2. “ Uma vez, tinha eu seis anos fiz um desenho…” Desenho - …..pessoas crescidas não compreendiam Decidi mudar de profissão
3. “ Foi assim que vivi sempre sozinho, sem ninguém com quem falar, mas falar a sério, até há seis anos que tive uma avaria no motor em pleno deserto do Sara. Estava com um problema no motor. E como não levava nem mecânico nem passageiros, preparei-me para tentar consertar sozinho o avião. O caso parecia bastante complicado, e ,sobretudo era uma questão de vida ou de morte :a água quase não me chegava para quatro dias.”
4. “ Até que, há seis anos, tive uma avaria no deserto do Saara…” Então, com a pressa de começar a desmontar o motor e quase a perder a paciência, rabisquei qualquer coisa: E atrevi-me a dizer: -Isto é uma caixa. Dentro dela está a tua ovelha. Inesperadamente, o rosto do meu pequeno juiz iluminou-se. -Era precisamente esta que eu queria! Achas que ela vai precisar de muita erva? - Porquê? - Porque o meu sítio é muito pequenino.. - Mas chega, com certeza. Dei-te um ovelha muito pequenina. Baixou a cabeça para o desenho: - Tão pequenina como isso também não…Olha ! Adormeceu… E foi assim que travei conhecimento com o principezinho”
5. “ Ah, principizezinho! Assim fui conhecendo, aos poucos, a tua melancolica vidinha !Durante muito tempo, a tua única distracção foi a beleza dos crepúsculos. Fiquei a sabê-lo na manhã do quarto dia quando me disseste: -Gosto muito dos pores do sol. Vamos ver um pôr-do-sol… -Mas primeiro temos de esperar… -Esperar por quê? -Esperar que o sol se ponha. Começaste por ficar espantado, mas, depois, riste de ti próprio. E disseste-me :Ainda julgo que estou no meu sitio… Bastava poder chegar a França num minuto para se assistir ao pôr-do–sol. Mas infelizmente, a França ficava longe demais. No teu planeta pequenino só precisavas de empurrar a cadeira. E vias os crepúsculos que quisesses… -Um dia vi o sol por se quarenta e três vezes! -Sabes… quando se está muito, muito triste, é bom ver o pôr–do-sol... -E no dia das quarente e três vezes estavas assim tão triste? Mas o principezinho não me respondeu.”
7. 1º planeta –O primeiro planeta era habitado por um Rei “ O rei, vestido de púrpura e arminho, estava instalado num trono muito simples, mas majestoso. … ao rei importava sobretudo que a sua autoridade fosse respeitada. Não tolerava desobediências. Era um monarca absoluto. Mas também era muito bom, e por isso só dava ordens sensatas.(…) “ Se eu ordenasse a um general que se transformasse em gaivota e ele não me obedecesse, o general não tinha a culpa. Eu é que tinha””
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9. 3º Planeta - Bêbado “ O planeta seguinte era habitado por um bêbado. -Estás a fazer o quê? – perguntou ao bêbado. Foi dar com ele muito calado, diante de uma colecção de garrafas vazias e de uma colecção de garrafas cheias. -Estou a beber - respondeu o bêbado, com ar lúgubre.”
10. . “ -E estás a beber porquê? - perguntou o principezinho. -Para me esquecer – respondeu o bêbado. -Para te esqueceres de quê? – perguntou o principezinho, que começava a ter pena dele. -Para me esquecer que tenho vergonha – confessou o bêbado, baixando a cabeça. -Vergonha de quê? – tentou saber o principezinho, cheio de vontade de o ajudar. Vergonha de beber! – Concluiu o bêbado fechando-se definitivamente no seu silêncio.”
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12. “ Não, nada disso. Coisitas douradas que dão volta á cabeça dos párias e dos vagabundos. Mas eu, eu sou um homem sério. Não tenho tempo para fantasias! -Ah!Estrelas! -Isso mesmo! Estrelas! -E o que fazes tu com quinhentos milhões de estrelas? -Quinhentos e um milhões, seiscentos e vinte e dois mil, setecentos e trinta e uma. Eu, eu sou um homem sério e gosto de falar com rigor!”
