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      UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA-UNEB
          DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO
         CAMPUS VII – SENHOR DO BONFIM




        GILMARA MARIA BISPO DE CARVALHO




GESTÃO DEMOCRÁTICA NA PERSPECTIVA DO ALUNO:
          ELEIÇÃO PARA DIRETORES




                 Senhor do Bonfim
                   Abril de 2009
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        GILMARA MARIA BISPO DE CARVALHO




GESTÃO DEMOCRÁTICA NA PERSPECTIVA DO ALUNO:
          ELEIÇÃO PARA DIRETORES




                          Trabalho monográfico apresentado como pré-
                          requisito para conclusão do Curso de
                          Licenciatura Plena com Habilitação em
                          Pedagogia – Docência e Gestão de Processos
                          Educativos, pelo Departamento de Educação do
                          Campus VII. Senhor do Bonfim.


                          Orientadora: Professora Beatriz Souza Barros




                 Senhor do Bonfim
                   Abril de 2009
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             GILMARA MARIA BISPO DE CARVALHO




  GESTÃO DEMOCRÁTICA NA PERSPECTIVA DO ALUNO: ELEIÇÃO PARA
                         DIRETORES




                APROVADA____DE__________DE 2009




                                           Orientadora: Beatriz Barros




_________________________                    ______________________
 BANCA EXAMINADORA                            BANCA EXAMINADORA




                 _________________________________
                   PROFª. BEATRIZ SOUZA BARROS
                           ORIENTADORA
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A Deus que é fonte de amor e sabedoria e a
meus familiares que são pedaços de minha
existência.
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                              AGRADECIMENTOS



       A Deus pelo amor incondicional, pelas inúmeras vitórias que me
proporcionou e pela força de chegar até aqui, permitindo que adquirisse a
experiência que hoje tenho.


       A minha querida filha Júlia que compreendeu as minhas ausências;


       Ao meu marido Clodoaldo que com muita paciência suportou as minhas
angústias.


       Aos meus irmãos, que, com palavras de estímulos e incentivo acreditaram
em minha vitória.


       As minhas colegas e amigas da turma, em especial: Letícia, Gil França,
Janete, Léia, Rosana, Lândia e Viviane, pelos momentos de descontração, luta e
coragem que tivemos juntas.


       A Eginaldo pelo apoio cotidiano na digitação deste trabalho


       A todos os professores do Campus VII, em especial a Beatriz Barros, que
com palavras de estímulo e incentivo me fez acreditar que eu era capaz de chegar
até os meus objetivos, permitindo através de sua orientação que eu crescesse rumo
ao conhecimento.


       Aos meus queridos pais, Júlia e Francisco que com muito sacrifício e
abnegação saíram do Tombão para dar o estudo a seus filhos, uma preciosa
herança que não o tiveram.
6




O processo educacional só se transforma e
se torna mais completo na medida em que
seus participantes tenham consciência de que
são co-responsáveis pelo desenvolvimento e
seus resultados.
7




                                                                                          (Luck, 2006.)
                                     LISTA DE FIGURAS




Figura 4.2.1 – Percentual em relação à faixa etária...................................................36


Figura 4.2.2 – Percentual em relação ao sexo...........................................................37


Figura 4.2.3 – Percentual em relação ao nível de escolaridade................................38


Figura 4.2.4 – Percentual em relação à renda familiar..............................................38


Figura 4.2.5 – Percentual em relação aos meios de informações que utilizam........39


Figura 4.2.6 – Percentual em relação ao motivo pelo qual exercem o voto..............40
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                                    RESUMO




A realidade educacional brasileira vem apresentando mudanças históricas,
conceituais e estruturais na sua forma de organização e precisam ser refletidas a fim
de investigarmos a existência ou não do compromisso com os princípios da
democracia. Esse trabalho tem como finalidade abrir uma discussão sobre a gestão
democrática na perspectiva do aluno em relação a eleição para diretores, buscando
assim identificar e analisar compreensões acerca do tema, por já terem passado
pelo processo de eleição dentro da escola, assim como fazer uma reflexão sobre a
importância do aluno frente a essa tão sonhada gestão democrática. Este estudo
teve como suporte teórico: Alarcão (2005); Alencar (2005); Bastos (2001); Cury
(2005); Gadotti (2001); Gómez (1998); Luck (2006); Luz (2007); Morin (2005);
Oliveira (2005); Paro (2001), dentre muitos outros com objetivo de fundamentar
epistemologicamente a pesquisa e nos ajudar a compreender melhor o tema em
discussão. Os procedimentos metodológicos seguiram um enfoque qualitativo,
utilizando os seguintes instrumentos de trabalho: um questionário fechado para
traçar o perfil do sujeito e a entrevista semi-estruturada para identificar suas
compreensões sobre a temática aqui abordada. Constatamos que os alunos,
sujeitos de nossa pesquisa possuem diferentes compreensões, sendo que 40%
compreendem a respeito do tema e 60% não, demonstrando assim, a real situação
em que se encontra o processo democrático dentro da escola pública. Diante disso,
faz-se necessário a mobilização por parte da escola para buscar atingir patamares
de qualidade em prol da formação cidadã dos alunos, mas para que isso aconteça é
preciso construir um comprometimento coletivo e isso só se consegue através da
participação responsável de todos os envolvidos, dentro de um clima democrático.
Assim sendo, como considerações finais, destacamos a importância do aprendizado
da democracia por parte dos alunos, assim como a sua participação efetiva dentro
da escola.




Palavras-chave: Compreensões, Alunos e Gestão Democrática-eleição para
diretores.
9



                                                      SUMÁRIO




INTRODUÇÃO...................................................................................................          11

CAPÍTULO I - SITUANDO O PROBLEMA DE PESQUISA..............................                                             13

CAPÍTULO II – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA...............................................                                     20

       2.1. Compreensões....................................................................................           20

       2.2. Aluno...................................................................................................   23

       2.3. Gestão democrática – eleição para diretores.....................................                           25

CAPÍTULO III – METODOLOGIA...................................................................... 30

       3.1. Tipo de pesquisa.................................................................................          31

       3.2. Lócus................................................................................................... 32

       3.3. Sujeitos................................................................................................ 33

       3.4. Instrumentos de coleta de dados........................................................                    33

       3.5. Etapas.................................................................................................    34

CAPÍTULO IV – ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS....................... 36

       4.1. Dos alunos..........................................................................................       36

       4.2. Análise do questionário fechado..................................................... 36

       4.2.1. Faixa etária....................................................................................... 36

       4.2.2. Sexo.................................................................................................    37

       4.2.3. Escolaridade..................................................................................... 38

       4.2.4. Renda familiar..................................................................................         38

       4.2.5. Meios de informações......................................................................               39

       4.2.6. Motivo que exercem o voto..............................................................                  40

       4.3. Análise das entrevistas semi-estruturadas...................................                               41

       4.3.1. Concepção de democracia e sua utilização dentro da escola.........                                       41
10



       4.3.2. Concepção sobre a utilização do voto e a eleição para diretor.......                                44

       4.3.3. Preparação para escolha do diretor e condições de trabalho.......... 45

CONCLUSÃO...................................................................................................      48

REFERÊNCIAS.................................................................................................. 50

APÊNDICES .....................................................................................................   52
11



                                 INTRODUÇÃO




       A gestão da educação brasileira tem apresentado nas últimas décadas uma
tendência pela implementação de mecanismos de participação. Sabe-se que aos
poucos essa tendência vem se firmando dentro das escolas públicas, visualizando
assim o processo de gestão democrática.


       Um dos pontos básicos deste trabalho de pesquisa é uma reflexão sobre a
importância da compreensão do aluno dentro dessa perspectiva de participação.
Entende-se que ele é o sujeito de direito nesse processo e por isso deve ser o foco
de toda essa discussão.


       Vários estudos vem mostrando que a gestão democrática nas escolas
públicas vem sendo vivenciada de uma forma burocrática, estática e com um olhar
distante da compreensão do aluno. Daí pois, a nossa relevância em percebê-lo
como ator principal, buscando entender suas concepções a respeito dessa temática.


       O primeiro capítulo trás o delineamento do tema e do objetivo, assim como
uma discussão a partir de um breve histórico da gestão democrática, o amparo legal,
a importância da participação da comunidade, a força dos movimentos sociais para
qualidade da educação, a forma de provimento do cargo de diretores de escolas
públicas e seu trabalho e a conscientização do aluno na escolha do diretor.


       O segundo capítulo é composto pela fundamentação teórica que
necessariamente embasa este trabalho, dando solidez a toda essa discussão.
Buscamos aqui nos aprofundar nas contribuições dos autores que abordam os
conceitos chave dessa temática que são: Compreensões, alunos e gestão
democrática-eleição para diretores.


       O terceiro capítulo aponta a linha metodológica que fornece uma visão geral
de como o trabalho foi estruturado. No primeiro momento abordamos a importância
da pesquisa na área da educação, especialmente para o curso de pedagogia. No
12



segundo momento o tipo de pesquisa utilizada para a apropriação dos resultados,
sendo desencadeada a abordagem qualitativa norteada pela técnica da entrevista e
do questionário. No terceiro momento vem a escolha do lócus, que de acordo com
suas características possibilitou uma melhor obtenção dos resultados. Em seguida,
adentramos no universo do sujeito, figura principal nesse processo de pesquisa,
uma vez que através de suas compreensões a respeito do tema chegamos com
êxito ao final desse trabalho. O quinto momento apresenta os instrumentos de coleta
de dados que são fundamentais no desenrolar da pesquisa. São apresentados como
instrumentos o questionário e a entrevista.


        No quarto capítulo torna-se crucial a análise e interpretação dos dados
coletados, destacando o entendimento e compreensão que o sujeito tem da
realidade pesquisada. Nesse capítulo vem em destaque o motivo pelo qual foi
escolhido o sujeito, enfocando o contato do mesmo no processo de eleição dentro
da escola no ano de 2008. Em outro momento apresenta a busca do conhecimento
do sujeito através dos resultados do questionário fechado, assim como, suas
compreensões e posicionamentos através das questões levantadas na entrevista
semi-estruturada ressaltando as questões da democracia dentro da escola.


        Todas essas discussões foram frutos de inquietações advindas do trabalho e
da experiência vivenciada por mim ao longo dos 08 (oito) anos na área de gestão
escolar que aliada a experiência em sala de aula e agora como futura pedagoga
buscamos suscitar a compreensão de uma escola que precisa verdadeiramente ser
pautada em princípios democráticos, onde o foco de todo esse debate
necessariamente se remete ao aluno.


        Por fim, o que nos levou a realizar esse estudo foi a tentativa de ampliar as
discussões nesta área, refletir sobre a formação cidadã do educando e contribuir
para aqueles gestores que querem concorrer ao pleito dentro de uma escola e,
portanto, precisam compreender de fato o que o aluno, sujeito de nossa pesquisa
entende por democracia, eleição e participação, buscando a partir daí intervir no
processo educativo, ajudando na formação desse cidadão, lembrando que eles são
autores de suas próprias decisões.
13




                                   CAPÍTULO – I




                 SITUANDO O PROBLEMA DE PESQUISA




        Nos últimos anos a questão da gestão democrática na educação brasileira
tem apresentado uma forte evolução histórica e vem sendo objeto de estudo e
reflexão pelos profissionais de educação.


        Na década de 60 muitas escolas eram comparadas com fábricas,
principalmente as que sustentavam os modelos positivistas e tecnológicos de
organização e administração. Nos anos 80 esses modelos começavam a ser
questionados por não contribuírem com as reais necessidades educacionais. Diante
dessas mudanças surgem conceitos como: descentralização, autonomia, liberdade
de escolha e flexibilidade. A própria constituição brasileira de 1988 dá sustentação e
fortalece mudanças na gestão democrática dando amparo legal e buscando torná-la
um dos princípios da educação nacional. Neste enfoque Cury (1997) acrescenta:


                      A gestão democrática como principio da educação nacional, presença
                      obrigatória em instituições escolares é a forma não violenta que faz com
                      que a comunidade educacional se capacitem para levar a termo um projeto
                      pedagógico de qualidade e possa também gerar “cidadãos ativos” que
                      participem da sociedade como profissionais compromissados e não se
                      ausentem de ações organizadas que questionem a invisibilidade do poder.
                      (p.17).



        É importante salientar que desde a constituição de 1988 o Brasil vem
buscando efetivar a condição de um estado democrático de direito validando ações
educativas do ensino obrigatório de forma a adequá-las aos ideais democráticos,
tentando buscar dessa forma uma melhoria na qualidade do ensino. Assim, Bastos
(2001) afirma que:


                     Para a sociedade e para trabalhadores em educação a democracia na
                     escola é o único caminho para reconstruir a escola pública de qualidade. Os
14


                     dirigentes políticos não negam teoricamente esse caminho, mas na prática
                     apresentam um projeto de gestão de acordo com a agenda neoliberal
                     inviabilizando a reconstrução de uma escola pública de qualidade para
                     todos (p.9).



        Nesse sentido cabe ao governo o papel de assegurar uma educação de
qualidade e o desenvolvimento do processo democrático nas escolas brasileiras de
forma a garantir uma maior participação de toda a comunidade escolar.


        Uma das dificuldades apontadas por Bobbio citado por Sipósito (2005)
afirma que:
                     Há incompatibilidade existente entre modelos burocráticos e práticos
                     democráticas. Não há democratização possível, ou gestão democrática da
                     educação ao lado de estruturas centralizadas e verticalizadas,
                     características rotineiras dos organismos públicos no Brasil na área de
                     educação (p. 50).



        É preciso pensar na superação desse modelo estático burocratizado e
centralizado na busca de um modelo descentralizado, autônomo e democrático,
produzindo uma escola nova. É o que observamos na própria Lei de Diretrizes e
Bases (LDB) nº. 9394/96, quando destaca nos seus artigos 14 e 15:


                     Art. 14 - Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática
                     do ensino público na educação básica, de acordo com as suas
                     peculiaridades      e      conforme       os     seguintes     princípios:
                     I. Participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto
                     pedagógico da escola;

                     II. Participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou
                     equivalentes.

                     Art. 15 - Os sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares
                     públicas de educação básica que os integram progressivos graus de
                     autonomia pedagógica e administrativa e de gestão financeira, observadas
                     as normas de direito financeiro público.



        Conforme o disposto na proposta da LDB e diante do novo panorama que
envolve o campo educacional, podemos detectar que não há mais lugar para
autoritarismo e a gestão individualista no âmbito escolar.


        Por isso, a escola deve fundamentar seu trabalho no compromisso com a
qualidade, na participação e cooperação, na autonomia e na liberdade.
15




        Desse modo, cabe a coletividade da escola se envolver e identificar suas
necessidades e os meios de concretizá-las, de forma a obter os melhores resultados
para toda comunidade escolar. Nesta perspectiva, Luck (2006) prossegue afirmando
que:
                     É pelo envolvimento no processo de decisão que as pessoas assumem com
                     responsabilidades próprias a implementação de ações determinadas e a
                     realizações dos resultados pretendidos. Assim, os conselhos escolares e
                     associações de pais e mestres como também círculos de parceiros, dentre
                     outras unidades de gestão colegiada, constituem-se em espaços de tomada
                     de decisão, que envolvem os pais e a comunidade na análise e discussão
                     dos problemas educacionais da escola e determinação da melhor forma de
                     encaminhá-los (p.96).


        Porém, um dos maiores desafios de uma escola é a participação da
comunidade. Muitos esperam apenas a transmissão do saber aos alunos, sem se
preocupar com outras ações que podem ser desenvolvidas em prol de toda a
comunidade.


        Quando a comunidade é motivada a participar das decisões tomadas dentro
da escola, há um engajamento maior, onde todos se sentem responsáveis pelos
resultados apresentados, se posicionando como sujeitos ativos e capazes de mudar
os rumos da escola para melhor.


        Para que a participação da comunidade se efetive nas escolas é necessário
antes de tudo uma conscientização de toda comunidade escolar, a respeito do que é
e como se faz gestão democrática. Para tanto, três palavras precisam ser
trabalhadas: autonomia, participação e democracia. A concepção de uma escola
autônoma, participativa e democrática é imprescindível para que possa ser
desenvolvida uma ampla competência tanto na dimensão pedagógica, como na
administrativa e na política. Parente citado por Luck (1999) acrescenta ainda que:


                     É fundamental lembrar que os órgãos colegiados existem na escola como
                     mecanismos de democratização pela gestão colegiada de todos as
                     dimensões do processo pedagógico, em que “... o principio básico é a busca
                     da promoção da autonomia da escola e participação da comunidade, em
                     toda as suas dimensões: pedagógica, administrativa, e financeira (p.13).
16



        Acredita-se que o caminho mais adequado para se chegar a uma gestão
democrática, implica necessariamente na participação de todos os envolvidos no
processo educativo. Nesse sentido Alencar (2005) completa:


                    Participação permanente, isto é, cidadã, é aprendizado intelectual e
                    vivencial, inserção na sociedade política, ocupação de espaços, de
                    questionamento e deliberação, tomada coletiva de decisões. É tarefa
                    espontânea da vida e deliberada da escola (p.37).



        A participação da comunidade pode ser compreendida como ações
conjuntas e representações de movimentos sociais, visando uma busca de
interesses coletivos. Nos últimos anos percebemos avanços na luta pela qualidade
da educação, onde, através de movimentos e reivindicações da sociedade civil
organizada vem se buscando melhorar as condições do ensino público nas escolas
brasileiras.


        Sabemos que esses movimentos são fundamentais para que a sociedade
impulsione mudanças diversas. Por meio de lutas, movimentos e organizações a
sociedade se fortalece em busca das soluções de diversos problemas.


        Deste modo, a escola vem buscando uma reflexão sobre os caminhos de
transformação da atual dinâmica de funcionamento. Vale lembrar que ela sempre foi
vista de forma burocrática e com caráter autoritário com relações de domínio,
fechada, distante da realidade da comunidade, concretizando um tipo de
administração restrita à organização e com decisões tomadas de cima para baixo.
Portanto, é necessário optar pela mediação de uma atividade reflexiva na busca de
uma gestão democrática com novas formas de organização e efetivação das ações
dentro da escola.


        Nesse contexto surge a eleição para diretores. Compreendemos que entre
os mecanismos e processos de participação em uma gestão democrática que
podem ser vivenciadas em uma instituição educativa está a escolha por eleição
direta do dirigente escolar. Vale ressaltar que esse processo é fundamental para a
democratização da escola.
17



        As eleições diretas para diretores, historicamente, tem sido uma das
modalidades tidas como das mais democráticas. Porém deve ser vista como um
instrumento associado a outros na democratização das relações escolares.


