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Capítulo III – Estudo dos dispositivos de
seccionamento, protecção e aterramento
Caixas de
                 protecção das
                 saídas




                   Caixas de
                   barramentos




Caixa de corte
geral
Protecção das instalações eléctricas
Tipos de Protecção
A previsão de situações de defeito (curto-circuito) ou de
utilização excessiva dos circuitos (sobrecarga), leva à
necessidade da protecção contra sobreintensidades, através
da instalação de fusíveis, disjuntores magneto-térmicos
(DTM) e diferenciais (DR).
Os principais tipos de defeitos que podem ocorrer num
circuito são:
-Sobretensões
-Sobreintensidades
-Subtensões
Protecção contra sobrecargas
Se a corrente eléctrica de serviço (IS) ultrapassar o valor máximo (Iz) permitido
nos condutores diz-se que há uma sobreintensidade.


Por exemplo, demasiados aparelhos ligados simultaneamente num
mesmo circuito podem originar uma sobrecarga que é uma sobreintensidade
em que a corrente de serviço no circuito é superior ou ligeiramente superior à
intensidade máxima permitida nos condutores (IS>Iz).


Se, por exemplo, dois pontos do circuito com potenciais eléctricos
diferentes entram em contacto directo entre si estamos na presença de um
curto – circuito que é uma sobreintensidade em que a corrente de serviço no
circuito é muito superior à intensidade máxima permitida nos condutores
(IS>>Iz).
Protecção contra sobrecargas
A protecção contra sobrecargas das canalizações eléctricas é assegurada se as
características dos aparelhos de protecção respeitarem simultaneamente as seguintes
condições:
A corrente estipulada do dispositivo de protecção (I n) seja maior ou igual à corrente de
serviço da canalização respectiva (IS) e menor ou igual que a corrente máxima
admissível na canalização (IZ).
                                     IS ≤ I n ≤ IZ
A corrente convencional de funcionamento do dispositivo de protecção (If) seja menor
ou igual que 1,45 a corrente máxima admissível na canalização (I Z).
                                  If ≤ 1,45 IZ




                                                                                   6
Protecção contra sobrecargas
Devem ser satisfeitas simultaneamente as seguintes
condições:
                 Is ≤ In ≤ Iz e If ≤ 1,45 Iz
Is corrente de serviço (A)
Iz corrente máxima admissível na canalização (A)
In calibre da protecção (A)
If corrente convencional de funcionamento da protecção (A)



Nota: o valor de Is é calculado em função da carga prevista para a canalização, Iz
depende da secção e das condições de instalação do cabo e In e If são características
da protecção escolhida. O valor de Iz obtém-se de tabelas fornecidas pelos fabricantes
de cabos eléctricos
Protecção contra curto-circuitos
A protecção contra curto-circuitos das canalizações eléctricas é assegurada se as
características dos aparelhos de protecção respeitarem simultaneamente as seguintes
condições:
Regra do poder de corte: o poder de corte não deve ser inferior à corrente de curto-
circuito presumida no ponto de localização.



                                   Icc ≤ Pdc




  onde 1,5 é a correcção das resistências e Un=220 V.


                                                                                 8
Regra do tempo de corte: o tempo de corte resultante de um curto-circuito em
qualquer ponto do circuito não deverá ser superior ao tempo correspondente à elevação
da temperatura do condutor ao seu máximo admissível.
Para curto-circuitos de duração até 5s, o tempo aproximado correspondente à elevação
da temperatura do condutor ao seu máximo admissível é dado pela expressão:
                                    √t = Kx (S / Icc)
t - tempo expresso em segundos
S – secção dos condutores em mm2
Icc – corrente de curto-circuito em A, para um defeito franco no ponto mais afastado do
circuito.
K – constante, variável com o tipo de isolamento e da alma condutora, igual a 115 para
condutores de cobre e isolamento em PVC.




Nota: Os regulamentos impõem 5s como tempo máximo de actuação das protecções,
independentemente das outras condições.
Procedimento
1 - Calcular a corrente de serviço.
2 - Seleccionar a protecção que satisfaz In>Is
3 - Escolher uma secção, de modo a ter Iz>In
4 - Verificar a condição If ≤ 1,45 Iz. Caso não se verifique,
aumentar a secção e repetir a verificação.
5 - Verificar as condições de curto-circuito. Caso não se
verifiquem, aumentar a secção e repetir a verificação.

