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                                  INTRODUÇÃO



      A presente monografia tem como título "o Lúdico como Ferramenta no
Processo de Ensino Aprendizagem na Educação Infantil". Ao enfatizar a natureza do
trabalho, buscamos compreender qual a importância que o professor de Educação
Infantil dá a ludicidade como ferramenta no processo de ensino-aprendizagem.
Desta forma, pretendemos ir além da descrição das atividades visíveis de
comportamento; o propósito é captar o sentido empregado pelo professor às suas
ações em uso da ludicidade na prática pedagógica.


      A pesquisa parte do fato de pensarmos a ludicidade como uma ferramenta
facilitadora na construção do conhecimento. Para, em seguida, estabelecer a
hipótese de que os professores da Educação Infantil utilizam a mesma no cotidiano
de sala de aula.


      Assim, o objetivo geral da pesquisa é identificar como o professor de
Educação Infantil está utilizando a ludicidade em sala, e o que ele pensa a respeito
do uso da ludicidade na construção do conhecimento.


      O capítulo primeiro procurou detalhar os aspectos que nos levaram a
investigação deste tema, assim como a problemática, os questionamentos e os
objetivos. Buscamos mostrar a importância do professor na utilização do lúdico no
processo de ensino-aprendizagem e o valor que tem o brincar na infância.


      O capítulo segundo nos mostra as teorias que fundamentam as discussões
em autores como: Ferreira (1986), Almeida (2003), Kramer (2005), Machado (2001),
Luckesi (apud RAMOS, 2000), Antunes (2003), Ferreiro (1998), entre outros.


      O capítulo terceiro traz a metodologia. Onde mostramos as finalidades da
pesquisa, os instrumentos utilizados, o lócus de pesquisa além de caracterizar os
sujeitos pesquisados.
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      No capítulo quarto, buscamos mostrar de forma minuciosa o alvo do trabalho,
através da análise e interpretação de dados, utilizando como ponto de partida a fala
dos sujeitos entrevistados e suas opiniões, analisando, principalmente, como ocorre
à utilização do lúdico como ferramenta no processo de ensino aprendizagem,
comparando as idéias com a fundamentação teórica, produzindo assim os diferentes
significados desse estudo.


      Por fim, a conclusão que nos retrata os resultados obtidos com o trabalho.
Fazemos um relato a respeito dos resultados encontrados, com ênfase na visão que
o professor tem do uso da ludicidade na prática pedagógica.
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                                          CAPÌTULO I



  1. LUDICIDADE: COMPREENDENDO O PAPEL DO LÚDICO NA FORMAÇÃO
  DA CRIANÇA



      O contexto atual de educação em nosso país nos mostra índices
preocupantes no que concerne ao desempenho escolar dos nossos alunos, desde
os anos iniciais até os finais, ficando evidente que o ensino por si só não dá conta de
sanar as dificuldades apresentadas pelos alunos. Apesar de alcançar grandes
avanços, o IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) nos revelou o
quanto precisamos melhorar, na forma como vem sendo desempenhado o processo
de ensino-aprendizagem nas nossas escolas. A partir desse pressuposto,
tornaremos evidente a importância da “ludicidade” assim como, as atividades lúdicas
podem ser importantes no desenvolvimento e na aprendizagem das crianças e
poderão contribuir na melhoria dos índices de aprendizagem.


      A tabela abaixo com os números alcançados pelo IDEB ratifica as afirmações
citadas:


                                 FIGURA 01 REFERENTE AO IDEB


           Anos         Iniciais     do Anos Finais do Ensino
                                                             Ensino Médio
           Ensino Fundamental            Fundamental
           IDEB                          IDEB                IDEB
                      Metas                        Metas                Metas
           Observado                     Observado           Observado
           2005 2007 2007 2021           2005 2007 2007 2021 2005 2007 2007 2021
TOTAL 3,8         4,2      3,9     6,0   3,5   3,8   3,5   5,5   3,4   3,5   3,4   5,2
  Tabela 1- FONTE: www.mec.gov.br/inep.br



      Evidenciamos então que dentro do processo de ensino-aprendizagem,
propõe-se que o aluno tenha a capacidade de aprender, o que na sua etimologia
significa “abarcar com profundidade, compreender, captar” (MACEDO, 2005, p. 10) e
aprender com prazer, com envolvimento. Concordamos com Macedo, pois o
14



educando necessita se encher de desejo, vontade, para então dar significado à sua
aprendizagem, sendo assim percebemos o professor como a mola propulsora para
que estes indivíduos – os discentes – aprendam e sintam-se parte integrante desse
processo tão pessoal e singular que é a aprendizagem que varia de indivíduo para
indivíduo.


       Kuethe (1978, p. 06) Define aprendizagem como “o processo pelo o qual a
conduta se modifica em resultado da experiência” desta forma a nossa prática
pedagógica poderá ser o diferencial para o sujeito aprendiz, contudo não podemos
afirmar que, a aprendizagem aconteceu se não observarmos uma “alteração de
conduta, de comportamento frente ao novo saber em detrimento da vida”, nem tão
pouco existe um meio de medirmos o nível de aprendizado do discente, ao menos
por meio do seu desempenho, pois, temos que levar em consideração que “tanto
professores, como estudantes, variam grandemente no que tange à personalidade, à
capacidade e outros aspectos, a relação entre eles caracteriza-se mais pelo o seu
propósito do que pela sua forma de expressão”. (KUETHE, 1978, p. 13).


       Nesse sentido o processo deve se sobrepor ao modelo pedagógico no qual o
aluno seja um mero receptor, pois a educação bancária não cabe mais dentro de
uma educação que deve ter por meta alavancar o sujeito para sua autonomia e
independência, logo uma educação que o leve a apenas memorizar conteúdos está
fadada a fracassar e levar o aluno ao mesmo fracasso. Precisamos, sim, que o
aluno compreenda de fato o que lhe é ensinado para poder formar suas próprias
opiniões e então, criar o hábito do questionamento, afinal de contas como nos
coloca Macedo (2005) o aluno precisa


                     “Expressar um novo conhecimento, espacial e temporalmente determinado.
                     Espacial porque se trata de juntar uma coisa com a outra. Temporal porque
                     essa ligação modifica ou acrescenta algo que era, ou não era, antes dessa
                     apreensão”. (p. 10)



       Essa   colocação   ratifica   a     Teoria   Interacionista   que   afirma    que    a
aprendizagem acontece a partir da interação do indivíduo com o meio.
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      Podemos observar que as trocas sociais são condições necessárias para o
desenvolvimento do pensamento. Logo, o professor ou mediador do conhecimento
torna-se o protagonista principal dessa mudança, pois a aprendizagem a partir da
Teoria Interacionista é um processo muito dinâmico onde deve ser observado o
desenvolvimento infantil, utilizando o lúdico como ferramenta/recurso facilitador do
aprendizado, objetivando desta maneira uma melhoria no rendimento escolar, mas
também na vida, nos seus posicionamentos. Portanto, o espaço escolar deve ser
alegre e favorável, levando-se em consideração que, o lúdico representa valores
específicos, de modo que, principalmente na fase infantil, esses valores são
fundamentais e essenciais na construção de vida do ser humano.


      Mediante o exposto não podemos deixar de fazer alusão aos trabalhos de
Piaget que contribuem de forma relevante para a definição da atividade lúdica.
Tomando por base a psicologia genética (estudo da origem do conhecimento) a
natureza do jogo se caracteriza em cada fase do desenvolvimento do ser humano a
partir de habilidades específicas que vão surgindo em cada fase, considerando as
fases do desenvolvimento.


      Dessa maneira, o processo ensino-aprendizagem por meio do lúdico constitui-
se, sobretudo, como sendo algo dinâmico, no qual existe sempre movimento da
apreensão do conhecimento através da junção contínua de saberes. Podemos,
porém, afirmar que a idade deve ser respeitada, pois se a atividade lúdica proposta
não estiver de acordo com a maturidade do aprendiz servirá apenas como mais um
elemento para tornar a aula cansativa e desestimulante.


      Portanto, o brincar é fundamental para o desenvolvimento das crianças,
sendo sua principal atividade quando não estão dedicadas às suas necessidades de
sobrevivência – repouso, alimentação, etc. – todas as crianças brincam se não estão
cansadas, doentes ou impedidas, brincar é algo inerente ao ser humano, portanto,
quando se pretende usar o lúdico na sua formação, conclui-se que se dará um
processo agregador à sua aprendizagem.


      Ludicidade é uma temática que vem cada vez mais ganhando espaço nas
discussões da sociedade atual, principalmente na área da educação infantil, por
16



termos no lúdico a essência da infância o que nos permite entre outras coisas
realizar um trabalho pedagógico pautado na construção do conhecimento de forma
mais elaborada e ao mesmo tempo mais prazerosa, sendo de suma importância
para o desenvolvimento da aprendizagem e das questões psicológicas.


      Sabe-se que durante a infância, o brincar é uma das formas mais comuns do
comportamento humano. Infelizmente, até a relativamente pouco tempo, o brincar
era desvalorizado e menosprezado, destituído de valor a nível educativo, sendo visto
apenas como algo fútil e tolo, apenas um passatempo. A concepção de brincar
passa por uma transformação bastante positiva, e a sua importância no processo de
desenvolvimento de uma criança, pois independentemente das questões sociais,
culturais, educativas o lúdico faz parte da vida da criança, considerando que estas
vivem em um mundo, de encantamento, de sonhos, de alegria, de fantasia onde
realidade e faz-de-conta se confundem.


      Nesta perspectiva a utilização de brincadeiras e jogos no processo
pedagógico desperta nas crianças o gosto pela vida levando-as a enfrentar os
desafios como lhe surgirem, com mais segurança e autonomia, pois na sociedade
de mudanças aceleradas em que vivemos, somos sempre levados a adquirir novas
competências e brincar é algo indispensável para a consolidação de pessoas mais
equilibradas nesta mesma sociedade. .


      Diante do exposto esta pesquisa discutirá o quanto o “lúdico” pode ser um
instrumento indispensável na aprendizagem, no desenvolvimento e na vida das
crianças além de tornar evidente que os professores devem tomar consciência
desse fato além de saber se estes têm conhecimento sobre a relação do brincar com
a aprendizagem e o desenvolvimento da criança.


      A escolha do tema “A importância do lúdico como ferramenta no processo de
ensino-aprendizagem na Educação Infantil” justifica-se pelo fato de que os
resultados da educação, apesar de todos os seus projetos, continuam insatisfatórios,
percebendo-se a necessidade de mudanças no âmbito educacional. Nesse sentido,
o lúdico pode contribuir de forma significativa para o desenvolvimento do ser
humano, auxiliando na aprendizagem, mas também no desenvolvimento social,
17



pessoal e cultural, facilitando o processo de socialização, comunicação, expressão e
construção do pensamento. Ressalta-se, porém, que o lúdico não é a única
alternativa para a melhoria no processo ensino-aprendizagem, mas é uma ponte que
auxilia na melhoria dos resultados.


      Mediante o exposto, propomos com este trabalho levantar a seguinte questão:
Quais os significados que os professores de educação infantil dão a ludicidade no
processo de aprendizagem? Diante dessa inquietação, apresentamos o objetivo de
nossa pesquisa que é: identificar quais os significados que os professores de
educação infantil dão a ludicidade no processo de aprendizagem.


      Ressaltamos a relevância deste estudo para a prática pedagógica dos
docentes, pois, percebemos que em alguns casos ainda existe uma espécie de
“rejeição” com relação ao trabalho com os jogos lúdicos, por parte de alguns
professores. Com vistas a “facilitar” a apreensão do saber, o lúdico funciona como
ferramenta que dará suporte ao educador no decorrer do seu trabalho em sala de
aula tendo em vista que os alunos aprendem mais em ambientes que lhes sejam
familiares e lhes ofereçam uma certa intimidade com o objeto de estudo, neste
sentido o espaço brincante é extremamente favorável às novas aprendizagens e ao
reforço das anteriormente adquiridas.

      As contribuições resultantes deste nosso estudo para o espaço acadêmico é
de trazer contribuições sobre a ludicidade. Estas contribuições poderão nos levar a
criação de novas estratégias de intervenções, onde as atividades lúdicas não serão
vistas apenas como momentos de prazer, mas como momentos cheios de
significados para as pessoas que a utilizam e que esses significados sejam vistos e
interpretados como um dos avanços da ciência.




                                      CAPÍTULO II
18




2. QUADRO TEÓRICO


      A educação é um processo amplo e diversificado imprescindível para a
formação do homem como indivíduo que vive em uma sociedade e estabelece
relações coletivas com aqueles que de alguma forma interferem em sua vida. Ela
possui uma dualidade significativa, pois ao mesmo tempo lida com o campo
subjetivo e objetivo dos sujeitos. Nesse sentido, é importante destacar, que na
educação infantil, essa dualidade mostra-se de forma mais nítida, pois, as crianças
envolvem-se inteiramente nas experiências cotidianas que acontecem na sala de
aula. Portanto, evidenciamos a necessidade de um trabalho pedagógico que valorize
a ludicidade como ferramenta no processo de ensino aprendizagem.


      Diante disso, estaremos buscando identificar quais os significados que os
professores de educação infantil dão à ludicidade. Sendo assim, ressaltamos que as
nossas discussões estarão norteadas pelas seguintes palavras-chave: Professores,
Educação Infantil e Ludicidade.


2.1 Professor: é hora de brincar!


      A fim de estudar e conhecer o significado que os professores de educação
infantil dão à ludicidade, faz-se necessário definir que professor vem do latim
“professore - aquele que professa ou ensina uma ciência, uma arte, um técnica, uma
disciplina” (FERREIRA, 1993, p. 1398).


      Cabe ao professor assumir o papel de interlocutor, que traga aspectos
prioritários em função da necessidade de cada um. Campos (1993) enfatiza: “A
ludicidade poderia ser a ponte facilitadora da   aprendizagem    se   o professor
pudesse pensar e questionar-se sobre sua forma de ensinar, relacionando a
utilização do lúdico como fator motivante de qualquer tipo de aula” (p. 25).




      É através dos jogos e brincadeiras que a criança começa a descobrir o
mundo, explorando, se relacionando, criando, ela constrói e socializa o
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conhecimento na troca de experiências com outras crianças, permitindo que tarefas
e habilidades possam ser executadas de maneira independente ou mesmo com
ajuda dos colegas a partir de atividades lúdicas.


      Nesse sentido, o professor será o responsável por ajudar a criança a ampliar
as suas possibilidades, proporcionando a elas brincadeiras e jogos que contribuam
para o seu progresso intelectual, psicossocial e educacional.


      De acordo com Dohme (2003):


                      O uso do lúdico na educação prevê, principalmente a utilização de
                      metodologias agradáveis e adequadas às crianças que façam com que o
                      aprendizado aconteça dentro do “seu mundo”, das coisas que lhes são
                      importantes e naturais de se fazer, que respeitam as características
                      próprias das crianças, seus interesses e esquemas de raciocínio próprio
                      (p.15).



      O professor é denominado mediador do conhecimento, capaz de transformar
desmistificar conceitos prévios, agindo de forma racional e lógica podendo atuar
criticamente junto aos problemas sociais possibilitando a construção de cidadãos
críticos, pois assim afirma Mizukami (1986):


                      O professor nessa abordagem assume a função de facilitador da
                      aprendizagem, e nesse clima o estudante entrará em contato com os
                      problemas vitais que tenha repercussão na existência. Daí o professor a
                      ser compreendido como um facilitador da aprendizagem, congruente, ou
                      seja, integrado (p. 52).


      Podemos dizer também que professor é aquele que ajuda na construção de
uma sociedade que busca mudança do mundo, por meio da formação de pessoas
sensíveis, impulsionadas pelo prazer que há em uma educação que não priorize o
individualismo, mas a cooperação mútua e vivências fraternas/lúdicas entre os
alunos e todos os sujeitos responsáveis pela escola. Com eficácia nesse contexto,
Gentili e Alencar (2005) denominam:


                      Professores e professoras são pedreiros que colocam no edifício de uma
                      nova sociedade, que não será feroz e excludente como a atual. Mestres e
                      mestras são anunciadores de um tempo de mais delicadeza que já aparece
                      num olhar curioso de suas crianças num idealismo de seus jovens alunos.
                      (....) E educadoras são parteiras do futuro! Educadoras têm a delicada
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                     tarefa de investigar a mina que é cada pessoa, com suas preciosidades
                     escondidas. Jóias que ele próprio aluno ou aluna, muitas vezes
                     desconhece (p. 110).


      Pode-se dizer, portanto, que a educação lúdica integra na sua essência uma
concepção prática, atuante e concreta, embasa pelo desejo constante de ampliar as
possibilidades de permanência dos alunos nas escolas.                     Cabe então, aos
profissionais da educação organizar atividades lúdicas que ajudem e estimulem a
criança no processo de ensino aprendizagem. Desse modo os educadores farão do
ato de educar um compromisso consciente, intencional e modificador da sociedade


      Formar educadores conscientes, para introduzir o lúdico na escola é uma
meta fundamental, mas tarefa difícil de ser cumprida. Almeida (2003) acredita que:


                     O sentido real, verdadeiro, funcional da educação lúdica estará garantido se
                     o educador estiver preparado para realizá-lo. Nada será feito se ele não
                     tiver um profundo conhecimento sobre os fundamentos essenciais da
                     educação lúdica, condições suficientes para socializar o conhecimento e
                     pré-disposição para levar isso adiante (p. 63).



      Os educadores são profissionais de suma importância para possibilitar o
crescimento intelectual, cultural e artístico de seus alunos e da sociedade como um
todo, pois o docente principalmente da Educação Infantil, aposta em um modelo
pedagógico sócio-construtivista, seja um mediador de toda a construção e relação
da criança com o conhecimento. Em se tratando da atividade lúdica o papel do
docente enquanto mediador, ainda se torna mais evidente.


