SlideShare una empresa de Scribd logo
1 de 20
Descargar para leer sin conexión
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL




Garantindo acesso e permanência
  de todos os alunos na escola

   Necessidades educacionais
      especiais dos alunos




   Iniciando nossa conversa



          Brasília 2005
FICHA TÉCNICA

Departamento de Políticas de Educação Especial:
Cláudia Maffini Griboski

Coordenação de Articulação da Política de Inclusão:
Denise de Oliveira Alves

Coordenação:
SORRI-BRASIL

Elaboração:
Maria Salete Fábio Aranha

Revisão técnica:
Francisca Roseneide Furtado do Monte e Denise de Oliveira Alves

Atualização:
Equipe técnica da SEESP

Projeto gráfico, revisão e copidesque:
Alexandre Ferreira


2ª edição - 2005
Tiragem: 1.200 exemplares

Autorizada reprodução total ou parcial, desde que citada a fonte.


      Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
      Centro de Informação e Biblioteca em Educação (CIBEC)


Aranha, Maria Salete Fábio
     Projeto Escola Viva : garantindo o acesso e permanência de to-
dos os alunos na escola : necessidades educacionais especiais dos
alunos / Maria Salete Fábio Aranha. - Brasília : Ministério da Educação,
Secretaria de Educação Especial, 2005.
     5 v. : il. color.

      Publicado em 5 v.: Iniciando nossa conversa; v. 1 - Visão histórica;
v.2: Deficiência no contexto escolar; v.3: Sensibilização e convivência;
v. 4: Construindo a escola inclusiva.

     1. Inclusão educacional. 2. Escola inclusiva. 3. Serviço educacio-
nal especializado. 4. Aluno com necessidades especiais. 5. Atendimen-
to especializado. I. Brasil. Secretaria de Educação Especial. II. Título.

                                                    CDU: 37.014.53:376
Sumário

Iniciando nossa conversa ................................................             5

Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional ...............                        6

Diretrizes Nacionais para a Educação Especial
na Educação Básica ..........................................................         7

Questionamentos mais freqüentes .................................... 10

Sinopses ............................................................................ 13
Iniciando Nossa Conversa


      Prezado Professor,


      Sempre atentos à nossa realidade educacional e com
ela compromissados, reeditamos o material Escola Viva, com
o objetivo de favorecer a reflexão crítica sobre o ensino na
diversidade, e de apresentar um conjunto de informações
importantes para reconhecer e responder às diferentes ne-
cessidades educacionais de nossos alunos.


      Sabemos que a Escola, juntamente com a família, cons-
tituem espaços fundamentais para a construção da subje-
tividade do aluno, bem como para o exercício de sua soci-
alização e de sua cidadania.


      Por outro lado, sabemos que a democracia é um siste-
ma criado e mantido pelo conjunto de pessoas que constitu-
em uma sociedade.


      Não haverá real democracia enquanto não houver igual-
dade real para todos, o que implica em se garantir respos-
tas adequadas para as diferentes necessidades presen-
tes nos indivíduos que constituem o coletivo.


      O que tem, entretanto, a escola a ver com a construção
da democracia?


      Acreditamos que a aprendizagem da administração das
relações sociais e interpessoais, no contexto da diversidade,

                                                                5
é fator essencial para a construção de uma sociedade demo-
    crática, e acreditamos, também, que a escola tem papel fun-
    damental no desenvolvimento dessa competência.


          Se quisermos uma sociedade verdadeiramente demo-
    crática, temos necessariamente de garantir um sistema edu-
    cacional acolhedor para todos; se quisermos, por outro lado,
    um sistema educacional acolhedor para todos, temos que
    contar com dirigentes e profissionais da Educação informa-
    dos e formados para a prática inclusiva do ensino na diversi-
    dade, competentes para responder ao conjunto de necessi-
    dades educacionais de nossos alunos. O desafiador proces-
    so de construção de um sistema educacional inclusivo, por-
    tanto, é uma tarefa nacional, que precisa ser efetivada por
    todos. Para que isso aconteça, é fundamental que todos os
    que dirigem e atuam no sistema de ensino, bem como os pais
    e a comunidade, na qual se encontra cada escola, sejam sen-
    sibilizados e busquem uma atuação conjunta.


          Muito já se avançou no que se refere à legislação edu-
    cacional, em nosso país, destacando-se, nesse processo:




               Lei de Diretrizes e Bases da
                    Educação Nacional


          A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei
    n° 9.394, de 20.12.1996, estabelece, em seu Art. 2°, que “A Edu-
    cação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de
    liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finali-

6
dade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para
o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.”


      Em seu Art. 4°, inciso III, estabelece que é dever do
Estado garantir “atendimento educacional especializado gra-
tuito aos educandos com necessidades especiais, preferen-
cialmente na rede regular de ensino”.


      No capítulo V, em seu Art. 58, diz que “Entende-se por
educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade
de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede
regular de ensino, para educandos portadores de necessida-
des especiais.”