Nota: Estes passos garantem que seja atingida uma solução admissível. No entanto,
em algumas situações, pode-se considerar alterações tais como disjuntores em vez de
fusíveis, cabos em paralelo, mudança do tipo de cabo, etc.
Aparelhos de protecção contra
            sobreintensidades
Para proteger os circuitos contra sobreintensidades (sobrecargas ou curto –
circuitos) são usados disjuntores magnetotérmicos ou corta circuitos
fusíveis que interrompem automaticamente a passagem da corrente no
circuito, evitando um sobreaquecimento dos condutores que pode originar um
incêndio.
Instalações electricas e prediais aula3
Disjuntores de baixa tensão

Um disjuntor é constituído pelo relé, com um
órgão de disparo (disparador) e um órgão de
corte ( o interruptor) e dotado também de
convenientes meios de extinção do arco
eléctrico (câmaras de extinção do arco
eléctrico).
Como disjuntor mais vulgar fabrica-se o
disjuntor magnetotérmico que possui um relé
electromagnético que protege contra curto –
circuitos e um relé térmico, constituído por uma
lâmina bimetálica, que protege contra
sobrecargas.
Características dos disjuntores
• Corrente estipulada (vulgarmente designada por calibre): valor para o qual
  o disjuntor não actua.
   Correntes estipuladas: 6 – 10 – 16 – 20 – 25 – 32 – 40 – 50 – 63 – 80 – 100 – 125 A.
• Corrente convencional de não funcionamento: valor para o qual o
  disjuntor não deve funcionar durante o tempo convencional.
• Corrente convencional de funcionamento: valor para o qual o disjuntor
  deve funcionar antes de terminar o tempo convencional.
• Poder de corte : corrente máxima de curto-circuito que o disjuntor é capaz
  de interromper sem se danificar.
   Os poderes de corte estipulados normalizados são: 1,5 – 3 – 4,5 – 6 – 10 KA

   EXEMPLO:
   Calibre   Corrente convencional de        Corrente convencional de        Poder de corte
    (In)      não funcionamento (Inf)           funcionamento (I2)               (Pdc)
    16 A           18 A (1,13 x In)                23 A (1,45 x In)               6 KA

  Para uma corrente estipulada do disjuntor ≤ 63A o tempo convencional é de 1
  hora, para uma corrente estipulada > 63 A o tempo convencional é de 2 horas.
Fusíveis
Um corta – circuitos (fusível) é constituído por um fio ou lâmina condutora,
dentro de um invólucro.
O fio ou lâmina condutora (prata, cobre, chumbo…) é calibrado de forma a
poder suportar sem fundir, a intensidade para a qual está calibrado.
Se a intensidade ultrapassar razoavelmente esse valor, ele deve fundir
(interrompendo o circuito) tanto mais depressa quanto maior for o valor da
intensidade da corrente.




                       Fio condutor




                                                                           15
Tipos de fusíveis
• Fusíveis de acção lenta – tipo gG
  Estes fusíveis são do “tipo Geral” e designam-se por fusíveis de acção lenta. São
  previstos para protecção contra sobrecargas e contra curto – circuitos.
    Fusível do tipo Gardy                         Fusível do tipo cartucho




• Fusíveis de acção rápida – tipo aM
  São previstos para a protecção contra curto – circuitos. Não funcionam para
  pequenas e médias sobrecargas.
                                                    Fusível do tipo cilíndrico
                                                    Tamanhos mais usuais:
                                                    8,5 x 31,5; 10,3 x 38; 14
                                                    x 51; 22 x 58 mm
                                                                                 16
Características dos fusíveis
•   Corrente estipulada (In) é a intensidade de corrente que o fusível pode
    suportar permanentemente sem fundir.

•   Corrente convencional de não funcionamento (Inf) valor da corrente para o
    qual o fusível não deve funcionar durante o tempo convencional.

•   Corrente convencional de funcionamento (If) valor da corrente para o qual o
    fusível deve funcionar antes de terminar o tempo convencional

•   Poder de corte (Pdc) é a máxima intensidade de corrente que o fusível é capaz
    de interromper, sem destruição do invólucro do elemento fusível.