      A formação dos professores, voltada para a educação lúdica abre caminhos
para dinamizar seu trabalho, que certamente será mais produtivo prazeroso. Para
alcançar essa meta, é necessário que os professores reconsiderem sua pratica
pedagógica, trazendo harmonia e alegria para o ambiente escolar. Isso dependerá
do nível de envolvimento do educador, de sua concepção de educação. Para
Friedmann (2002):


                     É fundamental tomar consciência de que a atividade do lúdico infantil
                     fornece informações elementares a respeito da criança: suas emoções, a
                     forma como interage com seus colegas, seu desempenho físico-motor, seu
                     estagio de desenvolvimento, seu nível lingüístico, sua formação moral, e
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                     mais, nessa perspectiva, o professor é mais do que um orientador: ele deve
                     ser um desafiador, colocando dificuldades progressivas no jogo, como uma
                     forma de avançar nos seus propósitos de promover o desenvolvimento ou
                     para fixar a aprendizagem. Esse é o grande papel do professor enquanto
                     educador lúdico e criativo (p. 14–15)


      A evolução do conceito de aprendizagem sugere que educar passe a ser
facilitar a criatividade, no sentido de recolocar o ser humano em sua evolução
histórica, deixando de lado a idéia de que aprender significa a mesma coisa que
acumular conhecimentos sobre fatos, dados e informações isoladas. De acordo com
o Referencial Curricular da Educação infantil (1998)


                     Educar significa, portanto, propiciar situações de cuidados, brincadeiras e
                     aprendizagens orientadas de forma integrada e que possam contribuir para
                     o desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal, de ser
                     e estar com os outros em uma atitude básica de aceitação, respeito e
                     confiança, e o acesso, pelas crianças, aos conhecimentos mais amplos da
                     realidade social e cultural (p. 23).



      Sendo assim, acreditamos que o professor de educação infantil que prioriza a
ludicidade, consegue com mais facilidade a participação dos alunos em todos os
momentos pedagógicos e educativos que acontecem no cotidiano das escolas.


2.2    Educação Infantil... Continuando a brincadeira!


      A infância é um período de grande importância na vida do homem. È nela que
surgem os primeiros contatos sociais e as primeiras construções de um pequeno ser
que ao decorrer de sua vida estará contribuindo para a mudança ou permanência
dos processos existentes na sociedade. Neste contexto, Kramer (2005) relata:


                      Estudos contemporâneos sobre infância enfatizam que a criança é um
                      sujeito social, que possui historia e que, além disso, é produtora e
                      reprodutora do meio no qual está inserida, atuando, portanto como
                      produtora de história e cultura (p.133).

      As crianças ao longo da história não tiveram vez e voz. Sua existência no
mundo dependia da vontade do adulto, que a todo o momento reprimia suas
expressões não dando-lhe liberdade de expor seus anseios e de atuar na
comunidade como ser que possui potencial criador. Portanto, precisamos recuperar
todo o tempo perdido e toda agressão feita às crianças; desenvolvendo a ludicidade.
22




       Os primeiros anos de vida de uma pessoa são muito importantes, definitivos
na formação do sujeito como ser histórico e social, construtor e transformador da
sua realidade. Por isso, compreendemos educação infantil como um processo
educacional responsável pelas primeiras construções que a criança faz em sua vida.


       A educação infantil é aquela que busca propiciar a construção de
conhecimentos especialmente de envolvimento integral da criança; pois quando esta
“chega ao mundo” é herdeira da cultura e do meio em que está inserida.


       A educação infantil vem contribuindo de forma crescente para a formação
social de nossas crianças. Segundo a Constituição de 1998, ela passou a ser
legalmente oferecida como dever do Estado e direito de todas as crianças. Essa
afirmação é confirmada ao analisarmos o que diz a LDB (Lei das Diretrizes e Bases)
Art. 29:


                     A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como
                     finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade,
                     em seus aspectos físicos, psicológicos, intelectual e social,
                     complementando a ação da família e da comunidade (LEI 9394, de
                     DEZEMBRO de 1996).



       O atendimento à infância surge pela necessidade de ter um lugar onde as
crianças pudessem ficar enquanto os pais trabalhavam, afinal: “foi como problema
que a criança começou a ser vista pela sociedade... E com o sentimento filantrópico,
caritativo, assistencial, é que começou a ser atendida fora da família (DIDONET;
2001 p.12)”.


       Diante do que foi abordado anteriormente, percebemos que as concepções
de educação infantil muitas vezes passam por compreensões diversas em nossa
sociedade. Neste contexto, Kramer (1998) relata que:


                     A herança histórica de constituição de educação infantil como etapa   da
                     escolarização da criança pequena muitas vezes impede a percepção      de
                     que “a educação infantil não se restringe aos aspectos sanitários     ou
                     assistencial, mas não se resume tampouco, à mera antecipação          da
                     escolaridade nem à transmissão seqüencial de informações” (p.7).
23




      Kramer (2005) ainda afirma o seguinte:


                     O que se observa, ainda, nas práticas de educação infantil é uma ênfase
                     ora em aspectos assistenciais, ora em caráter pedagógico, no sentido de
                     transmissão de conhecimentos. Cabe perguntar: no contexto dessas
                     práticas, onde fica a criança como sujeito social? Sua história, seu saber,
                     sua identidade, que espaço tem ocupado a criança como sujeito histórico-
                     cultural nas políticas de formação dos professores de educação infantil?
                     (p.135).



      A concepção de educação infantil vem mudando. A visão assistencialista está
dando lugar a um novo enfoque educacional, pois em tempos passados, até mesmo
o ambiente destinado à educação das crianças era separado dos demais,
proporcionado um segmentação em vez de integração educacional. De acordo com
essa afirmação, Machado (2001) expressa que:


                     Na educação infantil brasileira o entendimento das novas definições de
                     creche e pré-escola pelo critério da faixa etária tem levado, em muitos
                     casos, mas não em todos, a uma maior segmentação no atendimento à
                     criança de 0 a 6 anos, fazendo com que tenham que mudar de instituição e
                     de período diário de freqüência ao completar 4 anos de idade. É
                     interessante notar que se verifica a mesma tendência no ensino
                     fundamental, com muitos estados dividindo as escolas entre 1ª e 4ª série e
                     5ª série em diante, funcionando em prédios separados (p.29).


      A educação infantil por ser tão importante, deve valorizar a criança em sua
totalidade respeitando a identidade de cada aluno que dela faz parte, e
possibilitando experiências lúdicas por meio das brincadeiras. A brincadeira é um
espaço de socialização, de construção que desenvolve todos os sentidos da criança.
O ato de brincar não é apenas para o desenvolvimento escolar, mas para que ela
possa adquirir experiência de elaboração das vivências.


      A brincadeira implica para a criança muito mais do que um simples ato de
brincar, pois é através dela que a criança se comunica com o mundo e também está
se expressando. Machado (2001) acredita que o brincar é:


                    [...] também um grande canal para o aprendizado, senão o único canal para
                    verdadeiros processos cognitivos. [...] ao brincar, a criança, pensa, reflete e
24


                     organiza-se internamente para aprender aquilo que ela quer, precisa,
                     necessita, está no seu momento de aprender; isto pode não ter a ver com o
                     que o pai, o professor ou o fabricante do brinquedo propõe que ela aprenda
                     (p. 37).



      Machado (2001, p. 24) acredita que “brincar é viver criativamente no mundo.
Ter prazer em brincar é ter prazer em viver”. Assim partindo desse pressuposto é
que observamos que, hoje, nas escolas, o brincar está ausente de uma proposta
pedagógica.


      Muitas instituições de educação infantil simplesmente                  esqueceram a
brincadeira, na sala de aula ou ela é utilizada com uma perspectiva didática, quando
não é considerada uma perda de tempo. A criança precisa conviver com um monte
de proibições, que vem desde a escola até a sua casa estas proibições, muitas
vezes de forma excessiva têm contribuído cada vez mais para que tenhamos na sala
de aula alunos apáticos e passivos, ou até mesmo desmotivados.


      Machado (2001) afirma:


                     Brincar é um aprendizado de vida que leva as crianças para esse ou aquele
                     caminho para traçar seu próprio percurso ou para tê-los traçado pelos pais,
                     professores, tios, namorados, vizinhos. Tudo depende de como as crianças
                     brincam e qual é a atitude dos adultos ao redor em relação a essas
                     brincadeiras (p. 37).


      O brincar se diferencia do sonho, pois no ato de brincar a consciência adquire
importância, a criança sabe que seu jogo não é correspondente à realidade, embora
os dados da realidade sirvam de base para o brincar. Por outro lado, através do jogo
cria, corrige os aspectos insatisfatórios do real que realiza sua imaginação e seus
desejos.


      O que se tem percebido nas escolas, é a falta de espaço e tempo destinados
à atividade lúdica, o que compromete o desenvolvimento da criatividade da criança,
limitando as possibilidades de os professores acompanharem o desenvolvimento
das crianças, e conhecerem melhor o universo sócio cultural em que estão inseridas.
      Armanelli (2003, p. 50-51) afirma:
25


                      No conceito de pessoas leigas, o brinquedo é um instrumento de recreação
                      destinado a ocupar a criança, alegrando-a enquanto o tempo passa. Dentro
                      do campo de ação da ciência educacional, entretanto, o brinquedo não tem
                      essa característica de atividade acessória e secundária, porque assume
                      papel de relevo no esquema das atividades infantis, como agente eficaz de
                      propulsão evolutiva, acompanhando e favorecendo o crescimento sócio-
                      psico-biológico da criança.



       Os professores de educação infantil precisam estar atentos às funções
educativas da ludicidade para que assim, compreendam o valor que ela tem na
formação das crianças, pois quando brincamos, jogamos e etc. nos envolvemos com
as situações, não só no sentido físico, como também, psicológico e social. Oliveira
(1986, p.18) acredita que a criança que brinca aprende. Citando o psicólogo J.C.
Arfouilloux, ele afirma:


                      A criança que brinca [...], experimenta-se e constroi-se através do
                      brinquedo. Ela aprende a dominar a angustia, a conhecer seu corpo, a fazer
                      representações do mundo exterior, e mais tarde, a agir sobre ele. O
                      brinquedo é um trabalho de construção e de criação.


       Assim é possível perceber que a brincadeira é a melhor forma de a criança
aprender, e descobrir o mundo que a cerca. Por isso a educação infantil é
responsável por todos esses aspectos lúdicos.


2.3 Ludicidade: compreendendo a brincadeira!


       Segundo Grosso (2009) O lúdico tem sua origem na palavra latina "ludus",
que do ponto de vista etimológico, quer dizer "jogo", mas se ficasse confinado
somente à sua origem, o termo lúdico estaria se referindo apenas ao jogar, ao
brincar, ao movimento espontâneo. O lúdico segundo Feijó (1992) extrapola esse
conceito, o lúdico é uma necessidade básica da personalidade, do corpo e da
mente, faz parte das atividades essenciais da dinâmica humana.


       A nossa proposta nesse estudo é de construir um conceito de ludicidade que
rompa com os padrões tradicionais que ainda focalizam-na como momento de perda
de tempo sem significação alguma. Luckesi (apud RAMOS, 2000) vem enriquecer o
conceito afirmando que ludicidade é:
26




                         ...um fazer humano, mais amplo, que se relaciona não apenas à presença
                         das brincadeiras ou jogos, mas também a um sentimento, atitude do sujeito
                         envolvido na ação, que se refere a um prazer de celebração em função do
                         envolvimento genuíno com a atividade, a sensação de plenitude que
                         acompanha as coisas significativas e verdadeiras (p.52).



          Educar através do lúdico ajuda a criança a formar um conceito de mundo ao
mesmo tempo em que a prepara para a vida, assimilando a cultura do meio em que
vive, integrando e adaptando-se às condições de mundo em que lhe foi oferecida,
aprendendo a competir, cooperar com seus semelhantes e conviver como um ser
social.


          Segundo Marcelino (1990) as escolas omitem ou negam a importância do
lúdico na educação infantil, ele acredita que:


                        Raramente a atividade lúdica é considerada pela escola, e quando isso
                        ocorre, as propostas são tão carregadas pelo adjetivo “educativo”, que
                        perdem as possibilidades de realização do brinquedo, da alegria, da
                        espontaneidade, da festa (p. 85)



          Assim valorizando as atividades lúdicas, a escola ajuda a criança a formar um
bom conceito de mundo, onde a criatividade é estimulada e seus direitos são
respeitados. O brincar é apropriação ativa da realidade por meio da representação,
portanto o brincar implica em aprender.


          Almeida (2003) enfatiza:


                        A educação lúdica contribui e influencia na formação da criança,
                        possibilitando um crescimento sadio, um enriquecimento permanente,
                        integrando-se ao mais alto espírito democrático enquanto investe em uma
                        produção séria do conhecimento. A sua prática exige a participação franca,
                        criativa, livre, crítica, promovendo a interação social e tendo em vista o forte
                        compromisso de transformação e modificação do meio.(p. 41)



          Negar o lúdico pode ser entendido como uma perspectiva geral e, desse
ponto de vista, ela está diretamente relacionada com a negação que a escola faz da
criança, com o desrespeito á sua cultura. É necessário que a escola repense quem é
27



o seu aluno, a quem ela está educando, respeitando a sua individualidade,
facilitando sua produtividade.


      A atitude lúdica oferece aos alunos experiências concretas, necessárias e
indispensáveis às abstrações e operações cognitivas. As atividades lúdicas e jogos
permitem liberdade de ação, naturalidade e prazer, que raramente são encontrados
em outras atividades escolares. O lúdico é essencial para o processo de ensino
aprendizagem, não só para o sucesso pedagógico, mas também para a formação do
cidadão.



      Antunes (2003) acredita que é perfeitamente possível alfabetizar a emoção
através da ludicidade e dos jogos, levando o aluno a vivenciar situações que
agucem suas funções cerebrais e abasteçam suas memórias de informações
prontas para serem usadas caso necessitem.



      Almeida (2003) ressalta:


                      A educação lúdica integra uma teoria profunda e uma prática atuante. Seus
                     objetivos, além de explicar as relações múltiplas do ser humano em seu
                     contexto histórico, social, cultural, psicológico, enfatizam a liberação das
                     relações pessoais passivas, técnicas para as relações reflexivas, criadoras,
                     inteligentes, socializadoras, fazendo do ato de educar um compromisso
                     consciente intencional, de esforço, sem perder o caráter de prazer, de
                     satisfação individual e modificador da sociedade. (p. 31)



      O lúdico aplicado a prática pedagógica não apenas contribui para a
aprendizagem da criança, como possibilita ao educador tornar suas aulas mais
dinâmicas e prazerosas como afirma o autor acima a atividade lúdica proporciona ao
educador um momento de aproximação entre teoria e prática, além de se tornar um
instrumento que irá influenciar o sujeito de forma profunda e complexa, na atividade
pedagógica. Cunha (1994) ressalta:


                     A brincadeira oferece uma “situação de aprendizagem delicada”, isto é, o
                     educador precisa ser capaz de respeitar e nutrir o interesse da criança,
                     dando-lhe possibilidades para que envolva em seu processo, ou do
                     contrario perde-se a riqueza que o lúdico representa. (p. 96)
28



      O lúdico no sentido pedagógico deve ser encarado de forma séria e correta,
pois como afirma Almeida (1994, p. 43) “o sentido real, verdadeiro, funcional da
educação lúdica estará garantida se o educador estiver preparado para realizá-lo”.
Sendo que o papel do educador é, intervir de forma adequada, permitindo que o
aluno adquira conhecimentos e habilidades.


      Destacamos que a valorização da ludicidade pode ser um meio eficaz de se
romper com os paradigmas tradicionais que ainda permeiam a educação infantil. Por
isso uma prática pedagógica que lide com uma aprendizagem prazerosa, e com as
emoções de cada aluno é imprescindível para que as relações sociais sejam
concretizadas com êxito, sendo que o professor se torna responsável, por este
aspecto.


      Já Ferreiro (1998) indicava para a importância de se oferecer à criança um
ambiente agradável, onde ela se sinta bem e a vontade, sentindo-se integrante do
meio em que ela está inserida.



      É ingênuo considerar o lúdico como uma atividade apenas de prazer e
diversão, negando seu caráter educativo. A educação lúdica é uma ação inerente
tanto na criança quanto no adulto, a criança aprende através do lúdico ao encontrar
na própria vida o complemento para suas necessidades. Segundo Kishimoto (2005):


                     Brincando [...] as crianças aprendem [...] a cooperar com os companheiros
                     [...], a obedecer as regras do jogo [...], a acatar a autoridade [...], a assumir
                     a responsabilidade, a aceitar penalidades que lhe são impostas [...], a dar
                     oportunidades aos demais [...], enfim, a viver em sociedade (p. 110)

       A escola precisa perceber que através do lúdico as crianças têm maior
chance de crescer e se adaptar ao mundo em que vivem. Ele precisa ser
considerado como parte integrante da vida do ser humano tanto na forma de
divertimento como para aliviar as tensões.


2.3.1 O jogo na formação e no desenvolvimento da criança
29



      Almeida (2003, p. 41) explica que os educadores excluíram os jogos das
atividades formadoras e da pratica educativa com os seguintes argumentos:


                     “[...] os jogos contradizem a seriedade do ato de estudar, o jogo representa
                     o reflexo da civilização dominada pelo “haxixe” e pela fruição passiva em
                     busca do prazer, satisfação social, independente de uma ação reflexiva e
                     coletiva”.



      Ele afirma ainda que os “jogos são vistos, a priori, como a ‘pedra de entrave’
das ciências humanas (p. 41)”. No entanto, os trabalhos de Piaget, Chateau, Wallon
acabaram por contribuir para a definição dessa educação lúdica. Eles tomaram por
base a psicologia genética, que dá grande atenção ao jogo.



      Piaget (1995) considera quatro períodos no processo evolutivo da espécie
humana estes são caracterizados "por aquilo que o indivíduo consegue fazer
melhor" no decorrer das diversas faixas etárias ao longo do seu processo de
desenvolvimento. Embasados no estudo de Furtado (1999) poderíamos descrever o
processo de desenvolvimento infantil da seguinte forma:


•    1º período: Sensório-motor              (0 a 2 anos)
•    2º período: Pré-operatório              (2 a 7 anos)
•    3º período: Operações concretas         (7 a 11 ou 12 anos)
•    4º período: Operações formais           (11 ou 12 anos em diante)


      Sobre a importância do ato de brincar para o desenvolvimento psíquico do ser
humano, Bettelheim (1984) afirma que:


                    Nenhuma criança brinca espontaneamente só para passar o tempo. Sua
                    escolha é motivada por processos íntimos, desejos, problemas, ansiedades.
                    O que está acontecendo com a mente da criança determina suas atividades
                    lúdicas; brincar é sua linguagem secreta, que devemos respeitar mesmo se
                    não a entendemos (p. 105).



      Quando brinca, a criança cria situações imaginárias em que se comporta
como se estivesse agindo como e no mundo do adulto. Enquanto brinca, seu
30



conhecimento sobre o mundo é ampliado, de modo que ela faz de conta e se coloca
no lugar do adulto. Assim, ao brincar a criança recria e repensa os acontecimentos
que viveu, sabendo que está brincando.


      Jean-Jacques Rousseau (in Almeida, 1978, p. 18) acredita que “seria
conveniente dar à criança a oportunidade de um ensino livre e espontâneo, pois o
interesse geraria alegria e descontração. Ele pontua ainda: “Em todos os jogos que
estão persuadidas de que se trata apenas de jogo, as crianças sofrem sem se
queixar, rindo mesmo, o que nunca sofreriam de outro modo sem derramar torrentes
de lágrimas”.

