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UNIVERSIDADE ESTADUALDO CEARÁ - UECE
FACULDADE DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS E LETRAS DE IGUATU - FECLI
CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
FRANCISCA FERNANDES DA SILVA
PARTICIPAÇÃO DOS PAIS NA VIDA ESCOLAR DOS FILHOS: UM
ESTUDO A PARTIR DA REALIDADE DA E.E.F PROFESSORAALBA
ARAÚJO
IGUATU/CE
2014
2
FRANCISCA FERNANDES DA SILVA
PARTICIPAÇÃO DOS PAIS NA VIDA ESCOLAR DOS FILHOS: UM
ESTUDO A PARTIR DA REALIDADE DA E.E.F PROFESSORAALBA
ARAÚJO
Orientadora: Profa. Ms. Maria Márcia Melo
de Castro Martins
IGUATU/CE
2014
Monografia submetida à Coordenação
do Curso de Ciências Biológicas da
Faculdade de Educação, Ciências e
Letras de Iguatu, da Universidade
Estadual do Ceará, como requisito
parcial para aprovação na disciplina
de Monografia.
3
S586p Silva, Francisca Fernandes da.
Participação dos Pais na Vida Escolar dos Filhos: um estudo a
partir da realidade da E.E.F. Professora Alba Araújo / Francisca
Fernandes da Silva. [Orientada por] Maria Márcia Melo de Castro
Martins. – Iguatu, 2014.
45 p.
Monografia (Graduação) – Universidade Estadual do Ceará,
Coordenação do Curso de Licenciatura Plena em Ciências
Biológicas, Iguatu, 2014.
1.Escola 2. Família 3 Interação 4. Educação
I. Martins, Maria Márcia Melo de Castro (Orient.) II. Universidade
Estadual do Ceará – UECE – Graduação (Licenciatura) em
Ciências Biológicas
III. Título
CDD: 370.111
4
5
Dedico aos meus pais Maria Iraci da Silva e
Raimundo Fernandes, em especial à minha mãe por
todo amor, paciência e dedicação prestados a mim,
ao meu pai por ensinar sempre que o trabalho e o
esforço dignificam a pessoas. À minha irmã Lena,
por sempre acreditar em mim e na minha
capacidade. Ao meu amado Freire, por tanta
paciência e companheirismo.
Dedico.....
6
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, minha força maior e o centro do meu viver, de onde vem minha
coragem que me possibilita chegar sempre ao meu objetivo. Às vezes nem sempre é fácil, mas
eu sei que tudo vai dar certo porque ele está sempre ao meu lado.
Aos meus pais, por sempre ver em seus olhos o quanto eles acreditam que eu
posso ir mais longe, isso me dá força para continuar lutando, apesar das dificuldades.
Ao PIBID (PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO A
DOCÊNCIA), pela a oportunidade de tornar essa caminhada mais agradável e possibilitar
uma experiência única que só veio a somar ao longo da minha formação.
A todos os professores que já tive desde as séries iniciais aos da universidade.
Cada um teve sua importância, em especial o professor Ricardo Rodrigues e a professora
Maria Márcia, que me ajudaram bastante e constituem exemplo para qualquer graduando, pela
sua postura e ética profissional.
A todos os companheiros de turma, que serão também colegas de profissão, dos
quais vou lembrar com carinho e saudade, especialmente Cleuda, Alzeir e Fátima.
A Freire, meu companheiro dessa longa caminhada, fico feliz com a oportunidade
de ter você ao meu lado, sou grata por toda compreensão, carinho e amor dedicados a mim.
A todas as pessoas que, direta ou indiretamente, contribuíram com essa vitória.
A todos, o meu MUITO OBRIGADA!
7
Por melhor que seja uma escola ela nunca vai suprir
a carência da família”.
(Gabriel Chalita)
8
RESUMO
A educação é a base dos princípios que formam cidadãos preparados e capacitados para viver
em sociedade. Sabe-se que o ato de educar é muito importante para ser deixado na
responsabilidade de uma única instituição, por isso que esse processo educativo precisa ser
um trabalho conjunto da escola e da família visando um melhor desenvolvimento da criança.