             Durante muito tempo os gestores de escolas em todo o Brasil passaram
pelo mecanismo tradicional de indicação feita por políticos. Acredita-se que essa
prática impulsione o diretor a articular-se apenas com os interesses do estado, uma
vez que ele não tendo sido escolhido pela comunidade, não assume compromisso
com a mesma, criando uma figura centralizada numa perspectiva burocratizada e
estática. Nesse sentido Luck (2006) faz uma crítica a esse modelo quando diz:



                      O trabalho do diretor escolar constituía-se sobre tudo em repassar
                      informações, assim como controlar, supervisionar, “dirigir”, o fazer escolar
                      de acordo com as normas estabelecidas pelo sistema de ensino. Bom
                      diretor era o que cumpria essas obrigações plena e zelosamente, de modo
                      a garantir que a escola não fugisse ao estabelecido em âmbito central ou
                      em nível hierárquico superior (p. 35).



        Hoje se evidencia a crença de que essa prática está ultrapassada. Acredita-
se que as eleições de diretores, tem um importante papel na diminuição ou
eliminação da sistemática influência dos agentes políticos nas nomeações de
diretores.


        A expectativa criada em relação a eleição é de conseguir eliminar o
autoritarismo existente nas escolas e a falta de participação de toda comunidade
escolar nas decisões. Neste enfoque Parente citado por Luck (2006) acrescenta:



                      A escolha do diretor pela via de eleição direta e com a participação da
                      comunidade vem se constituindo e se ampliando como mecanismo de
                      seleção diretamente ligado à democratização da educação e da escola
                      pública, visando assegurar também a participação das famílias no processo
                      de gestão da educação de seus filhos (p. 76).



        Para que a escola realmente viva a realidade participativa, é preciso que
todos se envolvam: Professores, pais, diretores, funcionários, estudantes e
comunidade. Nesse processo a articulação entre esses seguimentos criará espaços
18



e mecanismos de participação que será fundamental para o exercício da democracia
e irá possibilitar a formação de indivíduos participativos críticos e criativos.


             A defesa dessa modalidade vincula-se a crença de que o processo
implica na conquista das decisões sobre os destinos da escola para a própria
escola. A descentralização de poderes, por exemplo é essencial para que todos os
atores do processo se sintam co-responsabilizados nas decisões inerentes à vida
escolar.


           Prioritariamente toda essa discussão deve ter como ator principal o
educando, uma vez que ele é o maior beneficiário de uma gestão democrática por
ser o sujeito de direito no processo de participação e na conquista de uma educação
de qualidade. Com base nesse discurso, podemos refletir até que ponto o processo
de democratização tem garantido efetivamente que o aluno conheça e participe das
decisões tomadas na escola.


           É notória a ausência do aprendizado da democracia na formação do aluno,
uma vez que ele não tem o real conhecimento dos poderes, direitos e deveres, não
se sentindo participante ativo das decisões da escola. É preciso que esse
aprendizado seja construído coletivamente, com responsabilidade e compromisso, a
partir de um processo contínuo de mobilização, levando os alunos a refletirem sobre
o seu papel dentro da escola.


           É necessário que o educando conheça seus direitos e reconheça seus
deveres, para que seja capaz de opinar e posicionar-se diante das decisões da
escola, seja ativo e consciente do que é melhor para a comunidade escolar e
busque mudanças significativas diante do processo de participação. Ele precisa ser
estimulado a participar, a expressar e manifestar seus pensamentos e opiniões para
que essa postura possa abrir caminhos na ampliação da cidadania e na efetivação
da democracia.


           Sabemos que a caminhada na construção dessa gestão democrática é
normalmente lenta e gradativa, pois implica a quebra de conceitos que muitas vezes
estão arraigados a procedimentos antigos. Mas, é preciso fortalecer a democracia
19



dentro da escola, elementos como a autonomia, participação e eleição direta do
diretor, são práticas que pressupõem uma gestão democrática.


        Nossas inquietações em relação a gestão democrática, eleição para
diretores, surgiu da necessidade de entender como o aluno, maior beneficiário dessa
gestão se posiciona diante dessas mudanças. Partindo dessa inquietação torna-se
importante evidenciar agora a questão de pesquisa que é: Quais as compreensões
que os alunos de 7ª e 8ª série do Colégio Estadual José da Silva Marques, têm em
relação a gestão democrática-eleição direta para diretores?


        Diante de tal questão podemos ressaltar o objetivo de pesquisa.


Objetivo:


        Identificar quais as compreensões que os alunos do Colégio Estadual José
da Silva Marques têm em relação a Gestão Democrática – Eleição Direta para
Diretores.
20



                                  CAPÍTULO - II



                        FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA




        Ao buscarmos contribuições sobre as questões da gestão democrática
dentro das escolas públicas brasileiras, precisamos focalizar e buscar fundamentos
nos estudos daqueles que irão nos ajudar a compreender melhor sobre essa
temática. Iremos descobrir um universo de reflexões, novos elementos de análise e
de idéias, e para isso lançaremos nossos olhares na busca de aprofundamentos
teóricos.


        A temática aqui abordada vem trazendo o aluno como ator principal dentro
de uma gestão democrática, mais especificamente no tocante a questão das
eleições direitas para diretores. Pretendemos compreender o que ele pensa a esse
respeito, nesse sentido iremos adentrar na discussão sobre gestão democrática –
eleição para diretores na perspectiva dos alunos de 7ª e 8ª série.


        Portanto, trataremos aqui do referencial teórico dessa pesquisa, cujas
articulações serão norteadas pelas seguintes palavras-chave:


Palvras-chave: Compreensões, alunos e gestão democrática-eleição para diretores.


2.1. Compreensões


        Em    uma   sociedade    que    se   depara   com    muitos   momentos   de
incompreensões, é essencial buscar progressos no sentido de compreendermos
melhor o ser humano. Se queremos compreendê-lo, temos que ir além da maneira
como se revela num primeiro momento, é preciso captar sua essência a fim de
estabelecer e visualizar suas concepções, buscando desenvolver uma relação
positiva de entendimento.
21



        Sobre o termo compreensões pretende-se discutir e conceituar a fim de
entendermos as várias idéias e representações a que ele se refere. Iniciaremos com
o conceito de compreensões definido no dicionário Aurério (2001) que nos diz: “Ato
ou efeito de compreender; faculdade de perceber; percepção conjunto de
características de um objeto que se unificam em um conceito ou significação” (p.
169).


        Como se vê então, compreensões se define como faculdade de perceber.
Essa percepção precisa ser assimilada em todos os momentos na vida do ser
humano. O que somos e fazemos dependerá de nossa capacidade de discernir o
que é essencial e o que não é, aquilo que é permanente daquilo que pode e deve
mudar com o tempo e com as circunstâncias. Trata-se de ter claro o modo como
percebemos o mundo a nossa volta e o nosso posicionamento frente a compreensão
que construímos da realidade em nossas mentes.


          Gómez (1998) declara que:


                    Conhecemos o mundo de diferentes maneiras, desde diferentes atitudes, e
                    cada uma das maneiras em que conhecemos produz diferentes estruturas
                    ou representações ou de fato realidade (...). Tanto olhar como o escutar
                    estão formados pelas expectativas, pela atitude e pela intenção (p. 59).



        Morin (2005) acrescenta ainda que “A compreensão é ao mesmo tempo
meio e fim da comunicação humana. O planeta necessita em todos os momentos de
compreensões mútuas” (p. 104).


        Partindo desse pressuposto, entendemos ser imprescindível a compreensão
do modo de pensar das pessoas, para que essa comunicação humana possa de fato
caracterizar o respeito ao pensamento do outro suas contradições, opiniões e
entendimentos.


        Camargo (2004) traz uma grande contribuição nesse sentido:


                    Quando falamos em compreensão, estamos falando na possibilidade de
                    pensar e atuar flexivelmente a partir do que se aprendeu. A compreensão
                    do “x” implica poder pensar e atuar flexivelmente com o que se sabe de “x”.
22


                      Portanto a compreensão não é apenas um saber abstrato e sim, um saber
                      em ação. Podemos aprender sobre as idéias de Newton, mas só as
                      compreendemos de fato quando agimos, sentimos e pensamos a partir
                      dessas idéias em diversos contextos diferentes. Aprender para a
                      compreensão exige uma cadeia de desempenhos, de compreensão de
                      complexidade crescente (p.26).



       A temática aqui abordada vem buscando entender a compreensão do aluno
frente a uma gestão democrática. Acreditamos que ele ao se posicionar
verdadeiramente como ator no processo, poderá compreender melhor a realidade e
desenvolver sua capacidade crítica, autônoma e consciente. Nesta concepção,
Alarcão (2005) acrescenta que:


                      Para que os cidadãos possam assumir este papel de atores críticos,
                      situando, têm de desenvolver a grande competência da compreensão que
                      assenta na capacidade de escutar, de observar e de pensar, mas também
                      na capacidade de utilizar as várias linguagens que permitem ao ser humano
                      estabelecer com os outros e com o mundo mecanismos de interação e de
                      intercompreenção (p. 23).



       Compreender é pois, assimilar o real, é perceber transformações, fazer
escolhas e interpretá-las. Sacristán (1998) em seus estudos traz uma importante
contribuição no que diz respeito a essas indagações. Ele aponta que: “Da escolha
que se faça, dependerá a compreensão que se elabora da realidade e que a forma
de atuar, a maneira de planejar, de reagir, dependem em grande medida de suas
concepções” (p.87).


       Nesse sentido o aluno deve se sentir livre para agir dentro dos seus limites
estabelecidos, seguro, por saber que suas concepções são reconhecidas e
respeitadas. Para tanto é preciso buscar autonomia, conhecimento e auto-afirmação.


          Neste enfoque, Gómez (1998) acredita que:


                      ...Enquanto não se atua e experimenta, não é possível conhecer,
                      compreender e interpretar. Também o conhecimento nos diferentes âmbitos
                      do saber é uma poderosa ferramenta para analisar e compreender as
                      características, os determinantes e as conseqüências do complexo de
                      socialização reprodutora (p.22).
23



       A partir do momento que o aluno busca experimentar e atuar dentro do seu
processo de decisões, ele fortalece as suas escolhas e se posiciona como agente
transformador.


2.2. Aluno



       Muito se tem debatido sobre a democracia dentro das escolas brasileiras,
mas dentro dessa discussão pouco se tem falado sobre a concepção do aluno a
respeito dessa temática.


       Quando tratamos especificamente de gestão democrática nas escolas não
valorizamos o papel desempenhado pelos alunos. Talvez por acreditar ainda nos
modelos e práticas tradicionais que caracterizavam o aluno como um ser passivo.
Porém entendemos que essa prática já esteja ultrapassada, por acreditarmos que
ele é o ator principal no processo de democratização na escola, uma vez que ela só
funciona se o aluno ali estiver. Portanto é preciso dar mais atenção às suas escolhas
e opiniões, pois entender as compreensões dos educandos através de suas
indagações já é um passo importante para a democracia.


       Para nos aprofundarmos mais no termo aluno, tecnicamente sabemos que a
definição o caracteriza como um ser instruído por outra pessoa, como Ferreira
(1986) vem trazendo:

                     Aluno [do lat. Alumnu, primitivamente, criança que se dava criar]. Pessoa
                     que recebe instruções e/ou educação de algum mestre ou mestres, em
                     estabelecimento de ensino ou particularmente, estudante, educando,
                     discípulo. Aquele que tem escassos conhecimentos em certa matéria,
                     ciência ou arte, aprendiz (p. 95).



      Nesta concepção, percebemos o aluno como um ser estático, sem
conhecimento, incapaz de ele próprio fazer suas reflexões acerca de qualquer
situação ou conhecimento.


       É preciso pois, que esse aluno seja capaz de receber sim informações e
conhecimentos, que ele possa desenvolver suas competências no modo de pensar,
observar e questionar. Precisa conscientizar-se que sua função não é só receber
24



prontas as informações mas, se posicionar como um ser ativo, reflexivo e buscando
compreendê-las, processá-las e relacioná-las.


         Rangel (1997) caracteriza um tipo de aluno no qual acredita ser um aluno
ideal:
                      Aluno “bom” pela sua condição de pessoa, de sujeito social – será então
                      aquele que aprende a aplicar o conhecimento no interesse da construção de
                      uma sociedade mais ou menos desigual. Uma sociedade em que o
                      qualitativo “bom” referido a qualidade de vida se aplique igualmente, a todos
                      os indivíduos (p. 77).


          Nesse contexto acreditamos que o aluno tem um importante papel na
construção da democracia, porém ele precisa se sentir um ser social e buscar
construir uma escola mais democrática fazendo valer o comprometimento coletivo.
Também precisa-se sentir comprometido politicamente tanto dentro quanto fora da
escola, dessa forma o aluno vai saber discernir, julgar, respeitar, avaliar e chegar a
conclusão do que pode ser melhor para a sua comunidade escolar.


          Assim a escola tem um papel fundamental nesse processo, uma vez que ela
deve estar preparada não somente para ensinar a ler e escrever, mas precisa
oportunizar e garantir ao educando o direito de ser crítico e participativo,
contribuindo para que se tornem sujeitos, isto é autores e senhores de suas vidas.
Isso significa criar oportunidades para que eles decidam, pensem, tornar-se livres e
responsáveis buscando ser cidadãos atuantes na sociedade a qual estão inseridos.


            Nesse sentido Gómez (1998) acredita que:


                      O estudante é um ativo mediador de suas respostas e que o objetivo chave
                      da educação e do ensino é provocar nele o desenvolvimento de
                      capacidades, conhecimentos e atitudes que lhe permitam se desempenhar
                      por si mesmo no meio em que vive (p.62).


          É universal dizer que a escola precisa preparar o cidadão para a democracia
e a criticidade, mas para que isso aconteça é preciso que a participação do
educando seja estimulada, inclusive para detectar os conflitos e contradições que
existem em torno da escola, porém não basta dizer que a participação dos alunos na
gestão democrática é somente a aprendizagem da democracia, mas essa
25



participação é uma condição essencial para a sua própria aprendizagem em
diversos âmbitos do saber. É preciso garantir aos alunos o direito de intervir e
interferir na organização não somente da escola, mas também dentro da sociedade.


2.3. Gestão democrática-eleição para diretores


        O contexto educacional contemporâneo vem construindo de forma gradual
um novo processo de construção de gestão democrática nos sistemas públicos.
Durante muitos anos o conceito de gestão era sinônimo de administração
meramente burocrática e com características de empresas. Hoje se evidencia a
superação desse conceito. Oliveira (2005) afirma que o termo gestão deve ser
entendido de uma forma mais ampla e aberta que administração. Acrescenta ainda
que implicaria participação e, portanto traria a marca da política na escola (p. 87).


        A substituição de administração escolar para gestão escolar representa uma
mudança de postura, não pode ser vista somente como a mudança da
nomenclatura, mas deve representar um novo enfoque de organização das questões
escolares, que passam a ser encaminhadas a partir dos princípios de autonomia,
participação e responsabilidade compartilhada.


        Diante da necessidade do desenvolvimento de uma perspectiva democrática
de organização e funcionamento, vem se buscando adotar uma gestão democrática
nas escolas públicas. A própria legislação brasileira tem sido sensível a esse fato,
quando na constituição de 1988 e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB)
nº. 9394/96, já oferece condições legais para construção e efetivação dessa gestão
democrática, inclusive quando dá legitimidade à participação dos pais e de todos
que integram a comunidade.


        Falar sobre gestão democrática leva-nos a refletir sobre os diversos ajustes,
inovações e contornos pelos quais passam as políticas educacionais em vigência.
Nesse enfoque Luck (2006) estabelece que:


                      Gestão educacional corresponde ao processo de gerir a dinâmica do
                      sistema de ensino como um todo e de coordenação das escolas em
                      específico, afinado com as diretrizes e políticas educacionais públicas, para
26


                      a implementação das políticas educacionais e projetos pedagógicos das
                      escolas, compromissado com os princípios da democracia e com métodos
                      que organizem e criem condições para um ambiente educacional autônomo,
                      de participação e compartilhamento, autocontrole e transparência (p.35).



        Todas essas mudanças fazem ver a educação com um olhar de esperança e
de crédito frente a tão discutida gestão democrática, que busca consolidar ações
pela participação dos representantes da escola e da comunidade e tem como
objetivo fortalecer a instituição escolar. Nessa perspectiva Luck (2006) acrescenta
que:
                      A promoção de uma gestão educacional democrática e participativa está
                      associada ao compartilhamento de responsabilidades no processo de
                      tomada de decisões entre os diversos níveis e segmentos de autoridade do
                      sistema de ensino e de escolas. Desse modo as unidades de ensino
                      poderiam em seu interior, praticar a busca de soluções próprias para seus
                      problemas e, portanto, mais adequadas às suas necessidades e
                      expectativas (p.44).



        A gestão democrática exige novas formas de organização e efetivação de
ações, que estabeleçam vínculos de comprometimento de todos que vivem no
cotidiano escolar. Nesse contexto Morin citado por Luck (2006) aponta que:


                      O conceito de gestão resulta de um novo entendimento a respeito da
                      condução dos destinos das organizações, que leva em consideração o todo
                      em relação com suas partes e destas entre si, de modo a promover maior
                      efetividade do conjunto (p.34).



        Ao se falar em um novo modelo para a gestão escolar, espera-se que todos,
diretores,   professores,   pais   e   comunidade      em    geral,    sejam    os   agentes
transformadores na promoção desse novo ambiente. São eles que poderão
implementar um modelo em que todos têm igual importância no desenrolar do
processo.


        Acreditamos que a gestão democrática é o processo político através do qual
se discute, delibera, soluciona e encaminha ações voltadas ao desenvolvimento da
escola. Luz (2007) conceitua gestão democrática como: “Coordenação dos esforços
individuais e coletivos em torno da consecução de objetivos comuns, definidos por
uma política de ação e inspirados por uma filosofia orientadora e por todos
partilhada” (p.15).
27



        Este conceito de gestão nos leva a refletir como a participação acontece no
seio da escola, nas relações que se estabelecem, em como se estrutura a
co-responsabilidade e as relações de poder. Acreditamos que a participação e a
ação por ela desencadeada significa um novo conceito da realidade escolar, em que
as relações são construídas, com um objetivo comum. Nesse enfoque Luz (2007)
vem trazendo as principais vantagens de uma gestão democrática.



                    Comprometimento de todos os segmentos com o trabalho da escola;
                    redução das relações manipuladoras; instalação de um clima favorável ao
                    trabalho e aprendizagem; redução da dependência vertical e ampliação da
                    integração horizontal pela participação conjuntas nas decisões e
                    conseqüentemente assunção das responsabilidades, alcançando-se
                    melhoria da qualidade do trabalho escolar (p.15).