•   Tensão nominal (Un) é a tensão que serve de base ao dimensionamento do
    fusível, do ponto de vista do isolamento eléctrico.



                                                                             17
Exercício de aplicação
Seleccione o calibre (In) do disjuntor de protecção contra sobrecargas de uma canalização
constituída por condutores H07V-U com secção de 2,5 mm 2, em tubo, que vai alimentar uma
máquina de lavar roupa cuja intensidade de serviço (IS) é de 14,6 A.

IS = 14,6 A
s = 2,5 mm2 → IZ = 19,5 A (Quadro 52-C1 - Parte 5 / Anexos das RTIEBT)
1ª condição:

                                             IS ≤ I n ≤ I Z
A intensidade nominal do disjuntor (In) terá que ser maior ou igual a 14,6 A (IS). Sabendo que as
correntes estipuladas dos disjuntores são de 6 – 10 – 16 – 20 – 25 – 32 – 40 …encontramos nessa
situação o disjuntor com uma intensidade nominal de 16 A. Assim, a 1ª condição está verificada:
                                          14,6 < 16 < 19,5

2ª condição:
                                            If ≤ 1,45 x Iz
A corrente convencional de funcionamento (If) do disjuntor de 16 A é de 23 A (1,45 x In). A 2ª
condição está verificada já que:
                                          23 ≤ 1,45 x 19,5
                                             23 < 28,3
                                                                                          18
O calibre ou a intensidade nominal do disjuntor a utilizar seria de 16A.
Sobretensão
As sobretensões (aumento da tensão) podem ser de origem
externa (descarga atmosférica nas linhas) ou de origem interna
(falsas manobras, deficiências de isolamento com linhas de
tensão mais elevada).


As sobretensões são geralmente bruscas e podem danificar a
aparelhagem eléctrica, particularmente a de informática e de
electrónica.




                                                         19
Descarregador de SobreTensão
Para a protecção contra sobretensões usa-se um descarregador
de sobretensões (DST) a instalar à entrada da instalação (a
montante ou a jusante do dispositivo diferencial). Este tipo de
protecção é recomendada quando as instalações forem
abastecidas por redes aéreas de distribuição em BT (condutores
nus ou torçadas) e quando a segurança de bens e/ou a
continuidade de serviço forem relevantes.
                                          N F




                                                       PE




                                                                  20
Subtensão
As subtensões (abaixamento da tensão) podem ocorrer por:
- Excesso de carga ligada (originando quedas de tensão nas linhas e cabos)
- Desequilíbrio acentuado na rede trifásica
- Rotura de uma das fases
- Contactos à terra de uma fase




                                                                       21
Coordenação e selectividade da protecção

Diz-se que há selectividade dos aparelhos de protecção quando em
caso de defeito apenas actua o aparelho de protecção imediatamente
a montante do defeito.
Na prática a selectividade é garantida se:
• A intensidade nominal do corta circuito fusível colocado a montante for
  igual ou maior a três vezes a intensidade nominal do corta-circuitos
  fusível colocado a jusante (selectividade entre corta-circuitos fusível).
• A intensidade nominal do disjuntor colocado a montante for igual ou
  maior a duas vezes a intensidade nominal do disjuntor colocado a jusante
  (selectividade entre disjuntores).
• As curvas características do aparelho de protecção contra sobrecargas e
  do aparelho de protecção contra curto-circuitos forem tais que actue o
  primeiro aparelho situado a montante (selectividade entre disjuntores e
  corta – circuitos fusível).
• O neutro não deve ser seccionado. No caso de ser necessário seccionar o
  neutro, deve-se faze-lo após as fases e nunca antes.
                                                                          22
Selectividade dos aparelhos de protecção
Selectividade entre corta-circuitos fusível:
INF1 ≥ 3 x INF2



Selectividade entre disjuntores:                                  Defeito
IND1 ≥ 2 x IND2

                                        Defeito



Selectividade entre disjuntores e corta – circuitos fusível




                                                              Defeito


                                                                        23
Sistemas de aterramento. Escolha do regime de neutro.
Em baixa tensão faz-se referência à posição eléctrica do neutro e das
massas, o que determina o regime de neutro da instalação, mediante a
utilização de uma sigla constituída por duas letras.