13. 5º - Planeta – Acendedor de Candeeiros “ Quando chegou ao planeta, cumprimentou respeitosamente o acendedor: -Olá, bom dia! -Bom dia! -Olá, bom dia! Porque apagaste mesmo agora o teu candeeiro? -São as ordens que tenho – respondeu o acendedor. -Ordens? Que ordens são essas? -Mas as ordens mudaram? -Não, não mudaram – disse o acendedor. – E esse é precisamente o meu drama! Calcula tu que o planeta cada ano gira mais depressa e as ordens nunca mudam! -E depois? – perguntou o principezinho. -Depois, agora dá uma volta num minuto e eu não durmo um segundo de descanso. Acendo-o e apago-o uma vez por minuto! -Que engraçado! Então aqui os dias duram um minuto?”
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16. “ Ah, principezinho! Assim fui conhecendo, aos poucos, a tua melancólica vidinha !Durante muito tempo, a tua única distracção foi a beleza dos crepúsculos. Fiquei a sabê-lo na manhã do quarto dia quando me disseste: -Gosto muito dos pores do sol. Vamos ver um pôr-do-sol… -Mas primeiro temos de esperar… -Esperar por quê? -Esperar que o sol se ponha. Começaste por ficar espantado, mas, depois, riste de ti próprio. E disseste-me: Ainda julgo que estou no meu sitio… Bastava poder chegar a França num minuto para se assistir ao pôr-do-sol. Mas infelizmente, a França ficava longe demais. No teu planeta pequenino só precisavas de empurrar a cadeira. E vias os crepúsculos que quisesses… -Um dia vi o sol por se quarenta e três vezes! -Sabes… quando se está muito, muito triste, é bom ver o pôr-do-sol... -E no dia das quarenta e três vezes estavas assim tão triste? Mas o principezinho não me respondeu .”
18. “ A Terra não é um planeta qualquer. Tem cento e oito reis (contando, claro está, com os reis pretos), sete mil geográficos, novecentos mil homens de negócios, sete milhões e meio de bêbedos, trezentos e onze milhões de vaidosos, ou seja, aproximadamente, dois mil milhões de pessoas crescidas.”
19. “ Para ficarem com uma ideia das dimensões da Terra, dir-vos-ei que, antes da invenção da electricidade, devia haver um autêntico exército de quatrocentos e sessenta e dois mil e quinhentos e onze acendedores de candeeiros no conjunto dos seis continentes.”
20. “ Depois de ter caminhado durante muito tempo e de só ter encontrado areia, rochas e neve, o principezinho acabou por descobrir uma estrada. E as estradas vão dar aos homens. - Olá, bom dia! – Disse ele. Era um jardim cheio de rosas. - Olá, bom dia! – Disseram as rosas. O principezinho olhou para as rosas e viu que todas se pareciam com a flor dele. - Quem são vocês? – Perguntou-lhes, estupefacto. - Somos rosas. – Disseram as rosas. - Ah! – Exclamou o principezinho. E sentiu-se muito infeliz. A flor dele tinha-lhe contado que era a única da sua espécie do universo. E afinal ali tinha cinco mil, todas iguais, só num jardim.”
21. “ E depois ainda pensou: “ Julgava-me muito importante por ter uma flor ú nica no mundo e, afinal, tenho uma rosa vulgar. Com ela e com os meus três vulcões que mal me chegam ao joelho – um dos quais, se calhar, extinto para todo o sempre – sou, de facto, um rico pr í ncipe …” e desatou a chorar, deitado na relva.”
22. “ Isso quer dizer o quê? - As pessoas têm estrelas que não são as mesmas. Para os viajantes, as estrelas são guias. Para outros, não passam de luzinhas. Ainda para outros, os cientistas, são problemas. Para o meu homem de negócios, eram ouro. Mas todas essas estrelas estão caladas. Tu, tu vais ter estrelas como mais ninguém… -Isso quer dizer o quê?”
23. “ -Isso quer dizer o quê? -À noite, vais-te pôr a olhar para o céu e, porque eu moro numa delas, porque eu me estou a rir numa delas, então, para ti, vai ser como se todas as estrelas rissem! Vais ser a única pessoa do mundo que tem estrelas a rir! Voltou a rir.”
24. “ -E quando estiveres consolada (afinal acabamos sempre por nos consolar), vais ficar contente de me teres conhecido. Vais ser sempre meu amigo. Vai-te apetecer rir comigo. E, às vezes, sem mais nem menos, vais abrir a janela, só por ser bom… E os teus amigos vão ficar espantados por te verem a olhar para o céu a rir. Mas tu dizes-lhes: «Pois é! As estrelas dão-me sempre vontade de rir!» E eles vão ficar a pensar que não estas bom da cabeça. Bela partida a minha… E voltou a rir.”