        Todas essas vantagens nos direcionam e apontam para instrumentos de
participação.


        Um dos instrumentos na construção de uma escola democrática está a
eleição direta para os diretores, porém Luck (2006) faz uma reflexão bastante
pertinente quando aponta que a eleição não democratiza a escola se for vista
apenas como mais um evento. Ela declara que:



                    Cabe lembrar que não é a eleição em si como evento, que democratiza,
                    mas sim o que ela representaria, como parte de um processo participativo
                    global, no qual ela corresponderia apenas a um momento de culminância
                    num processo construtivo e significativo para a escola. Ao se promover a
                    eleição de dirigentes estar-se-ia delineando uma proposta de escola, um
                    estilo de gestão e se firmando compromissos coletivos para levá-los a efeito
                    de forma efetiva, (p.77).



        A garantia de consolidação das eleições diretas para diretores deve-se
articular com outros mecanismos de participação, como por exemplo os conselhos
escolares.


        Atualmente o Governo Federal através do ministério da Educação, vem
desenvolvendo ações no sentido de fortalecer a gestão democrática nas escolas
públicas. Várias discussões estão sendo abordadas em uma série de cadernos, cujo
28



objetivo é servir de subsídio às secretarias municipais e estaduais na implantação do
programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares.


       Esse documento intitulado de Programa Nacional de Fortalecimento dos
Conselhos Escolares, não pretende ser um modelo a seguir, mas contribuir no
debate, aprofundamento e fortalecimento dos princípios democráticos. Dentro desse
debate o documento vem abordando os seguintes aspectos:


                     Caderno 1 – Conselhos Escolares: Democratização da escola e construção
                     da cidadania;

                     Caderno 2 – conselho Escolar e aprendizagem na escola;

                     Caderno 3 – Conselho Escolar e o respeito e a valorização do saber e da
                     cultura do estudante e da comunidade;

                     Caderno 4 – Conselho Escolar e o aproveitamento significativo do tempo
                     pedagógico;

                     Caderno 5 – Conselho Escolar, gestão democrática da educação e escolha
                     do diretor;

                     Caderno de Consulta – Indicadores da qualidade na Educação (p.8)



       Todos esses temas são essenciais na construção de uma escola
verdadeiramente democrática, quando são realmente vivenciados, porém esse
material não pode se esgotar com essas discussões, mas precisa dar os primeiros
passos para garantir a efetiva participação consciente de todos aqueles que estão
envolvidos com a educação.


       No tocante a gestão democrática e a escolha de diretores, diversas formas
são utilizadas no sistema educacional brasileiro como é citado no caderno 5, do
Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares.


                  • O diretor indicado por poderes públicos (estados e municípios);
                  • Diretor de carreira;
                  • Diretor aprovado em concurso público;
                  • Diretor indicado por listas tríplices ou sêxtuplas ou processos mistos;
                  • Eleição direta para diretor (p. 33).


       Porém acreditamos que as eleições diretas para diretores é o canal de
participação mais favorável na construção da democracia dentro da escola, uma vez
29



que essa opção garante o processo de participação coletiva. Ela é o principio da
democratização da gestão escolar.


        Paro (2001) discute e enfatiza a importância das eleições diretas para
diretores e constata a expansão e adoção desse processo eletivo como critério de
escolha em grande número de municípios e estados onde vigorava a nomeação
política (p.65). Exemplo disso podemos destacar a iniciativa do governo da Bahia
que pela primeira vez no estado adotou as eleições diretas para diretores nas
escolas estaduais, impulsionando assim um dos princípios da gestão democrática.


        Porém sabemos que em relação a participação dos pais e alunos foi definida
como pouca ou nenhuma, fazendo-nos refletir quão longe ainda está a questão da
conscientização dos envolvidos no processo de democratização nas escolas
públicas.


        Nesse sentido é preciso buscar um trabalho de mobilização e reflexão do
aprendizado sobre a prática da democracia na escola.
30



                                  CAPÍTULO – III




                                  METODOLOGIA




       Acreditamos que todo ato de pesquisa deve ser acompanhado de
sensibilidade, paciência e determinação. Entendemos pesquisa como um trabalho
árduo de investigação e esforço dirigido para aquisição de um determinado
conhecimento. Por meio dela o pesquisador obterá os resultados necessários acerca
do problema que está sendo estudado.


       Barros e Lehfeld (1990) acrescentam que:


                     A pesquisa é definida como uma forma de estudo de um objeto. Este estudo
                     é sistemático e realizado com a finalidade de incorporar os resultados
                     obtidos em expressões comunicáveis e comprovadas aos níveis do
                     conhecimento obtido (p.14).



       Ao longo do tempo a pesquisa na área da educação foi perdendo força e
sofrendo modificações, uma vez que ela não conseguia mais explicar os fenômenos
sociais. Desta forma foram surgindo novas abordagens e diferentes metodologias
para superar as pesquisas que eram realizadas.


       Dentre outras formas, surge então a pesquisa participante ou participativa,
onde o pesquisador se torna um agente ativo dentro da situação vivenciada.
Também hoje podemos utilizar entrevistas e questionários para nos aprofundar em
aspectos considerados mais relevantes de um problema de pesquisa, todas essas
formas de investigação nos fazem ver a importância do sujeito e do espaço no qual
ele está inserido para obtenção dos resultados.


       Ludke e André (1986) afirmam que: “O papel do pesquisador é justamente o
se servir como veículo inteligente e ativo entre o conhecimento acumulado na área e
as novas evidências que serão estabelecidas a partir da pesquisa” (p.05). Através do
31



conhecimento científico podemos verificar inúmeras descobertas, Morin (1987)
aponta que:
                     (...) É o conhecimento vivo que conduz a grande aventura da descoberta do
                     universo, da vida, do homem (...) “Hoje podemos medir, pesar, analisar o
                     sol, avaliar o número de partículas que constituem nosso universo, decifrar
                     a linguagem genética que informa e programa toda organização” (p. 15).



        Daí pois, a importância do conhecimento científico na vida do ser humano.
Acreditamos ser crucial a pesquisa na área da educação uma vez que como futuros
pedagogos precisamos entender melhor o que se passa ao nosso redor.


        É nesse contexto que o presente estudo tem como principal objetivo
“Identificar as compreensões que os alunos têm de uma gestão democrática dentro
da escola, mais especificamente no tocante as eleições direta para diretores”. Esta
pesquisa foi realizada no Colégio José da Silva Marques com alunos de 7ª e 8ª série
do Ensino Fundamental. Para o estudo do tema proposto foi utilizado a abordagem
qualitativa de pesquisa em educação.


3.1. Tipo de pesquisa


        Para conhecermos o universo dos sujeitos e verificar os possíveis resultados
da pesquisa é necessário recorrer ao eixo teórico metodológico. Por meio dele
podemos nos apropriar de evidências que serão desencadeadas durante todo o
trabalho.


        Por se aplicar a pesquisa no campo educacional e pelo fato de ser
específica das ciências sociais e humanas, iremos recorrer à abordagem qualitativa,
que será norteada pela técnica da entrevista semi-estruturada e o questionário
fechado.


        Bogdan e Biklen (1982) trazem uma importante contribuição quando afirmam
que “A pesquisa qualitativa supõe o contato direto e prolongando do pesquisador
com o ambiente e a situação que está sendo pesquisada. Nesses estudos há
sempre uma tentativa de capturar a perspectiva dos participantes” (p.32).
32



        Dadas     essas    características   enfatizarei   nessa   metodologia    as
compreensões, destacando e valorizando as informações dos sujeitos pesquisados.


3.2. Lócus


        O lócus é uma importante unidade que possibilita ao pesquisador uma ampla
reflexão e fortalece o desenvolvimento da pesquisa, ele ajuda na compreensão do
problema que está sendo estudado. Sendo assim, nosso lócus de pesquisa foi o
Colégio Estadual José da Silva Marques, que fica localizado na Praça Getúlio
Vargas no município de Campo Formoso-BA.


        Sua estrutura física é composta por 05 (cinco) salas de aula, 04 (quatro)
banheiros 01 (uma) sala de secretaria 01 (uma) sala de informática, 01 (uma)
cantina e 01 (uma) quadra de esporte.


        Nessa instituição de ensino são oferecidos os cursos, ensino fundamental II
e médio EJA (Educação de Jovens e Adultos) nos turnos matutino, vespertino e
noturno.


        Nos recursos humanos o colégio é composto por: 1 (uma) diretora 1 (uma)
vice-diretora, 03 (três) assistentes administrativos 13 (treze) professores e 04
(quatro) auxiliares de serviços gerais.


        É um colégio da rede estadual de ensino e tem aproximadamente 570
alunos na faixa etária entre 09 e 50 anos, é contemplado com o PPP – Projeto
Político Pedagógico, que na primeira versão foi criado pela diretora da escola e hoje
revisado e elaborado coletivamente, também é contemplado pelo Regimento Interno
da escola.


        A escola foi escolhida como lócus, por percebemos os primeiros passos
rumo ao processo democrático, uma vez que sendo ela uma instituição do estado foi
adotado pela primeira vez as eleições diretas para diretores.
33



       A escolha do lócus se deu a partir da inquietação de buscar entender o que
os educandos dessa Instituição de Ensino pensam a respeito da eleição para
diretores, como eles compreendem esse processo de democracia dentro da escola e
se de fato se sentem como seres participantes nas decisões inerentes a vida
escolar. Daí pois, a importância da          escolha desse lócus para obtenção dos
resultados de nossas indagações.


3.3. Sujeitos


       O sujeito dá várias possibilidades ao pesquisador. Sua figura é de
fundamental importância nesse processo de pesquisa, pois é através de sua
participação que iremos alcançar uma grande parte das respostas das diversas
questões levantadas.


       Constituíram sujeitos da pesquisa 20 alunos de 7ª e 8ª série do Colégio
Estadual José da Silva Marques. A importância de se conhecer e pesquisar os
alunos da rede estadual de ensino se deu pelo fato de que, os mesmos já tendo
passado pelo processo de eleição direta dentro da escola poderiam elucidar para
nós suas compreensões a respeito dessa temática.


3.4. Instrumentos de coleta de dados


       Os instrumentos de coleta de dados são essenciais para o desenrolar de
uma pesquisa que segue uma abordagem qualitativa, pois é por meio deles que são
coletadas as informações que dão suporte a um estudo mais amplo e profundo.
Neste contexto nossa coleta de dados foi norteada primeiramente pelo questionário
fechado que nos ajudou a traçar o perfil dos nossos sujeitos. Nesse sentido Barros
(2000) traz algumas vantagens quanto a sua aplicação:



                       O questionário possibilita ao pesquisador abranger o maior número de
                       pessoas e informações em curto espaço de tempo do que outras técnicas
                       de pesquisa; O questionário pode garantir o anonimato, consequentemente
                       maior liberdade nas respostas, com menor risco de influência do
                       pesquisador sobre elas (p. 91).
34



       Outro instrumento importantíssimo que irá nos ajudar na coleta de dados é a
entrevista semi-estruturada que representa um dos instrumentos básicos dentro
dessa perspectiva de pesquisa. Marconi e Lakatos (1996) acrescentam que:


                    A entrevista é um encontro entre duas pessoas, a fim de que uma delas
                    obtenha informações a respeito de determinado assunto, mediante uma
                    conversação de natureza profissional. É um procedimento utilizado na
                    investigação social, para a coleta de dados ou para ajudar no diagnóstico ou
                    no tratamento de um problema social (p. 84).



       Tal instrumento tem uma grande vantagem sobre outras técnicas por permitir
uma captação imediata da informação desejada. Como explica Goode e Hatt (1968):


                    Como se realiza cada vez de maneira exclusiva, seja com indivíduos ou
                    com grupos, a entrevista permite correções, esclarecimentos e adaptações
                    que a tornem sobremaneira eficaz na obtenção das informações desejadas.
                    Enquanto outros instrumentos têm seu destino selado no momento em que
                    saem das mãos do pesquisador que os elaborou, a entrevista ganha vida ao
                    se iniciar o diálogo entre o entrevistador e o entrevistado (p. 158).



       Diante disso acreditamos ser essencial esses instrumentos, uma vez que
através deles podemos ter clareza nos resultados.


3.5. Etapas


       Este estudo monográfico foi realizado seguindo algumas etapas: Em
primeiro lugar nos dirigimos ao Colégio Estadual José da Silva Marques com a
finalidade de apresentar a pesquisa à Direção da Escola e manter o primeiro contato
com os alunos de 7ª e 8ª série. A escolha desses alunos se deu pelo fato de que os
mesmos já teriam passado pelo processo de votação dentro da escola no ano
anterior e sendo eles de uma série mais elevada teriam uma maior maturidade para
responder aos nossos questionamentos.


       No segundo momento fizemos a aplicação do questionário fechado, para
que pudéssemos conhecer melhor o sujeito e finalizando adentramos no universo da
entrevista semi-estruturada com todos os sujeitos que foi um dos pontos básicos na
construção dos resultados da pesquisa.
35



       A partir do questionário fechado foi traçado o perfil sócio-econômico dos
alunos da entidade escolar, onde através de uma amostragem de 20 discentes
pudemos visualizar melhor os resultados das questões levantadas.
36



                                      CAPÍTULO IV




                ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS




        Diante de inquietações e indagações em buscar compreender melhor a
temática aqui abordada e mais especificamente entender a visão dos alunos nesse
processo democrático, a análise dos dados vem abrir o leque dessa discussão, uma
vez que seu objetivo é contribuir no aprofundamento das questões levantadas e
identificar a realidade pesquisada.


        O desenvolvimento da presente pesquisa contou com a participação de 20
alunos com faixa etária entre 14 e 21 anos que estudam no turno matutino do
Colégio Estadual José da Silva Marques no município de Campo Formoso-BA. Essa
pesquisa aconteceu no período de 9 a 16 de março de 2009.


4.1. Dos alunos


        Os alunos pesquisados terão seu perfil traçado através de gráficos que
constará de: idade, sexo, escolaridade, renda familiar, meios de informações que
utilizam e motivo pelo qual exercem o voto, sendo que através desses dados
conheceremos melhor os sujeitos de pesquisa e conseqüentemente suas
compreensões.


4.2. Análise do questionário fechado: Quem são os sujeitos de pesquisa.


4.2.1. Faixa etária
37




Fonte: Questionário fechado aplicado em 2009



        Em relação a idade, foram selecionados aqueles que tinham idade igual ou
superior a 14 anos por já estarem aptos a votar segundo o estabelecido no
regulamento no Art. 8º, Decreto nº 11-218 de 18/09/08 conforme o processo seletivo
para dirigentes escolares da rede estadual de ensino do Estado da Bahia, publicado
no D.O.E. (Diário Oficial do Estado). Diante dos dados obtidos no questionário,
verificou-se que os alunos na sua maioria tem na sua faixa etária entre 14 e 17 anos,
correspondendo assim um percentual de 90%, e 10% tem entre 18 e 21 anos.


        Dessa forma notamos que a relação idade/série está mais ou menos
correspondente, não evidenciando assim um alto índice de defasagem.


4.2.2. Sexo




 Fonte: Questionário fechado aplicado em 2009
38




        Dos 20 estudantes que responderam ao questionário constatou-se que 5
eram do sexo masculino, correspondendo assim um percentual de 25%. Outra parte
de 15 alunos era do sexo feminino dando um percentual de 75%.


4.2.3. Escolaridade




 Fonte: Questionário fechado aplicado em 2009



        A proposta da pesquisa era realmente de investigar duas séries diferentes
com a mesma quantidade de alunos. Acreditamos que os resultados seriam mais
abrangentes uma vez que entraríamos em duas classes diferentes, com idades e
nível de maturidade diferenciada, diante disso, dos 20 alunos pesquisados 10 foram
de 7ª série e 10 de 8ª série dando um percentual de 50% para cada série
pesquisada.


4.2.4 Renda Familiar
39




Fonte: Questionário fechado aplicado em 2009



        As informações obtidas através do questionário constatou que a renda
familiar mensal dos alunos está distribuída da seguinte forma: Dos 20 alunos
pesquisados 09 (nove) de suas famílias recebem como renda mais de 1 salário
mínimo, correspondente a 45%. 07 (sete) famílias recebem 1 salário mínimo que dá
um percentual de 35% e a outra parte são 04 (quatro) famílias que recebem até
meio salário mínimo, correspondendo assim aos 20%.


4.2.5. Meios de Informações




Fonte: Questionário fechado aplicado em 2009
40



        Diante da temática aqui abordada, acreditamos ser imprescindível a
utilização de fontes de informações por parte dos alunos nas questões relacionadas
ao cotidiano escolar. Assim sendo, procuramos saber quais os meios de obter
informações que eles utilizam. Constatou-se que dos 20 discentes pesquisados 08
(oito) buscam se informarem através da TV e internet, dando um percentual de 40%
deles. 05 (cinco) dos alunos utilizam TV, rádio e internet, correspondendo assim a
25%. Outros 03 (três) alunos mantém-se informado através da TV, livro, rádio e
internet dando um percentual de 15%. 02 (dois) dos alunos utilizam TV, revistas,
rádio e internet, correspondendo a 10% e os 02 (dois) últimos utilizam TV, revistas,
rádio, jornal e internet dando também um percentual de 10%.

        Percebemos aqui que dentre todos os alunos pesquisados, foi unânime a
presença da TV e internet em suas vidas como meio de obter informações.

4.2.6. Motivo pelo qual exercem o voto




Fonte: Questionário fechado aplicado em 2009


        Diante de uma discussão sobre gestão democrática tivemos curiosidade de
saber os motivos pelos quais os jovens votantes vão até as urnas para eleger os
seus governantes.


        Percebemos que na sua maioria vão para exercer a cidadania, pois foi a
resposta dos 16 alunos entrevistados no universo dos 20 pesquisados, dando um
percentual de 80%, enquanto que 03 (três) deles responderam que nenhuma das
41



alternativas, nem para exercer a cidadania e nem por obrigação. Somente 01 (um)
aluno respondeu que ia as urnas por obrigação, dando um percentual de 05% dos
entrevistados.


4.3. Análise das entrevistas semi-estruturadas


       Passado o primeiro contato com os alunos e a aplicação do questionário
fechado, chegou então o momento crucial da pesquisa: A entrevista semi-
estruturada que oportunizou um maior contato com os sujeitos envolvidos. A
realização dos encontros foi feita de forma individual o que proporcionou um melhor
entendimento de suas compreensões, como afirma Marconi e Lakatos (1996) “Trata-
se, pois, de uma conversação efetuada face a face, de maneira metódica;
proporciona ao entrevistado, verbalmente, a informação necessária” (p.84).