      Em seu parágrafo 1°, diz que “haverá, quando neces-
sário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para
atender às peculiaridades da clientela de educação especial”.


      Já em seu Art. 59, estabelece que “os sistemas de ensino
assegurarão, aos educandos com necessidades especiais:


      I - currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e
organização específicos, para atender às suas necessidades”.




     Diretrizes Nacionais para a Educação
         Especial na Educação Básica


      Explicitando novamente, com clareza, a opção do País
pela construção de um sistema educacional inclusivo, foi ho-

                                                                  7
mologada, em 15 de agosto de 2001, a Resolução n.º 02 do
    Conselho Nacional de Educação que instituiu as “Diretrizes
    Nacionais da Educação Especial, na Educação Básica”.


          Elas estabelecem, em seu Artigo 1º, “... as Diretrizes
    Nacionais para a educação de alunos que apresentem ne-
    cessidades educacionais especiais, na Educação Bási-
    ca, em todas suas etapas e modalidades.”


          Assim, estabelecem, em seu Artigo 2º, que “os siste-
    mas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo
    às escolas organizarem-se para o atendimento aos edu-
    candos com necessidades educacionais especiais, asse-
    gurando as condições necessárias para uma educação
    de qualidade para todos.”


          Define ainda, em seu Art. 3º, que “Por educação espe-
    cial, modalidade da educação escolar, entende-se um pro-
    cesso educacional definindo uma proposta pedagógica,
    que assegure recursos e serviços educacionais especi-
    ais, organizados institucionalmente para apoiar, comple-
    mentar, suplementar e, em alguns casos, substituir os
    serviços educacionais comuns, de modo a garantir a edu-
    cação escolar e promover o desenvolvimento das potenciali-
    dades dos educandos, que apresentam necessidades edu-
    cacionais especiais, em todas as etapas e modalidades da
    educação básica.”


          Em seu parágrafo único, o Artigo 3º define que “Os
    sistemas de ensino devem constituir e fazer funcionar um
    setor responsável pela educação especial, dotado de re-

8
cursos humanos, materiais e financeiros que viabilizem
e dêem sustentação ao processo de construção da edu-
cação inclusiva.”


      Com o intuito de fazer cumprir os acordos internacio-
nais assumidos pelo Brasil, que é o de construir escolas que
acolham a todas as crianças, o MEC tem apoiado de forma
complementar e/ou suplementar, o processo de transforma-
ção dos sistemas educacionais desenvolvendo ações para a
construção de um sistema educacional inclusivo.


      O Programa Educação Inclusiva: direito à diversidade,
implementado pelo MEC desde 2003, tem formado gestores
e educadores para a efetivação dessa nova proposta educa-
cional, tendo como princípio a garantia do direito dos alunos
com necessidades educacionais especiais de acesso e per-
manência nas escolas e classes comuns do ensino regular.


      A grande maioria dos professores vê a busca de trans-
formação do sistema educacional brasileiro como um proje-
to válido, socialmente justo e necessário.


       Muitos, entretanto, manifestam ansiedade e mesmo
receio de avançar nessa direção, fato que tende a ser supe-
rado à medida que a escola se organize para atender à diver-
sidade, enfrentando os limites que ainda se apresentam.


      Muitos, ainda, buscam informações e orientações para
a realização da tarefa. São inúmeros os questionamentos,
razão principal para a disseminação desta coletânea, que se
traduz em um material que agrega conhecimentos e possibi-

                                                                9
lita mudanças na prática pedagógica. O quadro a seguir é
     representativo dos questionamentos mais freqüentes.




           Questionamentos mais freqüentes


        •_Quem é o aluno com necessidades educacionais es-
         peciais?
        •_Aluno com necessidades educacionais especiais não
         é aluno com deficiência?
        •_Porque o aluno com deficiência sempre ficou, na es-
         cola, separado dos demais alunos, e agora “inventa-
         ram” de colocá-lo na mesma sala de aula?
        •_O que eu, professor, vou fazer com alunos com defi-
         ciência em minha sala, se nunca fui preparado para
         trabalhar com eles?
        •_Ter um aluno com necessidades educacionais espe-
         ciais na sala regular não vai prejudicar os demais alu-
         nos?
        •_Como posso ensinar um aluno com necessidades
         educacionais especiais enquanto tenho outras deze-
         nas de alunos sem deficiência, que tenho de dar con-
         ta na sala de aula?
        •_Como agir com um aluno que apresente necessida-
         des educacionais especiais?
        •_Como ensinar a um aluno surdo?
        •_Como ensinar a um aluno cego?
        •_Como administrar a presença de um deficiente físico
         severo na sala de aula lotada?



10
•_Como ensinar a um aluno que tem dificuldade gran-
     de de abstração, que não se comunica verbalmente
     e fica distraído o tempo todo da aula?
   •_Como ensinar a um aluno que fica “no mundo da lua”
     o tempo todo?
   •_Como ensinar a um aluno hiperativo?
   •_Como posso ensinar na diversidade, sem contar com
     suporte profissional?
   •_A quem posso recorrer para buscar ajuda?
   •_O que é realmente de minha competência? Até onde
     vai minha responsabilidade?
   •_O que cabe à administração escolar?
   •_O que fazer se a administração escolar não cumprir
     com a parte que lhe é de responsabilidade?



