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Qualidade na ação de design
Success at design diagnosis




MACEDO, Mayara Atherino, Graduanda em Design Gráfico, bolsista do
CNPq. UDESC
mayara_macedo@yahoo.com.br
ROSA, Silvana Bernardes. Doutora. UDESC
silvana_rosa@floripa.com.br




Resumo

A integração empresa-universidade tem o intuito de vincular a teoria com
a prática. Tal experiência foi aplicada, por dois semestres consecutivos, no
curso de Design, Habilitação em Gráfico e Industrial, da Universidade do
Estado de Santa Catarina – UDESC. Acadêmicos de ambas habilitações
trabalharam unidos para realizar diagnósticos em design em empresas
incubadas, oferecendo às empresas uma proposta de trabalho baseada em
princípios de design estratégico, além de potencializar a aprendizagem
dos alunos. A avaliação de tal processo pode girar em torno de inúmeros
parâmetros, o presente artigo visa identificá-los para a avaliação do sucesso
dos diagnósticos estratégicos nas empresas.

Palavras Chave: design, integração, qualidade.




Abstract

The integration between college and company has the objective of linking
theory with practice. Such experience was applied for two successive
semesters at the graphic and industrial design courses of the UDESC.
Academics from both industrial and graphic courses worked together to
make diagnosis at incubated companies, offering to them a propose of
work based on strategic design principles, potentializing the student’s
learning. The process evaluation can de about uncountable parameters.
The present article aims to identify those parameters for the evaluation of
the success of strategic diagnosis at the companies.

Keywords: design, integration, quality.



                               7° Congresso de Pesquisa & Desenvolvimento em Design
Introdução

             A implantação de um processo que visa a qualidade de uma
     ação começa com entendimento do que significa qualidade. A qualidade
     refere-se a adequação de determinado produto ou serviço, apresentando
     reconhecidos valor e utilidade para o indivíduo que dele faz uso.
     Portando, pretende-se mensurar os fatores que levam a interação empresa-
     universidade a obter a qualidade, e conseqüentemente o sucesso.
             Para PLONSKI (1995), a cooperação universidade-empresa é um
     arranjo interinstitucional formado por organizações de natureza distinta,
     que podem ter finalidades diferentes e adotar formatos bastante diversos.
             O atual contexto da economia, em acelerada transformação,
     é um fator colaborador para que relação universidade-empresa seja
     intensificada. Tal relacionamento traz benefícios mútuos, pois se trata de
     uma multiplicidade de ações que potencialmente, com maior ou menor
     intensidade podem ser desenvolvidas por essas organizações.
             Analisar esse processo de interação e mensurar seu impacto nas
     organizações e universidade, pensando sempre na melhoria, para se
     alcançar o sucesso é que trata este artigo.

     Metodologia

             Este trabalho analisa a qualidade na ação de design, por meio da
     interação empresa-universidade, baseando-se em:
     a) estudos de caso dos 24 diagnósticos realizados ao longo do ano de
     2005.
     b) identifica os envolvidos no processo e ligações que podem ser
     estabelecidas entre as empresas e a universidade.
     As etapas propostas para o desenvolvimento deste estudo são as seguintes:
     levantamento bibliográfico, visita e entrevista com empresas e alunos da
     disciplina Gestão do Design e consulta ao Sistema Polvo1.

     Atores, características e papeis.
        Atores              Características                       Papéis
                                                       Construir as situações de
                    Condutor       do     processo,    aprendizagem, mediar as
                    ambientado com tecnologias         relações dos alunos com
                    de informação. Experiência         o sistema informatizado,
      Professor
                    anterior em ensino e orientação    identificar         empresas
                    a distância. Acompanhamento        potenciais    para    serem
                    diário das atividades virtuais.    analisadas pelo processo de
                                                       diagnóstico em design.




7° Congresso de Pesquisa & Desenvolvimento em Design
Percorrer os caminhos críticos
            Intimidade    com      meios
                                            apontados pelas guias de
            digitais de comunicação,
                                            atividades. Formular suas
            integrados à rede de
                                            críticas, levantar os dados,
 Aluno      computadores e com acesso
                                            manter os prazos. Efetuar o
            doméstico à mesma. (dados
                                            diagnóstico junto às empresas
            levantados junto aos alunos)
                                            clientes disponibilizadas.
                                            Disponibilizar            dados
            Empresas em ascensão ou
                                            empresariais sobre mercado,
            incubadas.       Empresários
                                            processo             produtivo,
            jovens, ousados e estimulados
                                            posicionamento estratégico,
 Empresa    por novas investigações.
                                            valores, missão e visão
            Nas empresas serão feitos as
                                            de negócios. Participar no
            avaliações e os diagnósticos
                                            levantamento e analise destes
            de design.
                                            dados.

Interação entre empresa e universidade

        Procurando vincular a teoria com a prática, a disciplina se
desenvolveu baseando-se em caso real. Para tanto foram contatadas
empresas (a grande maioria das Incubadoras de Empresas Celta2 e Midi3)
que foram objeto de trabalho das equipes de alunos. A característica
principal da quase totalidade da empresas atendidas é que se encontram
em estagio inicial de desenvolvimento, com tempo de vida inferior a
quatro anos, estando relativamente distante do design. A tarefa dos alunos
foi de mergulhar no universo da empresa, tanto em seu ambiente interno
como externo de modo a identificar oportunidades de desenvolvimento de
projetos de design.
        O benefício do diagnóstico para as empresas consiste na
probabilidade de incorporação do design às suas estratégias gerenciais, e
na possibilidade de aplicação do conhecimento oriundo da pesquisa dos
acadêmicos em ações podem interferir na competitividade da empresa.
Segundo MELO (1999), para garantir ou ampliar espaços cada vez
mais disputados de mercados as empresas têm buscado novas formas de
organização que proporcionem condições para a inovação tecnológica.
Salienta que essas formas são parcerias entre empresas e destas com
universidades, têm o objetivo de manterem e ampliarem suas condições
de competitividade.
        Em relação ao corpo discente, o trabalho se caracterizou como um
importante meio de aprendizado e obtenção de informações indispensáveis
para o aprimoramento e atualização conhecimento, possibilidade de
trabalharem com problemas mais concretos, que refletem as reais
necessidades da indústria. Segundo MACULAN e MERINO (1998) “a
interação com a indústria representa uma oportunidade para diversificar
as formas de valorização dos conhecimentos e competências acumuladas,
adquirir novas competências e assumir um novo papel no crescimento
econômico”.