A participação dos pais no processo educativo de seus filhos são aspectos que interferem no
desenvolvimento individual e, consequentemente, influenciam o comportamento da criança na
escola. Partindo desse pressuposto, o presente estudo teve por objetivo Investigar o
envolvimento dos pais no cotidiano escolar dos alunos da escola Professora Alba Araújo e as
ações desenvolvidas pela referida instituição para promover a parceria família- escola, bem
como conhecer as ações que a escola realiza com o intuito de envolver os pais no dia a dia
escolar das crianças e os limites que os impedem de se envolverem nessas ações. Buscou-se
ainda conhecer a percepção dos pais em relação à educação de seus filhos, colher sugestões
para o melhoramento da interação família/escola e ainda fazer a relação entre o desempenho
escolar das crianças com o grau de envolvimento dos pais nas atividades escolares. Para
alcançar os objetivos propostos, foi realizada uma investigação de caráter qualitativo, que teve
a entrevista semiestruturada como técnica de coleta de dados. Esse estudo foi desenvolvido
junto aos professores, núcleo gestor e pais dos alunos regularmente matriculados na referida
instituição. A partir das informações colhidas foi percebida a funcionalidade dessas ações e o
grau de participação dos pais no desenvolvimento escolar das crianças. A investigação revelou
que essa relação apresenta fragilidades e que ambas as instituições, família e escola, precisam
ter clareza de que uma não pode funcionar sem a outra. Neste sentido, torna-se necessário
uma maior sensibilização dos sujeitos responsáveis pela educação dos estudantes, sobretudo
dos pais, para que possam atuar de forma mais efetiva e consciente nesse processo.
Palavras-chave: Escola, família, interação, educação.
9
ABSTRACT
Education is the basis of the principles that make citizens prepared and able to live in society .
It is known that the act of teaching is too important to be left in the responsibility of a single
institution , so that the educational process must be a joint effort of the school and the family
seeking a better development of the child . Parental involvement in the educational process of
their children are aspects that affect individual development and thus influence the child's
behavior in school . Based on this assumption , the present study aimed to investigate the
involvement of parents in school life of the students Professor Alba Araújo and actions
developed by this institution to promote family-school partnership and know the actions that
the school carries with in order to involve the parents in day to day school children and the
limits that prevent them from becoming involved in these actions . We sought to further
understand the perception of parents regarding the education of their children , gather
suggestions for improving the interaction between family / school and still make the
relationship between school performance of children with the degree of parental involvement
in school activities . To achieve the proposed goals, a qualitative investigation , which had the
semi-structured interview as a technique for data collection was performed . This study was
developed with teachers , manager core and parents of the students enrolled in said institution.
From the information gathered was perceived functionality of these actions and the degree of
parental involvement in school development of children. The investigation revealed that this
relationship has weaknesses and that both institutions , family and school, must be clear that
one can not work without the other . In this sense , it is necessary to raise awareness of the
subject responsible for the education of students , especially parents , so they can act more
effectively and consciously in this process .
Keywords : school , family , interaction, education.
10
LISTA DE QUADROS
QUADRO 01- Identificação dos sujeitos da pesquisa: os pais, por gênero, idade,
escolaridade e ocupação.............................................................................. 24
QUADRO 02- Identificação dos gestores e professores, por gênero, idade, cargo,
tempo de experiência e escolaridade.......................................................... 25
QUADRO 03- As atividades realizadas pela a E.E. F Professora Alba Araújo............ 26
QUADRO 04- relação dos pais/responsáveis e o rendimento escolar da
criança...................................................................................................................... 35
11
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................... 13
2 OBJETIVOS……………………………………………………………. 15
2.1 OBJETIVO GERAL......................................................................................... 15
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS........................................................................... 15
3 REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................. 16
4 METODOLOGIA.................................................................................................. 21
4.1 TIPO DE PESQUISA....................................................................................... 21
4.2 SUJEITO E LOCUS DA PESQUISA.............................................................. 22
4.3 CARACTERIZAÇÃO DO LOCUS DE ESTUDO.......................................... 22
4.4 COLETAS DE DADOS................................................................................... 23
