo “está na iminência de se tornar uma cidade amante da música e um dos
     públicos mais conhecidos da Europa”(Gaspar M. Pereira, O Porto de Camilo).


     Todavia, há quem sustente a tese de que os comportamentos de grande parte dos frequentadores das
     grandes ocasiões culturais se pautam pela lógica do reconhecimento social; muitas vezes, a mise-en-
     scène dos espectadores suplantava a dos actores.
Gestão do Património                                                             História de Portugal II




     4. A EDUCAÇÃO E A CULTURA



     4.3 A Cultura


     IMPRENSA
      Comércio do Porto, onde se torna habitual a publicação de romances e
     novelas em fascículos, lidos ao serão para toda a família;
      A Palavra, do visconde de Samodães, católico e conservador;
      O Primeiro de Janeiro, progressista;
      O Jornal de Notícias (1888);
      Jornais literários A Grinalda e A Actualidade (este último dirigido por
     Teófilo Braga) (1874).
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     4. A EDUCAÇÃO E A CULTURA



     4.3 A Cultura


     OUTROS ASPECTOS CULTURAIS

      Espectáculos de fogos de artifício, nas comemorações mais
     significativas;
      Bailes de máscaras no Carnaval;
      Concertos de bandas;
      Touradas em Matosinhos e Gaia;
      Futebol inglês, lançado na cidade pelo Oporto Cricket Club.
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     4. A EDUCAÇÃO E A CULTURA



     4.3 A Cultura


     EQUIPAMENTOS CULTURAIS
      Palácio de Cristal.


      Museus:
     Museu Portuense (do Ateneu de D. Pedro);
     Museu Municipal (Allen);
     Museu Industrial e Comercial, anexo ao Palácio de Cristal.


      Bibliotecas:
     Biblioteca da Bolsa;
     Biblioteca da Escola Politécnica;
     Biblioteca da Escola Médica;
     Biblioteca Pública.
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     4. A EDUCAÇÃO E A CULTURA



    CONCLUINDO



                       A burguesia portuense é um grupo social que se assume como condutor da sociedade civil,
    após a Revolução de 1820 e que, no seu caminho, manifestou dificuldade em decidir pelo modernismo ou
    pelo conservadorismo de valores e estilos que nunca lhe pertenceram mas, acima de tudo, acentua a sua
    obsessão pela imortalidade, numa sociedade por ela criada, numa cultura em nome da “utilidade pública”
    e do “bem comum”.


                       A sua é a “moral da rejeição”: rejeitam-se as impurezas, o nome do sexo, os operários que
    fazem greve, os servidores, remetidos para o sótão, os pelintras, os endividados, os jogadores, os
    celibatários, os locais “infectos” (velhos bairros da Sé e da Rua Escura, das ilhas).


                             Nos anos 80 do século XIX, a cidade considerava-se a civilização.
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     5. O CASAMENTO E A MORTE



                             Momentos privilegiados de afirmação da diferença


     Casamento burguês
      Código Civil Português de 1867 – casamento civil facultativo;
      Preferencialmente entre pessoas da mesma classe social;
      Precariedade económica – uniões de facto.


     Morte burguesa
      Ritos funerários – distinção entre abastados e resto da população;
      Preocupação em salvar a alma;
      Ritual simbólico que pretendia traduzir generosidade e redução de tensões sociais;
      Testamentos - capacidades económicas e crenças religiosas do defunto;
      Notícias necrológicas - ressaltam os membros mais prestigiados da família enlutada.
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     6. URBANISMO



     1ª METADE DO SÉCULO XIX – décadas de 30 e 40

     Construção do Palácio da Bolsa (1842)
     Construção de mercados – Bolhão e Anjo (1837 e 1839)
      Abertura de novas ruas:
                 - Rua Ferreira Borges (1842)
                 - Rua da Constituição
                 - Rua de Gonçalo Cristóvão
                 - Rua da Duquesa de Bragança
                 - Rua da Paz
     Criação do jardim de S. Lázaro (1834)
     Construção da ponte Pênsil (1843)




                       ALARGAMENTO DOS LIMITES CITADINOS E EXPANSÃO DA MALHA URBANA
     – anexação de Lordelo, Foz, Campanhã (1836), Paranhos (1837), criação da freguesia do Bonfim (1841) –
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     6. O URBANISMO



     2ª METADE DO SÉCULO XIX – década de 60




    Cidade expande-se para a periferia:
                       - Importantes urbanizações;
                       - Investimentos de grande envergadura.