                              7° Congresso de Pesquisa & Desenvolvimento em Design
Discussão

         A avaliação de um processo de integração entre empresa e universidade
     pode girar em torno de inúmeros parâmetros. Alguns deles serão abordados
     a seguir visando uma primeira leitura de resultados obtidos. Diversos
     valores podem ser levantados, os parâmetros de identificação dos fatores
     que resultam na qualidade da ação de design, se apresentam de forma
     quantitativa e qualitativa. Aquele mais fácil de se perceber, enquanto este
     se percebe mais sutilmente. Assim, a discussão se fará a partir dos valores
     obtidos.

     a. Interações

             Segundo ALESSIO (2004) “quando se fala nas atividades que
     estão inseridas no conceito de cooperação, interação, vinculação ou
     relação entre a instituição de ensino e a empresa, está se falando de
     uma multiplicidade de ações que potencialmente, com maior ou menor
     intensidade podem ser desenvolvidas por essas organizações”. O processo
     de interação empresa-universidade pode ser avaliado a partir de diversas
     óticas. Através do relacionamento professor empresa, aluno empresa, aluno
     sistema, professor sistema. Tais ações conjuntas puderam ser verificadas a
     partir do acompanhamento de relatórios de acesso, por meio da avaliação
     do empresário e do aluno.
             Nesta primeira fase no processo de parceria empresa universidade,
     o professor é o primeiro agente de integrador. Seguindo algumas etapas no
     processo, iniciando-se no diálogo, intensificam-se com a convivência, até
     atingir a identificação cultural e a confiança.
             Na fase inicial, a de conversa de sensibilização, a professora
     visitou cada uma das 24 empresas apresentando os objetivos do processo,
     as condições de acompanhamento, os parâmetros a serem avaliados na
     empresa e as garantias que ambas as partes poderiam honrar (sigilo,
     acesso a dados, acompanhamento, retorno). A professora também teve que
     explanar sobre a abrangência da profissão do designer e as possibilidades
     que ela permite. A resposta dos empresários e gerentes de incubadoras
     quanto a este primeiro contato foi de abertura para novas formas de
     atuação do design, visto que quase a totalidade dos empresários se viu
     surpreso com a proposta de gestão.
             Qualitativamente, este pode ser considerado como um indicativo de
     sucesso da ação, visto que um processo de difusão da atuação profissional
     estaria sendo feito e, ainda que este não fosse o objetivo principal.
             A aproximação dos acadêmicos com a empresa gera uma avaliação
     diferente, visto que a grande maioria dos alunos da disciplina não tinham
     entrado em uma empresa. A validação da proposta da proposta consiste
     no fato de que as empresas representam o mercado de trabalho dos
     egressos, sendo assim, é de suma importância os alunos, desde já, terem
     conhecimento das dinâmicas, onde as metas, dificuldades, exigências
     devem ser dominadas para que se possa atuar. SILVA (1999), salienta que
     apesar das características diferentes entre as universidades e as empresas,



7° Congresso de Pesquisa & Desenvolvimento em Design
a dinâmica atual do mercado, e suas demandas de pessoal e pesquisa,
conduzem à necessidade de otimizar a parceria entre essas instituições.
        O parâmetro de indicativo de sucesso se faz presente a partir do
momento de cumpriu a primeira meta de integração, quebrar a distância
entre o acadêmico e seu meio de atuação. Essa primeira etapa do processo
de parceria empresa universidade foi assistida e orientada, tendo a
presença da professora como fator de segurança e de acompanhamento,
minimizando os erros, as divergências, as incompreensões de ambas as
partes.
        Os acadêmicos nunca haviam abordado um problema de design
sob a ótica da gestão. Assim sendo, quanto às questões de ensino, as
possibilidades de cooperação universidade-empresa, apresenta potencial
significativo em cenários onde o conhecimento é considerado fundamental
para o desempenho competitivo das empresas.
        Um dos principais fatores que tornam possível a integração
empresa-universidade é a existência de alguém capaz de falar as duas
línguas, a do empresário e a do estudante, e fazer a articulação entre eles.
        Na interação aluno-sistema, professor-sistema e não excluindo
aluno-professor, as atividades foram mediadas e acompanhadas pela
Internet, auferidas no sistema Polvo. Foi possível à professora acompanhar
o número de acessos dos alunos, quantidade de tempo conectado. No
geral, houve um acesso freqüente dos alunos, de modo que a cada novo
material publicado a mediação foi efetivada, os arquivos chegaram e
ficaram disponíveis a todos os acadêmicos.
        O acompanhamento do retorno dos diagnósticos junto às empresas
foi acompanhado pela professora, onde, em cada uma das empresas
foi realizada uma reunião final, dela participaram os acadêmicos, os
empresários, a professora e por vezes o gerente da incubadora.
        Um parâmetro que indica o sucesso na empreitada consiste no
repasse de conhecimentos para a empresa. Quando o empresário recebe o
diagnóstico da situação da empresa juntamente com propostas melhorias,
ele adquire o conhecimento da universidade. Assim, há possibilidade
do resultado desta pesquisa gerar novos projetos de pesquisa para a
universidade, aumentando a produção científica do pesquisador e gerando
recursos financeiros para a pesquisa.
        Os aspectos observados são relacionados com a interação entre
empresa, alunos e professor, a opinião dos empresários em relação
ao trabalho realizado, a repercussão em termos de mídia, ao interesse
despertado em novas empresas e desdobramentos esperados para novas
ações de mesma natureza. “A formação de parcerias entre a instituição
de ensino e a empresa pressupõe uma relação calcada no princípio de
reciprocidade, em que as potencialidades de cada uma das partes são
exercidas em prol do objetivo comum”. (ALESSIO, 2004).




