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          MARIA DE FÁTIMA SOUZA OLIVEIRA




LETRAMENTO NAS SÉRIES FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL:
    PROFESSORES E SUAS PRÁTICAS METODOLÓGICAS




         Monografia apresentada como pré requisito para conclusão de curso de
         licenciatura em pedagogia, habilitação e docência em processos educativos,
         da Universidade do Estado da Bahia- UNEB, Departamento de Educação-
         Campus Vll.

         Orientador: Profº Pascoal Eron Santos de Souza




                    SENHOR DO BONFIM
                          2012
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                  MARIA DE FÁTIMA SOUZA OLIVEIRA




      LETRAMENTO NAS SÉRIES FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL:
          PROFESSORES E SUAS PRÁTICAS METODOLOGICAS




Aprovada em ______/______/______



                   _______________________________

                              Avaliador




                   _______________________________
                              Avaliador




                 ___________________________________
                     Pascoal Eron Santos de Souza
                              Orientador




                         SENHOR DO BONFIM
                               2012
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                               AGRADECIMENTOS

A Deus, ser supremo de todo o universo e dono de todas as coisas visíveis e
invisíveis que restabelece e revigora as nossas forças e ânimo, quando as vezes
pensamos em desistir da caminhada, a Ele toda honra, toda glória e todo louvor para
sempre.

A nossa Senhora de Fátima minha mãe celestial, e intercessora, a quem tenho como
devoção e modelo de mãe, filha, e esposa.

Agradeço de modo fraternal, a toda a minha família,e com singular afeto as minhas
irmãs Luciana e Cristiana pelo apoio e incentivo, durante essa jornada, e de uma
forma especial ao meu esposo Freitas,pela paciência “as vezes”,apoio,
compreensão e colaboração com o transporte para chegar até a universidade.

Expresso de forma carinhosa o meu sincero agradecimento a todos os meus amigos
da turma pedagogia 2008.1por me acrescentarem saberes e experiências durante
esses 4 anos em que estivemos juntos sujeitos aos mesmos desafios, lutas, vitórias
e rumo aos mesmos objetivos.Agradeço a compreensão também dos colegas de
trabalho pelas vezes em que precisei me ausentar durante esse processo de TCC,
aos outros pela compreensão durante o tempo em que me mantive ausente nas
rodas de conversas e bate papo.

Sou grata de uma maneira particular e especial a minha amiga e companheira de
jornada, caminhada,trabalho e de todas as horas, Joseneide Barbosa , com quem
sei que posso contar sempre, com a sua linda sincera e genuína amizade,você foi
pedra angular e fundamental nesta caminhada.

Agradeço de um modo especial ainda e admirável ao meu orientador pascoal Eron
sem o qual a realização desse trabalho se tornaria mais difícil,pois pude contar com
a sua colaboração,paciência,compreensão e seu tempo, todas as vezes em que
precisei ser orientada, presencialmente , via email, ou telefone,sem subterfúgios.
Não teria palavras para descrevê-lo,pois é um grande exemplo de sabedoria,
simplicidade e humildade o que o torna uma pessoa especial,um profissional
singular,um modelo e referencial de Educador extraordinário,e indescritível.

E por fim aqueles que contribuíram direto ou indiretamente para a concretização
desse trabalho,minha sincera gratidão.
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“Começar a dizer nunca é tarefa simples. E começar a escrever
torna-se trabalho árduo e duplamente complexo” (TFOUNI)




“Quem se perde apenas na leitura dos textos dictomizada do
mundo,e do contexto dos textos, se esborracha
constantemente.É preciso ter a sensibilidade, a capacidade de
ler o mundo e não de ler os textos” (PAULO FREIRE)
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                                     RESUMO
Este estudo apresenta algumas reflexões sobre as contribuições das práticas
metodológicas dos professores das séries finais do Ensino Fundamental para o
processo de formação de sujeitos letrados. A pesquisa que deu origem a este
trabalho foi desenvolvida na Escola Antônio Bastos, situada em Missão do Sahy no
município de Senhor do Bonfim-Ba. Os fundamentos teóricos que embasam este
texto foram construídos a partir da obra de autores como Soares (2006), Kleiman
(2005), Freire (2006) Cagliari (1996) e outros. A metodologia utilizada foi de cunho
qualitativo, escolhendo como instrumentos de coleta de dado o questionário fechado
e a entrevista semi-estruturada. Os sujeitos da pesquisa foram os professores do
Ensino Fundamental da escola acima mencionada. Pode-se considerar que embora
ainda reine algumas confusões referentes aos conceitos de letramento, na maioria
das práticas dos professores, há contribuições para tornar os alunos letrados; no
entanto, um dos maiores desafios que a escola precisa enfrentar é possibilitar
condições ao sujeito de ser capaz de fazer uso da leitura e escrita em práticas
sociais, sendo necessário o seu domínio pleno e a habilidade de interpretar, fazendo
uso da leitura, respondendo às exigências para inserir-se no mundo letrado.


Palavras–chave: Práticas metodológicas, Ensino fundamental, Letramento e
Alfabetização.
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                                                      SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 7
CAPITULO I: PROBLEMATIZAÇÃO ......................................................................... 9


CAPITULO II:FUNDAMENTOS TEÓRICOS ............................................................ 19


         2.1 Letramento: que palavra é essa? ............................................................. 19
         2.2 Práticas metodológicas: como se forma leitores? ..................................... 26
         2.3 Falando um pouco sobre a educação básica ........................................... 31


CAPÍTULO III: METODOLOGIA ............................................................................... 38


         3.1 Instrumentos da Pesquisa ........................................................................ 40
         3.1.1 Entrevista ............................................................................................... 40
         3.2 Lócus da pesquisa .................................................................................... 41
         3.3 Sujeitos da pesquisa ................................................................................. 41


CAPÍTULO IV: ANALISANDO E INTERPRETANDO OS RESULTADOS ............... 43


         4.1 Perfil dos sujeitos ................................................................................... 43
         4.2 Análises das Entrevistas ........................................................................ 45
                   4.2.1 A compreensão que os docentes tem sobre Alfabetização e
                   Letramento ........................................................................................... 46
                   4.2.2 A quem cabe a tarefa de alfabetizar: ........................................... 48
                   4.2.3 Alunos que chegam nas séries finais do Ensino Fundamental sem
                   dominar a Leitura e a Escrita: .............................................................. 50
                   4.2.4 Práticas metodológicas dos professores que contribuem para o
                   letramento ............................................................................................ 57
                   4.2.5 Como a escola tem contribuído para o letramento dos alunos ... 62
                   4.2.6 Algumas considerações dos nossos entrevistados sobre as
                   práticas metodológicas, seus objetivos e a importância do letramento
                   para a formação dos nossos alunos..................................................... 68


5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 75
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 78
APÊNDICES...............................................................................................................81
7




                                  INTRODUÇÃO

      A reflexão sobre o emprego do letramento vem ganhando espaço e vem
sendo de fundamental importância, para uma aprendizagem significativa, merecendo
um olhar mais acentuado para práticas de ensino que levem o aluno a se inserir em
práticas de leitura e escrita de forma competente e autônoma, o que simplesmente
ler e escrever não possibilitam. Ensinar a ler e a escrever dentro desse contexto de
Letramento ainda constitui um desafio, uma vez que ainda se traz marcas de um
ensino voltado para práticas mecânicas que em nada ajudavam o aluno a ser
produtor do seu próprio conhecimento, não sendo capaz de interpretar o que lê, mas
ao contrário serviu muito para que ele apenas reproduzisse o que aprendeu.

      Neste sentido, a inquietação e o interesse por desenvolver este trabalho
surgiu no período de observação do estágio nas séries iniciais do ensino
fundamental no 7º semestre onde foi possível perceber a inexistência de práticas
pedagógicas voltada para o trabalho na perspectiva do letramento, das crianças e a
partir daí outra inquietação, saber como se dá o trabalho com o letramento nas
séries finais do ensino fundamental.

      Dentro deste enfoque, é que este trabalho se direciona, a partir da
problemática que é saber qual a compreensão que os professores da escola
municipal Antônio Bastos de Miranda em Missão do Sahy comunidade situada a 8
quilômetros de Senhor do Bonfim, tem sobre ensinar letrando e suas intervenções
pedagógicas para a viabilização desta proposta.

      Diante disso, pretendemos descobrir como se dá esse processo, e poder
contribuir para que práticas de aprendizagem significativa venha ocorrer mais no
ensino e aprendizagem.

      Autores a exemplo de Soares (2006), Kleiman (2005), Freire( 2006) são
alguns entre outros que se destacam para ratificar e respaldar o nosso estudo no
que se refere a letramento.Sobre formação de leitores buscaremos subsidio em
Delia Lenner (2002), Arroyo (2011), Cagliari (1998), outros... e para falar sobre o
ensino Fundamental buscaremos nos respaldar primordialmente nos Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCNs) outros.
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      Este trabalho está constituído com quatro capítulos, sendo que no primeiro
temos a explanação mais ampla do que vem a ser letramento, buscando responder
através das etapas que serão percorridas, o problema em questão. No segundo
capitulo trazemos para discussões alguns teóricos que fundamentam o nosso
estudo. No terceiro capitulo trazemos os caminhos percorridos a metodologia, e os
nossos instrumentos de coleta de dados.No quarto, apresentamos a interpretação
dos resultados da nossa pesquisa, e por fim algumas considerações.
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                                      CAPITULO I


1 PROBLEMATIZAÇÃO

      Falar sobre o contexto educacional fazendo abordagens sobre o processo de
ensino aprendizagem atrelado à pratica educativa, não é tarefa fácil,ao mesmo
tempo que parece ser redundante diante da explanação sobre o assunto por vários
autores que tem bastante competência para discutir determinados temas.

      No entanto, faz-se necessário cada vez mais estudos significativos, que
contribuam através de práticas educativas concretas, aprendizagens significativas
de forma que possibilitem a inserção do sujeito na sociedade, de maneira
competente, critica e autônoma.

      A importância da leitura e da escrita na escola, é um fator importante que
move todo o sistema educacional a fim de possibilitar o aluno a adquirir essas
habilidades de forma que ele seja capaz de exercer essas funções de maneira
eficiente nas mais variadas situações em que se faz exigência.

      Embora seja um dos principais objetivos da escola, levar o aluno ler e
escrever com eficácia, ainda percebemos que muito precisa ser feito em relação à
aquisição dessas habilidades por parte do aluno e conseqüentemente por parte da
escola e de todos os envolvidos no sistema de ensino, pois não é satisfatório ainda,
o nível de leitura que apresentam os nossos alunos, demonstrando dificuldades de
se inserir em práticas sociais de leitura e escrita, na sociedade em que vive,ou seja,
sem um nível de letramento.

      Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) 2001 apontam que:

                     Sabe-se que os índices brasileiros de repetência nas series
                     iniciais,inaceitáveis mesmo em países muito pobres, estão diretamente
                     ligados à dificuldade que a escola tem de ensinar a ler e a escrever. Essa
                     dificuldade expressa-se com clareza nos dois gargalos em que se concentra
                     a maior parte da repetência:no fim da primeira serie(ou mesmo das duas
                     primeiras) e na quinta serie.No primeiro, por dificuldade em alfabetizar;no
                     segundo, por não conseguir garantir o uso eficaz da linguagem, condição
                     para que os alunos possam continuar a progredir até, pelo menos, o fim da
                     oitava série (p.19).

      Assim analisando a partir desse pressuposto, fica claro percebermos a
amplitude do processo de ensino e aprendizagem, voltados para a pratica educativa,
10



e que as deficiências encontradas no nível de aprendizagem dos alunos, são
atribuídas a varias instancias, tanto de ordem educacional, quanto social.

       Sobre isso Zabala (1998) diz que:

                     Nosso argumento consiste em uma atuação profissional baseado no
                     pensamento prático, mas com capacidade reflexiva. Sabemos muito pouco
                     sem dúvida, sobre o processo de ensino e aprendizagem, das variáveis que
                     intervém e de como se inter-relacionam nas situações de ensino: tipo de
                     atividade metodológica, aspectos materiais da situação estilo do professor,
                     relações sociais, conteúdos culturais, etc (p.15-16).

       São muitos os fatores envolvidos, e que contribuem para a ineficiência da
aprendizagem significativa, muitos desses fatores estão relacionados diretamente à
pratica educativa

       Libâneo (2009) Acentua que:

                     É importante para o professor, tomar consciência do que faz, ou pensa, a
                     respeito da sua pratica pedagógica. Ter uma visão critica das atividades e
                     procedimentos na sala de aula, e dos valores culturais de sua função
                     docente, adotar uma postura de pesquisar e não apenas de transmissor ter
                     um melhor conhecimento dos conteúdos escolares e das características e
                     desenvolvimento de seus alunos (p.33).

       Sabemos o quanto é importante para o professor(a), no que se refere à sua
formação, conhecimentos básicos e indispensáveis que possibilitem um ensino de
qualidade através de suas práticas educativas e suas intervenções metodológicas, a
partir de dificuldades evidenciadas na aprendizagem do aluno, para que este possa
aplicar na sociedade em que           está inserido, conhecimentos eficazes e úteis
aprendidos na escola.

       Embora a utilidade do que se aprende seja pouco aplicada no contexto social,
devido a alguns fatores ainda deficientes no processo de ensino, é possível sempre
que depender do professor, refletir sobre suas práticas, para resultados mais
satisfatórios.

       Mais uma vez Zabala (1998) intervém:

                     (...) o conhecimento que temos hoje em dia é suficiente, ao menos para
                     determinar que existem atuações, formas de intervenção, relações
                     professor-aluno, materiais curriculares, investimentos de avaliação, etc. que
                     não são apropriados para o que pretendem. Existem atividades de ensino
                     que contribuem para a aprendizagem, mas também existem atividades que
                     não contribuem da mesma forma, e que é outro dado a ser levado em
                     conta. A intervenção pedagógica tem um antes e um depois que constituem
                     as peças substanciais em toda a prática educacional (p.16-17).
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      Diante desse contexto onde percebemos a deficiência especialmente em
leitura e escrita, precisam de um reforço e atuação maior, no sentido de viabilizar,
com eficiência a pratica da leitura e da escrita para que o aluno possa utilizar de
maneira competente essas habilidades em seu contexto social.

      Os parâmetros curriculares nacionais PCNs (2001), vem subsidiar:

                     Desde o inicio da década de 80, o ensino de língua portuguesa na escola,
                     tem sido o centro da discussão acerca da necessidade de melhorar a
                     qualidade de educação no país. No Ensino Fundamental o eixo da
                     discussão, no qual se refere ao fracasso escolar, tem sido a questão da
                     leitura e da escrita. Essas evidencias de fracasso escolar apontam a
                     necessidade da reestruturação do ensino de língua portuguesa, com o
                     objetivo de encontrar formas de garantir, de fato, a aprendizagem da leitura
                     e da escrita (p. 15).

      Analisando através dessa vertente, e de que a função social da escola, é
primordialmente o ensino da capacidade de ler e escrever, e que estas capacidades
devem ser adquiridas desde as series iniciais do Ensino Fundamental, requer uma
ênfase mais especial no ensino de língua portuguesa, mas isso não implica que é
tão somente função do professor de língua portuguesa.

      Castanheira (2009) acentua que:

                     As ações de ensinar a ler e de ensinar a escrever, não se esgotam nas
                     séries iniciais. Essas ações não são tarefa exclusiva do alfabetizador mas
                     trabalho conjunto de toda a escola, de todos os profissionais que atuam
                     com os alunos ao longo de sua vida escolar. Os professores de artes,
                     geografia, história, Ed. Física, de matemática, todos enfim, devem ter
                     compromisso com o desenvolvimento das capacidades de leitura e escrita
                     dos alunos (p.83).

      Dentre essas competências de ler e escrever como uma função de cada
professor, nos remetemos especificamente para o uso da leitura e da escrita nos
contextos sociais, não de maneira mecânica, mas no sentido do letramento, que
conforme (KLEIMAN 1995) é a apropriação da leitura e da escrita nos contextos
sociais, e não a decodificação de palavras.

      É tarefa conjunta e continua de todo professor esteja ele atuando em qualquer
disciplina ou segmento adotar a responsabilidade de levar o aluno a ler e escrever e
que essa leitura e escrita faça sentido que tenha importância na vida do aluno, e não
seja mecânica e desvinculada das práticas onde será necessário fazer uso, pois é
desnecessário e não faz sentido ensinar o aluno ler sem que este compreenda ou
faça uso da finalidade que tem determinadas leituras.
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      Ainda segundo Kleiman (1995):

                      Letramento é um conjunto de práticas sociais que usam a escrita enquanto
                      sistema simbólico, e enquanto tecnologia, em contextos específicos, para
                      objetivos específicos. A leitura e a escrita fazem parte de atividades sociais,
                      tais como ler um jornal ou pagar contas. Dai a importância de se encarar a
                      leitura e a escrita não só como atividades com um fim em si mesmas, mas
                      como atividades que servem a um propósito. Analisar esse propósito deve
                      ser parte de um modelo mais eficaz de letramento (p. 24).

      Sendo assim o domínio da leitura e da escrita é condição elementar para a
inserção e participação do sujeito na sociedade dessa habilidade a ser adquirida
desde as series iniciais, e aperfeiçoando nas séries posteriores.

      Ainda conforme os PCNs (2001):

                      Cabe à escola, promover a sua ampliação de forma que, progressivamente
                      durante os 8 anos do Ensino Fundamental, cada aluno se torne capaz de
                      interpretar diferentes textos que circulam socialmente, de assumir a palavra
                      como cidadão, de produzir textos eficazes nas mais variadas situações (p.
                      23).

      Fica   claro,   portanto,    a    responsabilidade        atribuída    à    escola,     como
fundamentais para a aquisição desse processo de letramento, onde é possível que o
professor esteja sempre aperfeiçoando a sua prática de ensino, mediante as devidas
intervenções, para que aconteça a viabilização desse processo, para isso é
importante conhecer, pois, não é possível intervenção, sem compreensão do objeto
sobre que se pretende atuar ou se está atuando (FREIRE 2009).

      A realidade da educação hoje bem como dos níveis de ensino e
aprendizagem por serem amplos e abrangentes, requerem uma atenção especial,
quanto ao seu desenvolvimento, no sentido de compreender, de que maneira estão
sendo trabalhados, para que possibilitem uma aprendizagem significativa, o que
remete a uma série de fatores envolvidos, entre eles, as práticas pedagógicas
trabalhadas, que devem ser e estar em constante aperfeiçoamento e reflexão, por
parte do professor, pois é ele em primeira instancia, que possibilita através de suas
práticas em sala de aula, momentos que visam, a aprendizagem de elementos
importantes para que o aluno aprenda e use em sua vida cotidiana o que aprendeu.

      Mais uma vez os PCNs (2001) enfatizam:

                      Quando entram na escola, os textos que circulam socialmente cumprem um
                      papel modalizador, servindo como fonte de referencia, repertório textual e
                      suporte de atividades. A diversidade textual, que existe fora da escola pode
                      e deve estar a serviço da expansão do conhecimento letrado do aluno, o
13



                        conhecimento dos caminhos percorridos pelo aluno favorece a intervenção
                        pedagógica e não a emissão, pois permite ao professor ajustar a informação
                        oferecida às condições de interpretação em cada momento do processo (p.
                        34 e 35).

       Analisando a luz dessa afirmação, fica claro perceber, que é de extrema
relevância o ensino e práticas pautadas no objetivo de levar o aluno a utilizar o que
foi aprendido, de maneira satisfatória e eficiente, pois deve ser esse o papel
primordial da escola.

       Pedro Demo (2005) enfatiza:

                        Mais do que nunca, deve ficar claro que o conhecimento reconstruído é a
                        base da intervenção, não só na cabeça, mas igualmente na vida
                        concreta.Assim é decisivo saber mostrar por que matemática é necessário
                        para a cidadania das pessoas, ou por que falar bem a língua materna faz
                        parte do cidadão participativo, ou por que alfabetizar-se é questão chave do
                        combate à pobreza política da população (p. 46).

