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                               APRESENTAÇÃO




      O presente trabalho monográfico de cunho científico vem abordar o tema: O
lúdico na Educação Infantil, trazendo como questão central: qual a percepção dos
diretores, coordenadores pedagógicos e professores em relação à ludicidade na
prática pedagógica da Educação Infantil? Tendo como objetivo identificar a
percepção e analisar o posicionamento dos mesmos.


      A educação de crianças pequenas vem passando por um processo de
expansão na contemporaneidade, assim sendo mais difundida nas instituições
escolares e na sociedade em geral. Ademais, os administradores, como os
professores devem estar atentos à sua prática educativa, sendo que a equipe
escolar precisa ser bem qualificada e comprometida no desenvolvimento de suas
funções, para que o futuro de nossas crianças seja um processo de construção tanto
social, cultural, como humano. É preciso, assim, um novo olhar, direcionado à
Educação Infantil, de forma a percebermos as diversas possibilidades de se
aprender através das atividades lúdicas.


      Procuramos explicitar a pesquisa através de quatro capítulos discriminados a
seguir:


      No primeiro capítulo apresentamos a problemática em questão, a qual
realizamos de forma coesa o levantamento dos objetivos que nortearam os nossos
estudos, onde buscamos mais conhecimentos sobre a prática dos profissionais de
Educação Infantil em relação a ludicidade.


      O segundo capítulo é todo o desenrolar do quadro teórico no qual diversos
autores complementaram e respaldaram para contextualização do problema
pesquisado,   assim dando uma        melhor compreensão e definição de nossos
estudos.
12



      No   terceiro   capítulo   tratamos   a   respeito   dos   métodos   e   técnicas
desenvolvidas, dos sujeitos e lócus de pesquisa.


      E, no quarto capítulo temos a análise e resultados dos dados coletados mais
detalhadamente, e os discursos de cada um dos sujeitos envolvidos, como dos
autores que fundamentaram o quadro teórico.


      E, por fim, as considerações finais, onde buscamos sintetizar os resultados
relevantes, que trouxeram contribuições e mais conhecimentos para os estudos na
área de Educação Infantil, mais especificamente sobre as atividades lúdicas neste
segmento em escolas Municipais de Senhor do Bonfim.
13



                               CAPÍTULO I



                  CRIANÇA E EDUCAÇÃO INFANTIL


      Falar do desenvolvimento infantil nos dias atuais requer de nós um
movimento de estudo e análise sobre a significação de infância ao longo da história.
Durante muito tempo, a criança não era considerada no seu mundo como
protagonista, e sim ficava sempre em segundo plano ou esquecida num discurso
mais a parte das preocupações gerais e não tinha prioridades por parte de sua
família ou de outros adultos. De acordo com Kramer (1992, p.15), “Entende-se,”
comumente, “criança” por oposição ao adulto: oposição estabelecida pela falta de
idade ou de “ maturidade” e “de adequada integração social”.


      Os tratamentos e sentimentos relacionados à criança eram contraditórios e se
prolongou durante muito tempo, como enfatiza Jardim (2002, p.14), “a criança
aprendia as coisas que deveria saber ajudando os adultos a fazê-las”. Não havendo
muita distinção entre o adulto e a criança, ela não tinha sua própria vivência, na
realidade não existia espaço para a criança.


      Percebemos, assim, uma discrepância em relação à criança, que segundo o
historiador francês, Ariès “A criança era tratada como um adulto em miniatura”; e
ainda complementa Ariès (1978, p.50). “ Até por volta do século XII, a arte medieval
desconhecia a infância ou não tentava representá-la. É mais provável que não
houvesse lugar para a infância neste mundo”.


      Diante desse percurso, nos deparamos com um sistema educacional
totalmente atrasado e contraditório. No que diz respeito à educação pré-escolar,
que tinha como objetivo a obtenção de lucros, como sugere Kramer (1992, p.26),
“seu principal objetivo era o de garantir emprego a professores, enfermeiros e outros
profissionais”, assim a educação foi criada para interesse capitalista da sociedade e
não como meio de desenvolvimento cultural, social e psicológico do indivíduo.
14



      A propósito, a velha pré-escola, hoje educação infantil, reconhecida e
difundida, passando a ser encarada com mais prioridade, como ressalta Feltran
(1990, p.23) “É ingênuo qualquer argumento que contemple a não prioridade na
educação    pré-escolar   no    contexto     brasileiro   ou    em     qualquer     país    em
desenvolvimento,”. A concepção da educação de crianças vem se modificando ao
longo dos anos, algo relevante na função social das Instituições escolares. Pois, a
educação contribui para o desenvolvimento pleno, beneficia a contínua construção
de habilidades e novas experiências, favorecendo a formação da criança.


      Sendo, altamente relevante à formação integral do indivíduo, tendo como
base mediadora a escola, contida de “experiência especificamente humana, a
educação é uma forma de intervenção no mundo” (Freire, 1996, p.98). Neste
sentido, o papel da escola, como também das Leis é de garantir condições que
atendam as expectativas, possibilidades, para que as crianças busquem caminhos
valorizando e compreendendo os significados em torno de suas realidades, como
concorda Machado (2001, p.28),” a necessidade e o desejo de decifrar o universo de
significados que o cerca leva a criança a coordenar idéias e ações a fim de
solucionar os problemas que se apresentam”.



      No entanto, a educação infantil é muitas vezes vista com descaso pela
sociedade e boa parte tem uma concepção errônea, de achar que as crianças só
brincam o tempo todo e nada aprendem, será mesmo que brincando não se
aprende? Assim desfavorecendo a área educacional e desqualificando o profissional
nela inserido, não percebendo estes à necessidade e importância da educação
infantil nesta fase da vida. Como cita Maluf (2003).




                           Toda criança que brinca vive uma infância feliz, além de tornar-se um
                           adulto muito mais equilibrado física e emocionalmente, conseguirá
                           superar com mais facilidade, problemas que possam surgir no seu
                           dia-a-dia. Todo aprendizado que o brincar permite é fundamental para
                           a formação da criança, em todas as etapas da sua vida (p.21).



      A infância é fase fundamental do ser humano por isso deve ser vista com
prioridade pelo adulto, e deve ser vivida com intensidade pela criança.
15



      Muitas foram às contribuições de educadores e estudiosos que fizeram
valorizar a educação da primeira infância cada um a sua forma        ou    pensamento.
Sendo importante para as crianças, que segundo Almeida (1995), destacaram-se:


       Montaigne (1533-1592) – já partia para o campo da observação, fazendo à
criança adquirir curiosidade por todas as coisas que visse ao seu redor: um edifício,
uma ponte, etc.;


      Comênio (1592-1671) – resumia seu método em três idéias fundamentais que
foram as bases da nova didática: naturalidade, intuição e auto-atividade;


      Jean-Jacques Rosseau (1712-1778) – demonstrou que a criança tem
maneiras de ver, de pensar e de sentir que lhe são próprias;


      Com Froebel (1782-1852) – se fortalecem os métodos lúdicos na educação.
O grande educador faz do jogo uma arte, um admirável instrumento para promover a
educação para as crianças.


      Para Dewey (1859-1952) – as diversas formas de ocupação ativa têm a
oportunidade de filiar-se à vida, de fazer o ambiente natural da criança (...).


      Maria Montessori (1870-1952) – tendo encontrado em Froebel a idéia dos
jogos educativos, ela remonta à necessidade desses jogos para a educação de cada
um dos sentidos. Os jogos ”sensoriais”.


      Para Piaget, os jogos tornam-se mais significativos à medida que a criança se
desenvolve, pois, a partir da livre manipulação de materiais variados, ela passa a
reconstruir objetos, reinventar as coisas, o que já exige uma “adaptação” mais
completa.


      Diante do que vimos acima conforme a concepção de cada um dos autores,
Almeida (1995), vem afirmar que: a atividade lúdica é o berço obrigatório das
atividades lúdicas intelectuais e sociais superiores, por isso, indispensáveis à prática
educativa.
16



      A questão da ludicidade nas Instituições de educação Infantil, ainda é pouco
desenvolvida como método de ensino/aprendizagem, por isso torna-se limitada. Por
sua vez, as crianças se expressam de várias formas, sendo sujeitos de suas
próprias ações, de modo que vale ressaltar que nesta fase da vida a cognição
infantil está apta a aprender com muita facilidade ou mesmo apropriar-se dos
significados e sentidos do mundo que os cercam, então o desenvolvimento
intelectual, a motricidade devem ser explorados criativamente, pois o aprendizado
através do lúdico ganha espaço, sendo uma forma prazerosa, contribuindo como
uma conexão perfeita, oportunizando as curiosidades, a interação social, porém, a
criança não só estará explorando o ambiente que vivencia, mas a construção de
conhecimentos perpassados através das atividades lúdicas, onde a criança aprende
brincando.


        A teoria Walloniana que vem falar dos estágios do desenvolvimento infantil,
social, psicológico e motor, onde apresenta as fases que devem ser estimuladas e
incentivadas pelos adultos “para que a brincadeira seja levada adiante, a criança
precisa de atenção e disponibilidade do adulto... de uma forma não-invasiva nem
retaliativa” Machado (1994). Pois, a formação da personalidade, a constituição de si,
o desenrolar da linguagem, o interesse por decifrar o espaço em que está inserida, a
observação de si e do outro, tudo exige e abrange uma maneira de educar muito
mais instigante de forma global.


      A concepção de ludicidade tem importância como elemento dinamizador,
devendo estar dentro das limitações e possibilidades de cada criança, a brincadeira
faz parte da infância, sendo crucial em todo tempo, como forma de aprendizado
cativante e proveitosa. “Brincar, jogar, agir ludicamente, exige uma entrega total do
ser humano” Luckesi (2007). Portanto, o brincar precisa ser espontâneo, e não está
ligado a objetivos, mas sim ao prazer, ao desenvolvimento do indivíduo.


      O brincar proporciona alegria, meio de desvendar, conhecer, criar fantasias
baseados na realidade, de imaginação, reflexão e socialização. “Os brinquedos
terão um sentido profundo se vierem representados pelo brincar. Por isso a criança
não cansa de pedir aos adultos que brinquem com ela”. Almeida (1994, p.39).
17



      A proposta de uma educação mais rica e concentrada no universo infantil
depende de uma intervenção pedagógica inovadora e de se repensar um currículo
voltado à infância, o qual deve estar atrelado ao desenvolvimento infantil, onde a
criança deve ser valorizada como tal.


      A percepção do coordenador pedagógico e diretor como também do educador
são fundamentais, diante da ação pedagógica, precisando ser inovadora e
contagiante, atentando para as diversas atividades como jogos e o lúdico, para que
favoreçam as crianças a livre expressão, a criatividade e as novas descobertas,
segundo Maluf (2003), “o brincar pode ser um elemento importante através do qual
se aprende, sendo sujeito ativo desta aprendizagem que tem na ludicidade o prazer
de aprender”; contudo, o brincar além da produção de conhecimentos, do
encantamento e da satisfação, promove o desenvolvimento em geral.


      A relevância da atividade criadora, da ludicidade, do jogo e do brincar,
tornam-se momentos ricos de novas vivências, tanto coletivas, como individuais
como sugere Luckesi (2007): ”as atividades lúdicas poderão ser praticadas
individualmente: não há dúvida quanto a isso; porém, há muito mais força, quando
praticadas coletivamente”. Por sua vez, o professor/professora precisa de novas
técnicas, métodos e outros aparatos pedagógicos, na busca incensante de estar
construindo sonhos que se tornarão realidades para nossas crianças, como ressalta
Maluf (2003, p.29), “devemos procurar inovar para não deixar que nossas aulas
sejam cansativas e que caiam na mesmice”.


      Por várias razões é que passamos a acreditar na diversidade de métodos e
técnicas hoje mais utilizadas, inseridas no contexto da formação dos profissionais
em geral de educação infantil, pois só tem a dar contribuições, assim sendo, as
atividades de caráter lúdico, o jogo e também os brinquedos, deve constar nos
currículos escolares dessa área educacional, tão primordial, como sugere Santos,
“Por isso quanto mais vivências lúdicas forem proporcionadas nos currículos
acadêmicos, mais preparados o educador estará para trabalhar com a criança”
(1997,p.21). Daí, a necessidade de uma formação específica, voltada para a
qualidade de aprendizagem das crianças menores.
18



      A relevância deste trabalho monográfico poderá trazer um novo enfoque
diante do título abordado “Brincando também se aprende na Educação Infantil”? As
perspectivas dos diretores, coordenadores pedagógicos e professores das
Instituições Escolares Municipais em Senhor do Bonfim-Ba. Para tanto, procuramos
explicitar, ou até mesmo delimitar a especificidade do trabalho docente e
profissionais, junto às crianças da primeira infância de modo,    diferenciado nas
instituições de educação infantil, procurando valorizar a ludicidade como forma de
aprendizagem, diante desse paradigma surgiu o seguinte questionamento:


      Qual a percepção dos diretores, coordenadores pedagógicos e professores,
em relação à ludicidade na prática pedagógica da Educação Infantil?


      Assim, definimos os seguintes objetivos:


. Identificar a percepção dos diretores, coordenadores pedagógicos e professores,
em relação à ludicidade na prática pedagógica da Educação Infantil.


 . Analisar o posicionamento dos diretores, coordenadores pedagógicos e
professores em relação à importância das atividades lúdicas na Educação Infantil,
confrontando os discursos dos sujeitos acima;


      Vislumbrando novas perspectivas quanto à percepção dos profissionais da
referida área, buscamos realizar a pesquisa      coerentemente, pois poderá trazer
subsídios relevantes de maneira que contribuirão para o desenvolvimento integral
das crianças pequenas, sendo que, a eficácia da Educação Infantil depende em
grande parte de uma equipe escolar direcionada e compromissada no exercício de
sua competência.
19



                               CAPÍTULO lI



      Diante do objetivo da pesquisa: identificar a percepção de diretores,
coordenadores pedagógicos e professores, em relação à ludicidade da prática
pedagógica na Educação Infantil, passamos a discorrer sobre as palavras-chave que
servem de embasamento para a realização metodológica, interpretação de dados a
serem analisados, como também da relevância na construção de uma educação de
qualidade para as crianças pequenas.


      Assim, deram-se mais ênfase aos conceitos-chave: Educação infantil,
ludicidade, prática pedagógica e gestores escolares.




2.1 - EDUCAÇÃO INFANTIL, UM NOVO OLHAR


        Durante muito tempo, a educação de primeira infância foi atribuída ao
assistencialismo e a figura feminina, e de acordo a maneira como a mulher conduzia
a situação com uma “certa sensibilidade” seu jeito de ser cuidadoso. Não havia
exigências para o magistério; uma história marcada por baixos salários, a educação
de crianças delegava-se somente ao gênero feminino. Assim complementa -
Referenciais para a formação de professores:




                       O imaginário social foi cristalizando uma representação de trabalho
                       docente destinado a crianças, cujos requisitos são muito mais a
                       sensibilidade e a paciência do que o estudo e o preparo profissional. Em
                       tese, as mulheres seriam mais afeitas a essas “ virtudes” e, portanto, a
                       elas caberia muito bem a função de professores polivalentes (1999,p.31).




      Hoje a educação de crianças na primeira infância, toma novos rumos, as
instituições de educação infantil são mais bem qualificadas e estão atreladas às
mudanças, a criança do século XXI, passa a ser vista como um ser social que é o
que viabiliza um prolongamento do tempo de infância. Sendo assim, a criança
necessita ser considerada como um sujeito de suas próprias ações, manifestações
20



em seu contexto cultural, histórico e social. E, por isso, faz-se necessário uma
especificidade que norteia a prática educativa junto à criança, embasada em suas
diferentes fases, assim Angotti (2006), vem definir esta questão:




                        Crianças, seres íntegros em suas manifestações de singularidade,
                        sociabilidade, historicidade e cultura, que por meio das práticas de
                        educação e cuidado, deverão ter a garantia de seu desenvolvimento
                        pleno pelas vias da integração entre seus aspectos constitutivos, ou seja,
                        o físico, emocional, afetivo, cognitivo, lingüístico e social (p.20).




      No entanto, a função da educação é a de conduzir a criança no seu próprio
meio, numa educação de forma diferenciada, que possa vivenciar, protagonizar,
explorar e conviver no seu próprio universo infantil de poder criar, fantasiar e estar
construindo a aprendizagem a sua maneira e que os profissionais valorizem o seu
saber anterior. Como sugere Froebel e Arce (2002), “a criança precisa ter uma
mente ativa e livre para poder abrir as portas do conhecimento, ela deve ser livre
para explorar, escolher, questionar e agir, a aprendizagem deve sempre partir do
que o indivíduo possui.” O professor, como a família deve valorizar e incentivar o
que já existe de interno na criança.


       Como na educação infantil ocorreram mudanças ao longo do tempo, este
paradigma vem inovar e beneficiar para a construção de possibilidades e habilidades
desde muito cedo, pois as crianças fazem escolhas e assumem o seu papel
favorecendo o próprio crescimento pessoal, relacionando-se no meio em que vive,
para a formação da personalidade desde os primeiros anos de vida.




                        Os novos paradigmas englobam e transcendem a história, a
                        antropologia, a sociologia e a própria psicologia resultando em uma
                        perspectiva que define a criança como ser competente para interagir e
                        produzir cultura no meio em que se encontra (PARÂMENTROS
                        NACIONAIS DE QUALIDADE PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL.2006,
                        P.13).



       Neste sentido, as experiências vividas por elas nesta fase da vida servem
para garantir a socialização, entre adultos e as crianças da escola, os quais
21



possuem vários saberes culturais, contudo, estas crianças podem reafirmar suas
identidades, pois é propício o convívio com a diversidade em geral, que podemos
observar como positivo dentro do campo educacional infantil.



                      O desenvolvimento da identidade e da autonomia estão intimamente
                      relacionados com os processos de socialização. Nas interações sociais se
                      dá a ampliação dos laços afetivos que as crianças podem estabelecer
                      com as outras e com os adultos, contribuindo para que o reconhecimento
                      do outro e a constatação das diferenças entre as pessoas sejam
                      valorizadas e aproveitadas para o enriquecimento de si próprias
                      (MEC/SEF, 1998, p.11).




      Essa diversidade torna-se muito rica, pois favorece o universo infantil,
buscando caminhos e meios de interagir com a comunidade e com a família, pois
assim, estará conhecendo e participando de novos sentimentos e os diversos
costumes. Assim, atendendo as expectativas e prioridades necessárias as crianças
da educação infantil. Podemos complementar com o ART. 21, seção II, da
Legislação Brasileira (LDB-LEI DE DIRETRIZES E BASES), diz que a:




                       Educação infantil, primeira etapa da educação básica tem como base o
                       desenvolvimento integral da criança até os 6 primeiros anos em aspectos
                       físicos, psicológicos, intelectual e social, contemplando a ação da família
                       e da comunidade.




      A lei vem garantir o desenvolvimento pleno da criança de educação infantil,
uma vez que o ambiente precisa ser acolhedor, apropriado, prazeroso e lúdico, de
forma que possibilite o bem-estar, o crescimento intelectual e a aprendizagem em
geral, enfocando a ludicidade. E de acordo Santos e Cruz (1999):




                      A ludicidade, entendida como um mecanismo da subjetividade,
                      afetividade, dos valores e sentimentos – portanto, da emoção –, deverá
                      estar junto na ação humana, tanto quanto a razão. É preciso que ela dê
                      vazão a sua fantasia, a seus sonhos, pois sem isso estará limitada ao
                      mundo da razão (...), expressão e criatividade limitadas (p.112).
22



      Atualmente, a educação de crianças menores, tem um novo enfoque, e é
interessante lembrar que ela não se limita mais ao assistencialismo e à mera
instrução, mas disponibiliza situações para a criança agir, crescer intelectualmente,
tornando-se sujeito de seu aprendizado, dando-lhe oportunidades de descobrir-se de
maneira espontânea. Como vem dar subsídios Nicolau:




                       A Educação Infantil visa à criação de condições para satisfazer as
                       necessidades de educação da criança, oferecendo-lhe um clima de bem-
                       estar físico, afetivo-social e intelectual, mediante a proposição de
                       atividades lúdicas que promovam a curiosidade e a espontaneidade,
                       estimulando novas descobertas e o estabelecimento de novas relações a
                       partir do que já se conhece (1995, p.21).