    Município empreende grandes operações urbanísticas no centro urbano:
                       - Melhoramento do sistema viário e de transportes;
                       - Destruição de zonas insalubres.
Gestão do Património                                                                                   História de Portugal II




     6. O URBANISMO



     INFRAESTRUTURAS

                         ILUMINAÇÃO PÚBLICA NO PORTO

      1855        Iluminação a gás das principais artérias

      1886        Início da iluminação eléctrica na cidade

      1891        Existência de mais de 2500 candeeiros

      1901        Existência de mais de 3800 candeeiros

      1905        Iluminação pública não ultrapassa os 47% das ruas urbanas




     O gás e a electricidade alteram a noção de tempo, permitindo mudanças significativas na organização
            da vida doméstica e social. Porém, a sua utilização está longe de ser geral. Em contraste, nos
                       arrabaldes rurais, continua a presença das velas e dos candeeiros a petróleo.
Gestão do Património                                                                                História de Portugal II




     6. O URBANISMO



     INFRAESTRUTURAS

                            ABASTECIMENTO PÚBLICO DE ÁGUA NO PORTO

      1882         Companhia Geral das Águas do Porto inicia as obras para a distribuição de água

      1887         Entra em funcionamento a rede de canalizações

      1905         Abastecimento público cobre apenas 32% das ruas da cidade




       Quanto ao abastecimento de água, grande parte da cidade continua a usar os fontanários públicos ou
       os poços particulares. Mantinha-se, portanto, o hábito de consumo de água destes locais, muitas vezes
                                       impura, contribuindo para o grassar de epidemias.



                       Finais do século XIX – rede de esgotos abrange apenas 27% das ruas.
Gestão do Património                                                                                 História de Portugal II




     6. O URBANISMO



     TRANSPORTES

      TRANSPORTES TRADICONAIS                        NOVOS TRANSPORTES

                                1872 - Companhia Carril de                 Americano
      ● Cadeirinhas             Ferro Americano do Porto à Foz
      ● Liteiras                e Matosinhos                       Carros puxados por duas ou
      ● Caleches                1873 - Companhia Carris de        mais parelhas de mulas que se
      ● Seges                   Ferro do Porto                       deslocavam sobre carris
      ● Carroções               1893 – Fusão das duas
      ● Char-à-bancs            companhias, agora Companhia
                                Carris de Ferro do Porto

                                                                            Eléctrico


                                1895 - Tracção eléctrica chega    Carro que circula sobre carris,
                                ao Porto                             constituído por um motor
                                                                 eléctrico, cuja energia provém de
                                                                 uma linha aérea ligada ao carro
                                                                           por um trólei
Gestão do Património                                                                             História de Portugal II




     6. O URBANISMO



     TRANSPORTES

                       TRANSPORTES FERROVIÁRIOS NO PORTO

        1864       Ligação Porto/Lisboa

        1875       Linha do Minho – Campanhã/Nine

        1875       Linha do Douro – Campanhã/Penafiel

        1875       Ligação Boavista/Póvoa de Varzim

        1879       Linha do Douro – Campanhã/Régua

        1881       Ligação Boavista/Famalicão




         Os transportes urbanos e as ligações ferroviárias aproximam o Porto dos seus subúrbios e da sua
        região e intensificam a mobilidade de gentes entre o centro e a periferia, reforçando os fenómenos
                                                 de atracção e expansão urbana.