                Na brincadeira a criança assume diferentes papéis e nessa
representação age, frente à realidade, transferindo e substituindo suas ações
cotidianas pelas ações e características do papel assumindo, ou seja, muitas vezes
do papel do adulto, utilizando-se de objetos substitutos.
31



                                   CAPÍTULO III




3. PERCURSOS METODOLÓGICOS




      Os procedimentos metodológicos, assim como o tema da pesquisa fazem
parte da vivência do pesquisador e lhe diz respeito, pois se caracterizam como um
ato próprio e não admite neutralidade, esse caráter político se dá pela dimensão
social da pesquisa.


      Segundo Severino (2002), “qualquer pesquisa em qualquer nível exige do
pesquisador um envolvimento tal, que seu objetivo de investigação passa a fazer
parte de sua vida”. A afirmação confirma a idéia de que a pesquisa qualitativa é
pessoal e denota o perfil do pesquisador, bem como sua relação com o objeto de
estudo, uma vez que trabalha com valores, crenças, opiniões, atitudes e
representações, aprofundando os estudos e delimitando-o para atingir o objetivo a
que se propôs.


3.1 Abordagem utilizada


      A pesquisa deu-se no campo da investigação qualitativa, que segundo
Mazzotti e Gewandsznayder (2001), por sua diversidade e flexibilidade não admitem
regras precisas, aplicáveis a uma ampla gama de casos. Considerando que o foco
da pesquisa, bem como as categorias teóricas só deverão ser definidos no decorrer
do processo de investigação.


      Pelo fato de a ludicidade estar relacionada à educação, bem como ás
questões complexas inerentes à formação das crianças, optamos pela abordagem
qualitativa, pois teremos maiores possibilidades de alcançar o nosso objetivo.


      Machado e Almeida (2006) salientam que:
32


                     A pesquisa qualitativa (interpretativa) é considerada como aquela onde os
                     pesquisadores interessam-se por compreender os significados que os
                     indivíduos dão a sua própria vida e as suas experiências. O ponto de vista,
                     o sentido que os atores dão aos seus comportamentos humanos e sociais.
                     Mas estes significados e estas interpretações são abordados nas
                     interações sociais onde os aspectos políticos e sociais afetam os pontos de
                     vista dos atores. Há concordância de que interesses sociais e políticos
                     orientam as integrações dos atores (p.32).




      O que chama atenção é o fato de que, freqüentemente, a pesquisa qualitativa
não está sendo definida por si só, pois para o processo de investigação científica,
implica que o pesquisador, não se deve restringir a resultados frutos de uma
determinada abordagem.



3.2 Lócus e sujeitos da pesquisa



      A pesquisa foi realizada em duas escolas particulares, Centro Educacional
Construindo Conhecimento, que funciona nos turnos matutino e vespertino e na
Sementinha do Futuro, funcionando os dois turnos. E duas da rede pública de
ensino, Escola Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, funcionando nos turnos
matutino e vespertino, e na Fundame (Fundação de Amparo ao Menor) que também
funciona os dois turnos. Todas as escolas estão situadas na cidade de Senhor do
Bonfim-Ba


      Os sujeitos foram 15 professores, de Educação Infantil, que trabalham nas
escolas em questão. Objetivando assim, através do cruzamento dos dados
coletados, investigar o quanto os professores de Educação infantil fazem uso da
ludicidade em seu dia-a-dia em sala de aula.


      Em uma primeira etapa os professores foram informados do propósito do
trabalho, e ao tomarem conhecimento se dispuseram a responder as questões
propostas, permitindo aprofundar-nos na coleta de dados do maior número possível
de informações e esclarecimento a cerca de como anda o uso da ludicidade na sala
de aula de Educação Infantil.
33



       Dessa forma ao trabalhar com o cotidiano escolar codificando a realidade dos
espaços brincantes nas escolas e sua importância para a vida e aprendizagem dos
estudantes, fez-se opção por uma metodologia que trata das questões reais com
flexibilidade e abertura.


3.3 Instrumentos de coleta dedados


       Sem a utilização de certos instrumentos de coleta de dados, torna-se
praticamente inviável; principalmente numa abordagem qualitativa, almejar o objetivo
de estudo. Os instrumentos aos quais fizemos uso na construção dessa pesquisa
foram, o questionário fechado, que tem na sua construção questões objetivas, sendo
assim permite-nos respostas que possibilitam a comparação                        com    outros
instrumentos de coleta de dados, e a entrevista semi-estruturada, que mostra uma
relação fixa de perguntas, cuja ordem e redação permanecem invariáveis para todos
os entrevistados. Permitindo assim o tratamento dos dados, nos dando suporte para
apurar opiniões e atitudes explícitas e conscientes dos entrevistados.


3.3.1 Questionário fechado



              O questionário segue uma ordem de perguntas a serem respondidas
 pelos sujeitos. Em se tratando desse instrumento de coleta de dados Marconi e
 Lakatos (1996) dizem o seguinte:


                     Questionário é um instrumento de coleta de dados, constituído por uma série
                     ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por escrito e sem a
                     presença do entrevistador. Em geral, o pesquisador envia o questionário ao
                     informante, pelo correio ou por um portador, depois de preenchido, o
                     pesquisado, devolve-o do mesmo modo. (p.88)



       Dentre as várias possibilidades que o questionário possibilita, utilizamos o
questionário fechado, a fim de traçar um perfil dos sujeitos de pesquisa. Segundo
Barros (2000), o questionário fechado é aquele que apresenta categorias ou
alternativas de respostas fixas.
34



      Triviños (1987) afirma que: “sem dúvida o questionário fechado, de emprego
usual no trabalho positivista, também o podemos utilizar na pesquisa qualitativa”
(p.137). O questionário fechado visa também adquirir informações que estejam
relacionadas à idade, gênero, estado civil, religião, renda mensal entre outras.


      Num primeiro momento foi explicado o propósito do trabalho, em um segundo
momento os questionários foram distribuídos entre os 15 professores das escolas
citadas acima, os quais foram muito receptivos, nos receberam com muito boa
vontade. Foi dado um tempo para que todos respondessem as questões, que eram
objetivas, e foram devolvidas para que nós começássemos a nossa análise.



3.3.2 Entrevista semi-estruturada



      A entrevista semi-estruturada foi utilizada, pelo fato de ela ser um instrumento
pertinente no campo de pesquisa qualitativa; já que permite que o entrevistador crie
relações de aproximação com o entrevistado solicitando as informações de que
precisa sobre determinado tema ou problema, que em nosso caso, está relacionado
à ludicidade. Ludke e André (1986) defendem a entrevista, pois:


                      Ao lado da observação, a entrevista representa um dos principais
                      instrumentos básicos para a coleta de dados, dentro da perspectiva de
                      pesquisa. Esta é, aliás, uma das principais técnicas de trabalho em quase
                      todos os tipos de pesquisa utilizados nas ciências sociais. Ela desempenha
                      importante papel não apenas nas atividades científicas como em muitas
                      outras atividades humanas. De início é importante atentar par o caráter de
                      interação que permeia a entrevista. Mas do outros instrumentos de
                      pesquisa, que em geral estabelecem uma relação hierárquica entre o
                      pesquisador e o pesquisado... (p.33).



      A entrevista é considerada como uma técnica verbal uma vez que tem como
pressuposto, a oralidade e diálogo entre duas ou mais pessoas. Ela nos deu suporte
durante a coleta de dados realizada com professores de educação infantil.


      Em relação a entrevista semi-estruturada Triviños (1987) salienta:
35


                      Podemos entender por entrevista semi-estruturada, em geral, aquela que
                      parte de certos questionamentos básicos, apoiados em teorias e hipótese,
                      que interessam à pesquisa, e que, em seguida, oferecem amplo campo de
                      interrogativas, fruto de novas hipóteses que vão surgindo à medida que se
                      recebem as respostas do informante (p.146).


      Portanto, esse instrumento ampliou os nossos níveis de conhecimento em
relação à temática aqui pesquisada e permitiu que pudéssemos avançar de forma
significativa na análise dos dados coletados.


      A entrevista foi realizada num período de 5 dias. Foi-nos disponibilizado o
horário do “recreio”, para que assim pudéssemos ter um melhor aproveitamento de
cada professor. Em todas as escolas a entrevista foi bem encaminhada, os
professores se mostraram interessados em cooperar, fazendo assim com que
houvesse uma boa interação, onde pudemos observar o grau de conhecimento que
cada um tem a cerca do objeto da pesquisa.
36



                                     CAPÍTULO IV



4. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS


       Os dados e informações foram realizados em quatro escolas, duas da rede
municipal de ensino e duas da rede particular todas situada na cidade de Senhor do
Bonfim – Bahia. Estes dados coletados e interpretados procuram identificar a forma
pelo qual os docentes, enquanto mediadores e lapidadores do saber utilizam o
lúdico em sala de aula como ferramenta no processo de ensino aprendizagem. A
seguir, serão apresentadas as categorias construídas a partir das falas dos
professores, obtidas através do questionário sócio-econômico e a entrevista
estruturada.


       As escolas que foram pesquisadas serão aqui denominadas de Escolas “A”
para escolas da rede pública de ensino que as falas dos professores destas
entidades foram numeradas de 1 a 8 e                 Escolas “B” para as escolas da rede
particular de ensino, que as falas destes professores foram numeradas de 9 a 15, e
a letra “P” para especificar a fala do professor.



4.1 Perfil dos sujeitos a partir dos dados do questionário social



       Entre os professores entrevistados nesta amostragem, há uma predominância
do gênero feminino, sendo 93% do sexo feminino e 7% do masculino.


                  FIGURA 02 PERCENTUAL REFERENTE AO GÊNERO


                                             Gênero
                                             1; 7%




                                                              Masculino

                                                              Feminino




                                   14; 93%
37



                            Escola "A"                                                      Escola "B"


                               1; 14%                                                    0; 0%



                                                Masculino                                                         Masculino
                                                Feminino                                                          Feminino



                   6; 86%                                                               8; 100%




      Estes dados corroboram que o ensino da Educação Infantil está mais
direcionado ao público feminino, ou seja, para as professoras. Na citação de Santos
(1999), podemos compreender a causa disto: “A feminilização do magistério ocorreu
com a luta das mulheres para se estabeleceram profissionalmente, configurando um
nicho no mercado de trabalho ocupado por mulheres”.


      Temos os seguintes dados obtidos quanto a formação dos entrevistados:
33% tem Licenciatura em pedagogia, 40% tem Licenciatura incompleta em
Pedagogia e 27% tem Formação em magistério.


                            FIGURA 03 PERCENTUAL REFENTE A FORMAÇÃO



                                                                 Formação


                                           4; 27%                              Licenciatura em Pedagogia
                                                                      5; 33%
                                                                               Licenciatura em Pedagogia
                                                                               (cursando)
                                                                               Magistério




                                                    6; 40%




                              Escola "A"                                                            Escola "B"


             1; 14%
                                                                                                         2; 25%
                                               Licenciatura em                                                          Licenciatura em
                                               Pedagogia                       3; 38%                                   Pedagogia
                                  3; 43%
                                               Licenciatura em                                                          Licenciatura em
                                               Pedagogia (cursando)                                                     Pedagogia (cursando)
                                               Magistério                                                               Magistério
          3; 43%
                                                                                                   3; 37%




      Diante destes dados percebemos
que a figura do professor da Educação Infantil na nossa realidade está se
38



qualificando. A valorização dos profissionais da Educação Infantil é de fundamental
importância, pois é um direito dos próprios professores e também das crianças.
Depois da LDB de nº 9394/96 foi reconhecido a Educação Infantil como a primeira
etapa da educação básica. Temos outro documento muito importante é o
Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil                        que veio como suporte
para auxiliar os professores em suas aulas no desenvolvimento integral da criança.


       Mas se queremos efetivar realmente uma Educação Infantil verdadeiramente
de qualidade, precisamos pensar ainda naqueles professores que ainda têm
formação adequada, recebem remuneração baixa e trabalham sob condições
bastante precárias. Realidades às vezes não muito distantes de nós.


      Quanto ao tempo de serviço de cada profissional, 40% trabalham de 4 a 5
anos, 20% trabalham a 1 ano, 20% trabalha de 2 a 3 anos e 20% mais de 5 anos.


                        FIGURA 04 RELACIONADO AO TEMPO DE SERVIÇO



                                           Tempo que leciona


                                      3; 20%             3; 20%

                                                                                   1 ano
                                                                                   2 a 3 anos

                                                             3; 20%
                                                                                   4 a 5 anos
                                                                                   mais de 5
                                      6; 40%




                         Escola "A"                                            Escola "B"


               1; 14%                                                          1; 13%
                                                                  2; 25%
                            2; 29%
                                        1 ano                                                   1 ano
                                        2 a 3 anos                                              2 a 3 anos
                                                                                    2; 25%
                                        4 a 5 anos                                              4 a 5 anos
                                        mais de 5 anos                                          mais de 5 anos
            3; 43%          1; 14%                                                                               E
                                                                      3; 37%

ss                                                                                                               e
s dados demonstram que a maioria desses profissionais atua há menos de uma
década, começaram logo após a nova Lei de Diretrizes e Base da Educação a Lei
39



de nº 9.394/96 que veio reconhecer a Educação Infantil como uma modalidade de
ensino. Por ter iniciado a sua prática com a nova LDB, estes profissionais devem
estar atentos sobre as novas propostas de ensino para Educação Infantil, e também
deverão estar refletindo constantemente sua prática, e aperfeiçoando sempre.

      A série que leciona. Maternal 33%, Educação Infantil I 27%, Educação Infantil
II 33% e a Alfabetização 7%.


                      FIGURA 05 RELACIONADO A TURMA QUE ENSINA



                                               Série que leciona
                                              1; 7%


                                                                     5; 33%
                                                                                       Maternal
                                    5; 33%                                             Educação Infantil I
                                                                                       Educação Infantil II
                                                                                       Alfabetização


                                                         4; 27%




                        Escola "A"                                                              Escola "B"


             1; 14%                                                                    0; 0%
                           2; 28%
                                              Maternal                        3; 38%               3; 37%       Maternal
                                              Educação Infantil I                                               Educação Infantil I

         2; 29%                               Educação Infantil II                                              Educação Infantil II
                                              Alfabetização                                                     Alfabetização

                        2; 29%                                                         2; 25%




      Quanto a quantidade de alunos em sala de aula o gráfico abaixo demonstra o
seguinte: 60% das salas tem entre 10 a 20 alunos, 33% de 20 a 30 alunos e 7%
mais de 30 alunos.




                      FIGURA 06 RELACIONADA À QUANTIDADE DE ALUNOS

                                             Quantidade de alunos por sala


                                                                                         10 a 20 alunos
                                                    1; 7%

                                             5; 33%                                      Entre 21 e 30 alunos
                                                                 9; 60%

                                                                                         Mais de 30 alunos
40




                                                                                    Escola "B"
                             Escola 'A"



                                                                         1; 13%
                     0; 0%                                                            2; 25%            10 a 20 alunos
                                             10 a 20 alunos

                                                                                                        Entre 21 e 30
                                             Entre 21 e 30
                                                                                                        alunos
                                             alunos
                                                                                                        Mais de 30
                                             Mais de 30
                                                                                                        alunos
                    7; 100%                  alunos                      5; 62%




      Verificamos que diante da demonstração acima o número de salas com mais
de 30 alunos é o percentual menor da pesquisa realizada. Reconhecendo que as
demais turmas têm um número menor de 30 alunos, mesmo assim, consideramos
que a realidade de algumas salas de aula tem um número elevado de crianças e
influenciando no processo ensino-aprendizagem. Pois uma sala de Educação Infantil
superlotada torna inviável a possibilidade de atingir bons resultados no processo de
aprendizagem.


      Observaremos agora o gráfico para analisar a quantidade de turnos
trabalhados por cada professor.


            FIGURA 07 RELACIONADA AOS TURNOS DE TRABALHO


                                                   Número de turno




                                                                                          1 turno
                                          7; 47%
                                                                8; 53%                    2 turnos




                      Escola "A"                                                      Escola "B"




                                                                           3; 38%
                                3; 43%               1 turno                                                             1 turno

           4; 57%                                    2 turnos                                                            2 turnos
                                                                                               5; 62%
41




         De 15 professores entrevistados 53% trabalham somente um turno e 47%
trabalham em dois turnos. Faremos uma observação para os dados dos professores
que trabalham em dois turnos, pois é quase a metade dos entrevistados. Revelando
realidade comum nas escolas, pois estes têm necessidades de trabalhar uma carga
horária maior para suprir suas necessidades. Quanto a qualidade de seu trabalho
esses professores que trabalham dois turnos trabalham com educação infantil pelo
menos em um turno. Isso fica visível que a qualidade do trabalho desse professor
em sala de aula com as crianças de educação infantil pode ficar comprometido, pois
essa modalidade de ensino requer uma disponibilidade maior para a preparação de
atividades principalmente atividades direcionadas ao lúdico.



4.2 Análise e interpretação dos dados a partir da entrevista semi-estruturada


         Com   o     perfil   dos   entrevistados   traçados   através   do    questionário
socioeconômico, faremos uma análise e interpretação dos dados colhidos ao longo
do processo de investigação a partir da entrevista, que diante das falas dos
entrevistados procuramos compreender a questão de pesquisa deste trabalho.


4.3 A compreensão de Ludicidade



         Iniciamos    nossas    análises    direcionando   nossos    olhares    sobre   as
compreensões que os professores pesquisados tem da ludicidade. Conhecer estas
compressões é algo muito importante para nós, porque é revelador, pois é através
destas compreensões que podemos perceber se o professor tem conhecimentos
sobre a temática em questão e como ele utiliza destes instrumentos para facilitar o
ensino /aprendizagem dos seus alunos.
         Dos sujeitos pesquisados muitos compreendem como a definição mais
apropriada para ludicidade, os jogos e as brincadeiras. Observamos nas seguintes
falas:
42



      Escolas “A”:


                        P-01: “É trabalhar com os jogos envolvendo o aluno na aprendizagem
                        significativa para o cotidiano da sua vida”.


                        P-05: “É trabalhar com o lúdico dando significado e contextualizando o
                        conteúdo trabalhado”.


                        P-08: “É uma forma de aprendizado, onde as crianças aprendem brincando
                        e se divertem”.




      Escolas “B”:

                        P-10: “Brincar, prazer e diversão”.

                        P-13: “É a interação com os conteúdos da forma brincante”.

                        P-15: “Diversão e conhecimento”.