b. Retorno dos atores




                               7° Congresso de Pesquisa & Desenvolvimento em Design
Dentre todos os atores envolvidos na ação de design, acadêmicos,
     professor e empresários, ainda pode-se destacar os gestores das
     incubadoras e algumas empresas que observaram de modo remoto o
     trabalho desenvolvido.
             A resposta dos empresários pode ser medida de duas maneiras,
     tangível e intangível. A primeira pode ser observada por meio dos
     questionários remetidos aos empresários, e respondido por cerca da
     metade deles, além dos questionamentos questionamento direto na reunião
     de retorno respondido pela totalidade. De forma intangível, o resultado é
     percebido pelas conversas informais e os conselhos de empresários, dentre
     outros sem que se possa avaliar de forma palpável seu conteúdo.
             A percepção dos empresários foi de surpresa quanto à amplitude
     de atuação do profissional do design, já observado no primeiro contato,
     e a admiração pela potencialidade que um trabalho desta natureza pode
     provocar na empresa. A realização dos diagnósticos é encarada como
     parte do processo de formação, e pelos menos dois empresários usaram
     este fator como parâmetro de julgamento do trabalho realizado, orientado
     os acadêmicos sobre seus pontos fracos, sobre suas fragilidades. Então,
     a interação empresa universidade, representaria como necessidade de
     aprendizagem permanente e de ajuste recíproco.
             Sobre a percepção dos alunos, não só a atuação na empresa, como
     também o ensino a distancia e seu processo de mediação via Internet, os
     acadêmicos concordam que o retorno imediato das atividades publicadas
     foi de suma importância, ou seja, o acompanhamento do professor se fez
     necessário uma maior freqüência de retorno sobre os trabalhos produzidos.
     Tal retorno gerou um novo ritmo de interações da professora com os
     alunos e nova forma de avaliação para o próximo ano. Cada uma das
     tarefas publicadas deverá ter um retorno num prazo máximo de três dias.
             Outro aspecto que pode ser considerado um parâmetro de avaliação
     foi a utilização do sistema Polvo, que permitiu aos alunos a interação
     entre eles, visto que todos os trabalhos publicados estavam disponíveis
     para todos os acadêmicos, permitindo a comparação entre si, elevando o
     nível dos trabalhos.
             Um fator decisivo que serve como indicativo de sucesso, são
     as publicações dos resultados em jornais de grande circulação, e a
     divulgação do trabalho pelas mídias internas das incubadoras, uma vez
     que as gerencias das mesmas acompanharam, de modo distante, os efeitos
     do trabalho, através de comentários dos empresários e daqueles que
     foram abordados pelos acadêmicos. Assim sendo o trabalho foi divulgado
     despertando interesse de novas empresas e de novas incubadoras.




     c. Divulgação e desdobramentos

         A primeira aplicação desta forma de aprendizado foi feita em 2005/01




7° Congresso de Pesquisa & Desenvolvimento em Design
com oito empresas, sendo grande parte da Incubadora Certi. A repercussão
dos resultados foi tamanha, que em julho de 2005 a incubadora MIDI,
de base tecnológica fez contato com a professora colocando a disposição
seus empresários para a divulgação do trabalho. No início do segundo
semestre foi feita uma reunião de divulgação junto a 12 empresários
daquela incubadora. Destes, foi materializada a adesão de sete novas
empresas para serem objeto do trabalho de design em sua segunda edição.
Da mesma forma empresas não incubadas, uma de equipamentos de
iluminação e outra de móveis de decoração, se mostraram receptivas para
um trabalho desta natureza.
         Os fatos do mês de julho de 2005 é que foram ainda mais
determinantes em uma avaliação do efeito do trabalho iniciado. A
incubadora Celta, que abrigou a primeira edição, apresentou proposta
de trabalho permanente, ou seja, a criação de um programa de gestão do
design junto às incubadas. Foi promovida uma ação de agradecimento e de
reconhecimento pelo trabalho prestado de modo a pleitear a permanência
da ação junto ao Celta. Desta forma foram apresentadas mais seis novas
empresas para serem objeto do trabalho em sua segunda edição. Assim
sendo, na 2ª vez em que houve a implantação de Ensino a Distância na
disciplina de Gestão do Design – aliada à integração Empresa-Universidade,
16 empresas (dentre incubadas e graduadas) foram diagnosticadas pelos
alunos.
         Outros parâmetros de avaliação podem ser verificados quanto
a absorção do conhecimento gerado pelos acadêmicos pela empresa.
Conforme afirmam os autores FRACASSO e SANTOS (1992), o critério
de sucesso do processo de interação se evidencia quando o resultado da
pesquisa tem utilidade e é efetivamente transferido para a empresa. Além
disso, o produto ou processo é produzido pela empresa e tem sucesso no
mercado.
         O indicador de sucesso da interação é a satisfação, e mesmo a
surpresa do empresário quanto aos resultados do trabalho. Outro parâmetro
sucesso do processo de interação aplicar o resultado da pesquisa, no
mercado e a ampliação dos conhecimentos dos acadêmicos. Esse sucesso
irá se refletir como um diferencial de mercado para a empresa.
         A apropriabilidade do conhecimento gerado pelos empresários
possui duas vertentes que podem ser observadas em duas situações. Em
um caso uma das acadêmicas que compunha a equipe foi contratada
como estagiária pela empresa, ou seja, a companhia não só absorveu o
conhecimento gerado pela equipe, como se apropriaram dos conhecimentos
da acadêmica para ser utilmente aplicado em problemas de diferentes
domínios da empresa.
         No outro caso, a empresa se apropriou do conhecimento
gerado pelos acadêmicos, porém, optou em realizar o projeto por outro
profissional. Esse fato demonstra que ainda falta a sensibilização por
parte do parte dos empresários, que ainda olham com certa desconfiança
para os acadêmicos. O que leva a atentar quanto à inexperiência dos
acadêmicos e a necessidade de acompanhamento, por parte do professor e
acadêmicos, no período após o término do trabalho. MELO (2002) afirma




                              7° Congresso de Pesquisa & Desenvolvimento em Design
que o cerne das dificuldades na interação universidade-empresa está nas
     próprias características das instituições – uma com interesse em gerar
     lucros, e outra, em gerar conhecimento. Aponta, também, que a falta de
     conhecimento por parte de ambas as instituições sobre os interesses da
     outra pode gerar falhas de comunicação.

     d. Quanto ao conhecimento

     O conhecimento é um parâmetro intangível, mas de suma importância no
     processo de interação empresa-universidade. Este pode ser avaliado por
     três parâmetros: geração do conhecimento; transmissão do conhecimento;
     e disseminação do conhecimento.
             O primeiro fator pode ser observado pela surpresa dos empresários
     diante da apresentação dos diagnósticos, e o interesse de novos empresários
     para passar pela experiência. Por parte dos acadêmicos, o resultado pode
     ser medido pelas notas, a média das turmas foi em torno de 8,0.
             Os itens seguintes são o próprio conhecimento relevante que é
     propagado e absorvido dentro das organizações e pelos acadêmicos. Ou
     seja, o diagnóstico (resultado da pesquisa realizada pelos alunos), sendo
     apresentado ao empresário, e este fornece um feedback no mesmo instante
     para os acadêmicos.
             Assim, é preciso haver uma convergência de interesses e tratar
     o assunto com franqueza, para que os dois lados obtenham resultados
     consistentes e satisfatórios.