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  • 1. Gestão do Património História de Portugal II “A BOA SOCIEDADE” Um olhar sobre a Burguesia Portuense do Século XIX Docente: Dr. Amândio Barros Discentes: Ana Silva Joana Vieira Márcia Fernandes
  • 2. Gestão do Património História de Portugal II 1. A ORDEM BURGUESA 1.1. Contextualização Histórica  Situação politico económica de instabilidade;  1820 - instauração do Liberalismo;  Praça da Ribeirinha - centro fundamental económico e social da cidade;  Rio Douro - papel económico vital para o burgo: - Comércio do vinho do Porto; - Estabelecimento de relações comerciais com o Brasil.
  • 3. Gestão do Património História de Portugal II 1. A ORDEM BURGUESA 1.1. Contextualização Histórica  Entre 1832/1833 assiste-se à destruição da baixa Ribeirinha com as bombardas dos miguelistas: - Incêndio do Convento de S. Francisco; - Propagação da cólera por cada ponto da cidade;  Os burgueses abandonam o burgo para viver nos palacetes: - Ruptura entre o espaço do lar com o espaço da actividade económica das famílias ricas.
  • 4. Gestão do Património História de Portugal II 1. A ORDEM BURGUESA 1.1. Contextualização Histórica  Segundo Vitorino Magalhães Godinho, o período entre 1870 e o século XX, é marcado fundamentalmente por fracassos nacionais nos planos:  Político: - Liberalismo por concretizar-se; - Ascensão do Republicanismo na última década do século XIX.  Económico - Tentativas falhadas de industrialização.  Social - Impossibilidade implantação da sociedade burguesa.  Cultural - Preocupação de uma cultura esclarecida, inteligente e realista, que não consegue atingir a eficácia social.
  • 5. Gestão do Património História de Portugal II 2. A SUBIDA AO PODER DA BURGUESIA EM PORTUGAL É no século XIX que a burguesia se afirma:  Idealmente liberal;  Socialmente conservadora;  Economicamente regrada; IDEOLOGIA DO PROGRESSO 2.1. Tipos de burguesia  Burguesia industrial ou de comércio;  Burguesia ao serviço do Estado;  Burguesia de rendimentos.
  • 6. Gestão do Património História de Portugal II 2. A SUBIDA AO PODER DA BURGUESIA EM PORTUGAL 2.2. Como a ideologia liberal serviu os interesses da burguesia Clero + nobreza = Ociosidade Burguesia = Empreendorismo Ideais do liberalismo:  Liberdade associada ao individualismo;  Voto censitário; Self-made man. Acções do liberalismo:  Proibição das associações;  Produção determina estatuto;  Valorização do trabalho.
  • 7. Gestão do Património História de Portugal II 2. A SUBIDA AO PODER DA BURGUESIA EM PORTUGAL 2.3. A alta burguesia empresarial e financeira - origem e poderes Estrato da burguesia mais elevado e mais respeitado Exerciam o seu poder através:  Do ensino;  Da imprensa;  Do lançamento de modas e ideias. Através do controlo global da sociedade da Idade Média, os burgueses tornavam a opinião pública favorável aos seus interesses. 2.4. Declínio do poder da burguesia 1880 – Burguesia perde protagonismo com a introdução do sufrágio universal.
  • 8. Gestão do Património História de Portugal II 3. O QUOTIDIANO BURGUÊS 3.1. Características da burguesia  Caracterizado pelo bem-estar material e escolha do tipo de vida;  Grupo social condutor da sociedade civil, que virá acumular capital económico, cultural e genético;  Capacidade de criar bens e serviços capazes de atender todas as necessidades da sociedade;  O objectivo da sua actividade era a transformação da sociedade: - Como fruto da interacção humana; - Iniciativa humana.
  • 9. Gestão do Património História de Portugal II 3. O QUOTIDIANO BURGUÊS 3.1. Características da burguesia  De acordo com Maria Antonieta Cruz o burguês era definido como: - Pouco delicado; - Gestos grosseiros; - Pouco instruído. “...não há quem saiba conversar, quem se interesse por duas ideias de arte e literatura. Há apenas a vida de escritório, do Banco, da alfândega, a vida de boi sorumbático (...).Depois, feito o negócio, tudo se amorrinha no pesadume crasso e bilioso da digestão flatulenta.” Isabel Pires Lima (antologia), em Trajectos do Porto na Memória Naturalista.