      Observa-se nas falas dos entrevistados das duas redes de ensino que todos
têm a sua percepção do que seja ludicidade, mas com o mesmo foco, ou seja, a
diversão o prazer nas práticas pedagógicas através dos jogos e brincadeiras. Como
sendo uma ciência nova é preciso ser estudada e melhor compreendida e
vivenciada, são afirmações de Santos (2001).


       Como os jogos e as brincadeiras foram mais utilizados para melhor definir a
pergunta, estão muito bem direcionadas as definições dos professores, porque o
lúdico tem a sua origem na palavra latina “ludus” que quer dizer “jogos” e
“brincadeiras”. São os jogos e brincadeiras que oportunizam a aprendizagem das
crianças. Na escola o professor tem um papel fundamental ao utilizar nas aulas
jogos e brincadeiras.


      Alguns teóricos como Piaget e Vigotsky frisaram sobre a importância que os
métodos lúdicos proporcionam à educação de crianças, pois proporcionam maior
aproximação, uma melhoria na integração e na interação do grupo, facilitando a
aprendizagem. Para Teixeira (1995):
43


                      O jogo é um fator didático altamente importante; mais do que um
                      passatempo, ele é elemento indispensável para o processo de ensino-
                      aprendizagem. Educação pelo jogo deve, portanto, ser a preocupação
                      básica de todos os professores que têm intenção de motivar seus alunos ao
                      aprendizado. (p. 49).



4.4 O lúdico nas práticas educativas.


      A utilização de atividades lúdicas nos espaços escolares se torna um
excelente recurso, proporcionando ao educando um ambiente mais prazeroso e
motivador. Algumas profissionais da educação ainda desconhecem os benefícios
destes momentos e utilizam destas atividades somente para preencher o tempo, e
acham também que estas atividades nada contribuem para o ensino-aprendizagem.


      Estudos demonstram que é importante para o seu desenvolvimento da
criança, tempo e espaço para o brincar no ambiente escolar. Por isso devemos
refletir sobre as    práticas educativas dos educadores em relação às atividades
lúdicas. É preciso re-significar o fazer pedagógico em relação as atividades lúdicas,
no ambiente escolar, trazer para a escola os jogos e brincadeiras, utilizando-os
como instrumento curricular.


      Dada a importância das atividades lúdicas escolares questionamos aos
professores se o lúdico está presente em suas práticas educativas e de que forma.
Ao serem questionados a maioria respondeu sim, trabalha o lúdico na sala de aula e
que utilizam atividades como jogos, dramatização, estórias, contos e outros...
Podemos conferir nas falas abaixo:




      Escolas “A”:


                      P-02: “Sim. Trabalho 2 vezes a 3 vezes por semana através de jogos e
                      brincadeiras. Nos momentos em que eles estão muito agitados”.

                      P-03- “Sim. Através de jogos, dramatizações, atividades que expressem os
                      sentimentos entre outros. Na maioria dos momentos, nas músicas, histórias,
                      conteúdos (alguns) e outros”.
44



                      P-07- “Sim. Geralmente com jogos, brincadeiras que transmitam
                      conhecimentos. Utilizo geralmente no inicio das atividades para descontrair
                      e também após outras atividades para fixar o conteúdo”.

      Escolas “B”:

                      P-09: “Sim. Interagindo com as crianças. Nas aulas, de modo em geral.”


                      P-11: “Sempre. Com histórias, contos, teatro, músicas e brincadeiras. Eu
                      estou sempre buscando o lúdico nas aulas, fazendo com que isso faça
                      parte do nosso cotidiano”.

                      P-12: “Sempre. Cantando, ensinando de forma brincante. Em todas as
                      aulas”.



      Mesmo todos tendo respondido que sim, ficou visível, diante das falas dos
entrevistados, que nas escolas da rede particular os professores trabalham com
mais freqüência e com mais diversidade de atividades. Deve-se pelo fato de uma
cobrança maior dos pais que acompanham o desenvolvimento de seus filhos com
mais freqüência em comparação com os pais dos alunos das redes públicas. A
própria escola particular exige que os professores contemplem em seus
planejamentos atividades direcionadas a ludicidade. Vale ressaltar que a escola
pública tem outras realidades que talvez interfiram de forma significativa nas
realizações efetivas destas atividades nas suas práticas educativas como, por
exemplo: a falta de estrutura física, falta de material, o número excessivo de alunos
por sala de aula, entre outros.


      Os professores em geral apontam que o lúdico está presente na rotina da sala
de aula, ou seja, não está restrito somente no momento do recreio ou datas
comemorativas. Verificamos que eles utilizam dos jogos e brincadeiras como
instrumentos pedagógicos em sala de aula, observe que, tanto foi citado nas falas
dos professores da Escola “A” como da Escola “B”, as duas categorias usam destes
instrumentos como recurso facilitador do processo educativo.
      Kishimoto (1999) afirma:



                      ... quando as situações lúdicas são intencionalmente criadas pelo adulto
                      com vistas a estimular certos tipos de aprendizagem surge a dimensão
                      educativa. Desde que sejam mantidas as condições para expressão do
                      jogo, ou seja, a ação intencional da criança para brincar o educador está
45


                      potencializando as situações de aprendizagem (p.19).



      Como eles utilizam de momentos lúdicos em suas atividades, devem estar
atentos porque requer deles, uma atenção maior destas atividades em sala de aula.
Que eles usem do fazer lúdico como uma metodologia de ensino e não atividades
sem significados, e também sem uma proposta educacional, como simplesmente
mais uma atividade para passar o tempo.


      A observação por parte dos professores com cada atividade lúdica aplicada
em sala de aula é de fundamental importância, para o alcance dos objetivos
propostos com cada atividade aplicada só assim, estas atividades passarão a ser
realmente instrumentos pedagógicos para o desenvolvimento dos alunos.


4.5 A função do educador nos momentos lúdicos na escola.


      O papel do educador na realização das atividades lúdica é muito importante.
Ele deve ter conhecimento e valorizar os momentos lúdicos, ou seja, os jogos e
brincadeiras como instrumentos significativos nas práticas escolares. Nestes
momentos o professor deve fazer parte junto com as crianças, sendo um orientador
e mediador entre o ensino e a aprendizagem dos alunos. Ele deve fazer parte
realmente desses momentos. Além da responsabilidade de realizar atividade
significativa que favoreça o desenvolvimento das crianças.               Deve fazer parte
realmente desses momentos, não um fazer de conta. Para a criança é muito
importante perceber que o professor está realmente brincando fazendo parte dos
jogos e brincadeiras, isso ajudará na relação entre professor e aluno.


      Ao analisar qual a compreensão que os professores entrevistados têm de sua
função enquanto educadores responsáveis em realizar momentos lúdicos em sala
de aula todos relatam aqui seu ponto de vista:


       Escolas “A”:


                      P-03 - “É de participar juntamente com os alunos. É importante porque
                      desenvolve o aprendizado e os valores através de jogos e brincadeiras.”
46



                      P-08 - “O professor é o ministrante destas atividades. Na Educação infantil
                      e Maternal é de sua importância”


      Escolas “B”:

                      P-09: “Mediar o conhecimento de forma brincante. Muito importante porque
                      a gente brincando envolve melhor as crianças”.

                      P-13: “Levar para seus alunos a diversão, o brincar para trabalhar o corpo
                      a espontaneidade. É muito importante, principalmente porque se trata da
                      Educação Infantil, fase que os jogos tem muita importância para a
                      formação das crianças.

                      P-14: “Hoje temos que sair um pouco do tradicional e abraçar a ludicidade.
                      Até eu mesmo me sinto mais a vontade com eles e consigo transmitir
                      melhor os conteúdos“.



      Todos reconhecem a sua importância enquanto responsável em desenvolver
atividades lúdicas em suas práticas educativas, mas os professores da escola “B”
tem uma linguagem mais consistente, demonstrando ter maior domínio e maior
conhecimento sobre a ludicidade.


      Quando o educador explora os momentos lúdicos e a criança vivencia em
conjunto, lhe é aberta muitas possibilidades para o seu desenvolvimento em todos
os aspectos. Então o papel docente em desempenhar atividades lúdicas e para que
elas sejam importantes em sua prática pedagógica, dependerá de sua postura
metodológica aplicada em sala de aula como já foi citado na análise da pergunta
anterior. Pois é o professor que elabora suas atividades e assim, deverá contemplar
as   atividades   lúdicas,   demonstrando       também      um     cuidado     ao    selecionar
determinadas atividades que possibilite a participação de todos os alunos de forma
democrática. Os professores devem ser mediadores do processo. Devem estar
extremamente envolvidos também na atividade. Para Almeida (1987):


                      A esperança de uma criança, ao caminhar para a escola é encontrar um
                      amigo, um guia, um animador, um líder - alguém muito consciente e que se
                      preocupe com ela e que a faça pensar, tomar consciência de si de do
                      mundo e que seja capaz de dar-lhe as mãos para construir com ela uma
                      nova história e uma sociedade melhor (p.195).



      Ao analisar a falas dos professores é percebido que todos concordam que é
importante o lúdico estar presente nas práticas pedagógicas. E o lúdico é importante
47



porque facilita o processo educativo, além de motivar as aulas, na compreensão dos
conteúdos e no bom relacionamento entre professor e aluno.


      Mas para que isto aconteça, dependerá muito da formação do professor.
Muitos estão falhando no que se refere à formação lúdica e isto reflete em sua
prática de uma forma muito visível. È comum encontrar conteúdos indissociáveis
com a realidade dos alunos e atividades lúdicas como mero passa tempo.


      É sobre esta formação do professor para compreender a importância e
amplitude sobre o lúdico que Santos (2001,) relata: “É preciso que os profissionais
de educação reconheçam o real significado do lúdico para aplicá-lo adequadamente,
estabelecendo relações entre o brincar e o aprender.


      Fica claro para todos nós, que além de boa formação é preciso também o
professor e todos aqueles que fazem parte da comunidade escolar contribua com a
aprendizagem e o desenvolvimento das crianças nas séries iniciais. E para isso eles
devem contemplar nos planejamentos pedagógicos, projetos escolares, etc... As
atividades lúdicas, que na maioria das vezes em algumas realidades escolares são
deixadas para segundo plano.


4.6 O lúdico como instrumento de formação social.


      Muitas pesquisas apontam os benefícios que as atividades lúdicas trazem
para crianças que estão na fase da Educação Infantil. E uns dos autores que discute
o papel das brincadeiras no desenvolvimento infantil é Vygotsky (1998 apud
WAJSKOP, 1995) que relata que:


                    A brincadeira infantil é entendida como atividade social da criança, cuja
                    natureza e origem específicas são elementos fundamentais para a
                    construção de sua personalidade e compreensão da realidade na qual se
                    insere. A brincadeira é de fato um espaço de aprendizado sócio-cultural
                    localizado no tempo e no espaço (p.16).



      As atividades lúdicas devem ser consideradas como coisa séria. Através
dessas brincadeiras que a crianças desenvolvem os aspectos social, cultural, e
48



cognitivo. Então é dada a importância em saber dos professores como eles
compreendem o lúdico como instrumento de formação social da criança e como ele
influencia no desenvolvimento cognitivo da criança.
Isso pode ser verificado através das seguintes falas:


      Escolas “A”:
                     P-01: “Sim. Porque muitos aprendem brincando. Até quando a criança
                     desenvolve o aprendizado”.

                     P-02: “Sim. Porque é brincando que se aprende e compreende o conteúdo”.

                     P- 08: “Sim. Além de divertir e transmitir conhecimento alguns jogos podem
                     também transmitir valores que podem interferir na formação pessoal e
                     social da criança”.



      Escolas “B”:
                     P-10: “Claro! Brincando a gente interage inclusive com o mundo.

                     P-14: “Sim. Quando brincam eles têm mais contato uns com os outros.

                     P-15: “Sim. Porque mesmo fora da escola é através da brincadeira que eles
                     se integram com os outros. De muitas formas, brincando eles pulam,
                     correm, precisam pensar rápido”.



      Diante das falas dos professores, podemos observar que algumas delas não
contemplam ao segundo questionamento que refere-se a influência do lúdico no
desenvolvimento cognitivo da criança. Ficando evidente que devemos ter outro olhar
sobre essas influências dos momentos lúdicos no desenvolvimento cognitivo da
criança nos espaços escolares, precisando um aprofundamento sobre o assunto,
compreender realmente o verdadeiro sentido dos jogos e brincadeira para o
desenvolvimento da vida da criança por parte dos professores de modo geral.


      Houve também ausência de resposta para segunda, isto nos leva entender
que os profissionais de educação precisam compreender mais como o lúdico é o
forte aliado para sua prática em sala de aula. Segundo Almeida (1995):


                     A educação lúdica contribui e influencia na formação da criança,
                     possibilitando um crescimento sadio, um enriquecimento permanente,
                     integrando-se ao mais alto espírito democrático enquanto investe em uma
                     produção séria do conhecimento. A sua prática exige a participação franca,
                     criativa, livre, crítica, promovendo a interação social e tendo em vista o forte
                     compromisso de transformação e modificação do meio (p.41).
49




      Com esta mesma citação elaboramos uma pergunta aos entrevistados se eles
concordavam com a citação e por que. Observemos o que eles disseram sobre o
pensamento do autor:


 Escolas “A”:


                       P-01: Sim. Porque desenvolve o interesse modificando o jeito de agir de
                       cada um.

                       P-08: Sim a afirmação é correta e condiz com o meu pensamento.




 Escolas “B”:
                       P-09: Sim. Porque através da brincadeira eles se integram mais.

                       P-12: Sim. É só olhar as crianças na sua brincadeira.

                       P-13: Sim. (Não justificaram).

                       P-14: Sim.(Não justificaram).



      Todos concordam com o autor, mas uma boa parte não justificou a resposta.
Então faremos uma reflexão diante do que foi respondido por alguns professores e
sobre a citação de Almeida (1995) que vem relatar da importância da interação
social das crianças.


      Os que concordam com o autor reafirmam que as crianças precisam da
interação com o outro para crescer e se socializar. Ela precisa de troca de
experiências com outras crianças e também com adultos para o seu crescimento
como pessoa, como sujeito. Vigotsky defende que o ser humano é o resultado da
interação com o meio em que vive. Portanto, para potencializar o desenvolvimento
de uma criança, é preciso que ela se relacione com outras. Nas escolas a interação
com os colegas e adultos é importante, mas a interação com o professor é de
fundamental importância, ele deve se fazer presente de uma forma agradável e
prazerosa. Segundo Agostinho (2003):
50


                     Nós, adultos, temos na brincadeira com as crianças a oportunidade de
                     conhecê-las e de nos “re” alfabetizarmos nas diversas linguagens,
                     resgatando as diversas dimensões humanas que fomos embrutecendo em
                     nós, quase esquecendo-as ao nos tornar adultos, encouraçados pela lógica
                     do mercado, competitivo, sério, sisudo. Estar com as crianças, longe de ser
                     uma perspectiva romântica, representa uma possibilidade concreta que
                     temos para aprendermos e reaprendermos com elas (p. 76).


       Através das nossas conversas com os professores evidenciamos em muitas
falas qual a relevância que a ludicidade tem no processo de ensino-aprendizagem,
pois, para muitos educadores, ela contribui para a construção de uma práxis
emancipadora e integradora, na medida em que tornar-se um instrumento de
aprendizagem que favorece a aquisição do conhecimento em perspectivas e
dimensões que vão além do desenvolvimento do educando. O lúdico é uma
estratégia insubstituível para ser usada como estímulo na construção do
conhecimento humano e na progressão das diferentes habilidades operatórias, além
disso, é uma importante ferramenta de progresso pessoal e de alcance de objetivos
institucionais.


       Acreditamos que a inserção de atividades lúdicas no currículo escolar,
poderia desenvolver aptidões necessárias para a formação dos educandos, como
também, facilitaria no processo contínuo que a educação promove aos indivíduos, o
de formar e ao mesmo tempo preparar estes para uma visão crítica de mundo.
Finalizamos então essa análise reafirmando através das falas dos professores o
reconhecimento da importância que as atividades lúdicas têm na educação, pois a
escola deve preparar o educando para as relações sociais e o professor deve se
apropriar da importância do lúdico como ferramenta no processo de ensino-
aprendizagem.


                             CONSIDERAÇÕES FINAIS




       O período de elaboração da monografia e a aplicação dos instrumentos para
alcançar os objetivos da questão de pesquisa: “A importância do lúdico como
ferramenta no processo de ensino-aprendizagem” permitiu identificar o papel do
lúdico nas práticas educativas e como os professores utilizam-se dele no seu
cotidiano em sala de aula.
51




      Diante desse nosso estudo percebemos que ainda falta uma maior atenção
sobre a utilização da ludicidade nas escolas. Sabemos que não são todas as
escolas que dispõem de profissionais que consigam trabalhar a ludicidade como um
importante instrumento de aprendizagem. Só teremos uma Educação Infantil de
qualidade, que cumprirá todos os seus objetivos, quando os aspectos de ordem
cultural e social forem também privilegiados.


      Parece faltar uma reflexão teórica sobre ludicidade por parte dos professores,
ou seja, ocupando um espaço ainda menor nas discussões. Mesmo sendo um
processo a longo prazo a ludicidade não era discutida com tanta veemência. As
brincadeiras e jogos eram compreendidos principalmente na Educação Infantil como
mero passatempo e não era visto de forma séria com sua devida importância. E hoje
ainda é encarada por alguns como forma ingênua apenas de prazer e diversão sem
o seu caráter educativo.


      Sabemos que só há pouco tempo alguns cursos de Graduação em Pedagogia
trazem um suporte com o Componente Curricular Educação, Ludicidade e
Corporeidade, ou seja, muitos dos profissionais não tiveram a oportunidade de ter
um suporte teórico. Percebemos isso nas falas de alguns de nossos entrevistados.


      A infância é um período muito rico e não pode ser desperdiçada, ela é
também a idade das brincadeiras. Acreditamos que por meio delas a criança satisfaz
em grande parte seus interesses, necessidades e desejos. Destacamos o lúdico
como uma das maneiras mais eficazes no processo de aprendizagem pois
possibilita descobertas inúmeras, auxilia no desenvolvimento      social, cultural e
cognitivo e também a imaginação e a criatividade da criança.


      O próprio ato de brincar é um momento riquíssimo, o contato com as
brincadeiras já nos leva a descobrir muito sobre nós. A criança deve ter liberdade
nesses momentos, devem colocar para fora o que sentem.


      Desenvolver um modelo de educação que priorize as formas lúdicas de
aprender no processo formativo é uma oportunidade para o desenvolvimento mental,
52



corporal e harmonioso, e também para construção do individual e coletivo dos
alunos.


