Este documento é um portfólio de uma estudante de arquitetura e urbanismo contendo anotações de aulas, relatórios de visitas, estudos de caso e leituras sobre planejamento urbano coletados no primeiro semestre de 2013. O portfólio é organizado em seções como notas de aula, relatório de visita, zoneamento de bairro, notas de leitura e glossário para apresentar os conhecimentos adquiridos sobre o tema.
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Portfólio Urbanismo Vila Buarque
1. 1
PORTFÓLIO
Gabriella da Cunha Takauti
Turma E11
Disciplina: Planejamento Urbano I
Professores: Luiz Guilherme R.de Castro
Paulo Ricardo Giaquinto
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Universidade Presbiteriana Mackenzie
São Paulo, 1° semestre de 2013
2. 2
Gabriella da Cunha Takauti
PORTFÓLIO
Reunião de conhecimentos sobre Planejamento Urbano coletados durante o 1º semestre de
2013
Trabalho apresentado à Universidade
Presbiteriana Mackenzie como requisito parcial
para avaliação do 1º semestre no curso de
Arquitetura e Urbanismo
Professores: Luiz Guilherme R.de Castro
Paulo Ricardo Giaquinto
São Paulo
2013
3. 3
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................. 4
NOTAS DE AULAS ...................................................................................................................................................... 5
RELATÓRIO DE VISITA ............................................................................................................................................ 17
FILME ENTRE RIOS .................................................................................................................................................. 23
ZONEAMENTO DO BAIRRO LAUZANE PAULISTA...................................................................................................25
NOTAS DE LEITURA...................................................................................................................................................26
PESQUISAS E ESTUDOS PESSOAIS........................................................................................................................36
GLOSSÁRIO.................................................................................................................................................................42
ANEXOS.......................................................................................................................................................................45
CONCLUSÃO...............................................................................................................................................................59
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................................................................................60
4. 4
INTRODUÇÃO
O Portfólio tem como objetivo coletar, selecionar e organizar materiais sobre temas de introdução
ao urbanismo como campo de conhecimentos e de práticas sobre a cidade e o urbano, refletir sobre
esses materiais, e refletir sobre o processo de aprendizagem.
As informações e conhecimentos coletados durante o curso, foram divididos em Notas de Aulas
(notas de professores, de atividades realizadas em sala e anotações individuais), Relatório de Visita
monitorada à Vila Buarque (Visita realizada no dia 5 de março com acompanhamento dos
professores e relatório feito em grupo, com a reunião e organização das informações coletadas por
cada membro), Filme Entre Rios (realizado por estudantes de Audiovisual do SENAC), Zoneamento
do Bairro Lauzane Paulista (estudo da região da qual o aluno reside), Notas de Leitura (com
anotações em tópicos das principais informações coletadas de livros e textos de urbanistas
renomados), Pesquisas e Estudos Pessoais (com leituras complementares de interesse próprio do
aluno), Glossário (com os principais conceitos aprendidos no decorrer do curso), e por fim, Anexos
(com tabelas referentes a algumas passagens do portfólio, e com indicação).
5. 5
NOTAS DE AULAS
AULA 1
Apresentação da disciplina e do programa;
objetivos, conteúdos; referências;
metodologia; critérios de avaliação.
AULA 2
Praça Roosevelt – antigamente era o point
de Vinicius de Moraes e Tom Jobim
“Se você não olhar para a cidade, você
corre o risco de fazer obras obsoletas”
Filme “Entre Rios”
- São Paulo de Piratininga – A Colina e o Rio
- Rio Tamanduateí – ao lado do Mercado
Municipal – Parque Dom Pedro II
- O café atraiu investimentos pra São Paulo –
ferrovias: as distâncias diminuíram
- Antes os rios eram o principal da cidade, hoje
são obstáculos.
- Viaduto do Chá sobre o Anhangabaú
- 1818: Primeira Companhia de Saneamento
de Esgoto
- Mais pessoas → mais água → mais esgoto
- 1912: Canalização do Rio Tamanduateí
- Rios de planície são lentos
- A integridade do Rio Tietê – Francisco
Saturnino
- São Paulo – radial concêntrico
- Prestes Maia (ex prefeito de São Paulo)
construiu a Av. 9 de Julho [3 pistas], procurou
a modernização.
6. 6
- Vale do Itororó
- “O espaço das águas transformou-se no
espaço dos carros”
- “Enchente é coisa que nós inventamos. Ela é
fruto da urbanização”
- Mauá – onde nasce o Rio Tamanduateí
- Projetos Rodoanel passando por um trecho
do Rio → Reivindicações → Projeto cancelado
Sobre o filme:
- Trabalho de Jornalismo: superficial e ingênuo
- Reducionismo e anacronismo: 1 ponto de
vista: saudosista
A cidade é uma obra de arte aberta e
inconclusa
Brasília: a cada quatro superquadras você
tem uma escola, um ponto de ônibus...
Prestes Maia. Achava que São Paulo teria
2 Milhões de pessoas em 1950, mas a
cidade alcançou 5 milhões. Foi planejada
pensando nos automóveis (eles eram uma
aspiração na época).
Após Henry Ford, a fabricação de
automóveis foi feita em massa.
“Não existe urbanização natural. Toda
Urbanização é cultural”
AULA 3
Livro “Las Formas del Crecimiento Urbano”, de
Manuel de Solà-Morales
- A combinação do solo, edificação e
infraestrutura
7. 7
- As primeiras igrejas cristãs tem como modelo
a basílica, e não os templos gregos e
romanos, pois estes eram pagãos.
- “O projeto urbanístico é projeto para dar
forma a um processo físico, arquitetônico e de
engenharia que combine solo, edificação e
infraestrutura”
- U – Urbanismo | P – Parcelamento | E –
Edificações
-Animais transformam o espaço. Nós
(humanos) transformamos de acordo com a
cultura
- Rua é o principal fato da urbanização. É a
ideia de movimento, deslocamentos...
- Parcelamento – antes era rural – o camponês
pagava imposto
- O parcelamento urbano – Surgiu em
Amsterdam – a prefeitura fez os diques. Quem
desse dinheiro poderia ficar com uma parcela
da terra → primeiro precedente que não era
solo da nobreza, era de um comerciante
- A Propriedade Privada das Terras:
Revolução Inglesa | Revolução Francesa (a
propriedade como um direito – Napoleão) |
Brasil: Lei de Terras 1840 (tardio)
- Ensanche (extensão) P-U-E
- Crescimento Suburbano U-P-E (ao longo da
via ou da estrada rural, e vai se urbanizando).
- Urbanização Marginal P-E (faz primeiro o
parcelamento da terra, e depois a edificação.
Se abre de qualquer jeito um loteamento.
Clandestino, loteamento irregular. Não há
espaços públicos além das ruas) ex Ermelino
Matarazzo, Zona Leste
8. 8
- Cidade Jardim – UP – E (Surgiu na
Inglaterra. Ex: Pacaembu, Alto da Lapa, Jd.
Europa, Morumbi)
- Barraca – E (favelas são um aglomerado de
população onde não existe lote, não existe a
rua. A terra não é do dono da barraca)
- Polígonos – PUE: Conjuntos habitacionais –
geralmente feito pela prefeitura, numa tentativa
de resolver os problemas da falta de
habitação. Outro exemplo: os cortiços do RJ →
Na Europa, no pós guerra, os polígonos foram
uma solução, diferente da América Latina.
- Exemplo: Barcelona: Projeto de loteamento
(fizeram um projeto que pudesse receber 10
vezes mais as pessoas na cidade | tinha uma
cidade medieval, teve que destruir algumas
partes | Fez adaptações)
- Rua da Consolação: porque as mulheres
eram consoladas quando os maridos iam
embora
- Livro do Jorge Amado que conta a
Urbanização, a formação do Vilarejo
- Curiosidade: Nos EUA demoliram um
shopping e fizeram uma “cidade” retrô. “As
pessoas têm saudade do que não viveu. É a
cidade velha mais nova do país”
- Verticalização da favela: No Rio de Janeiro já
chegou a ter 6 pavimentos.