       É fundamental que o professor tenha clareza e conhecimento do que se
ensina como se ensina e para que se ensina, a escola é um cenário de
conhecimento e descobertas do que vem a ser importante na vida do aluno para
que use lá fora no meio social em que vive e não um transmitir de conteúdos sem
importância as vezes, sem intervenção para se tornar claro por que serve e como
iremos utilizar.

       Ainda Demo (2005)

                        Neste sentido a feitura de material didático próprio não deságua no
                        aperfeiçoamento da aula, ainda que isto possa ocorrer, porque o mais
                        natural será sua revisão radical. Em vez da exposição copiada, por ser inútil
                        e imbecilizante, torna se necessário o trabalho conjunto, dinâmico, critico e
                        criativo. E é preciso pois recolocar as questões tendo como parâmetro a
                        competência que é mister forjar na escola. Se queremos um cidadão
                        competente, formal e politicamente, a aula meramente expositiva, apenas
                        atrapalha, e faz da escola acentuadamente uma perda de tempo. Será
                        mister preferir didáticas reconstrutivas, que sejam mais aptas a estabelecer
                        o relacionamento fecundo de sujeitos. (p. 46).

       No entanto a realidade do cenário educacional brasileiro, quanto a um nível
de aprendizagem significativa, requer um trabalho voltado para a concretização de
práticas voltadas neste sentido, que permita ao aluno a sua atuação de maneira
significativa em seu contexto social, através dos conhecimentos adquiridos na
escola. Vigotsky (2004) ressalta que:

                        Para a educação atual não é importante ensinar certo volume de
                        conhecimento, quanto educar a habilidade para adquirir esses
14



                      conhecimentos, e utilizá-los. Isso se obtêm apenas no processo de trabalho
                      (48).

      As deficiências encontradas e percebidas na aprendizagem e na atuação do
aluno em contextos sociais,são percebidas de maneira clara, especialmente quanto
a habilidade de leitura e escrita, pois é possível perceber desde as séries iniciais,
que os alunos apresentam inúmeras dificuldades quanto a compreensão e
interpretação do que se lê, apenas decodificando, na maioria das vezes, o que não
torna um aluno letrado e atuante.

      É bastante expressiva a fala de Paulo Freire (2006) quando diz:

                      Ensinar não é encher a cabeça dos educandos de conteúdos, isso é a
                      concepção mágica do poder dos conteúdos, como se bastasse você ensinar
                      matemática, geografia, isso e aquilo aos meninos populares e no dia
                      seguinte, ganhassem a independência.A questão para mim é saber o que é
                      ensinar e como ensinar.uma pedagogia como essa está preocupada em
                      como é que o sujeito que conhece se aproxima do objeto a ser conhecido
                      para dissecá-lo.o exercício de tornar-se capaz de ler e escrever exige, de
                      quem realmente aprende, uma postura de sujeito que cria o próprio
                      aprendizado.Aprender é uma expressão de quem cria e não de quem é
                      teleguiado ( p.64).

Sendo assim, quando o professor tem claro o que quer que os seus alunos
aprendam e para que aprender, será possível proporcionar uma aprendizagem
significativa que vai além de fazer apenas leituras mecânicas. Pois, conforme
acentua (FREIRE, 2006) É preciso ter a sensibilidade a capacidade de ler o mundo,
e não de ler os textos.

Os PCNs (2001) vem acentuar:

                      É preciso superar algumas concepções sobre a aprendizagem inicial da
                      leitura. A principal delas é a de que ler é simplesmente decodificar,
                      converter letras em sons, sendo a compreensão conseqüência natural
                      dessa ação. Por conta dessa concepção equivocada, a escola vem
                      produzindo grandes quantidades de “leitores” capazes de decodificar
                      qualquer texto, mas com enormes dificuldades para compreender o que
                      tentam ler (p. 55).

      O que se percebe é que as dificuldades que acontecem desde as séries
iniciais, causam conseqüências bastante complicadas, quando não sanadas em
tempo hábil e devido, gerando falhas e deficiências nos anos de escolaridade
posterior. É preciso pois uma reflexão do ponto de vista estrutural do currículo
escolar de modo que o alcance das habilidades de leitura e escrita na perspectiva do
letramento, aconteçam em todos os segmentos escolares, de forma continua e
competente.
15



      Magda Soares (2006) diz:

                     A conclusão de determinada serie escolar tem pouca validade como critério
                     para avaliação do letramento, porque ainda não é oferecido o ensino
                     fundamental para todos, e a organização e controles escolares são, em
                     geral, tão precários que uma grande parte das crianças que conseguem ter
                     acesso à escola ou a abandonam, depois de completar dois ou três anos de
                     escolarização fundamental, ou repetem a mesma serie diversas vezes (em
                     geral a primeira serie) justamente por causa do índice de reprovações e das
                     repetências decorrentes delas, a conclusão da 4ª serie, por exemplo (em
                     geral selecionada como linha divisória entre analfabetismo e letramento)
                     representa com freqüência, na verdade, seis, oito, ou dez anos de
                     escolarização (p. 98-99).

      Fica claro uma compreensão, a partir da fala abordada pela autora, como se
constata através da realidade em que se encontra o ensino e a aprendizagem, que
há vários fatores envolvidos, que ao final precisam ser reformulados e
reorganizados para que se alcancem seja em qualquer tempo de escolaridade,
aluno aptos a utilizarem os conhecimentos adquiridos                na escola de maneira
efetivamente letrada em sua vida social , profissional e em outras esferas. É preciso
possibilitar as necessárias intervenções para sanar problemas em tempo hábil e
preciso, não permitindo que uma ineficiência que aconteceu na série anterior se
perdure na    série posterior.     É necessário        consciência,intervenção         e   ação
simultaneamente por parte do professor.

      Carvalho (2010), diz que:

                     Não há uma causa única para se explicar a situação a que chegamos, mais
                     de 90% das crianças brasileiras têm acesso á escola fundamental, mas boa
                     parte delas não consegue aprender a ler, ou leva muitos anos para alcançar
                     um nível rudimentar l de leitura e escrita. Os resultados nacionais em prova
                     de leitura e escrita, para alunos de 15 anos são lastimáveis (p. 75).

      De todas as deficiências existentes neste processo, resulta o que está
denominado de analfabetismo funcional.

      Soares (1995), explica:

                     Só recentemente esse termo se tem mostrado necessário, porque só
                     recentemente começamos a enfrentar uma realidade social em que não
                     basta simplesmente “saber ler e escrever”, dos indivíduos já se requer não
                     apenas que dominem a tecnologia do ler e do escrever, mas também que
                     saibam fazer uso dela, incorporando-a a seu viver, transformando-se assim
                     em “estado”! ou “condição”, como conseqüência do domínio dessa
                     tecnologia (p. 7).
16



      O papel da escola e especialmente do professor, quanto as suas práticas
educativas é preponderante para diminuirmos a quantidade de pessoas que não
fazem uso da leitura e da escrita, e aumentarmos a qualidade desse processo.

      A reflexão por parte do professor quanto às suas práticas metodológicas
como intervenção, no processo de aprendizagem é de uma relevância singular.

      Soares (2003), ainda enfatiza:

                     Há necessidade de rever e reformular a formação do professor das séries
                     iniciais do Ensino Fundamental de modo a torná-los capazes de enfrentar o
                     grave reiterado fracasso na aprendizagem inicial da língua escrita nas
                     escolas brasileiras. Se as práticas pedagógicas pudessem transformar as
                     iniciativas meramente instrucionais em intervenções educativas, talvez
                     fosse possível compreender melhor o significado e a verdadeira extensão
                     da não aprendizagem e do quadro de analfabetismo no Brasil (p. 9).

      É portanto condição primordial e indispensável o conhecimento e aplicação
de práticas voltadas para o favorecimento de alunos competentes na leitura, e que e
que se utilize dela nas mais diversas situações.

      Cabe ao professor em seu segmento ou área de ensino, contribuir, uma vez
que é papel fundamental do professor das séries iniciais, fazer com competência
que isso venha a se concretizar, cabe aos professores das séries seguintes dar
continuidade a esse processo tão relevante e indispensável.

      A prática conjunta neste processo será essencial, uma vez que possibilitará
ao aluno, inserir-se de modo letrado e competente fazendo uso do que aprendeu.

      Kleiman (1995) vem subsidiar:

                     O conjunto de práticas desenvolvidas nas escolas para aprender os usos da
                     língua escrita, é o que vem a ser letramento escolar. Envolve não só o
                     ensino de português mas também a leitura e a escrita praticadas nas
                     demais disciplinas, os textos que circulam e o modo pelo qual os processos
                     dirigem, orientam e avaliam a leitura e escrita dos alunos.No processo de
                     letramento escolar, alunos lidam com diversos tipos de textos; livros
                     (didáticos, literários, dicionários, atlas, enciclopédias etc), exercícios,
                     provas, cartazes, avisos, murais, boletins, cartas, folhetos, circulares,
                     agendas e outros. Quanto mais intensivo forem o contato, a apropriação e a
                     utilização destes diferentes tipos de escrita, mais efetivo será o letramento
                     escolar (p. 20).

      É com o comprometimento, envolvimento, conhecimento e reflexão do
professor em suas práticas, que se pode avançar no sentido de não permitir
propagar o quadro de analfabetismo funcional de modo que se trabalhe na
17



perspectiva de fazer com que o aluno aprenda a fazer uso da leitura e da escrita de
maneira competente desde as series iniciais, em todo o tempo das séries finais e se
prolongando por toda a educação básica, para que suas conseqüências
degradantes não cheguem até mesmo ao ensino superior.

      Muitas discussões (e pontos de vista) atribuem a responsabilidade muito
grande somente ao professor das séries inicias por ser a base de toda formação
elementar e fundamental da aquisição da leitura e escrita, no entanto,esta
responsabilidade não pode ser somente de determinado professor nem de
determinado tempo escolar (séries iniciais, finais, ensino médio e superior) mas em
conjunto e objetivos únicos e articulados em todas as esferas para que se consolide
a atuação de alunos letrados.

      É considerável que precisamos ter um olhar mais atento e ações mais
eficazes, quando percebemos que ainda existe muitas falhas e até possíveis
negligências quanto a propostas ou práticas que venham consolidar ou promover um
quadro mais insinuante e progressivo de alunos letrados, ou seja, que não se
limitem somente a ler sem fazer uso do que esta escrito ou até mesmo não
compreender de fato, mas que sirva para a sua atuação, inserção e mobilização na
sociedade em que vive.

      Destacamos que foi diante de uma experiência enquanto professor atuante e
enquanto aluno do curso de pedagogia em tempo de estágio, por percebermos a
inexistência de práticas que torne o aluno letrado e que muitas das práticas
aplicadas estão mais propensas a se propagar o quadro de analfabetismo funcional
do que de alunos plenamente letrados, o que evidenciava a quantidade de alunos
que liam e escreviam e não tinham compreensão desses atos, é que interessou e
surgiu a minha problemática que é saber: Quais práticas dos professores de
séries finais do ensino fundamental da escola Antônio Bastos, contribuem
para a formação de sujeitos letrados?

      Os principais objetivos deste estudo são:

         •   Identificar as práticas pedagógicas utilizadas pelos professores da
             referida escola que contribuem para a formação de alunos letrados.
18



•   Analisar se as referidas práticas realmente se efetivam e são válidas
    para a promoção de aluno letrados.
•   Refletir sobre a importância e o papel do professor na articulação e
    intervenções para uma aprendizagem significativa, eficiente para a
    propagação do letramento no âmbito escolar.
19



                                     CAPÍTULO II


2 FUNDAMENTOS TEÓRICOS

         Fazendo uma abordagem melhor explanada do tema em estudo e questão
sobre as práticas pedagógicas que favorecem o ensino e a aprendizagem de alunos
letrados, como o objetivo de identificar como os professores das séries finais do
ensino fundamental trabalham no sentido de possibilitar ao aluno a aquisição do
letramento no contexto escolar de maneira que se possa usar também fora desse
contexto, é que se faz necessário uma reflexão baseada em alguns elementos
teóricos que fundamentam e sustentam a construção e elaboração deste trabalho.

         Neste sentido vale ressaltar que a contextualização no cenário teórico que
respaldam o tema em estudo, nos faz pensar e refletir a nossa prática de forma a
ampliarmos condições de favorecer aos nossos alunos, uma aprendizagem
significativa, que seja útil e eficaz em todas as esferas da sua vida, não se
restringindo somente ao âmbito escolar.


2.1 Letramento: que palavra é essa?

         As mudanças que vem ocorrendo no sistema de ensino ao longo do tempo,
especificamente     em   se   tratando   das   práticas   pedagógicas   de   ensino   e
aprendizagem, merecem atenção e um olhar novo onde possamos perceber ou
compreender o que induz ou o que está por trás de tantas mudanças no sistema de
ensino, suas nomenclaturas, novas teorias e novas práticas.

         Durante muito tempo na história da educação do país, buscou-se elaborar
planos e lutar por campanhas ou programas de erradicação do analfabetismo, no
entanto muito dessas lutas, voltadas para a quantidade de pessoas a serem
alfabetizadas e não a qualidade, tiveram muitos insucessos, o que perdura até hoje
com o advento ou a nova nomenclatura do analfabetismo funcional (CARVALHO,
2010).

         Apesar do termo letramento já está um pouco saturado e até redundante no
sentido de trabalhos e pesquisas, na prática merece mais destaque e concretização
20



no sentido de incorporar às nossas práticas pedagógicas este método tão
significativo, e rico em aprendizagem.

       O letramento apareceu a primeira vez no cenário educacional com a
contribuição de Mary Kato em 1986 em sua obra escrita:Uma perspectiva
psicolingüística.E dois anos depois passa a representar no discurso da educação ao
ser definido por Leda Verdiani Tfouni em: Adultos não alfabetizados o avesso dos
avessos.

       Magda Soares (2006) explica com muita precisão sobre o surgimento desse
termo aqui n Brasil:

                       É curioso que tenha ocorrido em um mesmo momento histórico, em
                       sociedades tão distanciadas geograficamente quanto socioeconomicamente
                       e culturalmente, a necessidade de reconhecer e nomear práticas sociais de
                       leitura e de escrita mais avançados e complexas que as práticas de ler e do
                       escrever resultante da aprendizagem do sistema de escrita.Assim é em
                       meados dos anos de 1980, que se dá simultaneamente a invenção do
                       Letramento no Brasil, literacy do inglês, Iletrisme, na França, da Iletracia,
                       em Portugal, para nomear fenômenos distintos daqueles denominados
                       Alfabetizaçao, alphabetisation.Letramento é uma terminologia não
                       dicionarizada que, nos meios acadêmicos, vem sendo utilizado com
                       diferentes sentidos (p. 5).

       O fato desse termo surgir destaca a importância que tem o ato da leitura e da
escrita de maneira relevante para uma necessária participação efetiva e competente
nas práticas sociais e profissionais que envolva a língua escrita, pois tanto a
aquisição quanto a desapropriação destas habilidades favorece a sociedade como
um todo ou impedem o seu êxito.

       Toufoni (2006) diz que: “A ausência tanto quanto a presença da escrita em
uma sociedade são fatores importantes, que atuam ao mesmo tempo como causa e
conseqüência de transformações sociais, culturais e psicológicas às vezes
radicais.”(p.54).

       Cada vez mais esse termo veio ganhando espaços e inserido de maneira
mais destacada com as autoras Ângela Kleiman e Magda Soares que ao discutirem
sobre a origem do letramento, afirmam que o termo começou a ser utilizado no Brasil
por especialistas das áreas de educação e das ciências lingüísticas.

       Magda soeres (2003) diz:
21



                    A invenção do letramento por nós se deu de maneira diferente (caminhos)
                    daqueles que explicam a invenção do termo em outros países Como França
                    e Estados Unidos (neste a discussão de letramento) fez e se faz de forma
                    Independente em relação à discussão da alfabetização. No Brasil a
                    discussão do letramento surge sempre enraizada no conceito de
                    alfabetização, o que tem levado, apesar da diferenciação sempre proposta
                    na produção acadêmica, a uma inadequada e inconveniente fusão dos dois
                    processos que prevalecia do conceito de letramento (p.8).

      Vale sempre ressaltar sobre a origem, significado e importância do que vem a
ser Letramento e que se torne claro para todos os envolvidos no processo de ensino
e aprendizagem, que sua aplicação e viabilização no sentido de propor benefícios
eficazes para que o aluno se aproprie dessa habilidade da aquisição de Leitura e
Escrita de maneira interativa na sociedade em que está inserido e em outros
contextos.

      Magda Soares (2006) sublinha:

                    Literacy é o estado ou condição que assume aquele que aprendeu a ler e
                    escrever.implicita neste contexto está a idéia de que a escrita traz
                    conseqüências sociais, culturais,políticas, econômicas, cognitivas,
                    lingüísticas, quer para o grupo social em que seja introduzido, quer para o
                    individuo que aprenda a usá-lo.Letramento é, pois, o resultado da ação de
                    ensinar ou aprender a ler e escrever, o estado ou condição que adquire um
                    grupo social ou um individuo como conseqüência de ter se apropriado da
                    escrita (p.17-18).

      O que se constata é que apesar do termo ser descoberto ou trabalhado a
mais de 20 anos, não se percebe muito de maneira expressiva um índice que
demonstre um número de pessoas letradas hoje, para muitos é como se estivessem
trabalhando pela primeira vez, uma vez que pesquisas apontam para o índice de
analfabetismo e de analfabetos funcionais, caracterizado por pessoas que lêem e
escrevem, mas não se apropriam da leitura e da escrita em contextos sociais.

      Ângela Kleiman (1995) explica:

                    Pessoas letradas são aquelas que fazem uso da sua palavra em suas
                    múltiplas formas de linguagem(corporal,escrita,falada,ou visual) para a
                    comunicação de seus pensamentos.Novas exigências de leitura e escrita
                    estão sendo apresentadas ao brasileiro a cada novo ano. E com isso damos
                    as boas vindas ao termo letramento em substituição ao tão surrado
                    alfabetismo. Com essa visão compreendemos o processo de Letramento
                    como sendo a leitura do mundo diário, do mudo interior e exterior de cada
                    ser humano, o fato de não encontrarmos o vocábulo Letramento no Brasil
                    até meados da década de 80, reflete a importância dada em nossa cultura
                    ao papel de leitura e escrita na vida dos brasileiros e sua variação em
                    diferentes contextos culturais (p. 18).
22



        Analisando todo esse contexto da inserção do termo Letramento no cenário
da educação brasileira, é importante percebermos e isso se evidencia nas
deficiências de ensino e aprendizagem, que muito precisa ser feito para que
viabilização desta proposta seja de fato inserida no sistema educacional de maneira
progressista e significativa que propicie ao sujeito fazer uso da leitura e da escrita no
contexto social em que se encontra, e que como já dizia o mestre a leitura da
palavra seja precedida da leitura de mundo (FREIRE, 1992).

        É necessário criar mecanismos para mudar o cenário educacional presente
ainda com metodologias totalmente tradicionais, não que se despreze totalmente, e
que não seja em muitos aspectos dotada de significados, mas que abra espaço
para o novo quando é positivo, que não use a leitura e a escrita apenas como
decodificação ou conteúdos que não fazem sentido, mas que estimule, para que o
aluno possa usar o que aprendeu em funções e situações sociais em toda a sua
vida.

        Soares (2003) pontua com muita precisão:

                      Afinal o que é letramento, letrar é muito mais do que alfabetizar é ensinar a
                      ler e escrever dentro de um contexto onde a escrita e a leitura tenham um
                      sentido e faça parte da vida do aluno. O letramento tem como objeto de
                      reflexão de ensino ou de aprendizagem, os aspectos sociais da língua
                      escrita. Assim como objetivo o letramento no contexto do ciclo escolar,
                      implica adotar na alfabetização uma concepção social da escrita, em
                      contraste com uma concepção tradicional que considera a aprendizagem da
                      leitura e produção textual como a aprendizagem de habilidades
                      individuais.Letramento é um termo novo que surgiu nos últimos anos e que
                      supera a alfabetização, acontece antes e durante a alfabetização e continua
                      para todo o sempre. O aluno precisa saber fazer uso e envolver-se nas
                      atividades de leitura escrita (p.23).