       Dessa forma foi realizada a entrevista que obteve os resultados que serão
apresentados a seguir:


       Na análise das entrevistas semi-estruturadas buscamos solidificar alguns
eixos norteados segundo a nossa temática:


   1. O que o aluno compreende por democracia e se acredita ser importante sua
      utilização dentro da escola.


   2. A utilização do voto para a escolha do diretor e se acha que a eleição dentro
      da escola é importante.


   3. Se já estão preparados para escolher o diretor de sua escola e quais as
      pessoas que teriam melhores condições de trabalho com a eleição.


4.3.1. Concepção de democracia e sua utilização dentro da escola.


       Dos 20 (vinte) alunos entrevistados 08 deles compreendem o que seja
democracia e sua importância dentro da escola. Notamos em suas palavras
42



  coerência e entendimento sobre essa temática, como podemos comprovar no
  discurso do al1.

                             “Eu entendo por democracia ter liberdade de escolher os nossos próprios
                             governantes e acredito que é importante existir dentro da escola porque
                             precisamos exercer os nossos direitos e saber o que é bom para a nossa
                             escola”.


            O al2 vai mais além em sua resposta. Ele acredita que:


                             É importante sim, pois a democracia “abre” as portas aos estudantes em
                             geral para poderem divulgar suas opiniões e críticas com responsabilidades.


            Continuando o al3 acrescenta que:


                             “É a oportunidade que a pessoa tem de escolher alguém que ela julgue
                             capaz de lhe representar e que todos devem se responsabilizar pelo seu
                             voto”.



            Ficou claro, pelos depoimentos dos alunos que a democracia é algo que
  pode ser vivenciada na escola e que é de suma importância para o fortalecimento de
  seus direitos e deveres.


            As respostas aqui expressas nos apontam para a realidade vivenciada pelos
  sujeitos no âmbito escolar, que de forma consciente e responsável buscam caminhar
  rumo às práticas democráticas.


            Neste enfoque Bastos (2001) vem trazendo uma importante contribuição.


                             A gestão democrática da escola pública deve ser incluída no rol de práticas
                             sociais que podem contribuir para a consciência democrática e a
                             participação popular no interior da escola. Esta consciência e esta
                             participação, é preciso reconhecer, não tem a virtude de transformar a
                             escola numa escola de qualidade, mas tem o mérito de implantar uma nova
                             cultura na escola: a politização, o debate, a liberdade de se organizar (p.
                             22).



            É essencial pensar nessas indagações e visualizar o aluno como sujeito de
  transformação dentro da escola, visando a sua participação ativa e consciente.
  Ainda nesta concepção o al4 acredita que:

___________________
al: Termo utilizado para identificar o aluno
43


                     “Temos que lutar pela democracia dentro da escola.


          O al5 afirma:


                     “Sem a democracia, a escola vai continuar parada no tempo”.


       Como análise preliminar sobre democracia e sua importância dentro da
escola podemos perceber que nos discursos expostos até aqui existe uma
consonância entre o que a temática vem trazendo e o que os sujeitos acreditam.
Porém percebemos também o distanciamento na compreensão da temática por
parte da maioria dos alunos entrevistados, como podemos verificar:


                     Já ouvi falar, mas na verdade não sei o que é democracia (al6)

                     Não acredito que a democracia precise ser praticada na escola, pois não
                     adiante, aqui é lugar de receber ordens e mais ordens (al7)

                     Democracia é fazer tudo que a gente quer sem ninguém impedir (al8)


       Continuando o al8 acredita que:


                     A democracia é uma coisa distante da escola (al9)

                     A democracia é todos darem opiniões, então se todos derem cada um a sua
                     opinião, a escola vai virar uma bagunça só. (al10)

                     Acho que a escola não é lugar para eleição é lugar para assistir aula e
                     passar de ano (al11)



       Também analisando os discursos aqui citados podemos ver quão longe
ainda está a compreensão real da democracia dentro da escola por parte de alguns
dos sujeitos pesquisados.


       Vale ressaltar que é preciso buscar meios de mobilização dentro da escola,
assim como também dentro da sala de aula, para que os alunos possam
compreender melhor o seu papel como agente transformador dentro de uma gestão
democrática. Neste sentido Bastos (2001) acredita que:
44


                       Enquanto a democracia não chega ao trabalho de sala de aula, a escola
                       não pode ser considerada democrática. A sala de aula não é só lugar do
                       conteúdo, é também o lugar da disputa pelo saber, é o lugar da construção
                       da subjetividade, e o lugar da educação política (p. 25).



          Dessa forma acreditamos que o aluno pode compreender, vivenciar e
analisar melhor o que seja democracia e sua utilização dentro da escola.


4.3.2. Concepção sobre a utilização do voto e a eleição para diretor.


          Ao    analisarmos    todos     os    entrevistados      com     relação     a    esses
questionamentos, percebemos que na sua maioria não exerceram o direito do voto e
não acharam tão importante a eleição dentro da escola, mesmo aqueles alunos que
reconhecem o valor da democracia se posicionaram como acomodados nesse
processo por acreditar que a escola vai bem e por isso não precisaria do seu voto.
Outros fatores que contribuíram para que alguns alunos não comparecessem no dia
da eleição foi a falta de divulgação dentro da escola e até o processo tímido da
campanha da única candidata que estava concorrendo ao pleito.


          Nessa perspectiva podemos confirmar essas indagações nas falas dos al1,
al2, e al3.
                       “Bom, eu sei que é importante a eleição na escola, mas acho que nesse
                       momento não precisamos utilizar, por que a nossa diretora vem fazendo um
                       trabalho bom. Acho que tendo a eleição agora, alguns alunos que não
                       gostam de disciplina ou porque teve alguns atrito com diretora, pode querer
                       votar contra ela por causa de motivos pessoais e não pela forma do seu
                       trabalho (al1)


                       Eu não utilizei meu voto por que achava que sendo somente uma candidata
                       votar ou não, não faria diferença (al2)

                       Acredito que todos nós precisamos nos responsabilizar pelo nosso voto
                       como já disse antes, mas se só tinha uma candidata nós não tínhamos
                       muito o que escolher (al3)


              Como vemos o processo de eleição nessa instituição aconteceu de forma
tímida e sem muitas expectativas, talvez pelo fato de ser somente uma candidata e
também por ter acontecido pela primeira vez, não despertando o interesse dos
alunos, como vem explicitado nas fala do al7 e al8.
45


                     Há, não utilizei o meu voto por que não achei que seria importante não quis
                     votar por que tinha outras coisas para fazer (al7)

                     Nunca tinha escutado falar em eleição para diretores de escolas e achei que
                     não ia dá certo, por isso não fui votar (al8)


       Diante dos discursos citados acima, percebemos a falta de conscientização
por parte desses alunos a respeito da utilização do voto, e até a ausência de
esclarecimento do percentual mínimo de votantes, podendo ser anulada a eleição
caso os votos nulos superassem os votos válidos, segundo o regulamento o
processo seletivo em unidades escolares da rede pública estadual, a eleição só teria
validade se a participação mínima por seguimento fosse distribuída da seguinte
forma: 50% (cinqüenta por cento) do seguimento servidor, 30% (trinta por cento) de
estudante e 30% (trinta por cento) pai ou responsável. Nesse sentido percebemos
que a maioria dos alunos não estavam bem informados a esse respeito o que
resultou a essas indagações aqui explicitadas, demonstrando assim um obstáculo
na construção de uma escola democrática. A esse respeito Paro (1997) afirma que:


                     A participação da comunidade na escola, como todo processo democrático
                     é um caminho que se faz ao caminhar, o que não elimina a necessidade de
                     se refletir previamente a respeito dos obstáculos e potencialidades que a
                     realidade apresenta para a ação. (p. 17)



       É preciso que haja uma mudança significativa da postura por parte de alguns
educandos na forma de ver a eleição dentro da escola, que se sintam responsáveis
pelas decisões e sejam capazes de vivenciar uma gestão coletiva.


4.3.3. Preparação para escolha do diretor e condições de trabalho.


       Constatou-se nesse estudo que são diversas as concepções que os alunos
têm a essas indagações. Alguns deles declaram com firmeza não estarem
preparados ainda para escolher a diretor de sua escola por não compreenderem
bem todo esse processo. Como podemos constatar em algumas falas:


                     Acreditamos que a maioria dos alunos da nossa escola não tem
                     esclarecimento sobre a eleição para diretor e acho que todas as pessoas
                     poderiam ter melhores condições de trabalho se pudessem dar suas
                     opiniões. Mas eu particularmente me acho preparada para exercer o meu
                     voto e escolher o meu diretor ou diretora (al1)
46



                    Acho que foi tão rápido essa questão de eleição que não nos prepararam
                    para esse processo. (al6)

                    Não levei muito a sério isso(al7).

                    Durante muito tempo o diretor era colocado pelos políticos, acho que temos
                    muito que aprender com essa nova forma de escolher diretores(al8).

                    Não estamos ainda preparado para eleição na escola, mas acho que todos
                    da escola poderiam sair ganhando com a eleição (al9).

                    Acho que quem tem que escolher o diretor são os professores, por que
                    entende mais do que nós e eles mesmo iam ter melhores condições de
                    trabalho (al10).



       Todos esses discursos nos apontam para alguns alunos passivos que não
tem consciência do seu papel dentro da escola, e que precisam ter clareza para agir
com segurança e respeito, desenvolvendo dessa forma sua participação ativa no
processo democrático dentro da escola. Acreditamos que essa democracia é um
passo importante para a cidadania, pois não há cidadania sem democracia.


       Pode-se    dizer   que     a   cidadania,         assim   como   a   democracia     é,
essencialmente, consciência de direitos e deveres, é liberdade de expressão, de
votar e de participar. Todos esses pontos precisam ser aprendidos na escola para
que possam ser exercidos também fora dela. Como podemos não entender de
política dentro da escola, se fora dela somos chamados a participar? A escola
precisa trabalhar no sentido de formar cidadãos conscientes, capazes de criticar a
realidade, atuando na busca de mudanças significativas e participando das decisões
tanto dentro como fora dela. Nesse sentido Gadotti (2001) afirma que: “A
participação e a democratização num sistema público de ensino é a forma mais
prática de formação para cidadania. A educação para a cidadania dá-se na
participação no processo de tomada de decisão” (p. 49).


       É preciso pois, a participação do cidadão na transformação não somente da
escola, mas também da sociedade na qual está inserido. Nesse sentido a escola é
responsável pela promoção do desenvolvimento desse indivíduo, sua função é
assegurar essa apropriação e a construção das condições subjetivas, como
aspectos essenciais do exercício da cidadania. Portanto, a escola no cumprimento
47



de sua função, precisa preparar o cidadão para se posicionar de forma crítica e
inovadora no seu tempo e lugar.
48




                                      CONCLUSÃO




          Ao longo dos anos no contexto da educação brasileira vem se buscando dar
uma atenção especial no tocante às questões educacionais. Nesse sentido foi
elucidado aqui de forma mais abrangente o processo de participação dos alunos do
Colégio Estadual José da Silva Marques em Campo Formoso-BA, assim como, sua
formação cidadã dentro de uma sociedade em transformação.


          Sabemos que a educação é um processo em construção e para que essa
construção seja realmente sólida, faz-se necessário a participação de todas as
pessoas envolvidas no processo.


          As discussões e estudos feitos sobre o tema, Gestão democrática na
perspectiva do aluno: eleição para diretores foram frutos de pesquisas, projetos e
inquietações, assim como da necessidade de compreender como a escola pública
pode ser democrática se não reconhece o aluno como principal sujeito de
participação.


          Assim sendo a relevância do presente trabalho concentrou-se na visão do
aluno, de como ele compreende a eleição, a democracia e a participação dentro da
escola.


          Constatou-se nesse estudo que a participação dos alunos nas decisões da
escola ainda acontece de forma passiva, talvez porque o processo de eleição tenha
acontecido pela primeira vez, dificultando na informação e instrução dos sujeitos
pesquisados. Verificou-se também que suas concepções estão distante do real
contexto que essa temática vem trazendo, uma vez que foi explicitado nos
depoimentos dos entrevistados a ausência, o despreparo e a falta de conhecimento
no tocante a participação e conseqüentemente no processo de eleição dentro da
unidade escolar.
49



        Os resultados obtidos aqui, permitiu-nos perceber que ainda há muito o que
fazer dentro da escola em relação ao aprendizado da democracia e a participação
dos alunos, assim como, a promoção do seu desenvolvimento como cidadãos ativos
que participem plenamente da vida social. Nesse sentido é preciso trabalhar a
conscientização e a mobilização dos educandos para que esse aprendizado de fato
aconteça.


        Acreditamos que este trabalho nos deu oportunidade de aprofundar nossos
conhecimentos em relação a temática e esperamos que esse estudo possa ser
utilizado como fonte de informações e desperte novas investigações, para que
possamos continuar a galgar transformações significativas no campo da educação
brasileira.


        Assim cabe a escola cumprir suas funções básicas, que além de garantir a
aprendizagem de conteúdos e habilidades precisa também preparar o educando
para a inserção social, buscando dessa forma construir uma escola mais eficiente,
onde os alunos tenham possibilidades de serem mais autônomos, críticos e
cidadãos.


        É preciso pois, modificar e rever as formas de como vem sendo feito a
gestão democrática dentro das instituições de ensino, para que de fato as
informações cheguem até os alunos de forma clara e objetiva, assim a escola tem
um papel fundamental na implantação de uma gestão democrática, que precisa dá
mais atenção a formação de um sujeito que é solicitado a agir e a refletir dentro de
uma sociedade em transformação.
50



                               REFERÊNCIAS



ALARCÃO, I Professor Reflexivo em uma escola reflexiva. 4ª. Ed. São Paulo,
Cortez, 2005.

ALENCAR, Chico. Cinco enganos e a cidade democrática. In: BASTOS, João
Baptista (org), Gestão democrática. 2ª. Ed. Rio de Janeiro. D.P. &. A, 2001.

BARROS, Aidil de Jesus Paes de, & LEHFELD, Neide Aparecida de Souza. Projeto
de Pesquisa – Proposta metodológica. RJ, Vozes, 1990.

BASTOS, João Baptista (orgs) Gestão Democrática. 2ª. Ed. Rio de Janeiro, D. P. &
A, 2001

BOGDAN, R e BIKLEN, S.K: in LUDKE, ME ANDRÉ, M.E.D. Pesquisa em
educação; Abordagens Qualitativas. São Paulo, EPU, 1982.

BRASIL, (Constituição de 1988) Constituição da República Federativa do Brasil.
Brasília-DF, 1988.

BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto. Lei Federal nº. 9394 de 20
dezembro de 1996, Diretrizes de Bases para Educação Nacional. Diário Oficial da
União. Brasília, 1996.

BRASIL, Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica Conselho escolar.
Gestão democrática da educação e escolha do diretor / elaboração Jg nez Pinto
Navarro Brasilia: MEC, SEB, 2004. (Programa Nacional de Fortalecimento dos
Conselhos Escolares, caderno 5)

CARMARGO, Paulo de. Educaçao ao longo da vida. Ed. 31. Artmed: Agosto /
outubro, 2004.

CURY, Carlos Roberto Jamil. O Conselho Nacional de Educação e a Gestão
Democrática. Petrópolis, RJ. Vozes, 1997.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. E J.E.M.M. Editora LTDA; 1986.

_________, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário da Língua Portuguesa. 4ª ed.
Rio de Janeiro, Nova Fronteira 2001.

GADOTTI, Moacir. Escola cidadã. 7ª ed. São Paulo, Cortez, 2001.

GÓMEZ, A. I. Pérez. As funções sociais da escola: Da reprodução à
reconstrução crítica do conhecimento e da experiência. In: SACRISTÃ J.
Gimeno e GÓMEZ, A. I. Pérez. Compreender e transformar o ensino. Porto
Alegre, Editora Artmed, 1998.
51



GOODE e HATT, K, Métodos em pesquisa social, São Paulo, CIA Editora
Nacional, 1968.

LUCK, Heloisa. Concepções e progressos democráticos de gestão educacional,
Petrópolis – RJ; 2006. Série: Caderno de gestão.

___________. Gestão Educacional: Uma questão paradigmática, Petrópolis-RG;
Vozes; 2006. Série Cadernos de gestão.

LUDKE, Menga de A. e ANDRÉ, Marli E. D. A. Pesquisa em Educação:
Abordagens qualitativas. São Paulo. EPU; 1986.

LUZ, Ana Maria de Carvalho (org) Gestão Educacional e qualidade Social da
Educação, Salvador-BA, ISP/UFBA, 2007.

MARCONI, Maria de Andrade, LAKATOS, Eva Maria. Técnica de pesquisa:
Planejamento e execução de pesquisa, amostras e técnicas de pesquisa,
elaboração, análise e interpretação de dados. 3ª. Ed. São Paulo: Atlas 1996.

MORIM, Edgar. Os sete saberes necessários para a educação do futuro.
Tradução de Catarina Eleonora F. da Silva e Jeanne, revisão técnica e Edgar de
Assis Carvalho, 10º. Ed. São Paulo, Cortez, Brasília D.F. UNESCO: 2005

________, O método I: A natureza da natureza. Lisboa: Publicações Europa-
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OLIVEIRA, Maria Auxiliadora Monteiro. Gestão educacional; Novos olhares,
novas abordagens. Petrópolis-RJ Editora Vozes, 2005.

PARENTE, Marta & LUCK, Heloisa. Mapeamento da descentralização da
educação brasileira nas redes estaduais do ensino fundamental. Brasília:
Ipea/Consed, 1999.

PARO, Vitor Henrique. Gestão democrática da escola pública, São Paulo, Ática
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__________, Vitor Henrique. Escritos sobre educação. São Paulo. Xamã, 2001.

RANGEL, Mary. “Bom Aluno, real ou ideal”? Petrópolis, RJ, Vozes: 1997.

SACRISTÁN, J. Gimeno e GÓMEZ, A. I, Pérez. Compreender e transformar o
ensino. Porto Alegre, editora Artmed; 1998.

SIPÓSITO, Marília Pontes. Educação, gestão democrática e participação
popular. In. BASTOS, João Baptista. Gestão democrática (org). 2ª ed, Rio de
Janeiro. D.P.&.A, 2001.
52




APÊNDICES
53




                        QUESTIONÁRIO – FECHADO


Caro (a) aluno(a)



            Esse questionário é um procedimento metodológico relativo a pesquisa
monográfico do curso de pedagogia - UNEB (Universidade do Estado da Bahia).
Contamos com sua disponibilidade e colaboração para realização da nossa
pesquisa, sendo que manteremos sigilo quanto à autoria das idéias externadas. Não
precisando ser assinado.