      Ao analisarmos esses espaços, é conveniente entendermos como um âmbito
de formação geral, e não somente como construção de regras imediatas e sim de
relações e interações sociais. O desafio é que se criem oportunidades e
possibilidades do educando se expandir em todos os sentidos, devendo ocupar um
espaço especial em torno de sua formação tanto pessoal, quanto social.




2.2 – A LUDICIDADE COMO FONTE DE FORMAÇÃO




      Mediante o que vem sendo relatado desde o princípio deste trabalho e o que
diz respeito à educação de crianças e seu desenvolvimento social, cultural e motor,
em fim, tudo que venha trilhar um caminho de construção de conhecimentos de
forma agradável e espontânea através do brincar, da ludicidade, uma vez que, isso é
fonte de prazer e alegria, como pode concluir Santos (1997).




                       A ludicidade é uma necessidade do ser humano em qualquer idade e não
                       por ser vista apenas como diversão. O desenvolvimento do aspecto
                       lúdico facilita a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social e
                       cultural, colabora para uma boa saúde mental, prepara um estado interior
                       fértil, facilita os processos de socialização, comunicação, expressão e
                       construção de conhecimentos (p.12).
23




      Como Santos nos fala acima, a ludicidade é relevante em todas as fases da
vida, ademais é um aprendizado diversificado e envolvente, capaz de mexer, com o
emocional, cognitivo e psicológico de um ser humano de tão pouca idade, isso, nos
faz, ter uma ampla visão de educação infantil como prioridade, como base e
princípio de toda educação que se espera de um futuro promissor.


     Então, apesar do brincar estar em toda parte no dia-a-dia de cada criança,
deve-se valorizar este novo paradigma educacional e cada vez mais colocar em
prática, e assim preconizar e evidenciar as atividades lúdicas em diversas disciplinas
das áreas do conhecimento. Como vem confirmar, Almeida (1995):




                        A educação lúdica esteve presente em todas as épocas, povos,
                       contextos de inúmeros pesquisadores, formando, hoje, uma vasta rede
                       de conhecimentos não só no campo da educação, da psicologia,
                       fisiologia, como nas demais áreas do conhecimento (p.31).



      Além, de todo aprendizado que a ludicidade proporciona o brincar
desencadeia o cognitivo, a imaginação e a criatividade espontânea em cada ser.
Como cita Santos (1997).




                        Ao valorizar as atividades lúdicas, ainda a percebemos como uma
                       atividade natural, espontânea e necessária a todas as crianças, tanto que
                       o brincar é um direito da criança reconhecido em declarações,
                       convenções e leis a nível mundial (p.20).




      Nem só as brincadeiras como também os jogos são fontes de formação, por
contribuir com o desenvolvimento infantil desde o seu nascimento, pois induz às
possibilidades e habilidades físicas e motoras das crianças nas diferentes fases e
formas de seu comportamento, por auxiliar na construção de sua personalidade, na
formação de valores, como também das motivações e afetividades, sendo tudo isso
muito rico e fundamental, mesmo assim, ainda existem crianças privadas de algo
especial para suas vivências e que só traz benefícios para as mesmas.
24



      É neste sentido que, Santos (1997), vem afirmar “O aparecimento do jogo e
do brinquedo como fator do desenvolvimento infantil proporcionou um campo amplo
de estudos e pesquisas e hoje é questão de consenso a importância do lúdico”.
Sendo, muito importante ressaltar os tipos de brinquedos, se está de acordo ao nível
e faixa etária das crianças, e se condiz às capacidades, para que proporcione
significados às brincadeiras, como afirma Maluf (2003), “os brinquedos devem ser
adequados ao interesse, às capacidades, da etapa de desenvolvimento na qual a
criança se encontra”. No entanto, faz-se necessário valorizar as atividades lúdicas
no intuito de acrescentar para a formação integral do indivíduo.


        As atividades lúdicas e os brinquedos propiciam a aprendizagem,
estimulam a fantasia e a imaginação da criança, assim, ao brincar envolve aspectos
relacionados ao cotidiano, como conversar com determinados brinquedos à medida
que brincam, demonstrando afetividade e cuidados ao mesmo que enriquecem as
idéias e desenvolve a lingüística, o que facilita a simbolização, fazendo com que a
criança compreenda o mundo real em que vive. Almeida (1995, p.37), acrescenta:



                       O brinquedo faz parte da vida da criança. Simboliza a relação
                       pensamento-ação e, sob esse ponto, constitui provavelmente a matriz de
                       toda a atividade lingüística, ao tornar possível o uso da fala, do
                       pensamento e da imaginação.



     Nesta perspectiva, o brinquedo é um forte aliado na educação de crianças
menores, por possibilitar meios de construção de conhecimentos. Que segundo
Kishimoto (1994), o brinquedo “é entendido como objeto, suporte da brincadeira”. E
podemos perceber através de observações em casa ou na escola demonstrações de
emoções quando elas brincam, pois estão sempre atribuindo significados a estes
objetos; o brinquedo completa e envolve a criança em vários sentidos.




2. 2.1 - A CRIANÇA E O BRINCAR



     Brincar é viver intensamente, sem regras, de pureza e inocência, uma forma de
explorar o meio em que vive livremente, assim, o brincar promove o
25



desenvolvimento em todos os sentidos, por dar significados às brincadeiras, o que
abre os caminhos para o conhecimento. Como bem cita Machado (1994).




                       Brincar é viver criativamente no mundo. Ter prazer em brincar é ter
                       prazer em viver. Brincar com espontaneidade, sem regras rígidas e sem
                       precisar seguir estritamente os folhetos de instruções dos brinquedos, é
                       explorar o mundo por intermédio dos objetos (p.27).




      Diante disso, se o brincar é tão importante e de primazia para o ser humano,
quanto mais para a criança em pleno crescimento físico, mental e social, é
necessário compreender as crianças em seus diversos aspectos constitutivos, assim
fazendo valer ensinar brincando, para ensinar a viver desde o momento que este
vem ao mundo.


      Sobre esta questão (Santos e Cruz), podem complementar:




                       Para ajudar a criança no seu desenvolvimento buscamos compreender
                       sua natureza, e nessa busca encontramos o BRINCAR como uma
                       necessidade básica que surge muito cedo nela. A brincadeira é
                       considerada a primeira conduta inteligente do ser humano; ela aparece
                       logo que a criança nasce e é de natureza sensório-motora ( 1999, p.13).



      Brincar na infância é sublime em todos os momentos, por trazer alegria e
entusiasmo a criança, por isso o ambiente deve estar preparado, com bons espaços,
sem perigos, e muito bem arejados, só assim se sentirá em seu contexto, onde
descobrirá o mundo brincando.


      Partindo do pressuposto e de tudo que vem sendo explanado sobre a
importância do brincar, podemos salientar que é uma necessidade básica para a
criança, por possibilitar o desenvolvimento da mesma, de forma construtiva,
poderosa e enriquecedora a brincadeira, entretanto, deve-se à administração escolar
um posicionamento em relação à inserção nestes espaços das atividades lúdicas e
dos jogos, como fonte educacional. Martins e Lima (2001, p.53), acrescentam que:
26



                         A escola deve apresentar-se ao aluno como um ambiente alegre,
                        divertido, com múltiplas possibilidades de aprendizado e que,
                        principalmente sejam espaços que propiciem a brincadeira, o
                        desenvolvimento de regras sociais (...). Espaços dentro e fora da sala de
                        aula que sirvam para outras atividades mais descontraídas de ensino
                        aprendizagem.




      Para que a brincadeira aconteça é relevante um espaço aconchegante e
amplo, à medida que se devem disponibilizar brinquedos e objetos que propiciem o
brincar livre e descontraído.



                        No ato de brincar, os sinais, os gestos, os objetos e os espaços valem e
                        significam outra coisa daquilo que apresentam ser. Ao brincar as crianças
                        recriam e repensam os acontecimentos que lhes deram origem, sabendo
                        que estão brincando (MEC/ SEF, 1998, p.27).




      Nas brincadeiras, estas situações são de suma importância, uma vez que,
devemos valorizar, por serem momentos únicos e naturais, evidenciando esses
acontecimentos, pois, ocupam lugar na educação de crianças tanto no convívio
familiar, como educacional.


      Portanto, é por meio do brincar, do brinquedo e da brincadeira que a criança
se expressa de muitas maneiras como: as descobertas, o falar, a compreensão, a
criação, a imaginação, o sentido simbólico, a realidade da fantasia, à atenção, a
imitação,   então   essas       são   algumas     das    possibilidades      e    capacidades
desencadeadas e notórias no brincar. Que segundo Maluf (2003), vem ressaltar, “o
brinquedo é a riqueza do imaginário infantil, através dele a criança libera seus
sentidos, em todos os sentidos”. Para tanto, sobre os mais variados enfoques de um
ser tão “pequeno” e o brincar, mas que seja perceptível e valorizado, contudo,
podemos afirmar que, realmente BRINCAR é VIVER e as crianças brincam porque
é uma necessidade básica, assim como a nutrição, a saúde, a habitação e a
educação, segundo (Santos e Cruz, 1999). Sendo que tudo depende de nós, da
família, da comunidade, da educação.
27



2 . 3 – PRÁTICA PEDAGÓGICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL



      Diante do contexto educacional de Educação Infantil, principalmente da
concepção dessa área de atuação do educador, a prática pedagógica precisa ser
repensada, mesmo porque é de grande responsabilidade, por tratar-se da principal
fase do desenvolvimento da criança, assim, as atividades, os métodos e outros
aparatos devem ser colocados em prática, pois, servem de interesses, despertando
na criança curiosidades que proporcionem aprendizado e agrega a produção de
conhecimentos. Como complementa Lorenzato (2006).




                      (...) Procedimento muito rico pedagogicamente é a realização coletiva e
                      cooperativa das atividades, pois, além de favorecer a socialização das
                      crianças o conflito sociocognitivo propicia ao professor uma fonte
                      preciosa de informações a respeito do que as crianças conhecem, como
                      e o que estão aprendendo, como passam e como estão evoluindo. O
                      professor de educação infantil necessita ser, antes de mais nada, um
                      observador atento e um interventor oportuno (p.21).




      Ensinar exige um saber profundo de vivências, de forma que favoreçam a
sociabilidade, e meios que viabilizem a construção de si e do outro, gerando
aprendizado com mais facilidade e aproveitamento através das interações lúdicas.
Como vem afirmar Machado (2001).




                      Para o profissional de educação infantil, a necessidade de oferecer
                      condições que viabilizem as interações lúdicas tem como suporte o
                      reconhecimento do especial valor destas interações para as crianças, em
                      termos de elaboração de conhecimentos advindos do exercício ativo de
                      papéis sociais, conhecimentos estes imprescindíveis ao desenvolvimento
                      da consciência de si e do outro (p.43).




       É imprescindível uma prática educativa eficiente, pois o desenvolvimento da
criança acontece nesta primeira etapa da vida, sendo assim, os profissionais desta
área devem estar melhor capacitados de novas experiências e             voltados           a
ludicidade maneira prazerosa de ensinar e de aprender, pois sendo as atividades
28



lúdicas diversas e contagiantes, uma forma de aprender brincando,                  como vem
afirmar Maluf (2003).


                         A formação de um profissional nesta área precisa ser melhor embasada,
                        com conhecimentos que vivenciem experiências lúdicas, que atuem
                        como estímulos para aplicar seus poderes de habilidades, que
                        desabrochem naturalmente em uma variedade de maneiras de explorar a
                        si próprio e o ambiente em que se encontram. Assim, à medida que
                        vivenciam novas experiências, desenvolvem suas fantasias, e o prazer
                        se expande em alegrias. Com certeza seu cotidiano pedagógico será
                        mais rico, pois irão fluir novos projetos e novas criações (p.11).




      A prática pedagógica torna-se crucial, principalmente com tantas mudanças e
avanços tecnológicos, também a educação de crianças requer novos projetos, que
se repensem incorporar aos currículos atividades lúdicas, para que, a educação
infantil deixe de vez, o pensamento que muitos fazem que seja de assistencialismo e
cuidados, que somente brincam, e nada aprendem, se esses pensamentos fossem
verdades, a brincadeira não seria tão essencial em todas as fases. Que segundo
Maluf (2003), “Quem trabalha na educação de crianças deve saber que podemos
sempre desenvolver a motricidade, a atenção e a imaginação de uma criança,
brincando com ela. O lúdico é o parceiro do professor”.


       Assim, a percepção do educador deve permear para a construção do
desenvolvimento cognitivo infantil, devendo ser um interventor de propostas e
atividades no decorrer da ação educativa, na qual este organiza seu trabalho. Sobre
tal questão vem acrescentar Machado (2005): “a ação educativa deve visar às
capacidades de concepção e organização do trabalho (...). Correspondentes às
necessidades de contextualização social e pedagógica do trabalho dos educadores
de educação infantil”. Uma vez que, o educador esteja compromissado no seu fazer
pedagógico, percebendo e valorizando os conhecimentos trazidos pelas crianças.
Como cita Machado (2005).




                         A formação de profissionais da educação infantil precisa ressaltar da
                        dimensão cultural da vida das crianças (...). A educação das crianças de
                        0 a 6 anos tem um papel de valorizar os conhecimentos que as crianças
                        possuem e garantir a aquisição de novos conhecimentos (p.129).
29




       No entanto, o fazer pedagógico é função fundamental de ensino, cabe a
estes profissionais estarem bem engajados e empenhados de reflexões e avaliações
num constante comprometimento de educar, e de ousar criativamente este ensino,
pois, assim verá seus alunos como sujeitos de seu aprendizado. Segundo concorda
Angotti (2001).


                       Que o professor tenha elementos para proceder à análise, reflexões e
                       avaliações referentes ao seu próprio fazer, encontrando novos caminhos
                       qualitativamente diferentes para a efetivação de um trabalho docente
                       reflexivo e orientado por um projeto de educação pré-escolar (p.55).




      Contudo, a prática educativa é um processo constante de atualização
profissional, isto é, de estar sempre aprendendo, pois ao mesmo tempo em que
ensinamos aprendemos, e quando executamos ludicamente é porque fazemos com
prazer, sendo, algo que vem de dentro, nos fazendo bem, à medida que nos realiza,
não somente como aquele instrumento de construção de conhecimentos, mas de
satisfação pessoal, como pode complementar Luckesi (2007) “Ludicidade foca a
experiência lúdica como uma experiência interna do sujeito que a vivencia”. Então,
podemos compreender a prática pedagógica como uma ferramenta que depende de
cada um em seu fazer, ou seja, de meios para atuar na infância de modo que a
expressão lúdica, o jogo, o brincar e o brinquedo prevaleçam sempre para
construção do imaginário, da fantasia, e do conhecimento. Assim, relata Machado
(1994, p. 11). “O brincar, fonte de vida para a criança, ganha sentido nesta proposta,
pois o sonhar e o criar passam da reflexão à prática e nos dizem das possibilidades,
a quem e além do reconstruir permanente em educação”. Sendo, que este
reconstruir, possa estar presente no dia-a-dia de toda criança, não importando o
caminho percorrido, mas o resultado desta construção.



        Diante disso, e do que foi exposto anteriormente o profissional de educação
infantil, deve se comprometer no seu fazer pedagógico, para que o trabalho
educativo venha criar condições para as crianças descobrirem o seu próprio
universo contido de aprendizagens, relações de valores, costumes que permeiam a
sociedade a qual pertencem.
30



2. 3.1    -    A IMPORTÂNCIA DA FORMAÇÃO DO EDUCADOR NA PRIMEIRA
INFÃNCIA


         Sabemos que a formação do educador precisa ser mais bem qualificada e
específica.    Assim como a aprendizagem da criança                de educação infantil é
importante quanto mais a do profissional da referida área. Para tanto, é preciso a
introdução da criança na sociedade à qual pertence, e para isso é necessária a
base, ou seja, a educação infantil, que por sua vez, depende em grande parte da
capacitação e qualificação profissional da equipe de ensino, a qual deve levar em
consideração as necessidades infantis e especialmente o contexto sócio-cultural,
então devendo ser um interventor oportuno de novas situações e atividades, assim
sendo, atividades que promovam o desenvolvimento global da criança, e para que
isso aconteça o educador precisa primeiramente gostar do que faz, para fazê-lo
ludicamente, assim buscamos subsídios em Angotti (2006).




                        A definição de uma profissionalidade para os educadores infantis deverá
                        considerar o fundamento da natureza que é a ludicidade, entendida na
                        sua perspectiva de liberdade, prazer e do brincar, enquanto condição
                        básica para promover o desenvolvimento infantil (p. 19).




         Por isso, a formação específica docente colabora e agrega um saber
educativo crucial, pois diante das dimensões existentes nesta área, é pertinente à
atuação do educador de forma que valorize o processo educativo, respeitando o
desenvolvimento de cada discente, que segundo Almeida (1995).




                       Por meio da boa observação durante o funcionamento do jogo, o
                       professor poderá registrar também as atitudes dos alunos, bem como o
                       espírito de cooperação, o relacionamento, o poder de observação, a
                       atenção, o interesse, o poder de concentração, a comunicação, o
                       desembaraço (...), a curiosidade, a busca do conhecimento. (p.124 e 125).




         Fazem-se, necessários novos projetos curriculares, voltados à pedagogia
infantil, como também de uma prática mais aprofundada, pois a formação
31



pedagógica limita-se muito a teorias, sendo que a prática educativa torna-se restrita.
Assim, vem dar subsídios Severino e Fazenda (2002, p.85).




                        Ao    nos referirmos à formação, temos em vista um processo por meio
                        do     qual o professor reflete, estuda, debate, discute sua prática,
                        desvelando as teorias que a informam e buscando transformá-las.Nessa
                        concepção, o professor é um ativo participante do processo, construindo
                        seu conhecimento e se constituindo em sujeito de sua prática.




      O profissional de educação infantil deve se especializar para tal, sendo que
passamos aquilo que aprendemos com muito mais eficácia, e é neste sentido que a
formação é crucial, em relação à atuação. Assim, vem acrescentar Santos (1997,
p.21). “Por estas razões é que acreditamos que, no contexto da formação dos
profissionais de educação infantil, deveriam estar presentes disciplinas de caráter
lúdico, pois a prática docente é reflexo da formação do indivíduo”. Então, o educador
é um mediador de toda e qualquer educação, sendo este muito importante, pois
possui meios de conduzir e perpassar conhecimentos a serem construídos em torno
da realidade infantil, uma pedagogia da infância, que deve permear novas
alternativas vinculadas às atividades lúdicas, jogos e brincadeiras, atividades estas
que envolvam, estimulem as crianças, que apesar de pouca idade são capazes de
construir e produzir significados. Assim, o Referencial Curricular, vem retratar, que:




                        A intervenção do professor é necessária para que, na instituição de
                        educação infantil, as crianças possam, em situações de interação social,
                        ou sozinhas, ampliar suas capacidades de apropriação dos conceitos,
                        dos códigos sociais e das diferentes linguagens, por meio da expressão e
                        comunicação de sentimentos e idéias, da experimentação, da reflexão,
                        da elaboração de perguntas e respostas, da construção de objetos e
                        brinquedos etc. (MEC/SEF, 1998, p.30)




       A preocupação com a formação do docente, do coordenador e diretor, é um
fato relevante, pois é da equipe de ensino, da administração em geral que
dependem o futuro de nossas crianças em sua formação pessoal e social.
32



2. 4 – A RELAÇÃO: DIREÇÃO, COORDENAÇÃO PEDOGÓGICA E
PROFESSORES QUANTO A LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL




      Uma equipe de ensino precisa estar envolvida com a escola e ter
conhecimento do contexto onde estão inseridos, sabendo qual o caminho que
deverão percorrer tendo claros os objetivos a serem                 alcançados dentro da
coletividade, um referencial para que a instituição consiga interferir na realidade de
seus alunos, promovendo uma formação crítica e produtiva do sujeito.


