O documento descreve o sonho como uma parte concreta e definida da vida, comparando-o a elementos naturais como pedras e rios, e também a elementos culturais como pintura, música e invenções tecnológicas. Ele afirma que as pessoas não reconhecem que o sonho é criativo e transformador, e que quando os seres humanos sonham, o mundo progride.

1. Pedra Filosofal gus

2. Eles não sabem que o sonho é uma constante da vida tão concreta e definida

3. como outra coisa qualquer, como esta pedra cinzenta em que me sento e descanso,

4. como este ribeiro manso em serenos sobressaltos, como estes pinheiros altos

5. que em verde e oiro se agitam, como estas aves que gritam em bebedeiras de azul

6. Eles não sabem que o sonho é vinho, é espuma, é fermento, bichinho alacre e sedento,

7. de focinho pontiagudo, ( que fossa através de tudo) num perpétuo movimento.

8. Eles não sabem que o sonho é tela , é cor, é pincel, b ase, fuste, ou capitel, a rco em ogiva, vitral,

9. pináculo de catedral, contraponto, sinfonia, máscara grega, magia, que é retorta de alquimista,

10. mapa do mundo distante, rosa-dos-ventos, Infante, caravela quinhentista, que é Cabo da Boa Esperança ,

11. ouro, canela, marfim, florete de espadachim, bastidor, passo de dança, Columbina e Arlequim,

12. passarola voadora, pára-raios, locomotiva, barco de proa festiva, alto-forno, geradora,

13. cisão do átomo, radar, ultra-som, televisão, desembarque em foguetão na superfície lunar.

14. Eles não sabem, nem sonham, que o sonho comanda a vida. Que sempre que um homem sonha

15. o mundo pula e avança como bola colorida entre as mãos de uma criança.

16. gus 2006 Letra e Música:António Gedeão / Manuel Freire Pedra Filosofal Imagens:Adilson Magossi