     Considerações finais

             O objetivo do trabalho de implementação parcial de Ensino à
     Distância era de aproximar a empresa da universidade, de desenvolver
     junto aos alunos a sua autonomia, de propagar a cultura do design e
     de fomentar mercado para os egressos do curso. Acredita-se que pelos
     resultados apresentados a aproximação entre empresa e mercado não só
     se confirmou como gerou novas expectativas. A primeira experiência foi
     feita solicitando a contribuição da empresa, na segunda edição são as
     empresas que solicitam a atuação dos acadêmicos. Da mesma forma o
     interesse da incubadora de implementar programa permanente de gestão
     do design mostra que a aproximação era desejável e produtiva de modo a
     ser transformada em ação duradoura.
             A autonomia desejada dos alunos ainda deve ser objeto de
     novos estímulos. A orientação bastante próxima da professora, e o
     acompanhamento das atividades podem ser mais detalhados de modo
     a permitir aos acadêmicos maior confiança em seu trabalho permitindo
     que o mesmo se posicione de modo confiante diante dos empresários,
     seus clientes. Foi possível perceber que o grupo de acadêmicos desta
     experiência se viu desafiado a trabalhar de forma autônoma se vendo
     diante de tomadas de decisão as quais eles teriam que explicitar, defender
     e implementar.
             Os bons resultados ocorreram porque os a interação empresa-



7° Congresso de Pesquisa & Desenvolvimento em Design
universidade é de interesse da tanto da empresa quanto para a instituição-
corpo discente, tendo-se a geração de conhecimento com principal fator
viabilizador.
        A compreensão do papel da interação na construção do
conhecimento é fundamental para que o professor possa facilitar,
promover e melhorar a aprendizagem escolar. Apesar do grande empenho
dos alunos em analisar e diagnosticar a empresa, é responsabilidade da
empresa viabilizar a aplicação do conhecimento dos acadêmicos, gerando
inovações e contribuindo para a competitividade.
        As evidências mostram que quando compreendem claramente
o papel do aluno dentro da sua organização, competência deste versus
necessidade da empresa, consegue-se estabelecer ligações maduras e
duradouras entre Empresa-Universidade e obter ganhos reais com estas
ligações. O comprometimento dos acadêmicos, que entendem missão
e objetivos do projeto da disciplina, empenhados com a produção,
disseminação e transferência de conhecimento e processos organizacionais
é que dão suporte a esta permuta de forma profissional e empreendedora.
        Com base nos resultados averiguados, fazem-se ajustes, visto que
a atividade de ensino é uma busca constante da situação ideal e de resposta
permanente às necessidades da sociedade. Uma adaptação que deverá ser
feita é o monitoramento da repercussão do trabalho junto às empresas
num período pós-apresentação. Outro fator que deve ser melhorado é a
capacidade dos alunos de fazerem a venda do seu projeto. Assim sendo
cada nova edição deste projeto terá sua qualidade elevada.
        Assim sendo, os beneficiados deste empreendimento são os
estudantes que por meio de novos conhecimentos e habilidades, podem
obter uma posição competitiva no mercado de trabalho; as empresas
que poderão aperfeiçoar suas atividades, contratando profissionais com
formação acadêmica de boa qualidade e a própria sociedade, para cujo
bem-estar devem convergir todas as ações.

Referências

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para potencializar inovação e a cooperação universidade-empresa.
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     Manual de Gestão do Design. Centro Português de Design. Portugal,
     1997.

     MELO, Pedro. A cooperação universidade/empresa nas universidades
     públicas brasileiras. 2002.Tese (Doutorado em Engenharia de Produção)
     – Departamento de Engenharia de Produção e Sistemas, Universidade
     Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2002.

     MOTA, Teresa Lenice Nogueira da Gama. Interação Universidade-
     Empresa na Sociedade do Conhecimento: reflexões e realidade.
     Brasília: Revista Ciência da Informação, v. 30, ago, 2001.

     NETO, Reinaldo Cherubini. Podem as condições capacitadoras da
     criação do conhecimento organizacional auxiliar o processo de
     interação universidade-empresa?. Revista do Centro de Ciências da
     Economia e Informática - CCEI - URCAMP, v.7, n.11, p. 23-31.2003.

     OLIVEIRA, Rodrigo Maia de. A Cooperação da Universidade Federal
     de São Carlos com a Sociedade. 2002. 158p. Dissertação (Mestrado).
     Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção. Centro de
     Ciências Exatas e de Tecnologia. Universidade Federal de São Carlos,
     2002.

     PLONSKI, Guilherme Ary. Cooperação universidade-empresa: um
     desafio gerencial complexo. São Paulo: Revista de Administração, USP,
     v. 34, nº 4, p. 5-12, outubro/dezembro 1999.

     ________________________. Cooperação empresa-universidade:
     antigos dilemas, novos desafios. Revista USP, São Paulo (25): 32-41,
     março/maio. 1995.

     SILVA, José Carlos Teixeira da. Centro Operacional de Desenvolvimento:
     Modelo de Interação Empresa-Universidade. In. Interação Universidade
     Empresa II. Brasília: Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e
     Tecnologia, p.225 – 245, 1999.

     (Footnotes)
     1
         Polvo é um Sistema de Apoio à aprendizagem, de código aberto desenvolvido pela




7° Congresso de Pesquisa & Desenvolvimento em Design
parceria: MEC / SEED / PROINFO - UDESC / ESAG / LabTIC - UFES / FCAA / FIEPE
com a equipe de Desenvolvimento do Sistema coordenada por Julibio David Ardigo,
Dr.
2
  Incubadora de empresas de base tecnológica, da Fundação Certi, com mais de 15 anos
de existência, instalada no Parque Alfa em Florianópolis.
3
   Incubadora de Empresas de Base Tecnológica catarinense, localizada no bairro
universitário Trindade, em Florianópolis, capital do Estado de Santa Catarina.