      Foi justamente dentro desse contexto que pudemos perceber a relevância de
como os professores de educação infantil utilizam a ludicidade como ferramenta no
processo de ensino aprendizagem. Pois as escolas devem estar munidas de um
espaço lúdico que possibilite o professor introduzir atividades lúdicas que ajudem o
aluno a se desenvolver em todos os aspectos.


      Acreditamos que conseguimos com esse trabalho despertar em todos nós,
profissionais da educação, uma reflexão a respeito da importância da ludicidade que
ainda é pouca explorada ou trabalhada de forma errônea nos espaços formais, em
especial as escolas. Que seja compreendida a sua amplitude e o seu real significado
e importância, sendo a postura do professor de educação infantil de fundamental
relevância neste contexto. Pretendemos aqui promover uma profunda reflexão sobre
as possibilidades da inserção da ludicidade nas escolas através de práticas
educativas capazes de transformar esses espaços em espaços integradores e
dinâmicos que não só promovem o desenvolvimento cognitivo das crianças como a
formação plena delas.




                                  REFERÊNCIAS



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da metodologia cientifica: um guia para iniciação científica. São Paulo: 2ª
edição ampliada. Makron Books, 2000.

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Fundamental. Referenciais Curriculares Nacionais para Educação Infantil.
Documento Introdutório. Versão preliminar. Brasília: MEC/ SEF, 1998. v. 2.

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1986.

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2003.

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Janeiro: Shape Ed., 1992.

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2ª ed. Revisada e aumentada. São Paulo – SP: Fronteira, 1993

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estudo de psicologia. 13 ed. São Paulo: Saraiva,1999

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desencanto. – Petrópolis, RJ, Editora: Vozes, 2005.

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aprendizagem de judô para crianças na faixa etária de 4 à 12 anos. Disponível
em: http://www.judobrasil.com.br/2000/fgrosso.htm. Acessado em abril de 2009

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Marta Botelho ede e Neil Ribeiro da Silva).