AULA 4
Visita Monitorada ao Campo de Estudo
A PRAÇA ROTARY – O Coração da Vila
Buarque
9. 9
- Era a periferia da cidade, era área rural: a
chácara de Rêgo Freitas. A cidade acabava na
Praça da República.
- O comércio era diversificado. Algumas lojas
se transformaram em estacionamento.
- Biblioteca Monteiro Lobato – dentro da Praça.
- Ruas dispostas em quadrículas (tabuleiro de
xadrez)
- Questionamentos: é necessário ter uma
Biblioteca na Praça? Ela está bem localizada?
Teve lógica colocá-la aí?
- Nos finais de semana, a quadra abriga
muitas pessoas, inclusive skatistas.
- A praça recebe pessoas da região, que
moram perto da praça.
- Preços de garagem elevadíssimos (60 mil pra
cima)
- A região é altamente valorizada: é próxima
ao centro, oferece grande acessibilidade geral,
principalmente por conta do metrô, há grandes
ofertas de empregos.
- Os moradores da região não dependem de
ter um carro, pois consegue-se fazer tudo sem
automóvel particular.
- A região não atrai muitos escritórios,
justamente por causa do preço dos
estacionamentos.
- A região não tem muitos supermercados,
também pela questão da falta de automóveis.
-Três momentos da verticalização: a baixa, a
1ª verticalização e a 2ª verticalização
10. 10
- Na Praça da República tinha uma escola.
AULA 5
(Os professores apresentaram 10 itens de
pesquisa sobre o campo de estudo - região do
Elevado Costa e Silva)
Comentários sobre a região
- Ao redor da biblioteca era
predominantemente residencial e verticalizado
na General Jardim, mas tem as exceções.
- Hospital das Clínicas dividido entre Jardim
Europa e Pacaembu
- “A cidade é um corpo”, e tem seu sistema de
circulação; as ruas são semelhantes às veias.
AULA 6
Apresentação e avaliação dos planos de
trabalho das equipes
AULAS 7 e 8
Dinâmica em grupo. Discussão feita com base
nos textos lidos pelos membros do grupo.
(Leitura e resumo pessoal: “Os Novos
Princípios do Urbanismo”, François Ascher).
AULA 9
UNIDADES TERRITORIAIS
Delimitações Territoriais e Administrativas
Divisões político-administrativas
o Delimitação territorial para controle e
administração (governo) do território
11. 11
o Exercício do domínio territorial –
econômico, político, jurídico, social,
policial, militar
Estado-Nação e suas subdivisões
territoriais
o Processo histórico de estabelecimento
de fronteiras e de subdivisões internas
Diferentes Escalas
oEstado-Nação
o• Macroregiões
o• Estados
o• Regiões Metropolitanas (56 no Brasil)
o• Aglomerações urbanas
o• Municípios
No Estado de São Paulo – 645 municípios
agrupados em 15 Regiões Administrativas,
42 Regiões de Governo - subdivisões das
RAs, 4 Regiões Metropolitanas São Paulo,
Campinas, Baixada Santista, Vale do
Paraíba/litoral Norte e 3 Aglomerações
urbanas: Jundiaí, Piracicaba. Sorocaba
MAPA: MACROMETRÓPOLE PAULISTA
WWW.sdmetropolitano.sp.gov.br
12. 12
MAPA: REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO
edsonaparecido.com.br
39 municípios, aproximadamente 20 milhões de
habitantes
MAPA: MACROMETRÓPOLE PAULISTA
PT.wikipedia.org
Bairros
Seus limites geográficos, assim como a
realidade a que se referem nem sempre são
claramente definidos.
“O bairro não existe enquanto uma unidade
13. 13
isolada e autônoma. “Trata-se de uma
“unidade sociológica relativa”, que não pode
ser tida como a base ou essência da vida
urbana”.
Delimitação da Área de Estudo
Trata-se de um recorte espacial. Todo
recorte é arbitrado, escolhido – para que não
seja aleatório (ou arbitrário), é necessário
explicitar os critérios utilizados.
AULA 10
A Produção e a Transformação do
ambiente construído e seus atores. A
perspectiva histórica. Questões de patrimônio
e preservação. Questões ambientais e de
sustentabilidade urbana.
AULA 11
Atividades Urbanas – usos do solo.
Intensidade e densidade de ocupação. Índices
urbanísticos básicos e legislação.
AULA 12
Os sistemas da mobilidade –
deslocamentos e circulação na cidade. Modos
de transporte. Sistema viário e sistemas de
transportes
Le Corbusier
oCarta de Atenas: é um manifesto
urbanístico resultante do IV Congresso
14. 14
Internacional de Arquitetura Moderna
(CIAM), realizado em Atenas em 1933,
e teve como ponto principal o tema
“cidade funcional”.
o Cidade Modelo: o automóvel vai ter um
papel importantíssimo
o Le Corbusier era um admirador dos
arranha-céus de Nova York. Pórém,
propunha arranha céus ainda maiores,
dizendo que os de NY eram muito
tímidos ainda.
o Era um grande admirador de Henry Dorf
o “Propôs que a cidade de São Paulo
fosse toda demolida, e deixassem
apenas três monumentos históricos. Ele
era provocador.
Brasília, Lúcio Costa 1956
oA cidade foi inaugurada em 1961
oAs cidades foram pensadas para os
automóveis... Mas na época, o
automóvel era um sonho, um desejo.
oO plano do Lúcio Costa, naquele
momento, era o que mais fazia a
síntese das teorias urbanísticas
desenvolvidas até aquela época.
oNaquela época, não existiam
supermercados. A cada 4 quadras,
existia uma área comercial. Não existia
carro, como trariam as compras pra
casa?
oO sistema viário era muito diferente do
atual
15. 15
o Quando Lucio Costa ganhou um grande
prêmio, ele o trocou por um fusquinha.
o Vivia-se no local onde morava.
o Há sempre duas perguntas referentes
aos projetos arquitetônicos e
urbanísticos: Em que contexto foi
construído? Pra que sociedade foi
criado?
o Brasília foi construída antes da ditadura
militar, onde ainda existia um sonho
socialista na região
o Brasília era tida como o modelo mais
avançado do mundo. Achavam que o
projeto ia dar certo.
o Existem contextos geográficos e
histórico para tudo o que analisamos...
oBrasília tem muito mais posto de saúde
do que São Paulo
Plano Urbanístico Básico, São Paulo, 1968
o400km de vias expressas
o650km de metrô
o Para 15 milhões de habitantes, dando
muita prioridade pros automóveis.
oA primeira linha de metro de São Paulo
foi a linha norte e sul, azul.
oApós a Crise do Petróleo começou-se a
crítica ambiental aos automóveis.
Transportes públicos
oMetrô: o nome indica sua relação com a
metrópole
16. 16
AULA 13
Infraestruturas, equipamentos e serviços
públicos
Intensidade Urbana na Horizontal
Gestão por sistema de computadores
dda gestão de serviços
Sociedade Contemporânea. Imposto
de renda: Na Suécia, 55%, no Brasil,
12,5%. Porém, Bancos 1%, Empresas
10,5%, Classe Média 27,5% e a
maioria da população é isenta.
Carta de Atenas>Após a II Guerra
Mundial, foi criada como se todos
vivessem num estado de bem social
Na Europa, a maioria dos países
proíbe a caixa d’água
Drenagem (tem a micro e a macro)
oReter, conservar a água e infiltrar
oReconstruir os lençóis freáticos
diminuindo sua velocidade
Debaixo da Praça Rotery corre um
riacho
AULA 14
Orientação para o trabalho final das
pranchas de estudo do entorno do Elevado
Costa e Silva.