  • 10. Gestão do Património História de Portugal II 3. O QUOTIDIANO BURGUÊS 3.2. A vida burguesa  A vida social burguesa portuense era evidenciada pelos encontros nos:  Cafés e botequins: - O Portuense; - O Suíço; - O Lisbonense; - O Águia d’ Ouro; - O Brasil; - O Guichard.
  • 11. Gestão do Património História de Portugal II 3. O QUOTIDIANO BURGUÊS 3.2. A vida burguesa  Jardins: - O Jardim da Cordoaria; - O Jardim de S. Lázaro ; - O Passeio Alegre.
  • 12. Gestão do Património História de Portugal II 3. O QUOTIDIANO BURGUÊS 3.2. A vida burguesa  Os seus momentos de diversão eram caracterizados pelos: - Bailes; - Saraus; - Salões; - Banhos na Foz.
  • 13. Gestão do Património História de Portugal II 3. O QUOTIDIANO BURGUÊS 3.2. A vida burguesa  A moda burguesa era dominada pela combinação extravagante de tentação e proibição;  Predomínio do recato e a ocultação da sensualidade e da sexualidade;  Proliferavam-se as alusões e os estímulos ao mundo dos sentidos e das sensações;
  • 14. Gestão do Património História de Portugal II 3. O QUOTIDIANO BURGUÊS 3.2. A vida burguesa  Os homens burgueses vestiam-se de claro.  As mulheres burguesas usavam: - Chapéus com laços em volta do pescoço; - Vestidos de grande roda de balão, com folhos e laços com padrões de riscas, xadrez e folhos idênticos.
  • 15. Gestão do Património História de Portugal II 3. O QUOTIDIANO BURGÊS 3.2. A vida burguesa  Nos finais dos anos 80 do século XIX, tende-se a usar: - O escurecimento da silhueta com vestidos de veludo onde imperavam os castanhos e os cinzentos, criando uma ideia de elegância sóbria.
  • 16. Gestão do Património História de Portugal II 4. A EDUCAÇÃO E A CULTURA 4.1 Instrução primária  Os Liberais deram particular atenção ao ensino primário devido: - à preocupação com a dissipação das trevas da ignorância; - ao aperfeiçoamento moral dos homens; - ao desenvolvimento económico.  A frequência de ensino elementar só passou a ser obrigatória, sob pena de multa, a partir de 1844.  Foram abertas muitas escolas por iniciativa do poder central, de particulares, das câmaras municipais, das juntas de paróquia ou mesmo a pedido dos habitantes das aldeias.
  • 17. Gestão do Património História de Portugal II 4. A EDUCAÇÃO E A CULTURA 4.1 Instrução primária  No Portugal Oitocentista foi grande a diferença, quantitativa e qualitativa, de ensinamentos ministrados aos homens e às mulheres.  Inegável empenhamento do liberalismo no progresso da instrução pública no nosso país com os resultados obtidos, nomeadamente a redução do analfabetismo.  Na cidade do Porto, apenas na burguesia encontramos uma alfabetização generalizada.
  • 18. Gestão do Património História de Portugal II 4. A EDUCAÇÃO E A CULTURA 4.2 Instrução secundária  A implantação dos liceus no nosso país foi bastante lenta devido: - às reformas sucessivas; - à escassez de professores com formação escolar suficiente para leccionar.
  • 19. Gestão do Património História de Portugal II 4. A EDUCAÇÃO E A CULTURA 4.3 Instrução superior  É destinada para as classes elevadas da sociedade, donde saem, pela maior parte os funcionários públicos.  Um curso tirado na universidade, não raro, assegurava a presença em lugares de destaque e responsabilidade na vida económica e política.  Na cidade do Porto, existiam duas instituições de ensino superior, a Academia Politécnica e a Escola Médico-Cirúrgica.
  • 20. Gestão do Património História de Portugal II 4. A EDUCAÇÃO E A CULTURA 4.2 Outros indicadores de educação e cultura  Através dos inventários orfanológicos, eram os médicos quem possuíam mais livros: - temas ligados à profissão dos falecidos, sobretudo códigos de leis, temas de direito, medicina, cirurgia, comércio bem como temas ligados à cultura francesa.  Há que salientar a biblioteca que dispunham os sócios da Associação Comercial do Porto, que congregava uma parcela limitada da burguesia mercantil da cidade, a mais opulenta, a mais culta e também a mais influente.