      O diretor, enquanto gestor assume um papel muito importante na instituição
de ensino como articulador, ele deve ser sempre motivo de incentivos e estímulos
dentro do âmbito educacional, assim alimentando o progresso e sucesso coletivo,
condições favoráveis ao desempenho de toda equipe, como também da organização
em geral, dos novos projetos, assim inovando as práticas pedagógicas. Que
segundo Lück (2006):


                       A autonomia de gestão escolar estabelece parâmetros de qualidade ao
                       trabalho coletivo, norteando as responsabilidades do conjunto dos
                       profissionais da escola, estabelecendo oportunidades de exercício de
                       criatividade e espírito de inovações, de renovação das práticas da escola
                       (p.128).




      O coordenador pedagógico na gestão escolar                 que, por sua vez, vem
organizar o projeto político pedagógico, o qual fomenta toda à ação educativa, de
forma que estabeleça uma articulação tanto do corpo docente, como dos discentes,
pois pode estar sempre enriquecendo as propostas curriculares, sendo assim, ele
deve estar atento aos acontecimentos em geral do estabelecimento de ensino e ao
desenvolvimento pleno das crianças, assim buscando meios para uma formação
social, cultural e cognitiva do indivíduo. Como menciona Vasconcellos:



                       Poderíamos dizer que a coordenação pedagógica é a articuladora do
                       Projeto Político-pedagógico da instituição no campo pedagógico,
                       organizando a reflexão, a participação e os meios para a concretização
                       do mesmo, de tal forma que a escola possa cumprir sua tarefa de
                       propiciar que todos os alunos aprendam e se desenvolvam como seres
33



                       humanos plenos, partindo do pressuposto de que todos tem o direito e
                       são capazes de aprender(2002, p.87).



       Na legislação brasileira a educação e a questão da formação dos gestores,
conforme a lei é clara e específica quanto ao curso superior em Pedagogia, de
acordo, o título VI, Artigo 64, da (LDB - LEI DE DIRETRIZES E BASES), convêm,
que:

                       A formação de profissionais de educação para a administração,
                       planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional para a
                       educação básica, será feita em cursos de graduação, a critério da
                       instituição de ensino, garantida, nesta formação, a base comum nacional
                       (9394/96, p.49).




       No entanto, para que as metas sejam cumpridas, o diretor e o coordenador
precisam estar bem qualificados em atuação plena de suas atividades, para que
desenvolvam e produzam os melhores resultados possíveis, objetivando o
crescimento da instituição de ensino, que respaldam no ensino-aprendizagem e
garantam o desenvolvimento pleno das crianças de educação infantil sendo de
grande valia as atividades lúdicas, pois esta prática só vem propiciar a construção
de conhecimentos. Como vem dar subsídios Maluf (2003).




                        As brincadeiras enriquecem o currículo, podendo ser propostas na
                       própria disciplina, trabalhando assim o conteúdo de forma prática e no
                       concreto. Cabe ao professor, em sala de aula ou fora dela, estabelecer
                       metodologias e condições para desenvolver e facilitar esse tipo de
                       trabalho. O professor é quem cria oportunidades para que o brincar
                       aconteça de maneira sempre educativa (p.29).




       Sendo o professor/professora um sujeito de fundamental importância para a
instituição, vale ressaltar, que ele trabalha diretamente com as crianças menores, e
é por isso que o educador precisa estar se especializando, daí a relevância do
coordenador e do diretor em propiciarem momentos de formação em serviço para
os docentes, principalmente em se tratando da Educação Infantil, pois é um
segmento que requer um preparo mais aprofundado para as questões da primeira
infância, meios que possibilitem uma educação lúdica e bem diversificada tanto
34



prazerosa de aprender quanto de ensinar. Como condiz a LDB, (LEI DE
DIRETRIZES E BASES), no título VI, artigo 62, que:




                       A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível
                       superior, em curso de licenciatura, e graduação plena, em universidades
                       e institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima
                       para o exercício do magistério na educação infantil e nas quatro
                       primeiras séries do ensino fundamental em nível médio, na modalidade
                       Normal (9394/96, p.48).




      É muito importante que os gestores saibam organizar e separar os afazeres
pedagógicos, os quais são a vida da instituição, ao invés de se ocuparem muitas
vezes com a parte burocrática, não desfavorecendo esta parte, mas que por sua
vez, possam estar prevalecendo sobre algo tão crucial. O diretor, precisa ter na sua
prática o direcionamento      do projeto pedagógico escolar, que ao lado do
coordenador, possam repassar aos professores, alunos e a comunidade a forma
como será desenvolvido este projeto durante o ano letivo, pois, é dele que depende
a escola e a qualidade de ensino, promovendo uma aprendizagem produtiva para a
formação integral dos discentes. Assim esclarece Ferreira (2006):




                       É importante dizer que o aprofundamento de estudos, bem como a
                       pesquisa nessa temática, tem seu espaço próprio no curso de
                       Pedagogia. A atuação no campo da gestão requer o desenvolvimento de
                       determinadas competências e habilidades que precisam ser tematizadas
                       e experienciadas no decorrer do programa de formação, articulando
                       teoria e prática (p.41).




        Sendo, que para uma boa administração escolar a coletividade precisa ser
democrática e embasada num currículo voltado as políticas para a educação de
crianças pequenas. Pois cabe aos gestores a intervenção e meios que possibilitem
os professores uma prática atuante de diversidades e espontaneidade para o
crescimento pleno do sujeito. Sobre esta questão os Referenciais Curriculares, vem
acrescentar:
35



                        O professor é mediador entre as crianças o e os objetos de
                        conhecimento, organizando e propiciando espaços e situações de
                        aprendizagens que articulem os recursos e capacidades afetivas,
                        emocionais, sócias e cognitivas de cada criança aos seus
                        conhecimentos prévios e aos conteúdos referentes aos diferentes
                        campos de conhecimento humano. (MEC/SEF, 1998, p.27).




      Em razão, do que foi explanado sobre a equipe de ensino, vale ressaltar que
os gestores das instituições de Educação Infantil, que tenham conhecimento das
especificidades deste segmento, devem priorizar o espaço das atividades lúdicas
tanto no Projeto Político Pedagógico, quanto nos momentos de planejamento e de
formação docente no espaço escolar.
36



                                   CAPÍTULO III


                  TRILHANDO METODOLOGICAMENTE


      O presente trabalho metodológico foi realizado a partir da pesquisa de campo,
que teve como procedimento a pesquisa qualitativa , a entrevista semi-estruturada
e questionário socioeconômico, visando colocar mais detalhada os fatos, reflexões,
e as informações coletadas, que permitiram atingir um conhecimento mais específico
da realidade e percepção dos sujeitos da pesquisa. Que se segue com o objetivo
proposto: Identificar as perspectivas dos diretores, coordenadores pedagógicos e
professores em relação à ludicidade na Educação Infantil.




3.1 – TIPO DE PESQUISA


      Abordamos a pesquisa qualitativa por melhor favorecer e envolver um contato
prolongado entre pesquisador e pesquisado, assim, pressupondo a devida
relevância ao problema em questão, dos quais utilizamos instrumentos e técnicas
que fomentaram a objetividade na investigação.


      Sobre tal questão, vem afirmar, Gil (1991), que:


                       Procedimento racional e satisfatório que tem com objetivo proporcionar
                       aos problemas que são propostos. A pesquisa é desenvolvida mediante o
                       concurso dos conhecimentos disponíveis e a utilização cuidadosa de
                       métodos, técnicas e outros procedimentos científicos. Na realidade a
                       pesquisa desenvolve-se ao longo de um processo que envolve inúmeras
                       fases, desde a adequada formulação do problema até a satisfatória
                       apresentação dos resultados (p.19).



3.2 – LÓCUS DE PESQUISA




      Temos como lócus em nossa pesquisa de campo Escolas Municipais de
Senhor do Bonfim – BA.
37



      Especificamente as seguintes Instituições a seguir:


      . A Escola Municipal Abigail Feitosa, situada a Rua da Mangueira, S/N Pêra;
      . A Escola Municipal Moranguinho, situada a Rua: São João, 495, São Jorge;
       . A Escola Municipal João Tomaz de Santana, situada a Rua:      Engenheiro
Bamberg, S/N;
       . A Escola Nossa Senhora do Perpétuo do Socorro, Quadra A, Caminho F,
S/N - Casas Populares.


        O critério para a escolha destas escolas, foi por serem da Rede Pública, e
de pequeno porte, onde percebemos limitações como: área de lazer muito restrita,
pouco sombreamento, algumas salas pequenas, e etc, as quais requerem dos
órgãos públicos dar mais importância e devida atenção a estes fatos existentes.
Que por sua vez, um âmbito escolar de educação infantil exige espaços amplos e
bem estruturados, para as brincadeiras das crianças que ali estudam, para que as
mesmas tenham um melhor desempenho das atividades lúdicas, interações sociais
e cognitivas.


3. 3 – SUJEITOS DA PESQUISA




       Participaram como sujeitos desta pesquisa 06 (seis) professoras de
educação infantil, 03 (três) diretoras e 03 (três) coordenadoras pedagógicas das
referidas instituições de ensino.




3. 4 - INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS




      Para obtermos os resultados almejados dentro da pesquisa, utilizamos como
instrumento de coleta dos dados a entrevista semi-estruturada, pois sendo um
recurso enriquecedor, por facilitar os questionamentos, sendo que engloba um
quadro maior de idéias diversas dos pesquisados, o que enaltece a melhores
resultados, com relação à entrevista semi-estruturada, vem afirmar Triviños (1987).
38



                       (...) entrevista semi-estruturada, em geral, aquela que parte de certos
                       questionamentos       básicos, apoiados em teorias e hipóteses, que
                       interessam à pesquisa, e que, em seguida oferece amplo campo de
                       interrogativas, fruto de nossas hipóteses que vão surgindo à medida que
                       recebem as respostas do informante. Nossas práticas em pesquisa
                       qualitativa nos têm ensinado que em geral, processo da entrevista semi-
                       estruturada dá melhores resultados se trabalha com diferentes grupos de
                       pessoas (professores, alunos, orientadores educacionais, diretores,
                       sobre as perspectivas da orientação educacional nas escolas.(p.146).




       A entrevista tem sua relevância na pesquisa de campo por possibilitar e
abranger vários sujeitos e assim podermos fazer um contra ponto dos dados
coletados entre eles. Assim, as devidas entrevistas foram realizadas nas escolas
Municipais durante duas semanas, sendo que os sujeitos estavam disponíveis no
momento das mesmas, o que nos deu respaldo para novos elementos.


       Assim dando seqüência a pesquisa e para melhor enriquecê-la, optamos
também pelo questionário fechado, o qual traça o perfil dos sujeitos envolvidos.
Marconi e Lakatos (1996, p.88) definem o questionário como: “ um instrumento de
coleta de dados, constituído por uma série ordenada de perguntas, que devem ser
respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador.” Sendo, que estes
estejam de forma coesa e não seja limitado, para podermos concluir de maneira
proveitosa toda a pesquisa.


      Portanto, assim como a entrevista, o questionário serve para facilitar a
obtenção necessária dos resultados com maior exatidão e objetividade das questões
em pauta.
39



                                   CAPÍTULO IV


             ANALISANDO E INTERPRETANDO OS DADOS


      O presente capítulo vem analisar e contextualizar os dados coletados para
elucidação da questão inicialmente apresentada através dos instrumentos utilizados
na pesquisa de campo que foram: a entrevista semi-estruturada e o questionário
fechado - perfil socioeconômico dos sujeitos pesquisados.




4. 1 -    ANÁLISE DO QUESTIONÁRIO - PERFIL SOCIOECONÔMICO DOS
DOCENTES DAS INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO INFANTIL PESQUISADAS.




4. 1.1 - Faixa etária –gráfico 1




            50%
                                                   20 a 25 anos
                                                   25 a 30 anos
                                      50%
                                                   30 a 35 anos
                                                   acima de 40


              0% 0%




      Ao analisarmos o gráfico acima, observamos que em parte os docentes são
pessoas experientes, capazes de desenvolver sua função sem qualquer empecilho,
sendo que a predominância de idades está entre 30 a 40 anos, fato este, que nos
induz a pensar que estes sujeitos trazem em suas histórias de vida,      enquanto
educadores da referida área,         experiências significativas facilitando nossa
compreensão a respeito de sua prática.
40



4. 1.2 - Quanto ao gênero - gráfico 2




                         100%

                                            masculino
                                            feminino


       0%




       Conforme a nossa amostragem, verificamos que 100% dos professores de
educação infantil das escolas investigadas são do sexo feminino, esses dados nos
fazem perceber que na docência o sexo feminino praticamente predomina,
reafirmando o que já havíamos citado anteriormente no quadro teórico sobre a
feminilização do magistério, principalmente na educação de primeira infância, Os
Referenciais para Formação de Professores (1999, p.31), dizem sobre esta questão:
“A feminilização da função, ao invés de representar de fato uma conquista
profissional das mulheres, tem-se convertido num símbolo de desvalorização social”.
Sendo que atualmente o papel da mulher na educação se configura a partir de
novos paradigmas, possuindo um novo sentido, um novo recorte quanto à formação
e principalmente a educação de crianças menores.


4. 1.3 – Quanto à formação profissional – gráfico 3



               16%              16%



                                            magisterio
                                            superior incompleto
                                            superior completo
                      68%
41



        Em termos gerais, podemos constatar que os docentes que atuam em
Educação Infantil estão se especializando cada vez mais, sendo que existe uma
preocupação quanto à sua formação e uma necessidade crescente de capacitar-se,
podemos mencionar que por exigências da própria educação, enquanto políticas
públicas voltadas para educação infantil, promovendo            e trazendo incentivos para
este segmento tão “esquecido”, venham melhorar o seu nível de formação, e para
reafirmar o que      Maluf nos respalda teoricamente ao relatar que: “ a formação
profissional     nesta    área   deve   ser   melhor   embasada(....),     de   experiências
lúdicas(...)”.E,   também pelos avanços de forma geral, onde               a sociedade se
globaliza em busca de seus interesses para melhores condições sociais.


4. 1. 4 – A experiência profissional na educação infantil – gráfico 4


       É notório que os docentes atuantes na referida área que estão entre 1 a 5
anos correspondem a 50% e de 5 a 10 anos a 33% e 17% acima de 10 anos, dos
resultados coletados, nos conduzem a interpretar da seguinte maneira:




                    17%

                                          50%
                                                        1 a5 anos
                                                        5 a 10 anos
           33%
                                                        acima de 10 anos




         A experiência profissional demonstrada pelos docentes no respectivo
gráfico, nos leva a uma possível         interpretação de que os mesmos           já tenham
vivenciado experiências docentes que lhes favoreçam a uma melhor compreensão
dos processos educativos, de confiabilidade, autonomia e                    segurança no
desenvolvimento das ações pedagógicas, porém, não “descartando” a possibilidade
que este considerável longo período de conhecimento prático docente, venha a se
configurar como fator que conduza a postura e o comportamento deste, para uma
42



ação cristalizada, assim rejeitando as atuais ações educativas, principalmente no
que concerne as atividades lúdicas tão importantes para o desenvolvimento das
crianças, neste sentido nos vem dar subsídios Nicolau(1995), ao mencionar que “
mediante a proposição de atividades lúdicas       que propiciem a curiosidade(...),
estimulando novas descobertas, novas relações(...)”, sendo, assim a educação de
crianças pequenas precisa estar valorizando uma prática inovadora.


4. 2 - PERFIL PEDAGÓGICO NO CONTEXTO DA ATIVIDADE LÚDICA


4. 2.1 – Média de faixa etária de crianças com as quais trabalha – gráfico 5




                       17%
                                        33%
                                                           2a3
             17%
                                                           3a4

                                                           4a5
                             33%                           5a6




       O gráfico na amostragem acima nos revela que a maior parte das crianças
das turmas dos professores entrevistados são de crianças cada vez mais novas, fato
que evidencia uma acessibilidade maior das crianças menores a escola, o que
requer uma necessidade de que a ludicidade seja elemento predominante nas
práticas pedagógicas dos docentes de Educação Infantil.Se as crianças chegam
mais cedo as escolas, evidentemente precisarão de atendimentos adequados que
lhes favoreçam sempre de maneira construtiva e principalmente agradável, pois
segundo Santos (1997) , “a ludicidade é necessário em qualquer idade; que facilita a
aprendizagem, e o desenvolvimento em todos os sentidos” e ainda vem
complementar Santos e Cruz, quando dizem:” a brincadeira é considerada a primeira
conduta inteligente do ser humano; ela aparece logo que a criança nasce”. Portanto,
em termos gerais, a ludicidade faz-se importante desde cedo.
43



4. 2. 2 - Média quantitativa de crianças com as quais trabalha – gráfico 6



                            0%

                    17%                33%
                                                       5 a 15 crianças
                                                       15 a 20 crianças
                                                       20 a 25 crianças
                      50%                              acima de 30




         Podemos constatar que a média de crianças por professor está acima do
permitido, conforme as Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Infantil /
(Parecer CNE/CEB nº 22/98 de 17/12/98), como Resolução CNE /CEB, n 01de
07/04/1999), onde diz: 1 professor para cada grupo de 15 crianças de 2 a 3 anos, 1
professor para cada grupo de 20 crianças de 4 a 6 anos de idade, uma vez que a
Educação Infantil precisa ser repensada e organizada pelo poder público, com maior
rigor e atenção no que diz respeito o que é exigido por Lei. Para tanto, se existe o
excesso de crianças, requer mais educadores ou auxiliares para um melhor
desempenho de suas ações educativas, das atividades lúdicas, atividades estas
indispensáveis nesta faixa etária, sendo fundamental perceber se as “brincadeiras
e os brinquedos estão de acordo as capacidades e interesses das crianças, e da
etapa de desenvolvimento”, segundo Maluf (2003).


4. 2.3 - As instituições e as atividades lúdicas – gráfico 7

                            0%

              33%
                                               nenhuma
                                               diariamente
                                 67%
                                               1 vez por semana
44



        Os resultados do gráfico acima mostram que a ludicidade nos discursos dos
docentes aparece com muita freqüência em suas práticas educativas, assim sendo
Santos (1997), vem reafirmar que: “o jogo e o brinquedo como fator de
desenvolvimento infantil (...), é questão de consenso a importância do lúdico,” e
ainda Maluf (2003), também dá sua contribuição, “ o brincar é tarefa do dia-a-dia que
nem os pais, nem os professores conseguem transmitir”. De modo geral é brincando
que se aprende.




4. 3 - O PERFIL SOCIOECONÔMICO DOS GESTORES DAS INSTITUIÇÕES DE
EDUCAÇÃO INFANTIL.


4. 3.1 – Faixa etária – gráfico 8


      Podemos observar de acordo com o gráfico abaixo que as coordenadoras e
diretoras em parte estão na faixa etária dos 30 a 35 anos o que corresponde a 33%,
um grupo visivelmente jovem, fato este, que colabore, ou ao menos nos induz a
interpretar que estando nesta faixa etária estejam flexíveis e disponíveis para as
exigências de uma gestão que atendam as necessidades atuais             voltadas as
políticas públicas educacionais infantis.


                              0%

                                    17%
            50%
                                                   20 a 25
                                                   25 a 30
                                                   30 a 35
                                    33%
                                                   acima 40




      No entanto, as que estão acima dos 40 anos correspondem à outra parte
equivalente a 50%, que por estarem com idades mais elevadas podem estar
colocando em prática uma experiência de vida mais centrada as prioridades das
crianças de primeira infância, e projetar as melhorias para a qualidade de
45



aprendizagem e construção de desenvolvimento afetivo, social e cultural através do
brincar, dos brinquedos, enfim das interações lúdicas nas instituições, em relação ao
assunto Santos e Cruz (1997), que já trouxeram respaldos anteriormente confirmam
“ O brinquedo é dotado de imagens, significados (... ), a apropriação da cultura é
resultado das interações lúdicas, que se dá entre a criança, o brinquedo e as outras
pessoas”. Isto nos revela a fundamental importância destas interações lúdicas.