A primeira letra indica a posição eléctrica do neutro do transformador
de alimentação em relação à terra:

- T = ligação à terra num ponto do sistema eléctrico (normalmente o
centro da estrela do transformador MT/BT com enrolamentos Δ/Y);

- I = sistema isolado da terra ou impedante (neutro isolado da terra ou
ligado à terra através de uma impedância de elevado valor);
A segunda letra indica a posição eléctrica das massas dos aparelhos de
utilização:

- T = ligação à terra das massas dos aparelhos de utilização, terra essa
diferente da do transformador;

- N = ligação das massas ao neutro do transformador, o qual por sua
vez está ligado à terra.




Nota: O regime do neutro de uma instalação é portanto escolhido a partir dos
3 sistemas disponíveis, ou seja, sistema TT, sistema TN e sistema IT.
Sistema TT
Neste sistema, o neutro do transformador está ligado directamente à
terra e as massas dos aparelhos de utilização estão ligadas a uma terra
electricamente distinta.
Sistema TN
Neste sistema, quando a massa fica sob tensão a corrente de defeito
produzida só afecta o anel constituído entre o condutor de fase e o
condutor de protecção. Sendo assim, distingue-se dois tipos de ligações:

Sistema TN-C no qual o neutro e o   Sistema TN-S no qual o condutor
condutor de protecção são           neutro e o condutor de protecção são
combinados num só condutor.         distintos
Sistema IT
Neste sistema, o neutro não está directamente ligado à terra. As massas
são por seu lado ligadas à terra. Um exemplo típico de utilização deste
sistema é o caso de instalações com posto de transformação privativo,
em que se pretende garantir maior fiabilidade na continuidade de
serviço.
Tensões
A intensidade da corrente que atravessa uma impedância depende
directamente da tensão aplicada sendo assim surge a necessidade de
classificar as diversas tensões que constituem perigo para os utentes da
instalação.


1.Tensão nominal (Vn) é o valor da fase em relação ao neutro. No sistema TT
e TN é de 220v.
2.Tensão de falta (Vf) aparece quando há falha de isolamento entre o neutro e
o eléctrodo de terra.
3.Tensão de contacto (VB) ocorre acidentalmente quando há falha de
isolamento entre duas partes simultaneamente acessíveis.
4.Tensão de passo aparece ao redor do eléctrodo de terra numa área circular
de raio equivalente a um passo (supostamente 1m).