4.5 ANÁLISE DE DADOS................................................................................... 24
4.6 ASPECTOS ÉTICOS E LEGAIS DA PESQUISA........................................ 24
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................... 25
5.1 CARACTERIZAÇÃO DOS SUJEITOS....................................................... 25
5.2 AÇÕES REALIZADAS PELA E.E.F. PROFESSORA ALBA ARAÚJO.. 27
5.3 O CONHECIMENTO DOS PAIS ACERCA DAS AÇÕES PROMOVIDAS
PELA E.E.F. PROFESSORA ALBA ARAÚJO E OS MOTIVOS ALEGADOS PELOS
PAIA QUE NÃO PARTICIPAM DESTAS
AÇÃOES............................................................................................................................ 32
5.4 COMPREENSÃO DOS PAIS ACERCA DA IMPORTÂNCIA DE SUA
PARTICIPAÇÃO NA VIDA ESCOLAR DE SEUS FILHOS........................................... 33
5.5 SUGESTÕES DOS SUJEITOS PARA POTENCIALIZAR A INTERAÇÃO
FAMÍLIA–ESCOLA E O ACOMPANHAMENTO NA VIDA ESCOLAR DOS
ESTUDANTES.................................................................................................................. 34
5.6 RELAÇÃO DO ENVOLVIMENTO DOS PAIS COM O RENDIMENTO
ESCOLAR DAS CRIANÇAS......................................................................................... 35
6 CONCLUSÃO.......................................................................................... 38
REFERENCIAS.......................................................................................... 39
APÊNDICE A.............................................................................................. 41
APÊNDICE B............................................................................................... 42
12
APÊNDICE C............................................................................................... 43
APÊNDICE D.............................................................................................. 44
13
1 INTRODUÇÃO
A educação está presente em toda a sociedade como meio de formar cidadãos,
mas o que existe, na realidade, são formas diferentes de educar. Nesse sentido, os processos
educativos devem ser desenvolvidos respeitando as individualidades dos sujeitos, bem como
as demandas coletivas, pois os homens têm necessidades distintas e vivem em ambientes
diferentes uns dos outros. Neste sentido, a escola necessita garantir aos alunos o saber
sistematizado, preparando um plano de educação de acordo com a realidade em que cada
escola está inserida, respeitando os limites encontrados pela comunidade escolar.
No âmbito da educação, além da escola, a família é considerada a origem da
cultura e o alicerce para formação dos futuros cidadãos da sociedade, sendo percebida ainda
como o centro da vida social. A qualidade da educação que a criança recebe no seio da família
é o que vai servir como apoio fundamental para o desenvolvimento da sua criatividade e o seu
comportamento social e produtivo, quando estiver na condição de adulto, inserida na
sociedade.
Nos dias atuais existe a necessidade da escola conviver e estar em harmonia com
os pais, pois essa instituição acaba se tornando uma extensão da família e essa junção de
experiências potencializa o aprendizado, podendo torná-lo mais proveitoso e eficaz.
Desse modo, o envolvimento e a participação efetiva dos pais na educação dos
filhos significa: comparecimento às reuniões de pais e mestres, atenção à comunicação
escola–família e, sobretudo, acompanhamento dos deveres de casa e das notas para tentar,
com isso, descobrir as deficiências e carências escolares de seus filhos. Ajudando-os assim de
maneira significativa no desempenho escolar das crianças. Esse envolvimento pode ser
espontâneo ou incentivado por políticas da escola ou do sistema de ensino. Depende muito de
cada instituição, do seu plano pedagógico, como também da disponibilidade e interesse dos
pais pelo processo educativo de seus filhos.
Porém, é bastante recorrente o distanciamento entre o processo educativo familiar
e o escolar. Os motivos disso são variados, correspondendo a fatores culturais, econômicos e
mesmo políticos.
14
Diante disso, fica o questionamento: as instituições, família e escola, estão aptas a
enfrentar o grande desafio de, em parceria, darem continuidade à complexa tarefa de educar
para vida?
Frente a este questionamento surgiu a necessidade de se fazer uma investigação
sofre a referida relação no contexto de uma comunidade escolar, em particular, a partir de
minhas experiências pessoais e formativas, a exemplo das vivências durante a realização do
estágio supervisionado no curso de graduação, além de leituras relacionadas à temática.
Percebi, durante a realização do estágio supervisionado no Ensino Fundamental, a
necessidade da realização de um estudo mais cuidadoso a respeito da questão.
Para tentar compreender melhor como e se realmente ocorre a interação dessas
duas instituições, escola e família, realizou-se uma análise crítica das ações promovidas pela
Escola Professora Alba Araújo, que buscam garantir a participação dos pais no cotidiano da
instituição, bem como os limites e dificuldades encontradas por eles para acompanhar a vida
escolar de seus filhos.
Diante do exposto e após estudos de autores (CASTRO, 2008; CARVALHO,
2000; CAMARGO, 2009) que fazem menção à importância da participação dos pais no
desempenho escolar de seus filhos, anunciamos a questão central desta investigação:
Investigar o envolvimento dos pais no cotidiano escolar dos alunos da escola Professora Alba
Araújo e quais ações são desenvolvidas pela referida instituição para promover a parceria
família- escola?