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56



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  • 1. 11 INTRODUÇÃO A presente monografia tem como título "o Lúdico como Ferramenta no Processo de Ensino Aprendizagem na Educação Infantil". Ao enfatizar a natureza do trabalho, buscamos compreender qual a importância que o professor de Educação Infantil dá a ludicidade como ferramenta no processo de ensino-aprendizagem. Desta forma, pretendemos ir além da descrição das atividades visíveis de comportamento; o propósito é captar o sentido empregado pelo professor às suas ações em uso da ludicidade na prática pedagógica. A pesquisa parte do fato de pensarmos a ludicidade como uma ferramenta facilitadora na construção do conhecimento. Para, em seguida, estabelecer a hipótese de que os professores da Educação Infantil utilizam a mesma no cotidiano de sala de aula. Assim, o objetivo geral da pesquisa é identificar como o professor de Educação Infantil está utilizando a ludicidade em sala, e o que ele pensa a respeito do uso da ludicidade na construção do conhecimento. O capítulo primeiro procurou detalhar os aspectos que nos levaram a investigação deste tema, assim como a problemática, os questionamentos e os objetivos. Buscamos mostrar a importância do professor na utilização do lúdico no processo de ensino-aprendizagem e o valor que tem o brincar na infância. O capítulo segundo nos mostra as teorias que fundamentam as discussões em autores como: Ferreira (1986), Almeida (2003), Kramer (2005), Machado (2001), Luckesi (apud RAMOS, 2000), Antunes (2003), Ferreiro (1998), entre outros. O capítulo terceiro traz a metodologia. Onde mostramos as finalidades da pesquisa, os instrumentos utilizados, o lócus de pesquisa além de caracterizar os sujeitos pesquisados.
  • 2. 12 No capítulo quarto, buscamos mostrar de forma minuciosa o alvo do trabalho, através da análise e interpretação de dados, utilizando como ponto de partida a fala dos sujeitos entrevistados e suas opiniões, analisando, principalmente, como ocorre à utilização do lúdico como ferramenta no processo de ensino aprendizagem, comparando as idéias com a fundamentação teórica, produzindo assim os diferentes significados desse estudo. Por fim, a conclusão que nos retrata os resultados obtidos com o trabalho. Fazemos um relato a respeito dos resultados encontrados, com ênfase na visão que o professor tem do uso da ludicidade na prática pedagógica.
  • 3. 13 CAPÌTULO I 1. LUDICIDADE: COMPREENDENDO O PAPEL DO LÚDICO NA FORMAÇÃO DA CRIANÇA O contexto atual de educação em nosso país nos mostra índices preocupantes no que concerne ao desempenho escolar dos nossos alunos, desde os anos iniciais até os finais, ficando evidente que o ensino por si só não dá conta de sanar as dificuldades apresentadas pelos alunos. Apesar de alcançar grandes avanços, o IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) nos revelou o quanto precisamos melhorar, na forma como vem sendo desempenhado o processo de ensino-aprendizagem nas nossas escolas. A partir desse pressuposto, tornaremos evidente a importância da “ludicidade” assim como, as atividades lúdicas podem ser importantes no desenvolvimento e na aprendizagem das crianças e poderão contribuir na melhoria dos índices de aprendizagem. A tabela abaixo com os números alcançados pelo IDEB ratifica as afirmações citadas: FIGURA 01 REFERENTE AO IDEB Anos Iniciais do Anos Finais do Ensino Ensino Médio Ensino Fundamental Fundamental IDEB IDEB IDEB Metas Metas Metas Observado Observado Observado 2005 2007 2007 2021 2005 2007 2007 2021 2005 2007 2007 2021 TOTAL 3,8 4,2 3,9 6,0 3,5 3,8 3,5 5,5 3,4 3,5 3,4 5,2 Tabela 1- FONTE: www.mec.gov.br/inep.br Evidenciamos então que dentro do processo de ensino-aprendizagem, propõe-se que o aluno tenha a capacidade de aprender, o que na sua etimologia significa “abarcar com profundidade, compreender, captar” (MACEDO, 2005, p. 10) e aprender com prazer, com envolvimento. Concordamos com Macedo, pois o
  • 4. 14 educando necessita se encher de desejo, vontade, para então dar significado à sua aprendizagem, sendo assim percebemos o professor como a mola propulsora para que estes indivíduos – os discentes – aprendam e sintam-se parte integrante desse processo tão pessoal e singular que é a aprendizagem que varia de indivíduo para indivíduo. Kuethe (1978, p. 06) Define aprendizagem como “o processo pelo o qual a conduta se modifica em resultado da experiência” desta forma a nossa prática pedagógica poderá ser o diferencial para o sujeito aprendiz, contudo não podemos afirmar que, a aprendizagem aconteceu se não observarmos uma “alteração de conduta, de comportamento frente ao novo saber em detrimento da vida”, nem tão pouco existe um meio de medirmos o nível de aprendizado do discente, ao menos por meio do seu desempenho, pois, temos que levar em consideração que “tanto professores, como estudantes, variam grandemente no que tange à personalidade, à capacidade e outros aspectos, a relação entre eles caracteriza-se mais pelo o seu propósito do que pela sua forma de expressão”. (KUETHE, 1978, p. 13). Nesse sentido o processo deve se sobrepor ao modelo pedagógico no qual o aluno seja um mero receptor, pois a educação bancária não cabe mais dentro de uma educação que deve ter por meta alavancar o sujeito para sua autonomia e independência, logo uma educação que o leve a apenas memorizar conteúdos está fadada a fracassar e levar o aluno ao mesmo fracasso. Precisamos, sim, que o aluno compreenda de fato o que lhe é ensinado para poder formar suas próprias opiniões e então, criar o hábito do questionamento, afinal de contas como nos coloca Macedo (2005) o aluno precisa “Expressar um novo conhecimento, espacial e temporalmente determinado. Espacial porque se trata de juntar uma coisa com a outra. Temporal porque essa ligação modifica ou acrescenta algo que era, ou não era, antes dessa apreensão”. (p. 10) Essa colocação ratifica a Teoria Interacionista que afirma que a aprendizagem acontece a partir da interação do indivíduo com o meio.
  • 5. 15 Podemos observar que as trocas sociais são condições necessárias para o desenvolvimento do pensamento. Logo, o professor ou mediador do conhecimento torna-se o protagonista principal dessa mudança, pois a aprendizagem a partir da Teoria Interacionista é um processo muito dinâmico onde deve ser observado o desenvolvimento infantil, utilizando o lúdico como ferramenta/recurso facilitador do aprendizado, objetivando desta maneira uma melhoria no rendimento escolar, mas também na vida, nos seus posicionamentos. Portanto, o espaço escolar deve ser alegre e favorável, levando-se em consideração que, o lúdico representa valores específicos, de modo que, principalmente na fase infantil, esses valores são fundamentais e essenciais na construção de vida do ser humano. Mediante o exposto não podemos deixar de fazer alusão aos trabalhos de Piaget que contribuem de forma relevante para a definição da atividade lúdica. Tomando por base a psicologia genética (estudo da origem do conhecimento) a natureza do jogo se caracteriza em cada fase do desenvolvimento do ser humano a partir de habilidades específicas que vão surgindo em cada fase, considerando as fases do desenvolvimento. Dessa maneira, o processo ensino-aprendizagem por meio do lúdico constitui- se, sobretudo, como sendo algo dinâmico, no qual existe sempre movimento da apreensão do conhecimento através da junção contínua de saberes. Podemos, porém, afirmar que a idade deve ser respeitada, pois se a atividade lúdica proposta não estiver de acordo com a maturidade do aprendiz servirá apenas como mais um elemento para tornar a aula cansativa e desestimulante. Portanto, o brincar é fundamental para o desenvolvimento das crianças, sendo sua principal atividade quando não estão dedicadas às suas necessidades de sobrevivência – repouso, alimentação, etc. – todas as crianças brincam se não estão cansadas, doentes ou impedidas, brincar é algo inerente ao ser humano, portanto, quando se pretende usar o lúdico na sua formação, conclui-se que se dará um processo agregador à sua aprendizagem. Ludicidade é uma temática que vem cada vez mais ganhando espaço nas discussões da sociedade atual, principalmente na área da educação infantil, por
  • 6. 16 termos no lúdico a essência da infância o que nos permite entre outras coisas realizar um trabalho pedagógico pautado na construção do conhecimento de forma mais elaborada e ao mesmo tempo mais prazerosa, sendo de suma importância para o desenvolvimento da aprendizagem e das questões psicológicas. Sabe-se que durante a infância, o brincar é uma das formas mais comuns do comportamento humano. Infelizmente, até a relativamente pouco tempo, o brincar era desvalorizado e menosprezado, destituído de valor a nível educativo, sendo visto apenas como algo fútil e tolo, apenas um passatempo. A concepção de brincar passa por uma transformação bastante positiva, e a sua importância no processo de desenvolvimento de uma criança, pois independentemente das questões sociais, culturais, educativas o lúdico faz parte da vida da criança, considerando que estas vivem em um mundo, de encantamento, de sonhos, de alegria, de fantasia onde realidade e faz-de-conta se confundem. Nesta perspectiva a utilização de brincadeiras e jogos no processo pedagógico desperta nas crianças o gosto pela vida levando-as a enfrentar os desafios como lhe surgirem, com mais segurança e autonomia, pois na sociedade de mudanças aceleradas em que vivemos, somos sempre levados a adquirir novas competências e brincar é algo indispensável para a consolidação de pessoas mais equilibradas nesta mesma sociedade. . Diante do exposto esta pesquisa discutirá o quanto o “lúdico” pode ser um instrumento indispensável na aprendizagem, no desenvolvimento e na vida das crianças além de tornar evidente que os professores devem tomar consciência desse fato além de saber se estes têm conhecimento sobre a relação do brincar com a aprendizagem e o desenvolvimento da criança. A escolha do tema “A importância do lúdico como ferramenta no processo de ensino-aprendizagem na Educação Infantil” justifica-se pelo fato de que os resultados da educação, apesar de todos os seus projetos, continuam insatisfatórios, percebendo-se a necessidade de mudanças no âmbito educacional. Nesse sentido, o lúdico pode contribuir de forma significativa para o desenvolvimento do ser humano, auxiliando na aprendizagem, mas também no desenvolvimento social,
  • 7. 17 pessoal e cultural, facilitando o processo de socialização, comunicação, expressão e construção do pensamento. Ressalta-se, porém, que o lúdico não é a única alternativa para a melhoria no processo ensino-aprendizagem, mas é uma ponte que auxilia na melhoria dos resultados. Mediante o exposto, propomos com este trabalho levantar a seguinte questão: Quais os significados que os professores de educação infantil dão a ludicidade no processo de aprendizagem? Diante dessa inquietação, apresentamos o objetivo de nossa pesquisa que é: identificar quais os significados que os professores de educação infantil dão a ludicidade no processo de aprendizagem. Ressaltamos a relevância deste estudo para a prática pedagógica dos docentes, pois, percebemos que em alguns casos ainda existe uma espécie de “rejeição” com relação ao trabalho com os jogos lúdicos, por parte de alguns professores. Com vistas a “facilitar” a apreensão do saber, o lúdico funciona como ferramenta que dará suporte ao educador no decorrer do seu trabalho em sala de aula tendo em vista que os alunos aprendem mais em ambientes que lhes sejam familiares e lhes ofereçam uma certa intimidade com o objeto de estudo, neste sentido o espaço brincante é extremamente favorável às novas aprendizagens e ao reforço das anteriormente adquiridas. As contribuições resultantes deste nosso estudo para o espaço acadêmico é de trazer contribuições sobre a ludicidade. Estas contribuições poderão nos levar a criação de novas estratégias de intervenções, onde as atividades lúdicas não serão vistas apenas como momentos de prazer, mas como momentos cheios de significados para as pessoas que a utilizam e que esses significados sejam vistos e interpretados como um dos avanços da ciência. CAPÍTULO II
  • 8. 18 2. QUADRO TEÓRICO A educação é um processo amplo e diversificado imprescindível para a formação do homem como indivíduo que vive em uma sociedade e estabelece relações coletivas com aqueles que de alguma forma interferem em sua vida. Ela possui uma dualidade significativa, pois ao mesmo tempo lida com o campo subjetivo e objetivo dos sujeitos. Nesse sentido, é importante destacar, que na educação infantil, essa dualidade mostra-se de forma mais nítida, pois, as crianças envolvem-se inteiramente nas experiências cotidianas que acontecem na sala de aula. Portanto, evidenciamos a necessidade de um trabalho pedagógico que valorize a ludicidade como ferramenta no processo de ensino aprendizagem. Diante disso, estaremos buscando identificar quais os significados que os professores de educação infantil dão à ludicidade. Sendo assim, ressaltamos que as nossas discussões estarão norteadas pelas seguintes palavras-chave: Professores, Educação Infantil e Ludicidade. 2.1 Professor: é hora de brincar! A fim de estudar e conhecer o significado que os professores de educação infantil dão à ludicidade, faz-se necessário definir que professor vem do latim “professore - aquele que professa ou ensina uma ciência, uma arte, um técnica, uma disciplina” (FERREIRA, 1993, p. 1398). Cabe ao professor assumir o papel de interlocutor, que traga aspectos prioritários em função da necessidade de cada um. Campos (1993) enfatiza: “A ludicidade poderia ser a ponte facilitadora da aprendizagem se o professor pudesse pensar e questionar-se sobre sua forma de ensinar, relacionando a utilização do lúdico como fator motivante de qualquer tipo de aula” (p. 25). É através dos jogos e brincadeiras que a criança começa a descobrir o mundo, explorando, se relacionando, criando, ela constrói e socializa o
  • 9. 19 conhecimento na troca de experiências com outras crianças, permitindo que tarefas e habilidades possam ser executadas de maneira independente ou mesmo com ajuda dos colegas a partir de atividades lúdicas. Nesse sentido, o professor será o responsável por ajudar a criança a ampliar as suas possibilidades, proporcionando a elas brincadeiras e jogos que contribuam para o seu progresso intelectual, psicossocial e educacional. De acordo com Dohme (2003): O uso do lúdico na educação prevê, principalmente a utilização de metodologias agradáveis e adequadas às crianças que façam com que o aprendizado aconteça dentro do “seu mundo”, das coisas que lhes são importantes e naturais de se fazer, que respeitam as características próprias das crianças, seus interesses e esquemas de raciocínio próprio (p.15). O professor é denominado mediador do conhecimento, capaz de transformar desmistificar conceitos prévios, agindo de forma racional e lógica podendo atuar criticamente junto aos problemas sociais possibilitando a construção de cidadãos críticos, pois assim afirma Mizukami (1986): O professor nessa abordagem assume a função de facilitador da aprendizagem, e nesse clima o estudante entrará em contato com os problemas vitais que tenha repercussão na existência. Daí o professor a ser compreendido como um facilitador da aprendizagem, congruente, ou seja, integrado (p. 52). Podemos dizer também que professor é aquele que ajuda na construção de uma sociedade que busca mudança do mundo, por meio da formação de pessoas sensíveis, impulsionadas pelo prazer que há em uma educação que não priorize o individualismo, mas a cooperação mútua e vivências fraternas/lúdicas entre os alunos e todos os sujeitos responsáveis pela escola. Com eficácia nesse contexto, Gentili e Alencar (2005) denominam: Professores e professoras são pedreiros que colocam no edifício de uma nova sociedade, que não será feroz e excludente como a atual. Mestres e mestras são anunciadores de um tempo de mais delicadeza que já aparece num olhar curioso de suas crianças num idealismo de seus jovens alunos. (....) E educadoras são parteiras do futuro! Educadoras têm a delicada
  • 10. 20 tarefa de investigar a mina que é cada pessoa, com suas preciosidades escondidas. Jóias que ele próprio aluno ou aluna, muitas vezes desconhece (p. 110). Pode-se dizer, portanto, que a educação lúdica integra na sua essência uma concepção prática, atuante e concreta, embasa pelo desejo constante de ampliar as possibilidades de permanência dos alunos nas escolas. Cabe então, aos profissionais da educação organizar atividades lúdicas que ajudem e estimulem a criança no processo de ensino aprendizagem. Desse modo os educadores farão do ato de educar um compromisso consciente, intencional e modificador da sociedade Formar educadores conscientes, para introduzir o lúdico na escola é uma meta fundamental, mas tarefa difícil de ser cumprida. Almeida (2003) acredita que: O sentido real, verdadeiro, funcional da educação lúdica estará garantido se o educador estiver preparado para realizá-lo. Nada será feito se ele não tiver um profundo conhecimento sobre os fundamentos essenciais da educação lúdica, condições suficientes para socializar o conhecimento e pré-disposição para levar isso adiante (p. 63). Os educadores são profissionais de suma importância para possibilitar o crescimento intelectual, cultural e artístico de seus alunos e da sociedade como um todo, pois o docente principalmente da Educação Infantil, aposta em um modelo pedagógico sócio-construtivista, seja um mediador de toda a construção e relação da criança com o conhecimento. Em se tratando da atividade lúdica o papel do docente enquanto mediador, ainda se torna mais evidente. A formação dos professores, voltada para a educação lúdica abre caminhos para dinamizar seu trabalho, que certamente será mais produtivo prazeroso. Para alcançar essa meta, é necessário que os professores reconsiderem sua pratica pedagógica, trazendo harmonia e alegria para o ambiente escolar. Isso dependerá do nível de envolvimento do educador, de sua concepção de educação. Para Friedmann (2002): É fundamental tomar consciência de que a atividade do lúdico infantil fornece informações elementares a respeito da criança: suas emoções, a forma como interage com seus colegas, seu desempenho físico-motor, seu estagio de desenvolvimento, seu nível lingüístico, sua formação moral, e
  • 11. 21 mais, nessa perspectiva, o professor é mais do que um orientador: ele deve ser um desafiador, colocando dificuldades progressivas no jogo, como uma forma de avançar nos seus propósitos de promover o desenvolvimento ou para fixar a aprendizagem. Esse é o grande papel do professor enquanto educador lúdico e criativo (p. 14–15) A evolução do conceito de aprendizagem sugere que educar passe a ser facilitar a criatividade, no sentido de recolocar o ser humano em sua evolução histórica, deixando de lado a idéia de que aprender significa a mesma coisa que acumular conhecimentos sobre fatos, dados e informações isoladas. De acordo com o Referencial Curricular da Educação infantil (1998) Educar significa, portanto, propiciar situações de cuidados, brincadeiras e aprendizagens orientadas de forma integrada e que possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal, de ser e estar com os outros em uma atitude básica de aceitação, respeito e confiança, e o acesso, pelas crianças, aos conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural (p. 23). Sendo assim, acreditamos que o professor de educação infantil que prioriza a ludicidade, consegue com mais facilidade a participação dos alunos em todos os momentos pedagógicos e educativos que acontecem no cotidiano das escolas. 2.2 Educação Infantil... Continuando a brincadeira! A infância é um período de grande importância na vida do homem. È nela que surgem os primeiros contatos sociais e as primeiras construções de um pequeno ser que ao decorrer de sua vida estará contribuindo para a mudança ou permanência dos processos existentes na sociedade. Neste contexto, Kramer (2005) relata: Estudos contemporâneos sobre infância enfatizam que a criança é um sujeito social, que possui historia e que, além disso, é produtora e reprodutora do meio no qual está inserida, atuando, portanto como produtora de história e cultura (p.133). As crianças ao longo da história não tiveram vez e voz. Sua existência no mundo dependia da vontade do adulto, que a todo o momento reprimia suas expressões não dando-lhe liberdade de expor seus anseios e de atuar na comunidade como ser que possui potencial criador. Portanto, precisamos recuperar todo o tempo perdido e toda agressão feita às crianças; desenvolvendo a ludicidade.
  • 12. 22 Os primeiros anos de vida de uma pessoa são muito importantes, definitivos na formação do sujeito como ser histórico e social, construtor e transformador da sua realidade. Por isso, compreendemos educação infantil como um processo educacional responsável pelas primeiras construções que a criança faz em sua vida. A educação infantil é aquela que busca propiciar a construção de conhecimentos especialmente de envolvimento integral da criança; pois quando esta “chega ao mundo” é herdeira da cultura e do meio em que está inserida. A educação infantil vem contribuindo de forma crescente para a formação social de nossas crianças. Segundo a Constituição de 1998, ela passou a ser legalmente oferecida como dever do Estado e direito de todas as crianças. Essa afirmação é confirmada ao analisarmos o que diz a LDB (Lei das Diretrizes e Bases) Art. 29: A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físicos, psicológicos, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade (LEI 9394, de DEZEMBRO de 1996). O atendimento à infância surge pela necessidade de ter um lugar onde as crianças pudessem ficar enquanto os pais trabalhavam, afinal: “foi como problema que a criança começou a ser vista pela sociedade... E com o sentimento filantrópico, caritativo, assistencial, é que começou a ser atendida fora da família (DIDONET; 2001 p.12)”. Diante do que foi abordado anteriormente, percebemos que as concepções de educação infantil muitas vezes passam por compreensões diversas em nossa sociedade. Neste contexto, Kramer (1998) relata que: A herança histórica de constituição de educação infantil como etapa da escolarização da criança pequena muitas vezes impede a percepção de que “a educação infantil não se restringe aos aspectos sanitários ou assistencial, mas não se resume tampouco, à mera antecipação da escolaridade nem à transmissão seqüencial de informações” (p.7).
  • 13. 23 Kramer (2005) ainda afirma o seguinte: O que se observa, ainda, nas práticas de educação infantil é uma ênfase ora em aspectos assistenciais, ora em caráter pedagógico, no sentido de transmissão de conhecimentos. Cabe perguntar: no contexto dessas práticas, onde fica a criança como sujeito social? Sua história, seu saber, sua identidade, que espaço tem ocupado a criança como sujeito histórico- cultural nas políticas de formação dos professores de educação infantil? (p.135). A concepção de educação infantil vem mudando. A visão assistencialista está dando lugar a um novo enfoque educacional, pois em tempos passados, até mesmo o ambiente destinado à educação das crianças era separado dos demais, proporcionado um segmentação em vez de integração educacional. De acordo com essa afirmação, Machado (2001) expressa que: Na educação infantil brasileira o entendimento das novas definições de creche e pré-escola pelo critério da faixa etária tem levado, em muitos casos, mas não em todos, a uma maior segmentação no atendimento à criança de 0 a 6 anos, fazendo com que tenham que mudar de instituição e de período diário de freqüência ao completar 4 anos de idade. É interessante notar que se verifica a mesma tendência no ensino fundamental, com muitos estados dividindo as escolas entre 1ª e 4ª série e 5ª série em diante, funcionando em prédios separados (p.29). A educação infantil por ser tão importante, deve valorizar a criança em sua totalidade respeitando a identidade de cada aluno que dela faz parte, e possibilitando experiências lúdicas por meio das brincadeiras. A brincadeira é um espaço de socialização, de construção que desenvolve todos os sentidos da criança. O ato de brincar não é apenas para o desenvolvimento escolar, mas para que ela possa adquirir experiência de elaboração das vivências. A brincadeira implica para a criança muito mais do que um simples ato de brincar, pois é através dela que a criança se comunica com o mundo e também está se expressando. Machado (2001) acredita que o brincar é: [...] também um grande canal para o aprendizado, senão o único canal para verdadeiros processos cognitivos. [...] ao brincar, a criança, pensa, reflete e