AULA 15
Entrega das Pranchas de Estudo do
entorno do Elevado Costa e Silva.
17. 17
RELATÓRIO DE VISITA
bairro Vila Buarque.
Grupo: Ana Alcarpe, Érica Calçade, Gabriella Takauti, Luca Scacchetti, Juliana Fogaça, Stella Haas
Após a aula sobre tipos de processos
sociais de divisão espacial, foi realizada uma
passeata às proximidades do Elevado Costa e
Silva (minhocão). A excursão possuía como
objetivo analisar não somente a arquitetura da
região, como também os modos de
interferência humana e o reflexo da região na
vida de sua população. O percurso foi
realizado à pé, para que pudéssemos parar
em pontos considerados principais e assim
ouvir explicações dos professores, analisando
os arredores e registrando a cidade com fotos.
Esta seção do portfólio contém, além das
informações cedidas pelos professores,
pesquisas individuais.
Antes da realização da excursão foi
solicitado pelos professores um mapa da
região a ser estudada. Segue o mapa:
A área de estudo – entorno do Elevado Costa e
Silva (Minhocão) trecho da Rua Amaral Gurgel
18. 18
O percurso...
A saída aconteceu de dentro da
Universidade Presbiteriana Mackenzie, pelo
portão da Rua Maria Antônia. O primeiro ponto
de parada ocorreu na Praça Rotary. Seguimos
pela rua Dr. Vila Nova até a Rua Marquês de
Itú onde fomos até o Largo do Arouche para
uma segunda parada. De lá, continuamos
rumo ao minhocão. Durante o percurso de
volta fizemos uma visita ao hospital e
faculdade Santa Casa e então, retornamos à
Universidade Presbiteriana Mackenzie.
O bairro Vila Buarque...
Localizado entre o Centro e a Zona Oeste
de São Paulo, o bairro Vila Buarque dividi-se
entre os distritos de Santa Cecília, Consolação
e República. Ele é formado pelos logradouros
Maria Antônia, Major Sertório, General Jardim,
Marquês de Itu, Jaguaribe, Dr. Vila Nova, Dr.
Cesário Motta Júnior, Cunha Horta, Maria
Borba, Amaral Gurgel, Rego Freitas, Bento
Freitas, Santa Isabel e praça Rotary, sendo
esta última considerada o coração da Vila
Buarque.
O bairro abriga importantes hospitais, como a
Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e o
Hospital Santa Isabel, renomadas
universidades, como o Instituto Presbiteriano
Mackenzie, a Escola da Cidade e o Centro
Universitário Maria Antônia (no antigo prédio
19. 19
da FFCL-USP), espaços culturais, como o
SESC Consolação, o teatro Aliança Francesa
e a Biblioteca Monteiro Lobato (localizada
dentro da Praça Rotary), além do escritório do
arquiteto Paulo Mendes da Rocha e a sede do
IAB.
Antigamente, a região constituía a Chácara
do Senador Antônio Pinto do Rego Freitas. Em
1894, os herdeiros do mesmo a venderam
para a Empresa de Obras do Brasil, cujos
proprietários eram o engenheiro de obras
Manuel Buarque de Macedo e o Senador
Rodolfo Miranda, que arruaram a chácara. O
desenvolvimento do bairro e de outros
adjacentes, como Santa Cecília e Higienópolis,
foi fruto do processo migratório das classes
mais abastadas, que começavam a sair do
centro da cidade ou até mesmo do isolamento
das fazendas.
Era um bairro formado por edificações
baixas, porém com a demanda de moradias
com pouca oferta de espaço nessa área
valorizada, foi impulsionado a primeira
verticalização, e depois uma segunda,
possibilitada graças as novas tecnologias de
construção e novos materiais vindos das
indústrias recém formadas.
Hoje a Vila Buarque é uma região
valorizada devido a sua acessibilidade geral,
estações de metrô próximas, centro da cidade
perto e pela maior quantidade de empregos.
Devido a essa grande acessibilidade e ao
preço médio de uma garagem (que gira em
torno de 60 mil, pra cima), os moradores da
20. 20
região geralmente não utilizam carros. Esse é
um dos motivos que não atrai muitos
escritórios pra região, nem grandes mercados.
Cortada pelo Minhocão, a Vila Buarque
sofreu com a degradação do centro de São
Paulo na década de 1970 por processo de
recuperação, ganhando ares culturais e
boêmios.
O processo social de divisão espacial pelo
qual o bairro passou é representado pelas três
fases: parcelamento, edificação e urbanização,
respectivamente. Diferencia-se do bairro de
Higienópolis, localizado ao lado, que passou
inicialmente pelo parcelamento seguido do
traçado viário e edificação.
Os locais...
Praça Rotary
A praça está localizada no distrito da
Consolação no bairro de Vila Buarque. Trata-
se de um local cercado, que apresenta dentro
de seus limites um playground, vegetação,
espaço para lazer e descanso e uma
biblioteca. A biblioteca recebe o nome de
Monteiro Lobato e possui um acervo
exclusivamente infantil. Foi criada em 14 de
abril de 1936, como parte de um amplo projeto
de incentivo à cultura, elaborado por um grupo
de intelectuais liderado por Mário de Andrade,
então diretor do Departamento Municipal de
Cultura. É a mais antiga biblioteca infantil em
funcionamento no Brasil e precursora de
outras similares, tanto no município como no
interior do estado de São Paulo. Em 1955, a
21. 21
biblioteca passou a denominar-se Monteiro
Lobato em homenagem ao escritor que tanto
encanta crianças, jovens e adultos.
Hoje, a região onde a praça se encontra é
muito valorizada, porém no inicio do século
passado tratava-se da periferia da cidade de
São Paulo. Após passar por um processo de
verticalização, atualmente, o entorno da Praça
Rotary apresenta muitos prédios, apesar de
manter algumas das casas tradicionais.
Santa Casa de Misericórdia
A Santa Casa de Misericórdia - mais antiga
instituição assistencial e hospitalar do estado
de São Paulo - foi inaugurada na Vila Buarque
no ano de 1884, em um terreno comprado pelo
2º Barão de Piracicaba e por Rego Freitas.
Entretanto, sua total construção levou muitos
anos para ser finalizada.
O projeto do edifício foi realizado por dois
italianos, Luigi Pucci e Julio Michelli.
Praça Rotary. Santa Casa de Misericórdia.
22. 22
Elevado Costa e Silva
Em 1970 deu-se o início da construção do
Elevado Costa e Silva, apelidado de
“Minhocão”. Erguido a toque de caixa no
governo Paulo Maluf, com vigas pré-moldadas,
o viaduto de 3,4 quilômetros de extensão ficou
pronto, praticamente, em um ano.
Após percorrermos todos os locais acima
citados, retornamos ao ponto inicial,
Universidade Presbiteriana Mackenzie, para
algumas reflexões e análises finais.
Minhocão.
23. 23
FILME ENTRE RIOS
O vídeo foi realizado em 2009 como
trabalho de conclusão de Caio Silva Ferraz,
Luana de Abreu e Luana Scarpelini no curso
em bacharelado em Audiovisual no SENAC-
SP.
O principal mérito do trabalho é o de
colocar questões importantes e atuais sobre a
relação de São Paulo com os seus rios.
O filme introduz o tema apresentando
diversos problemas que as chuvas e
enchentes causam na cidade. Em seguida,
explica a origem da cidade de São Paulo em
torno do Rio Tamanduateí e Anhangabaú, e
diz que por conta das transformações que a
paisagem sofreu, hoje a maioria das pessoas
nem nota sua existência.
Ressalta-se a expansão do café para o
interior do estado, que atraiu investimentos
para São Paulo, e a construção de uma
ferrovia por volta de 1860, que utilizava o vale
do Rio Tamanduateí como rota e ponto
estratégico para o encontro de várias ferrovias.