Desta, decorrem outros questionamentos: E a família, tem compreensão da sua
importância em torno da participação no processo educativo e nas atividades escolares de seus
filhos? Quais ações são desenvolvidas pela escola no tocante à parceria família-escola quais
os motivos que dificultam o envolvimento dos pais nestas ações e o que os levam a
negligenciarem o acompanhamento do desenvolvimento escolar das crianças? O que sugerem
pais, professores e gestores para estimular a relação famíla-escola? E a participação dos pais
mais presentes está relacionada ao melhor rendimento escolar das crianças?
Diante das questões levantadas, traçamos os objetivos dessa investigação, os quais
estão apresentados na próxima seção.
15
2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Investigar o envolvimento dos pais no cotidiano escolar dos alunos da escola
Professora Alba Araújo e as ações desenvolvidas pela referida instituição para promover a
parceria família- escola.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
 Identificar as ações desenvolvidas pela escola no tocante à parceria família-escola
e os elementos que dificultam o envolvimento dos pais neste acompanhamento;
 Verificar a percepção dos pais em relação à importância de sua participação nas
atividades escolares de seus filhos;
 Coletar sugestões dos sujeitos envolvidos na pesquisa para estimular a interação
família e escola;
 Identificar se a participação dos pais mais presentes está relacionada ao melhor
rendimento escolar das crianças.
16
3 REFERENCIAL TEÓRICO
A educação é considerada como parte fundamental de uma estrutura que foi
arquitetada para proporcionar e assegurar as relações de produção e reprodução. Entendemos
que toda a sociedade está envolta em um conjunto educacional e que a convivência entre os
homens é resultado deste processo, pois é através dele que recebemos as noções básicas para
mantermos uma boa relação com os outros. Em outras palavras, a educação traz ao homem a
habilidade de viver e se desenvolver em sociedade.
Nessa direção, Castro (2008) considera que a educação não é vista apenas como
um processo social: é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida. A
educação é a base da formação de um ser consciente de seus direitos e deveres, sendo
ferramenta básica para liberdade de expressão e a instauração da cidadania. Desse modo, a
educação pode ser considerada o pilar fundamental da sociedade, uma vez que esse processo
educativo visa à formação de um ser capacitado para desenvolver suas habilidades e com o
conhecimento prévio para conseguir sobreviver no meio social.
Para Durkheim (2011), a educação sofre variações de acordo com as camadas
sociais e até mesmo com o habitat de cada individuo. Pode-se dizer que a educação
organizada desta maneira constitui um campo de diferenças, onde se consegue maior êxito
quem contar com melhores armas nesta disputa, ou seja, quem tiver acesso a uma educação de
melhor qualidade.
Nesse sentido, Cecocon et al (1994) destaca que a educação pode ser encarada
como uma espécie de escada para a melhoria de vida, um melhor emprego e
conseqüentemente um salário melhor, visto que a criança deve estar preparada para profissão
que futuramente irá desenvolver dentro da sociedade. Toda educação, não importa a classe
social, seja a educação do rico ou do pobre, tanto a que conduz a profissões mais elevadas
(médico, dentista, administrador, entre outras) como a que conduz às funções mais simples
(operários), tem em comum um único objetivo, fixá-las nas consciências dos indivíduos.
Ainda sobre a educação, Saviani (2005, p. 11) a define como “um fenômeno
próprio dos seres humanos. Assim sendo, a compreensão da natureza da educação passa pela a
compreensão da natureza humana”.
O homem, ao nascer, não traz consigo suas habilidades e capacidades
desenvolvidas. Esse processo de desenvolvimento ocorre durante toda a vida, através das
17
relações que constitui com outros homens. É por meio da convivência e socialização que ele
as desenvolve.
Desde seu nascimento o ser humano traz consigo a capacidade de instruir-se e no
decorrer do tempo, durante toda a vida, ele exercita e aprimora essa habilidade, aprendendo e
ensinado, e ao mesmo tempo transmitindo, produzindo e modificando, os conhecimentos e a
cultura.
A escola, em particular, desempenha o papel social de levar o saber sistematizado
para todos. Segundo Libâneo (1994, p.35), a “escolarização constitui instrumento
indispensável à construção da sociedade democrática, porque tem como função a socialização
daquela parcela do saber sistematizado que constitui o indispensável à formação e ao
exercício da cidadania”.