  • 14. 24 organiza-se internamente para aprender aquilo que ela quer, precisa, necessita, está no seu momento de aprender; isto pode não ter a ver com o que o pai, o professor ou o fabricante do brinquedo propõe que ela aprenda (p. 37). Machado (2001, p. 24) acredita que “brincar é viver criativamente no mundo. Ter prazer em brincar é ter prazer em viver”. Assim partindo desse pressuposto é que observamos que, hoje, nas escolas, o brincar está ausente de uma proposta pedagógica. Muitas instituições de educação infantil simplesmente esqueceram a brincadeira, na sala de aula ou ela é utilizada com uma perspectiva didática, quando não é considerada uma perda de tempo. A criança precisa conviver com um monte de proibições, que vem desde a escola até a sua casa estas proibições, muitas vezes de forma excessiva têm contribuído cada vez mais para que tenhamos na sala de aula alunos apáticos e passivos, ou até mesmo desmotivados. Machado (2001) afirma: Brincar é um aprendizado de vida que leva as crianças para esse ou aquele caminho para traçar seu próprio percurso ou para tê-los traçado pelos pais, professores, tios, namorados, vizinhos. Tudo depende de como as crianças brincam e qual é a atitude dos adultos ao redor em relação a essas brincadeiras (p. 37). O brincar se diferencia do sonho, pois no ato de brincar a consciência adquire importância, a criança sabe que seu jogo não é correspondente à realidade, embora os dados da realidade sirvam de base para o brincar. Por outro lado, através do jogo cria, corrige os aspectos insatisfatórios do real que realiza sua imaginação e seus desejos. O que se tem percebido nas escolas, é a falta de espaço e tempo destinados à atividade lúdica, o que compromete o desenvolvimento da criatividade da criança, limitando as possibilidades de os professores acompanharem o desenvolvimento das crianças, e conhecerem melhor o universo sócio cultural em que estão inseridas. Armanelli (2003, p. 50-51) afirma:
  • 15. 25 No conceito de pessoas leigas, o brinquedo é um instrumento de recreação destinado a ocupar a criança, alegrando-a enquanto o tempo passa. Dentro do campo de ação da ciência educacional, entretanto, o brinquedo não tem essa característica de atividade acessória e secundária, porque assume papel de relevo no esquema das atividades infantis, como agente eficaz de propulsão evolutiva, acompanhando e favorecendo o crescimento sócio- psico-biológico da criança. Os professores de educação infantil precisam estar atentos às funções educativas da ludicidade para que assim, compreendam o valor que ela tem na formação das crianças, pois quando brincamos, jogamos e etc. nos envolvemos com as situações, não só no sentido físico, como também, psicológico e social. Oliveira (1986, p.18) acredita que a criança que brinca aprende. Citando o psicólogo J.C. Arfouilloux, ele afirma: A criança que brinca [...], experimenta-se e constroi-se através do brinquedo. Ela aprende a dominar a angustia, a conhecer seu corpo, a fazer representações do mundo exterior, e mais tarde, a agir sobre ele. O brinquedo é um trabalho de construção e de criação. Assim é possível perceber que a brincadeira é a melhor forma de a criança aprender, e descobrir o mundo que a cerca. Por isso a educação infantil é responsável por todos esses aspectos lúdicos. 2.3 Ludicidade: compreendendo a brincadeira! Segundo Grosso (2009) O lúdico tem sua origem na palavra latina "ludus", que do ponto de vista etimológico, quer dizer "jogo", mas se ficasse confinado somente à sua origem, o termo lúdico estaria se referindo apenas ao jogar, ao brincar, ao movimento espontâneo. O lúdico segundo Feijó (1992) extrapola esse conceito, o lúdico é uma necessidade básica da personalidade, do corpo e da mente, faz parte das atividades essenciais da dinâmica humana. A nossa proposta nesse estudo é de construir um conceito de ludicidade que rompa com os padrões tradicionais que ainda focalizam-na como momento de perda de tempo sem significação alguma. Luckesi (apud RAMOS, 2000) vem enriquecer o conceito afirmando que ludicidade é:
  • 16. 26 ...um fazer humano, mais amplo, que se relaciona não apenas à presença das brincadeiras ou jogos, mas também a um sentimento, atitude do sujeito envolvido na ação, que se refere a um prazer de celebração em função do envolvimento genuíno com a atividade, a sensação de plenitude que acompanha as coisas significativas e verdadeiras (p.52). Educar através do lúdico ajuda a criança a formar um conceito de mundo ao mesmo tempo em que a prepara para a vida, assimilando a cultura do meio em que vive, integrando e adaptando-se às condições de mundo em que lhe foi oferecida, aprendendo a competir, cooperar com seus semelhantes e conviver como um ser social. Segundo Marcelino (1990) as escolas omitem ou negam a importância do lúdico na educação infantil, ele acredita que: Raramente a atividade lúdica é considerada pela escola, e quando isso ocorre, as propostas são tão carregadas pelo adjetivo “educativo”, que perdem as possibilidades de realização do brinquedo, da alegria, da espontaneidade, da festa (p. 85) Assim valorizando as atividades lúdicas, a escola ajuda a criança a formar um bom conceito de mundo, onde a criatividade é estimulada e seus direitos são respeitados. O brincar é apropriação ativa da realidade por meio da representação, portanto o brincar implica em aprender. Almeida (2003) enfatiza: A educação lúdica contribui e influencia na formação da criança, possibilitando um crescimento sadio, um enriquecimento permanente, integrando-se ao mais alto espírito democrático enquanto investe em uma produção séria do conhecimento. A sua prática exige a participação franca, criativa, livre, crítica, promovendo a interação social e tendo em vista o forte compromisso de transformação e modificação do meio.(p. 41) Negar o lúdico pode ser entendido como uma perspectiva geral e, desse ponto de vista, ela está diretamente relacionada com a negação que a escola faz da criança, com o desrespeito á sua cultura. É necessário que a escola repense quem é
  • 17. 27 o seu aluno, a quem ela está educando, respeitando a sua individualidade, facilitando sua produtividade. A atitude lúdica oferece aos alunos experiências concretas, necessárias e indispensáveis às abstrações e operações cognitivas. As atividades lúdicas e jogos permitem liberdade de ação, naturalidade e prazer, que raramente são encontrados em outras atividades escolares. O lúdico é essencial para o processo de ensino aprendizagem, não só para o sucesso pedagógico, mas também para a formação do cidadão. Antunes (2003) acredita que é perfeitamente possível alfabetizar a emoção através da ludicidade e dos jogos, levando o aluno a vivenciar situações que agucem suas funções cerebrais e abasteçam suas memórias de informações prontas para serem usadas caso necessitem. Almeida (2003) ressalta: A educação lúdica integra uma teoria profunda e uma prática atuante. Seus objetivos, além de explicar as relações múltiplas do ser humano em seu contexto histórico, social, cultural, psicológico, enfatizam a liberação das relações pessoais passivas, técnicas para as relações reflexivas, criadoras, inteligentes, socializadoras, fazendo do ato de educar um compromisso consciente intencional, de esforço, sem perder o caráter de prazer, de satisfação individual e modificador da sociedade. (p. 31) O lúdico aplicado a prática pedagógica não apenas contribui para a aprendizagem da criança, como possibilita ao educador tornar suas aulas mais dinâmicas e prazerosas como afirma o autor acima a atividade lúdica proporciona ao educador um momento de aproximação entre teoria e prática, além de se tornar um instrumento que irá influenciar o sujeito de forma profunda e complexa, na atividade pedagógica. Cunha (1994) ressalta: A brincadeira oferece uma “situação de aprendizagem delicada”, isto é, o educador precisa ser capaz de respeitar e nutrir o interesse da criança, dando-lhe possibilidades para que envolva em seu processo, ou do contrario perde-se a riqueza que o lúdico representa. (p. 96)
  • 18. 28 O lúdico no sentido pedagógico deve ser encarado de forma séria e correta, pois como afirma Almeida (1994, p. 43) “o sentido real, verdadeiro, funcional da educação lúdica estará garantida se o educador estiver preparado para realizá-lo”. Sendo que o papel do educador é, intervir de forma adequada, permitindo que o aluno adquira conhecimentos e habilidades. Destacamos que a valorização da ludicidade pode ser um meio eficaz de se romper com os paradigmas tradicionais que ainda permeiam a educação infantil. Por isso uma prática pedagógica que lide com uma aprendizagem prazerosa, e com as emoções de cada aluno é imprescindível para que as relações sociais sejam concretizadas com êxito, sendo que o professor se torna responsável, por este aspecto. Já Ferreiro (1998) indicava para a importância de se oferecer à criança um ambiente agradável, onde ela se sinta bem e a vontade, sentindo-se integrante do meio em que ela está inserida. É ingênuo considerar o lúdico como uma atividade apenas de prazer e diversão, negando seu caráter educativo. A educação lúdica é uma ação inerente tanto na criança quanto no adulto, a criança aprende através do lúdico ao encontrar na própria vida o complemento para suas necessidades. Segundo Kishimoto (2005): Brincando [...] as crianças aprendem [...] a cooperar com os companheiros [...], a obedecer as regras do jogo [...], a acatar a autoridade [...], a assumir a responsabilidade, a aceitar penalidades que lhe são impostas [...], a dar oportunidades aos demais [...], enfim, a viver em sociedade (p. 110) A escola precisa perceber que através do lúdico as crianças têm maior chance de crescer e se adaptar ao mundo em que vivem. Ele precisa ser considerado como parte integrante da vida do ser humano tanto na forma de divertimento como para aliviar as tensões. 2.3.1 O jogo na formação e no desenvolvimento da criança
  • 19. 29 Almeida (2003, p. 41) explica que os educadores excluíram os jogos das atividades formadoras e da pratica educativa com os seguintes argumentos: “[...] os jogos contradizem a seriedade do ato de estudar, o jogo representa o reflexo da civilização dominada pelo “haxixe” e pela fruição passiva em busca do prazer, satisfação social, independente de uma ação reflexiva e coletiva”. Ele afirma ainda que os “jogos são vistos, a priori, como a ‘pedra de entrave’ das ciências humanas (p. 41)”. No entanto, os trabalhos de Piaget, Chateau, Wallon acabaram por contribuir para a definição dessa educação lúdica. Eles tomaram por base a psicologia genética, que dá grande atenção ao jogo. Piaget (1995) considera quatro períodos no processo evolutivo da espécie humana estes são caracterizados "por aquilo que o indivíduo consegue fazer melhor" no decorrer das diversas faixas etárias ao longo do seu processo de desenvolvimento. Embasados no estudo de Furtado (1999) poderíamos descrever o processo de desenvolvimento infantil da seguinte forma: • 1º período: Sensório-motor (0 a 2 anos) • 2º período: Pré-operatório (2 a 7 anos) • 3º período: Operações concretas (7 a 11 ou 12 anos) • 4º período: Operações formais (11 ou 12 anos em diante) Sobre a importância do ato de brincar para o desenvolvimento psíquico do ser humano, Bettelheim (1984) afirma que: Nenhuma criança brinca espontaneamente só para passar o tempo. Sua escolha é motivada por processos íntimos, desejos, problemas, ansiedades. O que está acontecendo com a mente da criança determina suas atividades lúdicas; brincar é sua linguagem secreta, que devemos respeitar mesmo se não a entendemos (p. 105). Quando brinca, a criança cria situações imaginárias em que se comporta como se estivesse agindo como e no mundo do adulto. Enquanto brinca, seu
  • 20. 30 conhecimento sobre o mundo é ampliado, de modo que ela faz de conta e se coloca no lugar do adulto. Assim, ao brincar a criança recria e repensa os acontecimentos que viveu, sabendo que está brincando. Jean-Jacques Rousseau (in Almeida, 1978, p. 18) acredita que “seria conveniente dar à criança a oportunidade de um ensino livre e espontâneo, pois o interesse geraria alegria e descontração. Ele pontua ainda: “Em todos os jogos que estão persuadidas de que se trata apenas de jogo, as crianças sofrem sem se queixar, rindo mesmo, o que nunca sofreriam de outro modo sem derramar torrentes de lágrimas”. Na brincadeira a criança assume diferentes papéis e nessa representação age, frente à realidade, transferindo e substituindo suas ações cotidianas pelas ações e características do papel assumindo, ou seja, muitas vezes do papel do adulto, utilizando-se de objetos substitutos.
  • 21. 31 CAPÍTULO III 3. PERCURSOS METODOLÓGICOS Os procedimentos metodológicos, assim como o tema da pesquisa fazem parte da vivência do pesquisador e lhe diz respeito, pois se caracterizam como um ato próprio e não admite neutralidade, esse caráter político se dá pela dimensão social da pesquisa. Segundo Severino (2002), “qualquer pesquisa em qualquer nível exige do pesquisador um envolvimento tal, que seu objetivo de investigação passa a fazer parte de sua vida”. A afirmação confirma a idéia de que a pesquisa qualitativa é pessoal e denota o perfil do pesquisador, bem como sua relação com o objeto de estudo, uma vez que trabalha com valores, crenças, opiniões, atitudes e representações, aprofundando os estudos e delimitando-o para atingir o objetivo a que se propôs. 3.1 Abordagem utilizada A pesquisa deu-se no campo da investigação qualitativa, que segundo Mazzotti e Gewandsznayder (2001), por sua diversidade e flexibilidade não admitem regras precisas, aplicáveis a uma ampla gama de casos. Considerando que o foco da pesquisa, bem como as categorias teóricas só deverão ser definidos no decorrer do processo de investigação. Pelo fato de a ludicidade estar relacionada à educação, bem como ás questões complexas inerentes à formação das crianças, optamos pela abordagem qualitativa, pois teremos maiores possibilidades de alcançar o nosso objetivo. Machado e Almeida (2006) salientam que:
  • 22. 32 A pesquisa qualitativa (interpretativa) é considerada como aquela onde os pesquisadores interessam-se por compreender os significados que os indivíduos dão a sua própria vida e as suas experiências. O ponto de vista, o sentido que os atores dão aos seus comportamentos humanos e sociais. Mas estes significados e estas interpretações são abordados nas interações sociais onde os aspectos políticos e sociais afetam os pontos de vista dos atores. Há concordância de que interesses sociais e políticos orientam as integrações dos atores (p.32). O que chama atenção é o fato de que, freqüentemente, a pesquisa qualitativa não está sendo definida por si só, pois para o processo de investigação científica, implica que o pesquisador, não se deve restringir a resultados frutos de uma determinada abordagem. 3.2 Lócus e sujeitos da pesquisa A pesquisa foi realizada em duas escolas particulares, Centro Educacional Construindo Conhecimento, que funciona nos turnos matutino e vespertino e na Sementinha do Futuro, funcionando os dois turnos. E duas da rede pública de ensino, Escola Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, funcionando nos turnos matutino e vespertino, e na Fundame (Fundação de Amparo ao Menor) que também funciona os dois turnos. Todas as escolas estão situadas na cidade de Senhor do Bonfim-Ba Os sujeitos foram 15 professores, de Educação Infantil, que trabalham nas escolas em questão. Objetivando assim, através do cruzamento dos dados coletados, investigar o quanto os professores de Educação infantil fazem uso da ludicidade em seu dia-a-dia em sala de aula. Em uma primeira etapa os professores foram informados do propósito do trabalho, e ao tomarem conhecimento se dispuseram a responder as questões propostas, permitindo aprofundar-nos na coleta de dados do maior número possível de informações e esclarecimento a cerca de como anda o uso da ludicidade na sala de aula de Educação Infantil.
  • 23. 33 Dessa forma ao trabalhar com o cotidiano escolar codificando a realidade dos espaços brincantes nas escolas e sua importância para a vida e aprendizagem dos estudantes, fez-se opção por uma metodologia que trata das questões reais com flexibilidade e abertura. 3.3 Instrumentos de coleta dedados Sem a utilização de certos instrumentos de coleta de dados, torna-se praticamente inviável; principalmente numa abordagem qualitativa, almejar o objetivo de estudo. Os instrumentos aos quais fizemos uso na construção dessa pesquisa foram, o questionário fechado, que tem na sua construção questões objetivas, sendo assim permite-nos respostas que possibilitam a comparação com outros instrumentos de coleta de dados, e a entrevista semi-estruturada, que mostra uma relação fixa de perguntas, cuja ordem e redação permanecem invariáveis para todos os entrevistados. Permitindo assim o tratamento dos dados, nos dando suporte para apurar opiniões e atitudes explícitas e conscientes dos entrevistados. 3.3.1 Questionário fechado O questionário segue uma ordem de perguntas a serem respondidas pelos sujeitos. Em se tratando desse instrumento de coleta de dados Marconi e Lakatos (1996) dizem o seguinte: Questionário é um instrumento de coleta de dados, constituído por uma série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador. Em geral, o pesquisador envia o questionário ao informante, pelo correio ou por um portador, depois de preenchido, o pesquisado, devolve-o do mesmo modo. (p.88) Dentre as várias possibilidades que o questionário possibilita, utilizamos o questionário fechado, a fim de traçar um perfil dos sujeitos de pesquisa. Segundo Barros (2000), o questionário fechado é aquele que apresenta categorias ou alternativas de respostas fixas.
  • 24. 34 Triviños (1987) afirma que: “sem dúvida o questionário fechado, de emprego usual no trabalho positivista, também o podemos utilizar na pesquisa qualitativa” (p.137). O questionário fechado visa também adquirir informações que estejam relacionadas à idade, gênero, estado civil, religião, renda mensal entre outras. Num primeiro momento foi explicado o propósito do trabalho, em um segundo momento os questionários foram distribuídos entre os 15 professores das escolas citadas acima, os quais foram muito receptivos, nos receberam com muito boa vontade. Foi dado um tempo para que todos respondessem as questões, que eram objetivas, e foram devolvidas para que nós começássemos a nossa análise. 3.3.2 Entrevista semi-estruturada A entrevista semi-estruturada foi utilizada, pelo fato de ela ser um instrumento pertinente no campo de pesquisa qualitativa; já que permite que o entrevistador crie relações de aproximação com o entrevistado solicitando as informações de que precisa sobre determinado tema ou problema, que em nosso caso, está relacionado à ludicidade. Ludke e André (1986) defendem a entrevista, pois: Ao lado da observação, a entrevista representa um dos principais instrumentos básicos para a coleta de dados, dentro da perspectiva de pesquisa. Esta é, aliás, uma das principais técnicas de trabalho em quase todos os tipos de pesquisa utilizados nas ciências sociais. Ela desempenha importante papel não apenas nas atividades científicas como em muitas outras atividades humanas. De início é importante atentar par o caráter de interação que permeia a entrevista. Mas do outros instrumentos de pesquisa, que em geral estabelecem uma relação hierárquica entre o pesquisador e o pesquisado... (p.33). A entrevista é considerada como uma técnica verbal uma vez que tem como pressuposto, a oralidade e diálogo entre duas ou mais pessoas. Ela nos deu suporte durante a coleta de dados realizada com professores de educação infantil. Em relação a entrevista semi-estruturada Triviños (1987) salienta:
  • 25. 35 Podemos entender por entrevista semi-estruturada, em geral, aquela que parte de certos questionamentos básicos, apoiados em teorias e hipótese, que interessam à pesquisa, e que, em seguida, oferecem amplo campo de interrogativas, fruto de novas hipóteses que vão surgindo à medida que se recebem as respostas do informante (p.146). Portanto, esse instrumento ampliou os nossos níveis de conhecimento em relação à temática aqui pesquisada e permitiu que pudéssemos avançar de forma significativa na análise dos dados coletados. A entrevista foi realizada num período de 5 dias. Foi-nos disponibilizado o horário do “recreio”, para que assim pudéssemos ter um melhor aproveitamento de cada professor. Em todas as escolas a entrevista foi bem encaminhada, os professores se mostraram interessados em cooperar, fazendo assim com que houvesse uma boa interação, onde pudemos observar o grau de conhecimento que cada um tem a cerca do objeto da pesquisa.
  • 26. 36 CAPÍTULO IV 4. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS Os dados e informações foram realizados em quatro escolas, duas da rede municipal de ensino e duas da rede particular todas situada na cidade de Senhor do Bonfim – Bahia. Estes dados coletados e interpretados procuram identificar a forma pelo qual os docentes, enquanto mediadores e lapidadores do saber utilizam o lúdico em sala de aula como ferramenta no processo de ensino aprendizagem. A seguir, serão apresentadas as categorias construídas a partir das falas dos professores, obtidas através do questionário sócio-econômico e a entrevista estruturada. As escolas que foram pesquisadas serão aqui denominadas de Escolas “A” para escolas da rede pública de ensino que as falas dos professores destas entidades foram numeradas de 1 a 8 e Escolas “B” para as escolas da rede particular de ensino, que as falas destes professores foram numeradas de 9 a 15, e a letra “P” para especificar a fala do professor. 4.1 Perfil dos sujeitos a partir dos dados do questionário social Entre os professores entrevistados nesta amostragem, há uma predominância do gênero feminino, sendo 93% do sexo feminino e 7% do masculino. FIGURA 02 PERCENTUAL REFERENTE AO GÊNERO Gênero 1; 7% Masculino Feminino 14; 93%
  • 27. 37 Escola "A" Escola "B" 1; 14% 0; 0% Masculino Masculino Feminino Feminino 6; 86% 8; 100% Estes dados corroboram que o ensino da Educação Infantil está mais direcionado ao público feminino, ou seja, para as professoras. Na citação de Santos (1999), podemos compreender a causa disto: “A feminilização do magistério ocorreu com a luta das mulheres para se estabeleceram profissionalmente, configurando um nicho no mercado de trabalho ocupado por mulheres”. Temos os seguintes dados obtidos quanto a formação dos entrevistados: 33% tem Licenciatura em pedagogia, 40% tem Licenciatura incompleta em Pedagogia e 27% tem Formação em magistério. FIGURA 03 PERCENTUAL REFENTE A FORMAÇÃO Formação 4; 27% Licenciatura em Pedagogia 5; 33% Licenciatura em Pedagogia (cursando) Magistério 6; 40% Escola "A" Escola "B" 1; 14% 2; 25% Licenciatura em Licenciatura em Pedagogia 3; 38% Pedagogia 3; 43% Licenciatura em Licenciatura em Pedagogia (cursando) Pedagogia (cursando) Magistério Magistério 3; 43% 3; 37% Diante destes dados percebemos que a figura do professor da Educação Infantil na nossa realidade está se
  • 28. 38 qualificando. A valorização dos profissionais da Educação Infantil é de fundamental importância, pois é um direito dos próprios professores e também das crianças. Depois da LDB de nº 9394/96 foi reconhecido a Educação Infantil como a primeira etapa da educação básica. Temos outro documento muito importante é o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil que veio como suporte para auxiliar os professores em suas aulas no desenvolvimento integral da criança. Mas se queremos efetivar realmente uma Educação Infantil verdadeiramente de qualidade, precisamos pensar ainda naqueles professores que ainda têm formação adequada, recebem remuneração baixa e trabalham sob condições bastante precárias. Realidades às vezes não muito distantes de nós. Quanto ao tempo de serviço de cada profissional, 40% trabalham de 4 a 5 anos, 20% trabalham a 1 ano, 20% trabalha de 2 a 3 anos e 20% mais de 5 anos. FIGURA 04 RELACIONADO AO TEMPO DE SERVIÇO Tempo que leciona 3; 20% 3; 20% 1 ano 2 a 3 anos 3; 20% 4 a 5 anos mais de 5 6; 40% Escola "A" Escola "B" 1; 14% 1; 13% 2; 25% 2; 29% 1 ano 1 ano 2 a 3 anos 2 a 3 anos 2; 25% 4 a 5 anos 4 a 5 anos mais de 5 anos mais de 5 anos 3; 43% 1; 14% E 3; 37% ss e s dados demonstram que a maioria desses profissionais atua há menos de uma década, começaram logo após a nova Lei de Diretrizes e Base da Educação a Lei
  • 29. 39 de nº 9.394/96 que veio reconhecer a Educação Infantil como uma modalidade de ensino. Por ter iniciado a sua prática com a nova LDB, estes profissionais devem estar atentos sobre as novas propostas de ensino para Educação Infantil, e também deverão estar refletindo constantemente sua prática, e aperfeiçoando sempre. A série que leciona. Maternal 33%, Educação Infantil I 27%, Educação Infantil II 33% e a Alfabetização 7%. FIGURA 05 RELACIONADO A TURMA QUE ENSINA Série que leciona 1; 7% 5; 33% Maternal 5; 33% Educação Infantil I Educação Infantil II Alfabetização 4; 27% Escola "A" Escola "B" 1; 14% 0; 0% 2; 28% Maternal 3; 38% 3; 37% Maternal Educação Infantil I Educação Infantil I 2; 29% Educação Infantil II Educação Infantil II Alfabetização Alfabetização 2; 29% 2; 25% Quanto a quantidade de alunos em sala de aula o gráfico abaixo demonstra o seguinte: 60% das salas tem entre 10 a 20 alunos, 33% de 20 a 30 alunos e 7% mais de 30 alunos. FIGURA 06 RELACIONADA À QUANTIDADE DE ALUNOS Quantidade de alunos por sala 10 a 20 alunos 1; 7% 5; 33% Entre 21 e 30 alunos 9; 60% Mais de 30 alunos