        Assim como se faz necessário ao aluno saber fazer uso das habilidades de
leitura e escrita antes de mais nada cabe ao professor e a todo o sistema de ensino
viabilizar através das práticas metodológicas não somente no contexto diário da sala
de aula, mas em várias situações em que se faça exigência. Uma vez que
compreendermos a relevância de se aprender nessa perspectiva de não só
decodificar letras, mas essencialmente compreender o sentido real de uma palavra,
frase ou texto entenderemos que ser Alfabetizado e Letrado é muito diferente de ser
apenas alfabetizado e não fazer uso da leitura e da escrita em contextos sociais, e
que mesmo não sendo alfabetizado mas ser Letrado este último ainda é imperioso.

        É ainda Magda Soares (2006) quem enfatiza:
23



                    A pessoa que aprende a ler e escrever- que se torna alfabetizada e que
                    passa a fazer uso da leitura e da escrita, a envolver-se nas práticas sociais
                    de leitura e de escrita-que se torna letrada- é diferente de uma pessoa que
                    não sabe ler e escrever- é analfabeta- ou, sabendo ler e escrever, não faz
                    uso da leitura e da escrita- é alfabetizada mas não é letrada, não vive no
                    estado ou condição de quem sabe ler e escrever e pratica a leitura e a
                    escrita (p. 36).

      É importante destacarmos com muita relevância,o sentido e o papel do
letramento em todos os espaços e segmentos escolares, pois este processo não se
da somente no ciclo da alfabetização nas séries iniciais, mas se propaga por vários
segmentos de ensino condicionando tornar pessoas letradas desde cedo, da
educação de base,no entanto, é constante a associação de Letramento e
Alfabetização embora os dois termos não se dissocie, há um período natural e hábil
para que o individuo possa se alfabetizar,mas a aprendizagem no processo de
letramento acontece a vida toda.

      E sendo assim direcionamos para outra vertente que na verdade confirma o
quanto é amplo o sentido da prática do letramento e que com conhecimento desta
proposta fica mais viável e possível aplicarmos às nossas práticas pedagógicas
onde se priorize acima de tudo o que é significativo para o aluno dentro de seu
contexto.

      Kleiman (2005) pontua:

                    O professor precisa ter autonomia para decidir sobre a inclusão daquilo que
                    pode e deve fazer parte do cotidiano da escola, porque é legítimo e
                    irremediavelmente necessário, por outro lado, saber a exclusão daqueles
                    conteúdos desnecessários e irrelevantes para a inserção do aluno nas
                    praticas letradas, que parece-nos persistir por inércia e tradição.Finalmente
                    é importante também que haja uma negociação daquilo que pode não
                    interessar momentaneamente o aluno mas precisa ser ensinado pela sua
                    real relevância em nossa cultura e sociedade (p.19).

      Faz-se necessário que a reflexão e a tomada de decisões por parte dos
envolvidos no processo de ensino seja propicio a favorecer uma aprendizagem que
faça sentido para a vida do aluno ao longo de sua vida, que o ato de ensinar não
seja feito de maneira mecânica e com fim somente para trabalhar conteúdos pré-
estabelecidos, mas que sejam sempre modificados e aperfeiçoados para
proporcionar aprendizagens que sejam úteis em todas as esferas da vida do
aprendiz.
24



      Scribner (1984) apud kleiman (2005) reforça a importância do letramento
funcional ou de sobrevivência, ao escrever:

                     A habilidade de letramento em nossa vida diária é óbvia, no emprego,
                     passeando pela cidade, fazendo compras, todos encontramos situações
                     que requerem o uso da leitura ou a produção de símbolos escritos. Não é
                     necessário apresentar justificativas para insistir que as escolas são
                     obrigadas a desenvolver nas crianças, as habilidades de letramento que as
                     tornarão aptas à responder a estas demandas sociais cotidianas.E os
                     programas de Educação Básica tem também a obrigação de desenvolver
                     nos adultos habilidades que devem ter para manter seus empregos ou obter
                     outros melhores, receber treinamentos, e os benefícios que tem direito e
                     assumir suas responsabilidades cívicas e políticas (p.73).

      Considerando o papel do professor como de fundamental importância uma
vez que é ele quem está em contato direto com o sujeito é de extrema
responsabilidade e compromisso consolidar esta proposta pois o ato de ensinar
requer uma metodologia e uma prática que está sempre atrelada a uma teoria.

      Sobre isso Soares (2003) refere-se:

                     De certa forma o fato de que o problema da aprendizagem da leitura e de
                     escrita tenha sido considerado no quadro dos paradigmas conceituais,
                     “TRADICIONAIS”, como um problema sobretudo metodológico, contaminou
                     o método de alfabetização atribuindo-lhe uma concepção negativa: é que
                     quando se fala em metodologia da alfabetização por exemplo identifica-se
                     metodologia imediatamente métodos com os tipos tradicionais de métodos-
                     sintéticos e analíticos(fônico, silábico, global, etc.) como se esses tipos
                     esgotassem todas as alternativas metodológicas.Para a aprendizagem da
                     leitura e da escrita talvez se possa dizer que para a prática da alfabetização
                     tenha-se anteriormente um método e nenhuma teoria:Com as mudanças de
                     concepção sobre o processo de aprendizagem da leitura e da escrita, passa
                     se ter uma teoria e nenhum método (p. 110).

      Podemos perceber que com as mudanças nos sistemas de ensino, e com a
chegada de novas palavras no cenário educacional, ainda perdura dúvidas, e gera
ainda muitos conflitos causando as vezes desentendimento quanto a elucidação de
determinadas propostas, teorias, práticas e metodologias a serem aplicadas ou
desenvolvidas.É preciso uma compreensão a cerca de muitas nomenclaturas novas
em educação e que antes de serem desenvolvidas sejam entendidas e esclarecidas
para que não gere transtornos e objetivos contrários ao que se propõem quando se
decide adotar ou trabalhar na perspectiva de determinadas propostas inclusive do
letramento.

      Como enfatiza Soares (2006) “Letramento é uma palavra ainda desconhecida
ou mal entendida, ou ainda não plenamente compreendida pela maioria das
25



pessoas, porque é palavra que entrou na nossa língua há muito pouco tempo”
(p.19).

          Fica claro que as devidas e necessárias intervenções no que concerne às
práticas de Letramento para possibilitar ao aluno fazer uso da leitura e escrita em
contextos sociais é tarefa fundamental do professor que está atuando e em contato
direto com os sujeitos de ensino, mas também como ratifica (SOARES, 2006) a
verdadeira natureza do letramento são as formas que as práticas de leitura e escrita
concretamente assumem em determinados contextos sociais, e isso depende
fundamentalmente das instituições sociais que propõem e exigem essas práticas.
Letramento é um conjunto de práticas de leitura e escrita que resultam de uma
concepção de o que, como, quando e por quê ler e escrever.

          Freire (2006) vem mediar:

                        Não é possível intervenção sem compreensão do objeto que se pretende
                        atuar ou se está atuando. A leitura do mundo sob permanente processo de
                        intervenção, leitura expressa na língua falada, cedo ou tarde exigira sua
                        complementação pela escrita lida. Por isso é que não há leitura do texto
                        sem leitura de mundo leitura de contexto.É esta uma das violências que o
                        analfabetismo realiza- a de castrar o corpo consciente falante do homem e
                        mulher, proibindo-os de ler e escrever, com o que se limitam, na capacidade
                        de, levar o mundo, escrever sobre sua leitura dele e, ao fazê-lo repensar a
                        própria leitura (p 53).

          Portanto as práticas devem ser repensadas a cada momento em que se
perceber que não se está intervindo de maneira eficiente e satisfatória para a
aquisição desse fenômeno, pois é preocupante que alunos passem tanto tempo na
escola aprendendo a ler e a escrever, e não façam uso dessas habilidades, letrar e
não apenas alfabetizar deve ser condição primordial para o acesso, interação e
participação no meio social, o que a alfabetização por se só não permite. É
imprescindível que elevemos o nível de letramento dos alunos para que obtenham
êxito ao longo das experiências de sua vida e não enfrente dificuldades naturais a
quem ainda não alcançou, como sublinha (SOARES 2006) sabem ler e escrever,
mas enfrentam dificuldades para escrever um oficio, preencher um formulário,
registrar a candidatura a um emprego, os níveis de letramento é que são baixos.
26



2.2 Práticas metodológicas: como se forma leitores?

      Partindo do pressuposto de que a atividade e o objetivo elementar da escola,
é ensinar o aluno a ler e escrever, nos remetemos a compreender estas habilidades,
no sentido do letramento.

      A finalidade principal da escola é, e deve ser ensinar ou levar o aluno a ler e
escrever e que estas competências aconteçam de maneira eficaz e satisfatória, para
que ele use com competência o que aprendeu. É dotada de toda uma importância
todas as disciplinas que se destinam a trabalhar com os alunos, entretanto, ler e
escrever, contar e calcular merece um acentuado destaque e enfatizamos as
habilidades de leitura,ou como se dá esse processo no sistema de ensino.

      Diante da realidade, em que se percebe algumas deficiências e ausências,
quanto a competência de leitores, faz-se necessário compreendermos como se
conceitua o ato de ler.

      A realidade aí exposta, quanto a qualidade e competência de leitura em
nossas escolas, requer um olhar diferenciado, e que dimensione e almeje a
formação de leitores com habilidades diversas, se apoderando dessas habilidades
tão benéficas para que sejam uteis no seu cotidiano.

      Lenner (2002) enfatiza que:

                      O necessário é fazer da escola, uma comunidade de leitores que recorram
                      aos textos buscando respostas para os problemas que necessitam resolver,
                      tratando de encontrar informação para compreender melhor alguns
                      aspectos do mundo que é objeto de suas preocupações, buscando
                      argumentar para defender uma posição para a qual estão comprometidos
                      ou para rebater outra que considerem perigosa ou injusta, desejando
                      conhecer outros modos de vida, identificar com outros autores e
                      personagens ou se diferenciar deles, viver outras aventuras, inteirar-se de
                      outras historias, descobrir outras formas de utilizar a linguagem para criar
                      novos sentidos (p. 17-18).

      Não só partindo do que disse a autora, mas refletindo a partir de outras
leituras, percebemos o quanto a leitura é imprescindível para a atuação, inserção e
mobilização do sujeito que adquire de maneira competente, se tornando útil para
aplicar em seu contexto diário.Infelizmente, ainda é deplorável, o modelo de leitura
que se realiza ou que se dá em nossas escolas, pois, contribui pouco de maneira
ainda incipiente,quando se revela as dificuldades encontradas em relacionar ou
27



distinguir por partes dos nossos alunos, a natureza de diversos gêneros textuais e
suas funções, bem como em muitos casos a incapacidade de interpretar vários tipos
de texto.

      Ainda segundo Lenner (2002):

                      O necessário é fazer da escola um âmbito onde a leitura e escrita sejam
                      práticas vivas e vitais, onde ler e escrever, sejam instrumentos poderosos
                      que permitam repensar o mundo e reorganizar o próprio pensamento, onde
                      interpretar e produzir textos, sejam direitos que é legitimo exercer e
                      responsabilidade que é necessário assumir ( p. 18).

      É preciso pois, repensar o modelo de práticas existentes e impostas ainda
hoje nas escolas que ainda direcionam para o não êxito de formarmos alunos
leitores competentes, pois o que a realidade mostra é que ainda há deficiências que
precisam ser sanadas o quanto antes, e que as práticas realizadas nas instituições
escolares, dimensionem e objetivem contribuir para a formação de leitores
eficientes, porque letrados.

      Cabe à escola proporcionar momentos de leitura significativa, e ao aluno
também o interesse em adquirir com empenho esta habilidade para os vários usos
em que se exigirão em sua vida. É importante que o tempo vivido na escola seja
válido e consolidado com práticas fundamentais que viabilizem uma aprendizagem
rica de sentidos e expressiva na realidade prática e diária do aluno.

      Cagliari (1998) se expressa da seguinte forma:

                      Neste país, o aluno passa 8 anos na escola de 1º grau, 3 anos na de 2] grau
                      e pode passar mais 4 na faculdade, sem contar o ano de cursinho
                      preparatório e as reprovações...e, se um especialista em problemas
                      relacionados à língua portuguesa fizer uma pesquisa, para ver o que esse
                      aluno aprendeu em mais de uma década de estudos, sem duvida ficará
                      decepcionado.Então o que o aluno fez nesses anos todos de escola? Será
                      que o ser humano precisa de tanto tempo para aprender tão pouco? O que
                      está errado nesta história? (p. 7-8).

      São inúmeros os fatores envolvidos, quanto a aprendizagem, especificamente
em se tratando de leitura, fator preponderante no âmbito escolar. Resolver os
problemas de imediato torna-se tarefa quase impossível, mas, refletindo, estudando,
objetivando capacitar os alunos a serem leitores aptos a interpretar os vários tipos
de textos e de leitura, em uma interação conjunta com todos os envolvidos no
28



processo escola, é possível, viável e provável mesmo que aconteça aos poucos e
gradativamente.

       Ensinar e proporcionar momentos significativos de leitura para que sejam de
fato letrados não é tarefa somente do professor de português, mas uma tarefa
conjunta vinculada com todos os professores envolvidos das respectivas áreas do
conhecimento em que atuam, pois para saber interpretar qualquer texto, questão, ou
enunciado de uma outra disciplina que não seja português, é preciso saber ler e ler
bem.

       Miguel Arroyo (2011) salienta:

                     Supõe-se que a partir da área que se chega à cidadania, ao sujeito inserido
                     e participativo. A lógica que é proposta a cada professor parece ser esta:
                     não esqueça que sua função é formar o cidadão, mas como? Sendo um
                     bom, excelente professor (a) de sua matéria. Não esquecendo que a
                     Matemática, as Ciências, a Escrita, a Geografia, a Historia, a Arte, a
                     Educação Física, todo conhecimento que ensinares, toda competência que
                     cultivares ampliará as possibilidades de inserção e de participação social,
                     formará as capacidades intelectuais, éticas estéticas, indenitárias,
                     desenvolvimento mental.Ensinemos os conteúdos de cada área e
                     estaremos viabilizando a capacidade dos alunos de exercerem plenamente
                     sua cidadania (p. 108-109).

       Diante do exposto fica claro contatarmos a importância do envolvimento e
compromisso de todo corpo docente, para promover a inserção de aluno leitores e
sendo assim cidadãos plenos nas mais variadas situações, tanto dentro quanto fora
da escola. Estas considerações entre as necessárias intervenções e contribuições
entre todos os envolvidos, possibilitará alcançar o que mais se objetiva na escola,em
especial, ensinar a ler e escrever, mas que esta leitura deve ir além do decodificar
letras, palavras ou frases mas que acima de tudo, o leitor interprete com clareza e
compreenda o que está explicito nas entrelinhas.(FREIRE, 2006).

       Segundo Soares (2006):

                     Ler é um conjunto de habilidades e comportamentos que se estendem
                     desde simplesmente decodificar sílabas ou palavras até ler GRANDE
                     SERTOES VEREDAS de Guimarães Rosa... Uma pessoa pode ser capaz
                     de ler um bilhete, ou uma história em quadrinhos e não ser capaz de ler um
                     romance, um editorial de jornal.Assim, ler é um conjunto de habilidades,
                     comportamentos, conhecimentos que compõem um longo e complexo
                     continum, em que ponto desse continum uma pessoa deve estar para ser
                     considerada alfabetizada? No que se refere a leitura? A partir de que ponto
                     desse continum uma pessoa pode ser considerada letrada, no que se refere
                     à leitura? (p. 57)
29



      A amplitude de questões no que se refere a leitura é muito extenso, e requer
acima de tudo conhecimento e preparo por parte de alunos, professores e todos os
envolvidos direta e indiretamente, pois como dizia Freire ( 2006) “ensinar a ler e
escrever não é uma questão técnica é uma questão política”(p15). A aquisição da
leitura não se dará penas por uma parte técnica de ensinar ao aluno a junção de
letras formando sílabas, sílabas formando palavras e palavras frase (FREIRE, 2006)
mas fazer entender a função e a finalidade do que esta escrito, para fazer uso no
seu dia a dia, não se restringindo apenas na escola mas em toda a sua vida.

      E ao professor é atribuído uma responsabilidade que é fundamental para a
viabilização dessa proposta de ir além do simples decodificar letras e palavras, mas
compreender o que significa, e onde se aplica o que aprendeu.

      Kleiman (2005) vem mediar:

                    O letramento nada mais é do que a preocupação com a inserção dos
                    gêneros significativos que estão a todo tempo na vida do indivíduo.O
                    professor é o principal articulador e mediador deste novo conceito, pois será
                    ele quem decidirá sobre quais os conteúdos importantes para o individuo
                    se transformar e transformar a sociedade na qual está inserido. O tema é
                    amplo seu conhecimento se faz necessário (p.4).

      Mais uma vez percebemos a grandiosidade e importância do professor nesse
processo, e que, se bem articulado, e trabalhado por todos para alcançar o mesmo
objetivo, como sendo formar o aluno letrado, será possível pois, com a mudança e a
contribuição que não pode ser feita por uma pessoa só, ela nasce do desejo da
gente sim, mas é coletiva social.Todos nós temos de assumir responsabilidades no
processo geral da mudança.(FREIRE, 2006).

      Existe ainda muitos fatores de ordem maior, que precisam ser analisados com
muito cuidado, responsabilidade e competência, assim como encarar muitos
desafios para reverter esse quadro que ainda atua, no sentido de que não se está
alcançando na escola leitores que leiam de modo expressivo que demonstrem
claramente que já se alcançou esta habilidade de forma competente.E uma das
principais mudanças e é necessário acentuar, está no repetido e válido discurso da
formação e compreensão do professor em relação as sua práticas e metodologias,
que ainda reflete em idéias e concepções de um modelo tradicional de ensino, que
se confronta às vezes com sua precária formação.
30



      É indispensável, pois, conhecimento e preparo, em todos os segmentos e
níveis em que se está atuando, contribuindo de maneira sólida para a aquisição de
alunos leitores, e que se trabalhe de maneira profunda em cada série ou nível, não
atribuindo ou negando responsabilidades que na verdade cabe a todos os
profissionais envolvidos, a alcançar um objetivo que é comum a todos, ao menos, é
o que se almeja.

      Parece contraditório quando (CAGLIARI, 1998) expressa que parece muito
estranho querer tratar de gênero gramatical na alfabetização, isso deve ser
preocupação do ensino somente em séries mais avançadas.

      O que pretendemos acentuar é que muito do que está se evidenciando hoje,
no âmbito escolar é que muitas das habilidades a serem adquiridas pelos alunos em
determinados níveis de ensino e aprendizagem, é que ainda perdura uma certa
indefinição de papéis quando ao que, como e porque ensinar, precisando
urgentemente se ter claro, cada um o seu papel e seus objetivos quanto a levar o
aluno tão somente a ler e escrever com autonomia, competência e precisão.

      Não poderemos obter qualquer êxito para a nossa satisfação enquanto papel
cumprido, que é o de levar o aluno ler com eficácia, na perspectiva do letramento, se
houver certo individualismo de cada um que acha que não é papel seu ou que não
compete à sua disciplina ensinar a ler ou escrever. Para alcançarmos este objetivo
será indispensável e até mesmo obrigatório a participação de todos neste processo.

      É ainda Cagliari (1998) quem subsidia:

                     Se todos os professores incluindo não só os da alfabetização, mas também
                     os demais, partirem da realidade de seus alunos, no começo do ano, para
                     ensinar o que acham que deve ser ensinado, tem-se um argumento a mais
                     para a promoção automática na escola. Uma programação geral deve ser
                     distribuir conteúdos básicos para serem ensinados ao longo dos oito anos
                     do primeiro grau.Se um aluno não aprendeu direito um ponto num ano, o
                     professor do ano seguinte, em vez de reclamar do colega, tem de assumir
                     seu papel e ensinar a esse aluno o que ele precisa saber (p. 71).

      Esta fala do autor é o cerne central da discussão da problemática a qual nos
propusemos, que com certeza, ainda precisa ser vinculada nas nossas propostas e
práticas de ensino de maneira que toda dimensão da leitura e formação de leitores
sejam sintetizados em alguns poucos objetivos, que é promover alunos letrados,
31



com o comprometimento de todos os professores, não importando a disciplina que
ensina nem tampouco o seu segmento.