      Manifestações como essas têm surgido, quando os Mu-
nicípios tomam a decisão política de caminhar na direção da
construção de um sistema educacional inclusivo.


      Sabe-se, entretanto, que grande parte desse descon-
forto é fruto do desconhecimento do que é um sistema edu-
cacional inclusivo, para o ensino na diversidade, aliados às
condições objetivas de funcionamento de nossas escolas.


      A decisão política pela construção da inclusão educa-
cional deve ser tomada tanto pelas instâncias político-admi-
nistrativas superiores, quanto por toda a comunidade educa-
cional: pelos diferentes níveis da administração pública, pe-
los professores, pelos pais, pelos alunos, todos, enfim, que

                                                                11
coletivamente constituem o processo educacional, que se efe-
     tiva ultimamente no cotidiano da sala de aula.


           A discussão franca e aberta sobre esse fato e a oferta
     de cursos de formação para o professor, aliados ao efetivo
     desempenho das instâncias político-administrativas superio-
     res, têm produzido consistentes mudanças na prática educa-
     cional.


           O processo de construção de um sistema educacional
     inclusivo tem se constituído como uma proposta de escola
     para todos, num contexto acolhedor e responsivo às necessi-
     dades educacionais dos alunos, e tem, por outro lado, sido
     assumido com consciência e grande interesse, pela maioria
     dos que tiveram a oportunidade de compreender seu signifi-
     cado, sua natureza, seus objetivos e seu valor social.


           A maioria dos professores tem se manifestado otimistas
     e satisfeitos, além de pessoal e profissionalmente compro-
     missados com a efetivação da educação inclusiva.


           Visando, portanto, contribuir com o processo de forma-
     ção dos educadores, estamos disponibilizando este material
     de fácil utilização, que aborda as questões que envolvem a
     ação docente na perspectiva da educação inclusiva.


           Esperamos que contribua para o desenvolvimento de
     uma prática pedagógica de qualidade e responsiva às neces-
     sidades educacionais especiais dos alunos.




12
Sinopses


      Cartilha 1 - Visão Histórica
      Visão histórica da leitura que a sociedade tem feito so-
bre a deficiência enquanto fenômeno e a pessoa com neces-
sidades educacionais especiais enquanto ser, no decorrer dos
séculos, e como essa leitura determinou suas ações.


      Cartilha 2 - Deficiência no Contexto Escolar
      O papel do professor e sua participação na construção
da escola inclusiva, indicando algumas ações que podem ser
executadas para apoiar e favorecer o processo ensino-apren-
dizagem, considerando as diferenças e necessidades educa-
cionais especiais dos alunos.


      Cartilha 3 - Sensibilização e Convivência
      Sugestões de atividades que o professor pode desen-
volver em sala de aula, visando favorecer que os alunos en-
volvidos no processo de construção de um sistema educacio-
nal inclusivo possam manifestar e tratar, aberta e dignamen-
te, seus sentimentos a esse respeito.


      Cartilha 4 - Construindo a Escola Inclusiva
      Como tem sido, ao longo da História, a educação no
Brasil, em particular a educação das pessoas com necessi-
dades educacionais especiais. Como o professor pode identi-
ficar essas necessidades por meio da convivência com alu-
nos com deficiência e responder a toda diversidade presente
em sala de aula.

                                                                 13
Projeto Escola Viva Inconversa
Projeto Escola Viva Inconversa
Projeto Escola Viva Inconversa
Projeto Escola Viva Inconversa
Projeto Escola Viva Inconversa

Más contenido relacionado

La actualidad más candente

Slides sobre planejamento
Slides sobre planejamentoSlides sobre planejamento
Slides sobre planejamento
familiaestagio
 
Apresentação e pauta alenice
Apresentação e pauta aleniceApresentação e pauta alenice
Apresentação e pauta alenice
Erica Frau
 
Reunião pedagógica rosane gorges
Reunião pedagógica   rosane gorgesReunião pedagógica   rosane gorges
Reunião pedagógica rosane gorges
luannagorges
 
Alfabetização e letramento (slide)
Alfabetização e letramento (slide)Alfabetização e letramento (slide)
Alfabetização e letramento (slide)
PamelaAschoff
 

La actualidad más candente (20)

Isabel Alarcão - Professores Reflexivos em uma Escola Reflexiva
Isabel Alarcão -  Professores Reflexivos em uma Escola ReflexivaIsabel Alarcão -  Professores Reflexivos em uma Escola Reflexiva
Isabel Alarcão - Professores Reflexivos em uma Escola Reflexiva
 
Educação Inclusiva
Educação Inclusiva Educação Inclusiva
Educação Inclusiva
 
Planejamento na educação infantil
Planejamento na educação infantilPlanejamento na educação infantil
Planejamento na educação infantil
 