4. 3.2 - Quanto à formação profissional dos gestores – gráfico 9




                        100%


                                             magisterio
                                             superior incompleto
                                             superio completo



              0% 0%




       Observando o gráfico, podemos concluir que dos sujeitos pesquisados todos
já possuem nível superior, como convêm a Lei (9394/96), o título VI, Art. 64, “será
feita em cursos de graduação, a critério da instituição de ensino”, sendo que alguns
já estão dando continuidade em sua especialização, ou seja pós-graduação em
Pedagogia, que por sua vez,     diante do    quadro histórico de desvalorização da
referida área, torna-se necessário essa capacitação ou formação.


       O fato de que grande parte dos gestores fez o curso de Pedagogia favorece
a estes, um conhecimento mais consistente e aprofundado a respeito do
desenvolvimento infantil, para que os mesmos tenham um olhar específico à
primeira infância de forma que colabore na orientação da coordenadora para uma
prática inovadora dos docentes que venham valorizar a ludicidade.
46



4. 3.3 – Quanto à experiência profissional na educação infantil – gráfico 10




                               0%
                       17%
                                         33%
                                                           não tem
                                                           de 1 a 5 anos
                                                           de 5 a 10 anos
                50%
                                                           acima de 10 anos




         Ao analisarmos este gráfico percebemos que boa parte das gestoras tem
experiência na referida área. Consiste assim, elemento que nos mostra uma relação
a mais destes gestores e as práticas, estando melhores preparadas para administrar
toda a equipe escolar com autonomia e determinação em relação o que as crianças
menores necessitam para uma aprendizagem significativa utilizando critérios que
envolvam as diversas atividades lúdicas. Todavia, a entrevista declarou que D.3¹,
nunca esteve na referida área, motivo para que esta se aproprie de sua capacitação
profissional, sendo o diretor um líder, deve criar situações formativas que favoreçam
a instituição, desenvolvendo novas propostas e                    projetos direcionados no
conhecimento específico do foco desta pesquisa para a ludicidade.


         A entrevistada do grupo de coordenadoras, C.3¹ - se engloba na mesma
situação anterior, a mesma afirma que tem bastante vivência como gestora, porém
atuação na educação infantil não teve. Mas, procura em sua prática estar sempre
em consonância com a diretora e docentes, buscando melhores métodos de
aprendizagens, para investir no que é mais rico, prazeroso e proveitoso para as
crianças, assim, vem complementar Almeida (1995), “as brincadeiras mais simples
de que participa são verdadeiros estímulos ao desenvolvimento intelectual”.




________________________
¹ Visando a manutenção do anonimato dos entrevistados atribuímos códigos (D, C e P) acrescidos de
algarismos arábicos (1, 2, 3, 4, 5 e 6).
47



4. 3.4 – Quanto à experiência profissional como gestor – gráfico 11




           50%
                                               de 1 a 5 anos
                                   50%         de 5 a 10 anos
                                               acima de 10 anos



                 0%




       Podemos perceber conforme o gráfico acima que algumas pessoas já
possuem um período relevante de experiência na função, sendo que os gestores
que atuam com menos tempo tragam consigo a possibilidade de construção de
uma prática gestora inovadora e mais democrática, diante das demandas
educacionais da atualidade, fazendo com que estas escolas venham desenvolver
uma prática mais próxima da realidade das crianças, do seu aprendizado, da
formação do indivíduo, da alegria, do brincar..., sobre isso complementa Maluf
(2003), “o brincar para a criança é coisa muito séria”. Ademais, para uma educação
de qualidade depende de bons profissionais empenhados no exercício de suas
funções, administradores engajados e envolvidos em métodos criativos.




4. 4 - ANÁLISES DAS ENTREVISTAS: OS DOCENTES


4. 4.1 – A questão lúdica na educação infantil




           Na    contemporaneidade,      com   os    grandes      avanços   científicos,
metodológicos e educacionais, é com grande satisfação que podemos falar em
escola lúdica, de interações e atividades lúdicas, da ludicidade, da brincadeira, do
brinquedo, da criança. Embora, podemos perceber os impasses, apesar de tantas
48



pesquisas, de especializações; os profissionais que trabalham na educação infantil,
ainda encontram algumas resistências quanto a esse assunto tão crucial. E, neste
sentido salienta Almeida (1995), que: “percebe-se claramente que há uma restrição
do lúdico, isto é, uma falta de conhecimento e compreensão de seu verdadeiro
sentido”. Em seguida a fala dos docentes entrevistados: quando abordávamos como
a questão lúdica é tratada no planejamento:


       P.1¹     - É tratada com seriedade. É à base de tudo, pois sem o lúdico não
há Educação infantil; a atividade lúdica deve ser prioridade na educação infantil;


       P.4     - É preciso, porque ao mesmo tempo em que estão brincando estão
aprendendo, devendo ser bem valorizada;


       Em relação à fala de P.4 – diante de seu discurso, ela diz trabalhar o lúdico
diariamente, isso é muito importante, e comenta que é brincando que a criança
aprende. Certamente, condiz a concepção da autora Maluf, quando diz: “ o professor
é quem cria oportunidades para que o brincar aconteça de maneira educativa”.


       P.5     - É muito relevante essa discussão no planejamento, nós professores
podemos trocar informações para que as aulas sejam mais ricas e produtivas;


       P.6      - É tratada como qualquer outra disciplina, sendo que é importante
para o cotidiano da criança;


       A ludicidade deve ter muito mais ênfase, mas, na fala de P.6, a docente
revela uma concepção tradicional e fragmentada, sendo que citou ludicidade como
sendo uma disciplina e não como elemento dinâmico no desenvolvimento de toda a
prática educativa, pois é uma forma diferenciada de trabalhar com a criança, em
todos os aspectos e sentido, assim vem ressaltar, Maluf, que: “ pode-se afirmar que
o brincar, enquanto promotor da capacidade e potencialidade da criança, deve
ocupar um lugar especial na prática pedagógica”


       Percebemos através das falas da maioria dos         docentes pesquisados que
esta área vem evoluindo ao longo do tempo, porém, é o que transparece através dos
49



discursos dos mesmos. Torna-se necessário que haja uma crescente preocupação
com métodos e técnicas a serem utilizados em prol da aprendizagem e
desenvolvimento da criança. Sobre tal questão, nos diz Santos.



                       As atividades lúdicas possibilitam o desenvolvimento integral da criança,
                       já que através destas atividades a criança se desenvolve afetividade,
                       convive socialmente e opera mentalmente. Brincar é uma necessidade
                       básica assim como é a nutrição, a saúde, a habitação e a educação
                       (1997, p.20).




      Podemos então, em termos gerais diante dos depoimentos observarmos, que
apesar de algumas limitações as escolas de Educação Infantil tem-se revelado por
parte de alguns profissionais um novo olhar, novas propostas direcionadas a
questão lúdica.




4. 4. 2– A percepção dos profissionais de Educação Infantil em relação à
ludicidade




       É de grande importância que educadores percebam a prática metodológica
da ludicidade enquanto um recurso formador e dinamizador para a qualidade do
ensino da Educação Infantil. Visto que, criem propostas curriculares que propiciem
as necessidades e promovam oportunidades cabíveis às crianças pequenas.
Quando tratávamos sobre a importância das atividades lúdicas fazerem parte do
currículo escolar, surgiram os discursos dos docentes abaixo:




      P.2 - Sim. Por que é a base de tudo, é a educação infantil;


      P. 3 - Sim. As atividades lúdicas são importantes em qualquer fase escolar;


      P.4 - Com certeza. Auxilia na aprendizagem das crianças;
50



       P.5 - Sim. Por que a criança terá mais prazer em desenvolver as atividades
brincando, porque é brincando que se aprende;


      P.6 - Sim. Por que é através dos jogos, das brincadeiras que eles aprendem.


        Em relação o relato de P.5. É bem condizente com o que se almeja para a
Educação Infantil, onde P.5 se expressa “ é brincando que se aprende”. E, com
relação ao brincar e seu valor, o qual torna a aprendizagem mais interativa e
dinâmica para as crianças. Assim recorremos aos Referenciais Curriculares
Nacionais para Educação Infantil, que ressalta o brincar:




                       Brincar é uma das atividades fundamentais para o desenvolvimento da
                       identidade e da autonomia. O fato de a criança, desde muito cedo, poder
                       se comunicar por meio de gestos, sons e mais tarde representar
                       determinado papel na brincadeira faz com que ela desenvolva sua
                       imaginação. Nas brincadeiras as crianças podem desenvolver algumas
                       capacidades importantes, tais como a atenção, a imitação, a memória, a
                       imaginação (MEC /SEF, 1998, p.11).




        Diante do que foi exposto anteriormente, P.6 ao fragmentar a ludicidade
como uma disciplina, é perceptível a contradição de suas falas, pois relacionando a
percepção de caráter lúdico expressa por ela, ficou claro que jogos e brincadeiras
perpassam aprendizagens aos educandos de primeira infância. O que não deixa de
ser real para muitos autores e contribuidores infantis. Assim, vem concordar Santos
(1997), que: “brincar ajuda a criança no seu desenvolvimento físico, afetivo,
intelectual e social (...)”. , e ainda confirma Maluf (2003), “ela adquire experiência
brincando”. Para tanto, é por meio das brincadeiras que a criança vai explorando,
criando e vivenciando experiências significativas para seu cotidiano.


        Os professores passaram através de seus depoimentos que                       acham
importante que atividades lúdicas façam parte do currículo escolar. As respostas
acima são unânimes, embora cada um tenha apresentado seu ponto de vista.
Assim, vem complementar Maluf (2003, p.31), “As atividades lúdicas precisam
ocupar um lugar especial na educação”. Porém, nos discursos dos docentes,
51



embora em relatos curtos, um deles diz: “a criança terá mais prazer em desenvolver
as atividades brincando”.




4. 4. 3 - As atividades lúdicas trazem contribuições dentro e fora da sala de
aula


        As atividades lúdicas possibilitam meios de interagir com outras crianças e
também com adultos em qualquer que seja o espaço, já que por meio das atividades
o indivíduo cria laços de amizades e afetividades, relacionamentos adquirindo novas
culturas e experiências. Assim sendo, pegamos como referência o relato de P.5, que
nos fala: “o envolvimento com outras crianças promove a socialização de forma
agradável.”


       Do ponto de vista pedagógico em relação à questão abordada, veremos a
seguir os resultados coletados:


       P.1    - Claro. Com o lúdico as crianças podem aprender muito mais;


       P.3 - Se as atividades forem voltadas para        a realidade   dos alunos,
provavelmente haverá uma aprendizagem em sala de aula e extra-escolar;


       Fazendo “contra ponto” a P.3, que nos relata: “as atividades lúdicas devem
ser voltadas para a realidade do aluno”. Mas, a ludicidade ou as interações lúdicas
podem estar presentes na forma como a pessoa trabalha em sala de aula, ou em
qualquer situação, portanto independe de condição social ou da realidade do sujeito,
assim, “ tudo que fazemos por prazer é lúdico, sendo que é algo interno no ser
humano”, Luckesi (2007).


       E, ainda em relação às contribuições no que se refere o item acima (4.4.3),
relatam p.4 e p.5:


       P.4    - Sim. As crianças que as mães costumam brincar de cantigas de roda,
facilita muito o trabalho do professor;
52



         P.5 - Sim. Porque o envolvimento com outras crianças promove a
socialização de forma agradável.




         Podemos analisar, diante dos discursos que os docentes percebem que o
lúdico faz a criança aprender com mais facilidade, que promove a interação social,
ou ainda as mães que brincam com seus filhos fomentam a aprendizagem dos
mesmos. Sobre este paradigma vem dar subsídios Santos e Cruz:




                         A própria história da humanidade nos mostra que todas as crianças do
                         mundo sempre brincaram, brincam hoje e, certamente, continuarão
                         brincando. A questão mais intrigante é: Por que as crianças brincam?
                         Que características envolvem o brincar, que contagia todas as crianças,
                         independente de idade, sexo, etnia, classe social, época ou cultura?
                         (1999, p.111).
.



          Constatamos que essas atividades merecem um aprofundamento e
aproveitamento maior, pois as crianças só “tem a ganhar”, no sentido de formação
intelectual e principalmente pessoal.




    4. 4. 4 – O espaço da atividade lúdica na escola.




         Os momentos de atividade que envolva o lúdico precisam ser diários, pois é
uma técnica inovadora e dinâmica que só tem a contribuir nas diversas áreas do
conhecimento. Segundo nos retrata Almeida:




                          A educação lúdica integra uma teoria profunda e uma prática atuante.
                          Seus objetivos, além de explicar as relações múltiplas do ser humano em
                          seu contexto histórico, social, cultural, psicológico, enfatizam a libertação
                          das relações pessoais passivas, técnicas para as relações reflexivas,
                          criadoras, inteligentes, socializadoras, fazendo do ato de educar um
                          compromisso consciente intencional, de esforço, sem perder o caráter de
                          prazer, de satisfação individual e modificador da sociedade (1995, p.31 e
                          32).
53



          Diante de tal paradigma, ao abordarmos sobre os momentos de atividades
lúdicas nas instituições de educação infantil, surgiram os discursos abaixo:


      P.3     - Sempre fazemos, mas não de forma agradável. Infelizmente na nossa
escola não temos ainda espaço adequado, logo estará sendo providenciado;


       É necessário um lugar amplo, arejado e propício às atividades destas
crianças, principalmente com espaço para brincadeiras, como vem salientar Martins
e Lima (2001). “A dimensão dos espaços escolares precisa ser encarada como um
aspecto importante para a formação dos alunos”.


      P.4 - Todos os dias realizamos momentos assim, esse tempo é bom, é
proveitoso;


      P.5 - Em tempo integral. Um espaço bom, quadra, parquinho, sala de aula,
apesar de faltar cobertura na área livre, sombreamento;


       Relata P.5, que desenvolve momentos lúdicos em tempo integral, porém há
uma controvérsia em sua fala, pois ensina somente um turno, e integral é relativo o
dia inteiro na escola, entretanto, olhando o lado positivo, as crianças terão mais
prazer em aprender brincando, o que de uma forma ou de outra P.5, ensina
brincando, ao menos foi o que nos deixou transparecer através de seu relato.
Ademais, comenta que o espaço físico é bom, até mesmo em sala de aula, e que
utiliza a quadra, o parquinho e principalmente a sala de aula em sua rotina.


      P.6 - Todos os dias faço realizações lúdicas, mesmo sendo uma parte teórica
e outra prática. O espaço físico da sala de aula é bem amplo e dá para dividir em
grupos e trabalhar o lúdico.


      Os docentes relatam nos devidos discursos, que sempre realizam atividades
lúdicas em suas práticas pedagógicas, isso nos mostra que já existe uma nova visão
de educação de crianças, porém, os sujeitos que não apareceram, foi porque não
opinaram, comentaram somente do espaço físico, e quanto ao ambiente muitos
realmente são limitados, P.3 diz utilizar, mas não de maneira agradável.
54



4. 5- ANÁLISES DAS ENTREVISTAS – OS GESTORES


4. 5. 1- A questão lúdica na Educação Infantil: diretores e coordenadores.




          O     planejamento   pedagógico   é   fundamental,   a   todo   e   qualquer
estabelecimento de ensino, cabe ressaltar que é a identidade da instituição, no qual
existem metas a serem cumpridas de maneira coletiva, para favorecer o sucesso da
escola e principalmente do discente. Precisa ser bem estruturado e ter coerência,
pois se trata de um roteiro a ser seguido no dia-a-dia dos profissionais. Segundo
Angotti, “ o planejamento não deve ser visto como uma peça burocrática prevista
para encher gavetas e pastas (...). Deve, antes ser espelho real do processo (...)
para ser executado ao longo de um período de trabalho” (2001, p.66).Quando
ressaltamos como a questão lúdica é tratada no planejamento, obtivemos os
seguintes discursos:


          D.1 - O lúdico na educação infantil tem uma importância fundamental e nos
planejamentos ele tem seu espaço;


           Diante do discurso de D.1 – o lúdico tem seu espaço, a gestora se refere
muito restritamente sobre o assunto . Ainda D.1 - e que o lúdico é fundamental- a
gestora considera um método relevante, então deve fazer parte constantemente,
sendo que a criança precisa viver intensamente cada momento de aprendizagem,
para decifrar os significados do ambiente que a rodeia de modo que dê sentido a
realidade. Em relação a esta concepção, Santos (1997), vem fundamentar: “ as
atividades lúdicas são a essência da infância.” E, dando seqüência aos relatos D.2
e D.3, que:


          D.2 - Ainda se encontra algumas resistências quando se fala em trabalhar o
lúdico;

          D.3   - É   tratada com freqüência, isto é, sempre   o professor deve esta
desenvolvendo estas atividades em sua metodologia;
55



      Na fala de D.2 – ela comenta de resistências quanto ao lúdico;          que é uma
realidade percebida por parte de alguns, entretanto, cabe ao gestor se mobilizar e
trabalhar por uma causa importante, que são as crianças e sua construção social,
afetiva e cognitiva, sendo que a educação dessas crianças deve estar atrelada às
atividades lúdicas, pois facilitam a aprendizagem de forma agradável, prazerosa e
espontânea, sendo que o universo infantil precisa ser rico para estar contribuindo
também para o desenvolvimento físico e motor. Essa fala revela                 uma certa
contradição quando os docentes no bloco anterior se mostram envolvidos.


        Sobre esta questão, os Referenciais Curriculares, vem complementar, que:




                       Por meio das brincadeiras os professores podem observar e construir
                       uma visão dos processos de desenvolvimento das crianças em conjunto
                       e de cada uma em particular, registrando suas capacidades de uso das
                       linguagens, assim como de suas capacidades sociais e dos recursos
                       afetivos e emocionais que dispõem ( MEC/SEF, 1998.p.27).




      Podemos constatar por seus discursos que nos planejamentos pedagógicos
existe um espaço para essa discussão, ou é o que nos leva a interpretar, sendo
que na fala de uns é fundamental. É realmente relevante que os gestores sejam
compromissados e comprometidos em seu fazer, afinal eles devem objetivar para
um bom andamento do estabelecimento, visando sempre o grau máximo de
aproveitamento das crianças; para que estas práticas existam e para que se
estabeleçam projetos para enriquecer os currículos das escolas Municipais de
Educação Infantil. Sobre esta questão Lück, vem retratar:




                       Autonomia de gestão escolar é a característica de um processo de
                       gestão      que se expressa, quando se assume, com competência, a
                       responsabilidade social de promover a formação de crianças (...),
                       adequada às demandas de vida em uma sociedade em desenvolvimento,
                       mediante aprendizagens significativas (...), (2006,p.91).




        Em relação à questão lúdica C.1 e C.2 também relatam, que:
56



         C. 1 - É de grande importância, devido a necessidade do lúdico em todas
as séries.
           C.2 - É tratada com importância, pois as atividades lúdicas devem ser
prioridade na educação infantil;


         Por fim, que a autonomia democrática, estabeleça relações coletivas que
venham contribuir para a valorização do novo paradigma educacional.