2.3 Falando um pouco sobre a educação básica

          A forma de organização que se dá nas escolas brasileiras ainda precisam ser
analisadas e compreendidas, quanto ao objetivo a que se propõem tantos processos
que se modificam constantemente e fragmentam o ensino, o que deveria se tornar
unidade com condições que possibilite ao aluno o seu desenvolvimento e
aperfeiçoamento de forma progressiva, contínua e integradas em todo o processo de
ensino e aprendizagem, e aqui salientamos a necessidade de práticas de leitura e
escrita     nos   contextos   de   letramento,    em    toda    a   educação      básica,mais
especificamente no ensino fundamental.

          É importante entendermos um pouco sobre a Educação Básica, que
compreende a Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio e neste
contexto nos remetemos mais sobre o Ensino Fundamental, especificamente as
séries finais deste respectivo segmento, que constitui parte intermediária e
fundamental que sucede a Educação infantil e antecede o Ensino Médio
completando assim o que compõe a Educação Básica.

          As mudanças que ocorreram na Educação e ainda ocorrem ao longo do
tempo, no que se refere às leis e normas bem como o aperfeiçoamento, alterações
ou emendas no sistema educacional, assim como nomenclaturas que caracterizam e
intitulam o sistema de ensino, merecem um olhar mais contextualizado e uma clara
compreensão do que vem a ser políticas públicas educacionais, sobretudo o estudo
da lei maior em Educação, LDBEN (Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional).

          Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) explica que:

                       A nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei Federal n.
                       9.394), aprovada em 20 de dezembro de 1996, consolida e amplia o dever
                       do poder público para com a educação em geral e em particular para com o
                       ensino fundamental. Assim, vê-se no art. 22 dessa lei que a educação
                       básica, da qual o ensino fundamental é parte integrante, deve assegurar a
                       todos “a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e
                       fornecer-lhes meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores”,
32



                     fato que confere ao ensino fundamental, ao mesmo tempo, um caráter de
                     terminalidade e de continuidade (p. 15).

      A Educação básica ainda é um conceito definido no art. 21 como nível de
educação nacional e que congrega articuladamente as três etapas que estão sob
esse conceito: a Educação infantil, o Ensino Fundamental e o Ensino Médio
(PCNs).Analisando a partir da etimologia da palavra básica, como fundamental,
essencial, indispensável é este período para o educando, a passagem pela
educação básica como desenvolvimento de suas funções psíquicas e orgânicas,
como o aprimoramento para estudos posteriores.

      Podemos considerar, a partir desse contexto, e que merece uma análise mais
detalhada com mais ênfase é que compreendamos que é no Ensino Fundamental
como sendo um período de aprendizagem essencialmente básico, que se deve
adquirir os níveis elementares de leitura e escrita para dar continuidade e prosseguir
até o final da Educação Básica, denominado Ensino Médio e também a outras
etapas posteriores a este.

      No art. 205 da constituição federal de 1988: “A educação, direito de todos e
dever do estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da
sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”.

      Vale ressaltar que este artigo 205 precisa ser mais refletido mais estudado e
discutido nos espaços onde merece ser analisados para que se torne menos
distante a teoria e a prática. A realidade que ocorre em nossas escolas
especificamente a pública, precisa ser redirecionada, para práticas realmente
verdadeiras que de fato aconteça esse ensino pautado no dever da família
inicialmente, e práticas que almejem a formação de cidadãos autônomos, críticos e
qualificados para o trabalho e para as variadas situações que enfrentarão na vida,
desde a Educação Básica.

      Conforme Almeida (1998):

                     Quanto mais amadurecidas forem nossas propostas e seriamente
                     discutidas, menores serão as nossas ilusões e maiores as expectativas de ir
                     traçando um horizonte mais promissor para a democratização e
                     universalização da educação básica (p. 48).
33



      É extremamente importante em todos os níveis da Educação Básica
refletirmos sobre as nossa Práticas e propostas que venham a ser desenvolvidas,
bem como as estratégias e objetivos que irão nortear o andamento do nosso
trabalho. E ainda neste contexto, nos referimos especificamente as práticas na
perspectiva do Letramento, ainda no que se refere às nossa práticas, Brandão
(2001), ressalta que:

                        Acreditamos que ao levar o aluno a aprender a ler as estratégias discursivas
                        com que se tecem os diferentes gêneros, o professor estará contribuindo
                        com sua parcela de formar cidadãos em seu pleno desenvolvimento.
                        Contudo para que o professor possa de fato dar a sua parcela de
                        contribuição, é preciso que tenha clareza das noções que nos levarão o seu
                        fazer pedagógico. Deve-se evitar uma postura pretensamente arrogante que
                        tantas vezes toma conta do mundo acadêmico e do mundo das instituições
                        que regem a educação baseada na apresentação de propostas de
                        aplicação de tal e tal teoria, sem o lastro entre o estreitamento entre o que
                        se quer e o que é possível fazer pode proporcionar (p. 43).

      Considerando a importância do Ensino Fundamental como tempo que deve
ser assegurado ao aluno obter as habilidades e competências necessárias a
percorrer uma etapa posterior de ensino, faz-se necessário uma retomada de
estudos, reflexões e práticas vinculadas no sentido de promover a formação de
cidadãos aptos a participar da vida social.

      O que pretendemos enfatizar como sendo parte altamente relevante quando
falamos em Educação Básica, especificamente no Ensino Fundamental é que é
exatamente nesta etapa que o ensino e a aprendizagem deve acontecer de maneira
eficiente e satisfatória para que se alcance durante este tempo os objetivos
indispensáveis a serem alcançados para a aquisição de capacidades, habilidades e
maturidade compondo assim conhecimentos prévios e essenciais para uma
promoção à etapa posterior.

      É nesta etapa da educação básica que o ensino e aprendizagem merecem
um alicerce que fundamente e possibilite o ingresso em séries posteriores, levando o
aluno, para o desenvolvimento da sua criticidade, autonomia, independência e
eficiência com os sistemas de escrita e leitura das quais irá utilizar por toda a sua
vida dentro e fora da escola, espaço este que deve ser oferecido essa formação e
capacitação essencialmente, embora não seja o único, levando-se em conta que o
aluno adquire outras habilidades e competências também fora do âmbito escolar.
34



Mas o que queremos sublinhar aqui é que é essencialmente na escola que as
habilidade e conhecimentos úteis a serem utilizados por o aluno na sua vida
profissional e social devem ser adquiridos na escola e que esta aquisição seja
eficiente, necessitando reformular ou reorganizar as práticas que muitas das vezes
não colaboram para uma aprendizagem significativa, que proporcione e estimulem o
aluno ao prazer em aprender e permanecer na escola.

      Fernando Beck (2003), vem assim se expressar :

                     Os alunos não suportam repetir o que não lhes faz sentido, por outro lado, a
                     verdadeira aprendizagem escolar, deveria visar o aumento da capacidade
                     de aprender, tão importante nos dias atuais, e não apenas acumular
                     conteúdos; conteúdos freqüentemente inúteis. Além disso, a escola pública
                     poderia pensar em tentar conjugar, na prática pedagógica e didática, outros
                     verbos além do verbo repetir, para redefinir sua função didática pedagógica:
                     fazer, compreender, criar, inventar, sentir, abstrair, experienciar,
                     transformar, desafiar e etc. E inspirada no pensamento de Paulo freire
                     conjugar verbos como: buscar, indagar, intervir, escutar, dizer, falar, pensar,
                     perguntar, dialogar, mudar, transformar, pesquisar, conscientizar-se, refletir
                     a prática, ousar o novo e etc. Só isso já provocaria uma mudança de
                     perspectiva (p.32).

      Neste sentido é que precisamos urgentemente reelaborar e redirecionar as
nossas práticas, e que estas possam ser pontes, ligando o objetivo que se tem e as
ações que se desenvolverão.

      Os PCNs (2006) enfatiza que:

                     As discussões dessas questões são importante para que se explicitemos
                     pressupostos pedagógicos que subjazem à atividade de ensino, na busca
                     de ocorrência entre o que se pensa estar fazendo e o que realmente se
                     faz.Tais práticas se constituem a partir das concepções educativas e
                     metodológicas de ensino que permearam a formação educacional e o
                     percurso profissional do professor, aí incluída suas próprias experiências
                     escolares, suas experiências de vida, a ideologia compartilhada com seu
                     grupo social e as tendências pedagógicas que lhe serão contemporânea (p.
                     39).

      É de enorme responsabilidade e importância a prática pedagógica do
professor, pois esta bem trabalhada e compreendida do ponto de vista do docente,
pois será estabelecida com fins claros e objetivos determinado com as devidas
intervenções para se alcançar o que se objetiva, neste sentido aluno letrados,
capazes de agir e interagir nas situações cotidianas da escola e da vida.

      É ainda os PCNs (2006) que colabora:
35



                     Embora a escola vise a preparação para a vida,não busca estabelecer
                     relação entre os conteúdos que se ensinam e os interesses dos alunos,
                     tampouco entre esses e os problemas reais que afetam a sociedade.Na
                     maioria das escolas essa prática pedagógica se concretiza por sobrecarga
                     de informações que são veiculadas aos alunos, o que torna o processo de
                     aquisição de conhecimento, para os alunos, muitas vezes burocratizados e
                     destituído de significação (p17).

       Um dos objetivos gerais que os (PCNs) destacam além de outros não menos
importante, mas que aqui queremos acentuar diz que:“posicionar-se de maneira
critica, responsável e construtiva nas diferentes situações sociais utilizando o dialogo
como forma de mediar conflitos e de tomar decisões coletivas”(p. 107). Além de
outro que também destacamos: “utilizar as diferentes linguagens - verbal,
matemática, gráfica, plástica e corporal - como meio para produzir, expressar e
comunicar suas idéias, interpretar e usufruir das produções culturais, em contextos
públicas e privados, atendendo as diferentes intenções e situações de comunicação
(p. 108)”.

       Pretendemos enfatizar a relevância desse objetivos aqui citados, e
compreender através da ótica do sistema educacional o qual é inteiramente
responsável pela concretização desse objetivos além da responsabilidade de todos
os envolvidos neste processo, que são os profissionais da educação envolvidos
direta ou indiretamente.

       Cabe à escola de maneira geral organizar, planejar, projetar e articular todas
as estratégias possíveis para a viabilização e alcance de objetivos, levando-se em
consideração que esta não é tarefa fácil, mas quando todos se juntam para alcançar
um mesmo fim torna-se tarefa ainda difícil, mas possível.

       E os PCNs (2001) asseguram que: “Apesar de a responsabilidade ser
essencialmente de cada professor, é fundamental que esteja compartilhada com a
equipe da escola por meio da co-responsabilidade estabelecida no projeto educativo
(p 52)”.

       A Educação Básica como já insinua o nome, deve oferecer de maneira
significativa e competente o alcance das habilidades básicas necessárias ao aluno,
atuar de maneira autônoma e eficiente na sociedade em que vive, e é na escola
onde se coloca toda a responsabilidade para o alcance dos objetivos citados
anteriormente, e que compete oferecer esta educação básica, para que o individuo
36



possa interagir não só profissionalmente mas pessoalmente nas várias situações
que se fará necessário fora da escola.

       É parte integrante da escola, em todos os segmentos que constituem a
educação básica, proporcionar condições elementares e dotadas de significância e
eficiência para a atuação competente e fundamental do individuo no âmbito social. E
dentro deste contexto se atrela a uma mudança geral e até radical de todos os
processos educacionais envolvidos, que parte de quem elabora as normas e os
objetivos de ensino, até a quem cumpre e realiza,assim como o currículo e algumas
práticas existentes ainda, consiste em um ponto fundamental e que requer reflexão e
ação, no sentido de fazer uma análise com cuidado e clareza, pois muitas das
práticas metodológicas desenvolvidas ainda hoje, no que se refere ao cumprimento
do currículo escolar, são metodologias e posturas que ainda revelam um certo
despreparo, que impedem de inserir propostas e desenvolver um trabalho de
maneira que dimensione e vincule práticas capazes de levar o aluno a interagir e se
construir de maneira critica,   reflexiva e autônoma, o que aulas simplesmente
expositivas, exclusivamente voltada para o cumprimento de um número considerável
de conteúdos em cada unidade escolar não é possível. Cardoso (1991), expressa
que: “A prática pedagógica consciente e politizada, pressupõe vínculos entre meios
e fins, vontade, consciência dos objetivos da prática e noção exata da própria
potência dos atos para presenciá-los na ação criatividade e não prática repetitiva
(p.24)”.

       O alcance de uma educação de qualidade pois, está atrelado a inúmeros
fatores os quais é inteiramente de responsabilidade e competência de todos os
envolvidos no processo educativo, e que requer constantemente análise, reflexão
critica e percepção, além de uma acentuada capacidade e maturidade para perceber
quais são os entraves que ainda dificultam o alcance dos objetivos propostos, e
sendo assim a sua concretização.

       Quando os (PCNs, 2001) sublinham que o plano decenal de educação, em
consonância com o que estabelece a constituição de 1998, afirma a necessidade e a
obrigação de o estado elaborar parâmetros claros no campo curricular, capazes de
orientar as ações educativas do ensino obrigatório, de forma a adequá-los aos ideais
democráticos e à busca da melhoria da qualidade do ensino nas escolas brasileiras,
37



acrescentamos e enfatizamos, que são os envolvidos no sistema de ensino
diretamente, quem deverão fazer as alterações e adaptações possíveis, no referido
currículo escolar,de modo que a sua execução seja adequada e conveniente para a
consolidação e alcance dos objetivos,pois sem as devidas intervenções tanto na
elaboração quanto no cumprimento do currículo, não será possível obter resultados
satisfatórios e com êxito na aprendizagem que se idealiza acima de tudo no âmbito
escolar.

      Conforme ainda acentua os (PCNs, 2001) os altos índices de repetência e
evasão apontam problemas que evidenciam a grande insatisfação com o trabalho
realizado pela escola, o que reafirma e ratifica todo o contexto das questões aqui
apresentadas bem como sua relevância ao discutirmos pertinentemente sobre
Educação Básica.

      E mais especificamente dentro desse contexto é que enfatizamos aqui a
necessidade de um trabalho voltado para práticas de leitura e escrita em contextos
de letramento, ao longo da educação básica para redirecionarmos os resultados que
ainda surgem como negativos quanto aos objetivos e papel da escola.
38




                                     CAPÍTULO III


3 METODOLOGIA

        A importância da pesquisa se dá quando surge um problema, uma
inquietação a partir de um questionamento que provoca curiosidade de compreender
como se dá ou acontece determinado processo, e quando se tem um objetivo em
descobrir sobre algo o que resultará no objeto de pesquisa.

        O interesse o questionamento, é a base capaz de elucidar uma pesquisa para
buscar a resposta ou compreensão de como algo acontece, onde, quando e por que
acontece. A busca por uma resposta ou resultados que se quer alcançar, acontece
essencialmente através da pesquisa, organizada, elaborada e motivada por algo que
se pretende descobrir.

        Compreender práticas que se opõem e se complementam simultaneamente
como teoria e prática, será possível através do conhecimento pois, compreendemos
que conhecer é a forma mais competente para poder intervir, com aquilo que será
reflexão e também ação do objeto que se interessa e pretende-se pesquisar.

        (FAZENDA 1991) refere-se à pesquisa como uma atividade de investigação
capaz de oferecer e portanto produzir um conhecimento “novo” a respeito de uma
área ou um fenômeno,sistematizando-o em relação ao que já se sabe a respeito
dele.

        Pretendemos ressaltar que o conhecimento prévio que tínhamos antes da
pesquisa no que se refere ao tema em questão, se dava ainda de maneira
incipiente, o que nos estimula a realizar esta pesquisa com o objetivo de conhecer
mais e melhor para melhor intervir, onde se fizer necessário para alcançarmos de
fato os objetivos a que se propõem.

        E ainda mais objetivando o que Ludke (1986) ratifica com muita precisão:

                      O professor que faz pesquisa tem muito mais consciência do que fazer em
                      sala de aula, na parte pedagógica, como também saber porque alguns
                      alunos vão bem, outros não.A pesquisa tem que investigar aspectos
                      relevantes que vão subsidiar aquela prática.
39



                        De fato as pesquisas realizadas nas instituições pesquisadas buscam novas
                        metodologias e/ou práticas de ensino, elaboração de material didático e
                        reformas curriculares, visando a melhoria da prática docente na escola
                        básica (53)”.

      Sendo assim é o que buscamos através dessa pesquisa, encontrarmos
fatores ou analisarmos, averiguarmos para que a partir da nossa percepção e
compreensão de inúmeros fatores que tornam ainda práticas que não condizem com
objetivos, especificamente no que se refere ao nosso problema de pesquisa,
buscarmos algumas soluções mesmo que difíceis mas não impossível, para
mudarmos e revertermos o quadro que por vezes ainda se dá de maneira
insatisfatória para os objetivos que se quer alcançar.

      Enfatizamos ainda que esse processo só será possível mediante a ação
conjunta de todos os envolvidos no processo educativo bem como a clareza e a
razão de por que pesquisar e para que pesquisar, entendendo que a cada elemento
novo que surge durante a pesquisa, é algo que se complementa para a elucidação
completa de uma pesquisa, juntando fatores que se tornam indispensáveis nessa
ação de pesquisar.

      É o que reafirma Fazenda (1991):

                        A compreensão de um fenômeno só é possível com relação á totalidade à
                        qual pertence (horizonte da compreensão). Não há compreensão de um
                        fenômeno isolado; uma palavra só pode ser compreendida dentro de um
                        contexto. Um elemento é compreendido pelo sistema ao qual se integra e,
                        reciprocamente, uma totalidade só é compreendida em função dos
                        elementos que a integram (p.101).

      E Ludke (2001) sublinha que “os dados da minha pesquisa alimentam a
minha prática de ensino e a minha prática de ensino fornece dados para a minha
pesquisa, na prática docente na sala de aula surge elementos novos para serem
investigados (p.31)”.

      É possível pois uma reflexão e uma ação que seja realizada de forma
competente e real para que a pesquisa não decorra em um simples ato sem
fundamentos e práticas que respaldem a importância e necessidade de se pesquisar
descobrir o que se pesquisou e intervir para completar e somar novos saberes e
novas práticas bem como novas atitudes, a serem tomadas para a concretização de
todas as ações pensadas, elaboradas e objetivadas.
40



      Partindo desse breve enfoque sobre o que é pesquisar mesmo que de
maneira ainda incipiente, assinalamos e destacamos que a nossa pesquisa será de
teor qualitativo, em vista disso Bogdan e Biklen (1982) apud LUDKE E ANDRÉ,
1986, p.11); “A pesquisa qualitativa supõe o contato direto e prolongado do
pesquisador com o ambiente e a situação que está sendo investigada”.Enfatizamos
que é por meio e através dessa vertente que optamos e explicamos o cunho da
nossa pesquisa.


3.1 Instrumentos da Pesquisa

      Para execução da pesquisa e para a obtenção dos resultados que se
pretendeu alcançar, foram necessários alguns procedimentos que evidenciam os
caminhos   da      pesquisa,    que     denominamos:        Entrevista     semi-estruturada       e
Questionário fechado.


3.1.1 Entrevista

      A escolha por este instrumento se deu através da concepção de que este
recurso nos possibilita e proporciona uma série de informações relevantes e eficazes
a que pretendemos investigar por estarmos em contato direto com o objeto a ser
pesquisado, o que outros instrumentos de coleta de dados talvez não viabilize e que
embora seja um dos mais trabalhosos seja no que se refere à sua análise e
interpretação dos dados colhidos, seja um dos mais ricos e potenciais nas
aquisições de informações que se pretende descobrir.

      Ludke e André (1986) assim se referem a este instrumento de coleta de
dados:

                       Ao lado da observação, a entrevista representa um dos instrumentos
                       básicas para a coleta de dados, esta é uma das principais técnicas de
                       trabalho em quase todos os tipos de pesquisa utilizados nas ciências
                       sociais.Mais do que outros instrumentos de pesquisa, que em geral
                       estabelecem uma relação hierárquica entre o pesquisador e o pesquisado,
                       como na observação unidirecional, por exemplo, ou na aplicação de
                       questionário ou de técnicas projetivas, na entrevista a relação que se cria é
                       de interação, havendo uma atmosfera de influência recíproca entre quem
                       pergunta e quem responde (p. 33).