Banner educação e diversidade
Banner   educação e diversidadeBanner   educação e diversidade
Banner educação e diversidade
 
Slides sobre planejamento
Slides sobre planejamentoSlides sobre planejamento
Slides sobre planejamento
 
PROJETO HISTÓRIAS QUE ALIMENTAM
PROJETO HISTÓRIAS QUE ALIMENTAMPROJETO HISTÓRIAS QUE ALIMENTAM
PROJETO HISTÓRIAS QUE ALIMENTAM
 
Relatorio estagio psicopedagogia institucional
Relatorio estagio psicopedagogia institucionalRelatorio estagio psicopedagogia institucional
Relatorio estagio psicopedagogia institucional
 
Formação continuada de professores.
Formação continuada de professores.Formação continuada de professores.
Formação continuada de professores.
 
Formação para Cuidadores Educacional
Formação para Cuidadores EducacionalFormação para Cuidadores Educacional
Formação para Cuidadores Educacional
 
Projeto alfabetizar
Projeto alfabetizarProjeto alfabetizar
Projeto alfabetizar
 
Folder jornada pedagógica 2014 - pedro do rosário
Folder   jornada pedagógica 2014 - pedro do rosárioFolder   jornada pedagógica 2014 - pedro do rosário
Folder jornada pedagógica 2014 - pedro do rosário
 
Relatório de Regências Ensino Fundamental
Relatório de Regências Ensino Fundamental Relatório de Regências Ensino Fundamental
Relatório de Regências Ensino Fundamental
 
Avaliação da aprendizagem
Avaliação da aprendizagemAvaliação da aprendizagem
Avaliação da aprendizagem
 
Apresentação e pauta alenice
Apresentação e pauta aleniceApresentação e pauta alenice
Apresentação e pauta alenice
 
A Prática Pedagógica do Professor
A Prática Pedagógica do ProfessorA Prática Pedagógica do Professor
A Prática Pedagógica do Professor
 
Reunião pedagógica rosane gorges
Reunião pedagógica   rosane gorgesReunião pedagógica   rosane gorges
Reunião pedagógica rosane gorges
 
Dificuldade e Distúrbio de Aprendizagem
Dificuldade e Distúrbio de AprendizagemDificuldade e Distúrbio de Aprendizagem
Dificuldade e Distúrbio de Aprendizagem
 
Fases da Escrita
Fases da EscritaFases da Escrita
Fases da Escrita
 
Alfabetização e letramento (slide)
Alfabetização e letramento (slide)Alfabetização e letramento (slide)
Alfabetização e letramento (slide)
 
Eja
EjaEja
Eja
 

Destacado

Projeto Escola Viva Sensibilizacão
Projeto Escola Viva SensibilizacãoProjeto Escola Viva Sensibilizacão
Projeto Escola Viva Sensibilizacão
asustecnologia
 
Experiencias Educacionais Inclusivas 2
Experiencias Educacionais Inclusivas 2Experiencias Educacionais Inclusivas 2
Experiencias Educacionais Inclusivas 2
asustecnologia
 
Projeto Escola Viva Construindo
Projeto Escola Viva ConstruindoProjeto Escola Viva Construindo
Projeto Escola Viva Construindo
asustecnologia
 
Projeto Escola Viva Deficiência Contexto
Projeto Escola Viva Deficiência ContextoProjeto Escola Viva Deficiência Contexto
Projeto Escola Viva Deficiência Contexto
asustecnologia
 
Adaptação curricular
Adaptação curricularAdaptação curricular
Adaptação curricular
Karen Araki
 

Destacado (7)

Projeto Escola Viva Sensibilizacão
Projeto Escola Viva SensibilizacãoProjeto Escola Viva Sensibilizacão
Projeto Escola Viva Sensibilizacão
 
Experiencias Educacionais Inclusivas 2
Experiencias Educacionais Inclusivas 2Experiencias Educacionais Inclusivas 2
Experiencias Educacionais Inclusivas 2
 
Projeto Escola Viva Construindo
Projeto Escola Viva ConstruindoProjeto Escola Viva Construindo
Projeto Escola Viva Construindo
 
Projeto Escola Viva Deficiência Contexto
Projeto Escola Viva Deficiência ContextoProjeto Escola Viva Deficiência Contexto
Projeto Escola Viva Deficiência Contexto
 
Adaptação curricular de pequeno porte
Adaptação curricular de pequeno porteAdaptação curricular de pequeno porte
Adaptação curricular de pequeno porte
 
Utilização do Programa Boardmaker
Utilização do Programa BoardmakerUtilização do Programa Boardmaker
Utilização do Programa Boardmaker
 
Adaptação curricular
Adaptação curricularAdaptação curricular
Adaptação curricular
 

Similar a Projeto Escola Viva Inconversa

Alunos Super Dotados 1
Alunos Super Dotados 1Alunos Super Dotados 1
Alunos Super Dotados 1
asustecnologia
 
Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica
Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação BásicaDiretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica
Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica
Nathália Gonçalves
 
Caderno 6 – conselho escolar como espaço de formação humana círculo de cultur...
Caderno 6 – conselho escolar como espaço de formação humana círculo de cultur...Caderno 6 – conselho escolar como espaço de formação humana círculo de cultur...
Caderno 6 – conselho escolar como espaço de formação humana círculo de cultur...
Najara Nascimento
 

Similar a Projeto Escola Viva Inconversa (20)

Alunos Super Dotados 1
Alunos Super Dotados 1Alunos Super Dotados 1
Alunos Super Dotados 1
 
Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica
Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação BásicaDiretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica
Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica
 
Diretrizes
DiretrizesDiretrizes
Diretrizes
 
Diretrizes
DiretrizesDiretrizes
Diretrizes
 
Educacao especial
Educacao especialEducacao especial
Educacao especial
 
Educação especial
Educação especialEducação especial
Educação especial
 
Projeto Educador do Amanhã
Projeto Educador do AmanhãProjeto Educador do Amanhã
Projeto Educador do Amanhã
 
Projeto educacao inclusiva2
Projeto educacao inclusiva2 Projeto educacao inclusiva2
Projeto educacao inclusiva2
 
Educação Inclusiva
Educação InclusivaEducação Inclusiva
Educação Inclusiva
 
Rec adaptados
Rec adaptadosRec adaptados
Rec adaptados
 
Recursos pedagógicos adaptados
Recursos pedagógicos adaptadosRecursos pedagógicos adaptados
Recursos pedagógicos adaptados
 
Rec adaptados
Rec adaptadosRec adaptados
Rec adaptados
 
Rec adaptados
Rec adaptadosRec adaptados
Rec adaptados
 
2 rec adaptados
2 rec adaptados2 rec adaptados
2 rec adaptados
 
Educação especial
Educação especialEducação especial
Educação especial
 
Educação Especial.pptx
Educação Especial.pptxEducação Especial.pptx
Educação Especial.pptx
 
Caderno 6 – conselho escolar como espaço de formação humana círculo de cultur...
Caderno 6 – conselho escolar como espaço de formação humana círculo de cultur...Caderno 6 – conselho escolar como espaço de formação humana círculo de cultur...
Caderno 6 – conselho escolar como espaço de formação humana círculo de cultur...
 
Caderno 6
Caderno 6Caderno 6
Caderno 6
 
A escola
A escolaA escola
A escola
 
VLR: R$ 45,00 - AS POSSIBILIDADES DA INCLUSÃO ESCOLAR POR MEIO DO ENSINO COLA...
VLR: R$ 45,00 - AS POSSIBILIDADES DA INCLUSÃO ESCOLAR POR MEIO DO ENSINO COLA...VLR: R$ 45,00 - AS POSSIBILIDADES DA INCLUSÃO ESCOLAR POR MEIO DO ENSINO COLA...
VLR: R$ 45,00 - AS POSSIBILIDADES DA INCLUSÃO ESCOLAR POR MEIO DO ENSINO COLA...
 

Más de asustecnologia (20)

Glossario foto libras
Glossario foto librasGlossario foto libras
Glossario foto libras
 
Guia fotolibras total
Guia fotolibras totalGuia fotolibras total
Guia fotolibras total
 
1 º Dicionário Libras
1 º Dicionário Libras1 º Dicionário Libras
1 º Dicionário Libras
 
Declaração de Montreal
Declaração de MontrealDeclaração de Montreal
Declaração de Montreal
 
Convenção de Guatemala
Convenção de GuatemalaConvenção de Guatemala
Convenção de Guatemala
 
Convenção Da OIT
Convenção Da OITConvenção Da OIT
Convenção Da OIT
 
Carta Do Terceiro MilêNio
Carta Do Terceiro MilêNioCarta Do Terceiro MilêNio
Carta Do Terceiro MilêNio
 
Declaração Dos Direitos Das Pessoas Deficientes
Declaração Dos Direitos Das Pessoas DeficientesDeclaração Dos Direitos Das Pessoas Deficientes
Declaração Dos Direitos Das Pessoas Deficientes
 
Decreto Federal 6215/07
Decreto Federal   6215/07Decreto Federal   6215/07
Decreto Federal 6215/07
 
Decreto Federal 5904/06
Decreto Federal   5904/06Decreto Federal   5904/06
Decreto Federal 5904/06
 
Decreto Federal 5493/05
Decreto Federal   5493/05Decreto Federal   5493/05
Decreto Federal 5493/05
 
Decreto Federal 3691/00
Decreto Federal   3691/00Decreto Federal   3691/00
Decreto Federal 3691/00
 
Decreto Federal 3637/00
Decreto Federal   3637/00Decreto Federal   3637/00
Decreto Federal 3637/00
 
Decreto Federal 3076/99
Decreto Federal   3076/99Decreto Federal   3076/99
Decreto Federal 3076/99
 
Decreto Federal 1744/95
Decreto Federal   1744/95Decreto Federal   1744/95
Decreto Federal 1744/95
 