Reforça-se a profunda revolução que as
ferrovias trouxeram, uma vez que estas
encurtaram as distâncias, e mudaram
completamente a relação da cidade com os
rios. É colocado que ‘os rios, que eram a razão
da existência das cidades, hoje se tornaram
obstáculos ao seu crescimento’.
Apresenta-se outra revolução para a vida
moderna: a água encanada e a rede de
24. 24
esgoto, que também mudariam ainda mais a
relação da cidade com os rios.
Conta que a solução que encontraram para
que a cidade se assemelhasse às cidades
europeias, foi transformar os rios, cortar suas
curvas e afundar seu leito.
Resumindo, conta o processo de
transformação da relação da cidade com os
rios: desde que estes eram a razão de sua
sobrevivência até o momento que ‘os
superamos como um obstáculo’.
Discute sobre o projeto do traçado do
trecho leste do Rodoanel, que passaria pelo
Parque Santa Luzia, em Mauá, na nascente do
rio Tamanduateí, transformando mais uma vez
a paisagem, mudando a relação do rio com a
população. Finaliza informando que em 2011,
o projeto foi alterado, e não passará mais pelo
Parque Santa Luzia por conta de
reivindicações da prefeitura de Mauá.
O filme contou com a presença de
estudiosos do tema, como Nestor Goulart Reis
Filho, historiador da arquitetura da FAU-USP,
Odette Seabra, geógrafa formada pela FFLCH,
USP, entre outros.
É importante ressaltar que o trabalho
apresenta apenas um ponto de vista
saudosista, e por ser um trabalho de
Jornalismo, por vezes apresenta informações
superficiais e ingênuas
25. 25
ZONEAMENTO DO BAIRRO
LAUZANE PAULISTA
Localização: zona norte da cidade de São
Paulo
Subprefeitura: Santana
Encontra-se em sua maior parte, em uma
zona mista de média e baixa densidade.
Em seu plano regional estratégico, foi
proposto um Caminho Verde passando
pela Av. Direitos Humanos
Possui pequenos parques e áreas
municipais
Mapa: Usos e Ocupação do solo. Fonte: http://www.prefeitura.sp.gov.br. Acesso em 2 jun 2013
26. 26
NOTAS DE LEITURAS
LEITURA 1
Os Novos Princípios do Urbanismo,
François Ascher
Apresentação, por Nadia Somekh
Quanto ao Urbanismo no Brasil, verifica-se
que planos e leis foram aprovados e
realizados, mas quase sempre em
confronto com os ditames do mercado.
A legislação excluiu a maioria da população
que vive em péssimas condições
habitacionais. Nossas cidades não
previram a localização dos mais pobres,
que informalmente ocuparam áreas de
risco e proteção ambiental.
Ascher afirma que a modernidade não é
um estado, mas um processo de
transformação da sociedade.
Ascher destaca em especial a falta de
sincronia entre a mutação cada vez mais
rápida da sociedade contemporânea e o
processo mais lendo de transformações do
quadro construído
O processo de urbanização no Brasil
ocorre para dar espaço ao automóvel e ao
desenvolvimento do capital imobiliário, sem
procurar a essência da modernidade que é
a superação das necessidades básicas do
homem
Contudo, o elemento essencial da
urbanização brasileira – a priorização do
transporte individual em detrimento do
27. 27
coletivo – compromete a produção de uma
cidade mais compacta.
O processo de redemocratização e a
Constituição Federal de 1988 também
trouxeram avanços para as leis de
urbanismo, principalmente no sentido de
limitar o direito de propriedade.
Estamos em um período de transição de
uma sociedade urbano-industrial para uma
sociedade da informação e do
conhecimento
Pensar nas cidades hoje implica
formulações complexas que incluem as
instâncias econômicas, sociais, políticas e
culturais
Capítulo 1 Urbanização e Modernização & Capítulo 2
A Terceira Modernidade
1.Cidade e Sociedade: uma estreita correlação
Cidades: agrupamentos de população que
não produzem seus próprios meios de
subsistência alimentar
Desde a origem das cidades, pressupõe-se
uma divisão técnica, social e espacial da
produção.
Trocas de natureza diversa entre aqueles
que produzem bens de subsistência e os
que produzem bens manufaturados
(artesãos), bens simbólicos (religião,
artistas), o poder e a proteção (guerreiros).
O crescimento das cidades esteve
correlacionado, ao longo da história, com o
desenvolvimento dos meios de transporte e
armazenamento dos bens necessários para
28. 28
abastecer populações crescentes em
qualquer estação do ano.
O tamanho das cidades dependeu dos
meios de transporte e “armazenagem” das
pessoas.
Sistema BIP: A história das cidades foi
marcada pela história das técnicas de
transporte e estocagem de bens (b),
informações (i) e de pessoas (p). É o
núcleo das dinâmicas urbanas desde a
escrita até a internet.
Cidades antigas: preceitos religiosos e
militares constituíam as “justificativas”
principais das cidades e grupos sociais que
as habitavam.
Cidades medievais: se protegiam atrás de
muralhas expressando espacialmente a
dependência que caracterizava as
sociedades feudais.
Cidades modernas: novas lógicas à
concepção e ao funcionamento das
cidades.
2. As transformações de longa duração da
sociedade moderna
O correto é falar sobre “modernização”,
uma vez que a ‘modernidade’ não é um
estado, mas um processo de
transformação da sociedade.
O que diferencia as sociedades modernas
de outras é o fato de a mudança ser o seu
princípio essencial, tendo também como
núcleo central de sua dinâmica o progresso
e o projeto. Ao contrário das sociedades
29. 29
que usam a tradição como seu princípio
essencial, e a referência ao passado em
suas representações de futuro.
A modernização resulta da interação de
três dinâmicas socioantropológicas: a
individualização, a racionalização e a
diferenciação social:
individualização: a representação do
mundo através de sua própria pessoa, o
“eu” no lugar do “nós”, e a invenção da
perspectiva. Ela explica as lógicas de
apropriação e domínio individuais, que
ocupa o lugar das lógicas coletivas. Assim,
as sociedades modernas separam e
reúnem indivíduos, e não grupos.
racionalização: a tradição pela razão, as
escolhas no lugar da repetição. A
racionalização é uma forma de
‘’desencantamento do mundo’’, pois atribui
às ações humanas e às leis naturais o que
fora anteriormente atribuído aos deuses.
diferenciação social: diversificação das
funções de grupos e indivíduos no interior
de uma mesma sociedade. Produz
diversidade e desigualdade entre grupos e
indivíduos, gerando assim uma sociedade
cada vez mais complexa.
Esses três processos produzem
sociedades cada vez mais diferenciadas
formadas simultaneamente por indivíduos
cada vez mais parecidos e mais singulares
Se a modernidade não é um estado, a
modernização é tampouco um processo
contínuo, sendo possível distinguir três
30. 30
grandes fases: A primeira, ou “Alta
modernidade”, a segunda ou “média
modernidade” e terceira, ou “baixa
modernidade”.
* Tabela comparativa entre as três fases da
modernidade (ver Anexo 1, página 20)
Cada uma das duas primeiras fases da
modernização, correspondeu uma
mudança profunda na maneira de
conceber, produzir, utilizar e gerir os
territórios e as cidades. Agora, levanta-se a
hipótese de que se esboça uma nova fase
da modernização, que apontam para uma
terceira revolução urbana moderna.
O grande erro dos pós-modernistas foi,
provavelmente, ter interpretado a
diversificação científica e teórica como
indício de uma crise da razão moderna,
quando na verdade, a incerteza, a
complexidade e o caos nada mais são do
que seu pleno desenvolvimento.
Capítulo 4 Os Princípios de um Novo Urbanismo
Neourbanismo (Novo Urbanismo) x
Paleourbanismo (da primeira revolução
urbana moderna e do próprio urbanismo,
conceito inventado durante a segunda
revolução moderna)
A terceira revolução urbana moderna
produz mudanças profundas nas formas de
31. 31
concepção implementação e gestão das
cidades.