4. 5. 2- A presença do lúdico na prática dos professores sob a perspectiva dos
gestores




       Sendo a escola um espaço de inserção principalmente das crianças na
construção de conhecimento humano e formação social, psicológica e cultural, em
virtude dos avanços inseridos no âmbito da educação infantil, faz-se necessário a
diretora estar atenta em definir funções para administrar, organizar e mobilizar toda
equipe escolar, conforme se perceba de maneira sensível as técnicas e métodos
inovadores para as crianças de primeira infância, estabelecendo um parâmetro de
qualidade e aprendizagem sempre bem proveitosa e criativa para os mesmos. Em
relação à presença das atividades lúdicas nas práticas docentes, coletamos os
seguintes discursos:


       D.1     - Percebo sempre a presença do lúdico na atuação da professora de
educação Infantil;


      D.2      - Ainda muito escassa na prática educativa dos professores;


      Comenta D.2 que: esta prática é pouco desenvolvida pelo docente.Quanto a
este comentário, Santos e Cruz (1997), vem ressaltar:



                        Pela análise da realidade educacional concluímos que nas instituições
                        infantis as atividades lúdicas são pouco exploradas, e, mesmo quando
                        são realizadas, não lhes é dado o valor que elas merecem. Então nos
                        perguntamos: por que a brincadeira não é vista como coisa séria? Por
57



                       que o educador tem no seu fazer pedagógico a hora de “ensinar” e a
                       hora de “brincar”? Por que não ensinar brincando? (p.9).




      D.3    - Algumas vezes os professores aplicam esta metodologia;


       Em relação a este relato, o diretor e coordenador precisam tomar posições e
colocar em prática suas experiências vividas e capacitações em favorecimento da
construção de conhecimento      mais produtivo e prazeroso para as crianças, que
segundo Maluf nos afirma o que já vem relatando no quadro teórico :




                       É através das brincadeiras que a criança faz novas amizades, melhora
                       seu relacionamento com os pais, educadores e entre colegas em um
                       ambiente lúdico, tranqüilo. Posso afirmar através de experiências
                       vivenciadas com brincadeiras que a criança melhora a sua comunicação,
                       a convivência e a integração grupal (2003, p.94).



      Ainda, relatam C- 1e C -3, como eles percebem as atividades lúdicas na
prática dos professores:


       C.1 - Acredito que os professores deveriam receber capacitação mais
adequada em relação às atividades lúdicas;


      C.3     - Trabalham sempre, já que o lúdico é importante para as crianças.



       É exatamente em função da especificidade que se torna importante esta
capacitação profissional, então retornamos ao quadro teórico quando diz Maluf
(2003), que: “a formação dos profissionais de educação infantil precisa ser melhor
fundamentada”.


       Diante do que foi explanado sobre a presença do lúdico na ação dos
docentes, podemos constatar que há algumas controvérsias até mesmo no que já foi
relatado anteriormente pelos professores, pois vem nos revelar que uma parte dos
gestores não estão satisfeitos em relação a prática do lúdico na educação infantil.
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A importância da ludicidade na Educação Infantil