Decreto Federal - 129/91
Decreto Federal - 129/91Decreto Federal - 129/91
Decreto Federal - 129/91
 
Decreto De Madri - 2002
Decreto De Madri - 2002Decreto De Madri - 2002
Decreto De Madri - 2002
 
Resolução Decreto Federal 01/2002
Resolução Decreto Federal   01/2002Resolução Decreto Federal   01/2002
Resolução Decreto Federal 01/2002
 
Resolução 316_06
Resolução 316_06Resolução 316_06
Resolução 316_06
 
Resolução 47_06
Resolução 47_06Resolução 47_06
Resolução 47_06
 

Último

A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
PatriciaCaetano18
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
TailsonSantos1
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
HELENO FAVACHO
 

Último (20)

Conflitos entre: ISRAEL E PALESTINA.pdf
Conflitos entre:  ISRAEL E PALESTINA.pdfConflitos entre:  ISRAEL E PALESTINA.pdf
Conflitos entre: ISRAEL E PALESTINA.pdf
 
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
 
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfRecomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
 
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptxSeminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
 
Educação Financeira - Cartão de crédito665933.pptx
Educação Financeira - Cartão de crédito665933.pptxEducação Financeira - Cartão de crédito665933.pptx
Educação Financeira - Cartão de crédito665933.pptx
 
LENDA DA MANDIOCA - leitura e interpretação
LENDA DA MANDIOCA - leitura e interpretaçãoLENDA DA MANDIOCA - leitura e interpretação
LENDA DA MANDIOCA - leitura e interpretação
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
 
Sistema de Bibliotecas UCS - Cantos do fim do século
Sistema de Bibliotecas UCS  - Cantos do fim do séculoSistema de Bibliotecas UCS  - Cantos do fim do século
Sistema de Bibliotecas UCS - Cantos do fim do século
 
Produção de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptx
Produção de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptxProdução de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptx
Produção de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptx
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
 
Pesquisa Ação René Barbier Livro acadêmico
Pesquisa Ação René Barbier Livro  acadêmicoPesquisa Ação René Barbier Livro  acadêmico
Pesquisa Ação René Barbier Livro acadêmico
 
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfPROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
 
6ano variação linguística ensino fundamental.pptx
6ano variação linguística ensino fundamental.pptx6ano variação linguística ensino fundamental.pptx
6ano variação linguística ensino fundamental.pptx
 
O que é arte. Definição de arte. História da arte.
O que é arte. Definição de arte. História da arte.O que é arte. Definição de arte. História da arte.
O que é arte. Definição de arte. História da arte.
 
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfApresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIAPROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
 