            Desde já agradecemos a sua participação.



            QUESTIONÁRIO 1 – PERFIL DOS SUJEITOS DA PESQUISA



1. 1. Faixa etária


(   ) 14 a 17 anos
(   ) 18 a 21 anos
(   ) 22 a 25 anos
(   ) 26 a 29 anos
(   ) mais de 29 anos



1.2. Sexo

(    ) Masculino                    (   ) Feminino



1.3. Escolaridade

(    ) 7ª Série do Ensino Fundamental     (   ) 8ª Série do Ensino Fundamental
54



1.4. Renda Familiar



(   ) Até meio salário mínimo
(   ) Um salário mínimo
(   ) Mais de um salário mínimo



1.5. Que meios de obter informações você utiliza?



(   ) Rádio                 (       ) TV               (       ) Jornal
(   ) Revistas                  (   ) Livro            (       ) Internet



1.6. Caso já seja votante nas eleições para prefeitos, governadores e
presidente, qual o motivo pelo qual você exerce seu voto?


(   ) Por obrigação   (   ) Para exercer a cidadania       (   ) Nenhuma das
                                                                 alternativas
55



                          PARTE 2 – ENTREVISTA




2.1. O que você entende por democracia?

___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________


2.2. Você acha que é importante existir democracia dentro da escola? Por quê?

___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________


2.3. Você já utilizou o voto para escolher o diretor de sua escola? Justifique
sua resposta?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________


2.4. Você acha que a eleição para diretor dentro da escola é importante? Por
quê?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________



2.5. Você acha que o aluno já esta preparado para escolher o diretor de sua

escola? Por quê?

___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
56



2.6. Diante da eleição do diretor na escola, quais as pessoas que você acha
que terão acesso a melhores condições de trabalho?



(   ) Alunos     (   ) Professores    (   ) Funcionários   (   ) Diretor

(   ) Pais de alunos (   ) Todas as alternativas

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Monografia Gilmara Pedagogia 2009