                                  7° Congresso de Pesquisa & Desenvolvimento em Design
7° Congresso de Pesquisa & Desenvolvimento em Design

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Qualidade na ação de design

  • 1. Qualidade na ação de design Success at design diagnosis MACEDO, Mayara Atherino, Graduanda em Design Gráfico, bolsista do CNPq. UDESC mayara_macedo@yahoo.com.br ROSA, Silvana Bernardes. Doutora. UDESC silvana_rosa@floripa.com.br Resumo A integração empresa-universidade tem o intuito de vincular a teoria com a prática. Tal experiência foi aplicada, por dois semestres consecutivos, no curso de Design, Habilitação em Gráfico e Industrial, da Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC. Acadêmicos de ambas habilitações trabalharam unidos para realizar diagnósticos em design em empresas incubadas, oferecendo às empresas uma proposta de trabalho baseada em princípios de design estratégico, além de potencializar a aprendizagem dos alunos. A avaliação de tal processo pode girar em torno de inúmeros parâmetros, o presente artigo visa identificá-los para a avaliação do sucesso dos diagnósticos estratégicos nas empresas. Palavras Chave: design, integração, qualidade. Abstract The integration between college and company has the objective of linking theory with practice. Such experience was applied for two successive semesters at the graphic and industrial design courses of the UDESC. Academics from both industrial and graphic courses worked together to make diagnosis at incubated companies, offering to them a propose of work based on strategic design principles, potentializing the student’s learning. The process evaluation can de about uncountable parameters. The present article aims to identify those parameters for the evaluation of the success of strategic diagnosis at the companies. Keywords: design, integration, quality. 7° Congresso de Pesquisa & Desenvolvimento em Design
  • 2. Introdução A implantação de um processo que visa a qualidade de uma ação começa com entendimento do que significa qualidade. A qualidade refere-se a adequação de determinado produto ou serviço, apresentando reconhecidos valor e utilidade para o indivíduo que dele faz uso. Portando, pretende-se mensurar os fatores que levam a interação empresa- universidade a obter a qualidade, e conseqüentemente o sucesso. Para PLONSKI (1995), a cooperação universidade-empresa é um arranjo interinstitucional formado por organizações de natureza distinta, que podem ter finalidades diferentes e adotar formatos bastante diversos. O atual contexto da economia, em acelerada transformação, é um fator colaborador para que relação universidade-empresa seja intensificada. Tal relacionamento traz benefícios mútuos, pois se trata de uma multiplicidade de ações que potencialmente, com maior ou menor intensidade podem ser desenvolvidas por essas organizações. Analisar esse processo de interação e mensurar seu impacto nas organizações e universidade, pensando sempre na melhoria, para se alcançar o sucesso é que trata este artigo. Metodologia Este trabalho analisa a qualidade na ação de design, por meio da interação empresa-universidade, baseando-se em: a) estudos de caso dos 24 diagnósticos realizados ao longo do ano de 2005. b) identifica os envolvidos no processo e ligações que podem ser estabelecidas entre as empresas e a universidade. As etapas propostas para o desenvolvimento deste estudo são as seguintes: levantamento bibliográfico, visita e entrevista com empresas e alunos da disciplina Gestão do Design e consulta ao Sistema Polvo1. Atores, características e papeis. Atores Características Papéis Construir as situações de Condutor do processo, aprendizagem, mediar as ambientado com tecnologias relações dos alunos com de informação. Experiência o sistema informatizado, Professor anterior em ensino e orientação identificar empresas a distância. Acompanhamento potenciais para serem diário das atividades virtuais. analisadas pelo processo de diagnóstico em design. 7° Congresso de Pesquisa & Desenvolvimento em Design
  • 3. Percorrer os caminhos críticos Intimidade com meios apontados pelas guias de digitais de comunicação, atividades. Formular suas integrados à rede de críticas, levantar os dados, Aluno computadores e com acesso manter os prazos. Efetuar o doméstico à mesma. (dados diagnóstico junto às empresas levantados junto aos alunos) clientes disponibilizadas. Disponibilizar dados Empresas em ascensão ou empresariais sobre mercado, incubadas. Empresários processo produtivo, jovens, ousados e estimulados posicionamento estratégico, Empresa por novas investigações. valores, missão e visão Nas empresas serão feitos as de negócios. Participar no avaliações e os diagnósticos levantamento e analise destes de design. dados. Interação entre empresa e universidade Procurando vincular a teoria com a prática, a disciplina se desenvolveu baseando-se em caso real. Para tanto foram contatadas empresas (a grande maioria das Incubadoras de Empresas Celta2 e Midi3) que foram objeto de trabalho das equipes de alunos. A característica principal da quase totalidade da empresas atendidas é que se encontram em estagio inicial de desenvolvimento, com tempo de vida inferior a quatro anos, estando relativamente distante do design. A tarefa dos alunos foi de mergulhar no universo da empresa, tanto em seu ambiente interno como externo de modo a identificar oportunidades de desenvolvimento de projetos de design. O benefício do diagnóstico para as empresas consiste na probabilidade de incorporação do design às suas estratégias gerenciais, e na possibilidade de aplicação do conhecimento oriundo da pesquisa dos acadêmicos em ações podem interferir na competitividade da empresa. Segundo MELO (1999), para garantir ou ampliar espaços cada vez mais disputados de mercados as empresas têm buscado novas formas de organização que proporcionem condições para a inovação tecnológica. Salienta que essas formas são parcerias entre empresas e destas com universidades, têm o objetivo de manterem e ampliarem suas condições de competitividade. Em relação ao corpo discente, o trabalho se caracterizou como um importante meio de aprendizado e obtenção de informações indispensáveis para o aprimoramento e atualização conhecimento, possibilidade de trabalharem com problemas mais concretos, que refletem as reais necessidades da indústria. Segundo MACULAN e MERINO (1998) “a interação com a indústria representa uma oportunidade para diversificar as formas de valorização dos conhecimentos e competências acumuladas, adquirir novas competências e assumir um novo papel no crescimento econômico”. 7° Congresso de Pesquisa & Desenvolvimento em Design