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
 
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
 

Projeto Escola Viva Inconversa

  • 1.
  • 2.
  • 3. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL Garantindo acesso e permanência de todos os alunos na escola Necessidades educacionais especiais dos alunos Iniciando nossa conversa Brasília 2005
  • 4. FICHA TÉCNICA Departamento de Políticas de Educação Especial: Cláudia Maffini Griboski Coordenação de Articulação da Política de Inclusão: Denise de Oliveira Alves Coordenação: SORRI-BRASIL Elaboração: Maria Salete Fábio Aranha Revisão técnica: Francisca Roseneide Furtado do Monte e Denise de Oliveira Alves Atualização: Equipe técnica da SEESP Projeto gráfico, revisão e copidesque: Alexandre Ferreira 2ª edição - 2005 Tiragem: 1.200 exemplares Autorizada reprodução total ou parcial, desde que citada a fonte. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Centro de Informação e Biblioteca em Educação (CIBEC) Aranha, Maria Salete Fábio Projeto Escola Viva : garantindo o acesso e permanência de to- dos os alunos na escola : necessidades educacionais especiais dos alunos / Maria Salete Fábio Aranha. - Brasília : Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2005. 5 v. : il. color. Publicado em 5 v.: Iniciando nossa conversa; v. 1 - Visão histórica; v.2: Deficiência no contexto escolar; v.3: Sensibilização e convivência; v. 4: Construindo a escola inclusiva. 1. Inclusão educacional. 2. Escola inclusiva. 3. Serviço educacio- nal especializado. 4. Aluno com necessidades especiais. 5. Atendimen- to especializado. I. Brasil. Secretaria de Educação Especial. II. Título. CDU: 37.014.53:376
  • 5. Sumário Iniciando nossa conversa ................................................ 5 Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional ............... 6 Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica .......................................................... 7 Questionamentos mais freqüentes .................................... 10 Sinopses ............................................................................ 13
  • 6.
  • 7. Iniciando Nossa Conversa Prezado Professor, Sempre atentos à nossa realidade educacional e com ela compromissados, reeditamos o material Escola Viva, com o objetivo de favorecer a reflexão crítica sobre o ensino na diversidade, e de apresentar um conjunto de informações importantes para reconhecer e responder às diferentes ne- cessidades educacionais de nossos alunos. Sabemos que a Escola, juntamente com a família, cons- tituem espaços fundamentais para a construção da subje- tividade do aluno, bem como para o exercício de sua soci- alização e de sua cidadania. Por outro lado, sabemos que a democracia é um siste- ma criado e mantido pelo conjunto de pessoas que constitu- em uma sociedade. Não haverá real democracia enquanto não houver igual- dade real para todos, o que implica em se garantir respos- tas adequadas para as diferentes necessidades presen- tes nos indivíduos que constituem o coletivo. O que tem, entretanto, a escola a ver com a construção da democracia? Acreditamos que a aprendizagem da administração das relações sociais e interpessoais, no contexto da diversidade, 5
  • 8. é fator essencial para a construção de uma sociedade demo- crática, e acreditamos, também, que a escola tem papel fun- damental no desenvolvimento dessa competência. Se quisermos uma sociedade verdadeiramente demo- crática, temos necessariamente de garantir um sistema edu- cacional acolhedor para todos; se quisermos, por outro lado, um sistema educacional acolhedor para todos, temos que contar com dirigentes e profissionais da Educação informa- dos e formados para a prática inclusiva do ensino na diversi- dade, competentes para responder ao conjunto de necessi- dades educacionais de nossos alunos. O desafiador proces- so de construção de um sistema educacional inclusivo, por- tanto, é uma tarefa nacional, que precisa ser efetivada por todos. Para que isso aconteça, é fundamental que todos os que dirigem e atuam no sistema de ensino, bem como os pais e a comunidade, na qual se encontra cada escola, sejam sen- sibilizados e busquem uma atuação conjunta. Muito já se avançou no que se refere à legislação edu- cacional, em nosso país, destacando-se, nesse processo: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei n° 9.394, de 20.12.1996, estabelece, em seu Art. 2°, que “A Edu- cação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finali- 6
  • 9. dade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.” Em seu Art. 4°, inciso III, estabelece que é dever do Estado garantir “atendimento educacional especializado gra- tuito aos educandos com necessidades especiais, preferen- cialmente na rede regular de ensino”. No capítulo V, em seu Art. 58, diz que “Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessida- des especiais.” Em seu parágrafo 1°, diz que “haverá, quando neces- sário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender às peculiaridades da clientela de educação especial”. Já em seu Art. 59, estabelece que “os sistemas de ensino assegurarão, aos educandos com necessidades especiais: I - currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos, para atender às suas necessidades”. Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica Explicitando novamente, com clareza, a opção do País pela construção de um sistema educacional inclusivo, foi ho- 7
  • 10. mologada, em 15 de agosto de 2001, a Resolução n.º 02 do Conselho Nacional de Educação que instituiu as “Diretrizes Nacionais da Educação Especial, na Educação Básica”. Elas estabelecem, em seu Artigo 1º, “... as Diretrizes Nacionais para a educação de alunos que apresentem ne- cessidades educacionais especiais, na Educação Bási- ca, em todas suas etapas e modalidades.” Assim, estabelecem, em seu Artigo 2º, que “os siste- mas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo às escolas organizarem-se para o atendimento aos edu- candos com necessidades educacionais especiais, asse- gurando as condições necessárias para uma educação de qualidade para todos.” Define ainda, em seu Art. 3º, que “Por educação espe- cial, modalidade da educação escolar, entende-se um pro- cesso educacional definindo uma proposta pedagógica, que assegure recursos e serviços educacionais especi- ais, organizados institucionalmente para apoiar, comple- mentar, suplementar e, em alguns casos, substituir os serviços educacionais comuns, de modo a garantir a edu- cação escolar e promover o desenvolvimento das potenciali- dades dos educandos, que apresentam necessidades edu- cacionais especiais, em todas as etapas e modalidades da educação básica.” Em seu parágrafo único, o Artigo 3º define que “Os sistemas de ensino devem constituir e fazer funcionar um setor responsável pela educação especial, dotado de re- 8