O autor questiona as noções atuais de
limite (cidade e campo, público e privado,
interior e exterior), de distância (a
velocidade de deslocamento dos bens, de
informações e de pessoas aumenta)
Questiona também o que se sucede com
os equipamentos coletivos e serviços
urbanos em uma sociedade de práticas e
necessidades cada vez mais variadas e
individualizadas, como decidir e agir para o
bem da coletividade em uma sociedade
mutante e diversificada e como criar cidade
que funcionem, atrativas e justas no
contexto da sociedade do hipertexto e do
capitalismo cognitivo.
* Tabelas comparativas entre o Urbanismo Moderno
e o Neourbanismo (ver anexo 2, página 22)
Conclusão e resumo do Neourbanismo
- Um urbanismo de dispositivos: trata-se
menos de fazer planos do que aplicar
dispositivos que os elaborem, discutam,
negociem, que os façam evoluir;
- Um urbanismo reflexivo: a análise já não
precede a regra e o projeto, mas está
presente permanentemente. O
conhecimento e a informação são
produzidos antes, durante e depois da
ação. Reciprocamente, o projeto torna-se,
plenamente, um instrumento de
conhecimento e negociação;
32. 32
- Um urbanismo de precaução, que dá
lugar ás controvérsias e que permite
meios de considerar as externalidades e
exigências do desenvolvimento
sustentável;
- Um urbanismo convergente: a
concepção e a realização dos projetos
resultam da intervenção de uma
multiplicidade de atores com lógicas
diferenciadas e combinadas entre si;
- Um urbanismo reativo, flexível,
negociado, em sintonia com as dinâmicas
da sociedade
- Um urbanismo multifacetado, composto
de elementos híbridos, soluções múltiplas,
redundâncias, diferenças;
- Um urbanismo estilisticamente aberto
que, ao separar o desenho urbano das
ideologias urbanísticas e político-culturais,
dá lugar a escolhas formais e estéticas;
- Um urbanismo multissensorial, que
enriquece a urbanidade do lugar.
LEITURA 2
Minhocão e suas múltiplas
interpretações,
Eliana Rosa de Queiroz Barbosa
O Elevado Costa e Silva, mais conhecido
como Minhocão, foi construído com o
intuito de melhorar a conexão entre as
regiões Leste e Oeste de São Paulo,
33. 33
utilizando o centro como rota de
cruzamento.
O Minhocão possui três quilômetros e
meio, quatro pistas e corta uma área
muito verticalizada no centro da cidade.
Foi construído sobre avenidas
existentes, onde já encontravam-se
edifícios construídos sem recuo, fazendo
com que o elevado passe a apenas cinco
metros de distância de algumas
fachadas
Desde 1970, o projeto é alvo de
discussões por conta de sua dimensão e
profundo impacto na paisagem urbana.
Desde 1970, várias propostas foram
feitas para tentar diminuir o impacto
negativo do entorno do Minhocão. Entre
elas, discute-se a sua demolição.
Durante a noite e aos fins de semana, o
elevado é fechado para os veículos e
aberto à população, que a ocupa
informalmente.
A proposta vencedora mantém a via
elevada e a cobre criando um parque
linear e aberto ao público diariamente.
Foram propostos edifícios de extensões
culturais e comerciais ligadas ao elevado
através de ‘’rampas’’ de acesso. A
proposta foi questionada por conta do
aumento do volume construído, apesar
de o projeto ter ganhado um importante
prêmio internacional.
34. 34
Em 2010 foi lançado um plano de
desenvolvimento da operação urbana
Lapa-Brás, que permitirá uma possível
demolição do Elevado, já que este não
será mais a principal ligação viária entre
as zonas Leste e Oeste.
Para os proprietários de edifícios do
entorno, o Minhocão é considerado
responsável por uma enorme
depreciação imobiliária, enquanto para
planejadores urbanos e arquitetos, o
elevado é considerado uma
infraestrutura urbana prejudicial e
substituível.
Por outros pontos de vista, o elevado é
considerado um meio dos estratos mais
simples da população terem acesso a
uma região muito bem servida de
serviços públicos, além de oferecer um
caráter social para os habitantes de seu
entorno através da apropriação informal.
O Minhocão causou alguns impactos
negativos na região, como ruído,
poluição visual, barreira visual, entre
outros.
Com a desvalorização imobiliária
causada por esses impactos, a classe
média alta, antes habitante das regiões
do entorno do elevado, desocuparam os
edifícios, que ficaram vazios por anos,
até que os patrimônios foram vendidos
ou locados por preços mais baixos, e
permitiram que outra população pudesse
ocupar a área.
35. 35
Os principais objetivos da operação
Lapa-Brás são “alcançar transformações
urbanísticas estruturais, melhorias
sociais e a valorização ambiental,
notadamente ampliando os espaços
públicos, organizando o transporte
coletivo, implantando programas
habitacionais de interesse social e de
melhorias de infra-estrutura e sistema
viário num determinado perímetro, e têm
como finalidades, entre outras, a
otimização de áreas envolvidas em
intervenções urbanísticas de porte e
reciclagem de áreas consideradas
subutilizadas; a valorização e criação de
patrimônio ambiental, histórico,
arquitetônico, cultural e paisagístico, e a
dinamização de áreas visando à geração
de empregos"
Se aceito pela câmara municipal, será o
maior plano de redesenvolvimento e
intervenção urbana da história da cidade.
36. 36
ESTUDOS E PESQUISAS
PESSOAIS
NOTÍCIA
Como era São Paulo sem o
Minhocão?
Por Rose Saconi | 31 de maio de 2013
acervo.estadao.com.br/noticias/acervo
Avenida São João, repleta de cinemas e
teatros, conheceu a degradação com o
elevado
Avenida São João antes da construção do elevado. Antonio
Aguillar/Estadão
Nos anos 1930 e 1940 a São João, no
centro, era a 'Quinta Avenida' do paulistano
e um dos redutos da boemia da cidade. Além
de grande número de cinemas, o local contava
com boas casas residenciais e lojas
comerciais requintadas. No dia 1 de abril de
1958, o Estado trazia o anúncio de
lançamento do edifício Lucerna,
“Moderníssimos apartamentos em plena
37. 37
Cinelândia”, era o apelo da propaganda para a
então valorizada região central da cidade de
agitada vida cultural que viria a perder o
glamour com a construção do Minhocão.
O Estado de S. Paulo - 9/2/1943 e 1/5/1942
Os melhores cinemas da cidade ficavam na Avenida São João e
Ipiranga, no centro
Alguns dos bairros ao redor do Minhocão
como Santa Cecília e Higienópolis, foram
escolhidos pelos barões do café para a
construção de mansões e palacetes no início
do século 20. Casarões, já com garagens,
eram ocupados por pessoas de classe média
alta. Nas ruas, cavalheiros de terno e mulheres
bem vestidas. Mas no fim da década de 1950,
com a Avenida Paulista já recebendo os
primeiros edifícios e conjuntos comerciais, a
região começou a dar os primeiros sinais de
deterioração. A construção do Minhocão
acentuou a degradação da região e provocou
drástica desvalorização imobiliária. Antes
mesmo da inauguração, as placas de 'vende-
se' lotavam as fachadas dos prédios da São
João. Foi o que registrou a reportagem
"Elevado, o triste futuro da avenida", publicada
em 1 de dezembro de 1970.
38. 38
A construção do elevado em abril de 1970. Arquivo/Estadão
Presente. O projeto do elevado São João teve
origem na administração do prefeito Faria Lima
(1965/1969). Foi apresentado a ele pelo
arquiteto Luiz Carlos Gomes Cardim
Sangirardi, que o recusou. O projeto foi
retomado pelo prefeito biônico Paulo Maluf. Foi
construído à toque de caixa, em apenas 11
meses. Maluf tinha pressa, seu mandato era
de apenas 2 anos, como era o de todos os
prefeitos indicados durante a ditadura militar.