Nota: As tensões são directamente proporcionais a tensão nominal, por isso
esta grandeza é a base da “filosofia” para a segurança das pessoas.
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  • 1. Capítulo III – Estudo dos dispositivos de seccionamento, protecção e aterramento
  • 2. Caixas de protecção das saídas Caixas de barramentos Caixa de corte geral
  • 4. Tipos de Protecção A previsão de situações de defeito (curto-circuito) ou de utilização excessiva dos circuitos (sobrecarga), leva à necessidade da protecção contra sobreintensidades, através da instalação de fusíveis, disjuntores magneto-térmicos (DTM) e diferenciais (DR). Os principais tipos de defeitos que podem ocorrer num circuito são: -Sobretensões -Sobreintensidades -Subtensões
  • 5. Protecção contra sobrecargas Se a corrente eléctrica de serviço (IS) ultrapassar o valor máximo (Iz) permitido nos condutores diz-se que há uma sobreintensidade. Por exemplo, demasiados aparelhos ligados simultaneamente num mesmo circuito podem originar uma sobrecarga que é uma sobreintensidade em que a corrente de serviço no circuito é superior ou ligeiramente superior à intensidade máxima permitida nos condutores (IS>Iz). Se, por exemplo, dois pontos do circuito com potenciais eléctricos diferentes entram em contacto directo entre si estamos na presença de um curto – circuito que é uma sobreintensidade em que a corrente de serviço no circuito é muito superior à intensidade máxima permitida nos condutores (IS>>Iz).
  • 6. Protecção contra sobrecargas A protecção contra sobrecargas das canalizações eléctricas é assegurada se as características dos aparelhos de protecção respeitarem simultaneamente as seguintes condições: A corrente estipulada do dispositivo de protecção (I n) seja maior ou igual à corrente de serviço da canalização respectiva (IS) e menor ou igual que a corrente máxima admissível na canalização (IZ). IS ≤ I n ≤ IZ A corrente convencional de funcionamento do dispositivo de protecção (If) seja menor ou igual que 1,45 a corrente máxima admissível na canalização (I Z). If ≤ 1,45 IZ 6
  • 7. Protecção contra sobrecargas Devem ser satisfeitas simultaneamente as seguintes condições: Is ≤ In ≤ Iz e If ≤ 1,45 Iz Is corrente de serviço (A) Iz corrente máxima admissível na canalização (A) In calibre da protecção (A) If corrente convencional de funcionamento da protecção (A) Nota: o valor de Is é calculado em função da carga prevista para a canalização, Iz depende da secção e das condições de instalação do cabo e In e If são características da protecção escolhida. O valor de Iz obtém-se de tabelas fornecidas pelos fabricantes de cabos eléctricos
  • 8. Protecção contra curto-circuitos A protecção contra curto-circuitos das canalizações eléctricas é assegurada se as características dos aparelhos de protecção respeitarem simultaneamente as seguintes condições: Regra do poder de corte: o poder de corte não deve ser inferior à corrente de curto- circuito presumida no ponto de localização. Icc ≤ Pdc onde 1,5 é a correcção das resistências e Un=220 V. 8
  • 9. Regra do tempo de corte: o tempo de corte resultante de um curto-circuito em qualquer ponto do circuito não deverá ser superior ao tempo correspondente à elevação da temperatura do condutor ao seu máximo admissível. Para curto-circuitos de duração até 5s, o tempo aproximado correspondente à elevação da temperatura do condutor ao seu máximo admissível é dado pela expressão: √t = Kx (S / Icc) t - tempo expresso em segundos S – secção dos condutores em mm2 Icc – corrente de curto-circuito em A, para um defeito franco no ponto mais afastado do circuito. K – constante, variável com o tipo de isolamento e da alma condutora, igual a 115 para condutores de cobre e isolamento em PVC. Nota: Os regulamentos impõem 5s como tempo máximo de actuação das protecções, independentemente das outras condições.
  • 10. Procedimento 1 - Calcular a corrente de serviço. 2 - Seleccionar a protecção que satisfaz In>Is 3 - Escolher uma secção, de modo a ter Iz>In 4 - Verificar a condição If ≤ 1,45 Iz. Caso não se verifique, aumentar a secção e repetir a verificação. 5 - Verificar as condições de curto-circuito. Caso não se verifiquem, aumentar a secção e repetir a verificação. Nota: Estes passos garantem que seja atingida uma solução admissível. No entanto, em algumas situações, pode-se considerar alterações tais como disjuntores em vez de fusíveis, cabos em paralelo, mudança do tipo de cabo, etc.
  • 11. Aparelhos de protecção contra sobreintensidades Para proteger os circuitos contra sobreintensidades (sobrecargas ou curto – circuitos) são usados disjuntores magnetotérmicos ou corta circuitos fusíveis que interrompem automaticamente a passagem da corrente no circuito, evitando um sobreaquecimento dos condutores que pode originar um incêndio.