  • 1. 11 APRESENTAÇÃO O presente trabalho monográfico de cunho científico vem abordar o tema: O lúdico na Educação Infantil, trazendo como questão central: qual a percepção dos diretores, coordenadores pedagógicos e professores em relação à ludicidade na prática pedagógica da Educação Infantil? Tendo como objetivo identificar a percepção e analisar o posicionamento dos mesmos. A educação de crianças pequenas vem passando por um processo de expansão na contemporaneidade, assim sendo mais difundida nas instituições escolares e na sociedade em geral. Ademais, os administradores, como os professores devem estar atentos à sua prática educativa, sendo que a equipe escolar precisa ser bem qualificada e comprometida no desenvolvimento de suas funções, para que o futuro de nossas crianças seja um processo de construção tanto social, cultural, como humano. É preciso, assim, um novo olhar, direcionado à Educação Infantil, de forma a percebermos as diversas possibilidades de se aprender através das atividades lúdicas. Procuramos explicitar a pesquisa através de quatro capítulos discriminados a seguir: No primeiro capítulo apresentamos a problemática em questão, a qual realizamos de forma coesa o levantamento dos objetivos que nortearam os nossos estudos, onde buscamos mais conhecimentos sobre a prática dos profissionais de Educação Infantil em relação a ludicidade. O segundo capítulo é todo o desenrolar do quadro teórico no qual diversos autores complementaram e respaldaram para contextualização do problema pesquisado, assim dando uma melhor compreensão e definição de nossos estudos.
  • 2. 12 No terceiro capítulo tratamos a respeito dos métodos e técnicas desenvolvidas, dos sujeitos e lócus de pesquisa. E, no quarto capítulo temos a análise e resultados dos dados coletados mais detalhadamente, e os discursos de cada um dos sujeitos envolvidos, como dos autores que fundamentaram o quadro teórico. E, por fim, as considerações finais, onde buscamos sintetizar os resultados relevantes, que trouxeram contribuições e mais conhecimentos para os estudos na área de Educação Infantil, mais especificamente sobre as atividades lúdicas neste segmento em escolas Municipais de Senhor do Bonfim.
  • 3. 13 CAPÍTULO I CRIANÇA E EDUCAÇÃO INFANTIL Falar do desenvolvimento infantil nos dias atuais requer de nós um movimento de estudo e análise sobre a significação de infância ao longo da história. Durante muito tempo, a criança não era considerada no seu mundo como protagonista, e sim ficava sempre em segundo plano ou esquecida num discurso mais a parte das preocupações gerais e não tinha prioridades por parte de sua família ou de outros adultos. De acordo com Kramer (1992, p.15), “Entende-se,” comumente, “criança” por oposição ao adulto: oposição estabelecida pela falta de idade ou de “ maturidade” e “de adequada integração social”. Os tratamentos e sentimentos relacionados à criança eram contraditórios e se prolongou durante muito tempo, como enfatiza Jardim (2002, p.14), “a criança aprendia as coisas que deveria saber ajudando os adultos a fazê-las”. Não havendo muita distinção entre o adulto e a criança, ela não tinha sua própria vivência, na realidade não existia espaço para a criança. Percebemos, assim, uma discrepância em relação à criança, que segundo o historiador francês, Ariès “A criança era tratada como um adulto em miniatura”; e ainda complementa Ariès (1978, p.50). “ Até por volta do século XII, a arte medieval desconhecia a infância ou não tentava representá-la. É mais provável que não houvesse lugar para a infância neste mundo”. Diante desse percurso, nos deparamos com um sistema educacional totalmente atrasado e contraditório. No que diz respeito à educação pré-escolar, que tinha como objetivo a obtenção de lucros, como sugere Kramer (1992, p.26), “seu principal objetivo era o de garantir emprego a professores, enfermeiros e outros profissionais”, assim a educação foi criada para interesse capitalista da sociedade e não como meio de desenvolvimento cultural, social e psicológico do indivíduo.
  • 4. 14 A propósito, a velha pré-escola, hoje educação infantil, reconhecida e difundida, passando a ser encarada com mais prioridade, como ressalta Feltran (1990, p.23) “É ingênuo qualquer argumento que contemple a não prioridade na educação pré-escolar no contexto brasileiro ou em qualquer país em desenvolvimento,”. A concepção da educação de crianças vem se modificando ao longo dos anos, algo relevante na função social das Instituições escolares. Pois, a educação contribui para o desenvolvimento pleno, beneficia a contínua construção de habilidades e novas experiências, favorecendo a formação da criança. Sendo, altamente relevante à formação integral do indivíduo, tendo como base mediadora a escola, contida de “experiência especificamente humana, a educação é uma forma de intervenção no mundo” (Freire, 1996, p.98). Neste sentido, o papel da escola, como também das Leis é de garantir condições que atendam as expectativas, possibilidades, para que as crianças busquem caminhos valorizando e compreendendo os significados em torno de suas realidades, como concorda Machado (2001, p.28),” a necessidade e o desejo de decifrar o universo de significados que o cerca leva a criança a coordenar idéias e ações a fim de solucionar os problemas que se apresentam”. No entanto, a educação infantil é muitas vezes vista com descaso pela sociedade e boa parte tem uma concepção errônea, de achar que as crianças só brincam o tempo todo e nada aprendem, será mesmo que brincando não se aprende? Assim desfavorecendo a área educacional e desqualificando o profissional nela inserido, não percebendo estes à necessidade e importância da educação infantil nesta fase da vida. Como cita Maluf (2003). Toda criança que brinca vive uma infância feliz, além de tornar-se um adulto muito mais equilibrado física e emocionalmente, conseguirá superar com mais facilidade, problemas que possam surgir no seu dia-a-dia. Todo aprendizado que o brincar permite é fundamental para a formação da criança, em todas as etapas da sua vida (p.21). A infância é fase fundamental do ser humano por isso deve ser vista com prioridade pelo adulto, e deve ser vivida com intensidade pela criança.
  • 5. 15 Muitas foram às contribuições de educadores e estudiosos que fizeram valorizar a educação da primeira infância cada um a sua forma ou pensamento. Sendo importante para as crianças, que segundo Almeida (1995), destacaram-se: Montaigne (1533-1592) – já partia para o campo da observação, fazendo à criança adquirir curiosidade por todas as coisas que visse ao seu redor: um edifício, uma ponte, etc.; Comênio (1592-1671) – resumia seu método em três idéias fundamentais que foram as bases da nova didática: naturalidade, intuição e auto-atividade; Jean-Jacques Rosseau (1712-1778) – demonstrou que a criança tem maneiras de ver, de pensar e de sentir que lhe são próprias; Com Froebel (1782-1852) – se fortalecem os métodos lúdicos na educação. O grande educador faz do jogo uma arte, um admirável instrumento para promover a educação para as crianças. Para Dewey (1859-1952) – as diversas formas de ocupação ativa têm a oportunidade de filiar-se à vida, de fazer o ambiente natural da criança (...). Maria Montessori (1870-1952) – tendo encontrado em Froebel a idéia dos jogos educativos, ela remonta à necessidade desses jogos para a educação de cada um dos sentidos. Os jogos ”sensoriais”. Para Piaget, os jogos tornam-se mais significativos à medida que a criança se desenvolve, pois, a partir da livre manipulação de materiais variados, ela passa a reconstruir objetos, reinventar as coisas, o que já exige uma “adaptação” mais completa. Diante do que vimos acima conforme a concepção de cada um dos autores, Almeida (1995), vem afirmar que: a atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades lúdicas intelectuais e sociais superiores, por isso, indispensáveis à prática educativa.
  • 6. 16 A questão da ludicidade nas Instituições de educação Infantil, ainda é pouco desenvolvida como método de ensino/aprendizagem, por isso torna-se limitada. Por sua vez, as crianças se expressam de várias formas, sendo sujeitos de suas próprias ações, de modo que vale ressaltar que nesta fase da vida a cognição infantil está apta a aprender com muita facilidade ou mesmo apropriar-se dos significados e sentidos do mundo que os cercam, então o desenvolvimento intelectual, a motricidade devem ser explorados criativamente, pois o aprendizado através do lúdico ganha espaço, sendo uma forma prazerosa, contribuindo como uma conexão perfeita, oportunizando as curiosidades, a interação social, porém, a criança não só estará explorando o ambiente que vivencia, mas a construção de conhecimentos perpassados através das atividades lúdicas, onde a criança aprende brincando. A teoria Walloniana que vem falar dos estágios do desenvolvimento infantil, social, psicológico e motor, onde apresenta as fases que devem ser estimuladas e incentivadas pelos adultos “para que a brincadeira seja levada adiante, a criança precisa de atenção e disponibilidade do adulto... de uma forma não-invasiva nem retaliativa” Machado (1994). Pois, a formação da personalidade, a constituição de si, o desenrolar da linguagem, o interesse por decifrar o espaço em que está inserida, a observação de si e do outro, tudo exige e abrange uma maneira de educar muito mais instigante de forma global. A concepção de ludicidade tem importância como elemento dinamizador, devendo estar dentro das limitações e possibilidades de cada criança, a brincadeira faz parte da infância, sendo crucial em todo tempo, como forma de aprendizado cativante e proveitosa. “Brincar, jogar, agir ludicamente, exige uma entrega total do ser humano” Luckesi (2007). Portanto, o brincar precisa ser espontâneo, e não está ligado a objetivos, mas sim ao prazer, ao desenvolvimento do indivíduo. O brincar proporciona alegria, meio de desvendar, conhecer, criar fantasias baseados na realidade, de imaginação, reflexão e socialização. “Os brinquedos terão um sentido profundo se vierem representados pelo brincar. Por isso a criança não cansa de pedir aos adultos que brinquem com ela”. Almeida (1994, p.39).
  • 7. 17 A proposta de uma educação mais rica e concentrada no universo infantil depende de uma intervenção pedagógica inovadora e de se repensar um currículo voltado à infância, o qual deve estar atrelado ao desenvolvimento infantil, onde a criança deve ser valorizada como tal. A percepção do coordenador pedagógico e diretor como também do educador são fundamentais, diante da ação pedagógica, precisando ser inovadora e contagiante, atentando para as diversas atividades como jogos e o lúdico, para que favoreçam as crianças a livre expressão, a criatividade e as novas descobertas, segundo Maluf (2003), “o brincar pode ser um elemento importante através do qual se aprende, sendo sujeito ativo desta aprendizagem que tem na ludicidade o prazer de aprender”; contudo, o brincar além da produção de conhecimentos, do encantamento e da satisfação, promove o desenvolvimento em geral. A relevância da atividade criadora, da ludicidade, do jogo e do brincar, tornam-se momentos ricos de novas vivências, tanto coletivas, como individuais como sugere Luckesi (2007): ”as atividades lúdicas poderão ser praticadas individualmente: não há dúvida quanto a isso; porém, há muito mais força, quando praticadas coletivamente”. Por sua vez, o professor/professora precisa de novas técnicas, métodos e outros aparatos pedagógicos, na busca incensante de estar construindo sonhos que se tornarão realidades para nossas crianças, como ressalta Maluf (2003, p.29), “devemos procurar inovar para não deixar que nossas aulas sejam cansativas e que caiam na mesmice”. Por várias razões é que passamos a acreditar na diversidade de métodos e técnicas hoje mais utilizadas, inseridas no contexto da formação dos profissionais em geral de educação infantil, pois só tem a dar contribuições, assim sendo, as atividades de caráter lúdico, o jogo e também os brinquedos, deve constar nos currículos escolares dessa área educacional, tão primordial, como sugere Santos, “Por isso quanto mais vivências lúdicas forem proporcionadas nos currículos acadêmicos, mais preparados o educador estará para trabalhar com a criança” (1997,p.21). Daí, a necessidade de uma formação específica, voltada para a qualidade de aprendizagem das crianças menores.
  • 8. 18 A relevância deste trabalho monográfico poderá trazer um novo enfoque diante do título abordado “Brincando também se aprende na Educação Infantil”? As perspectivas dos diretores, coordenadores pedagógicos e professores das Instituições Escolares Municipais em Senhor do Bonfim-Ba. Para tanto, procuramos explicitar, ou até mesmo delimitar a especificidade do trabalho docente e profissionais, junto às crianças da primeira infância de modo, diferenciado nas instituições de educação infantil, procurando valorizar a ludicidade como forma de aprendizagem, diante desse paradigma surgiu o seguinte questionamento: Qual a percepção dos diretores, coordenadores pedagógicos e professores, em relação à ludicidade na prática pedagógica da Educação Infantil? Assim, definimos os seguintes objetivos: . Identificar a percepção dos diretores, coordenadores pedagógicos e professores, em relação à ludicidade na prática pedagógica da Educação Infantil. . Analisar o posicionamento dos diretores, coordenadores pedagógicos e professores em relação à importância das atividades lúdicas na Educação Infantil, confrontando os discursos dos sujeitos acima; Vislumbrando novas perspectivas quanto à percepção dos profissionais da referida área, buscamos realizar a pesquisa coerentemente, pois poderá trazer subsídios relevantes de maneira que contribuirão para o desenvolvimento integral das crianças pequenas, sendo que, a eficácia da Educação Infantil depende em grande parte de uma equipe escolar direcionada e compromissada no exercício de sua competência.
  • 9. 19 CAPÍTULO lI Diante do objetivo da pesquisa: identificar a percepção de diretores, coordenadores pedagógicos e professores, em relação à ludicidade da prática pedagógica na Educação Infantil, passamos a discorrer sobre as palavras-chave que servem de embasamento para a realização metodológica, interpretação de dados a serem analisados, como também da relevância na construção de uma educação de qualidade para as crianças pequenas. Assim, deram-se mais ênfase aos conceitos-chave: Educação infantil, ludicidade, prática pedagógica e gestores escolares. 2.1 - EDUCAÇÃO INFANTIL, UM NOVO OLHAR Durante muito tempo, a educação de primeira infância foi atribuída ao assistencialismo e a figura feminina, e de acordo a maneira como a mulher conduzia a situação com uma “certa sensibilidade” seu jeito de ser cuidadoso. Não havia exigências para o magistério; uma história marcada por baixos salários, a educação de crianças delegava-se somente ao gênero feminino. Assim complementa - Referenciais para a formação de professores: O imaginário social foi cristalizando uma representação de trabalho docente destinado a crianças, cujos requisitos são muito mais a sensibilidade e a paciência do que o estudo e o preparo profissional. Em tese, as mulheres seriam mais afeitas a essas “ virtudes” e, portanto, a elas caberia muito bem a função de professores polivalentes (1999,p.31). Hoje a educação de crianças na primeira infância, toma novos rumos, as instituições de educação infantil são mais bem qualificadas e estão atreladas às mudanças, a criança do século XXI, passa a ser vista como um ser social que é o que viabiliza um prolongamento do tempo de infância. Sendo assim, a criança necessita ser considerada como um sujeito de suas próprias ações, manifestações
  • 10. 20 em seu contexto cultural, histórico e social. E, por isso, faz-se necessário uma especificidade que norteia a prática educativa junto à criança, embasada em suas diferentes fases, assim Angotti (2006), vem definir esta questão: Crianças, seres íntegros em suas manifestações de singularidade, sociabilidade, historicidade e cultura, que por meio das práticas de educação e cuidado, deverão ter a garantia de seu desenvolvimento pleno pelas vias da integração entre seus aspectos constitutivos, ou seja, o físico, emocional, afetivo, cognitivo, lingüístico e social (p.20). No entanto, a função da educação é a de conduzir a criança no seu próprio meio, numa educação de forma diferenciada, que possa vivenciar, protagonizar, explorar e conviver no seu próprio universo infantil de poder criar, fantasiar e estar construindo a aprendizagem a sua maneira e que os profissionais valorizem o seu saber anterior. Como sugere Froebel e Arce (2002), “a criança precisa ter uma mente ativa e livre para poder abrir as portas do conhecimento, ela deve ser livre para explorar, escolher, questionar e agir, a aprendizagem deve sempre partir do que o indivíduo possui.” O professor, como a família deve valorizar e incentivar o que já existe de interno na criança. Como na educação infantil ocorreram mudanças ao longo do tempo, este paradigma vem inovar e beneficiar para a construção de possibilidades e habilidades desde muito cedo, pois as crianças fazem escolhas e assumem o seu papel favorecendo o próprio crescimento pessoal, relacionando-se no meio em que vive, para a formação da personalidade desde os primeiros anos de vida. Os novos paradigmas englobam e transcendem a história, a antropologia, a sociologia e a própria psicologia resultando em uma perspectiva que define a criança como ser competente para interagir e produzir cultura no meio em que se encontra (PARÂMENTROS NACIONAIS DE QUALIDADE PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL.2006, P.13). Neste sentido, as experiências vividas por elas nesta fase da vida servem para garantir a socialização, entre adultos e as crianças da escola, os quais
  • 11. 21 possuem vários saberes culturais, contudo, estas crianças podem reafirmar suas identidades, pois é propício o convívio com a diversidade em geral, que podemos observar como positivo dentro do campo educacional infantil. O desenvolvimento da identidade e da autonomia estão intimamente relacionados com os processos de socialização. Nas interações sociais se dá a ampliação dos laços afetivos que as crianças podem estabelecer com as outras e com os adultos, contribuindo para que o reconhecimento do outro e a constatação das diferenças entre as pessoas sejam valorizadas e aproveitadas para o enriquecimento de si próprias (MEC/SEF, 1998, p.11). Essa diversidade torna-se muito rica, pois favorece o universo infantil, buscando caminhos e meios de interagir com a comunidade e com a família, pois assim, estará conhecendo e participando de novos sentimentos e os diversos costumes. Assim, atendendo as expectativas e prioridades necessárias as crianças da educação infantil. Podemos complementar com o ART. 21, seção II, da Legislação Brasileira (LDB-LEI DE DIRETRIZES E BASES), diz que a: Educação infantil, primeira etapa da educação básica tem como base o desenvolvimento integral da criança até os 6 primeiros anos em aspectos físicos, psicológicos, intelectual e social, contemplando a ação da família e da comunidade. A lei vem garantir o desenvolvimento pleno da criança de educação infantil, uma vez que o ambiente precisa ser acolhedor, apropriado, prazeroso e lúdico, de forma que possibilite o bem-estar, o crescimento intelectual e a aprendizagem em geral, enfocando a ludicidade. E de acordo Santos e Cruz (1999): A ludicidade, entendida como um mecanismo da subjetividade, afetividade, dos valores e sentimentos – portanto, da emoção –, deverá estar junto na ação humana, tanto quanto a razão. É preciso que ela dê vazão a sua fantasia, a seus sonhos, pois sem isso estará limitada ao mundo da razão (...), expressão e criatividade limitadas (p.112).
  • 12. 22 Atualmente, a educação de crianças menores, tem um novo enfoque, e é interessante lembrar que ela não se limita mais ao assistencialismo e à mera instrução, mas disponibiliza situações para a criança agir, crescer intelectualmente, tornando-se sujeito de seu aprendizado, dando-lhe oportunidades de descobrir-se de maneira espontânea. Como vem dar subsídios Nicolau: A Educação Infantil visa à criação de condições para satisfazer as necessidades de educação da criança, oferecendo-lhe um clima de bem- estar físico, afetivo-social e intelectual, mediante a proposição de atividades lúdicas que promovam a curiosidade e a espontaneidade, estimulando novas descobertas e o estabelecimento de novas relações a partir do que já se conhece (1995, p.21). Ao analisarmos esses espaços, é conveniente entendermos como um âmbito de formação geral, e não somente como construção de regras imediatas e sim de relações e interações sociais. O desafio é que se criem oportunidades e possibilidades do educando se expandir em todos os sentidos, devendo ocupar um espaço especial em torno de sua formação tanto pessoal, quanto social. 2.2 – A LUDICIDADE COMO FONTE DE FORMAÇÃO Mediante o que vem sendo relatado desde o princípio deste trabalho e o que diz respeito à educação de crianças e seu desenvolvimento social, cultural e motor, em fim, tudo que venha trilhar um caminho de construção de conhecimentos de forma agradável e espontânea através do brincar, da ludicidade, uma vez que, isso é fonte de prazer e alegria, como pode concluir Santos (1997). A ludicidade é uma necessidade do ser humano em qualquer idade e não por ser vista apenas como diversão. O desenvolvimento do aspecto lúdico facilita a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social e cultural, colabora para uma boa saúde mental, prepara um estado interior fértil, facilita os processos de socialização, comunicação, expressão e construção de conhecimentos (p.12).
  • 13. 23 Como Santos nos fala acima, a ludicidade é relevante em todas as fases da vida, ademais é um aprendizado diversificado e envolvente, capaz de mexer, com o emocional, cognitivo e psicológico de um ser humano de tão pouca idade, isso, nos faz, ter uma ampla visão de educação infantil como prioridade, como base e princípio de toda educação que se espera de um futuro promissor. Então, apesar do brincar estar em toda parte no dia-a-dia de cada criança, deve-se valorizar este novo paradigma educacional e cada vez mais colocar em prática, e assim preconizar e evidenciar as atividades lúdicas em diversas disciplinas das áreas do conhecimento. Como vem confirmar, Almeida (1995): A educação lúdica esteve presente em todas as épocas, povos, contextos de inúmeros pesquisadores, formando, hoje, uma vasta rede de conhecimentos não só no campo da educação, da psicologia, fisiologia, como nas demais áreas do conhecimento (p.31). Além, de todo aprendizado que a ludicidade proporciona o brincar desencadeia o cognitivo, a imaginação e a criatividade espontânea em cada ser. Como cita Santos (1997). Ao valorizar as atividades lúdicas, ainda a percebemos como uma atividade natural, espontânea e necessária a todas as crianças, tanto que o brincar é um direito da criança reconhecido em declarações, convenções e leis a nível mundial (p.20). Nem só as brincadeiras como também os jogos são fontes de formação, por contribuir com o desenvolvimento infantil desde o seu nascimento, pois induz às possibilidades e habilidades físicas e motoras das crianças nas diferentes fases e formas de seu comportamento, por auxiliar na construção de sua personalidade, na formação de valores, como também das motivações e afetividades, sendo tudo isso muito rico e fundamental, mesmo assim, ainda existem crianças privadas de algo especial para suas vivências e que só traz benefícios para as mesmas.
  • 14. 24 É neste sentido que, Santos (1997), vem afirmar “O aparecimento do jogo e do brinquedo como fator do desenvolvimento infantil proporcionou um campo amplo de estudos e pesquisas e hoje é questão de consenso a importância do lúdico”. Sendo, muito importante ressaltar os tipos de brinquedos, se está de acordo ao nível e faixa etária das crianças, e se condiz às capacidades, para que proporcione significados às brincadeiras, como afirma Maluf (2003), “os brinquedos devem ser adequados ao interesse, às capacidades, da etapa de desenvolvimento na qual a criança se encontra”. No entanto, faz-se necessário valorizar as atividades lúdicas no intuito de acrescentar para a formação integral do indivíduo. As atividades lúdicas e os brinquedos propiciam a aprendizagem, estimulam a fantasia e a imaginação da criança, assim, ao brincar envolve aspectos relacionados ao cotidiano, como conversar com determinados brinquedos à medida que brincam, demonstrando afetividade e cuidados ao mesmo que enriquecem as idéias e desenvolve a lingüística, o que facilita a simbolização, fazendo com que a criança compreenda o mundo real em que vive. Almeida (1995, p.37), acrescenta: O brinquedo faz parte da vida da criança. Simboliza a relação pensamento-ação e, sob esse ponto, constitui provavelmente a matriz de toda a atividade lingüística, ao tornar possível o uso da fala, do pensamento e da imaginação. Nesta perspectiva, o brinquedo é um forte aliado na educação de crianças menores, por possibilitar meios de construção de conhecimentos. Que segundo Kishimoto (1994), o brinquedo “é entendido como objeto, suporte da brincadeira”. E podemos perceber através de observações em casa ou na escola demonstrações de emoções quando elas brincam, pois estão sempre atribuindo significados a estes objetos; o brinquedo completa e envolve a criança em vários sentidos. 2. 2.1 - A CRIANÇA E O BRINCAR Brincar é viver intensamente, sem regras, de pureza e inocência, uma forma de explorar o meio em que vive livremente, assim, o brincar promove o
  • 15. 25 desenvolvimento em todos os sentidos, por dar significados às brincadeiras, o que abre os caminhos para o conhecimento. Como bem cita Machado (1994). Brincar é viver criativamente no mundo. Ter prazer em brincar é ter prazer em viver. Brincar com espontaneidade, sem regras rígidas e sem precisar seguir estritamente os folhetos de instruções dos brinquedos, é explorar o mundo por intermédio dos objetos (p.27). Diante disso, se o brincar é tão importante e de primazia para o ser humano, quanto mais para a criança em pleno crescimento físico, mental e social, é necessário compreender as crianças em seus diversos aspectos constitutivos, assim fazendo valer ensinar brincando, para ensinar a viver desde o momento que este vem ao mundo. Sobre esta questão (Santos e Cruz), podem complementar: Para ajudar a criança no seu desenvolvimento buscamos compreender sua natureza, e nessa busca encontramos o BRINCAR como uma necessidade básica que surge muito cedo nela. A brincadeira é considerada a primeira conduta inteligente do ser humano; ela aparece logo que a criança nasce e é de natureza sensório-motora ( 1999, p.13). Brincar na infância é sublime em todos os momentos, por trazer alegria e entusiasmo a criança, por isso o ambiente deve estar preparado, com bons espaços, sem perigos, e muito bem arejados, só assim se sentirá em seu contexto, onde descobrirá o mundo brincando. Partindo do pressuposto e de tudo que vem sendo explanado sobre a importância do brincar, podemos salientar que é uma necessidade básica para a criança, por possibilitar o desenvolvimento da mesma, de forma construtiva, poderosa e enriquecedora a brincadeira, entretanto, deve-se à administração escolar um posicionamento em relação à inserção nestes espaços das atividades lúdicas e dos jogos, como fonte educacional. Martins e Lima (2001, p.53), acrescentam que:
  • 16. 26 A escola deve apresentar-se ao aluno como um ambiente alegre, divertido, com múltiplas possibilidades de aprendizado e que, principalmente sejam espaços que propiciem a brincadeira, o desenvolvimento de regras sociais (...). Espaços dentro e fora da sala de aula que sirvam para outras atividades mais descontraídas de ensino aprendizagem. Para que a brincadeira aconteça é relevante um espaço aconchegante e amplo, à medida que se devem disponibilizar brinquedos e objetos que propiciem o brincar livre e descontraído. No ato de brincar, os sinais, os gestos, os objetos e os espaços valem e significam outra coisa daquilo que apresentam ser. Ao brincar as crianças recriam e repensam os acontecimentos que lhes deram origem, sabendo que estão brincando (MEC/ SEF, 1998, p.27). Nas brincadeiras, estas situações são de suma importância, uma vez que, devemos valorizar, por serem momentos únicos e naturais, evidenciando esses acontecimentos, pois, ocupam lugar na educação de crianças tanto no convívio familiar, como educacional. Portanto, é por meio do brincar, do brinquedo e da brincadeira que a criança se expressa de muitas maneiras como: as descobertas, o falar, a compreensão, a criação, a imaginação, o sentido simbólico, a realidade da fantasia, à atenção, a imitação, então essas são algumas das possibilidades e capacidades desencadeadas e notórias no brincar. Que segundo Maluf (2003), vem ressaltar, “o brinquedo é a riqueza do imaginário infantil, através dele a criança libera seus sentidos, em todos os sentidos”. Para tanto, sobre os mais variados enfoques de um ser tão “pequeno” e o brincar, mas que seja perceptível e valorizado, contudo, podemos afirmar que, realmente BRINCAR é VIVER e as crianças brincam porque é uma necessidade básica, assim como a nutrição, a saúde, a habitação e a educação, segundo (Santos e Cruz, 1999). Sendo que tudo depende de nós, da família, da comunidade, da educação.
  • 17. 27 2 . 3 – PRÁTICA PEDAGÓGICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL Diante do contexto educacional de Educação Infantil, principalmente da concepção dessa área de atuação do educador, a prática pedagógica precisa ser repensada, mesmo porque é de grande responsabilidade, por tratar-se da principal fase do desenvolvimento da criança, assim, as atividades, os métodos e outros aparatos devem ser colocados em prática, pois, servem de interesses, despertando na criança curiosidades que proporcionem aprendizado e agrega a produção de conhecimentos. Como complementa Lorenzato (2006). (...) Procedimento muito rico pedagogicamente é a realização coletiva e cooperativa das atividades, pois, além de favorecer a socialização das crianças o conflito sociocognitivo propicia ao professor uma fonte preciosa de informações a respeito do que as crianças conhecem, como e o que estão aprendendo, como passam e como estão evoluindo. O professor de educação infantil necessita ser, antes de mais nada, um observador atento e um interventor oportuno (p.21). Ensinar exige um saber profundo de vivências, de forma que favoreçam a sociabilidade, e meios que viabilizem a construção de si e do outro, gerando aprendizado com mais facilidade e aproveitamento através das interações lúdicas. Como vem afirmar Machado (2001). Para o profissional de educação infantil, a necessidade de oferecer condições que viabilizem as interações lúdicas tem como suporte o reconhecimento do especial valor destas interações para as crianças, em termos de elaboração de conhecimentos advindos do exercício ativo de papéis sociais, conhecimentos estes imprescindíveis ao desenvolvimento da consciência de si e do outro (p.43). É imprescindível uma prática educativa eficiente, pois o desenvolvimento da criança acontece nesta primeira etapa da vida, sendo assim, os profissionais desta área devem estar melhor capacitados de novas experiências e voltados a ludicidade maneira prazerosa de ensinar e de aprender, pois sendo as atividades
  • 18. 28 lúdicas diversas e contagiantes, uma forma de aprender brincando, como vem afirmar Maluf (2003). A formação de um profissional nesta área precisa ser melhor embasada, com conhecimentos que vivenciem experiências lúdicas, que atuem como estímulos para aplicar seus poderes de habilidades, que desabrochem naturalmente em uma variedade de maneiras de explorar a si próprio e o ambiente em que se encontram. Assim, à medida que vivenciam novas experiências, desenvolvem suas fantasias, e o prazer se expande em alegrias. Com certeza seu cotidiano pedagógico será mais rico, pois irão fluir novos projetos e novas criações (p.11). A prática pedagógica torna-se crucial, principalmente com tantas mudanças e avanços tecnológicos, também a educação de crianças requer novos projetos, que se repensem incorporar aos currículos atividades lúdicas, para que, a educação infantil deixe de vez, o pensamento que muitos fazem que seja de assistencialismo e cuidados, que somente brincam, e nada aprendem, se esses pensamentos fossem verdades, a brincadeira não seria tão essencial em todas as fases. Que segundo Maluf (2003), “Quem trabalha na educação de crianças deve saber que podemos sempre desenvolver a motricidade, a atenção e a imaginação de uma criança, brincando com ela. O lúdico é o parceiro do professor”. Assim, a percepção do educador deve permear para a construção do desenvolvimento cognitivo infantil, devendo ser um interventor de propostas e atividades no decorrer da ação educativa, na qual este organiza seu trabalho. Sobre tal questão vem acrescentar Machado (2005): “a ação educativa deve visar às capacidades de concepção e organização do trabalho (...). Correspondentes às necessidades de contextualização social e pedagógica do trabalho dos educadores de educação infantil”. Uma vez que, o educador esteja compromissado no seu fazer pedagógico, percebendo e valorizando os conhecimentos trazidos pelas crianças. Como cita Machado (2005). A formação de profissionais da educação infantil precisa ressaltar da dimensão cultural da vida das crianças (...). A educação das crianças de 0 a 6 anos tem um papel de valorizar os conhecimentos que as crianças possuem e garantir a aquisição de novos conhecimentos (p.129).
  • 19. 29 No entanto, o fazer pedagógico é função fundamental de ensino, cabe a estes profissionais estarem bem engajados e empenhados de reflexões e avaliações num constante comprometimento de educar, e de ousar criativamente este ensino, pois, assim verá seus alunos como sujeitos de seu aprendizado. Segundo concorda Angotti (2001). Que o professor tenha elementos para proceder à análise, reflexões e avaliações referentes ao seu próprio fazer, encontrando novos caminhos qualitativamente diferentes para a efetivação de um trabalho docente reflexivo e orientado por um projeto de educação pré-escolar (p.55). Contudo, a prática educativa é um processo constante de atualização profissional, isto é, de estar sempre aprendendo, pois ao mesmo tempo em que ensinamos aprendemos, e quando executamos ludicamente é porque fazemos com prazer, sendo, algo que vem de dentro, nos fazendo bem, à medida que nos realiza, não somente como aquele instrumento de construção de conhecimentos, mas de satisfação pessoal, como pode complementar Luckesi (2007) “Ludicidade foca a experiência lúdica como uma experiência interna do sujeito que a vivencia”. Então, podemos compreender a prática pedagógica como uma ferramenta que depende de cada um em seu fazer, ou seja, de meios para atuar na infância de modo que a expressão lúdica, o jogo, o brincar e o brinquedo prevaleçam sempre para construção do imaginário, da fantasia, e do conhecimento. Assim, relata Machado (1994, p. 11). “O brincar, fonte de vida para a criança, ganha sentido nesta proposta, pois o sonhar e o criar passam da reflexão à prática e nos dizem das possibilidades, a quem e além do reconstruir permanente em educação”. Sendo, que este reconstruir, possa estar presente no dia-a-dia de toda criança, não importando o caminho percorrido, mas o resultado desta construção. Diante disso, e do que foi exposto anteriormente o profissional de educação infantil, deve se comprometer no seu fazer pedagógico, para que o trabalho educativo venha criar condições para as crianças descobrirem o seu próprio universo contido de aprendizagens, relações de valores, costumes que permeiam a sociedade a qual pertencem.
  • 20. 30 2. 3.1 - A IMPORTÂNCIA DA FORMAÇÃO DO EDUCADOR NA PRIMEIRA INFÃNCIA Sabemos que a formação do educador precisa ser mais bem qualificada e específica. Assim como a aprendizagem da criança de educação infantil é importante quanto mais a do profissional da referida área. Para tanto, é preciso a introdução da criança na sociedade à qual pertence, e para isso é necessária a base, ou seja, a educação infantil, que por sua vez, depende em grande parte da capacitação e qualificação profissional da equipe de ensino, a qual deve levar em consideração as necessidades infantis e especialmente o contexto sócio-cultural, então devendo ser um interventor oportuno de novas situações e atividades, assim sendo, atividades que promovam o desenvolvimento global da criança, e para que isso aconteça o educador precisa primeiramente gostar do que faz, para fazê-lo ludicamente, assim buscamos subsídios em Angotti (2006). A definição de uma profissionalidade para os educadores infantis deverá considerar o fundamento da natureza que é a ludicidade, entendida na sua perspectiva de liberdade, prazer e do brincar, enquanto condição básica para promover o desenvolvimento infantil (p. 19). Por isso, a formação específica docente colabora e agrega um saber educativo crucial, pois diante das dimensões existentes nesta área, é pertinente à atuação do educador de forma que valorize o processo educativo, respeitando o desenvolvimento de cada discente, que segundo Almeida (1995). Por meio da boa observação durante o funcionamento do jogo, o professor poderá registrar também as atitudes dos alunos, bem como o espírito de cooperação, o relacionamento, o poder de observação, a atenção, o interesse, o poder de concentração, a comunicação, o desembaraço (...), a curiosidade, a busca do conhecimento. (p.124 e 125). Fazem-se, necessários novos projetos curriculares, voltados à pedagogia infantil, como também de uma prática mais aprofundada, pois a formação
  • 21. 31 pedagógica limita-se muito a teorias, sendo que a prática educativa torna-se restrita. Assim, vem dar subsídios Severino e Fazenda (2002, p.85). Ao nos referirmos à formação, temos em vista um processo por meio do qual o professor reflete, estuda, debate, discute sua prática, desvelando as teorias que a informam e buscando transformá-las.Nessa concepção, o professor é um ativo participante do processo, construindo seu conhecimento e se constituindo em sujeito de sua prática. O profissional de educação infantil deve se especializar para tal, sendo que passamos aquilo que aprendemos com muito mais eficácia, e é neste sentido que a formação é crucial, em relação à atuação. Assim, vem acrescentar Santos (1997, p.21). “Por estas razões é que acreditamos que, no contexto da formação dos profissionais de educação infantil, deveriam estar presentes disciplinas de caráter lúdico, pois a prática docente é reflexo da formação do indivíduo”. Então, o educador é um mediador de toda e qualquer educação, sendo este muito importante, pois possui meios de conduzir e perpassar conhecimentos a serem construídos em torno da realidade infantil, uma pedagogia da infância, que deve permear novas alternativas vinculadas às atividades lúdicas, jogos e brincadeiras, atividades estas que envolvam, estimulem as crianças, que apesar de pouca idade são capazes de construir e produzir significados. Assim, o Referencial Curricular, vem retratar, que: A intervenção do professor é necessária para que, na instituição de educação infantil, as crianças possam, em situações de interação social, ou sozinhas, ampliar suas capacidades de apropriação dos conceitos, dos códigos sociais e das diferentes linguagens, por meio da expressão e comunicação de sentimentos e idéias, da experimentação, da reflexão, da elaboração de perguntas e respostas, da construção de objetos e brinquedos etc. (MEC/SEF, 1998, p.30) A preocupação com a formação do docente, do coordenador e diretor, é um fato relevante, pois é da equipe de ensino, da administração em geral que dependem o futuro de nossas crianças em sua formação pessoal e social.
  • 22. 32 2. 4 – A RELAÇÃO: DIREÇÃO, COORDENAÇÃO PEDOGÓGICA E PROFESSORES QUANTO A LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL Uma equipe de ensino precisa estar envolvida com a escola e ter conhecimento do contexto onde estão inseridos, sabendo qual o caminho que deverão percorrer tendo claros os objetivos a serem alcançados dentro da coletividade, um referencial para que a instituição consiga interferir na realidade de seus alunos, promovendo uma formação crítica e produtiva do sujeito. O diretor, enquanto gestor assume um papel muito importante na instituição de ensino como articulador, ele deve ser sempre motivo de incentivos e estímulos dentro do âmbito educacional, assim alimentando o progresso e sucesso coletivo, condições favoráveis ao desempenho de toda equipe, como também da organização em geral, dos novos projetos, assim inovando as práticas pedagógicas. Que segundo Lück (2006): A autonomia de gestão escolar estabelece parâmetros de qualidade ao trabalho coletivo, norteando as responsabilidades do conjunto dos profissionais da escola, estabelecendo oportunidades de exercício de criatividade e espírito de inovações, de renovação das práticas da escola (p.128). O coordenador pedagógico na gestão escolar que, por sua vez, vem organizar o projeto político pedagógico, o qual fomenta toda à ação educativa, de forma que estabeleça uma articulação tanto do corpo docente, como dos discentes, pois pode estar sempre enriquecendo as propostas curriculares, sendo assim, ele deve estar atento aos acontecimentos em geral do estabelecimento de ensino e ao desenvolvimento pleno das crianças, assim buscando meios para uma formação social, cultural e cognitiva do indivíduo. Como menciona Vasconcellos: Poderíamos dizer que a coordenação pedagógica é a articuladora do Projeto Político-pedagógico da instituição no campo pedagógico, organizando a reflexão, a participação e os meios para a concretização do mesmo, de tal forma que a escola possa cumprir sua tarefa de propiciar que todos os alunos aprendam e se desenvolvam como seres
  • 23. 33 humanos plenos, partindo do pressuposto de que todos tem o direito e são capazes de aprender(2002, p.87). Na legislação brasileira a educação e a questão da formação dos gestores, conforme a lei é clara e específica quanto ao curso superior em Pedagogia, de acordo, o título VI, Artigo 64, da (LDB - LEI DE DIRETRIZES E BASES), convêm, que: A formação de profissionais de educação para a administração, planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional para a educação básica, será feita em cursos de graduação, a critério da instituição de ensino, garantida, nesta formação, a base comum nacional (9394/96, p.49). No entanto, para que as metas sejam cumpridas, o diretor e o coordenador precisam estar bem qualificados em atuação plena de suas atividades, para que desenvolvam e produzam os melhores resultados possíveis, objetivando o crescimento da instituição de ensino, que respaldam no ensino-aprendizagem e garantam o desenvolvimento pleno das crianças de educação infantil sendo de grande valia as atividades lúdicas, pois esta prática só vem propiciar a construção de conhecimentos. Como vem dar subsídios Maluf (2003). As brincadeiras enriquecem o currículo, podendo ser propostas na própria disciplina, trabalhando assim o conteúdo de forma prática e no concreto. Cabe ao professor, em sala de aula ou fora dela, estabelecer metodologias e condições para desenvolver e facilitar esse tipo de trabalho. O professor é quem cria oportunidades para que o brincar aconteça de maneira sempre educativa (p.29). Sendo o professor/professora um sujeito de fundamental importância para a instituição, vale ressaltar, que ele trabalha diretamente com as crianças menores, e é por isso que o educador precisa estar se especializando, daí a relevância do coordenador e do diretor em propiciarem momentos de formação em serviço para os docentes, principalmente em se tratando da Educação Infantil, pois é um segmento que requer um preparo mais aprofundado para as questões da primeira infância, meios que possibilitem uma educação lúdica e bem diversificada tanto
  • 24. 34 prazerosa de aprender quanto de ensinar. Como condiz a LDB, (LEI DE DIRETRIZES E BASES), no título VI, artigo 62, que: A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, e graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras séries do ensino fundamental em nível médio, na modalidade Normal (9394/96, p.48). É muito importante que os gestores saibam organizar e separar os afazeres pedagógicos, os quais são a vida da instituição, ao invés de se ocuparem muitas vezes com a parte burocrática, não desfavorecendo esta parte, mas que por sua vez, possam estar prevalecendo sobre algo tão crucial. O diretor, precisa ter na sua prática o direcionamento do projeto pedagógico escolar, que ao lado do coordenador, possam repassar aos professores, alunos e a comunidade a forma como será desenvolvido este projeto durante o ano letivo, pois, é dele que depende a escola e a qualidade de ensino, promovendo uma aprendizagem produtiva para a formação integral dos discentes. Assim esclarece Ferreira (2006): É importante dizer que o aprofundamento de estudos, bem como a pesquisa nessa temática, tem seu espaço próprio no curso de Pedagogia. A atuação no campo da gestão requer o desenvolvimento de determinadas competências e habilidades que precisam ser tematizadas e experienciadas no decorrer do programa de formação, articulando teoria e prática (p.41). Sendo, que para uma boa administração escolar a coletividade precisa ser democrática e embasada num currículo voltado as políticas para a educação de crianças pequenas. Pois cabe aos gestores a intervenção e meios que possibilitem os professores uma prática atuante de diversidades e espontaneidade para o crescimento pleno do sujeito. Sobre esta questão os Referenciais Curriculares, vem acrescentar:
  • 25. 35 O professor é mediador entre as crianças o e os objetos de conhecimento, organizando e propiciando espaços e situações de aprendizagens que articulem os recursos e capacidades afetivas, emocionais, sócias e cognitivas de cada criança aos seus conhecimentos prévios e aos conteúdos referentes aos diferentes campos de conhecimento humano. (MEC/SEF, 1998, p.27). Em razão, do que foi explanado sobre a equipe de ensino, vale ressaltar que os gestores das instituições de Educação Infantil, que tenham conhecimento das especificidades deste segmento, devem priorizar o espaço das atividades lúdicas tanto no Projeto Político Pedagógico, quanto nos momentos de planejamento e de formação docente no espaço escolar.
  • 26. 36 CAPÍTULO III TRILHANDO METODOLOGICAMENTE O presente trabalho metodológico foi realizado a partir da pesquisa de campo, que teve como procedimento a pesquisa qualitativa , a entrevista semi-estruturada e questionário socioeconômico, visando colocar mais detalhada os fatos, reflexões, e as informações coletadas, que permitiram atingir um conhecimento mais específico da realidade e percepção dos sujeitos da pesquisa. Que se segue com o objetivo proposto: Identificar as perspectivas dos diretores, coordenadores pedagógicos e professores em relação à ludicidade na Educação Infantil. 3.1 – TIPO DE PESQUISA Abordamos a pesquisa qualitativa por melhor favorecer e envolver um contato prolongado entre pesquisador e pesquisado, assim, pressupondo a devida relevância ao problema em questão, dos quais utilizamos instrumentos e técnicas que fomentaram a objetividade na investigação. Sobre tal questão, vem afirmar, Gil (1991), que: Procedimento racional e satisfatório que tem com objetivo proporcionar aos problemas que são propostos. A pesquisa é desenvolvida mediante o concurso dos conhecimentos disponíveis e a utilização cuidadosa de métodos, técnicas e outros procedimentos científicos. Na realidade a pesquisa desenvolve-se ao longo de um processo que envolve inúmeras fases, desde a adequada formulação do problema até a satisfatória apresentação dos resultados (p.19). 3.2 – LÓCUS DE PESQUISA Temos como lócus em nossa pesquisa de campo Escolas Municipais de Senhor do Bonfim – BA.
  • 27. 37 Especificamente as seguintes Instituições a seguir: . A Escola Municipal Abigail Feitosa, situada a Rua da Mangueira, S/N Pêra; . A Escola Municipal Moranguinho, situada a Rua: São João, 495, São Jorge; . A Escola Municipal João Tomaz de Santana, situada a Rua: Engenheiro Bamberg, S/N; . A Escola Nossa Senhora do Perpétuo do Socorro, Quadra A, Caminho F, S/N - Casas Populares. O critério para a escolha destas escolas, foi por serem da Rede Pública, e de pequeno porte, onde percebemos limitações como: área de lazer muito restrita, pouco sombreamento, algumas salas pequenas, e etc, as quais requerem dos órgãos públicos dar mais importância e devida atenção a estes fatos existentes. Que por sua vez, um âmbito escolar de educação infantil exige espaços amplos e bem estruturados, para as brincadeiras das crianças que ali estudam, para que as mesmas tenham um melhor desempenho das atividades lúdicas, interações sociais e cognitivas. 3. 3 – SUJEITOS DA PESQUISA Participaram como sujeitos desta pesquisa 06 (seis) professoras de educação infantil, 03 (três) diretoras e 03 (três) coordenadoras pedagógicas das referidas instituições de ensino. 3. 4 - INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS Para obtermos os resultados almejados dentro da pesquisa, utilizamos como instrumento de coleta dos dados a entrevista semi-estruturada, pois sendo um recurso enriquecedor, por facilitar os questionamentos, sendo que engloba um quadro maior de idéias diversas dos pesquisados, o que enaltece a melhores resultados, com relação à entrevista semi-estruturada, vem afirmar Triviños (1987).
  • 28. 38 (...) entrevista semi-estruturada, em geral, aquela que parte de certos questionamentos básicos, apoiados em teorias e hipóteses, que interessam à pesquisa, e que, em seguida oferece amplo campo de interrogativas, fruto de nossas hipóteses que vão surgindo à medida que recebem as respostas do informante. Nossas práticas em pesquisa qualitativa nos têm ensinado que em geral, processo da entrevista semi- estruturada dá melhores resultados se trabalha com diferentes grupos de pessoas (professores, alunos, orientadores educacionais, diretores, sobre as perspectivas da orientação educacional nas escolas.(p.146). A entrevista tem sua relevância na pesquisa de campo por possibilitar e abranger vários sujeitos e assim podermos fazer um contra ponto dos dados coletados entre eles. Assim, as devidas entrevistas foram realizadas nas escolas Municipais durante duas semanas, sendo que os sujeitos estavam disponíveis no momento das mesmas, o que nos deu respaldo para novos elementos. Assim dando seqüência a pesquisa e para melhor enriquecê-la, optamos também pelo questionário fechado, o qual traça o perfil dos sujeitos envolvidos. Marconi e Lakatos (1996, p.88) definem o questionário como: “ um instrumento de coleta de dados, constituído por uma série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador.” Sendo, que estes estejam de forma coesa e não seja limitado, para podermos concluir de maneira proveitosa toda a pesquisa. Portanto, assim como a entrevista, o questionário serve para facilitar a obtenção necessária dos resultados com maior exatidão e objetividade das questões em pauta.
  • 29. 39 CAPÍTULO IV ANALISANDO E INTERPRETANDO OS DADOS O presente capítulo vem analisar e contextualizar os dados coletados para elucidação da questão inicialmente apresentada através dos instrumentos utilizados na pesquisa de campo que foram: a entrevista semi-estruturada e o questionário fechado - perfil socioeconômico dos sujeitos pesquisados. 4. 1 - ANÁLISE DO QUESTIONÁRIO - PERFIL SOCIOECONÔMICO DOS DOCENTES DAS INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO INFANTIL PESQUISADAS. 4. 1.1 - Faixa etária –gráfico 1 50% 20 a 25 anos 25 a 30 anos 50% 30 a 35 anos acima de 40 0% 0% Ao analisarmos o gráfico acima, observamos que em parte os docentes são pessoas experientes, capazes de desenvolver sua função sem qualquer empecilho, sendo que a predominância de idades está entre 30 a 40 anos, fato este, que nos induz a pensar que estes sujeitos trazem em suas histórias de vida, enquanto educadores da referida área, experiências significativas facilitando nossa compreensão a respeito de sua prática.
  • 30. 40 4. 1.2 - Quanto ao gênero - gráfico 2 100% masculino feminino 0% Conforme a nossa amostragem, verificamos que 100% dos professores de educação infantil das escolas investigadas são do sexo feminino, esses dados nos fazem perceber que na docência o sexo feminino praticamente predomina, reafirmando o que já havíamos citado anteriormente no quadro teórico sobre a feminilização do magistério, principalmente na educação de primeira infância, Os Referenciais para Formação de Professores (1999, p.31), dizem sobre esta questão: “A feminilização da função, ao invés de representar de fato uma conquista profissional das mulheres, tem-se convertido num símbolo de desvalorização social”. Sendo que atualmente o papel da mulher na educação se configura a partir de novos paradigmas, possuindo um novo sentido, um novo recorte quanto à formação e principalmente a educação de crianças menores. 4. 1.3 – Quanto à formação profissional – gráfico 3 16% 16% magisterio superior incompleto superior completo 68%