  • 4. Discussão A avaliação de um processo de integração entre empresa e universidade pode girar em torno de inúmeros parâmetros. Alguns deles serão abordados a seguir visando uma primeira leitura de resultados obtidos. Diversos valores podem ser levantados, os parâmetros de identificação dos fatores que resultam na qualidade da ação de design, se apresentam de forma quantitativa e qualitativa. Aquele mais fácil de se perceber, enquanto este se percebe mais sutilmente. Assim, a discussão se fará a partir dos valores obtidos. a. Interações Segundo ALESSIO (2004) “quando se fala nas atividades que estão inseridas no conceito de cooperação, interação, vinculação ou relação entre a instituição de ensino e a empresa, está se falando de uma multiplicidade de ações que potencialmente, com maior ou menor intensidade podem ser desenvolvidas por essas organizações”. O processo de interação empresa-universidade pode ser avaliado a partir de diversas óticas. Através do relacionamento professor empresa, aluno empresa, aluno sistema, professor sistema. Tais ações conjuntas puderam ser verificadas a partir do acompanhamento de relatórios de acesso, por meio da avaliação do empresário e do aluno. Nesta primeira fase no processo de parceria empresa universidade, o professor é o primeiro agente de integrador. Seguindo algumas etapas no processo, iniciando-se no diálogo, intensificam-se com a convivência, até atingir a identificação cultural e a confiança. Na fase inicial, a de conversa de sensibilização, a professora visitou cada uma das 24 empresas apresentando os objetivos do processo, as condições de acompanhamento, os parâmetros a serem avaliados na empresa e as garantias que ambas as partes poderiam honrar (sigilo, acesso a dados, acompanhamento, retorno). A professora também teve que explanar sobre a abrangência da profissão do designer e as possibilidades que ela permite. A resposta dos empresários e gerentes de incubadoras quanto a este primeiro contato foi de abertura para novas formas de atuação do design, visto que quase a totalidade dos empresários se viu surpreso com a proposta de gestão. Qualitativamente, este pode ser considerado como um indicativo de sucesso da ação, visto que um processo de difusão da atuação profissional estaria sendo feito e, ainda que este não fosse o objetivo principal. A aproximação dos acadêmicos com a empresa gera uma avaliação diferente, visto que a grande maioria dos alunos da disciplina não tinham entrado em uma empresa. A validação da proposta da proposta consiste no fato de que as empresas representam o mercado de trabalho dos egressos, sendo assim, é de suma importância os alunos, desde já, terem conhecimento das dinâmicas, onde as metas, dificuldades, exigências devem ser dominadas para que se possa atuar. SILVA (1999), salienta que apesar das características diferentes entre as universidades e as empresas, 7° Congresso de Pesquisa & Desenvolvimento em Design
  • 5. a dinâmica atual do mercado, e suas demandas de pessoal e pesquisa, conduzem à necessidade de otimizar a parceria entre essas instituições. O parâmetro de indicativo de sucesso se faz presente a partir do momento de cumpriu a primeira meta de integração, quebrar a distância entre o acadêmico e seu meio de atuação. Essa primeira etapa do processo de parceria empresa universidade foi assistida e orientada, tendo a presença da professora como fator de segurança e de acompanhamento, minimizando os erros, as divergências, as incompreensões de ambas as partes. Os acadêmicos nunca haviam abordado um problema de design sob a ótica da gestão. Assim sendo, quanto às questões de ensino, as possibilidades de cooperação universidade-empresa, apresenta potencial significativo em cenários onde o conhecimento é considerado fundamental para o desempenho competitivo das empresas. Um dos principais fatores que tornam possível a integração empresa-universidade é a existência de alguém capaz de falar as duas línguas, a do empresário e a do estudante, e fazer a articulação entre eles. Na interação aluno-sistema, professor-sistema e não excluindo aluno-professor, as atividades foram mediadas e acompanhadas pela Internet, auferidas no sistema Polvo. Foi possível à professora acompanhar o número de acessos dos alunos, quantidade de tempo conectado. No geral, houve um acesso freqüente dos alunos, de modo que a cada novo material publicado a mediação foi efetivada, os arquivos chegaram e ficaram disponíveis a todos os acadêmicos. O acompanhamento do retorno dos diagnósticos junto às empresas foi acompanhado pela professora, onde, em cada uma das empresas foi realizada uma reunião final, dela participaram os acadêmicos, os empresários, a professora e por vezes o gerente da incubadora. Um parâmetro que indica o sucesso na empreitada consiste no repasse de conhecimentos para a empresa. Quando o empresário recebe o diagnóstico da situação da empresa juntamente com propostas melhorias, ele adquire o conhecimento da universidade. Assim, há possibilidade do resultado desta pesquisa gerar novos projetos de pesquisa para a universidade, aumentando a produção científica do pesquisador e gerando recursos financeiros para a pesquisa. Os aspectos observados são relacionados com a interação entre empresa, alunos e professor, a opinião dos empresários em relação ao trabalho realizado, a repercussão em termos de mídia, ao interesse despertado em novas empresas e desdobramentos esperados para novas ações de mesma natureza. “A formação de parcerias entre a instituição de ensino e a empresa pressupõe uma relação calcada no princípio de reciprocidade, em que as potencialidades de cada uma das partes são exercidas em prol do objetivo comum”. (ALESSIO, 2004). b. Retorno dos atores 7° Congresso de Pesquisa & Desenvolvimento em Design
