14. Nas Palavras
Quando eu me sento à janela
P’los vidros que a neve embaça
Vejo a doce imagem dela
Quando passa...passa...passa...
Fernando Pessoa
15. POESIA ...é
• Emocionar e tocar a
sensibilidade;
• Sugerir emoções por meio de
uma linguagem;
• Sentimento, emoção, intuição;
• Paisagens, pessoas e factos
podem ser poéticos. São poesia
sem serem poemas.
16. POEMA OU TEXTO POÉTICO
• Obra, geralmente em verso, em que há poesia;
• Tem uma existência concreta, ao alcance de
qualquer leitor;
• Destaca-se pelo modo como se dispõe na página,
em versos que formam estrofes, podendo ser ou
não rimados;
• Distingue-se da prosa, porque esta é escrita em
linhas contínuas.
17. Poeta e Sujeito Poético
• Poeta- É quem escreve o poema.
• Sujeito poético- É quem sente. O “eu” que
manifesta emoções e sentimentos, também
designado de “eu” poético e sujeito lírico.
18.
19. Análise de “Ser poeta”, de Florbela Espanca:
Tema: o que é um poeta.
Assunto:
Divisão do texto em partes:
a poetisa Florbela Espanca tenta
explicar o que é um poeta,
apresentando-o como um ser
“maior do que os homens”, um ser
insaciável que procura o infinito; a
seguir constata que a criação
poética é inseparável do amor.
a primeira parte corresponde aos
onze primeiros versos; a segunda
aos três últimos versos.
20. Definições do que significa “ser poeta”:
“condensar o mundo num só grito”(v. 11)
“ser mais alto” (v. 1)
“ser maior/ Do que os homens”(vv.1,2)
“Morder como quem beija”(v. 2)
“ser mendigo e dar como quem seja/ Rei do reino de Aquém e de
Além dor” (vv.3,4)
“ter de mil desejos o esplendor/ E não saber sequer que se
deseja” (vv.5,6)
“ter cá dentro um astro que flameja” (v.7)
“É ter garras e asas de condor”(v. 8)
“É ter fome, é ter sede de infinito”(v.9)
“[ter] Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim” (v. 10)
21. A presença do sujeito poético sente-se
particularmente na última estrofe. Porquê?
Na última estrofe, o sujeito poético
pretende revelar toda a intensidade de
sentimentos que o avassalam
relativamente à pessoa amada e que o
definem enquanto poeta. O ser amado
funde-se no sujeito poético, realçando-se,
assim, a plenitude do sentir e do viver, que
depois é transformada em poesia. Em
síntese, “ser poeta” é ter a capacidade de
amar e transmitir essas emoções e
sentimentos.
22. Recursos expressivos
Comparação
Os recursos expressivos são processos, utilizados pelos autores,
para tornar o texto literário mais belo, sugestivo e eficaz.
Identifica os recursos expressivos e explica seu significado:
“Morder como quem beija!”
“…é ser maior/ Do que os homens…”
Hipérbole
O exagero surge para
destacar a superioridade
do poeta através da sua
escrita.
Comparação de um
gesto agressivo, com
outro, que é suplantado
pela ternura de um
beijo.
23. “É ter garras e asas de condor!”
“É…É…É…”
Metáfora
Anáfora
O condor, ave de rapina
dotada de grande
agilidade, de grande
visão e de movimentos
rapidíssimos, é associada
ao poeta.
Realça a apresentação
da definição de “ser
poeta”.
“É seres alma e sangue e vida em mim”
Repetição
Apresentação daquilo
que o objeto amado
significa para a poetisa.
24. Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!
É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!
É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!
E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma e sangue e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!
Florbela Espanca
Noções de versificação
Verso – cada linha
do poema.
Estrofe –conjunto de
versos.
Poema
25. Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!
É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!
É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!
E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma e sangue e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!
Florbela Espanca
Noções de versificação Rima – sons que se repetem
no decorrer do poema.
A
B
B
A
A
B
B
A
C
D
C
D
E
E
rima interpolada
rima emparelhada
rima cruzada
Rima interpolada
27. O Soneto
O soneto de tipo clássico ou italiano
é uma composição poética de
catorze versos, dispostos em duas
quadras e dois tercetos. O último
verso do soneto constitui a “chave
de ouro”, porque apresenta o
conceito fundamental do poema. O
metro mais utilizado é o
decassílado, segundo o esquema
rimático abba/ abba/ cdc dcd ou
cde cde.
Sá de Miranda