Em menos de um ano, a população viu surgir
uma obra monumental que passava entre os
prédios e recebera o nome de elevado Costa
e Silva, em homenagem ao segundo
presidente da ditadura militar. A via elevada,
que prometia uma ligação rápida entre as
zonas leste e oeste, foi entregue aos
paulistanos no dia 25 de janeiro de 1971 - como
um 'presente' do prefeito. Curiosamente,
naquele dia houve um carro quebrado
provocou congestionamento, como acontece
até hoje (ver foto abaixo).
O Estado de S. Paulo - 24/1/1971
39. 39
A cidade ganhava uma via rápida, porém,
perdia uma área com várias referências
históricas. “Quem diz que o Minhocão é
útil?”, perguntava o Estado dois dias antes da
inauguração. “Em São Paulo foi construído o
maior viaduto da América Latina, que
acompanha as depressões e elevações do
terreno, fazendo com que nos vejamos numa
verdadeira montanha russa. Mas São Paulo
não é só zona oeste”, dizia o jornal. E
concluía, “para a cidade, seria mais rentável o
metrô" (que viria a ser inaugurado três anos
depois)”.
Minhocão ficou congestionado no primeiro dia. Foto publicada na edição
de 26/1/1971 Acervo/Estadão
Comentário: A matéria, publicada em 31
de maio de 2013, em partes, reforça o que já
foi dito por Eliana Barbosa no texto Minhocão
e suas Múltiplas Interpretações. A recente
matéria evidencia alguns impactos que o
viaduto provocou na cidade, como a
40. 40
degradação da região e a grande
desvalorização imobiliária. Rose Saconi
apresenta também o contexto da época e a
opinião que a população já tinha sobre a
construção.
PALESTRA VIRTUAL
Como os alimentos moldam as
cidades?
Palestrante: Carolyn Steel | jul 2009 | TED
Todos os dias, em uma cidade como Londres,
30 milhões de refeições são servidas. Mas de
onde vem toda essa comida? A arquiteta
Carolyn Steel discute o milagre diário de
abastecer as cidades e mostra como as
antigas rotas de alimentos moldaram o mundo
moderno.
Anotações e comentários:
- Não pensamos sobre a origem e o processo
que leva a comida até o mercado. “A comida
está aqui, e magicamente veio de algum lugar”
- O alimento transforma paisagens
Campo de Soja, Mato Grosso, Brasil. Fonte:
WWW.agenciadanoticia.com.br
- Um terço da safra global de grãos não é
destinada à nós, humanos, mas aos animais.
41. 41
- Estima-se que em 2050 a população das
cidades será o dobre da atual, o que significa
também que o dobro de carne será
consumido. “A carne e o urbanismo andam de
mãos dadas”, o que significa um grande
problema.
- 80% do comércio global de alimentos é
controlado por apenas 5 corporações
multinacionais.
- Há 10000 anos, na Crescente Fértil, a
agricultura e o urbanismo nasceram juntos.
- A agricultura e a cidade são
interdependentes. Foi com a descoberta de
grãos que pôde existir assentamentos
permanentes
- Em Roma, um século depois de Cristo, a
comida chegava pelos mares,
- Na sociedade pré-industrial os animais
locomoviam-se até o mercado. Porém, com o
surgimento das ferrovias por volta de 1840, os
animais podiam ser abatidos longe das
cidades e terem sua carne facilmente
transportada pelos trilhos.
- Anteriormente, a comida era o centro da
sociedade, e atualmente está na periferia.
- Princípio da Cidade Jardim: A comida
novamente como centro ordenador
- Sitopia = “Food Place” (Do grego, sitos =
comida; topos = lugar)
- A cidade e campo representada por uma
pintura de Lorenzetti, de aproximadamente
600 anos atrás, que mostra que a relação
entre ambos é antiga.
42. 42
GLOSSÁRIO
Aglomerado Urbano – Área delimitada em
plano municipal de ordenamento do território,
possuindo vias públicas pavimentadas e
servidas por rede de abastecimento
domiciliário de água e drenagem de esgotos.
Conurbação – Junção espacial de
estruturas urbanas de cidades, formando
Regiões Metropolitanas, ou de Metrópoles,
formando uma Megalópole. Ou seja, forma
um aglomerado urbano.
Ensanche – É um terreno urbano dedicado a
novas construções fora de uma localização.
Normalmente é planificado.
Megalópole – O aglomerado (conurbação)
de várias metrópoles ou regiões
metropolitanas.
Metrópole – A cidade principal ou capital de
um determinado país ou província, ou ainda,
alguma cidade que, por algum motivo,
exerce influência (cultural, social, econômica)
sobre as demais cidades da região
metropolitana. Pode designar, também, de
forma oficial, a cidade principal de um
conjunto de cidades que encontram-se
unidas geograficamente.
Planejamento Urbano – No sentido original,
planejamento ou ordenação do aspecto físico-
territorial de uma cidade ou zona urbanizada;
como cidade e campo interagem
estreitamente, o campo de atuação estendeu-
se ao território municipal e hoje a preocupação
43. 43
deve ser com o planejamento integrado do
Município dentro de sua região, de seu Estado
e da Nação
Urbanismo – 1. Conjunto de disciplinas
científicas e artísticas que estudam a
problemática da menor unidade territorial, que
administrativamente tem por sede uma cidade
(Município), abrangendo seus aspectos físico-
terrorial, social, econômico e administrativo,
vinculando seus objetivos as objetivos maiores
de suas regiões envolventes, desde a
microrregião até a macrorregião em escala
nacional. Primitivamente, o urbanismo
estudava apenas os aspectos físico-territoriais
das cidades, atendendo ao significado
etimológico do vocábulo. (embora
empregados, os termos “urbanismo regional” e
“urbanismo nacional” devem ser substituídos
respectivamente por “planejamento regional” e
“planejamento nacional”. O mesmo que
planejamento municipal integrado) 2. Modo de
vida urbano; filosofa de vida urbana (acepção
encontrada principalmente nos autores de
língua inglesa). 3. Filosofia que defende a
superioridade da vida urbana sobre a rural; o
ruralismo, ou desurbanismo, seria a filosofia
oposta
.
Urbanização – 1. Crescimento da população
urbana em relação à população rural 2. O
mesmo que urbanificação. 3.Transferência do
gênero de vida urbano para o campo, pelos
meios de comunicação.
Saneamento Ambiental – São ações para
a sociedade, com o objetivo de fazer com
que todos tenham acesso ao abastecimento
de água potável, coleta e disposição
sanitária de resíduos sólidos e líquidos,
disciplina sanitária de uso do solo,
44. 44
drenagem urbana, controle de doenças
transmissíveis, para proteger e melhorar as
condições de vida da população.
46. 46
Observações:
As reuniões do grupo ocorrerão nos dias das aulas de planejamento urbano (durante, quando possível , e sempre
após as aulas) – 26/04, 02, 09,16,23,30,07,14,21/05.
Especificação dos tópicos:
1. O bairro – formação (histórico).
2. Localização – em relação à metrópole, ao município à área central da cidade. Limites territoriais e denominação
(distrito, bairro).
3. Escalas de análise. Distrito, bairro, rua.
4. Características físico-territoriais da área de estudo: Topografia, declividades, hidrografia.
5. Infraestruturas para a mobilidade. O sistema viário e sua classificação (vias de trafego rápido, arteriais, coletoras e
locais). O sistema de transporte público sobre trilhos (metrô e trem) e sobre pneus (linhas de ônibus, corredores de
ônibus).
6. Infraestruturas e serviços públicos em rede. Drenagem, água, esgoto, coleta de resíduos sólidos, energia,
comunicações.