Acredita-se que na escola o aluno receba o conhecimento necessário para
desenvolver a capacidade de realizar uma leitura crítica da realidade em que vive através das
disciplinas que são oferecidas pela instituição, ampliando assim sua capacidade intelectual e
cognitiva. Não podemos esquecer também que é na família que recebemos as primeiras
noções de educação. Nesse sentido, Castro (2008) defende que a parceria família e escola
poderá obter um maior êxito na formação de nossas crianças e adolescentes.
Historicamente, a escola se constituiu como a instituição responsável pela
socialização do saber sistematizado e à família atribuiu-se a educação através de exemplos do
dia-a-dia, para que a criança vivenciasse valores como: amor, confiança, liberdade, civilidade,
autonomia, justiça, entre outros.
Para Libâneo (1994), através da ação educativa, a sociedade exerce influências
sobre as pessoas e estas, ao assimilarem e recriarem essas influências tornam-se capazes de
estabelecer uma relação ativa e transformadora em relação ao meio social. No início da vida, a
criança é muito influenciável, sendo nesse período a melhor fase para que a família possa
ensinar através de bons exemplos, por isso fala-se que a família é a primeira escola,
considerada também o berço da educação.
Nesta direção, Durkheim (2011, p. 48) ressalta que “não adianta crer que podemos
educar os nossos filhos como quisermos. Há costumes aos quais somos obrigados a nos
conformar.” Visto que os costumes e idéias existentes são o que determina como será esta
educação, e estes não foram criados ou elaborados individualmente, eles são o resultado de
uma vida em sociedade, e em sua maioria são frutos advindos de gerações passadas, tudo isso
contribui para elaboração deste conjunto de normas que conduz a educação nos dias atuais.
18
Dentro da sociedade a família é considerada um dos primeiros locais onde ocorre
a socialização do indivíduo, atuando como intermediaria fundamental dos padrões e
influências culturais. Segundo KREPPNER, (2000 apud Dessen e Polonia 2007), a família é
o cenário onde ocorre a difusão de valores, crenças e idéias que estão presentes na cultura da
coletividade, agindo ainda como influente significativo na conduta das pessoas, em especial
as crianças, pois é no seio familiar que elas aprendem as diversas formas de existir, de ver o
mundo e estabelecer suas relações sociais de acordo com a sociedade e sua tradição. Em
suma, a família pode ser considerada a primeira escola, que educa segundo a cultura, as idéias
e os costumes presentes em meio à sociedade.
Sobre a importância da família e da escola na educação das crianças, Polonia e
Dessen (2005, p.20) afirmam: “a família e a escola emergem como duas instituições
fundamentais para desencadear os processos evolutivos das pessoas, atuando como
propulsores ou inibidores do seu crescimento intelectual”. Sabe-se que existem diferenças e
divergências entre essas duas instituições - família e escola- ao mesmo tempo ambas possuem
uma responsabilidade em comum, a educação dos indivíduos. É no ambiente familiar que se
recebe as primeiras noções de educação, sendo a escola encarregada em dar continuidade ao
processo educativo iniciado na família e proporcionar à criança a assimilação de um saber
sistematizado e intencionalmente planejado, sendo então um trabalho conjunto onde um
complementa o outro de forma a somar vantagens no processo educativo desse sujeito.
Segundo Camargo (2009), não existe contraindicação para que os pais participem
da vida escolar dos filhos, uma aliança em que todos têm a ganhar em especial os alunos. Pois
estes além de contar com o apoio dos profissionais da escola poderão contar também com o
incentivo e a participação efetiva dos pais no seu desempenho escolar. Sobretudo porque,
desde os primórdios, a família tem sido a influência mais poderosa para o desenvolvimento da
personalidade e do caráter das pessoas (GOKHALE, 1980).
A educação, durante muito tempo, foi considerada um processo que ocorria em
duas etapas, sendo a primeira etapa a educação que se recebia em casa e a segunda, na escola,
mas esse pensamento foi abolido. Afinal, chegou-se a um consenso de que a educação é um
processo que ocorre simultaneamente tanto na família como na escola, dessa maneira ambas
devem ter a mesma finalidade, formar um ser integral e ético (CASTRO, 2008).