  • 11. cursos humanos, materiais e financeiros que viabilizem e dêem sustentação ao processo de construção da edu- cação inclusiva.” Com o intuito de fazer cumprir os acordos internacio- nais assumidos pelo Brasil, que é o de construir escolas que acolham a todas as crianças, o MEC tem apoiado de forma complementar e/ou suplementar, o processo de transforma- ção dos sistemas educacionais desenvolvendo ações para a construção de um sistema educacional inclusivo. O Programa Educação Inclusiva: direito à diversidade, implementado pelo MEC desde 2003, tem formado gestores e educadores para a efetivação dessa nova proposta educa- cional, tendo como princípio a garantia do direito dos alunos com necessidades educacionais especiais de acesso e per- manência nas escolas e classes comuns do ensino regular. A grande maioria dos professores vê a busca de trans- formação do sistema educacional brasileiro como um proje- to válido, socialmente justo e necessário. Muitos, entretanto, manifestam ansiedade e mesmo receio de avançar nessa direção, fato que tende a ser supe- rado à medida que a escola se organize para atender à diver- sidade, enfrentando os limites que ainda se apresentam. Muitos, ainda, buscam informações e orientações para a realização da tarefa. São inúmeros os questionamentos, razão principal para a disseminação desta coletânea, que se traduz em um material que agrega conhecimentos e possibi- 9
  • 12. lita mudanças na prática pedagógica. O quadro a seguir é representativo dos questionamentos mais freqüentes. Questionamentos mais freqüentes •_Quem é o aluno com necessidades educacionais es- peciais? •_Aluno com necessidades educacionais especiais não é aluno com deficiência? •_Porque o aluno com deficiência sempre ficou, na es- cola, separado dos demais alunos, e agora “inventa- ram” de colocá-lo na mesma sala de aula? •_O que eu, professor, vou fazer com alunos com defi- ciência em minha sala, se nunca fui preparado para trabalhar com eles? •_Ter um aluno com necessidades educacionais espe- ciais na sala regular não vai prejudicar os demais alu- nos? •_Como posso ensinar um aluno com necessidades educacionais especiais enquanto tenho outras deze- nas de alunos sem deficiência, que tenho de dar con- ta na sala de aula? •_Como agir com um aluno que apresente necessida- des educacionais especiais? •_Como ensinar a um aluno surdo? •_Como ensinar a um aluno cego? •_Como administrar a presença de um deficiente físico severo na sala de aula lotada? 10
  • 13. •_Como ensinar a um aluno que tem dificuldade gran- de de abstração, que não se comunica verbalmente e fica distraído o tempo todo da aula? •_Como ensinar a um aluno que fica “no mundo da lua” o tempo todo? •_Como ensinar a um aluno hiperativo? •_Como posso ensinar na diversidade, sem contar com suporte profissional? •_A quem posso recorrer para buscar ajuda? •_O que é realmente de minha competência? Até onde vai minha responsabilidade? •_O que cabe à administração escolar? •_O que fazer se a administração escolar não cumprir com a parte que lhe é de responsabilidade? Manifestações como essas têm surgido, quando os Mu- nicípios tomam a decisão política de caminhar na direção da construção de um sistema educacional inclusivo. Sabe-se, entretanto, que grande parte desse descon- forto é fruto do desconhecimento do que é um sistema edu- cacional inclusivo, para o ensino na diversidade, aliados às condições objetivas de funcionamento de nossas escolas. A decisão política pela construção da inclusão educa- cional deve ser tomada tanto pelas instâncias político-admi- nistrativas superiores, quanto por toda a comunidade educa- cional: pelos diferentes níveis da administração pública, pe- los professores, pelos pais, pelos alunos, todos, enfim, que 11
  • 14. coletivamente constituem o processo educacional, que se efe- tiva ultimamente no cotidiano da sala de aula. A discussão franca e aberta sobre esse fato e a oferta de cursos de formação para o professor, aliados ao efetivo desempenho das instâncias político-administrativas superio- res, têm produzido consistentes mudanças na prática educa- cional. O processo de construção de um sistema educacional inclusivo tem se constituído como uma proposta de escola para todos, num contexto acolhedor e responsivo às necessi- dades educacionais dos alunos, e tem, por outro lado, sido assumido com consciência e grande interesse, pela maioria dos que tiveram a oportunidade de compreender seu signifi- cado, sua natureza, seus objetivos e seu valor social. A maioria dos professores tem se manifestado otimistas e satisfeitos, além de pessoal e profissionalmente compro- missados com a efetivação da educação inclusiva. Visando, portanto, contribuir com o processo de forma- ção dos educadores, estamos disponibilizando este material de fácil utilização, que aborda as questões que envolvem a ação docente na perspectiva da educação inclusiva. Esperamos que contribua para o desenvolvimento de uma prática pedagógica de qualidade e responsiva às neces- sidades educacionais especiais dos alunos. 12
  • 15. Sinopses Cartilha 1 - Visão Histórica Visão histórica da leitura que a sociedade tem feito so- bre a deficiência enquanto fenômeno e a pessoa com neces- sidades educacionais especiais enquanto ser, no decorrer dos séculos, e como essa leitura determinou suas ações. Cartilha 2 - Deficiência no Contexto Escolar O papel do professor e sua participação na construção da escola inclusiva, indicando algumas ações que podem ser executadas para apoiar e favorecer o processo ensino-apren- dizagem, considerando as diferenças e necessidades educa- cionais especiais dos alunos. Cartilha 3 - Sensibilização e Convivência Sugestões de atividades que o professor pode desen- volver em sala de aula, visando favorecer que os alunos en- volvidos no processo de construção de um sistema educacio- nal inclusivo possam manifestar e tratar, aberta e dignamen- te, seus sentimentos a esse respeito. Cartilha 4 - Construindo a Escola Inclusiva Como tem sido, ao longo da História, a educação no Brasil, em particular a educação das pessoas com necessi- dades educacionais especiais. Como o professor pode identi- ficar essas necessidades por meio da convivência com alu- nos com deficiência e responder a toda diversidade presente em sala de aula. 13