  • 6. Dentre todos os atores envolvidos na ação de design, acadêmicos, professor e empresários, ainda pode-se destacar os gestores das incubadoras e algumas empresas que observaram de modo remoto o trabalho desenvolvido. A resposta dos empresários pode ser medida de duas maneiras, tangível e intangível. A primeira pode ser observada por meio dos questionários remetidos aos empresários, e respondido por cerca da metade deles, além dos questionamentos questionamento direto na reunião de retorno respondido pela totalidade. De forma intangível, o resultado é percebido pelas conversas informais e os conselhos de empresários, dentre outros sem que se possa avaliar de forma palpável seu conteúdo. A percepção dos empresários foi de surpresa quanto à amplitude de atuação do profissional do design, já observado no primeiro contato, e a admiração pela potencialidade que um trabalho desta natureza pode provocar na empresa. A realização dos diagnósticos é encarada como parte do processo de formação, e pelos menos dois empresários usaram este fator como parâmetro de julgamento do trabalho realizado, orientado os acadêmicos sobre seus pontos fracos, sobre suas fragilidades. Então, a interação empresa universidade, representaria como necessidade de aprendizagem permanente e de ajuste recíproco. Sobre a percepção dos alunos, não só a atuação na empresa, como também o ensino a distancia e seu processo de mediação via Internet, os acadêmicos concordam que o retorno imediato das atividades publicadas foi de suma importância, ou seja, o acompanhamento do professor se fez necessário uma maior freqüência de retorno sobre os trabalhos produzidos. Tal retorno gerou um novo ritmo de interações da professora com os alunos e nova forma de avaliação para o próximo ano. Cada uma das tarefas publicadas deverá ter um retorno num prazo máximo de três dias. Outro aspecto que pode ser considerado um parâmetro de avaliação foi a utilização do sistema Polvo, que permitiu aos alunos a interação entre eles, visto que todos os trabalhos publicados estavam disponíveis para todos os acadêmicos, permitindo a comparação entre si, elevando o nível dos trabalhos. Um fator decisivo que serve como indicativo de sucesso, são as publicações dos resultados em jornais de grande circulação, e a divulgação do trabalho pelas mídias internas das incubadoras, uma vez que as gerencias das mesmas acompanharam, de modo distante, os efeitos do trabalho, através de comentários dos empresários e daqueles que foram abordados pelos acadêmicos. Assim sendo o trabalho foi divulgado despertando interesse de novas empresas e de novas incubadoras. c. Divulgação e desdobramentos A primeira aplicação desta forma de aprendizado foi feita em 2005/01 7° Congresso de Pesquisa & Desenvolvimento em Design
  • 7. com oito empresas, sendo grande parte da Incubadora Certi. A repercussão dos resultados foi tamanha, que em julho de 2005 a incubadora MIDI, de base tecnológica fez contato com a professora colocando a disposição seus empresários para a divulgação do trabalho. No início do segundo semestre foi feita uma reunião de divulgação junto a 12 empresários daquela incubadora. Destes, foi materializada a adesão de sete novas empresas para serem objeto do trabalho de design em sua segunda edição. Da mesma forma empresas não incubadas, uma de equipamentos de iluminação e outra de móveis de decoração, se mostraram receptivas para um trabalho desta natureza. Os fatos do mês de julho de 2005 é que foram ainda mais determinantes em uma avaliação do efeito do trabalho iniciado. A incubadora Celta, que abrigou a primeira edição, apresentou proposta de trabalho permanente, ou seja, a criação de um programa de gestão do design junto às incubadas. Foi promovida uma ação de agradecimento e de reconhecimento pelo trabalho prestado de modo a pleitear a permanência da ação junto ao Celta. Desta forma foram apresentadas mais seis novas empresas para serem objeto do trabalho em sua segunda edição. Assim sendo, na 2ª vez em que houve a implantação de Ensino a Distância na disciplina de Gestão do Design – aliada à integração Empresa-Universidade, 16 empresas (dentre incubadas e graduadas) foram diagnosticadas pelos alunos. Outros parâmetros de avaliação podem ser verificados quanto a absorção do conhecimento gerado pelos acadêmicos pela empresa. Conforme afirmam os autores FRACASSO e SANTOS (1992), o critério de sucesso do processo de interação se evidencia quando o resultado da pesquisa tem utilidade e é efetivamente transferido para a empresa. Além disso, o produto ou processo é produzido pela empresa e tem sucesso no mercado. O indicador de sucesso da interação é a satisfação, e mesmo a surpresa do empresário quanto aos resultados do trabalho. Outro parâmetro sucesso do processo de interação aplicar o resultado da pesquisa, no mercado e a ampliação dos conhecimentos dos acadêmicos. Esse sucesso irá se refletir como um diferencial de mercado para a empresa. A apropriabilidade do conhecimento gerado pelos empresários possui duas vertentes que podem ser observadas em duas situações. Em um caso uma das acadêmicas que compunha a equipe foi contratada como estagiária pela empresa, ou seja, a companhia não só absorveu o conhecimento gerado pela equipe, como se apropriaram dos conhecimentos da acadêmica para ser utilmente aplicado em problemas de diferentes domínios da empresa. No outro caso, a empresa se apropriou do conhecimento gerado pelos acadêmicos, porém, optou em realizar o projeto por outro profissional. Esse fato demonstra que ainda falta a sensibilização por parte do parte dos empresários, que ainda olham com certa desconfiança para os acadêmicos. O que leva a atentar quanto à inexperiência dos acadêmicos e a necessidade de acompanhamento, por parte do professor e acadêmicos, no período após o término do trabalho. MELO (2002) afirma 7° Congresso de Pesquisa & Desenvolvimento em Design
  • 8. que o cerne das dificuldades na interação universidade-empresa está nas próprias características das instituições – uma com interesse em gerar lucros, e outra, em gerar conhecimento. Aponta, também, que a falta de conhecimento por parte de ambas as instituições sobre os interesses da outra pode gerar falhas de comunicação. d. Quanto ao conhecimento O conhecimento é um parâmetro intangível, mas de suma importância no processo de interação empresa-universidade. Este pode ser avaliado por três parâmetros: geração do conhecimento; transmissão do conhecimento; e disseminação do conhecimento. O primeiro fator pode ser observado pela surpresa dos empresários diante da apresentação dos diagnósticos, e o interesse de novos empresários para passar pela experiência. Por parte dos acadêmicos, o resultado pode ser medido pelas notas, a média das turmas foi em torno de 8,0. Os itens seguintes são o próprio conhecimento relevante que é propagado e absorvido dentro das organizações e pelos acadêmicos. Ou seja, o diagnóstico (resultado da pesquisa realizada pelos alunos), sendo apresentado ao empresário, e este fornece um feedback no mesmo instante para os acadêmicos. Assim, é preciso haver uma convergência de interesses e tratar o assunto com franqueza, para que os dois lados obtenham resultados consistentes e satisfatórios. Considerações finais O objetivo do trabalho de implementação parcial de Ensino à Distância era de aproximar a empresa da universidade, de desenvolver junto aos alunos a sua autonomia, de propagar a cultura do design e de fomentar mercado para os egressos do curso. Acredita-se que pelos resultados