  • 31. 41 Em termos gerais, podemos constatar que os docentes que atuam em Educação Infantil estão se especializando cada vez mais, sendo que existe uma preocupação quanto à sua formação e uma necessidade crescente de capacitar-se, podemos mencionar que por exigências da própria educação, enquanto políticas públicas voltadas para educação infantil, promovendo e trazendo incentivos para este segmento tão “esquecido”, venham melhorar o seu nível de formação, e para reafirmar o que Maluf nos respalda teoricamente ao relatar que: “ a formação profissional nesta área deve ser melhor embasada(....), de experiências lúdicas(...)”.E, também pelos avanços de forma geral, onde a sociedade se globaliza em busca de seus interesses para melhores condições sociais. 4. 1. 4 – A experiência profissional na educação infantil – gráfico 4 É notório que os docentes atuantes na referida área que estão entre 1 a 5 anos correspondem a 50% e de 5 a 10 anos a 33% e 17% acima de 10 anos, dos resultados coletados, nos conduzem a interpretar da seguinte maneira: 17% 50% 1 a5 anos 5 a 10 anos 33% acima de 10 anos A experiência profissional demonstrada pelos docentes no respectivo gráfico, nos leva a uma possível interpretação de que os mesmos já tenham vivenciado experiências docentes que lhes favoreçam a uma melhor compreensão dos processos educativos, de confiabilidade, autonomia e segurança no desenvolvimento das ações pedagógicas, porém, não “descartando” a possibilidade que este considerável longo período de conhecimento prático docente, venha a se configurar como fator que conduza a postura e o comportamento deste, para uma
  • 32. 42 ação cristalizada, assim rejeitando as atuais ações educativas, principalmente no que concerne as atividades lúdicas tão importantes para o desenvolvimento das crianças, neste sentido nos vem dar subsídios Nicolau(1995), ao mencionar que “ mediante a proposição de atividades lúdicas que propiciem a curiosidade(...), estimulando novas descobertas, novas relações(...)”, sendo, assim a educação de crianças pequenas precisa estar valorizando uma prática inovadora. 4. 2 - PERFIL PEDAGÓGICO NO CONTEXTO DA ATIVIDADE LÚDICA 4. 2.1 – Média de faixa etária de crianças com as quais trabalha – gráfico 5 17% 33% 2a3 17% 3a4 4a5 33% 5a6 O gráfico na amostragem acima nos revela que a maior parte das crianças das turmas dos professores entrevistados são de crianças cada vez mais novas, fato que evidencia uma acessibilidade maior das crianças menores a escola, o que requer uma necessidade de que a ludicidade seja elemento predominante nas práticas pedagógicas dos docentes de Educação Infantil.Se as crianças chegam mais cedo as escolas, evidentemente precisarão de atendimentos adequados que lhes favoreçam sempre de maneira construtiva e principalmente agradável, pois segundo Santos (1997) , “a ludicidade é necessário em qualquer idade; que facilita a aprendizagem, e o desenvolvimento em todos os sentidos” e ainda vem complementar Santos e Cruz, quando dizem:” a brincadeira é considerada a primeira conduta inteligente do ser humano; ela aparece logo que a criança nasce”. Portanto, em termos gerais, a ludicidade faz-se importante desde cedo.
  • 33. 43 4. 2. 2 - Média quantitativa de crianças com as quais trabalha – gráfico 6 0% 17% 33% 5 a 15 crianças 15 a 20 crianças 20 a 25 crianças 50% acima de 30 Podemos constatar que a média de crianças por professor está acima do permitido, conforme as Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Infantil / (Parecer CNE/CEB nº 22/98 de 17/12/98), como Resolução CNE /CEB, n 01de 07/04/1999), onde diz: 1 professor para cada grupo de 15 crianças de 2 a 3 anos, 1 professor para cada grupo de 20 crianças de 4 a 6 anos de idade, uma vez que a Educação Infantil precisa ser repensada e organizada pelo poder público, com maior rigor e atenção no que diz respeito o que é exigido por Lei. Para tanto, se existe o excesso de crianças, requer mais educadores ou auxiliares para um melhor desempenho de suas ações educativas, das atividades lúdicas, atividades estas indispensáveis nesta faixa etária, sendo fundamental perceber se as “brincadeiras e os brinquedos estão de acordo as capacidades e interesses das crianças, e da etapa de desenvolvimento”, segundo Maluf (2003). 4. 2.3 - As instituições e as atividades lúdicas – gráfico 7 0% 33% nenhuma diariamente 67% 1 vez por semana
  • 34. 44 Os resultados do gráfico acima mostram que a ludicidade nos discursos dos docentes aparece com muita freqüência em suas práticas educativas, assim sendo Santos (1997), vem reafirmar que: “o jogo e o brinquedo como fator de desenvolvimento infantil (...), é questão de consenso a importância do lúdico,” e ainda Maluf (2003), também dá sua contribuição, “ o brincar é tarefa do dia-a-dia que nem os pais, nem os professores conseguem transmitir”. De modo geral é brincando que se aprende. 4. 3 - O PERFIL SOCIOECONÔMICO DOS GESTORES DAS INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO INFANTIL. 4. 3.1 – Faixa etária – gráfico 8 Podemos observar de acordo com o gráfico abaixo que as coordenadoras e diretoras em parte estão na faixa etária dos 30 a 35 anos o que corresponde a 33%, um grupo visivelmente jovem, fato este, que colabore, ou ao menos nos induz a interpretar que estando nesta faixa etária estejam flexíveis e disponíveis para as exigências de uma gestão que atendam as necessidades atuais voltadas as políticas públicas educacionais infantis. 0% 17% 50% 20 a 25 25 a 30 30 a 35 33% acima 40 No entanto, as que estão acima dos 40 anos correspondem à outra parte equivalente a 50%, que por estarem com idades mais elevadas podem estar colocando em prática uma experiência de vida mais centrada as prioridades das crianças de primeira infância, e projetar as melhorias para a qualidade de
  • 35. 45 aprendizagem e construção de desenvolvimento afetivo, social e cultural através do brincar, dos brinquedos, enfim das interações lúdicas nas instituições, em relação ao assunto Santos e Cruz (1997), que já trouxeram respaldos anteriormente confirmam “ O brinquedo é dotado de imagens, significados (... ), a apropriação da cultura é resultado das interações lúdicas, que se dá entre a criança, o brinquedo e as outras pessoas”. Isto nos revela a fundamental importância destas interações lúdicas. 4. 3.2 - Quanto à formação profissional dos gestores – gráfico 9 100% magisterio superior incompleto superio completo 0% 0% Observando o gráfico, podemos concluir que dos sujeitos pesquisados todos já possuem nível superior, como convêm a Lei (9394/96), o título VI, Art. 64, “será feita em cursos de graduação, a critério da instituição de ensino”, sendo que alguns já estão dando continuidade em sua especialização, ou seja pós-graduação em Pedagogia, que por sua vez, diante do quadro histórico de desvalorização da referida área, torna-se necessário essa capacitação ou formação. O fato de que grande parte dos gestores fez o curso de Pedagogia favorece a estes, um conhecimento mais consistente e aprofundado a respeito do desenvolvimento infantil, para que os mesmos tenham um olhar específico à primeira infância de forma que colabore na orientação da coordenadora para uma prática inovadora dos docentes que venham valorizar a ludicidade.
  • 36. 46 4. 3.3 – Quanto à experiência profissional na educação infantil – gráfico 10 0% 17% 33% não tem de 1 a 5 anos de 5 a 10 anos 50% acima de 10 anos Ao analisarmos este gráfico percebemos que boa parte das gestoras tem experiência na referida área. Consiste assim, elemento que nos mostra uma relação a mais destes gestores e as práticas, estando melhores preparadas para administrar toda a equipe escolar com autonomia e determinação em relação o que as crianças menores necessitam para uma aprendizagem significativa utilizando critérios que envolvam as diversas atividades lúdicas. Todavia, a entrevista declarou que D.3¹, nunca esteve na referida área, motivo para que esta se aproprie de sua capacitação profissional, sendo o diretor um líder, deve criar situações formativas que favoreçam a instituição, desenvolvendo novas propostas e projetos direcionados no conhecimento específico do foco desta pesquisa para a ludicidade. A entrevistada do grupo de coordenadoras, C.3¹ - se engloba na mesma situação anterior, a mesma afirma que tem bastante vivência como gestora, porém atuação na educação infantil não teve. Mas, procura em sua prática estar sempre em consonância com a diretora e docentes, buscando melhores métodos de aprendizagens, para investir no que é mais rico, prazeroso e proveitoso para as crianças, assim, vem complementar Almeida (1995), “as brincadeiras mais simples de que participa são verdadeiros estímulos ao desenvolvimento intelectual”. ________________________ ¹ Visando a manutenção do anonimato dos entrevistados atribuímos códigos (D, C e P) acrescidos de algarismos arábicos (1, 2, 3, 4, 5 e 6).
  • 37. 47 4. 3.4 – Quanto à experiência profissional como gestor – gráfico 11 50% de 1 a 5 anos 50% de 5 a 10 anos acima de 10 anos 0% Podemos perceber conforme o gráfico acima que algumas pessoas já possuem um período relevante de experiência na função, sendo que os gestores que atuam com menos tempo tragam consigo a possibilidade de construção de uma prática gestora inovadora e mais democrática, diante das demandas educacionais da atualidade, fazendo com que estas escolas venham desenvolver uma prática mais próxima da realidade das crianças, do seu aprendizado, da formação do indivíduo, da alegria, do brincar..., sobre isso complementa Maluf (2003), “o brincar para a criança é coisa muito séria”. Ademais, para uma educação de qualidade depende de bons profissionais empenhados no exercício de suas funções, administradores engajados e envolvidos em métodos criativos. 4. 4 - ANÁLISES DAS ENTREVISTAS: OS DOCENTES 4. 4.1 – A questão lúdica na educação infantil Na contemporaneidade, com os grandes avanços científicos, metodológicos e educacionais, é com grande satisfação que podemos falar em escola lúdica, de interações e atividades lúdicas, da ludicidade, da brincadeira, do brinquedo, da criança. Embora, podemos perceber os impasses, apesar de tantas
  • 38. 48 pesquisas, de especializações; os profissionais que trabalham na educação infantil, ainda encontram algumas resistências quanto a esse assunto tão crucial. E, neste sentido salienta Almeida (1995), que: “percebe-se claramente que há uma restrição do lúdico, isto é, uma falta de conhecimento e compreensão de seu verdadeiro sentido”. Em seguida a fala dos docentes entrevistados: quando abordávamos como a questão lúdica é tratada no planejamento: P.1¹ - É tratada com seriedade. É à base de tudo, pois sem o lúdico não há Educação infantil; a atividade lúdica deve ser prioridade na educação infantil; P.4 - É preciso, porque ao mesmo tempo em que estão brincando estão aprendendo, devendo ser bem valorizada; Em relação à fala de P.4 – diante de seu discurso, ela diz trabalhar o lúdico diariamente, isso é muito importante, e comenta que é brincando que a criança aprende. Certamente, condiz a concepção da autora Maluf, quando diz: “ o professor é quem cria oportunidades para que o brincar aconteça de maneira educativa”. P.5 - É muito relevante essa discussão no planejamento, nós professores podemos trocar informações para que as aulas sejam mais ricas e produtivas; P.6 - É tratada como qualquer outra disciplina, sendo que é importante para o cotidiano da criança; A ludicidade deve ter muito mais ênfase, mas, na fala de P.6, a docente revela uma concepção tradicional e fragmentada, sendo que citou ludicidade como sendo uma disciplina e não como elemento dinâmico no desenvolvimento de toda a prática educativa, pois é uma forma diferenciada de trabalhar com a criança, em todos os aspectos e sentido, assim vem ressaltar, Maluf, que: “ pode-se afirmar que o brincar, enquanto promotor da capacidade e potencialidade da criança, deve ocupar um lugar especial na prática pedagógica” Percebemos através das falas da maioria dos docentes pesquisados que esta área vem evoluindo ao longo do tempo, porém, é o que transparece através dos
  • 39. 49 discursos dos mesmos. Torna-se necessário que haja uma crescente preocupação com métodos e técnicas a serem utilizados em prol da aprendizagem e desenvolvimento da criança. Sobre tal questão, nos diz Santos. As atividades lúdicas possibilitam o desenvolvimento integral da criança, já que através destas atividades a criança se desenvolve afetividade, convive socialmente e opera mentalmente. Brincar é uma necessidade básica assim como é a nutrição, a saúde, a habitação e a educação (1997, p.20). Podemos então, em termos gerais diante dos depoimentos observarmos, que apesar de algumas limitações as escolas de Educação Infantil tem-se revelado por parte de alguns profissionais um novo olhar, novas propostas direcionadas a questão lúdica. 4. 4. 2– A percepção dos profissionais de Educação Infantil em relação à ludicidade É de grande importância que educadores percebam a prática metodológica da ludicidade enquanto um recurso formador e dinamizador para a qualidade do ensino da Educação Infantil. Visto que, criem propostas curriculares que propiciem as necessidades e promovam oportunidades cabíveis às crianças pequenas. Quando tratávamos sobre a importância das atividades lúdicas fazerem parte do currículo escolar, surgiram os discursos dos docentes abaixo: P.2 - Sim. Por que é a base de tudo, é a educação infantil; P. 3 - Sim. As atividades lúdicas são importantes em qualquer fase escolar; P.4 - Com certeza. Auxilia na aprendizagem das crianças;
  • 40. 50 P.5 - Sim. Por que a criança terá mais prazer em desenvolver as atividades brincando, porque é brincando que se aprende; P.6 - Sim. Por que é através dos jogos, das brincadeiras que eles aprendem. Em relação o relato de P.5. É bem condizente com o que se almeja para a Educação Infantil, onde P.5 se expressa “ é brincando que se aprende”. E, com relação ao brincar e seu valor, o qual torna a aprendizagem mais interativa e dinâmica para as crianças. Assim recorremos aos Referenciais Curriculares Nacionais para Educação Infantil, que ressalta o brincar: Brincar é uma das atividades fundamentais para o desenvolvimento da identidade e da autonomia. O fato de a criança, desde muito cedo, poder se comunicar por meio de gestos, sons e mais tarde representar determinado papel na brincadeira faz com que ela desenvolva sua imaginação. Nas brincadeiras as crianças podem desenvolver algumas capacidades importantes, tais como a atenção, a imitação, a memória, a imaginação (MEC /SEF, 1998, p.11). Diante do que foi exposto anteriormente, P.6 ao fragmentar a ludicidade como uma disciplina, é perceptível a contradição de suas falas, pois relacionando a percepção de caráter lúdico expressa por ela, ficou claro que jogos e brincadeiras perpassam aprendizagens aos educandos de primeira infância. O que não deixa de ser real para muitos autores e contribuidores infantis. Assim, vem concordar Santos (1997), que: “brincar ajuda a criança no seu desenvolvimento físico, afetivo, intelectual e social (...)”. , e ainda confirma Maluf (2003), “ela adquire experiência brincando”. Para tanto, é por meio das brincadeiras que a criança vai explorando, criando e vivenciando experiências significativas para seu cotidiano. Os professores passaram através de seus depoimentos que acham importante que atividades lúdicas façam parte do currículo escolar. As respostas acima são unânimes, embora cada um tenha apresentado seu ponto de vista. Assim, vem complementar Maluf (2003, p.31), “As atividades lúdicas precisam ocupar um lugar especial na educação”. Porém, nos discursos dos docentes,
  • 41. 51 embora em relatos curtos, um deles diz: “a criança terá mais prazer em desenvolver as atividades brincando”. 4. 4. 3 - As atividades lúdicas trazem contribuições dentro e fora da sala de aula As atividades lúdicas possibilitam meios de interagir com outras crianças e também com adultos em qualquer que seja o espaço, já que por meio das atividades o indivíduo cria laços de amizades e afetividades, relacionamentos adquirindo novas culturas e experiências. Assim sendo, pegamos como referência o relato de P.5, que nos fala: “o envolvimento com outras crianças promove a socialização de forma agradável.” Do ponto de vista pedagógico em relação à questão abordada, veremos a seguir os resultados coletados: P.1 - Claro. Com o lúdico as crianças podem aprender muito mais; P.3 - Se as atividades forem voltadas para a realidade dos alunos, provavelmente haverá uma aprendizagem em sala de aula e extra-escolar; Fazendo “contra ponto” a P.3, que nos relata: “as atividades lúdicas devem ser voltadas para a realidade do aluno”. Mas, a ludicidade ou as interações lúdicas podem estar presentes na forma como a pessoa trabalha em sala de aula, ou em qualquer situação, portanto independe de condição social ou da realidade do sujeito, assim, “ tudo que fazemos por prazer é lúdico, sendo que é algo interno no ser humano”, Luckesi (2007). E, ainda em relação às contribuições no que se refere o item acima (4.4.3), relatam p.4 e p.5: P.4 - Sim. As crianças que as mães costumam brincar de cantigas de roda, facilita muito o trabalho do professor;
  • 42. 52 P.5 - Sim. Porque o envolvimento com outras crianças promove a socialização de forma agradável. Podemos analisar, diante dos discursos que os docentes percebem que o lúdico faz a criança aprender com mais facilidade, que promove a interação social, ou ainda as mães que brincam com seus filhos fomentam a aprendizagem dos mesmos. Sobre este paradigma vem dar subsídios Santos e Cruz: A própria história da humanidade nos mostra que todas as crianças do mundo sempre brincaram, brincam hoje e, certamente, continuarão brincando. A questão mais intrigante é: Por que as crianças brincam? Que características envolvem o brincar, que contagia todas as crianças, independente de idade, sexo, etnia, classe social, época ou cultura? (1999, p.111). . Constatamos que essas atividades merecem um aprofundamento e aproveitamento maior, pois as crianças só “tem a ganhar”, no sentido de formação intelectual e principalmente pessoal. 4. 4. 4 – O espaço da atividade lúdica na escola. Os momentos de atividade que envolva o lúdico precisam ser diários, pois é uma técnica inovadora e dinâmica que só tem a contribuir nas diversas áreas do conhecimento. Segundo nos retrata Almeida: A educação lúdica integra uma teoria profunda e uma prática atuante. Seus objetivos, além de explicar as relações múltiplas do ser humano em seu contexto histórico, social, cultural, psicológico, enfatizam a libertação das relações pessoais passivas, técnicas para as relações reflexivas, criadoras, inteligentes, socializadoras, fazendo do ato de educar um compromisso consciente intencional, de esforço, sem perder o caráter de prazer, de satisfação individual e modificador da sociedade (1995, p.31 e 32).
  • 43. 53 Diante de tal paradigma, ao abordarmos sobre os momentos de atividades lúdicas nas instituições de educação infantil, surgiram os discursos abaixo: P.3 - Sempre fazemos, mas não de forma agradável. Infelizmente na nossa escola não temos ainda espaço adequado, logo estará sendo providenciado; É necessário um lugar amplo, arejado e propício às atividades destas crianças, principalmente com espaço para brincadeiras, como vem salientar Martins e Lima (2001). “A dimensão dos espaços escolares precisa ser encarada como um aspecto importante para a formação dos alunos”. P.4 - Todos os dias realizamos momentos assim, esse tempo é bom, é proveitoso; P.5 - Em tempo integral. Um espaço bom, quadra, parquinho, sala de aula, apesar de faltar cobertura na área livre, sombreamento; Relata P.5, que desenvolve momentos lúdicos em tempo integral, porém há uma controvérsia em sua fala, pois ensina somente um turno, e integral é relativo o dia inteiro na escola, entretanto, olhando o lado positivo, as crianças terão mais prazer em aprender brincando, o que de uma forma ou de outra P.5, ensina brincando, ao menos foi o que nos deixou transparecer através de seu relato. Ademais, comenta que o espaço físico é bom, até mesmo em sala de aula, e que utiliza a quadra, o parquinho e principalmente a sala de aula em sua rotina. P.6 - Todos os dias faço realizações lúdicas, mesmo sendo uma parte teórica e outra prática. O espaço físico da sala de aula é bem amplo e dá para dividir em grupos e trabalhar o lúdico. Os docentes relatam nos devidos discursos, que sempre realizam atividades lúdicas em suas práticas pedagógicas, isso nos mostra que já existe uma nova visão de educação de crianças, porém, os sujeitos que não apareceram, foi porque não opinaram, comentaram somente do espaço físico, e quanto ao ambiente muitos realmente são limitados, P.3 diz utilizar, mas não de maneira agradável.
  • 44. 54 4. 5- ANÁLISES DAS ENTREVISTAS – OS GESTORES 4. 5. 1- A questão lúdica na Educação Infantil: diretores e coordenadores. O planejamento pedagógico é fundamental, a todo e qualquer estabelecimento de ensino, cabe ressaltar que é a identidade da instituição, no qual existem metas a serem cumpridas de maneira coletiva, para favorecer o sucesso da escola e principalmente do discente. Precisa ser bem estruturado e ter coerência, pois se trata de um roteiro a ser seguido no dia-a-dia dos profissionais. Segundo Angotti, “ o planejamento não deve ser visto como uma peça burocrática prevista para encher gavetas e pastas (...). Deve, antes ser espelho real do processo (...) para ser executado ao longo de um período de trabalho” (2001, p.66).Quando ressaltamos como a questão lúdica é tratada no planejamento, obtivemos os seguintes discursos: D.1 - O lúdico na educação infantil tem uma importância fundamental e nos planejamentos ele tem seu espaço; Diante do discurso de D.1 – o lúdico tem seu espaço, a gestora se refere muito restritamente sobre o assunto . Ainda D.1 - e que o lúdico é fundamental- a gestora considera um método relevante, então deve fazer parte constantemente, sendo que a criança precisa viver intensamente cada momento de aprendizagem, para decifrar os significados do ambiente que a rodeia de modo que dê sentido a realidade. Em relação a esta concepção, Santos (1997), vem fundamentar: “ as atividades lúdicas são a essência da infância.” E, dando seqüência aos relatos D.2 e D.3, que: D.2 - Ainda se encontra algumas resistências quando se fala em trabalhar o lúdico; D.3 - É tratada com freqüência, isto é, sempre o professor deve esta desenvolvendo estas atividades em sua metodologia;
  • 45. 55 Na fala de D.2 – ela comenta de resistências quanto ao lúdico; que é uma realidade percebida por parte de alguns, entretanto, cabe ao gestor se mobilizar e trabalhar por uma causa importante, que são as crianças e sua construção social, afetiva e cognitiva, sendo que a educação dessas crianças deve estar atrelada às atividades lúdicas, pois facilitam a aprendizagem de forma agradável, prazerosa e espontânea, sendo que o universo infantil precisa ser rico para estar contribuindo também para o desenvolvimento físico e motor. Essa fala revela uma certa contradição quando os docentes no bloco anterior se mostram envolvidos. Sobre esta questão, os Referenciais Curriculares, vem complementar, que: Por meio das brincadeiras os professores podem observar e construir uma visão dos processos de desenvolvimento das crianças em conjunto e de cada uma em particular, registrando suas capacidades de uso das linguagens, assim como de suas capacidades sociais e dos recursos afetivos e emocionais que dispõem ( MEC/SEF, 1998.p.27). Podemos constatar por seus discursos que nos planejamentos pedagógicos existe um espaço para essa discussão, ou é o que nos leva a interpretar, sendo que na fala de uns é fundamental. É realmente relevante que os gestores sejam compromissados e comprometidos em seu fazer, afinal eles devem objetivar para um bom andamento do estabelecimento, visando sempre o grau máximo de aproveitamento das crianças; para que estas práticas existam e para que se estabeleçam projetos para enriquecer os currículos das escolas Municipais de Educação Infantil. Sobre esta questão Lück, vem retratar: Autonomia de gestão escolar é a característica de um processo de gestão que se expressa, quando se assume, com competência, a responsabilidade social de promover a formação de crianças (...), adequada às demandas de vida em uma sociedade em desenvolvimento, mediante aprendizagens significativas (...), (2006,p.91). Em relação à questão lúdica C.1 e C.2 também relatam, que:
  • 46. 56 C. 1 - É de grande importância, devido a necessidade do lúdico em todas as séries. C.2 - É tratada com importância, pois as atividades lúdicas devem ser prioridade na educação infantil; Por fim, que a autonomia democrática, estabeleça relações coletivas que venham contribuir para a valorização do novo paradigma educacional. 4. 5. 2- A presença do lúdico na prática dos professores sob a perspectiva dos gestores Sendo a escola um espaço de inserção principalmente das crianças na construção de conhecimento humano e formação social, psicológica e cultural, em virtude dos avanços inseridos no âmbito da educação infantil, faz-se necessário a diretora estar atenta em definir funções para administrar, organizar e mobilizar toda equipe escolar, conforme se perceba de maneira sensível as técnicas e métodos inovadores para as crianças de primeira infância, estabelecendo um parâmetro de qualidade e aprendizagem sempre bem proveitosa e criativa para os mesmos. Em relação à presença das atividades lúdicas nas práticas docentes, coletamos os seguintes discursos: D.1 - Percebo sempre a presença do lúdico na atuação da professora de educação Infantil; D.2 - Ainda muito escassa na prática educativa dos professores; Comenta D.2 que: esta prática é pouco desenvolvida pelo docente.Quanto a este comentário, Santos e Cruz (1997), vem ressaltar: Pela análise da realidade educacional concluímos que nas instituições infantis as atividades lúdicas são pouco exploradas, e, mesmo quando são realizadas, não lhes é dado o valor que elas merecem. Então nos perguntamos: por que a brincadeira não é vista como coisa séria? Por
  • 47. 57 que o educador tem no seu fazer pedagógico a hora de “ensinar” e a hora de “brincar”? Por que não ensinar brincando? (p.9). D.3 - Algumas vezes os professores aplicam esta metodologia; Em relação a este relato, o diretor e coordenador precisam tomar posições e colocar em prática suas experiências vividas e capacitações em favorecimento da construção de conhecimento mais produtivo e prazeroso para as crianças, que segundo Maluf nos afirma o que já vem relatando no quadro teórico : É através das brincadeiras que a criança faz novas amizades, melhora seu relacionamento com os pais, educadores e entre colegas em um ambiente lúdico, tranqüilo. Posso afirmar através de experiências vivenciadas com brincadeiras que a criança melhora a sua comunicação, a convivência e a integração grupal (2003, p.94). Ainda, relatam C- 1e C -3, como eles percebem as atividades lúdicas na prática dos professores: C.1 - Acredito que os professores deveriam receber capacitação mais adequada em relação às atividades lúdicas; C.3 - Trabalham sempre, já que o lúdico é importante para as crianças. É exatamente em função da especificidade que se torna importante esta capacitação profissional, então retornamos ao quadro teórico quando diz Maluf (2003), que: “a formação dos profissionais de educação infantil precisa ser melhor fundamentada”. Diante do que foi explanado sobre a presença do lúdico na ação dos docentes, podemos constatar que há algumas controvérsias até mesmo no que já foi relatado anteriormente pelos professores, pois vem nos revelar que uma parte dos gestores não estão satisfeitos em relação a prática do lúdico na educação infantil.