      A entrevista permite       pois    uma gama rica de informações que talvez se
destaca dos demais instrumentos por possibilitar um contato direto com os
41



entrevistados,trazendo inúmeros elementos que possam surgir, durante esse tempo
de diálogo e interação.


3.2 Lócus da pesquisa

      Essa pesquisa se realizou na Escola Municipal Antônio Bastos de Miranda,
em Missão do Sahy, povoado situado a 8km do Município de Senhor do Bonfim-Ba.
A escola tem como diretora Sheila Lima Aguiar, eleita pela comunidade para gestar
durante os anos letivos 2011 e 2012. Funciona durante os três turnos, matutino com
ensino fundamental II (6º ao 9º ano) vespertino com (4º ano e 5º ano) e noturno com
EJA (Educação de jovens e adultos).

      Sua estrutura física é composta por quatro salas de aulas, uma sala de
recursos onde atende os alunos com NEE (Necessidades Educacionais Especiais),
uma diretoria, uma sala de informática, um pátio pequeno, três banheiros, uma
cantina e um pequeno almoxarifado. Sua estrutura não é suficiente para compor o
número total de alunos que somam um total de 207, por este motivo, quatro turmas
do turno vespertino ocupam o espaço do colégio estadual concedido e autorizado
através de solicitação pela Secretaria de Educação Municipal com a diretoria da
DIREC 28 de Senhor do Bonfim.

      A escola possui também uma extensão, anexo onde é oferecido a educação
infantil no turno matutino e o ciclo (CBAi, CBASI, CBASII, que significa ciclo básico
inicial e ciclo básico seqüencial) no turno vespertino.

      Assinalamos ainda que os espaços cedidos à escola Antônio Bastos pela
secretaria estadual será por tempo determinado o que ocasiona e acarreta inúmeros
problemas e que dificultam o bom andamento e aproveitamento das práticas e
atividades escolares.