apresentados a aproximação entre empresa e mercado não só se confirmou como gerou novas expectativas. A primeira experiência foi feita solicitando a contribuição da empresa, na segunda edição são as empresas que solicitam a atuação dos acadêmicos. Da mesma forma o interesse da incubadora de implementar programa permanente de gestão do design mostra que a aproximação era desejável e produtiva de modo a ser transformada em ação duradoura. A autonomia desejada dos alunos ainda deve ser objeto de novos estímulos. A orientação bastante próxima da professora, e o acompanhamento das atividades podem ser mais detalhados de modo a permitir aos acadêmicos maior confiança em seu trabalho permitindo que o mesmo se posicione de modo confiante diante dos empresários, seus clientes. Foi possível perceber que o grupo de acadêmicos desta experiência se viu desafiado a trabalhar de forma autônoma se vendo diante de tomadas de decisão as quais eles teriam que explicitar, defender e implementar. Os bons resultados ocorreram porque os a interação empresa- 7° Congresso de Pesquisa & Desenvolvimento em Design
  • 9. universidade é de interesse da tanto da empresa quanto para a instituição- corpo discente, tendo-se a geração de conhecimento com principal fator viabilizador. A compreensão do papel da interação na construção do conhecimento é fundamental para que o professor possa facilitar, promover e melhorar a aprendizagem escolar. Apesar do grande empenho dos alunos em analisar e diagnosticar a empresa, é responsabilidade da empresa viabilizar a aplicação do conhecimento dos acadêmicos, gerando inovações e contribuindo para a competitividade. As evidências mostram que quando compreendem claramente o papel do aluno dentro da sua organização, competência deste versus necessidade da empresa, consegue-se estabelecer ligações maduras e duradouras entre Empresa-Universidade e obter ganhos reais com estas ligações. O comprometimento dos acadêmicos, que entendem missão e objetivos do projeto da disciplina, empenhados com a produção, disseminação e transferência de conhecimento e processos organizacionais é que dão suporte a esta permuta de forma profissional e empreendedora. Com base nos resultados averiguados, fazem-se ajustes, visto que a atividade de ensino é uma busca constante da situação ideal e de resposta permanente às necessidades da sociedade. Uma adaptação que deverá ser feita é o monitoramento da repercussão do trabalho junto às empresas num período pós-apresentação. Outro fator que deve ser melhorado é a capacidade dos alunos de fazerem a venda do seu projeto. Assim sendo cada nova edição deste projeto terá sua qualidade elevada. Assim sendo, os beneficiados deste empreendimento são os estudantes que por meio de novos conhecimentos e habilidades, podem obter uma posição competitiva no mercado de trabalho; as empresas que poderão aperfeiçoar suas atividades, contratando profissionais com formação acadêmica de boa qualidade e a própria sociedade, para cujo bem-estar devem convergir todas as ações. Referências ALESSIO, Paulo A. Informação e Conhecimento: um modelo de gestão para potencializar inovação e a cooperação universidade-empresa. 2004. 341 f. Tese (Doutorado) - Programa de Pós-graduação em Engenharia de Produção, Departamento de Departamento de Engenharia de Produção e Sistemas, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis. BONACCORSI, Andrea; PICCALUGA, Andrea. A theoretical framework for the evaluation of university-industry relationships. R&D Management n.24 v.3, p.229-247, 1994. FRACASSO, Edi Madalena e SANTOS, M. Elizabeth Ritter dos. Modelos de transferência de tecnologia da universidade para a empresa. In: Encontro Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Administração, 16. Canela, setembro de 1992. Anais... v.1 JANUÁRIO NETTO, Éden; BASSO, Cion Cassiano e CONCEIÇÃO, Zely 7° Congresso de Pesquisa & Desenvolvimento em Design
  • 10. da. Interação Escola-Empresa no CEFET-PR. In. Revista Educação & Tecnologia. Ano 2, nº 3, Editorial, p.139-150, ago 1998. MACULAN A. M, MERINO, J. C. Como avaliar a transferência do conhecimento na interação universidade-empresa? São Paulo: Anais do XX Simpósio de Gestão da Inovação Tecnológica, 1998. MAGALHÃES, Cláudio. Design Estratégico: integração e ação do Design Industrial dentro das empresas. SENAI/DN – SENAI/CETIQT – CNPq – IBIPTI – PADCT – TIB. 1997. Manual de Gestão do Design. Centro Português de Design. Portugal, 1997. MELO, Pedro. A cooperação universidade/empresa nas universidades públicas brasileiras. 2002.Tese (Doutorado em Engenharia de Produção) – Departamento de Engenharia de Produção e Sistemas, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2002. MOTA, Teresa Lenice Nogueira da Gama. Interação Universidade- Empresa na Sociedade do Conhecimento: reflexões e realidade. Brasília: Revista Ciência da Informação, v. 30, ago, 2001. NETO, Reinaldo Cherubini. Podem as condições capacitadoras da criação do conhecimento organizacional auxiliar o processo de interação universidade-empresa?. Revista do Centro de Ciências da Economia e Informática - CCEI - URCAMP, v.7, n.11, p. 23-31.2003. OLIVEIRA, Rodrigo Maia de. A Cooperação da Universidade Federal de São Carlos com a Sociedade. 2002. 158p. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção. Centro de Ciências Exatas e de Tecnologia. Universidade Federal de São Carlos, 2002. PLONSKI, Guilherme Ary. Cooperação universidade-empresa: um desafio gerencial complexo. São Paulo: Revista de Administração, USP, v. 34, nº 4, p. 5-12, outubro/dezembro 1999. ________________________. Cooperação empresa-universidade: antigos dilemas, novos desafios. Revista USP, São Paulo (25): 32-41, março/maio. 1995. SILVA, José Carlos Teixeira da. Centro Operacional de Desenvolvimento: Modelo de Interação Empresa-Universidade. In. Interação Universidade Empresa II. Brasília: Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia, p.225 – 245, 1999. (Footnotes) 1 Polvo é um Sistema de Apoio à aprendizagem, de código aberto desenvolvido pela 7° Congresso de Pesquisa & Desenvolvimento em Design
  • 11. parceria: MEC / SEED / PROINFO - UDESC / ESAG / LabTIC - UFES / FCAA / FIEPE com a equipe de Desenvolvimento do Sistema coordenada por Julibio David Ardigo, Dr. 2 Incubadora de empresas de base tecnológica, da Fundação Certi, com mais de 15 anos de existência, instalada no Parque Alfa em Florianópolis. 3 Incubadora de Empresas de Base Tecnológica catarinense, localizada no bairro universitário Trindade, em Florianópolis, capital do Estado de Santa Catarina. 7° Congresso de Pesquisa & Desenvolvimento em Design
  • 12. 7° Congresso de Pesquisa & Desenvolvimento em Design