  • 13. Disjuntores de baixa tensão Um disjuntor é constituído pelo relé, com um órgão de disparo (disparador) e um órgão de corte ( o interruptor) e dotado também de convenientes meios de extinção do arco eléctrico (câmaras de extinção do arco eléctrico). Como disjuntor mais vulgar fabrica-se o disjuntor magnetotérmico que possui um relé electromagnético que protege contra curto – circuitos e um relé térmico, constituído por uma lâmina bimetálica, que protege contra sobrecargas.
  • 14. Características dos disjuntores • Corrente estipulada (vulgarmente designada por calibre): valor para o qual o disjuntor não actua. Correntes estipuladas: 6 – 10 – 16 – 20 – 25 – 32 – 40 – 50 – 63 – 80 – 100 – 125 A. • Corrente convencional de não funcionamento: valor para o qual o disjuntor não deve funcionar durante o tempo convencional. • Corrente convencional de funcionamento: valor para o qual o disjuntor deve funcionar antes de terminar o tempo convencional. • Poder de corte : corrente máxima de curto-circuito que o disjuntor é capaz de interromper sem se danificar. Os poderes de corte estipulados normalizados são: 1,5 – 3 – 4,5 – 6 – 10 KA EXEMPLO: Calibre Corrente convencional de Corrente convencional de Poder de corte (In) não funcionamento (Inf) funcionamento (I2) (Pdc) 16 A 18 A (1,13 x In) 23 A (1,45 x In) 6 KA Para uma corrente estipulada do disjuntor ≤ 63A o tempo convencional é de 1 hora, para uma corrente estipulada > 63 A o tempo convencional é de 2 horas.
  • 15. Fusíveis Um corta – circuitos (fusível) é constituído por um fio ou lâmina condutora, dentro de um invólucro. O fio ou lâmina condutora (prata, cobre, chumbo…) é calibrado de forma a poder suportar sem fundir, a intensidade para a qual está calibrado. Se a intensidade ultrapassar razoavelmente esse valor, ele deve fundir (interrompendo o circuito) tanto mais depressa quanto maior for o valor da intensidade da corrente. Fio condutor 15
  • 16. Tipos de fusíveis • Fusíveis de acção lenta – tipo gG Estes fusíveis são do “tipo Geral” e designam-se por fusíveis de acção lenta. São previstos para protecção contra sobrecargas e contra curto – circuitos. Fusível do tipo Gardy Fusível do tipo cartucho • Fusíveis de acção rápida – tipo aM São previstos para a protecção contra curto – circuitos. Não funcionam para pequenas e médias sobrecargas. Fusível do tipo cilíndrico Tamanhos mais usuais: 8,5 x 31,5; 10,3 x 38; 14 x 51; 22 x 58 mm 16
  • 17. Características dos fusíveis • Corrente estipulada (In) é a intensidade de corrente que o fusível pode suportar permanentemente sem fundir. • Corrente convencional de não funcionamento (Inf) valor da corrente para o qual o fusível não deve funcionar durante o tempo convencional. • Corrente convencional de funcionamento (If) valor da corrente para o qual o fusível deve funcionar antes de terminar o tempo convencional • Poder de corte (Pdc) é a máxima intensidade de corrente que o fusível é capaz de interromper, sem destruição do invólucro do elemento fusível. • Tensão nominal (Un) é a tensão que serve de base ao dimensionamento do fusível, do ponto de vista do isolamento eléctrico. 17
  • 18. Exercício de aplicação Seleccione o calibre (In) do disjuntor de protecção contra sobrecargas de uma canalização constituída por condutores H07V-U com secção de 2,5 mm 2, em tubo, que vai alimentar uma máquina de lavar roupa cuja intensidade de serviço (IS) é de 14,6 A. IS = 14,6 A s = 2,5 mm2 → IZ = 19,5 A (Quadro 52-C1 - Parte 5 / Anexos das RTIEBT) 1ª condição: IS ≤ I n ≤ I Z A intensidade nominal do disjuntor (In) terá que ser maior ou igual a 14,6 A (IS). Sabendo que as correntes estipuladas dos disjuntores são de 6 – 10 – 16 – 20 – 25 – 32 – 40 …encontramos nessa situação o disjuntor com uma intensidade nominal de 16 A. Assim, a 1ª condição está verificada: 14,6 < 16 < 19,5 2ª condição: If ≤ 1,45 x Iz A corrente convencional de funcionamento (If) do disjuntor de 16 A é de 23 A (1,45 x In). A 2ª condição está verificada já que: 23 ≤ 1,45 x 19,5 23 < 28,3 18 O calibre ou a intensidade nominal do disjuntor a utilizar seria de 16A.
  • 19. Sobretensão As sobretensões (aumento da tensão) podem ser de origem externa (descarga atmosférica nas linhas) ou de origem interna (falsas manobras, deficiências de isolamento com linhas de tensão mais elevada). As sobretensões são geralmente bruscas e podem danificar a aparelhagem eléctrica, particularmente a de informática e de electrónica. 19