3.3 Sujeitos da pesquisa

      Os principais sujeitos dessa pesquisa foram essencialmente os professores
do Ensino Fundamental ll da referida escola, que atuam em sala de aula nos
respectivos dias de suas aulas, conforme o cronograma de aula, foram esses
professores bem como suas práticas pedagógicas que viabilizaram e forneceram
Monografia Fátima Pedagogia 2012
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  • 1. 1 MARIA DE FÁTIMA SOUZA OLIVEIRA LETRAMENTO NAS SÉRIES FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL: PROFESSORES E SUAS PRÁTICAS METODOLÓGICAS Monografia apresentada como pré requisito para conclusão de curso de licenciatura em pedagogia, habilitação e docência em processos educativos, da Universidade do Estado da Bahia- UNEB, Departamento de Educação- Campus Vll. Orientador: Profº Pascoal Eron Santos de Souza SENHOR DO BONFIM 2012
  • 2. 2 MARIA DE FÁTIMA SOUZA OLIVEIRA LETRAMENTO NAS SÉRIES FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL: PROFESSORES E SUAS PRÁTICAS METODOLOGICAS Aprovada em ______/______/______ _______________________________ Avaliador _______________________________ Avaliador ___________________________________ Pascoal Eron Santos de Souza Orientador SENHOR DO BONFIM 2012
  • 3. 3 AGRADECIMENTOS A Deus, ser supremo de todo o universo e dono de todas as coisas visíveis e invisíveis que restabelece e revigora as nossas forças e ânimo, quando as vezes pensamos em desistir da caminhada, a Ele toda honra, toda glória e todo louvor para sempre. A nossa Senhora de Fátima minha mãe celestial, e intercessora, a quem tenho como devoção e modelo de mãe, filha, e esposa. Agradeço de modo fraternal, a toda a minha família,e com singular afeto as minhas irmãs Luciana e Cristiana pelo apoio e incentivo, durante essa jornada, e de uma forma especial ao meu esposo Freitas,pela paciência “as vezes”,apoio, compreensão e colaboração com o transporte para chegar até a universidade. Expresso de forma carinhosa o meu sincero agradecimento a todos os meus amigos da turma pedagogia 2008.1por me acrescentarem saberes e experiências durante esses 4 anos em que estivemos juntos sujeitos aos mesmos desafios, lutas, vitórias e rumo aos mesmos objetivos.Agradeço a compreensão também dos colegas de trabalho pelas vezes em que precisei me ausentar durante esse processo de TCC, aos outros pela compreensão durante o tempo em que me mantive ausente nas rodas de conversas e bate papo. Sou grata de uma maneira particular e especial a minha amiga e companheira de jornada, caminhada,trabalho e de todas as horas, Joseneide Barbosa , com quem sei que posso contar sempre, com a sua linda sincera e genuína amizade,você foi pedra angular e fundamental nesta caminhada. Agradeço de um modo especial ainda e admirável ao meu orientador pascoal Eron sem o qual a realização desse trabalho se tornaria mais difícil,pois pude contar com a sua colaboração,paciência,compreensão e seu tempo, todas as vezes em que precisei ser orientada, presencialmente , via email, ou telefone,sem subterfúgios. Não teria palavras para descrevê-lo,pois é um grande exemplo de sabedoria, simplicidade e humildade o que o torna uma pessoa especial,um profissional singular,um modelo e referencial de Educador extraordinário,e indescritível. E por fim aqueles que contribuíram direto ou indiretamente para a concretização desse trabalho,minha sincera gratidão.
  • 4. 4 “Começar a dizer nunca é tarefa simples. E começar a escrever torna-se trabalho árduo e duplamente complexo” (TFOUNI) “Quem se perde apenas na leitura dos textos dictomizada do mundo,e do contexto dos textos, se esborracha constantemente.É preciso ter a sensibilidade, a capacidade de ler o mundo e não de ler os textos” (PAULO FREIRE)
  • 5. 5 RESUMO Este estudo apresenta algumas reflexões sobre as contribuições das práticas metodológicas dos professores das séries finais do Ensino Fundamental para o processo de formação de sujeitos letrados. A pesquisa que deu origem a este trabalho foi desenvolvida na Escola Antônio Bastos, situada em Missão do Sahy no município de Senhor do Bonfim-Ba. Os fundamentos teóricos que embasam este texto foram construídos a partir da obra de autores como Soares (2006), Kleiman (2005), Freire (2006) Cagliari (1996) e outros. A metodologia utilizada foi de cunho qualitativo, escolhendo como instrumentos de coleta de dado o questionário fechado e a entrevista semi-estruturada. Os sujeitos da pesquisa foram os professores do Ensino Fundamental da escola acima mencionada. Pode-se considerar que embora ainda reine algumas confusões referentes aos conceitos de letramento, na maioria das práticas dos professores, há contribuições para tornar os alunos letrados; no entanto, um dos maiores desafios que a escola precisa enfrentar é possibilitar condições ao sujeito de ser capaz de fazer uso da leitura e escrita em práticas sociais, sendo necessário o seu domínio pleno e a habilidade de interpretar, fazendo uso da leitura, respondendo às exigências para inserir-se no mundo letrado. Palavras–chave: Práticas metodológicas, Ensino fundamental, Letramento e Alfabetização.
  • 6. 6 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 7 CAPITULO I: PROBLEMATIZAÇÃO ......................................................................... 9 CAPITULO II:FUNDAMENTOS TEÓRICOS ............................................................ 19 2.1 Letramento: que palavra é essa? ............................................................. 19 2.2 Práticas metodológicas: como se forma leitores? ..................................... 26 2.3 Falando um pouco sobre a educação básica ........................................... 31 CAPÍTULO III: METODOLOGIA ............................................................................... 38 3.1 Instrumentos da Pesquisa ........................................................................ 40 3.1.1 Entrevista ............................................................................................... 40 3.2 Lócus da pesquisa .................................................................................... 41 3.3 Sujeitos da pesquisa ................................................................................. 41 CAPÍTULO IV: ANALISANDO E INTERPRETANDO OS RESULTADOS ............... 43 4.1 Perfil dos sujeitos ................................................................................... 43 4.2 Análises das Entrevistas ........................................................................ 45 4.2.1 A compreensão que os docentes tem sobre Alfabetização e Letramento ........................................................................................... 46 4.2.2 A quem cabe a tarefa de alfabetizar: ........................................... 48 4.2.3 Alunos que chegam nas séries finais do Ensino Fundamental sem dominar a Leitura e a Escrita: .............................................................. 50 4.2.4 Práticas metodológicas dos professores que contribuem para o letramento ............................................................................................ 57 4.2.5 Como a escola tem contribuído para o letramento dos alunos ... 62 4.2.6 Algumas considerações dos nossos entrevistados sobre as práticas metodológicas, seus objetivos e a importância do letramento para a formação dos nossos alunos..................................................... 68 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 75 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 78 APÊNDICES...............................................................................................................81
  • 7. 7 INTRODUÇÃO A reflexão sobre o emprego do letramento vem ganhando espaço e vem sendo de fundamental importância, para uma aprendizagem significativa, merecendo um olhar mais acentuado para práticas de ensino que levem o aluno a se inserir em práticas de leitura e escrita de forma competente e autônoma, o que simplesmente ler e escrever não possibilitam. Ensinar a ler e a escrever dentro desse contexto de Letramento ainda constitui um desafio, uma vez que ainda se traz marcas de um ensino voltado para práticas mecânicas que em nada ajudavam o aluno a ser produtor do seu próprio conhecimento, não sendo capaz de interpretar o que lê, mas ao contrário serviu muito para que ele apenas reproduzisse o que aprendeu. Neste sentido, a inquietação e o interesse por desenvolver este trabalho surgiu no período de observação do estágio nas séries iniciais do ensino fundamental no 7º semestre onde foi possível perceber a inexistência de práticas pedagógicas voltada para o trabalho na perspectiva do letramento, das crianças e a partir daí outra inquietação, saber como se dá o trabalho com o letramento nas séries finais do ensino fundamental. Dentro deste enfoque, é que este trabalho se direciona, a partir da problemática que é saber qual a compreensão que os professores da escola municipal Antônio Bastos de Miranda em Missão do Sahy comunidade situada a 8 quilômetros de Senhor do Bonfim, tem sobre ensinar letrando e suas intervenções pedagógicas para a viabilização desta proposta. Diante disso, pretendemos descobrir como se dá esse processo, e poder contribuir para que práticas de aprendizagem significativa venha ocorrer mais no ensino e aprendizagem. Autores a exemplo de Soares (2006), Kleiman (2005), Freire( 2006) são alguns entre outros que se destacam para ratificar e respaldar o nosso estudo no que se refere a letramento.Sobre formação de leitores buscaremos subsidio em Delia Lenner (2002), Arroyo (2011), Cagliari (1998), outros... e para falar sobre o ensino Fundamental buscaremos nos respaldar primordialmente nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) outros.
  • 8. 8 Este trabalho está constituído com quatro capítulos, sendo que no primeiro temos a explanação mais ampla do que vem a ser letramento, buscando responder através das etapas que serão percorridas, o problema em questão. No segundo capitulo trazemos para discussões alguns teóricos que fundamentam o nosso estudo. No terceiro capitulo trazemos os caminhos percorridos a metodologia, e os nossos instrumentos de coleta de dados.No quarto, apresentamos a interpretação dos resultados da nossa pesquisa, e por fim algumas considerações.
  • 9. 9 CAPITULO I 1 PROBLEMATIZAÇÃO Falar sobre o contexto educacional fazendo abordagens sobre o processo de ensino aprendizagem atrelado à pratica educativa, não é tarefa fácil,ao mesmo tempo que parece ser redundante diante da explanação sobre o assunto por vários autores que tem bastante competência para discutir determinados temas. No entanto, faz-se necessário cada vez mais estudos significativos, que contribuam através de práticas educativas concretas, aprendizagens significativas de forma que possibilitem a inserção do sujeito na sociedade, de maneira competente, critica e autônoma. A importância da leitura e da escrita na escola, é um fator importante que move todo o sistema educacional a fim de possibilitar o aluno a adquirir essas habilidades de forma que ele seja capaz de exercer essas funções de maneira eficiente nas mais variadas situações em que se faz exigência. Embora seja um dos principais objetivos da escola, levar o aluno ler e escrever com eficácia, ainda percebemos que muito precisa ser feito em relação à aquisição dessas habilidades por parte do aluno e conseqüentemente por parte da escola e de todos os envolvidos no sistema de ensino, pois não é satisfatório ainda, o nível de leitura que apresentam os nossos alunos, demonstrando dificuldades de se inserir em práticas sociais de leitura e escrita, na sociedade em que vive,ou seja, sem um nível de letramento. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) 2001 apontam que: Sabe-se que os índices brasileiros de repetência nas series iniciais,inaceitáveis mesmo em países muito pobres, estão diretamente ligados à dificuldade que a escola tem de ensinar a ler e a escrever. Essa dificuldade expressa-se com clareza nos dois gargalos em que se concentra a maior parte da repetência:no fim da primeira serie(ou mesmo das duas primeiras) e na quinta serie.No primeiro, por dificuldade em alfabetizar;no segundo, por não conseguir garantir o uso eficaz da linguagem, condição para que os alunos possam continuar a progredir até, pelo menos, o fim da oitava série (p.19). Assim analisando a partir desse pressuposto, fica claro percebermos a amplitude do processo de ensino e aprendizagem, voltados para a pratica educativa,
  • 10. 10 e que as deficiências encontradas no nível de aprendizagem dos alunos, são atribuídas a varias instancias, tanto de ordem educacional, quanto social. Sobre isso Zabala (1998) diz que: Nosso argumento consiste em uma atuação profissional baseado no pensamento prático, mas com capacidade reflexiva. Sabemos muito pouco sem dúvida, sobre o processo de ensino e aprendizagem, das variáveis que intervém e de como se inter-relacionam nas situações de ensino: tipo de atividade metodológica, aspectos materiais da situação estilo do professor, relações sociais, conteúdos culturais, etc (p.15-16). São muitos os fatores envolvidos, e que contribuem para a ineficiência da aprendizagem significativa, muitos desses fatores estão relacionados diretamente à pratica educativa Libâneo (2009) Acentua que: É importante para o professor, tomar consciência do que faz, ou pensa, a respeito da sua pratica pedagógica. Ter uma visão critica das atividades e procedimentos na sala de aula, e dos valores culturais de sua função docente, adotar uma postura de pesquisar e não apenas de transmissor ter um melhor conhecimento dos conteúdos escolares e das características e desenvolvimento de seus alunos (p.33). Sabemos o quanto é importante para o professor(a), no que se refere à sua formação, conhecimentos básicos e indispensáveis que possibilitem um ensino de qualidade através de suas práticas educativas e suas intervenções metodológicas, a partir de dificuldades evidenciadas na aprendizagem do aluno, para que este possa aplicar na sociedade em que está inserido, conhecimentos eficazes e úteis aprendidos na escola. Embora a utilidade do que se aprende seja pouco aplicada no contexto social, devido a alguns fatores ainda deficientes no processo de ensino, é possível sempre que depender do professor, refletir sobre suas práticas, para resultados mais satisfatórios. Mais uma vez Zabala (1998) intervém: (...) o conhecimento que temos hoje em dia é suficiente, ao menos para determinar que existem atuações, formas de intervenção, relações professor-aluno, materiais curriculares, investimentos de avaliação, etc. que não são apropriados para o que pretendem. Existem atividades de ensino que contribuem para a aprendizagem, mas também existem atividades que não contribuem da mesma forma, e que é outro dado a ser levado em conta. A intervenção pedagógica tem um antes e um depois que constituem as peças substanciais em toda a prática educacional (p.16-17).
  • 11. 11 Diante desse contexto onde percebemos a deficiência especialmente em leitura e escrita, precisam de um reforço e atuação maior, no sentido de viabilizar, com eficiência a pratica da leitura e da escrita para que o aluno possa utilizar de maneira competente essas habilidades em seu contexto social. Os parâmetros curriculares nacionais PCNs (2001), vem subsidiar: Desde o inicio da década de 80, o ensino de língua portuguesa na escola, tem sido o centro da discussão acerca da necessidade de melhorar a qualidade de educação no país. No Ensino Fundamental o eixo da discussão, no qual se refere ao fracasso escolar, tem sido a questão da leitura e da escrita. Essas evidencias de fracasso escolar apontam a necessidade da reestruturação do ensino de língua portuguesa, com o objetivo de encontrar formas de garantir, de fato, a aprendizagem da leitura e da escrita (p. 15). Analisando através dessa vertente, e de que a função social da escola, é primordialmente o ensino da capacidade de ler e escrever, e que estas capacidades devem ser adquiridas desde as series iniciais do Ensino Fundamental, requer uma ênfase mais especial no ensino de língua portuguesa, mas isso não implica que é tão somente função do professor de língua portuguesa. Castanheira (2009) acentua que: As ações de ensinar a ler e de ensinar a escrever, não se esgotam nas séries iniciais. Essas ações não são tarefa exclusiva do alfabetizador mas trabalho conjunto de toda a escola, de todos os profissionais que atuam com os alunos ao longo de sua vida escolar. Os professores de artes, geografia, história, Ed. Física, de matemática, todos enfim, devem ter compromisso com o desenvolvimento das capacidades de leitura e escrita dos alunos (p.83). Dentre essas competências de ler e escrever como uma função de cada professor, nos remetemos especificamente para o uso da leitura e da escrita nos contextos sociais, não de maneira mecânica, mas no sentido do letramento, que conforme (KLEIMAN 1995) é a apropriação da leitura e da escrita nos contextos sociais, e não a decodificação de palavras. É tarefa conjunta e continua de todo professor esteja ele atuando em qualquer disciplina ou segmento adotar a responsabilidade de levar o aluno a ler e escrever e que essa leitura e escrita faça sentido que tenha importância na vida do aluno, e não seja mecânica e desvinculada das práticas onde será necessário fazer uso, pois é desnecessário e não faz sentido ensinar o aluno ler sem que este compreenda ou faça uso da finalidade que tem determinadas leituras.
  • 12. 12 Ainda segundo Kleiman (1995): Letramento é um conjunto de práticas sociais que usam a escrita enquanto sistema simbólico, e enquanto tecnologia, em contextos específicos, para objetivos específicos. A leitura e a escrita fazem parte de atividades sociais, tais como ler um jornal ou pagar contas. Dai a importância de se encarar a leitura e a escrita não só como atividades com um fim em si mesmas, mas como atividades que servem a um propósito. Analisar esse propósito deve ser parte de um modelo mais eficaz de letramento (p. 24). Sendo assim o domínio da leitura e da escrita é condição elementar para a inserção e participação do sujeito na sociedade dessa habilidade a ser adquirida desde as series iniciais, e aperfeiçoando nas séries posteriores. Ainda conforme os PCNs (2001): Cabe à escola, promover a sua ampliação de forma que, progressivamente durante os 8 anos do Ensino Fundamental, cada aluno se torne capaz de interpretar diferentes textos que circulam socialmente, de assumir a palavra como cidadão, de produzir textos eficazes nas mais variadas situações (p. 23). Fica claro, portanto, a responsabilidade atribuída à escola, como fundamentais para a aquisição desse processo de letramento, onde é possível que o professor esteja sempre aperfeiçoando a sua prática de ensino, mediante as devidas intervenções, para que aconteça a viabilização desse processo, para isso é importante conhecer, pois, não é possível intervenção, sem compreensão do objeto sobre que se pretende atuar ou se está atuando (FREIRE 2009). A realidade da educação hoje bem como dos níveis de ensino e aprendizagem por serem amplos e abrangentes, requerem uma atenção especial, quanto ao seu desenvolvimento, no sentido de compreender, de que maneira estão sendo trabalhados, para que possibilitem uma aprendizagem significativa, o que remete a uma série de fatores envolvidos, entre eles, as práticas pedagógicas trabalhadas, que devem ser e estar em constante aperfeiçoamento e reflexão, por parte do professor, pois é ele em primeira instancia, que possibilita através de suas práticas em sala de aula, momentos que visam, a aprendizagem de elementos importantes para que o aluno aprenda e use em sua vida cotidiana o que aprendeu. Mais uma vez os PCNs (2001) enfatizam: Quando entram na escola, os textos que circulam socialmente cumprem um papel modalizador, servindo como fonte de referencia, repertório textual e suporte de atividades. A diversidade textual, que existe fora da escola pode e deve estar a serviço da expansão do conhecimento letrado do aluno, o
  • 13. 13 conhecimento dos caminhos percorridos pelo aluno favorece a intervenção pedagógica e não a emissão, pois permite ao professor ajustar a informação oferecida às condições de interpretação em cada momento do processo (p. 34 e 35). Analisando a luz dessa afirmação, fica claro perceber, que é de extrema relevância o ensino e práticas pautadas no objetivo de levar o aluno a utilizar o que foi aprendido, de maneira satisfatória e eficiente, pois deve ser esse o papel primordial da escola. Pedro Demo (2005) enfatiza: Mais do que nunca, deve ficar claro que o conhecimento reconstruído é a base da intervenção, não só na cabeça, mas igualmente na vida concreta.Assim é decisivo saber mostrar por que matemática é necessário para a cidadania das pessoas, ou por que falar bem a língua materna faz parte do cidadão participativo, ou por que alfabetizar-se é questão chave do combate à pobreza política da população (p. 46). É fundamental que o professor tenha clareza e conhecimento do que se ensina como se ensina e para que se ensina, a escola é um cenário de conhecimento e descobertas do que vem a ser importante na vida do aluno para que use lá fora no meio social em que vive e não um transmitir de conteúdos sem importância as vezes, sem intervenção para se tornar claro por que serve e como iremos utilizar. Ainda Demo (2005) Neste sentido a feitura de material didático próprio não deságua no aperfeiçoamento da aula, ainda que isto possa ocorrer, porque o mais natural será sua revisão radical. Em vez da exposição copiada, por ser inútil e imbecilizante, torna se necessário o trabalho conjunto, dinâmico, critico e criativo. E é preciso pois recolocar as questões tendo como parâmetro a competência que é mister forjar na escola. Se queremos um cidadão competente, formal e politicamente, a aula meramente expositiva, apenas atrapalha, e faz da escola acentuadamente uma perda de tempo. Será mister preferir didáticas reconstrutivas, que sejam mais aptas a estabelecer o relacionamento fecundo de sujeitos. (p. 46). No entanto a realidade do cenário educacional brasileiro, quanto a um nível de aprendizagem significativa, requer um trabalho voltado para a concretização de práticas voltadas neste sentido, que permita ao aluno a sua atuação de maneira significativa em seu contexto social, através dos conhecimentos adquiridos na escola. Vigotsky (2004) ressalta que: Para a educação atual não é importante ensinar certo volume de conhecimento, quanto educar a habilidade para adquirir esses
  • 14. 14 conhecimentos, e utilizá-los. Isso se obtêm apenas no processo de trabalho (48). As deficiências encontradas e percebidas na aprendizagem e na atuação do aluno em contextos sociais,são percebidas de maneira clara, especialmente quanto a habilidade de leitura e escrita, pois é possível perceber desde as séries iniciais, que os alunos apresentam inúmeras dificuldades quanto a compreensão e interpretação do que se lê, apenas decodificando, na maioria das vezes, o que não torna um aluno letrado e atuante. É bastante expressiva a fala de Paulo Freire (2006) quando diz: Ensinar não é encher a cabeça dos educandos de conteúdos, isso é a concepção mágica do poder dos conteúdos, como se bastasse você ensinar matemática, geografia, isso e aquilo aos meninos populares e no dia seguinte, ganhassem a independência.A questão para mim é saber o que é ensinar e como ensinar.uma pedagogia como essa está preocupada em como é que o sujeito que conhece se aproxima do objeto a ser conhecido para dissecá-lo.o exercício de tornar-se capaz de ler e escrever exige, de quem realmente aprende, uma postura de sujeito que cria o próprio aprendizado.Aprender é uma expressão de quem cria e não de quem é teleguiado ( p.64). Sendo assim, quando o professor tem claro o que quer que os seus alunos aprendam e para que aprender, será possível proporcionar uma aprendizagem significativa que vai além de fazer apenas leituras mecânicas. Pois, conforme acentua (FREIRE, 2006) É preciso ter a sensibilidade a capacidade de ler o mundo, e não de ler os textos. Os PCNs (2001) vem acentuar: É preciso superar algumas concepções sobre a aprendizagem inicial da leitura. A principal delas é a de que ler é simplesmente decodificar, converter letras em sons, sendo a compreensão conseqüência natural dessa ação. Por conta dessa concepção equivocada, a escola vem produzindo grandes quantidades de “leitores” capazes de decodificar qualquer texto, mas com enormes dificuldades para compreender o que tentam ler (p. 55). O que se percebe é que as dificuldades que acontecem desde as séries iniciais, causam conseqüências bastante complicadas, quando não sanadas em tempo hábil e devido, gerando falhas e deficiências nos anos de escolaridade posterior. É preciso pois uma reflexão do ponto de vista estrutural do currículo escolar de modo que o alcance das habilidades de leitura e escrita na perspectiva do letramento, aconteçam em todos os segmentos escolares, de forma continua e competente.
  • 15. 15 Magda Soares (2006) diz: A conclusão de determinada serie escolar tem pouca validade como critério para avaliação do letramento, porque ainda não é oferecido o ensino fundamental para todos, e a organização e controles escolares são, em geral, tão precários que uma grande parte das crianças que conseguem ter acesso à escola ou a abandonam, depois de completar dois ou três anos de escolarização fundamental, ou repetem a mesma serie diversas vezes (em geral a primeira serie) justamente por causa do índice de reprovações e das repetências decorrentes delas, a conclusão da 4ª serie, por exemplo (em geral selecionada como linha divisória entre analfabetismo e letramento) representa com freqüência, na verdade, seis, oito, ou dez anos de escolarização (p. 98-99). Fica claro uma compreensão, a partir da fala abordada pela autora, como se constata através da realidade em que se encontra o ensino e a aprendizagem, que há vários fatores envolvidos, que ao final precisam ser reformulados e reorganizados para que se alcancem seja em qualquer tempo de escolaridade, aluno aptos a utilizarem os conhecimentos adquiridos na escola de maneira efetivamente letrada em sua vida social , profissional e em outras esferas. É preciso possibilitar as necessárias intervenções para sanar problemas em tempo hábil e preciso, não permitindo que uma ineficiência que aconteceu na série anterior se perdure na série posterior. É necessário consciência,intervenção e ação simultaneamente por parte do professor. Carvalho (2010), diz que: Não há uma causa única para se explicar a situação a que chegamos, mais de 90% das crianças brasileiras têm acesso á escola fundamental, mas boa parte delas não consegue aprender a ler, ou leva muitos anos para alcançar um nível rudimentar l de leitura e escrita. Os resultados nacionais em prova de leitura e escrita, para alunos de 15 anos são lastimáveis (p. 75). De todas as deficiências existentes neste processo, resulta o que está denominado de analfabetismo funcional. Soares (1995), explica: Só recentemente esse termo se tem mostrado necessário, porque só recentemente começamos a enfrentar uma realidade social em que não basta simplesmente “saber ler e escrever”, dos indivíduos já se requer não apenas que dominem a tecnologia do ler e do escrever, mas também que saibam fazer uso dela, incorporando-a a seu viver, transformando-se assim em “estado”! ou “condição”, como conseqüência do domínio dessa tecnologia (p. 7).