  • 1. 1 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA-UNEB DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO CAMPUS VII – SENHOR DO BONFIM GILMARA MARIA BISPO DE CARVALHO GESTÃO DEMOCRÁTICA NA PERSPECTIVA DO ALUNO: ELEIÇÃO PARA DIRETORES Senhor do Bonfim Abril de 2009
  • 2. 2 GILMARA MARIA BISPO DE CARVALHO GESTÃO DEMOCRÁTICA NA PERSPECTIVA DO ALUNO: ELEIÇÃO PARA DIRETORES Trabalho monográfico apresentado como pré- requisito para conclusão do Curso de Licenciatura Plena com Habilitação em Pedagogia – Docência e Gestão de Processos Educativos, pelo Departamento de Educação do Campus VII. Senhor do Bonfim. Orientadora: Professora Beatriz Souza Barros Senhor do Bonfim Abril de 2009
  • 3. 3 GILMARA MARIA BISPO DE CARVALHO GESTÃO DEMOCRÁTICA NA PERSPECTIVA DO ALUNO: ELEIÇÃO PARA DIRETORES APROVADA____DE__________DE 2009 Orientadora: Beatriz Barros _________________________ ______________________ BANCA EXAMINADORA BANCA EXAMINADORA _________________________________ PROFª. BEATRIZ SOUZA BARROS ORIENTADORA
  • 4. 4 A Deus que é fonte de amor e sabedoria e a meus familiares que são pedaços de minha existência.
  • 5. 5 AGRADECIMENTOS A Deus pelo amor incondicional, pelas inúmeras vitórias que me proporcionou e pela força de chegar até aqui, permitindo que adquirisse a experiência que hoje tenho. A minha querida filha Júlia que compreendeu as minhas ausências; Ao meu marido Clodoaldo que com muita paciência suportou as minhas angústias. Aos meus irmãos, que, com palavras de estímulos e incentivo acreditaram em minha vitória. As minhas colegas e amigas da turma, em especial: Letícia, Gil França, Janete, Léia, Rosana, Lândia e Viviane, pelos momentos de descontração, luta e coragem que tivemos juntas. A Eginaldo pelo apoio cotidiano na digitação deste trabalho A todos os professores do Campus VII, em especial a Beatriz Barros, que com palavras de estímulo e incentivo me fez acreditar que eu era capaz de chegar até os meus objetivos, permitindo através de sua orientação que eu crescesse rumo ao conhecimento. Aos meus queridos pais, Júlia e Francisco que com muito sacrifício e abnegação saíram do Tombão para dar o estudo a seus filhos, uma preciosa herança que não o tiveram.
  • 6. 6 O processo educacional só se transforma e se torna mais completo na medida em que seus participantes tenham consciência de que são co-responsáveis pelo desenvolvimento e seus resultados.
  • 7. 7 (Luck, 2006.) LISTA DE FIGURAS Figura 4.2.1 – Percentual em relação à faixa etária...................................................36 Figura 4.2.2 – Percentual em relação ao sexo...........................................................37 Figura 4.2.3 – Percentual em relação ao nível de escolaridade................................38 Figura 4.2.4 – Percentual em relação à renda familiar..............................................38 Figura 4.2.5 – Percentual em relação aos meios de informações que utilizam........39 Figura 4.2.6 – Percentual em relação ao motivo pelo qual exercem o voto..............40
  • 8. 8 RESUMO A realidade educacional brasileira vem apresentando mudanças históricas, conceituais e estruturais na sua forma de organização e precisam ser refletidas a fim de investigarmos a existência ou não do compromisso com os princípios da democracia. Esse trabalho tem como finalidade abrir uma discussão sobre a gestão democrática na perspectiva do aluno em relação a eleição para diretores, buscando assim identificar e analisar compreensões acerca do tema, por já terem passado pelo processo de eleição dentro da escola, assim como fazer uma reflexão sobre a importância do aluno frente a essa tão sonhada gestão democrática. Este estudo teve como suporte teórico: Alarcão (2005); Alencar (2005); Bastos (2001); Cury (2005); Gadotti (2001); Gómez (1998); Luck (2006); Luz (2007); Morin (2005); Oliveira (2005); Paro (2001), dentre muitos outros com objetivo de fundamentar epistemologicamente a pesquisa e nos ajudar a compreender melhor o tema em discussão. Os procedimentos metodológicos seguiram um enfoque qualitativo, utilizando os seguintes instrumentos de trabalho: um questionário fechado para traçar o perfil do sujeito e a entrevista semi-estruturada para identificar suas compreensões sobre a temática aqui abordada. Constatamos que os alunos, sujeitos de nossa pesquisa possuem diferentes compreensões, sendo que 40% compreendem a respeito do tema e 60% não, demonstrando assim, a real situação em que se encontra o processo democrático dentro da escola pública. Diante disso, faz-se necessário a mobilização por parte da escola para buscar atingir patamares de qualidade em prol da formação cidadã dos alunos, mas para que isso aconteça é preciso construir um comprometimento coletivo e isso só se consegue através da participação responsável de todos os envolvidos, dentro de um clima democrático. Assim sendo, como considerações finais, destacamos a importância do aprendizado da democracia por parte dos alunos, assim como a sua participação efetiva dentro da escola. Palavras-chave: Compreensões, Alunos e Gestão Democrática-eleição para diretores.
  • 9. 9 SUMÁRIO INTRODUÇÃO................................................................................................... 11 CAPÍTULO I - SITUANDO O PROBLEMA DE PESQUISA.............................. 13 CAPÍTULO II – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA............................................... 20 2.1. Compreensões.................................................................................... 20 2.2. Aluno................................................................................................... 23 2.3. Gestão democrática – eleição para diretores..................................... 25 CAPÍTULO III – METODOLOGIA...................................................................... 30 3.1. Tipo de pesquisa................................................................................. 31 3.2. Lócus................................................................................................... 32 3.3. Sujeitos................................................................................................ 33 3.4. Instrumentos de coleta de dados........................................................ 33 3.5. Etapas................................................................................................. 34 CAPÍTULO IV – ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS....................... 36 4.1. Dos alunos.......................................................................................... 36 4.2. Análise do questionário fechado..................................................... 36 4.2.1. Faixa etária....................................................................................... 36 4.2.2. Sexo................................................................................................. 37 4.2.3. Escolaridade..................................................................................... 38 4.2.4. Renda familiar.................................................................................. 38 4.2.5. Meios de informações...................................................................... 39 4.2.6. Motivo que exercem o voto.............................................................. 40 4.3. Análise das entrevistas semi-estruturadas................................... 41 4.3.1. Concepção de democracia e sua utilização dentro da escola......... 41
  • 10. 10 4.3.2. Concepção sobre a utilização do voto e a eleição para diretor....... 44 4.3.3. Preparação para escolha do diretor e condições de trabalho.......... 45 CONCLUSÃO................................................................................................... 48 REFERÊNCIAS.................................................................................................. 50 APÊNDICES ..................................................................................................... 52
  • 11. 11 INTRODUÇÃO A gestão da educação brasileira tem apresentado nas últimas décadas uma tendência pela implementação de mecanismos de participação. Sabe-se que aos poucos essa tendência vem se firmando dentro das escolas públicas, visualizando assim o processo de gestão democrática. Um dos pontos básicos deste trabalho de pesquisa é uma reflexão sobre a importância da compreensão do aluno dentro dessa perspectiva de participação. Entende-se que ele é o sujeito de direito nesse processo e por isso deve ser o foco de toda essa discussão. Vários estudos vem mostrando que a gestão democrática nas escolas públicas vem sendo vivenciada de uma forma burocrática, estática e com um olhar distante da compreensão do aluno. Daí pois, a nossa relevância em percebê-lo como ator principal, buscando entender suas concepções a respeito dessa temática. O primeiro capítulo trás o delineamento do tema e do objetivo, assim como uma discussão a partir de um breve histórico da gestão democrática, o amparo legal, a importância da participação da comunidade, a força dos movimentos sociais para qualidade da educação, a forma de provimento do cargo de diretores de escolas públicas e seu trabalho e a conscientização do aluno na escolha do diretor. O segundo capítulo é composto pela fundamentação teórica que necessariamente embasa este trabalho, dando solidez a toda essa discussão. Buscamos aqui nos aprofundar nas contribuições dos autores que abordam os conceitos chave dessa temática que são: Compreensões, alunos e gestão democrática-eleição para diretores. O terceiro capítulo aponta a linha metodológica que fornece uma visão geral de como o trabalho foi estruturado. No primeiro momento abordamos a importância da pesquisa na área da educação, especialmente para o curso de pedagogia. No
  • 12. 12 segundo momento o tipo de pesquisa utilizada para a apropriação dos resultados, sendo desencadeada a abordagem qualitativa norteada pela técnica da entrevista e do questionário. No terceiro momento vem a escolha do lócus, que de acordo com suas características possibilitou uma melhor obtenção dos resultados. Em seguida, adentramos no universo do sujeito, figura principal nesse processo de pesquisa, uma vez que através de suas compreensões a respeito do tema chegamos com êxito ao final desse trabalho. O quinto momento apresenta os instrumentos de coleta de dados que são fundamentais no desenrolar da pesquisa. São apresentados como instrumentos o questionário e a entrevista. No quarto capítulo torna-se crucial a análise e interpretação dos dados coletados, destacando o entendimento e compreensão que o sujeito tem da realidade pesquisada. Nesse capítulo vem em destaque o motivo pelo qual foi escolhido o sujeito, enfocando o contato do mesmo no processo de eleição dentro da escola no ano de 2008. Em outro momento apresenta a busca do conhecimento do sujeito através dos resultados do questionário fechado, assim como, suas compreensões e posicionamentos através das questões levantadas na entrevista semi-estruturada ressaltando as questões da democracia dentro da escola. Todas essas discussões foram frutos de inquietações advindas do trabalho e da experiência vivenciada por mim ao longo dos 08 (oito) anos na área de gestão escolar que aliada a experiência em sala de aula e agora como futura pedagoga buscamos suscitar a compreensão de uma escola que precisa verdadeiramente ser pautada em princípios democráticos, onde o foco de todo esse debate necessariamente se remete ao aluno. Por fim, o que nos levou a realizar esse estudo foi a tentativa de ampliar as discussões nesta área, refletir sobre a formação cidadã do educando e contribuir para aqueles gestores que querem concorrer ao pleito dentro de uma escola e, portanto, precisam compreender de fato o que o aluno, sujeito de nossa pesquisa entende por democracia, eleição e participação, buscando a partir daí intervir no processo educativo, ajudando na formação desse cidadão, lembrando que eles são autores de suas próprias decisões.
  • 13. 13 CAPÍTULO – I SITUANDO O PROBLEMA DE PESQUISA Nos últimos anos a questão da gestão democrática na educação brasileira tem apresentado uma forte evolução histórica e vem sendo objeto de estudo e reflexão pelos profissionais de educação. Na década de 60 muitas escolas eram comparadas com fábricas, principalmente as que sustentavam os modelos positivistas e tecnológicos de organização e administração. Nos anos 80 esses modelos começavam a ser questionados por não contribuírem com as reais necessidades educacionais. Diante dessas mudanças surgem conceitos como: descentralização, autonomia, liberdade de escolha e flexibilidade. A própria constituição brasileira de 1988 dá sustentação e fortalece mudanças na gestão democrática dando amparo legal e buscando torná-la um dos princípios da educação nacional. Neste enfoque Cury (1997) acrescenta: A gestão democrática como principio da educação nacional, presença obrigatória em instituições escolares é a forma não violenta que faz com que a comunidade educacional se capacitem para levar a termo um projeto pedagógico de qualidade e possa também gerar “cidadãos ativos” que participem da sociedade como profissionais compromissados e não se ausentem de ações organizadas que questionem a invisibilidade do poder. (p.17). É importante salientar que desde a constituição de 1988 o Brasil vem buscando efetivar a condição de um estado democrático de direito validando ações educativas do ensino obrigatório de forma a adequá-las aos ideais democráticos, tentando buscar dessa forma uma melhoria na qualidade do ensino. Assim, Bastos (2001) afirma que: Para a sociedade e para trabalhadores em educação a democracia na escola é o único caminho para reconstruir a escola pública de qualidade. Os
  • 14. 14 dirigentes políticos não negam teoricamente esse caminho, mas na prática apresentam um projeto de gestão de acordo com a agenda neoliberal inviabilizando a reconstrução de uma escola pública de qualidade para todos (p.9). Nesse sentido cabe ao governo o papel de assegurar uma educação de qualidade e o desenvolvimento do processo democrático nas escolas brasileiras de forma a garantir uma maior participação de toda a comunidade escolar. Uma das dificuldades apontadas por Bobbio citado por Sipósito (2005) afirma que: Há incompatibilidade existente entre modelos burocráticos e práticos democráticas. Não há democratização possível, ou gestão democrática da educação ao lado de estruturas centralizadas e verticalizadas, características rotineiras dos organismos públicos no Brasil na área de educação (p. 50). É preciso pensar na superação desse modelo estático burocratizado e centralizado na busca de um modelo descentralizado, autônomo e democrático, produzindo uma escola nova. É o que observamos na própria Lei de Diretrizes e Bases (LDB) nº. 9394/96, quando destaca nos seus artigos 14 e 15: Art. 14 - Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios: I. Participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola; II. Participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes. Art. 15 - Os sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares públicas de educação básica que os integram progressivos graus de autonomia pedagógica e administrativa e de gestão financeira, observadas as normas de direito financeiro público. Conforme o disposto na proposta da LDB e diante do novo panorama que envolve o campo educacional, podemos detectar que não há mais lugar para autoritarismo e a gestão individualista no âmbito escolar. Por isso, a escola deve fundamentar seu trabalho no compromisso com a qualidade, na participação e cooperação, na autonomia e na liberdade.
  • 15. 15 Desse modo, cabe a coletividade da escola se envolver e identificar suas necessidades e os meios de concretizá-las, de forma a obter os melhores resultados para toda comunidade escolar. Nesta perspectiva, Luck (2006) prossegue afirmando que: É pelo envolvimento no processo de decisão que as pessoas assumem com responsabilidades próprias a implementação de ações determinadas e a realizações dos resultados pretendidos. Assim, os conselhos escolares e associações de pais e mestres como também círculos de parceiros, dentre outras unidades de gestão colegiada, constituem-se em espaços de tomada de decisão, que envolvem os pais e a comunidade na análise e discussão dos problemas educacionais da escola e determinação da melhor forma de encaminhá-los (p.96). Porém, um dos maiores desafios de uma escola é a participação da comunidade. Muitos esperam apenas a transmissão do saber aos alunos, sem se preocupar com outras ações que podem ser desenvolvidas em prol de toda a comunidade. Quando a comunidade é motivada a participar das decisões tomadas dentro da escola, há um engajamento maior, onde todos se sentem responsáveis pelos resultados apresentados, se posicionando como sujeitos ativos e capazes de mudar os rumos da escola para melhor. Para que a participação da comunidade se efetive nas escolas é necessário antes de tudo uma conscientização de toda comunidade escolar, a respeito do que é e como se faz gestão democrática. Para tanto, três palavras precisam ser trabalhadas: autonomia, participação e democracia. A concepção de uma escola autônoma, participativa e democrática é imprescindível para que possa ser desenvolvida uma ampla competência tanto na dimensão pedagógica, como na administrativa e na política. Parente citado por Luck (1999) acrescenta ainda que: É fundamental lembrar que os órgãos colegiados existem na escola como mecanismos de democratização pela gestão colegiada de todos as dimensões do processo pedagógico, em que “... o principio básico é a busca da promoção da autonomia da escola e participação da comunidade, em toda as suas dimensões: pedagógica, administrativa, e financeira (p.13).
  • 16. 16 Acredita-se que o caminho mais adequado para se chegar a uma gestão democrática, implica necessariamente na participação de todos os envolvidos no processo educativo. Nesse sentido Alencar (2005) completa: Participação permanente, isto é, cidadã, é aprendizado intelectual e vivencial, inserção na sociedade política, ocupação de espaços, de questionamento e deliberação, tomada coletiva de decisões. É tarefa espontânea da vida e deliberada da escola (p.37). A participação da comunidade pode ser compreendida como ações conjuntas e representações de movimentos sociais, visando uma busca de interesses coletivos. Nos últimos anos percebemos avanços na luta pela qualidade da educação, onde, através de movimentos e reivindicações da sociedade civil organizada vem se buscando melhorar as condições do ensino público nas escolas brasileiras. Sabemos que esses movimentos são fundamentais para que a sociedade impulsione mudanças diversas. Por meio de lutas, movimentos e organizações a sociedade se fortalece em busca das soluções de diversos problemas. Deste modo, a escola vem buscando uma reflexão sobre os caminhos de transformação da atual dinâmica de funcionamento. Vale lembrar que ela sempre foi vista de forma burocrática e com caráter autoritário com relações de domínio, fechada, distante da realidade da comunidade, concretizando um tipo de administração restrita à organização e com decisões tomadas de cima para baixo. Portanto, é necessário optar pela mediação de uma atividade reflexiva na busca de uma gestão democrática com novas formas de organização e efetivação das ações dentro da escola. Nesse contexto surge a eleição para diretores. Compreendemos que entre os mecanismos e processos de participação em uma gestão democrática que podem ser vivenciadas em uma instituição educativa está a escolha por eleição direta do dirigente escolar. Vale ressaltar que esse processo é fundamental para a democratização da escola.
  • 17. 17 As eleições diretas para diretores, historicamente, tem sido uma das modalidades tidas como das mais democráticas. Porém deve ser vista como um instrumento associado a outros na democratização das relações escolares. Durante muito tempo os gestores de escolas em todo o Brasil passaram pelo mecanismo tradicional de indicação feita por políticos. Acredita-se que essa prática impulsione o diretor a articular-se apenas com os interesses do estado, uma vez que ele não tendo sido escolhido pela comunidade, não assume compromisso com a mesma, criando uma figura centralizada numa perspectiva burocratizada e estática. Nesse sentido Luck (2006) faz uma crítica a esse modelo quando diz: O trabalho do diretor escolar constituía-se sobre tudo em repassar informações, assim como controlar, supervisionar, “dirigir”, o fazer escolar de acordo com as normas estabelecidas pelo sistema de ensino. Bom diretor era o que cumpria essas obrigações plena e zelosamente, de modo a garantir que a escola não fugisse ao estabelecido em âmbito central ou em nível hierárquico superior (p. 35). Hoje se evidencia a crença de que essa prática está ultrapassada. Acredita- se que as eleições de diretores, tem um importante papel na diminuição ou eliminação da sistemática influência dos agentes políticos nas nomeações de diretores. A expectativa criada em relação a eleição é de conseguir eliminar o autoritarismo existente nas escolas e a falta de participação de toda comunidade escolar nas decisões. Neste enfoque Parente citado por Luck (2006) acrescenta: A escolha do diretor pela via de eleição direta e com a participação da comunidade vem se constituindo e se ampliando como mecanismo de seleção diretamente ligado à democratização da educação e da escola pública, visando assegurar também a participação das famílias no processo de gestão da educação de seus filhos (p. 76). Para que a escola realmente viva a realidade participativa, é preciso que todos se envolvam: Professores, pais, diretores, funcionários, estudantes e comunidade. Nesse processo a articulação entre esses seguimentos criará espaços
  • 18. 18 e mecanismos de participação que será fundamental para o exercício da democracia e irá possibilitar a formação de indivíduos participativos críticos e criativos. A defesa dessa modalidade vincula-se a crença de que o processo implica na conquista das decisões sobre os destinos da escola para a própria escola. A descentralização de poderes, por exemplo é essencial para que todos os atores do processo se sintam co-responsabilizados nas decisões inerentes à vida escolar. Prioritariamente toda essa discussão deve ter como ator principal o educando, uma vez que ele é o maior beneficiário de uma gestão democrática por ser o sujeito de direito no processo de participação e na conquista de uma educação de qualidade. Com base nesse discurso, podemos refletir até que ponto o processo de democratização tem garantido efetivamente que o aluno conheça e participe das decisões tomadas na escola. É notória a ausência do aprendizado da democracia na formação do aluno, uma vez que ele não tem o real conhecimento dos poderes, direitos e deveres, não se sentindo participante ativo das decisões da escola. É preciso que esse aprendizado seja construído coletivamente, com responsabilidade e compromisso, a partir de um processo contínuo de mobilização, levando os alunos a refletirem sobre o seu papel dentro da escola. É necessário que o educando conheça seus direitos e reconheça seus deveres, para que seja capaz de opinar e posicionar-se diante das decisões da escola, seja ativo e consciente do que é melhor para a comunidade escolar e busque mudanças significativas diante do processo de participação. Ele precisa ser estimulado a participar, a expressar e manifestar seus pensamentos e opiniões para que essa postura possa abrir caminhos na ampliação da cidadania e na efetivação da democracia. Sabemos que a caminhada na construção dessa gestão democrática é normalmente lenta e gradativa, pois implica a quebra de conceitos que muitas vezes estão arraigados a procedimentos antigos. Mas, é preciso fortalecer a democracia
  • 19. 19 dentro da escola, elementos como a autonomia, participação e eleição direta do diretor, são práticas que pressupõem uma gestão democrática. Nossas inquietações em relação a gestão democrática, eleição para diretores, surgiu da necessidade de entender como o aluno, maior beneficiário dessa gestão se posiciona diante dessas mudanças. Partindo dessa inquietação torna-se importante evidenciar agora a questão de pesquisa que é: Quais as compreensões que os alunos de 7ª e 8ª série do Colégio Estadual José da Silva Marques, têm em relação a gestão democrática-eleição direta para diretores? Diante de tal questão podemos ressaltar o objetivo de pesquisa. Objetivo: Identificar quais as compreensões que os alunos do Colégio Estadual José da Silva Marques têm em relação a Gestão Democrática – Eleição Direta para Diretores.
  • 20. 20 CAPÍTULO - II FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Ao buscarmos contribuições sobre as questões da gestão democrática dentro das escolas públicas brasileiras, precisamos focalizar e buscar fundamentos nos estudos daqueles que irão nos ajudar a compreender melhor sobre essa temática. Iremos descobrir um universo de reflexões, novos elementos de análise e de idéias, e para isso lançaremos nossos olhares na busca de aprofundamentos teóricos. A temática aqui abordada vem trazendo o aluno como ator principal dentro de uma gestão democrática, mais especificamente no tocante a questão das eleições direitas para diretores. Pretendemos compreender o que ele pensa a esse respeito, nesse sentido iremos adentrar na discussão sobre gestão democrática – eleição para diretores na perspectiva dos alunos de 7ª e 8ª série. Portanto, trataremos aqui do referencial teórico dessa pesquisa, cujas articulações serão norteadas pelas seguintes palavras-chave: Palvras-chave: Compreensões, alunos e gestão democrática-eleição para diretores. 2.1. Compreensões Em uma sociedade que se depara com muitos momentos de incompreensões, é essencial buscar progressos no sentido de compreendermos melhor o ser humano. Se queremos compreendê-lo, temos que ir além da maneira como se revela num primeiro momento, é preciso captar sua essência a fim de estabelecer e visualizar suas concepções, buscando desenvolver uma relação positiva de entendimento.