7. Usos do solo e atividades urbanas: Habitação, comércio e serviços, indústria, uso institucionais (educação, saúde,
esportes, cultura e lazer, administração pública), áreas verdes (parques, praças). Edifícios ou conjuntos edificados de
interesse histórico (patrimônio) .
8. Ocupação do solo. Características do parcelamento do solo. Características das edificações. Densidade construídas.
Tipo e idade das edificações
9. Características da população: Faixas etárias predominantes, faixas de renda. Crescimento demográfico. Densidade
habitacional, densidade de empregos.
10. Principais mudanças e conflitos no período. Atual tendência de desenvolvimento.
Divisão específica das atividades e datas:
1. 7,8,9/05.
2. 13/05.
3. 14,15,16/05.
4. 17,18/05.
5. 19,20/05.
47. 47
ANEXO 1: TABELA COMPARATIVA ENTRE AS TRÊS FASES DA MODERNIDADE
Primeira Modernidade (Alta) Segunda Modernidade (Média) Terceira Modernidade (Baixa)
“Cidade do Renascimento e
Tempos Modernos”
Período: fim da Idade Média até início
da Revolução Industrial
-Transformação do pensamento
- Transformação do lugar da religião
na sociedade
- Emancipação da política e
emergência do Estado-nação
- Desenvolvimento das ciências
- Expansão progressiva do
capitalismo mercantil, e logo em
seguida, do capitalismo industrial.
-Produziu uma verdadeira revolução
urbana (da cidade medieval à cidade
moderna)
-Traçou avenidas, praças e jardins
urbanos, inventando calçadas e
vitrines
- As ruas se alargam e se diferenciam
funcional e socialmente
“Segunda Revolução Industrial”
- Adaptação das cidades à sociedade
industrial.
- Surge a necessidade de planejar as
cidades o mais cientificamente
possível.
- Começou com a Revolução
Agrícola, que expulsou grande
quantidade de agricultores do campo,
provocando um enorme crescimento
demográfico das cidades,
contribuindo ao desenvolvimento do
capitalismo industrial e causando um
crescimento espacial acelerado.
- Produção de bens e serviços
subordinada às lógicas capitalistas
- O pensamento técnico ocupando o
lugar central na sociedade
- Constituição do estado de bem estar
- Novas concepções de cidades.
- Na organização das cidades, o
A modernidade “radical”, “avançada”, de
“sobremodernidade”
-Crítica a uma estética funcionalista
- A sociedade moderna se libera de um
racionalismo que se tornou demasiado
simplista e de suas certezas.
- Uma sociedade mais racional, mais
individualista e mais diferenciada
-Não se trata mais de simplesmente
mobilizar conhecimentos prévios a
certas ações , mas examinar
permanentemente as escolhas possíveis
e reexaminá-las em função daquilo que
já produziram.
- A complexidade da vida social revelada
pelos conhecimentos científicos torna
necessários novos avanços científicos e
tecnológicos
- Portanto, há uma maior utilização das
ciências e das técnicas.
48. 48
-As cidades se estendem e os bairros
periféricos proliferam.
- redefinição e separação do público
e do privado, dos espaços interiores
dos exteriores.
- A Arquitetura integra valores e
novas técnicas, sem desprezar as
antigas referências, mas assumindo
novas liberdades notadamente com o
barroco
urbanismo aplica os princípios
estabelecidos pela indústria.
- Adaptar as cidades às novas
exigências da produção, do consumo
e das trocas mercantis. O que requer
uma malha de grandes vias de
circulação, redes de água,
saneamento, energia e comunicação.
- A eletricidade contribuiu com o
crescimento das cidades,
verticalmente com os elevadores, e
horizontalmente com o bonde, o
telégrafo, o telefone e o motor à
explosão. Indiretamente, produziu
uma maior segregação entre classes
sociais.
- Chegou-se a um urbanismo fordista-
keynesiano-corbusiano, expressando
uma racionalidade simplificadora com
seu planejamento urbano, seu
zoneamento monofuncional adaptado
à produção e ao consumo de massa
em centros comerciais, suas zonas
industriais e sua circulação acelerada
e uma materialização também do
Estado do bem-estar com seus
equipamentos coletivos, serviços
públicos e habitações sociais.
- Teoria das escolhas limitadas x Teoria
dos Jogos
- Métodos Heurísticos: avaliações
sucessivas e hipóteses provisórias para
permitir agir estrategicamente em
contextos incertos.
- O conhecimento não mais separado da
ação, mas dentro dela.
- A sociedade dos riscos: os riscos
ocupam cada vez mais o centro da vida
de todos e do debate público em um
mundo moderno que não pode evitar os
perigos, mas que pode tentar decidir
quais ele aceita e a que preço.
49. 49
ANEXO 2: TABELAS COMPARATIVAS ENTRE O URBANISMO MODERNO E O NEOURBANISMO
URBANISMO MODERNO NEOURBANISMO
1. Elaborar e manejar projetos
urbanos em um contexto incerto
• Definia um programa de longo prazo
para as cidades aplicando os
princípios de organização espacial
(através de planos diretores) e depois
decorriam planos de urbanismo
visando o enquadramento da realidade
futura
• Planos e esquemas destinados a
controlar o futuro, a reduzir a incerteza
e a realizar um projeto de conjunto
• Se apoia em atitudes mais reflexivas,
adaptadas a uma sociedade complexa
e a um futuro incerto.
• Elabora inúmeros projetos de
natureza variada, constrói uma gestão
estratégica para sua implementação
conjunta, leva em consideração as
mudanças que ocorrem durante a
prática e revisa, se necessário, os
objetivos ou os meios estabelecidos
previamente para sua própria
realização
• Derruba a antiga cronologia que
encadeava o diagnóstico, a
identificação das necessidades e a
elaboração de cenários, a definição
dos programas.
50. 50
URBANISMO MODERNO NEOURBANISMO
2. Priorizar os objetivos em
relação aos meios
• Realização de projetos através de
regras simples, imperativas e estáveis:
zoneamento, funções, densidade,
gabaritos, etc.
• Privilegia os objetivos mais eficientes
para a coletividade e para o conjunto
de agentes, e os resultados a ser
obtidos.
• Privilegia mais o projeto do que os
meios, inclusive os pontos de vista
arquitetônicos e paisagístico
• É um urbanismo muito mais criativo,
pois mobiliza inteligências variadas e
múltiplas lógicas
51. 51
URBANISMO MODERNO NEOURBANISMO
3. Integrar os novos modelos de
resultado
• Marcado pelo pensamento Taylorista
e Fordista
• Buscava resultados na economia de
escala, na simplificação e na repetição
das funções urbanas destinadas a
espaços específicos.
• O zoneamento e os conjuntos
habitacionais exprimiram essa lógica
• Soluções únicas, monofuncionais,
frágeis e pouco adaptáveis
• Integra modelos novos de
produtividade e gestão, contribuições
das ciências administrativas,
tecnologias da informação e
comunicação.
• Não busca simplificar realidades e
procura dar conta de territórios e
situações complexas
• Tem como características a
variedade, a flexibilidade e a
capacidade de reação
• Respostas multifuncionais e
redundantes, capazes de acompanhar
a evolução, a variedade de
circunstâncias, as funções e as crises.
• Torna necessária a renovação dos
perfis dos profissionais de serviços
técnicos, agências de urbanismo,
organismos do planejamento, etc.
52. 52
URBANISMO MODERNO NEOURBANISMO
4. Adaptar as cidades às
diferentes necessidades
• Privilegiava soluções permanentes,
coletivas e homogêneas, a fim de
responder as demandas da habitação,
do urbanismo, do transporte, do lazer e
do comércio.
• A produção em massa repetitiva do
serviço permitia amortizar
equipamentos custosos: o mesmo
serviço para todos e de forma
simultânea
• Os serviços públicos urbanos devem
considerar o processo de
individualização que marca a evolução
da nossa sociedade.
• Existe agora a necessidade de uma
maior variedade e uma personalização
das soluções.