  • 16. 16 O papel da escola e especialmente do professor, quanto as suas práticas educativas é preponderante para diminuirmos a quantidade de pessoas que não fazem uso da leitura e da escrita, e aumentarmos a qualidade desse processo. A reflexão por parte do professor quanto às suas práticas metodológicas como intervenção, no processo de aprendizagem é de uma relevância singular. Soares (2003), ainda enfatiza: Há necessidade de rever e reformular a formação do professor das séries iniciais do Ensino Fundamental de modo a torná-los capazes de enfrentar o grave reiterado fracasso na aprendizagem inicial da língua escrita nas escolas brasileiras. Se as práticas pedagógicas pudessem transformar as iniciativas meramente instrucionais em intervenções educativas, talvez fosse possível compreender melhor o significado e a verdadeira extensão da não aprendizagem e do quadro de analfabetismo no Brasil (p. 9). É portanto condição primordial e indispensável o conhecimento e aplicação de práticas voltadas para o favorecimento de alunos competentes na leitura, e que e que se utilize dela nas mais diversas situações. Cabe ao professor em seu segmento ou área de ensino, contribuir, uma vez que é papel fundamental do professor das séries iniciais, fazer com competência que isso venha a se concretizar, cabe aos professores das séries seguintes dar continuidade a esse processo tão relevante e indispensável. A prática conjunta neste processo será essencial, uma vez que possibilitará ao aluno, inserir-se de modo letrado e competente fazendo uso do que aprendeu. Kleiman (1995) vem subsidiar: O conjunto de práticas desenvolvidas nas escolas para aprender os usos da língua escrita, é o que vem a ser letramento escolar. Envolve não só o ensino de português mas também a leitura e a escrita praticadas nas demais disciplinas, os textos que circulam e o modo pelo qual os processos dirigem, orientam e avaliam a leitura e escrita dos alunos.No processo de letramento escolar, alunos lidam com diversos tipos de textos; livros (didáticos, literários, dicionários, atlas, enciclopédias etc), exercícios, provas, cartazes, avisos, murais, boletins, cartas, folhetos, circulares, agendas e outros. Quanto mais intensivo forem o contato, a apropriação e a utilização destes diferentes tipos de escrita, mais efetivo será o letramento escolar (p. 20). É com o comprometimento, envolvimento, conhecimento e reflexão do professor em suas práticas, que se pode avançar no sentido de não permitir propagar o quadro de analfabetismo funcional de modo que se trabalhe na
  • 17. 17 perspectiva de fazer com que o aluno aprenda a fazer uso da leitura e da escrita de maneira competente desde as series iniciais, em todo o tempo das séries finais e se prolongando por toda a educação básica, para que suas conseqüências degradantes não cheguem até mesmo ao ensino superior. Muitas discussões (e pontos de vista) atribuem a responsabilidade muito grande somente ao professor das séries inicias por ser a base de toda formação elementar e fundamental da aquisição da leitura e escrita, no entanto,esta responsabilidade não pode ser somente de determinado professor nem de determinado tempo escolar (séries iniciais, finais, ensino médio e superior) mas em conjunto e objetivos únicos e articulados em todas as esferas para que se consolide a atuação de alunos letrados. É considerável que precisamos ter um olhar mais atento e ações mais eficazes, quando percebemos que ainda existe muitas falhas e até possíveis negligências quanto a propostas ou práticas que venham consolidar ou promover um quadro mais insinuante e progressivo de alunos letrados, ou seja, que não se limitem somente a ler sem fazer uso do que esta escrito ou até mesmo não compreender de fato, mas que sirva para a sua atuação, inserção e mobilização na sociedade em que vive. Destacamos que foi diante de uma experiência enquanto professor atuante e enquanto aluno do curso de pedagogia em tempo de estágio, por percebermos a inexistência de práticas que torne o aluno letrado e que muitas das práticas aplicadas estão mais propensas a se propagar o quadro de analfabetismo funcional do que de alunos plenamente letrados, o que evidenciava a quantidade de alunos que liam e escreviam e não tinham compreensão desses atos, é que interessou e surgiu a minha problemática que é saber: Quais práticas dos professores de séries finais do ensino fundamental da escola Antônio Bastos, contribuem para a formação de sujeitos letrados? Os principais objetivos deste estudo são: • Identificar as práticas pedagógicas utilizadas pelos professores da referida escola que contribuem para a formação de alunos letrados.
  • 18. 18 • Analisar se as referidas práticas realmente se efetivam e são válidas para a promoção de aluno letrados. • Refletir sobre a importância e o papel do professor na articulação e intervenções para uma aprendizagem significativa, eficiente para a propagação do letramento no âmbito escolar.
  • 19. 19 CAPÍTULO II 2 FUNDAMENTOS TEÓRICOS Fazendo uma abordagem melhor explanada do tema em estudo e questão sobre as práticas pedagógicas que favorecem o ensino e a aprendizagem de alunos letrados, como o objetivo de identificar como os professores das séries finais do ensino fundamental trabalham no sentido de possibilitar ao aluno a aquisição do letramento no contexto escolar de maneira que se possa usar também fora desse contexto, é que se faz necessário uma reflexão baseada em alguns elementos teóricos que fundamentam e sustentam a construção e elaboração deste trabalho. Neste sentido vale ressaltar que a contextualização no cenário teórico que respaldam o tema em estudo, nos faz pensar e refletir a nossa prática de forma a ampliarmos condições de favorecer aos nossos alunos, uma aprendizagem significativa, que seja útil e eficaz em todas as esferas da sua vida, não se restringindo somente ao âmbito escolar. 2.1 Letramento: que palavra é essa? As mudanças que vem ocorrendo no sistema de ensino ao longo do tempo, especificamente em se tratando das práticas pedagógicas de ensino e aprendizagem, merecem atenção e um olhar novo onde possamos perceber ou compreender o que induz ou o que está por trás de tantas mudanças no sistema de ensino, suas nomenclaturas, novas teorias e novas práticas. Durante muito tempo na história da educação do país, buscou-se elaborar planos e lutar por campanhas ou programas de erradicação do analfabetismo, no entanto muito dessas lutas, voltadas para a quantidade de pessoas a serem alfabetizadas e não a qualidade, tiveram muitos insucessos, o que perdura até hoje com o advento ou a nova nomenclatura do analfabetismo funcional (CARVALHO, 2010). Apesar do termo letramento já está um pouco saturado e até redundante no sentido de trabalhos e pesquisas, na prática merece mais destaque e concretização
  • 20. 20 no sentido de incorporar às nossas práticas pedagógicas este método tão significativo, e rico em aprendizagem. O letramento apareceu a primeira vez no cenário educacional com a contribuição de Mary Kato em 1986 em sua obra escrita:Uma perspectiva psicolingüística.E dois anos depois passa a representar no discurso da educação ao ser definido por Leda Verdiani Tfouni em: Adultos não alfabetizados o avesso dos avessos. Magda Soares (2006) explica com muita precisão sobre o surgimento desse termo aqui n Brasil: É curioso que tenha ocorrido em um mesmo momento histórico, em sociedades tão distanciadas geograficamente quanto socioeconomicamente e culturalmente, a necessidade de reconhecer e nomear práticas sociais de leitura e de escrita mais avançados e complexas que as práticas de ler e do escrever resultante da aprendizagem do sistema de escrita.Assim é em meados dos anos de 1980, que se dá simultaneamente a invenção do Letramento no Brasil, literacy do inglês, Iletrisme, na França, da Iletracia, em Portugal, para nomear fenômenos distintos daqueles denominados Alfabetizaçao, alphabetisation.Letramento é uma terminologia não dicionarizada que, nos meios acadêmicos, vem sendo utilizado com diferentes sentidos (p. 5). O fato desse termo surgir destaca a importância que tem o ato da leitura e da escrita de maneira relevante para uma necessária participação efetiva e competente nas práticas sociais e profissionais que envolva a língua escrita, pois tanto a aquisição quanto a desapropriação destas habilidades favorece a sociedade como um todo ou impedem o seu êxito. Toufoni (2006) diz que: “A ausência tanto quanto a presença da escrita em uma sociedade são fatores importantes, que atuam ao mesmo tempo como causa e conseqüência de transformações sociais, culturais e psicológicas às vezes radicais.”(p.54). Cada vez mais esse termo veio ganhando espaços e inserido de maneira mais destacada com as autoras Ângela Kleiman e Magda Soares que ao discutirem sobre a origem do letramento, afirmam que o termo começou a ser utilizado no Brasil por especialistas das áreas de educação e das ciências lingüísticas. Magda soeres (2003) diz:
  • 21. 21 A invenção do letramento por nós se deu de maneira diferente (caminhos) daqueles que explicam a invenção do termo em outros países Como França e Estados Unidos (neste a discussão de letramento) fez e se faz de forma Independente em relação à discussão da alfabetização. No Brasil a discussão do letramento surge sempre enraizada no conceito de alfabetização, o que tem levado, apesar da diferenciação sempre proposta na produção acadêmica, a uma inadequada e inconveniente fusão dos dois processos que prevalecia do conceito de letramento (p.8). Vale sempre ressaltar sobre a origem, significado e importância do que vem a ser Letramento e que se torne claro para todos os envolvidos no processo de ensino e aprendizagem, que sua aplicação e viabilização no sentido de propor benefícios eficazes para que o aluno se aproprie dessa habilidade da aquisição de Leitura e Escrita de maneira interativa na sociedade em que está inserido e em outros contextos. Magda Soares (2006) sublinha: Literacy é o estado ou condição que assume aquele que aprendeu a ler e escrever.implicita neste contexto está a idéia de que a escrita traz conseqüências sociais, culturais,políticas, econômicas, cognitivas, lingüísticas, quer para o grupo social em que seja introduzido, quer para o individuo que aprenda a usá-lo.Letramento é, pois, o resultado da ação de ensinar ou aprender a ler e escrever, o estado ou condição que adquire um grupo social ou um individuo como conseqüência de ter se apropriado da escrita (p.17-18). O que se constata é que apesar do termo ser descoberto ou trabalhado a mais de 20 anos, não se percebe muito de maneira expressiva um índice que demonstre um número de pessoas letradas hoje, para muitos é como se estivessem trabalhando pela primeira vez, uma vez que pesquisas apontam para o índice de analfabetismo e de analfabetos funcionais, caracterizado por pessoas que lêem e escrevem, mas não se apropriam da leitura e da escrita em contextos sociais. Ângela Kleiman (1995) explica: Pessoas letradas são aquelas que fazem uso da sua palavra em suas múltiplas formas de linguagem(corporal,escrita,falada,ou visual) para a comunicação de seus pensamentos.Novas exigências de leitura e escrita estão sendo apresentadas ao brasileiro a cada novo ano. E com isso damos as boas vindas ao termo letramento em substituição ao tão surrado alfabetismo. Com essa visão compreendemos o processo de Letramento como sendo a leitura do mundo diário, do mudo interior e exterior de cada ser humano, o fato de não encontrarmos o vocábulo Letramento no Brasil até meados da década de 80, reflete a importância dada em nossa cultura ao papel de leitura e escrita na vida dos brasileiros e sua variação em diferentes contextos culturais (p. 18).
  • 22. 22 Analisando todo esse contexto da inserção do termo Letramento no cenário da educação brasileira, é importante percebermos e isso se evidencia nas deficiências de ensino e aprendizagem, que muito precisa ser feito para que viabilização desta proposta seja de fato inserida no sistema educacional de maneira progressista e significativa que propicie ao sujeito fazer uso da leitura e da escrita no contexto social em que se encontra, e que como já dizia o mestre a leitura da palavra seja precedida da leitura de mundo (FREIRE, 1992). É necessário criar mecanismos para mudar o cenário educacional presente ainda com metodologias totalmente tradicionais, não que se despreze totalmente, e que não seja em muitos aspectos dotada de significados, mas que abra espaço para o novo quando é positivo, que não use a leitura e a escrita apenas como decodificação ou conteúdos que não fazem sentido, mas que estimule, para que o aluno possa usar o que aprendeu em funções e situações sociais em toda a sua vida. Soares (2003) pontua com muita precisão: Afinal o que é letramento, letrar é muito mais do que alfabetizar é ensinar a ler e escrever dentro de um contexto onde a escrita e a leitura tenham um sentido e faça parte da vida do aluno. O letramento tem como objeto de reflexão de ensino ou de aprendizagem, os aspectos sociais da língua escrita. Assim como objetivo o letramento no contexto do ciclo escolar, implica adotar na alfabetização uma concepção social da escrita, em contraste com uma concepção tradicional que considera a aprendizagem da leitura e produção textual como a aprendizagem de habilidades individuais.Letramento é um termo novo que surgiu nos últimos anos e que supera a alfabetização, acontece antes e durante a alfabetização e continua para todo o sempre. O aluno precisa saber fazer uso e envolver-se nas atividades de leitura escrita (p.23). Assim como se faz necessário ao aluno saber fazer uso das habilidades de leitura e escrita antes de mais nada cabe ao professor e a todo o sistema de ensino viabilizar através das práticas metodológicas não somente no contexto diário da sala de aula, mas em várias situações em que se faça exigência. Uma vez que compreendermos a relevância de se aprender nessa perspectiva de não só decodificar letras, mas essencialmente compreender o sentido real de uma palavra, frase ou texto entenderemos que ser Alfabetizado e Letrado é muito diferente de ser apenas alfabetizado e não fazer uso da leitura e da escrita em contextos sociais, e que mesmo não sendo alfabetizado mas ser Letrado este último ainda é imperioso. É ainda Magda Soares (2006) quem enfatiza:
  • 23. 23 A pessoa que aprende a ler e escrever- que se torna alfabetizada e que passa a fazer uso da leitura e da escrita, a envolver-se nas práticas sociais de leitura e de escrita-que se torna letrada- é diferente de uma pessoa que não sabe ler e escrever- é analfabeta- ou, sabendo ler e escrever, não faz uso da leitura e da escrita- é alfabetizada mas não é letrada, não vive no estado ou condição de quem sabe ler e escrever e pratica a leitura e a escrita (p. 36). É importante destacarmos com muita relevância,o sentido e o papel do letramento em todos os espaços e segmentos escolares, pois este processo não se da somente no ciclo da alfabetização nas séries iniciais, mas se propaga por vários segmentos de ensino condicionando tornar pessoas letradas desde cedo, da educação de base,no entanto, é constante a associação de Letramento e Alfabetização embora os dois termos não se dissocie, há um período natural e hábil para que o individuo possa se alfabetizar,mas a aprendizagem no processo de letramento acontece a vida toda. E sendo assim direcionamos para outra vertente que na verdade confirma o quanto é amplo o sentido da prática do letramento e que com conhecimento desta proposta fica mais viável e possível aplicarmos às nossas práticas pedagógicas onde se priorize acima de tudo o que é significativo para o aluno dentro de seu contexto. Kleiman (2005) pontua: O professor precisa ter autonomia para decidir sobre a inclusão daquilo que pode e deve fazer parte do cotidiano da escola, porque é legítimo e irremediavelmente necessário, por outro lado, saber a exclusão daqueles conteúdos desnecessários e irrelevantes para a inserção do aluno nas praticas letradas, que parece-nos persistir por inércia e tradição.Finalmente é importante também que haja uma negociação daquilo que pode não interessar momentaneamente o aluno mas precisa ser ensinado pela sua real relevância em nossa cultura e sociedade (p.19). Faz-se necessário que a reflexão e a tomada de decisões por parte dos envolvidos no processo de ensino seja propicio a favorecer uma aprendizagem que faça sentido para a vida do aluno ao longo de sua vida, que o ato de ensinar não seja feito de maneira mecânica e com fim somente para trabalhar conteúdos pré- estabelecidos, mas que sejam sempre modificados e aperfeiçoados para proporcionar aprendizagens que sejam úteis em todas as esferas da vida do aprendiz.
  • 24. 24 Scribner (1984) apud kleiman (2005) reforça a importância do letramento funcional ou de sobrevivência, ao escrever: A habilidade de letramento em nossa vida diária é óbvia, no emprego, passeando pela cidade, fazendo compras, todos encontramos situações que requerem o uso da leitura ou a produção de símbolos escritos. Não é necessário apresentar justificativas para insistir que as escolas são obrigadas a desenvolver nas crianças, as habilidades de letramento que as tornarão aptas à responder a estas demandas sociais cotidianas.E os programas de Educação Básica tem também a obrigação de desenvolver nos adultos habilidades que devem ter para manter seus empregos ou obter outros melhores, receber treinamentos, e os benefícios que tem direito e assumir suas responsabilidades cívicas e políticas (p.73). Considerando o papel do professor como de fundamental importância uma vez que é ele quem está em contato direto com o sujeito é de extrema responsabilidade e compromisso consolidar esta proposta pois o ato de ensinar requer uma metodologia e uma prática que está sempre atrelada a uma teoria. Sobre isso Soares (2003) refere-se: De certa forma o fato de que o problema da aprendizagem da leitura e de escrita tenha sido considerado no quadro dos paradigmas conceituais, “TRADICIONAIS”, como um problema sobretudo metodológico, contaminou o método de alfabetização atribuindo-lhe uma concepção negativa: é que quando se fala em metodologia da alfabetização por exemplo identifica-se metodologia imediatamente métodos com os tipos tradicionais de métodos- sintéticos e analíticos(fônico, silábico, global, etc.) como se esses tipos esgotassem todas as alternativas metodológicas.Para a aprendizagem da leitura e da escrita talvez se possa dizer que para a prática da alfabetização tenha-se anteriormente um método e nenhuma teoria:Com as mudanças de concepção sobre o processo de aprendizagem da leitura e da escrita, passa se ter uma teoria e nenhum método (p. 110). Podemos perceber que com as mudanças nos sistemas de ensino, e com a chegada de novas palavras no cenário educacional, ainda perdura dúvidas, e gera ainda muitos conflitos causando as vezes desentendimento quanto a elucidação de determinadas propostas, teorias, práticas e metodologias a serem aplicadas ou desenvolvidas.É preciso uma compreensão a cerca de muitas nomenclaturas novas em educação e que antes de serem desenvolvidas sejam entendidas e esclarecidas para que não gere transtornos e objetivos contrários ao que se propõem quando se decide adotar ou trabalhar na perspectiva de determinadas propostas inclusive do letramento. Como enfatiza Soares (2006) “Letramento é uma palavra ainda desconhecida ou mal entendida, ou ainda não plenamente compreendida pela maioria das
  • 25. 25 pessoas, porque é palavra que entrou na nossa língua há muito pouco tempo” (p.19). Fica claro que as devidas e necessárias intervenções no que concerne às práticas de Letramento para possibilitar ao aluno fazer uso da leitura e escrita em contextos sociais é tarefa fundamental do professor que está atuando e em contato direto com os sujeitos de ensino, mas também como ratifica (SOARES, 2006) a verdadeira natureza do letramento são as formas que as práticas de leitura e escrita concretamente assumem em determinados contextos sociais, e isso depende fundamentalmente das instituições sociais que propõem e exigem essas práticas. Letramento é um conjunto de práticas de leitura e escrita que resultam de uma concepção de o que, como, quando e por quê ler e escrever. Freire (2006) vem mediar: Não é possível intervenção sem compreensão do objeto que se pretende atuar ou se está atuando. A leitura do mundo sob permanente processo de intervenção, leitura expressa na língua falada, cedo ou tarde exigira sua complementação pela escrita lida. Por isso é que não há leitura do texto sem leitura de mundo leitura de contexto.É esta uma das violências que o analfabetismo realiza- a de castrar o corpo consciente falante do homem e mulher, proibindo-os de ler e escrever, com o que se limitam, na capacidade de, levar o mundo, escrever sobre sua leitura dele e, ao fazê-lo repensar a própria leitura (p 53). Portanto as práticas devem ser repensadas a cada momento em que se perceber que não se está intervindo de maneira eficiente e satisfatória para a aquisição desse fenômeno, pois é preocupante que alunos passem tanto tempo na escola aprendendo a ler e a escrever, e não façam uso dessas habilidades, letrar e não apenas alfabetizar deve ser condição primordial para o acesso, interação e participação no meio social, o que a alfabetização por se só não permite. É imprescindível que elevemos o nível de letramento dos alunos para que obtenham êxito ao longo das experiências de sua vida e não enfrente dificuldades naturais a quem ainda não alcançou, como sublinha (SOARES 2006) sabem ler e escrever, mas enfrentam dificuldades para escrever um oficio, preencher um formulário, registrar a candidatura a um emprego, os níveis de letramento é que são baixos.
  • 26. 26 2.2 Práticas metodológicas: como se forma leitores? Partindo do pressuposto de que a atividade e o objetivo elementar da escola, é ensinar o aluno a ler e escrever, nos remetemos a compreender estas habilidades, no sentido do letramento. A finalidade principal da escola é, e deve ser ensinar ou levar o aluno a ler e escrever e que estas competências aconteçam de maneira eficaz e satisfatória, para que ele use com competência o que aprendeu. É dotada de toda uma importância todas as disciplinas que se destinam a trabalhar com os alunos, entretanto, ler e escrever, contar e calcular merece um acentuado destaque e enfatizamos as habilidades de leitura,ou como se dá esse processo no sistema de ensino. Diante da realidade, em que se percebe algumas deficiências e ausências, quanto a competência de leitores, faz-se necessário compreendermos como se conceitua o ato de ler. A realidade aí exposta, quanto a qualidade e competência de leitura em nossas escolas, requer um olhar diferenciado, e que dimensione e almeje a formação de leitores com habilidades diversas, se apoderando dessas habilidades tão benéficas para que sejam uteis no seu cotidiano. Lenner (2002) enfatiza que: O necessário é fazer da escola, uma comunidade de leitores que recorram aos textos buscando respostas para os problemas que necessitam resolver, tratando de encontrar informação para compreender melhor alguns aspectos do mundo que é objeto de suas preocupações, buscando argumentar para defender uma posição para a qual estão comprometidos ou para rebater outra que considerem perigosa ou injusta, desejando conhecer outros modos de vida, identificar com outros autores e personagens ou se diferenciar deles, viver outras aventuras, inteirar-se de outras historias, descobrir outras formas de utilizar a linguagem para criar novos sentidos (p. 17-18). Não só partindo do que disse a autora, mas refletindo a partir de outras leituras, percebemos o quanto a leitura é imprescindível para a atuação, inserção e mobilização do sujeito que adquire de maneira competente, se tornando útil para aplicar em seu contexto diário.Infelizmente, ainda é deplorável, o modelo de leitura que se realiza ou que se dá em nossas escolas, pois, contribui pouco de maneira ainda incipiente,quando se revela as dificuldades encontradas em relacionar ou
  • 27. 27 distinguir por partes dos nossos alunos, a natureza de diversos gêneros textuais e suas funções, bem como em muitos casos a incapacidade de interpretar vários tipos de texto. Ainda segundo Lenner (2002): O necessário é fazer da escola um âmbito onde a leitura e escrita sejam práticas vivas e vitais, onde ler e escrever, sejam instrumentos poderosos que permitam repensar o mundo e reorganizar o próprio pensamento, onde interpretar e produzir textos, sejam direitos que é legitimo exercer e responsabilidade que é necessário assumir ( p. 18). É preciso pois, repensar o modelo de práticas existentes e impostas ainda hoje nas escolas que ainda direcionam para o não êxito de formarmos alunos leitores competentes, pois o que a realidade mostra é que ainda há deficiências que precisam ser sanadas o quanto antes, e que as práticas realizadas nas instituições escolares, dimensionem e objetivem contribuir para a formação de leitores eficientes, porque letrados. Cabe à escola proporcionar momentos de leitura significativa, e ao aluno também o interesse em adquirir com empenho esta habilidade para os vários usos em que se exigirão em sua vida. É importante que o tempo vivido na escola seja válido e consolidado com práticas fundamentais que viabilizem uma aprendizagem rica de sentidos e expressiva na realidade prática e diária do aluno. Cagliari (1998) se expressa da seguinte forma: Neste país, o aluno passa 8 anos na escola de 1º grau, 3 anos na de 2] grau e pode passar mais 4 na faculdade, sem contar o ano de cursinho preparatório e as reprovações...e, se um especialista em problemas relacionados à língua portuguesa fizer uma pesquisa, para ver o que esse aluno aprendeu em mais de uma década de estudos, sem duvida ficará decepcionado.Então o que o aluno fez nesses anos todos de escola? Será que o ser humano precisa de tanto tempo para aprender tão pouco? O que está errado nesta história? (p. 7-8). São inúmeros os fatores envolvidos, quanto a aprendizagem, especificamente em se tratando de leitura, fator preponderante no âmbito escolar. Resolver os problemas de imediato torna-se tarefa quase impossível, mas, refletindo, estudando, objetivando capacitar os alunos a serem leitores aptos a interpretar os vários tipos de textos e de leitura, em uma interação conjunta com todos os envolvidos no
  • 28. 28 processo escola, é possível, viável e provável mesmo que aconteça aos poucos e gradativamente. Ensinar e proporcionar momentos significativos de leitura para que sejam de fato letrados não é tarefa somente do professor de português, mas uma tarefa conjunta vinculada com todos os professores envolvidos das respectivas áreas do conhecimento em que atuam, pois para saber interpretar qualquer texto, questão, ou enunciado de uma outra disciplina que não seja português, é preciso saber ler e ler bem. Miguel Arroyo (2011) salienta: Supõe-se que a partir da área que se chega à cidadania, ao sujeito inserido e participativo. A lógica que é proposta a cada professor parece ser esta: não esqueça que sua função é formar o cidadão, mas como? Sendo um bom, excelente professor (a) de sua matéria. Não esquecendo que a Matemática, as Ciências, a Escrita, a Geografia, a Historia, a Arte, a Educação Física, todo conhecimento que ensinares, toda competência que cultivares ampliará as possibilidades de inserção e de participação social, formará as capacidades intelectuais, éticas estéticas, indenitárias, desenvolvimento mental.Ensinemos os conteúdos de cada área e estaremos viabilizando a capacidade dos alunos de exercerem plenamente sua cidadania (p. 108-109). Diante do exposto fica claro contatarmos a importância do envolvimento e compromisso de todo corpo docente, para promover a inserção de aluno leitores e sendo assim cidadãos plenos nas mais variadas situações, tanto dentro quanto fora da escola. Estas considerações entre as necessárias intervenções e contribuições entre todos os envolvidos, possibilitará alcançar o que mais se objetiva na escola,em especial, ensinar a ler e escrever, mas que esta leitura deve ir além do decodificar letras, palavras ou frases mas que acima de tudo, o leitor interprete com clareza e compreenda o que está explicito nas entrelinhas.(FREIRE, 2006). Segundo Soares (2006): Ler é um conjunto de habilidades e comportamentos que se estendem desde simplesmente decodificar sílabas ou palavras até ler GRANDE SERTOES VEREDAS de Guimarães Rosa... Uma pessoa pode ser capaz de ler um bilhete, ou uma história em quadrinhos e não ser capaz de ler um romance, um editorial de jornal.Assim, ler é um conjunto de habilidades, comportamentos, conhecimentos que compõem um longo e complexo continum, em que ponto desse continum uma pessoa deve estar para ser considerada alfabetizada? No que se refere a leitura? A partir de que ponto desse continum uma pessoa pode ser considerada letrada, no que se refere à leitura? (p. 57)