  • 21. 21 Sobre o termo compreensões pretende-se discutir e conceituar a fim de entendermos as várias idéias e representações a que ele se refere. Iniciaremos com o conceito de compreensões definido no dicionário Aurério (2001) que nos diz: “Ato ou efeito de compreender; faculdade de perceber; percepção conjunto de características de um objeto que se unificam em um conceito ou significação” (p. 169). Como se vê então, compreensões se define como faculdade de perceber. Essa percepção precisa ser assimilada em todos os momentos na vida do ser humano. O que somos e fazemos dependerá de nossa capacidade de discernir o que é essencial e o que não é, aquilo que é permanente daquilo que pode e deve mudar com o tempo e com as circunstâncias. Trata-se de ter claro o modo como percebemos o mundo a nossa volta e o nosso posicionamento frente a compreensão que construímos da realidade em nossas mentes. Gómez (1998) declara que: Conhecemos o mundo de diferentes maneiras, desde diferentes atitudes, e cada uma das maneiras em que conhecemos produz diferentes estruturas ou representações ou de fato realidade (...). Tanto olhar como o escutar estão formados pelas expectativas, pela atitude e pela intenção (p. 59). Morin (2005) acrescenta ainda que “A compreensão é ao mesmo tempo meio e fim da comunicação humana. O planeta necessita em todos os momentos de compreensões mútuas” (p. 104). Partindo desse pressuposto, entendemos ser imprescindível a compreensão do modo de pensar das pessoas, para que essa comunicação humana possa de fato caracterizar o respeito ao pensamento do outro suas contradições, opiniões e entendimentos. Camargo (2004) traz uma grande contribuição nesse sentido: Quando falamos em compreensão, estamos falando na possibilidade de pensar e atuar flexivelmente a partir do que se aprendeu. A compreensão do “x” implica poder pensar e atuar flexivelmente com o que se sabe de “x”.
  • 22. 22 Portanto a compreensão não é apenas um saber abstrato e sim, um saber em ação. Podemos aprender sobre as idéias de Newton, mas só as compreendemos de fato quando agimos, sentimos e pensamos a partir dessas idéias em diversos contextos diferentes. Aprender para a compreensão exige uma cadeia de desempenhos, de compreensão de complexidade crescente (p.26). A temática aqui abordada vem buscando entender a compreensão do aluno frente a uma gestão democrática. Acreditamos que ele ao se posicionar verdadeiramente como ator no processo, poderá compreender melhor a realidade e desenvolver sua capacidade crítica, autônoma e consciente. Nesta concepção, Alarcão (2005) acrescenta que: Para que os cidadãos possam assumir este papel de atores críticos, situando, têm de desenvolver a grande competência da compreensão que assenta na capacidade de escutar, de observar e de pensar, mas também na capacidade de utilizar as várias linguagens que permitem ao ser humano estabelecer com os outros e com o mundo mecanismos de interação e de intercompreenção (p. 23). Compreender é pois, assimilar o real, é perceber transformações, fazer escolhas e interpretá-las. Sacristán (1998) em seus estudos traz uma importante contribuição no que diz respeito a essas indagações. Ele aponta que: “Da escolha que se faça, dependerá a compreensão que se elabora da realidade e que a forma de atuar, a maneira de planejar, de reagir, dependem em grande medida de suas concepções” (p.87). Nesse sentido o aluno deve se sentir livre para agir dentro dos seus limites estabelecidos, seguro, por saber que suas concepções são reconhecidas e respeitadas. Para tanto é preciso buscar autonomia, conhecimento e auto-afirmação. Neste enfoque, Gómez (1998) acredita que: ...Enquanto não se atua e experimenta, não é possível conhecer, compreender e interpretar. Também o conhecimento nos diferentes âmbitos do saber é uma poderosa ferramenta para analisar e compreender as características, os determinantes e as conseqüências do complexo de socialização reprodutora (p.22).
  • 23. 23 A partir do momento que o aluno busca experimentar e atuar dentro do seu processo de decisões, ele fortalece as suas escolhas e se posiciona como agente transformador. 2.2. Aluno Muito se tem debatido sobre a democracia dentro das escolas brasileiras, mas dentro dessa discussão pouco se tem falado sobre a concepção do aluno a respeito dessa temática. Quando tratamos especificamente de gestão democrática nas escolas não valorizamos o papel desempenhado pelos alunos. Talvez por acreditar ainda nos modelos e práticas tradicionais que caracterizavam o aluno como um ser passivo. Porém entendemos que essa prática já esteja ultrapassada, por acreditarmos que ele é o ator principal no processo de democratização na escola, uma vez que ela só funciona se o aluno ali estiver. Portanto é preciso dar mais atenção às suas escolhas e opiniões, pois entender as compreensões dos educandos através de suas indagações já é um passo importante para a democracia. Para nos aprofundarmos mais no termo aluno, tecnicamente sabemos que a definição o caracteriza como um ser instruído por outra pessoa, como Ferreira (1986) vem trazendo: Aluno [do lat. Alumnu, primitivamente, criança que se dava criar]. Pessoa que recebe instruções e/ou educação de algum mestre ou mestres, em estabelecimento de ensino ou particularmente, estudante, educando, discípulo. Aquele que tem escassos conhecimentos em certa matéria, ciência ou arte, aprendiz (p. 95). Nesta concepção, percebemos o aluno como um ser estático, sem conhecimento, incapaz de ele próprio fazer suas reflexões acerca de qualquer situação ou conhecimento. É preciso pois, que esse aluno seja capaz de receber sim informações e conhecimentos, que ele possa desenvolver suas competências no modo de pensar, observar e questionar. Precisa conscientizar-se que sua função não é só receber
  • 24. 24 prontas as informações mas, se posicionar como um ser ativo, reflexivo e buscando compreendê-las, processá-las e relacioná-las. Rangel (1997) caracteriza um tipo de aluno no qual acredita ser um aluno ideal: Aluno “bom” pela sua condição de pessoa, de sujeito social – será então aquele que aprende a aplicar o conhecimento no interesse da construção de uma sociedade mais ou menos desigual. Uma sociedade em que o qualitativo “bom” referido a qualidade de vida se aplique igualmente, a todos os indivíduos (p. 77). Nesse contexto acreditamos que o aluno tem um importante papel na construção da democracia, porém ele precisa se sentir um ser social e buscar construir uma escola mais democrática fazendo valer o comprometimento coletivo. Também precisa-se sentir comprometido politicamente tanto dentro quanto fora da escola, dessa forma o aluno vai saber discernir, julgar, respeitar, avaliar e chegar a conclusão do que pode ser melhor para a sua comunidade escolar. Assim a escola tem um papel fundamental nesse processo, uma vez que ela deve estar preparada não somente para ensinar a ler e escrever, mas precisa oportunizar e garantir ao educando o direito de ser crítico e participativo, contribuindo para que se tornem sujeitos, isto é autores e senhores de suas vidas. Isso significa criar oportunidades para que eles decidam, pensem, tornar-se livres e responsáveis buscando ser cidadãos atuantes na sociedade a qual estão inseridos. Nesse sentido Gómez (1998) acredita que: O estudante é um ativo mediador de suas respostas e que o objetivo chave da educação e do ensino é provocar nele o desenvolvimento de capacidades, conhecimentos e atitudes que lhe permitam se desempenhar por si mesmo no meio em que vive (p.62). É universal dizer que a escola precisa preparar o cidadão para a democracia e a criticidade, mas para que isso aconteça é preciso que a participação do educando seja estimulada, inclusive para detectar os conflitos e contradições que existem em torno da escola, porém não basta dizer que a participação dos alunos na gestão democrática é somente a aprendizagem da democracia, mas essa
  • 25. 25 participação é uma condição essencial para a sua própria aprendizagem em diversos âmbitos do saber. É preciso garantir aos alunos o direito de intervir e interferir na organização não somente da escola, mas também dentro da sociedade. 2.3. Gestão democrática-eleição para diretores O contexto educacional contemporâneo vem construindo de forma gradual um novo processo de construção de gestão democrática nos sistemas públicos. Durante muitos anos o conceito de gestão era sinônimo de administração meramente burocrática e com características de empresas. Hoje se evidencia a superação desse conceito. Oliveira (2005) afirma que o termo gestão deve ser entendido de uma forma mais ampla e aberta que administração. Acrescenta ainda que implicaria participação e, portanto traria a marca da política na escola (p. 87). A substituição de administração escolar para gestão escolar representa uma mudança de postura, não pode ser vista somente como a mudança da nomenclatura, mas deve representar um novo enfoque de organização das questões escolares, que passam a ser encaminhadas a partir dos princípios de autonomia, participação e responsabilidade compartilhada. Diante da necessidade do desenvolvimento de uma perspectiva democrática de organização e funcionamento, vem se buscando adotar uma gestão democrática nas escolas públicas. A própria legislação brasileira tem sido sensível a esse fato, quando na constituição de 1988 e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) nº. 9394/96, já oferece condições legais para construção e efetivação dessa gestão democrática, inclusive quando dá legitimidade à participação dos pais e de todos que integram a comunidade. Falar sobre gestão democrática leva-nos a refletir sobre os diversos ajustes, inovações e contornos pelos quais passam as políticas educacionais em vigência. Nesse enfoque Luck (2006) estabelece que: Gestão educacional corresponde ao processo de gerir a dinâmica do sistema de ensino como um todo e de coordenação das escolas em específico, afinado com as diretrizes e políticas educacionais públicas, para
  • 26. 26 a implementação das políticas educacionais e projetos pedagógicos das escolas, compromissado com os princípios da democracia e com métodos que organizem e criem condições para um ambiente educacional autônomo, de participação e compartilhamento, autocontrole e transparência (p.35). Todas essas mudanças fazem ver a educação com um olhar de esperança e de crédito frente a tão discutida gestão democrática, que busca consolidar ações pela participação dos representantes da escola e da comunidade e tem como objetivo fortalecer a instituição escolar. Nessa perspectiva Luck (2006) acrescenta que: A promoção de uma gestão educacional democrática e participativa está associada ao compartilhamento de responsabilidades no processo de tomada de decisões entre os diversos níveis e segmentos de autoridade do sistema de ensino e de escolas. Desse modo as unidades de ensino poderiam em seu interior, praticar a busca de soluções próprias para seus problemas e, portanto, mais adequadas às suas necessidades e expectativas (p.44). A gestão democrática exige novas formas de organização e efetivação de ações, que estabeleçam vínculos de comprometimento de todos que vivem no cotidiano escolar. Nesse contexto Morin citado por Luck (2006) aponta que: O conceito de gestão resulta de um novo entendimento a respeito da condução dos destinos das organizações, que leva em consideração o todo em relação com suas partes e destas entre si, de modo a promover maior efetividade do conjunto (p.34). Ao se falar em um novo modelo para a gestão escolar, espera-se que todos, diretores, professores, pais e comunidade em geral, sejam os agentes transformadores na promoção desse novo ambiente. São eles que poderão implementar um modelo em que todos têm igual importância no desenrolar do processo. Acreditamos que a gestão democrática é o processo político através do qual se discute, delibera, soluciona e encaminha ações voltadas ao desenvolvimento da escola. Luz (2007) conceitua gestão democrática como: “Coordenação dos esforços individuais e coletivos em torno da consecução de objetivos comuns, definidos por uma política de ação e inspirados por uma filosofia orientadora e por todos partilhada” (p.15).
  • 27. 27 Este conceito de gestão nos leva a refletir como a participação acontece no seio da escola, nas relações que se estabelecem, em como se estrutura a co-responsabilidade e as relações de poder. Acreditamos que a participação e a ação por ela desencadeada significa um novo conceito da realidade escolar, em que as relações são construídas, com um objetivo comum. Nesse enfoque Luz (2007) vem trazendo as principais vantagens de uma gestão democrática. Comprometimento de todos os segmentos com o trabalho da escola; redução das relações manipuladoras; instalação de um clima favorável ao trabalho e aprendizagem; redução da dependência vertical e ampliação da integração horizontal pela participação conjuntas nas decisões e conseqüentemente assunção das responsabilidades, alcançando-se melhoria da qualidade do trabalho escolar (p.15). Todas essas vantagens nos direcionam e apontam para instrumentos de participação. Um dos instrumentos na construção de uma escola democrática está a eleição direta para os diretores, porém Luck (2006) faz uma reflexão bastante pertinente quando aponta que a eleição não democratiza a escola se for vista apenas como mais um evento. Ela declara que: Cabe lembrar que não é a eleição em si como evento, que democratiza, mas sim o que ela representaria, como parte de um processo participativo global, no qual ela corresponderia apenas a um momento de culminância num processo construtivo e significativo para a escola. Ao se promover a eleição de dirigentes estar-se-ia delineando uma proposta de escola, um estilo de gestão e se firmando compromissos coletivos para levá-los a efeito de forma efetiva, (p.77). A garantia de consolidação das eleições diretas para diretores deve-se articular com outros mecanismos de participação, como por exemplo os conselhos escolares. Atualmente o Governo Federal através do ministério da Educação, vem desenvolvendo ações no sentido de fortalecer a gestão democrática nas escolas públicas. Várias discussões estão sendo abordadas em uma série de cadernos, cujo
  • 28. 28 objetivo é servir de subsídio às secretarias municipais e estaduais na implantação do programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares. Esse documento intitulado de Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares, não pretende ser um modelo a seguir, mas contribuir no debate, aprofundamento e fortalecimento dos princípios democráticos. Dentro desse debate o documento vem abordando os seguintes aspectos: Caderno 1 – Conselhos Escolares: Democratização da escola e construção da cidadania; Caderno 2 – conselho Escolar e aprendizagem na escola; Caderno 3 – Conselho Escolar e o respeito e a valorização do saber e da cultura do estudante e da comunidade; Caderno 4 – Conselho Escolar e o aproveitamento significativo do tempo pedagógico; Caderno 5 – Conselho Escolar, gestão democrática da educação e escolha do diretor; Caderno de Consulta – Indicadores da qualidade na Educação (p.8) Todos esses temas são essenciais na construção de uma escola verdadeiramente democrática, quando são realmente vivenciados, porém esse material não pode se esgotar com essas discussões, mas precisa dar os primeiros passos para garantir a efetiva participação consciente de todos aqueles que estão envolvidos com a educação. No tocante a gestão democrática e a escolha de diretores, diversas formas são utilizadas no sistema educacional brasileiro como é citado no caderno 5, do Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares. • O diretor indicado por poderes públicos (estados e municípios); • Diretor de carreira; • Diretor aprovado em concurso público; • Diretor indicado por listas tríplices ou sêxtuplas ou processos mistos; • Eleição direta para diretor (p. 33). Porém acreditamos que as eleições diretas para diretores é o canal de participação mais favorável na construção da democracia dentro da escola, uma vez
  • 29. 29 que essa opção garante o processo de participação coletiva. Ela é o principio da democratização da gestão escolar. Paro (2001) discute e enfatiza a importância das eleições diretas para diretores e constata a expansão e adoção desse processo eletivo como critério de escolha em grande número de municípios e estados onde vigorava a nomeação política (p.65). Exemplo disso podemos destacar a iniciativa do governo da Bahia que pela primeira vez no estado adotou as eleições diretas para diretores nas escolas estaduais, impulsionando assim um dos princípios da gestão democrática. Porém sabemos que em relação a participação dos pais e alunos foi definida como pouca ou nenhuma, fazendo-nos refletir quão longe ainda está a questão da conscientização dos envolvidos no processo de democratização nas escolas públicas. Nesse sentido é preciso buscar um trabalho de mobilização e reflexão do aprendizado sobre a prática da democracia na escola.
  • 30. 30 CAPÍTULO – III METODOLOGIA Acreditamos que todo ato de pesquisa deve ser acompanhado de sensibilidade, paciência e determinação. Entendemos pesquisa como um trabalho árduo de investigação e esforço dirigido para aquisição de um determinado conhecimento. Por meio dela o pesquisador obterá os resultados necessários acerca do problema que está sendo estudado. Barros e Lehfeld (1990) acrescentam que: A pesquisa é definida como uma forma de estudo de um objeto. Este estudo é sistemático e realizado com a finalidade de incorporar os resultados obtidos em expressões comunicáveis e comprovadas aos níveis do conhecimento obtido (p.14). Ao longo do tempo a pesquisa na área da educação foi perdendo força e sofrendo modificações, uma vez que ela não conseguia mais explicar os fenômenos sociais. Desta forma foram surgindo novas abordagens e diferentes metodologias para superar as pesquisas que eram realizadas. Dentre outras formas, surge então a pesquisa participante ou participativa, onde o pesquisador se torna um agente ativo dentro da situação vivenciada. Também hoje podemos utilizar entrevistas e questionários para nos aprofundar em aspectos considerados mais relevantes de um problema de pesquisa, todas essas formas de investigação nos fazem ver a importância do sujeito e do espaço no qual ele está inserido para obtenção dos resultados. Ludke e André (1986) afirmam que: “O papel do pesquisador é justamente o se servir como veículo inteligente e ativo entre o conhecimento acumulado na área e as novas evidências que serão estabelecidas a partir da pesquisa” (p.05). Através do
  • 31. 31 conhecimento científico podemos verificar inúmeras descobertas, Morin (1987) aponta que: (...) É o conhecimento vivo que conduz a grande aventura da descoberta do universo, da vida, do homem (...) “Hoje podemos medir, pesar, analisar o sol, avaliar o número de partículas que constituem nosso universo, decifrar a linguagem genética que informa e programa toda organização” (p. 15). Daí pois, a importância do conhecimento científico na vida do ser humano. Acreditamos ser crucial a pesquisa na área da educação uma vez que como futuros pedagogos precisamos entender melhor o que se passa ao nosso redor. É nesse contexto que o presente estudo tem como principal objetivo “Identificar as compreensões que os alunos têm de uma gestão democrática dentro da escola, mais especificamente no tocante as eleições direta para diretores”. Esta pesquisa foi realizada no Colégio José da Silva Marques com alunos de 7ª e 8ª série do Ensino Fundamental. Para o estudo do tema proposto foi utilizado a abordagem qualitativa de pesquisa em educação. 3.1. Tipo de pesquisa Para conhecermos o universo dos sujeitos e verificar os possíveis resultados da pesquisa é necessário recorrer ao eixo teórico metodológico. Por meio dele podemos nos apropriar de evidências que serão desencadeadas durante todo o trabalho. Por se aplicar a pesquisa no campo educacional e pelo fato de ser específica das ciências sociais e humanas, iremos recorrer à abordagem qualitativa, que será norteada pela técnica da entrevista semi-estruturada e o questionário fechado. Bogdan e Biklen (1982) trazem uma importante contribuição quando afirmam que “A pesquisa qualitativa supõe o contato direto e prolongando do pesquisador com o ambiente e a situação que está sendo pesquisada. Nesses estudos há sempre uma tentativa de capturar a perspectiva dos participantes” (p.32).
  • 32. 32 Dadas essas características enfatizarei nessa metodologia as compreensões, destacando e valorizando as informações dos sujeitos pesquisados. 3.2. Lócus O lócus é uma importante unidade que possibilita ao pesquisador uma ampla reflexão e fortalece o desenvolvimento da pesquisa, ele ajuda na compreensão do problema que está sendo estudado. Sendo assim, nosso lócus de pesquisa foi o Colégio Estadual José da Silva Marques, que fica localizado na Praça Getúlio Vargas no município de Campo Formoso-BA. Sua estrutura física é composta por 05 (cinco) salas de aula, 04 (quatro) banheiros 01 (uma) sala de secretaria 01 (uma) sala de informática, 01 (uma) cantina e 01 (uma) quadra de esporte. Nessa instituição de ensino são oferecidos os cursos, ensino fundamental II e médio EJA (Educação de Jovens e Adultos) nos turnos matutino, vespertino e noturno. Nos recursos humanos o colégio é composto por: 1 (uma) diretora 1 (uma) vice-diretora, 03 (três) assistentes administrativos 13 (treze) professores e 04 (quatro) auxiliares de serviços gerais. É um colégio da rede estadual de ensino e tem aproximadamente 570 alunos na faixa etária entre 09 e 50 anos, é contemplado com o PPP – Projeto Político Pedagógico, que na primeira versão foi criado pela diretora da escola e hoje revisado e elaborado coletivamente, também é contemplado pelo Regimento Interno da escola. A escola foi escolhida como lócus, por percebemos os primeiros passos rumo ao processo democrático, uma vez que sendo ela uma instituição do estado foi adotado pela primeira vez as eleições diretas para diretores.
  • 33. 33 A escolha do lócus se deu a partir da inquietação de buscar entender o que os educandos dessa Instituição de Ensino pensam a respeito da eleição para diretores, como eles compreendem esse processo de democracia dentro da escola e se de fato se sentem como seres participantes nas decisões inerentes a vida escolar. Daí pois, a importância da escolha desse lócus para obtenção dos resultados de nossas indagações. 3.3. Sujeitos O sujeito dá várias possibilidades ao pesquisador. Sua figura é de fundamental importância nesse processo de pesquisa, pois é através de sua participação que iremos alcançar uma grande parte das respostas das diversas questões levantadas. Constituíram sujeitos da pesquisa 20 alunos de 7ª e 8ª série do Colégio Estadual José da Silva Marques. A importância de se conhecer e pesquisar os alunos da rede estadual de ensino se deu pelo fato de que, os mesmos já tendo passado pelo processo de eleição direta dentro da escola poderiam elucidar para nós suas compreensões a respeito dessa temática. 3.4. Instrumentos de coleta de dados Os instrumentos de coleta de dados são essenciais para o desenrolar de uma pesquisa que segue uma abordagem qualitativa, pois é por meio deles que são coletadas as informações que dão suporte a um estudo mais amplo e profundo. Neste contexto nossa coleta de dados foi norteada primeiramente pelo questionário fechado que nos ajudou a traçar o perfil dos nossos sujeitos. Nesse sentido Barros (2000) traz algumas vantagens quanto a sua aplicação: O questionário possibilita ao pesquisador abranger o maior número de pessoas e informações em curto espaço de tempo do que outras técnicas de pesquisa; O questionário pode garantir o anonimato, consequentemente maior liberdade nas respostas, com menor risco de influência do pesquisador sobre elas (p. 91).
  • 34. 34 Outro instrumento importantíssimo que irá nos ajudar na coleta de dados é a entrevista semi-estruturada que representa um dos instrumentos básicos dentro dessa perspectiva de pesquisa. Marconi e Lakatos (1996) acrescentam que: A entrevista é um encontro entre duas pessoas, a fim de que uma delas obtenha informações a respeito de determinado assunto, mediante uma conversação de natureza profissional. É um procedimento utilizado na investigação social, para a coleta de dados ou para ajudar no diagnóstico ou no tratamento de um problema social (p. 84). Tal instrumento tem uma grande vantagem sobre outras técnicas por permitir uma captação imediata da informação desejada. Como explica Goode e Hatt (1968): Como se realiza cada vez de maneira exclusiva, seja com indivíduos ou com grupos, a entrevista permite correções, esclarecimentos e adaptações que a tornem sobremaneira eficaz na obtenção das informações desejadas. Enquanto outros instrumentos têm seu destino selado no momento em que saem das mãos do pesquisador que os elaborou, a entrevista ganha vida ao se iniciar o diálogo entre o entrevistador e o entrevistado (p. 158). Diante disso acreditamos ser essencial esses instrumentos, uma vez que através deles podemos ter clareza nos resultados. 3.5. Etapas Este estudo monográfico foi realizado seguindo algumas etapas: Em primeiro lugar nos dirigimos ao Colégio Estadual José da Silva Marques com a finalidade de apresentar a pesquisa à Direção da Escola e manter o primeiro contato com os alunos de 7ª e 8ª série. A escolha desses alunos se deu pelo fato de que os mesmos já teriam passado pelo processo de votação dentro da escola no ano anterior e sendo eles de uma série mais elevada teriam uma maior maturidade para responder aos nossos questionamentos. No segundo momento fizemos a aplicação do questionário fechado, para que pudéssemos conhecer melhor o sujeito e finalizando adentramos no universo da entrevista semi-estruturada com todos os sujeitos que foi um dos pontos básicos na construção dos resultados da pesquisa.