• Os equipamentos coletivos não se
tornam obsoletos (universidades,
hospitais, estádios, etc.), mas devem
integrar de maneira nova a noção do
serviço individualizado.
53. 53
URBANISMO MODERNO NEOURBANISMO
5. Conceber lugares em função
das novas práticas sociais
• Desenvolveu a cidade baseada na
repartição dominante, atribuindo ao
‘público’ a responsabilidade pelos
espaços externos, grandes
infraestruturas e equipamentos
coletivos, e ao privado a
responsabilidade pela superestrutura.
• Mistura intervenções públicas e
privadas sob formas diversificadas de
parcerias, concessões e prestações de
serviços.
• Uso de equipamentos individuais
portáteis, que permitem desenvolver
atividades de natureza diversa em um
mesmo lugar.
• concebe espaços públicos de n
dimensões sociais e funcionais,
articulam o real e o virtual, propícios
tanto à intimidade quanto às mais
variadas sociabilidades.
54. 54
URBANISMO MODERNO NEOURBANISMO
6. Agir em uma sociedade
fortemente diferenciada
• Foi construído em concepções de
interesse geral ou de interesse
comum.
• Interesses coletivos eram admitidos
como superiores aos interesses
individuais.
• Considera uma diversidade complexa
de interesses e com uma
complexidade de desafios que não
podem se materializar em interesses
coletivos estáveis e aceitos por todos
• O Estado, os políticos locais, os
urbanistas não podem fundamentar
suas ações e propostas no interesse
geral ou comum, objetivo e único.
• As divergências e conflitos se
resolvem menos pelas maiorias (pois
elas são circunstanciais) e mais por
compromissos que permitem tratar
uma variedade de situações coletivas
55. 55
URBANISMO MODERNO NEOURBANISMO
7. Requalificar a missão do
poder público
• Negava as especificidades das
cidades, dos lugares e das culturas,
reduzindo-os a meros cenários
• Acumula experiência, saberes e
técnicas para aplicar soluções
repetitivas.
• Esforça-se em construir os problemas
caso a caso, e em elaborar respostas
específicas para cada situação
• Acumula experiência, saberes e
técnicas para aumentar as
possibilidades de adaptação aos
contextos particulares, mutantes e
incertos.
• Privilegia a regulação em detrimento
da administração
• O poder publico mais coordena a
elaboração do que elabora, para
aproveitar melhor a competência e o
conhecimento dos especialistas.
• Apesar disso, o poder publico
controla, avalia, corrige, e
eventualmente aplica sanções.
• O neourbanismo supõe uma
reformulação dos objetivos e dos
serviços públicos
56. 56
URBANISMO MODERNO NEOURBANISMO
8. Responder à variedade de
gostos e demandas
• Apoiou-se sobre uma arquitetura e
formas urbanas que correspondiam à
sua ideologia funcionalista e esforçou-
se por generalizá-las.
• Elaborou concepções globais da
cidade, por vezes totalitárias.
• Desenvolveu a noção tipicamente
moderna de “patrimônio”, conservando
cidades que o precederam,
monumentos para a memória e
elementos particulares de valor
artístico
• Admite a complexidade e propõe uma
variedade de formas e ambientes
arquitetônicos e urbanos e uma
sociedade cada vez mais diferenciada
em sua composição, nas suas práticas
e gostos.
• Rompe com as ideologias
simplificadoras e totalitárias do
progresso, e admite a complexidade
das cidades que herda e em que atua
• Procura utilizar as dinâmicas do
mercado para produzir ou conservar
valores simbólicos da cidade antiga
• Aproveita a variedade arquitetônica e
de formas urbanas para fabricar
cidades diversificadas e ampliar as
possibilidades de escolhas.
• Dá uma importância renovada à
questão dos estilos arquitetônicos,
separando-os das questões de
funcionalidade.
57. 57
URBANISMO MODERNO NEOURBANISMO
9. Promover uma qualidade
urbana nova
• Desenvolveu um funcionalismo
bastante elementar, tanto pela escolha
das funções (trabalhar, morar, divertir-
se, abastecer-se, deslocar-se), quanto
pela forma de realizá-las
• Desenvolve um enfoque funcional
muito mais fino, considerando a
complexidade e a variedade das
práticas urbanas, e respondendo a
elas através de soluções
multifuncionais.
• Tenta oferecer em lugares públicos e
espaços externos uma qualidade
equivalente à dos espaços privados e
de espaços internos.
• Leva em conta as dimensões
multissensoriais do espaço e elabora
não somente o visível, mas o sonoro, o
tátil e o olfativo
• Desenho multissensorial das cidades
permite criar ambientes diversificados,
mais atraentes e mais confortáveis,
inclusive para pessoas portadoras de
deficiências sensoriais e motoras.
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URBANISMO MODERNO NEOURBANISMO
10. Adaptar a democracia à
terceira revolução urbana
• Necessitava de formas de governo
municipais firmes, decididas e que
dispusessem de poderes fortes para
estimular as transformações de
maneira espontânea.
• Esse tipo de governo urbano esteve
assegurado conforme o país de origem
• Enfrenta grupos sociais
diversificados, indivíduos de múltiplas
origens, territórios social e
espacialmente heterogêneos.
• Há uma necessidade de uma relação
mais direta com os cidadãos e as
formas democráticas de representação
na escala das metápoles.
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CONCLUSÃO
Como iniciantes no estudo de Planejamento Urbano, estudamos uma delimitada área do bairro
de Vila Buarque de forma praticamente completa: o entorno do Elevado Costa e Silva, o
conhecido e polêmico Minhocão. Foram feitos estudos sobre seu histórico, sua localização,
zoneamento, sistema viário, infraestruturas, usos e ocupação do solo, parcelamentos, edificações,
população além de visitas monitoradas à região, proporcionando não apenas informações, mas
conhecimentos urbanísticos práticos.
Além do estudo à região, foram realizadas leituras complementares e discussões em grupo
para troca de conhecimento entre todos os alunos.
O estudo introdutório ao Planejamento Urbano foi realizado com eficiência através dos métodos
desenvolvidos pelos professores: o Portfólio Individual, que reúne grande parte das informações
sobre urbanismo coletadas no semestre foi a melhor maneira de organizar o conhecimento
adquirido por cada aluno.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
• Anotações individuais coletadas durante o curso.
• FERRARI, Celson. DICIONÁRIO DE URBANISMO, 2004, São Paulo, Editora Disal
•SAUDADE DE SAMPA, http://saudadesampa.nafoto.net/photo20130213063533.html, acesso em
18 de maio de 2013
•ARQUIAMIGOS, http://www.arquiamigos.org.br/info/info16/i-estudos.htm, acesso em 18 de maio
de 2013
•CIDADE DE SÃO PAULO, www.cidadedesaopaulo.com, acesso em 18 de maio de 2013
•B.I.J. M. LOBATO, http://bijmlobato.blogspot.com.br/p/bairro-vila-buarque.html, acesso em 18 de
maio de 2013
• SIGNIFICADOS, http://www.significados.com.br/, acesso em 21 de maio de 2013
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• NOT1, http://www.not1.xpg.com.br/urbanizacao-causas-consequencias-conurbacao-metropole-
megalopoles/, acesso em 21 de maio de 2013
• SITE DA PREFEITURA DE SÃO PAULO,
http://ww2.prefeitura.sp.gov.br/arquivos/secretarias/planejamento/zoneamento/0001/parte_II/santan
a/05-MAPA-ST-05.jpg, acesso em 21 de maio de 2013
• ACERVO SÃO PAULO, http://acervo.estadao.com.br/noticias/acervo,como-era-sao-paulo-sem-o-
minhocao,9070,0.htm, scesso em 30 de maio de 2013
• ENGENHARIA CIVIL, http://www.engenhariacivil.com/dicionario/tema-urbanismo/page/2, acesso
em 30 de maio de 2013