  • 20. Descarregador de SobreTensão Para a protecção contra sobretensões usa-se um descarregador de sobretensões (DST) a instalar à entrada da instalação (a montante ou a jusante do dispositivo diferencial). Este tipo de protecção é recomendada quando as instalações forem abastecidas por redes aéreas de distribuição em BT (condutores nus ou torçadas) e quando a segurança de bens e/ou a continuidade de serviço forem relevantes. N F PE 20
  • 21. Subtensão As subtensões (abaixamento da tensão) podem ocorrer por: - Excesso de carga ligada (originando quedas de tensão nas linhas e cabos) - Desequilíbrio acentuado na rede trifásica - Rotura de uma das fases - Contactos à terra de uma fase 21
  • 22. Coordenação e selectividade da protecção Diz-se que há selectividade dos aparelhos de protecção quando em caso de defeito apenas actua o aparelho de protecção imediatamente a montante do defeito. Na prática a selectividade é garantida se: • A intensidade nominal do corta circuito fusível colocado a montante for igual ou maior a três vezes a intensidade nominal do corta-circuitos fusível colocado a jusante (selectividade entre corta-circuitos fusível). • A intensidade nominal do disjuntor colocado a montante for igual ou maior a duas vezes a intensidade nominal do disjuntor colocado a jusante (selectividade entre disjuntores). • As curvas características do aparelho de protecção contra sobrecargas e do aparelho de protecção contra curto-circuitos forem tais que actue o primeiro aparelho situado a montante (selectividade entre disjuntores e corta – circuitos fusível). • O neutro não deve ser seccionado. No caso de ser necessário seccionar o neutro, deve-se faze-lo após as fases e nunca antes. 22
  • 23. Selectividade dos aparelhos de protecção Selectividade entre corta-circuitos fusível: INF1 ≥ 3 x INF2 Selectividade entre disjuntores: Defeito IND1 ≥ 2 x IND2 Defeito Selectividade entre disjuntores e corta – circuitos fusível Defeito 23
  • 24. Sistemas de aterramento. Escolha do regime de neutro. Em baixa tensão faz-se referência à posição eléctrica do neutro e das massas, o que determina o regime de neutro da instalação, mediante a utilização de uma sigla constituída por duas letras. A primeira letra indica a posição eléctrica do neutro do transformador de alimentação em relação à terra: - T = ligação à terra num ponto do sistema eléctrico (normalmente o centro da estrela do transformador MT/BT com enrolamentos Δ/Y); - I = sistema isolado da terra ou impedante (neutro isolado da terra ou ligado à terra através de uma impedância de elevado valor);
  • 25. A segunda letra indica a posição eléctrica das massas dos aparelhos de utilização: - T = ligação à terra das massas dos aparelhos de utilização, terra essa diferente da do transformador; - N = ligação das massas ao neutro do transformador, o qual por sua vez está ligado à terra. Nota: O regime do neutro de uma instalação é portanto escolhido a partir dos 3 sistemas disponíveis, ou seja, sistema TT, sistema TN e sistema IT.
  • 26. Sistema TT Neste sistema, o neutro do transformador está ligado directamente à terra e as massas dos aparelhos de utilização estão ligadas a uma terra electricamente distinta.
  • 27. Sistema TN Neste sistema, quando a massa fica sob tensão a corrente de defeito produzida só afecta o anel constituído entre o condutor de fase e o condutor de protecção. Sendo assim, distingue-se dois tipos de ligações: Sistema TN-C no qual o neutro e o Sistema TN-S no qual o condutor condutor de protecção são neutro e o condutor de protecção são combinados num só condutor. distintos
  • 28. Sistema IT Neste sistema, o neutro não está directamente ligado à terra. As massas são por seu lado ligadas à terra. Um exemplo típico de utilização deste sistema é o caso de instalações com posto de transformação privativo, em que se pretende garantir maior fiabilidade na continuidade de serviço.
  • 29. Tensões A intensidade da corrente que atravessa uma impedância depende directamente da tensão aplicada sendo assim surge a necessidade de classificar as diversas tensões que constituem perigo para os utentes da instalação. 1.Tensão nominal (Vn) é o valor da fase em relação ao neutro. No sistema TT e TN é de 220v. 2.Tensão de falta (Vf) aparece quando há falha de isolamento entre o neutro e o eléctrodo de terra. 3.Tensão de contacto (VB) ocorre acidentalmente quando há falha de isolamento entre duas partes simultaneamente acessíveis. 4.Tensão de passo aparece ao redor do eléctrodo de terra numa área circular de raio equivalente a um passo (supostamente 1m). Nota: As tensões são directamente proporcionais a tensão nominal, por isso esta grandeza é a base da “filosofia” para a segurança das pessoas.