  • 35. 35 A partir do questionário fechado foi traçado o perfil sócio-econômico dos alunos da entidade escolar, onde através de uma amostragem de 20 discentes pudemos visualizar melhor os resultados das questões levantadas.
  • 36. 36 CAPÍTULO IV ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS Diante de inquietações e indagações em buscar compreender melhor a temática aqui abordada e mais especificamente entender a visão dos alunos nesse processo democrático, a análise dos dados vem abrir o leque dessa discussão, uma vez que seu objetivo é contribuir no aprofundamento das questões levantadas e identificar a realidade pesquisada. O desenvolvimento da presente pesquisa contou com a participação de 20 alunos com faixa etária entre 14 e 21 anos que estudam no turno matutino do Colégio Estadual José da Silva Marques no município de Campo Formoso-BA. Essa pesquisa aconteceu no período de 9 a 16 de março de 2009. 4.1. Dos alunos Os alunos pesquisados terão seu perfil traçado através de gráficos que constará de: idade, sexo, escolaridade, renda familiar, meios de informações que utilizam e motivo pelo qual exercem o voto, sendo que através desses dados conheceremos melhor os sujeitos de pesquisa e conseqüentemente suas compreensões. 4.2. Análise do questionário fechado: Quem são os sujeitos de pesquisa. 4.2.1. Faixa etária
  • 37. 37 Fonte: Questionário fechado aplicado em 2009 Em relação a idade, foram selecionados aqueles que tinham idade igual ou superior a 14 anos por já estarem aptos a votar segundo o estabelecido no regulamento no Art. 8º, Decreto nº 11-218 de 18/09/08 conforme o processo seletivo para dirigentes escolares da rede estadual de ensino do Estado da Bahia, publicado no D.O.E. (Diário Oficial do Estado). Diante dos dados obtidos no questionário, verificou-se que os alunos na sua maioria tem na sua faixa etária entre 14 e 17 anos, correspondendo assim um percentual de 90%, e 10% tem entre 18 e 21 anos. Dessa forma notamos que a relação idade/série está mais ou menos correspondente, não evidenciando assim um alto índice de defasagem. 4.2.2. Sexo Fonte: Questionário fechado aplicado em 2009
  • 38. 38 Dos 20 estudantes que responderam ao questionário constatou-se que 5 eram do sexo masculino, correspondendo assim um percentual de 25%. Outra parte de 15 alunos era do sexo feminino dando um percentual de 75%. 4.2.3. Escolaridade Fonte: Questionário fechado aplicado em 2009 A proposta da pesquisa era realmente de investigar duas séries diferentes com a mesma quantidade de alunos. Acreditamos que os resultados seriam mais abrangentes uma vez que entraríamos em duas classes diferentes, com idades e nível de maturidade diferenciada, diante disso, dos 20 alunos pesquisados 10 foram de 7ª série e 10 de 8ª série dando um percentual de 50% para cada série pesquisada. 4.2.4 Renda Familiar
  • 39. 39 Fonte: Questionário fechado aplicado em 2009 As informações obtidas através do questionário constatou que a renda familiar mensal dos alunos está distribuída da seguinte forma: Dos 20 alunos pesquisados 09 (nove) de suas famílias recebem como renda mais de 1 salário mínimo, correspondente a 45%. 07 (sete) famílias recebem 1 salário mínimo que dá um percentual de 35% e a outra parte são 04 (quatro) famílias que recebem até meio salário mínimo, correspondendo assim aos 20%. 4.2.5. Meios de Informações Fonte: Questionário fechado aplicado em 2009
  • 40. 40 Diante da temática aqui abordada, acreditamos ser imprescindível a utilização de fontes de informações por parte dos alunos nas questões relacionadas ao cotidiano escolar. Assim sendo, procuramos saber quais os meios de obter informações que eles utilizam. Constatou-se que dos 20 discentes pesquisados 08 (oito) buscam se informarem através da TV e internet, dando um percentual de 40% deles. 05 (cinco) dos alunos utilizam TV, rádio e internet, correspondendo assim a 25%. Outros 03 (três) alunos mantém-se informado através da TV, livro, rádio e internet dando um percentual de 15%. 02 (dois) dos alunos utilizam TV, revistas, rádio e internet, correspondendo a 10% e os 02 (dois) últimos utilizam TV, revistas, rádio, jornal e internet dando também um percentual de 10%. Percebemos aqui que dentre todos os alunos pesquisados, foi unânime a presença da TV e internet em suas vidas como meio de obter informações. 4.2.6. Motivo pelo qual exercem o voto Fonte: Questionário fechado aplicado em 2009 Diante de uma discussão sobre gestão democrática tivemos curiosidade de saber os motivos pelos quais os jovens votantes vão até as urnas para eleger os seus governantes. Percebemos que na sua maioria vão para exercer a cidadania, pois foi a resposta dos 16 alunos entrevistados no universo dos 20 pesquisados, dando um percentual de 80%, enquanto que 03 (três) deles responderam que nenhuma das
  • 41. 41 alternativas, nem para exercer a cidadania e nem por obrigação. Somente 01 (um) aluno respondeu que ia as urnas por obrigação, dando um percentual de 05% dos entrevistados. 4.3. Análise das entrevistas semi-estruturadas Passado o primeiro contato com os alunos e a aplicação do questionário fechado, chegou então o momento crucial da pesquisa: A entrevista semi- estruturada que oportunizou um maior contato com os sujeitos envolvidos. A realização dos encontros foi feita de forma individual o que proporcionou um melhor entendimento de suas compreensões, como afirma Marconi e Lakatos (1996) “Trata- se, pois, de uma conversação efetuada face a face, de maneira metódica; proporciona ao entrevistado, verbalmente, a informação necessária” (p.84). Dessa forma foi realizada a entrevista que obteve os resultados que serão apresentados a seguir: Na análise das entrevistas semi-estruturadas buscamos solidificar alguns eixos norteados segundo a nossa temática: 1. O que o aluno compreende por democracia e se acredita ser importante sua utilização dentro da escola. 2. A utilização do voto para a escolha do diretor e se acha que a eleição dentro da escola é importante. 3. Se já estão preparados para escolher o diretor de sua escola e quais as pessoas que teriam melhores condições de trabalho com a eleição. 4.3.1. Concepção de democracia e sua utilização dentro da escola. Dos 20 (vinte) alunos entrevistados 08 deles compreendem o que seja democracia e sua importância dentro da escola. Notamos em suas palavras
  • 42. 42 coerência e entendimento sobre essa temática, como podemos comprovar no discurso do al1. “Eu entendo por democracia ter liberdade de escolher os nossos próprios governantes e acredito que é importante existir dentro da escola porque precisamos exercer os nossos direitos e saber o que é bom para a nossa escola”. O al2 vai mais além em sua resposta. Ele acredita que: É importante sim, pois a democracia “abre” as portas aos estudantes em geral para poderem divulgar suas opiniões e críticas com responsabilidades. Continuando o al3 acrescenta que: “É a oportunidade que a pessoa tem de escolher alguém que ela julgue capaz de lhe representar e que todos devem se responsabilizar pelo seu voto”. Ficou claro, pelos depoimentos dos alunos que a democracia é algo que pode ser vivenciada na escola e que é de suma importância para o fortalecimento de seus direitos e deveres. As respostas aqui expressas nos apontam para a realidade vivenciada pelos sujeitos no âmbito escolar, que de forma consciente e responsável buscam caminhar rumo às práticas democráticas. Neste enfoque Bastos (2001) vem trazendo uma importante contribuição. A gestão democrática da escola pública deve ser incluída no rol de práticas sociais que podem contribuir para a consciência democrática e a participação popular no interior da escola. Esta consciência e esta participação, é preciso reconhecer, não tem a virtude de transformar a escola numa escola de qualidade, mas tem o mérito de implantar uma nova cultura na escola: a politização, o debate, a liberdade de se organizar (p. 22). É essencial pensar nessas indagações e visualizar o aluno como sujeito de transformação dentro da escola, visando a sua participação ativa e consciente. Ainda nesta concepção o al4 acredita que: ___________________ al: Termo utilizado para identificar o aluno
  • 43. 43 “Temos que lutar pela democracia dentro da escola. O al5 afirma: “Sem a democracia, a escola vai continuar parada no tempo”. Como análise preliminar sobre democracia e sua importância dentro da escola podemos perceber que nos discursos expostos até aqui existe uma consonância entre o que a temática vem trazendo e o que os sujeitos acreditam. Porém percebemos também o distanciamento na compreensão da temática por parte da maioria dos alunos entrevistados, como podemos verificar: Já ouvi falar, mas na verdade não sei o que é democracia (al6) Não acredito que a democracia precise ser praticada na escola, pois não adiante, aqui é lugar de receber ordens e mais ordens (al7) Democracia é fazer tudo que a gente quer sem ninguém impedir (al8) Continuando o al8 acredita que: A democracia é uma coisa distante da escola (al9) A democracia é todos darem opiniões, então se todos derem cada um a sua opinião, a escola vai virar uma bagunça só. (al10) Acho que a escola não é lugar para eleição é lugar para assistir aula e passar de ano (al11) Também analisando os discursos aqui citados podemos ver quão longe ainda está a compreensão real da democracia dentro da escola por parte de alguns dos sujeitos pesquisados. Vale ressaltar que é preciso buscar meios de mobilização dentro da escola, assim como também dentro da sala de aula, para que os alunos possam compreender melhor o seu papel como agente transformador dentro de uma gestão democrática. Neste sentido Bastos (2001) acredita que:
  • 44. 44 Enquanto a democracia não chega ao trabalho de sala de aula, a escola não pode ser considerada democrática. A sala de aula não é só lugar do conteúdo, é também o lugar da disputa pelo saber, é o lugar da construção da subjetividade, e o lugar da educação política (p. 25). Dessa forma acreditamos que o aluno pode compreender, vivenciar e analisar melhor o que seja democracia e sua utilização dentro da escola. 4.3.2. Concepção sobre a utilização do voto e a eleição para diretor. Ao analisarmos todos os entrevistados com relação a esses questionamentos, percebemos que na sua maioria não exerceram o direito do voto e não acharam tão importante a eleição dentro da escola, mesmo aqueles alunos que reconhecem o valor da democracia se posicionaram como acomodados nesse processo por acreditar que a escola vai bem e por isso não precisaria do seu voto. Outros fatores que contribuíram para que alguns alunos não comparecessem no dia da eleição foi a falta de divulgação dentro da escola e até o processo tímido da campanha da única candidata que estava concorrendo ao pleito. Nessa perspectiva podemos confirmar essas indagações nas falas dos al1, al2, e al3. “Bom, eu sei que é importante a eleição na escola, mas acho que nesse momento não precisamos utilizar, por que a nossa diretora vem fazendo um trabalho bom. Acho que tendo a eleição agora, alguns alunos que não gostam de disciplina ou porque teve alguns atrito com diretora, pode querer votar contra ela por causa de motivos pessoais e não pela forma do seu trabalho (al1) Eu não utilizei meu voto por que achava que sendo somente uma candidata votar ou não, não faria diferença (al2) Acredito que todos nós precisamos nos responsabilizar pelo nosso voto como já disse antes, mas se só tinha uma candidata nós não tínhamos muito o que escolher (al3) Como vemos o processo de eleição nessa instituição aconteceu de forma tímida e sem muitas expectativas, talvez pelo fato de ser somente uma candidata e também por ter acontecido pela primeira vez, não despertando o interesse dos alunos, como vem explicitado nas fala do al7 e al8.
  • 45. 45 Há, não utilizei o meu voto por que não achei que seria importante não quis votar por que tinha outras coisas para fazer (al7) Nunca tinha escutado falar em eleição para diretores de escolas e achei que não ia dá certo, por isso não fui votar (al8) Diante dos discursos citados acima, percebemos a falta de conscientização por parte desses alunos a respeito da utilização do voto, e até a ausência de esclarecimento do percentual mínimo de votantes, podendo ser anulada a eleição caso os votos nulos superassem os votos válidos, segundo o regulamento o processo seletivo em unidades escolares da rede pública estadual, a eleição só teria validade se a participação mínima por seguimento fosse distribuída da seguinte forma: 50% (cinqüenta por cento) do seguimento servidor, 30% (trinta por cento) de estudante e 30% (trinta por cento) pai ou responsável. Nesse sentido percebemos que a maioria dos alunos não estavam bem informados a esse respeito o que resultou a essas indagações aqui explicitadas, demonstrando assim um obstáculo na construção de uma escola democrática. A esse respeito Paro (1997) afirma que: A participação da comunidade na escola, como todo processo democrático é um caminho que se faz ao caminhar, o que não elimina a necessidade de se refletir previamente a respeito dos obstáculos e potencialidades que a realidade apresenta para a ação. (p. 17) É preciso que haja uma mudança significativa da postura por parte de alguns educandos na forma de ver a eleição dentro da escola, que se sintam responsáveis pelas decisões e sejam capazes de vivenciar uma gestão coletiva. 4.3.3. Preparação para escolha do diretor e condições de trabalho. Constatou-se nesse estudo que são diversas as concepções que os alunos têm a essas indagações. Alguns deles declaram com firmeza não estarem preparados ainda para escolher a diretor de sua escola por não compreenderem bem todo esse processo. Como podemos constatar em algumas falas: Acreditamos que a maioria dos alunos da nossa escola não tem esclarecimento sobre a eleição para diretor e acho que todas as pessoas poderiam ter melhores condições de trabalho se pudessem dar suas opiniões. Mas eu particularmente me acho preparada para exercer o meu voto e escolher o meu diretor ou diretora (al1)
  • 46. 46 Acho que foi tão rápido essa questão de eleição que não nos prepararam para esse processo. (al6) Não levei muito a sério isso(al7). Durante muito tempo o diretor era colocado pelos políticos, acho que temos muito que aprender com essa nova forma de escolher diretores(al8). Não estamos ainda preparado para eleição na escola, mas acho que todos da escola poderiam sair ganhando com a eleição (al9). Acho que quem tem que escolher o diretor são os professores, por que entende mais do que nós e eles mesmo iam ter melhores condições de trabalho (al10). Todos esses discursos nos apontam para alguns alunos passivos que não tem consciência do seu papel dentro da escola, e que precisam ter clareza para agir com segurança e respeito, desenvolvendo dessa forma sua participação ativa no processo democrático dentro da escola. Acreditamos que essa democracia é um passo importante para a cidadania, pois não há cidadania sem democracia. Pode-se dizer que a cidadania, assim como a democracia é, essencialmente, consciência de direitos e deveres, é liberdade de expressão, de votar e de participar. Todos esses pontos precisam ser aprendidos na escola para que possam ser exercidos também fora dela. Como podemos não entender de política dentro da escola, se fora dela somos chamados a participar? A escola precisa trabalhar no sentido de formar cidadãos conscientes, capazes de criticar a realidade, atuando na busca de mudanças significativas e participando das decisões tanto dentro como fora dela. Nesse sentido Gadotti (2001) afirma que: “A participação e a democratização num sistema público de ensino é a forma mais prática de formação para cidadania. A educação para a cidadania dá-se na participação no processo de tomada de decisão” (p. 49). É preciso pois, a participação do cidadão na transformação não somente da escola, mas também da sociedade na qual está inserido. Nesse sentido a escola é responsável pela promoção do desenvolvimento desse indivíduo, sua função é assegurar essa apropriação e a construção das condições subjetivas, como aspectos essenciais do exercício da cidadania. Portanto, a escola no cumprimento
  • 47. 47 de sua função, precisa preparar o cidadão para se posicionar de forma crítica e inovadora no seu tempo e lugar.
  • 48. 48 CONCLUSÃO Ao longo dos anos no contexto da educação brasileira vem se buscando dar uma atenção especial no tocante às questões educacionais. Nesse sentido foi elucidado aqui de forma mais abrangente o processo de participação dos alunos do Colégio Estadual José da Silva Marques em Campo Formoso-BA, assim como, sua formação cidadã dentro de uma sociedade em transformação. Sabemos que a educação é um processo em construção e para que essa construção seja realmente sólida, faz-se necessário a participação de todas as pessoas envolvidas no processo. As discussões e estudos feitos sobre o tema, Gestão democrática na perspectiva do aluno: eleição para diretores foram frutos de pesquisas, projetos e inquietações, assim como da necessidade de compreender como a escola pública pode ser democrática se não reconhece o aluno como principal sujeito de participação. Assim sendo a relevância do presente trabalho concentrou-se na visão do aluno, de como ele compreende a eleição, a democracia e a participação dentro da escola. Constatou-se nesse estudo que a participação dos alunos nas decisões da escola ainda acontece de forma passiva, talvez porque o processo de eleição tenha acontecido pela primeira vez, dificultando na informação e instrução dos sujeitos pesquisados. Verificou-se também que suas concepções estão distante do real contexto que essa temática vem trazendo, uma vez que foi explicitado nos depoimentos dos entrevistados a ausência, o despreparo e a falta de conhecimento no tocante a participação e conseqüentemente no processo de eleição dentro da unidade escolar.
  • 49. 49 Os resultados obtidos aqui, permitiu-nos perceber que ainda há muito o que fazer dentro da escola em relação ao aprendizado da democracia e a participação dos alunos, assim como, a promoção do seu desenvolvimento como cidadãos ativos que participem plenamente da vida social. Nesse sentido é preciso trabalhar a conscientização e a mobilização dos educandos para que esse aprendizado de fato aconteça. Acreditamos que este trabalho nos deu oportunidade de aprofundar nossos conhecimentos em relação a temática e esperamos que esse estudo possa ser utilizado como fonte de informações e desperte novas investigações, para que possamos continuar a galgar transformações significativas no campo da educação brasileira. Assim cabe a escola cumprir suas funções básicas, que além de garantir a aprendizagem de conteúdos e habilidades precisa também preparar o educando para a inserção social, buscando dessa forma construir uma escola mais eficiente, onde os alunos tenham possibilidades de serem mais autônomos, críticos e cidadãos. É preciso pois, modificar e rever as formas de como vem sendo feito a gestão democrática dentro das instituições de ensino, para que de fato as informações cheguem até os alunos de forma clara e objetiva, assim a escola tem um papel fundamental na implantação de uma gestão democrática, que precisa dá mais atenção a formação de um sujeito que é solicitado a agir e a refletir dentro de uma sociedade em transformação.
  • 50. 50 REFERÊNCIAS ALARCÃO, I Professor Reflexivo em uma escola reflexiva. 4ª. Ed. São Paulo, Cortez, 2005. ALENCAR, Chico. Cinco enganos e a cidade democrática. In: BASTOS, João Baptista (org), Gestão democrática. 2ª. Ed. Rio de Janeiro. D.P. &. A, 2001. BARROS, Aidil de Jesus Paes de, & LEHFELD, Neide Aparecida de Souza. Projeto de Pesquisa – Proposta metodológica. RJ, Vozes, 1990. BASTOS, João Baptista (orgs) Gestão Democrática. 2ª. Ed. Rio de Janeiro, D. P. & A, 2001 BOGDAN, R e BIKLEN, S.K: in LUDKE, ME ANDRÉ, M.E.D. Pesquisa em educação; Abordagens Qualitativas. São Paulo, EPU, 1982. BRASIL, (Constituição de 1988) Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília-DF, 1988. BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto. Lei Federal nº. 9394 de 20 dezembro de 1996, Diretrizes de Bases para Educação Nacional. Diário Oficial da União. Brasília, 1996. BRASIL, Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica Conselho escolar. Gestão democrática da educação e escolha do diretor / elaboração Jg nez Pinto Navarro Brasilia: MEC, SEB, 2004. (Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares, caderno 5) CARMARGO, Paulo de. Educaçao ao longo da vida. Ed. 31. Artmed: Agosto / outubro, 2004. CURY, Carlos Roberto Jamil. O Conselho Nacional de Educação e a Gestão Democrática. Petrópolis, RJ. Vozes, 1997. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. E J.E.M.M. Editora LTDA; 1986. _________, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário da Língua Portuguesa. 4ª ed. Rio de Janeiro, Nova Fronteira 2001. GADOTTI, Moacir. Escola cidadã. 7ª ed. São Paulo, Cortez, 2001. GÓMEZ, A. I. Pérez. As funções sociais da escola: Da reprodução à reconstrução crítica do conhecimento e da experiência. In: SACRISTÃ J. Gimeno e GÓMEZ, A. I. Pérez. Compreender e transformar o ensino. Porto Alegre, Editora Artmed, 1998.
  • 51. 51 GOODE e HATT, K, Métodos em pesquisa social, São Paulo, CIA Editora Nacional, 1968. LUCK, Heloisa. Concepções e progressos democráticos de gestão educacional, Petrópolis – RJ; 2006. Série: Caderno de gestão. ___________. Gestão Educacional: Uma questão paradigmática, Petrópolis-RG; Vozes; 2006. Série Cadernos de gestão. LUDKE, Menga de A. e ANDRÉ, Marli E. D. A. Pesquisa em Educação: Abordagens qualitativas. São Paulo. EPU; 1986. LUZ, Ana Maria de Carvalho (org) Gestão Educacional e qualidade Social da Educação, Salvador-BA, ISP/UFBA, 2007. MARCONI, Maria de Andrade, LAKATOS, Eva Maria. Técnica de pesquisa: Planejamento e execução de pesquisa, amostras e técnicas de pesquisa, elaboração, análise e interpretação de dados. 3ª. Ed. São Paulo: Atlas 1996. MORIM, Edgar. Os sete saberes necessários para a educação do futuro. Tradução de Catarina Eleonora F. da Silva e Jeanne, revisão técnica e Edgar de Assis Carvalho, 10º. Ed. São Paulo, Cortez, Brasília D.F. UNESCO: 2005 ________, O método I: A natureza da natureza. Lisboa: Publicações Europa- America, 1987. OLIVEIRA, Maria Auxiliadora Monteiro. Gestão educacional; Novos olhares, novas abordagens. Petrópolis-RJ Editora Vozes, 2005. PARENTE, Marta & LUCK, Heloisa. Mapeamento da descentralização da educação brasileira nas redes estaduais do ensino fundamental. Brasília: Ipea/Consed, 1999. PARO, Vitor Henrique. Gestão democrática da escola pública, São Paulo, Ática 1997. __________, Vitor Henrique. Escritos sobre educação. São Paulo. Xamã, 2001. RANGEL, Mary. “Bom Aluno, real ou ideal”? Petrópolis, RJ, Vozes: 1997. SACRISTÁN, J. Gimeno e GÓMEZ, A. I, Pérez. Compreender e transformar o ensino. Porto Alegre, editora Artmed; 1998. SIPÓSITO, Marília Pontes. Educação, gestão democrática e participação popular. In. BASTOS, João Baptista. Gestão democrática (org). 2ª ed, Rio de Janeiro. D.P.&.A, 2001.
  • 53. 53 QUESTIONÁRIO – FECHADO Caro (a) aluno(a) Esse questionário é um procedimento metodológico relativo a pesquisa monográfico do curso de pedagogia - UNEB (Universidade do Estado da Bahia). Contamos com sua disponibilidade e colaboração para realização da nossa pesquisa, sendo que manteremos sigilo quanto à autoria das idéias externadas. Não precisando ser assinado. Desde já agradecemos a sua participação. QUESTIONÁRIO 1 – PERFIL DOS SUJEITOS DA PESQUISA 1. 1. Faixa etária ( ) 14 a 17 anos ( ) 18 a 21 anos ( ) 22 a 25 anos ( ) 26 a 29 anos ( ) mais de 29 anos 1.2. Sexo ( ) Masculino ( ) Feminino 1.3. Escolaridade ( ) 7ª Série do Ensino Fundamental ( ) 8ª Série do Ensino Fundamental
  • 54. 54 1.4. Renda Familiar ( ) Até meio salário mínimo ( ) Um salário mínimo ( ) Mais de um salário mínimo 1.5. Que meios de obter informações você utiliza? ( ) Rádio ( ) TV ( ) Jornal ( ) Revistas ( ) Livro ( ) Internet 1.6. Caso já seja votante nas eleições para prefeitos, governadores e presidente, qual o motivo pelo qual você exerce seu voto? ( ) Por obrigação ( ) Para exercer a cidadania ( ) Nenhuma das alternativas
  • 55. 55 PARTE 2 – ENTREVISTA 2.1. O que você entende por democracia? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 2.2. Você acha que é importante existir democracia dentro da escola? Por quê? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 2.3. Você já utilizou o voto para escolher o diretor de sua escola? Justifique sua resposta? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 2.4. Você acha que a eleição para diretor dentro da escola é importante? Por quê? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 2.5. Você acha que o aluno já esta preparado para escolher o diretor de sua escola? Por quê? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________
  • 56. 56 2.6. Diante da eleição do diretor na escola, quais as pessoas que você acha que terão acesso a melhores condições de trabalho? ( ) Alunos ( ) Professores ( ) Funcionários ( ) Diretor ( ) Pais de alunos ( ) Todas as alternativas