  • 21. Gestão do Património História de Portugal II 4. A EDUCAÇÃO E A CULTURA 4.3 A Cultura Os equipamentos culturais sucedem-se a um ritmo vertiginoso, numa cidade que se pretende modernizar, vontade de uma burguesia que quer fazer concorrência à capital. MÚSICA – Escolas de Música e de Canto  Escola Popular de Canto (1855), a funcionar nos Paços do Concelho, com cursos nocturnos e diurnos, acabando por ter cerca de 200 alunos;  Instituto Musical (1863) criado por Carlos Dubini, da Companhia Lírica, com um curso popular (gratuito) e um curso superior, com matrícula aberta a todos com mais de 8 anos, sabendo ler e contar e com um fiador de bom comportamento moral;  Sociedade Filarmónica, criada por Francisco Eduardo, onde ficam como professores famosos cantores líricos que visitam a cidade;  Academia de Música, no Palácio de Cristal, com cerca de 500 alunos.
  • 22. Gestão do Património História de Portugal II 4. A EDUCAÇÃO E A CULTURA 4.3 A Cultura TEATROS  Teatro de S. João, o mais antigo, inaugurado em 1798;  Príncipe Real ou Teatro Circo, na esquina da Sá da Bandeira com a Rua de Santo António;  Teatro Gil Vicente, no Palácio de Cristal;  Teatro Baquet, destruído por um terrível incêndio em 1888;  Teatro dos Recreios, destinado essencialmente à opera, em Alexandre Herculano;
  • 23. Gestão do Património História de Portugal II 4. A EDUCAÇÃO E A CULTURA Assim, Denota-se um gosto burguês pelo teatro lírico e pela ópera. O Porto do ultra-romantismo “está na iminência de se tornar uma cidade amante da música e um dos públicos mais conhecidos da Europa”(Gaspar M. Pereira, O Porto de Camilo). Todavia, há quem sustente a tese de que os comportamentos de grande parte dos frequentadores das grandes ocasiões culturais se pautam pela lógica do reconhecimento social; muitas vezes, a mise-en- scène dos espectadores suplantava a dos actores.
  • 24. Gestão do Património História de Portugal II 4. A EDUCAÇÃO E A CULTURA 4.3 A Cultura IMPRENSA  Comércio do Porto, onde se torna habitual a publicação de romances e novelas em fascículos, lidos ao serão para toda a família;  A Palavra, do visconde de Samodães, católico e conservador;  O Primeiro de Janeiro, progressista;  O Jornal de Notícias (1888);  Jornais literários A Grinalda e A Actualidade (este último dirigido por Teófilo Braga) (1874).
  • 25. Gestão do Património História de Portugal II 4. A EDUCAÇÃO E A CULTURA 4.3 A Cultura OUTROS ASPECTOS CULTURAIS  Espectáculos de fogos de artifício, nas comemorações mais significativas;  Bailes de máscaras no Carnaval;  Concertos de bandas;  Touradas em Matosinhos e Gaia;  Futebol inglês, lançado na cidade pelo Oporto Cricket Club.
  • 26. Gestão do Património História de Portugal II 4. A EDUCAÇÃO E A CULTURA 4.3 A Cultura EQUIPAMENTOS CULTURAIS  Palácio de Cristal.  Museus: Museu Portuense (do Ateneu de D. Pedro); Museu Municipal (Allen); Museu Industrial e Comercial, anexo ao Palácio de Cristal.  Bibliotecas: Biblioteca da Bolsa; Biblioteca da Escola Politécnica; Biblioteca da Escola Médica; Biblioteca Pública.
  • 27. Gestão do Património História de Portugal II 4. A EDUCAÇÃO E A CULTURA CONCLUINDO A burguesia portuense é um grupo social que se assume como condutor da sociedade civil, após a Revolução de 1820 e que, no seu caminho, manifestou dificuldade em decidir pelo modernismo ou pelo conservadorismo de valores e estilos que nunca lhe pertenceram mas, acima de tudo, acentua a sua obsessão pela imortalidade, numa sociedade por ela criada, numa cultura em nome da “utilidade pública” e do “bem comum”. A sua é a “moral da rejeição”: rejeitam-se as impurezas, o nome do sexo, os operários que fazem greve, os servidores, remetidos para o sótão, os pelintras, os endividados, os jogadores, os celibatários, os locais “infectos” (velhos bairros da Sé e da Rua Escura, das ilhas). Nos anos 80 do século XIX, a cidade considerava-se a civilização.