  • 29. 29 A amplitude de questões no que se refere a leitura é muito extenso, e requer acima de tudo conhecimento e preparo por parte de alunos, professores e todos os envolvidos direta e indiretamente, pois como dizia Freire ( 2006) “ensinar a ler e escrever não é uma questão técnica é uma questão política”(p15). A aquisição da leitura não se dará penas por uma parte técnica de ensinar ao aluno a junção de letras formando sílabas, sílabas formando palavras e palavras frase (FREIRE, 2006) mas fazer entender a função e a finalidade do que esta escrito, para fazer uso no seu dia a dia, não se restringindo apenas na escola mas em toda a sua vida. E ao professor é atribuído uma responsabilidade que é fundamental para a viabilização dessa proposta de ir além do simples decodificar letras e palavras, mas compreender o que significa, e onde se aplica o que aprendeu. Kleiman (2005) vem mediar: O letramento nada mais é do que a preocupação com a inserção dos gêneros significativos que estão a todo tempo na vida do indivíduo.O professor é o principal articulador e mediador deste novo conceito, pois será ele quem decidirá sobre quais os conteúdos importantes para o individuo se transformar e transformar a sociedade na qual está inserido. O tema é amplo seu conhecimento se faz necessário (p.4). Mais uma vez percebemos a grandiosidade e importância do professor nesse processo, e que, se bem articulado, e trabalhado por todos para alcançar o mesmo objetivo, como sendo formar o aluno letrado, será possível pois, com a mudança e a contribuição que não pode ser feita por uma pessoa só, ela nasce do desejo da gente sim, mas é coletiva social.Todos nós temos de assumir responsabilidades no processo geral da mudança.(FREIRE, 2006). Existe ainda muitos fatores de ordem maior, que precisam ser analisados com muito cuidado, responsabilidade e competência, assim como encarar muitos desafios para reverter esse quadro que ainda atua, no sentido de que não se está alcançando na escola leitores que leiam de modo expressivo que demonstrem claramente que já se alcançou esta habilidade de forma competente.E uma das principais mudanças e é necessário acentuar, está no repetido e válido discurso da formação e compreensão do professor em relação as sua práticas e metodologias, que ainda reflete em idéias e concepções de um modelo tradicional de ensino, que se confronta às vezes com sua precária formação.
  • 30. 30 É indispensável, pois, conhecimento e preparo, em todos os segmentos e níveis em que se está atuando, contribuindo de maneira sólida para a aquisição de alunos leitores, e que se trabalhe de maneira profunda em cada série ou nível, não atribuindo ou negando responsabilidades que na verdade cabe a todos os profissionais envolvidos, a alcançar um objetivo que é comum a todos, ao menos, é o que se almeja. Parece contraditório quando (CAGLIARI, 1998) expressa que parece muito estranho querer tratar de gênero gramatical na alfabetização, isso deve ser preocupação do ensino somente em séries mais avançadas. O que pretendemos acentuar é que muito do que está se evidenciando hoje, no âmbito escolar é que muitas das habilidades a serem adquiridas pelos alunos em determinados níveis de ensino e aprendizagem, é que ainda perdura uma certa indefinição de papéis quando ao que, como e porque ensinar, precisando urgentemente se ter claro, cada um o seu papel e seus objetivos quanto a levar o aluno tão somente a ler e escrever com autonomia, competência e precisão. Não poderemos obter qualquer êxito para a nossa satisfação enquanto papel cumprido, que é o de levar o aluno ler com eficácia, na perspectiva do letramento, se houver certo individualismo de cada um que acha que não é papel seu ou que não compete à sua disciplina ensinar a ler ou escrever. Para alcançarmos este objetivo será indispensável e até mesmo obrigatório a participação de todos neste processo. É ainda Cagliari (1998) quem subsidia: Se todos os professores incluindo não só os da alfabetização, mas também os demais, partirem da realidade de seus alunos, no começo do ano, para ensinar o que acham que deve ser ensinado, tem-se um argumento a mais para a promoção automática na escola. Uma programação geral deve ser distribuir conteúdos básicos para serem ensinados ao longo dos oito anos do primeiro grau.Se um aluno não aprendeu direito um ponto num ano, o professor do ano seguinte, em vez de reclamar do colega, tem de assumir seu papel e ensinar a esse aluno o que ele precisa saber (p. 71). Esta fala do autor é o cerne central da discussão da problemática a qual nos propusemos, que com certeza, ainda precisa ser vinculada nas nossas propostas e práticas de ensino de maneira que toda dimensão da leitura e formação de leitores sejam sintetizados em alguns poucos objetivos, que é promover alunos letrados,
  • 31. 31 com o comprometimento de todos os professores, não importando a disciplina que ensina nem tampouco o seu segmento. 2.3 Falando um pouco sobre a educação básica A forma de organização que se dá nas escolas brasileiras ainda precisam ser analisadas e compreendidas, quanto ao objetivo a que se propõem tantos processos que se modificam constantemente e fragmentam o ensino, o que deveria se tornar unidade com condições que possibilite ao aluno o seu desenvolvimento e aperfeiçoamento de forma progressiva, contínua e integradas em todo o processo de ensino e aprendizagem, e aqui salientamos a necessidade de práticas de leitura e escrita nos contextos de letramento, em toda a educação básica,mais especificamente no ensino fundamental. É importante entendermos um pouco sobre a Educação Básica, que compreende a Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio e neste contexto nos remetemos mais sobre o Ensino Fundamental, especificamente as séries finais deste respectivo segmento, que constitui parte intermediária e fundamental que sucede a Educação infantil e antecede o Ensino Médio completando assim o que compõe a Educação Básica. As mudanças que ocorreram na Educação e ainda ocorrem ao longo do tempo, no que se refere às leis e normas bem como o aperfeiçoamento, alterações ou emendas no sistema educacional, assim como nomenclaturas que caracterizam e intitulam o sistema de ensino, merecem um olhar mais contextualizado e uma clara compreensão do que vem a ser políticas públicas educacionais, sobretudo o estudo da lei maior em Educação, LDBEN (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional). Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) explica que: A nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei Federal n. 9.394), aprovada em 20 de dezembro de 1996, consolida e amplia o dever do poder público para com a educação em geral e em particular para com o ensino fundamental. Assim, vê-se no art. 22 dessa lei que a educação básica, da qual o ensino fundamental é parte integrante, deve assegurar a todos “a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhes meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores”,
  • 32. 32 fato que confere ao ensino fundamental, ao mesmo tempo, um caráter de terminalidade e de continuidade (p. 15). A Educação básica ainda é um conceito definido no art. 21 como nível de educação nacional e que congrega articuladamente as três etapas que estão sob esse conceito: a Educação infantil, o Ensino Fundamental e o Ensino Médio (PCNs).Analisando a partir da etimologia da palavra básica, como fundamental, essencial, indispensável é este período para o educando, a passagem pela educação básica como desenvolvimento de suas funções psíquicas e orgânicas, como o aprimoramento para estudos posteriores. Podemos considerar, a partir desse contexto, e que merece uma análise mais detalhada com mais ênfase é que compreendamos que é no Ensino Fundamental como sendo um período de aprendizagem essencialmente básico, que se deve adquirir os níveis elementares de leitura e escrita para dar continuidade e prosseguir até o final da Educação Básica, denominado Ensino Médio e também a outras etapas posteriores a este. No art. 205 da constituição federal de 1988: “A educação, direito de todos e dever do estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. Vale ressaltar que este artigo 205 precisa ser mais refletido mais estudado e discutido nos espaços onde merece ser analisados para que se torne menos distante a teoria e a prática. A realidade que ocorre em nossas escolas especificamente a pública, precisa ser redirecionada, para práticas realmente verdadeiras que de fato aconteça esse ensino pautado no dever da família inicialmente, e práticas que almejem a formação de cidadãos autônomos, críticos e qualificados para o trabalho e para as variadas situações que enfrentarão na vida, desde a Educação Básica. Conforme Almeida (1998): Quanto mais amadurecidas forem nossas propostas e seriamente discutidas, menores serão as nossas ilusões e maiores as expectativas de ir traçando um horizonte mais promissor para a democratização e universalização da educação básica (p. 48).
  • 33. 33 É extremamente importante em todos os níveis da Educação Básica refletirmos sobre as nossa Práticas e propostas que venham a ser desenvolvidas, bem como as estratégias e objetivos que irão nortear o andamento do nosso trabalho. E ainda neste contexto, nos referimos especificamente as práticas na perspectiva do Letramento, ainda no que se refere às nossa práticas, Brandão (2001), ressalta que: Acreditamos que ao levar o aluno a aprender a ler as estratégias discursivas com que se tecem os diferentes gêneros, o professor estará contribuindo com sua parcela de formar cidadãos em seu pleno desenvolvimento. Contudo para que o professor possa de fato dar a sua parcela de contribuição, é preciso que tenha clareza das noções que nos levarão o seu fazer pedagógico. Deve-se evitar uma postura pretensamente arrogante que tantas vezes toma conta do mundo acadêmico e do mundo das instituições que regem a educação baseada na apresentação de propostas de aplicação de tal e tal teoria, sem o lastro entre o estreitamento entre o que se quer e o que é possível fazer pode proporcionar (p. 43). Considerando a importância do Ensino Fundamental como tempo que deve ser assegurado ao aluno obter as habilidades e competências necessárias a percorrer uma etapa posterior de ensino, faz-se necessário uma retomada de estudos, reflexões e práticas vinculadas no sentido de promover a formação de cidadãos aptos a participar da vida social. O que pretendemos enfatizar como sendo parte altamente relevante quando falamos em Educação Básica, especificamente no Ensino Fundamental é que é exatamente nesta etapa que o ensino e a aprendizagem deve acontecer de maneira eficiente e satisfatória para que se alcance durante este tempo os objetivos indispensáveis a serem alcançados para a aquisição de capacidades, habilidades e maturidade compondo assim conhecimentos prévios e essenciais para uma promoção à etapa posterior. É nesta etapa da educação básica que o ensino e aprendizagem merecem um alicerce que fundamente e possibilite o ingresso em séries posteriores, levando o aluno, para o desenvolvimento da sua criticidade, autonomia, independência e eficiência com os sistemas de escrita e leitura das quais irá utilizar por toda a sua vida dentro e fora da escola, espaço este que deve ser oferecido essa formação e capacitação essencialmente, embora não seja o único, levando-se em conta que o aluno adquire outras habilidades e competências também fora do âmbito escolar.
  • 34. 34 Mas o que queremos sublinhar aqui é que é essencialmente na escola que as habilidade e conhecimentos úteis a serem utilizados por o aluno na sua vida profissional e social devem ser adquiridos na escola e que esta aquisição seja eficiente, necessitando reformular ou reorganizar as práticas que muitas das vezes não colaboram para uma aprendizagem significativa, que proporcione e estimulem o aluno ao prazer em aprender e permanecer na escola. Fernando Beck (2003), vem assim se expressar : Os alunos não suportam repetir o que não lhes faz sentido, por outro lado, a verdadeira aprendizagem escolar, deveria visar o aumento da capacidade de aprender, tão importante nos dias atuais, e não apenas acumular conteúdos; conteúdos freqüentemente inúteis. Além disso, a escola pública poderia pensar em tentar conjugar, na prática pedagógica e didática, outros verbos além do verbo repetir, para redefinir sua função didática pedagógica: fazer, compreender, criar, inventar, sentir, abstrair, experienciar, transformar, desafiar e etc. E inspirada no pensamento de Paulo freire conjugar verbos como: buscar, indagar, intervir, escutar, dizer, falar, pensar, perguntar, dialogar, mudar, transformar, pesquisar, conscientizar-se, refletir a prática, ousar o novo e etc. Só isso já provocaria uma mudança de perspectiva (p.32). Neste sentido é que precisamos urgentemente reelaborar e redirecionar as nossas práticas, e que estas possam ser pontes, ligando o objetivo que se tem e as ações que se desenvolverão. Os PCNs (2006) enfatiza que: As discussões dessas questões são importante para que se explicitemos pressupostos pedagógicos que subjazem à atividade de ensino, na busca de ocorrência entre o que se pensa estar fazendo e o que realmente se faz.Tais práticas se constituem a partir das concepções educativas e metodológicas de ensino que permearam a formação educacional e o percurso profissional do professor, aí incluída suas próprias experiências escolares, suas experiências de vida, a ideologia compartilhada com seu grupo social e as tendências pedagógicas que lhe serão contemporânea (p. 39). É de enorme responsabilidade e importância a prática pedagógica do professor, pois esta bem trabalhada e compreendida do ponto de vista do docente, pois será estabelecida com fins claros e objetivos determinado com as devidas intervenções para se alcançar o que se objetiva, neste sentido aluno letrados, capazes de agir e interagir nas situações cotidianas da escola e da vida. É ainda os PCNs (2006) que colabora:
  • 35. 35 Embora a escola vise a preparação para a vida,não busca estabelecer relação entre os conteúdos que se ensinam e os interesses dos alunos, tampouco entre esses e os problemas reais que afetam a sociedade.Na maioria das escolas essa prática pedagógica se concretiza por sobrecarga de informações que são veiculadas aos alunos, o que torna o processo de aquisição de conhecimento, para os alunos, muitas vezes burocratizados e destituído de significação (p17). Um dos objetivos gerais que os (PCNs) destacam além de outros não menos importante, mas que aqui queremos acentuar diz que:“posicionar-se de maneira critica, responsável e construtiva nas diferentes situações sociais utilizando o dialogo como forma de mediar conflitos e de tomar decisões coletivas”(p. 107). Além de outro que também destacamos: “utilizar as diferentes linguagens - verbal, matemática, gráfica, plástica e corporal - como meio para produzir, expressar e comunicar suas idéias, interpretar e usufruir das produções culturais, em contextos públicas e privados, atendendo as diferentes intenções e situações de comunicação (p. 108)”. Pretendemos enfatizar a relevância desse objetivos aqui citados, e compreender através da ótica do sistema educacional o qual é inteiramente responsável pela concretização desse objetivos além da responsabilidade de todos os envolvidos neste processo, que são os profissionais da educação envolvidos direta ou indiretamente. Cabe à escola de maneira geral organizar, planejar, projetar e articular todas as estratégias possíveis para a viabilização e alcance de objetivos, levando-se em consideração que esta não é tarefa fácil, mas quando todos se juntam para alcançar um mesmo fim torna-se tarefa ainda difícil, mas possível. E os PCNs (2001) asseguram que: “Apesar de a responsabilidade ser essencialmente de cada professor, é fundamental que esteja compartilhada com a equipe da escola por meio da co-responsabilidade estabelecida no projeto educativo (p 52)”. A Educação Básica como já insinua o nome, deve oferecer de maneira significativa e competente o alcance das habilidades básicas necessárias ao aluno, atuar de maneira autônoma e eficiente na sociedade em que vive, e é na escola onde se coloca toda a responsabilidade para o alcance dos objetivos citados anteriormente, e que compete oferecer esta educação básica, para que o individuo
  • 36. 36 possa interagir não só profissionalmente mas pessoalmente nas várias situações que se fará necessário fora da escola. É parte integrante da escola, em todos os segmentos que constituem a educação básica, proporcionar condições elementares e dotadas de significância e eficiência para a atuação competente e fundamental do individuo no âmbito social. E dentro deste contexto se atrela a uma mudança geral e até radical de todos os processos educacionais envolvidos, que parte de quem elabora as normas e os objetivos de ensino, até a quem cumpre e realiza,assim como o currículo e algumas práticas existentes ainda, consiste em um ponto fundamental e que requer reflexão e ação, no sentido de fazer uma análise com cuidado e clareza, pois muitas das práticas metodológicas desenvolvidas ainda hoje, no que se refere ao cumprimento do currículo escolar, são metodologias e posturas que ainda revelam um certo despreparo, que impedem de inserir propostas e desenvolver um trabalho de maneira que dimensione e vincule práticas capazes de levar o aluno a interagir e se construir de maneira critica, reflexiva e autônoma, o que aulas simplesmente expositivas, exclusivamente voltada para o cumprimento de um número considerável de conteúdos em cada unidade escolar não é possível. Cardoso (1991), expressa que: “A prática pedagógica consciente e politizada, pressupõe vínculos entre meios e fins, vontade, consciência dos objetivos da prática e noção exata da própria potência dos atos para presenciá-los na ação criatividade e não prática repetitiva (p.24)”. O alcance de uma educação de qualidade pois, está atrelado a inúmeros fatores os quais é inteiramente de responsabilidade e competência de todos os envolvidos no processo educativo, e que requer constantemente análise, reflexão critica e percepção, além de uma acentuada capacidade e maturidade para perceber quais são os entraves que ainda dificultam o alcance dos objetivos propostos, e sendo assim a sua concretização. Quando os (PCNs, 2001) sublinham que o plano decenal de educação, em consonância com o que estabelece a constituição de 1998, afirma a necessidade e a obrigação de o estado elaborar parâmetros claros no campo curricular, capazes de orientar as ações educativas do ensino obrigatório, de forma a adequá-los aos ideais democráticos e à busca da melhoria da qualidade do ensino nas escolas brasileiras,
  • 37. 37 acrescentamos e enfatizamos, que são os envolvidos no sistema de ensino diretamente, quem deverão fazer as alterações e adaptações possíveis, no referido currículo escolar,de modo que a sua execução seja adequada e conveniente para a consolidação e alcance dos objetivos,pois sem as devidas intervenções tanto na elaboração quanto no cumprimento do currículo, não será possível obter resultados satisfatórios e com êxito na aprendizagem que se idealiza acima de tudo no âmbito escolar. Conforme ainda acentua os (PCNs, 2001) os altos índices de repetência e evasão apontam problemas que evidenciam a grande insatisfação com o trabalho realizado pela escola, o que reafirma e ratifica todo o contexto das questões aqui apresentadas bem como sua relevância ao discutirmos pertinentemente sobre Educação Básica. E mais especificamente dentro desse contexto é que enfatizamos aqui a necessidade de um trabalho voltado para práticas de leitura e escrita em contextos de letramento, ao longo da educação básica para redirecionarmos os resultados que ainda surgem como negativos quanto aos objetivos e papel da escola.
  • 38. 38 CAPÍTULO III 3 METODOLOGIA A importância da pesquisa se dá quando surge um problema, uma inquietação a partir de um questionamento que provoca curiosidade de compreender como se dá ou acontece determinado processo, e quando se tem um objetivo em descobrir sobre algo o que resultará no objeto de pesquisa. O interesse o questionamento, é a base capaz de elucidar uma pesquisa para buscar a resposta ou compreensão de como algo acontece, onde, quando e por que acontece. A busca por uma resposta ou resultados que se quer alcançar, acontece essencialmente através da pesquisa, organizada, elaborada e motivada por algo que se pretende descobrir. Compreender práticas que se opõem e se complementam simultaneamente como teoria e prática, será possível através do conhecimento pois, compreendemos que conhecer é a forma mais competente para poder intervir, com aquilo que será reflexão e também ação do objeto que se interessa e pretende-se pesquisar. (FAZENDA 1991) refere-se à pesquisa como uma atividade de investigação capaz de oferecer e portanto produzir um conhecimento “novo” a respeito de uma área ou um fenômeno,sistematizando-o em relação ao que já se sabe a respeito dele. Pretendemos ressaltar que o conhecimento prévio que tínhamos antes da pesquisa no que se refere ao tema em questão, se dava ainda de maneira incipiente, o que nos estimula a realizar esta pesquisa com o objetivo de conhecer mais e melhor para melhor intervir, onde se fizer necessário para alcançarmos de fato os objetivos a que se propõem. E ainda mais objetivando o que Ludke (1986) ratifica com muita precisão: O professor que faz pesquisa tem muito mais consciência do que fazer em sala de aula, na parte pedagógica, como também saber porque alguns alunos vão bem, outros não.A pesquisa tem que investigar aspectos relevantes que vão subsidiar aquela prática.
  • 39. 39 De fato as pesquisas realizadas nas instituições pesquisadas buscam novas metodologias e/ou práticas de ensino, elaboração de material didático e reformas curriculares, visando a melhoria da prática docente na escola básica (53)”. Sendo assim é o que buscamos através dessa pesquisa, encontrarmos fatores ou analisarmos, averiguarmos para que a partir da nossa percepção e compreensão de inúmeros fatores que tornam ainda práticas que não condizem com objetivos, especificamente no que se refere ao nosso problema de pesquisa, buscarmos algumas soluções mesmo que difíceis mas não impossível, para mudarmos e revertermos o quadro que por vezes ainda se dá de maneira insatisfatória para os objetivos que se quer alcançar. Enfatizamos ainda que esse processo só será possível mediante a ação conjunta de todos os envolvidos no processo educativo bem como a clareza e a razão de por que pesquisar e para que pesquisar, entendendo que a cada elemento novo que surge durante a pesquisa, é algo que se complementa para a elucidação completa de uma pesquisa, juntando fatores que se tornam indispensáveis nessa ação de pesquisar. É o que reafirma Fazenda (1991): A compreensão de um fenômeno só é possível com relação á totalidade à qual pertence (horizonte da compreensão). Não há compreensão de um fenômeno isolado; uma palavra só pode ser compreendida dentro de um contexto. Um elemento é compreendido pelo sistema ao qual se integra e, reciprocamente, uma totalidade só é compreendida em função dos elementos que a integram (p.101). E Ludke (2001) sublinha que “os dados da minha pesquisa alimentam a minha prática de ensino e a minha prática de ensino fornece dados para a minha pesquisa, na prática docente na sala de aula surge elementos novos para serem investigados (p.31)”. É possível pois uma reflexão e uma ação que seja realizada de forma competente e real para que a pesquisa não decorra em um simples ato sem fundamentos e práticas que respaldem a importância e necessidade de se pesquisar descobrir o que se pesquisou e intervir para completar e somar novos saberes e novas práticas bem como novas atitudes, a serem tomadas para a concretização de todas as ações pensadas, elaboradas e objetivadas.
  • 40. 40 Partindo desse breve enfoque sobre o que é pesquisar mesmo que de maneira ainda incipiente, assinalamos e destacamos que a nossa pesquisa será de teor qualitativo, em vista disso Bogdan e Biklen (1982) apud LUDKE E ANDRÉ, 1986, p.11); “A pesquisa qualitativa supõe o contato direto e prolongado do pesquisador com o ambiente e a situação que está sendo investigada”.Enfatizamos que é por meio e através dessa vertente que optamos e explicamos o cunho da nossa pesquisa. 3.1 Instrumentos da Pesquisa Para execução da pesquisa e para a obtenção dos resultados que se pretendeu alcançar, foram necessários alguns procedimentos que evidenciam os caminhos da pesquisa, que denominamos: Entrevista semi-estruturada e Questionário fechado. 3.1.1 Entrevista A escolha por este instrumento se deu através da concepção de que este recurso nos possibilita e proporciona uma série de informações relevantes e eficazes a que pretendemos investigar por estarmos em contato direto com o objeto a ser pesquisado, o que outros instrumentos de coleta de dados talvez não viabilize e que embora seja um dos mais trabalhosos seja no que se refere à sua análise e interpretação dos dados colhidos, seja um dos mais ricos e potenciais nas aquisições de informações que se pretende descobrir. Ludke e André (1986) assim se referem a este instrumento de coleta de dados: Ao lado da observação, a entrevista representa um dos instrumentos básicas para a coleta de dados, esta é uma das principais técnicas de trabalho em quase todos os tipos de pesquisa utilizados nas ciências sociais.Mais do que outros instrumentos de pesquisa, que em geral estabelecem uma relação hierárquica entre o pesquisador e o pesquisado, como na observação unidirecional, por exemplo, ou na aplicação de questionário ou de técnicas projetivas, na entrevista a relação que se cria é de interação, havendo uma atmosfera de influência recíproca entre quem pergunta e quem responde (p. 33). A entrevista permite pois uma gama rica de informações que talvez se destaca dos demais instrumentos por possibilitar um contato direto com os
  • 41. 41 entrevistados,trazendo inúmeros elementos que possam surgir, durante esse tempo de diálogo e interação. 3.2 Lócus da pesquisa Essa pesquisa se realizou na Escola Municipal Antônio Bastos de Miranda, em Missão do Sahy, povoado situado a 8km do Município de Senhor do Bonfim-Ba. A escola tem como diretora Sheila Lima Aguiar, eleita pela comunidade para gestar durante os anos letivos 2011 e 2012. Funciona durante os três turnos, matutino com ensino fundamental II (6º ao 9º ano) vespertino com (4º ano e 5º ano) e noturno com EJA (Educação de jovens e adultos). Sua estrutura física é composta por quatro salas de aulas, uma sala de recursos onde atende os alunos com NEE (Necessidades Educacionais Especiais), uma diretoria, uma sala de informática, um pátio pequeno, três banheiros, uma cantina e um pequeno almoxarifado. Sua estrutura não é suficiente para compor o número total de alunos que somam um total de 207, por este motivo, quatro turmas do turno vespertino ocupam o espaço do colégio estadual concedido e autorizado através de solicitação pela Secretaria de Educação Municipal com a diretoria da DIREC 28 de Senhor do Bonfim. A escola possui também uma extensão, anexo onde é oferecido a educação infantil no turno matutino e o ciclo (CBAi, CBASI, CBASII, que significa ciclo básico inicial e ciclo básico seqüencial) no turno vespertino. Assinalamos ainda que os espaços cedidos à escola Antônio Bastos pela secretaria estadual será por tempo determinado o que ocasiona e acarreta inúmeros problemas e que dificultam o bom andamento e aproveitamento das práticas e atividades escolares. 3.3 Sujeitos da pesquisa Os principais sujeitos dessa pesquisa foram essencialmente os professores do Ensino Fundamental ll da referida escola, que atuam em sala de aula nos respectivos dias de suas aulas, conforme o cronograma de aula, foram esses professores bem como suas práticas pedagógicas que viabilizaram e forneceram