  • 30. 40 Escola "B" Escola 'A" 1; 13% 0; 0% 2; 25% 10 a 20 alunos 10 a 20 alunos Entre 21 e 30 Entre 21 e 30 alunos alunos Mais de 30 Mais de 30 alunos 7; 100% alunos 5; 62% Verificamos que diante da demonstração acima o número de salas com mais de 30 alunos é o percentual menor da pesquisa realizada. Reconhecendo que as demais turmas têm um número menor de 30 alunos, mesmo assim, consideramos que a realidade de algumas salas de aula tem um número elevado de crianças e influenciando no processo ensino-aprendizagem. Pois uma sala de Educação Infantil superlotada torna inviável a possibilidade de atingir bons resultados no processo de aprendizagem. Observaremos agora o gráfico para analisar a quantidade de turnos trabalhados por cada professor. FIGURA 07 RELACIONADA AOS TURNOS DE TRABALHO Número de turno 1 turno 7; 47% 8; 53% 2 turnos Escola "A" Escola "B" 3; 38% 3; 43% 1 turno 1 turno 4; 57% 2 turnos 2 turnos 5; 62%
  • 31. 41 De 15 professores entrevistados 53% trabalham somente um turno e 47% trabalham em dois turnos. Faremos uma observação para os dados dos professores que trabalham em dois turnos, pois é quase a metade dos entrevistados. Revelando realidade comum nas escolas, pois estes têm necessidades de trabalhar uma carga horária maior para suprir suas necessidades. Quanto a qualidade de seu trabalho esses professores que trabalham dois turnos trabalham com educação infantil pelo menos em um turno. Isso fica visível que a qualidade do trabalho desse professor em sala de aula com as crianças de educação infantil pode ficar comprometido, pois essa modalidade de ensino requer uma disponibilidade maior para a preparação de atividades principalmente atividades direcionadas ao lúdico. 4.2 Análise e interpretação dos dados a partir da entrevista semi-estruturada Com o perfil dos entrevistados traçados através do questionário socioeconômico, faremos uma análise e interpretação dos dados colhidos ao longo do processo de investigação a partir da entrevista, que diante das falas dos entrevistados procuramos compreender a questão de pesquisa deste trabalho. 4.3 A compreensão de Ludicidade Iniciamos nossas análises direcionando nossos olhares sobre as compreensões que os professores pesquisados tem da ludicidade. Conhecer estas compressões é algo muito importante para nós, porque é revelador, pois é através destas compreensões que podemos perceber se o professor tem conhecimentos sobre a temática em questão e como ele utiliza destes instrumentos para facilitar o ensino /aprendizagem dos seus alunos. Dos sujeitos pesquisados muitos compreendem como a definição mais apropriada para ludicidade, os jogos e as brincadeiras. Observamos nas seguintes falas:
  • 32. 42 Escolas “A”: P-01: “É trabalhar com os jogos envolvendo o aluno na aprendizagem significativa para o cotidiano da sua vida”. P-05: “É trabalhar com o lúdico dando significado e contextualizando o conteúdo trabalhado”. P-08: “É uma forma de aprendizado, onde as crianças aprendem brincando e se divertem”. Escolas “B”: P-10: “Brincar, prazer e diversão”. P-13: “É a interação com os conteúdos da forma brincante”. P-15: “Diversão e conhecimento”. Observa-se nas falas dos entrevistados das duas redes de ensino que todos têm a sua percepção do que seja ludicidade, mas com o mesmo foco, ou seja, a diversão o prazer nas práticas pedagógicas através dos jogos e brincadeiras. Como sendo uma ciência nova é preciso ser estudada e melhor compreendida e vivenciada, são afirmações de Santos (2001). Como os jogos e as brincadeiras foram mais utilizados para melhor definir a pergunta, estão muito bem direcionadas as definições dos professores, porque o lúdico tem a sua origem na palavra latina “ludus” que quer dizer “jogos” e “brincadeiras”. São os jogos e brincadeiras que oportunizam a aprendizagem das crianças. Na escola o professor tem um papel fundamental ao utilizar nas aulas jogos e brincadeiras. Alguns teóricos como Piaget e Vigotsky frisaram sobre a importância que os métodos lúdicos proporcionam à educação de crianças, pois proporcionam maior aproximação, uma melhoria na integração e na interação do grupo, facilitando a aprendizagem. Para Teixeira (1995):
  • 33. 43 O jogo é um fator didático altamente importante; mais do que um passatempo, ele é elemento indispensável para o processo de ensino- aprendizagem. Educação pelo jogo deve, portanto, ser a preocupação básica de todos os professores que têm intenção de motivar seus alunos ao aprendizado. (p. 49). 4.4 O lúdico nas práticas educativas. A utilização de atividades lúdicas nos espaços escolares se torna um excelente recurso, proporcionando ao educando um ambiente mais prazeroso e motivador. Algumas profissionais da educação ainda desconhecem os benefícios destes momentos e utilizam destas atividades somente para preencher o tempo, e acham também que estas atividades nada contribuem para o ensino-aprendizagem. Estudos demonstram que é importante para o seu desenvolvimento da criança, tempo e espaço para o brincar no ambiente escolar. Por isso devemos refletir sobre as práticas educativas dos educadores em relação às atividades lúdicas. É preciso re-significar o fazer pedagógico em relação as atividades lúdicas, no ambiente escolar, trazer para a escola os jogos e brincadeiras, utilizando-os como instrumento curricular. Dada a importância das atividades lúdicas escolares questionamos aos professores se o lúdico está presente em suas práticas educativas e de que forma. Ao serem questionados a maioria respondeu sim, trabalha o lúdico na sala de aula e que utilizam atividades como jogos, dramatização, estórias, contos e outros... Podemos conferir nas falas abaixo: Escolas “A”: P-02: “Sim. Trabalho 2 vezes a 3 vezes por semana através de jogos e brincadeiras. Nos momentos em que eles estão muito agitados”. P-03- “Sim. Através de jogos, dramatizações, atividades que expressem os sentimentos entre outros. Na maioria dos momentos, nas músicas, histórias, conteúdos (alguns) e outros”.
  • 34. 44 P-07- “Sim. Geralmente com jogos, brincadeiras que transmitam conhecimentos. Utilizo geralmente no inicio das atividades para descontrair e também após outras atividades para fixar o conteúdo”. Escolas “B”: P-09: “Sim. Interagindo com as crianças. Nas aulas, de modo em geral.” P-11: “Sempre. Com histórias, contos, teatro, músicas e brincadeiras. Eu estou sempre buscando o lúdico nas aulas, fazendo com que isso faça parte do nosso cotidiano”. P-12: “Sempre. Cantando, ensinando de forma brincante. Em todas as aulas”. Mesmo todos tendo respondido que sim, ficou visível, diante das falas dos entrevistados, que nas escolas da rede particular os professores trabalham com mais freqüência e com mais diversidade de atividades. Deve-se pelo fato de uma cobrança maior dos pais que acompanham o desenvolvimento de seus filhos com mais freqüência em comparação com os pais dos alunos das redes públicas. A própria escola particular exige que os professores contemplem em seus planejamentos atividades direcionadas a ludicidade. Vale ressaltar que a escola pública tem outras realidades que talvez interfiram de forma significativa nas realizações efetivas destas atividades nas suas práticas educativas como, por exemplo: a falta de estrutura física, falta de material, o número excessivo de alunos por sala de aula, entre outros. Os professores em geral apontam que o lúdico está presente na rotina da sala de aula, ou seja, não está restrito somente no momento do recreio ou datas comemorativas. Verificamos que eles utilizam dos jogos e brincadeiras como instrumentos pedagógicos em sala de aula, observe que, tanto foi citado nas falas dos professores da Escola “A” como da Escola “B”, as duas categorias usam destes instrumentos como recurso facilitador do processo educativo. Kishimoto (1999) afirma: ... quando as situações lúdicas são intencionalmente criadas pelo adulto com vistas a estimular certos tipos de aprendizagem surge a dimensão educativa. Desde que sejam mantidas as condições para expressão do jogo, ou seja, a ação intencional da criança para brincar o educador está
  • 35. 45 potencializando as situações de aprendizagem (p.19). Como eles utilizam de momentos lúdicos em suas atividades, devem estar atentos porque requer deles, uma atenção maior destas atividades em sala de aula. Que eles usem do fazer lúdico como uma metodologia de ensino e não atividades sem significados, e também sem uma proposta educacional, como simplesmente mais uma atividade para passar o tempo. A observação por parte dos professores com cada atividade lúdica aplicada em sala de aula é de fundamental importância, para o alcance dos objetivos propostos com cada atividade aplicada só assim, estas atividades passarão a ser realmente instrumentos pedagógicos para o desenvolvimento dos alunos. 4.5 A função do educador nos momentos lúdicos na escola. O papel do educador na realização das atividades lúdica é muito importante. Ele deve ter conhecimento e valorizar os momentos lúdicos, ou seja, os jogos e brincadeiras como instrumentos significativos nas práticas escolares. Nestes momentos o professor deve fazer parte junto com as crianças, sendo um orientador e mediador entre o ensino e a aprendizagem dos alunos. Ele deve fazer parte realmente desses momentos. Além da responsabilidade de realizar atividade significativa que favoreça o desenvolvimento das crianças. Deve fazer parte realmente desses momentos, não um fazer de conta. Para a criança é muito importante perceber que o professor está realmente brincando fazendo parte dos jogos e brincadeiras, isso ajudará na relação entre professor e aluno. Ao analisar qual a compreensão que os professores entrevistados têm de sua função enquanto educadores responsáveis em realizar momentos lúdicos em sala de aula todos relatam aqui seu ponto de vista: Escolas “A”: P-03 - “É de participar juntamente com os alunos. É importante porque desenvolve o aprendizado e os valores através de jogos e brincadeiras.”
  • 36. 46 P-08 - “O professor é o ministrante destas atividades. Na Educação infantil e Maternal é de sua importância” Escolas “B”: P-09: “Mediar o conhecimento de forma brincante. Muito importante porque a gente brincando envolve melhor as crianças”. P-13: “Levar para seus alunos a diversão, o brincar para trabalhar o corpo a espontaneidade. É muito importante, principalmente porque se trata da Educação Infantil, fase que os jogos tem muita importância para a formação das crianças. P-14: “Hoje temos que sair um pouco do tradicional e abraçar a ludicidade. Até eu mesmo me sinto mais a vontade com eles e consigo transmitir melhor os conteúdos“. Todos reconhecem a sua importância enquanto responsável em desenvolver atividades lúdicas em suas práticas educativas, mas os professores da escola “B” tem uma linguagem mais consistente, demonstrando ter maior domínio e maior conhecimento sobre a ludicidade. Quando o educador explora os momentos lúdicos e a criança vivencia em conjunto, lhe é aberta muitas possibilidades para o seu desenvolvimento em todos os aspectos. Então o papel docente em desempenhar atividades lúdicas e para que elas sejam importantes em sua prática pedagógica, dependerá de sua postura metodológica aplicada em sala de aula como já foi citado na análise da pergunta anterior. Pois é o professor que elabora suas atividades e assim, deverá contemplar as atividades lúdicas, demonstrando também um cuidado ao selecionar determinadas atividades que possibilite a participação de todos os alunos de forma democrática. Os professores devem ser mediadores do processo. Devem estar extremamente envolvidos também na atividade. Para Almeida (1987): A esperança de uma criança, ao caminhar para a escola é encontrar um amigo, um guia, um animador, um líder - alguém muito consciente e que se preocupe com ela e que a faça pensar, tomar consciência de si de do mundo e que seja capaz de dar-lhe as mãos para construir com ela uma nova história e uma sociedade melhor (p.195). Ao analisar a falas dos professores é percebido que todos concordam que é importante o lúdico estar presente nas práticas pedagógicas. E o lúdico é importante
  • 37. 47 porque facilita o processo educativo, além de motivar as aulas, na compreensão dos conteúdos e no bom relacionamento entre professor e aluno. Mas para que isto aconteça, dependerá muito da formação do professor. Muitos estão falhando no que se refere à formação lúdica e isto reflete em sua prática de uma forma muito visível. È comum encontrar conteúdos indissociáveis com a realidade dos alunos e atividades lúdicas como mero passa tempo. É sobre esta formação do professor para compreender a importância e amplitude sobre o lúdico que Santos (2001,) relata: “É preciso que os profissionais de educação reconheçam o real significado do lúdico para aplicá-lo adequadamente, estabelecendo relações entre o brincar e o aprender. Fica claro para todos nós, que além de boa formação é preciso também o professor e todos aqueles que fazem parte da comunidade escolar contribua com a aprendizagem e o desenvolvimento das crianças nas séries iniciais. E para isso eles devem contemplar nos planejamentos pedagógicos, projetos escolares, etc... As atividades lúdicas, que na maioria das vezes em algumas realidades escolares são deixadas para segundo plano. 4.6 O lúdico como instrumento de formação social. Muitas pesquisas apontam os benefícios que as atividades lúdicas trazem para crianças que estão na fase da Educação Infantil. E uns dos autores que discute o papel das brincadeiras no desenvolvimento infantil é Vygotsky (1998 apud WAJSKOP, 1995) que relata que: A brincadeira infantil é entendida como atividade social da criança, cuja natureza e origem específicas são elementos fundamentais para a construção de sua personalidade e compreensão da realidade na qual se insere. A brincadeira é de fato um espaço de aprendizado sócio-cultural localizado no tempo e no espaço (p.16). As atividades lúdicas devem ser consideradas como coisa séria. Através dessas brincadeiras que a crianças desenvolvem os aspectos social, cultural, e
  • 38. 48 cognitivo. Então é dada a importância em saber dos professores como eles compreendem o lúdico como instrumento de formação social da criança e como ele influencia no desenvolvimento cognitivo da criança. Isso pode ser verificado através das seguintes falas: Escolas “A”: P-01: “Sim. Porque muitos aprendem brincando. Até quando a criança desenvolve o aprendizado”. P-02: “Sim. Porque é brincando que se aprende e compreende o conteúdo”. P- 08: “Sim. Além de divertir e transmitir conhecimento alguns jogos podem também transmitir valores que podem interferir na formação pessoal e social da criança”. Escolas “B”: P-10: “Claro! Brincando a gente interage inclusive com o mundo. P-14: “Sim. Quando brincam eles têm mais contato uns com os outros. P-15: “Sim. Porque mesmo fora da escola é através da brincadeira que eles se integram com os outros. De muitas formas, brincando eles pulam, correm, precisam pensar rápido”. Diante das falas dos professores, podemos observar que algumas delas não contemplam ao segundo questionamento que refere-se a influência do lúdico no desenvolvimento cognitivo da criança. Ficando evidente que devemos ter outro olhar sobre essas influências dos momentos lúdicos no desenvolvimento cognitivo da criança nos espaços escolares, precisando um aprofundamento sobre o assunto, compreender realmente o verdadeiro sentido dos jogos e brincadeira para o desenvolvimento da vida da criança por parte dos professores de modo geral. Houve também ausência de resposta para segunda, isto nos leva entender que os profissionais de educação precisam compreender mais como o lúdico é o forte aliado para sua prática em sala de aula. Segundo Almeida (1995): A educação lúdica contribui e influencia na formação da criança, possibilitando um crescimento sadio, um enriquecimento permanente, integrando-se ao mais alto espírito democrático enquanto investe em uma produção séria do conhecimento. A sua prática exige a participação franca, criativa, livre, crítica, promovendo a interação social e tendo em vista o forte compromisso de transformação e modificação do meio (p.41).
  • 39. 49 Com esta mesma citação elaboramos uma pergunta aos entrevistados se eles concordavam com a citação e por que. Observemos o que eles disseram sobre o pensamento do autor: Escolas “A”: P-01: Sim. Porque desenvolve o interesse modificando o jeito de agir de cada um. P-08: Sim a afirmação é correta e condiz com o meu pensamento. Escolas “B”: P-09: Sim. Porque através da brincadeira eles se integram mais. P-12: Sim. É só olhar as crianças na sua brincadeira. P-13: Sim. (Não justificaram). P-14: Sim.(Não justificaram). Todos concordam com o autor, mas uma boa parte não justificou a resposta. Então faremos uma reflexão diante do que foi respondido por alguns professores e sobre a citação de Almeida (1995) que vem relatar da importância da interação social das crianças. Os que concordam com o autor reafirmam que as crianças precisam da interação com o outro para crescer e se socializar. Ela precisa de troca de experiências com outras crianças e também com adultos para o seu crescimento como pessoa, como sujeito. Vigotsky defende que o ser humano é o resultado da interação com o meio em que vive. Portanto, para potencializar o desenvolvimento de uma criança, é preciso que ela se relacione com outras. Nas escolas a interação com os colegas e adultos é importante, mas a interação com o professor é de fundamental importância, ele deve se fazer presente de uma forma agradável e prazerosa. Segundo Agostinho (2003):
  • 40. 50 Nós, adultos, temos na brincadeira com as crianças a oportunidade de conhecê-las e de nos “re” alfabetizarmos nas diversas linguagens, resgatando as diversas dimensões humanas que fomos embrutecendo em nós, quase esquecendo-as ao nos tornar adultos, encouraçados pela lógica do mercado, competitivo, sério, sisudo. Estar com as crianças, longe de ser uma perspectiva romântica, representa uma possibilidade concreta que temos para aprendermos e reaprendermos com elas (p. 76). Através das nossas conversas com os professores evidenciamos em muitas falas qual a relevância que a ludicidade tem no processo de ensino-aprendizagem, pois, para muitos educadores, ela contribui para a construção de uma práxis emancipadora e integradora, na medida em que tornar-se um instrumento de aprendizagem que favorece a aquisição do conhecimento em perspectivas e dimensões que vão além do desenvolvimento do educando. O lúdico é uma estratégia insubstituível para ser usada como estímulo na construção do conhecimento humano e na progressão das diferentes habilidades operatórias, além disso, é uma importante ferramenta de progresso pessoal e de alcance de objetivos institucionais. Acreditamos que a inserção de atividades lúdicas no currículo escolar, poderia desenvolver aptidões necessárias para a formação dos educandos, como também, facilitaria no processo contínuo que a educação promove aos indivíduos, o de formar e ao mesmo tempo preparar estes para uma visão crítica de mundo. Finalizamos então essa análise reafirmando através das falas dos professores o reconhecimento da importância que as atividades lúdicas têm na educação, pois a escola deve preparar o educando para as relações sociais e o professor deve se apropriar da importância do lúdico como ferramenta no processo de ensino- aprendizagem. CONSIDERAÇÕES FINAIS O período de elaboração da monografia e a aplicação dos instrumentos para alcançar os objetivos da questão de pesquisa: “A importância do lúdico como ferramenta no processo de ensino-aprendizagem” permitiu identificar o papel do lúdico nas práticas educativas e como os professores utilizam-se dele no seu cotidiano em sala de aula.
  • 41. 51 Diante desse nosso estudo percebemos que ainda falta uma maior atenção sobre a utilização da ludicidade nas escolas. Sabemos que não são todas as escolas que dispõem de profissionais que consigam trabalhar a ludicidade como um importante instrumento de aprendizagem. Só teremos uma Educação Infantil de qualidade, que cumprirá todos os seus objetivos, quando os aspectos de ordem cultural e social forem também privilegiados. Parece faltar uma reflexão teórica sobre ludicidade por parte dos professores, ou seja, ocupando um espaço ainda menor nas discussões. Mesmo sendo um processo a longo prazo a ludicidade não era discutida com tanta veemência. As brincadeiras e jogos eram compreendidos principalmente na Educação Infantil como mero passatempo e não era visto de forma séria com sua devida importância. E hoje ainda é encarada por alguns como forma ingênua apenas de prazer e diversão sem o seu caráter educativo. Sabemos que só há pouco tempo alguns cursos de Graduação em Pedagogia trazem um suporte com o Componente Curricular Educação, Ludicidade e Corporeidade, ou seja, muitos dos profissionais não tiveram a oportunidade de ter um suporte teórico. Percebemos isso nas falas de alguns de nossos entrevistados. A infância é um período muito rico e não pode ser desperdiçada, ela é também a idade das brincadeiras. Acreditamos que por meio delas a criança satisfaz em grande parte seus interesses, necessidades e desejos. Destacamos o lúdico como uma das maneiras mais eficazes no processo de aprendizagem pois possibilita descobertas inúmeras, auxilia no desenvolvimento social, cultural e cognitivo e também a imaginação e a criatividade da criança. O próprio ato de brincar é um momento riquíssimo, o contato com as brincadeiras já nos leva a descobrir muito sobre nós. A criança deve ter liberdade nesses momentos, devem colocar para fora o que sentem. Desenvolver um modelo de educação que priorize as formas lúdicas de aprender no processo formativo é uma oportunidade para o desenvolvimento mental,
  • 42. 52 corporal e harmonioso, e também para construção do individual e coletivo dos alunos. Foi justamente dentro desse contexto que pudemos perceber a relevância de como os professores de educação infantil utilizam a ludicidade como ferramenta no processo de ensino aprendizagem. Pois as escolas devem estar munidas de um espaço lúdico que possibilite o professor introduzir atividades lúdicas que ajudem o aluno a se desenvolver em todos os aspectos. Acreditamos que conseguimos com esse trabalho despertar em todos nós, profissionais da educação, uma reflexão a respeito da importância da ludicidade que ainda é pouca explorada ou trabalhada de forma errônea nos espaços formais, em especial as escolas. Que seja compreendida a sua amplitude e o seu real significado e importância, sendo a postura do professor de educação infantil de fundamental relevância neste contexto. Pretendemos aqui promover uma profunda reflexão sobre as possibilidades da inserção da ludicidade nas escolas através de práticas educativas capazes de transformar esses espaços em espaços integradores e dinâmicos que não só promovem o desenvolvimento cognitivo das crianças como a formação plena delas. REFERÊNCIAS AGOSTINHO, Kátia Adair. O Espaço da Creche que Lugar é Esse? Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2003. ALMEIDA, Paulo Nunes de. Educação Lúdica - técnicas e jogos pedagógicos. São Paulo: Edições Loyola, 1987. ALVES, Eva Maria Siqueira. A ludicidade e o ensino de matemática: Uma prática possível. Campinas, SP: Papirus, 2001.
  • 43. 53 ARFOUILLOUX, J. C. A entrevista com a criança. Tradução de A. T. Ribeiro. Rio de Janeiro: Zahar, 1975. ARMANELLI, Wellington. N. Criança, Brinquedo e Personalidade. Belo Horizonte: I. A. 2003. BARROS, Aidil Jesus da S. e LEHFELD, Neide Aparecida de Souza. Fundamentos da metodologia cientifica: um guia para iniciação científica. São Paulo: 2ª edição ampliada. Makron Books, 2000. BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referenciais Curriculares Nacionais para Educação Infantil. Documento Introdutório. Versão preliminar. Brasília: MEC/ SEF, 1998. v. 2. BRASIL, Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: língua estrangeira. Brasília: MEC/SEF, 1998. BETTELHEIM, Bruno. Uma vida para seu filho. São Paulo. Artemed, 1984 CAMPOS, D. M. S. – Psicologia da Aprendizagem, 19º ed., Petrópolis: Vozes, 1986. CUNHA, Nylse Helena. Brinquedoteca: um mergulho no brincar. São Paulo: Matese, 1994. DIDONET, Vital. Educação Infantil: a creche é um bom começo. Brasília: Em aberto, 2001. DOHME, Vânia. Jogando: o valor educacional dos jogos. São Paulo: Informal, 2003. FEIJÓ, O. G. - Corpo e Movimento: Uma Psicologia para o Esporte. Rio de Janeiro: Shape Ed., 1992. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário da língua portuguesa: 2ª ed. Revisada e aumentada. São Paulo – SP: Fronteira, 1993 FERREIRO, Emilia. Processo de alfabetização. Rio de Janeiro: Palmeiras, 1998. FRIEDMANN, Adriana. Brincar: crescer e aprender. O resgate do jogo infantil. São Paulo: Moderna, 2002.
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