  • 28. Gestão do Património História de Portugal II 5. O CASAMENTO E A MORTE Momentos privilegiados de afirmação da diferença Casamento burguês  Código Civil Português de 1867 – casamento civil facultativo;  Preferencialmente entre pessoas da mesma classe social;  Precariedade económica – uniões de facto. Morte burguesa  Ritos funerários – distinção entre abastados e resto da população;  Preocupação em salvar a alma;  Ritual simbólico que pretendia traduzir generosidade e redução de tensões sociais;  Testamentos - capacidades económicas e crenças religiosas do defunto;  Notícias necrológicas - ressaltam os membros mais prestigiados da família enlutada.
  • 29. Gestão do Património História de Portugal II 6. URBANISMO 1ª METADE DO SÉCULO XIX – décadas de 30 e 40 Construção do Palácio da Bolsa (1842) Construção de mercados – Bolhão e Anjo (1837 e 1839) Abertura de novas ruas: - Rua Ferreira Borges (1842) - Rua da Constituição - Rua de Gonçalo Cristóvão - Rua da Duquesa de Bragança - Rua da Paz Criação do jardim de S. Lázaro (1834) Construção da ponte Pênsil (1843) ALARGAMENTO DOS LIMITES CITADINOS E EXPANSÃO DA MALHA URBANA – anexação de Lordelo, Foz, Campanhã (1836), Paranhos (1837), criação da freguesia do Bonfim (1841) –
  • 30. Gestão do Património História de Portugal II 6. O URBANISMO 2ª METADE DO SÉCULO XIX – década de 60 Cidade expande-se para a periferia: - Importantes urbanizações; - Investimentos de grande envergadura. Município empreende grandes operações urbanísticas no centro urbano: - Melhoramento do sistema viário e de transportes; - Destruição de zonas insalubres.
  • 31. Gestão do Património História de Portugal II 6. O URBANISMO INFRAESTRUTURAS ILUMINAÇÃO PÚBLICA NO PORTO 1855 Iluminação a gás das principais artérias 1886 Início da iluminação eléctrica na cidade 1891 Existência de mais de 2500 candeeiros 1901 Existência de mais de 3800 candeeiros 1905 Iluminação pública não ultrapassa os 47% das ruas urbanas O gás e a electricidade alteram a noção de tempo, permitindo mudanças significativas na organização da vida doméstica e social. Porém, a sua utilização está longe de ser geral. Em contraste, nos arrabaldes rurais, continua a presença das velas e dos candeeiros a petróleo.
  • 32. Gestão do Património História de Portugal II 6. O URBANISMO INFRAESTRUTURAS ABASTECIMENTO PÚBLICO DE ÁGUA NO PORTO 1882 Companhia Geral das Águas do Porto inicia as obras para a distribuição de água 1887 Entra em funcionamento a rede de canalizações 1905 Abastecimento público cobre apenas 32% das ruas da cidade Quanto ao abastecimento de água, grande parte da cidade continua a usar os fontanários públicos ou os poços particulares. Mantinha-se, portanto, o hábito de consumo de água destes locais, muitas vezes impura, contribuindo para o grassar de epidemias. Finais do século XIX – rede de esgotos abrange apenas 27% das ruas.
  • 33. Gestão do Património História de Portugal II 6. O URBANISMO TRANSPORTES TRANSPORTES TRADICONAIS NOVOS TRANSPORTES 1872 - Companhia Carril de Americano ● Cadeirinhas Ferro Americano do Porto à Foz ● Liteiras e Matosinhos Carros puxados por duas ou ● Caleches 1873 - Companhia Carris de mais parelhas de mulas que se ● Seges Ferro do Porto deslocavam sobre carris ● Carroções 1893 – Fusão das duas ● Char-à-bancs companhias, agora Companhia Carris de Ferro do Porto Eléctrico 1895 - Tracção eléctrica chega Carro que circula sobre carris, ao Porto constituído por um motor eléctrico, cuja energia provém de uma linha aérea ligada ao carro por um trólei
  • 34. Gestão do Património História de Portugal II 6. O URBANISMO TRANSPORTES TRANSPORTES FERROVIÁRIOS NO PORTO 1864 Ligação Porto/Lisboa 1875 Linha do Minho – Campanhã/Nine 1875 Linha do Douro – Campanhã/Penafiel 1875 Ligação Boavista/Póvoa de Varzim 1879 Linha do Douro – Campanhã/Régua 1881 Ligação Boavista/Famalicão Os transportes urbanos e as ligações ferroviárias aproximam o Porto dos seus subúrbios e da sua região e intensificam a mobilidade de gentes entre o centro e a periferia, reforçando os fenómenos de atracção e expansão urbana.