O desinteresse dos pais com a educação dos filhos pode trazer prejuízos
significativos e definitivos à vida desses sujeitos. As crianças ao perceberem esse
desprendimento podem ficar desestimuladas, tornando-se, assim, alunos apáticos, com pouco
19
interesse e desmotivados, sem compromissos, não raro, apresentando dificuldade em
desenvolver melhor seu aprendizado.
A parceria família-escola para as crianças seria muito importante do ponto de vista
da aprendizagem, pois além de contarem com a ajuda dos profissionais na escola, também
disporiam do suporte dos familiares; os pais acompanhariam mais ativamente o
desenvolvimento intelectual e social de seus filhos e os educadores teriam mais condições de
conhecer a realidade de seus alunos.
Castro (2008, p.55) considera que “a educação é um processo construído em
parceria, cabe à família e à escola buscar uma direção única para “olhar”, terem ações e
estratégias que visam um fim em comum: um ser integral, como cidadão ético”. Através deste
trabalho conjunto entre a família e a escola o processo educativo ganharia mais força se
tornando um diferencial que só iria acrescentar enriquecendo o aprendizado e o
desenvolvimento das crianças.
Nos dias atuais, vivemos em uma sociedade desprendida de valores, antes
fundamentais para a existência de uma boa convivência entre os homens. Valores como a
ética, a cidadania e o respeito parecem ignorados, assim como outros, não menos importantes,
foram excluídos da educação e formação dos indivíduos. Nesse sentido, instituições como a
família e a escola, que busquem em comum o objetivo de formar cidadãos éticos e
conscientes de seus direitos e deveres, não podem permitir que essa situação se naturalize.
O contexto social onde está inserida a E.E.F. Professora Alba Araújo desperta a
atenção das pessoas que estabelecem algum contato com a referida instituição, devido estar
inserida em uma comunidade que apresenta vulnerabilidade social, composta, em sua maioria,
por famílias de baixo poder aquisitivo, as quais, raramente, se fazem presentes na escola, no
que concerne à participação na vida escolar de seus filhos.
Segundo Santos e Graminha (2005), o estudo de condições de risco e
vulnerabilidade, tem como foco principal três conjuntos de variáveis: as características de
personalidade e do contexto pessoal da criança, as peculiaridades do seio familiar e as do
ambiente social mais amplo, incluindo a família e a comunidade. Tais variáveis trabalham em
conjunto para determinar a direção do desenvolvimento humano, podendo ora promover ora
atrasar o individuo e suas capacidades.
Nessa direção, entende-se que a escola, como instituição formadora, tem à frente o
desafio de empregar esforços para trazer os pais para o dia-a-dia escolar das crianças, em
contrapartida os pais precisam se conscientizar acerca de que sua participação na vida escolar
20
dos filhos pode se tornar um diferencial para sua formação, e juntas, família e escola, unirem
esforços em uma tentativa de minimizar as consequências que a realidade dessa comunidade
possa trazer para o futuro destes pequenos moradores.
21
4 METODOLOGIA
Esta investigação constitui-se em um Estudo de Caso, caracteriza-se como
pesquisa de abordagem predominantemente qualitativa, de caráter analítico-descritivo.
Escolhemos o Estudo de Caso como método por julgá-lo adequado ao que nos propomos
desenvolver neste trabalho.
4.1 TIPO DE PESQUISA
Trata-se de uma pesquisa de caráter analítico-descritivo, com uma abordagem do
tipo qualitativa. Gil (1993) define que a pesquisa descritiva tem como objetivo principal a
descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o
estabelecimento de relações entre variáveis. Esse tipo de pesquisa envolve o uso de técnicas
padronizadas de coleta de dados: questionário e observação sistemática. Assume, em geral, a
forma de levantamento.
As pesquisas analíticas envolvem o estudo e avaliação aprofundados de
informações disponíveis na tentativa de explicar o contexto de um fenômeno. Esse tipo de
pesquisa busca apresentar de forma detalhada um fenômeno, com o intuito de facilitar a sua
compreensão.
A pesquisa com abordagem qualitativa “responde a questões muito particulares,
ela se preocupa com o nível de realidade que não pode ser quantificado” (GOMES et al, 1994,
p.54) e procura compreender o problema a partir do ponto de vista dos envolvidos no estudo,
para que nesse processo o entrevistador obtenha seus resultados através da análise dos dados e
objetivos a serem alcançados.
Nesse sentido também caracteriza-se como Estudo de Caso, pois de acordo com
Yin (2010, p. 39 -41)
O Estudo de Caso é uma investigação empírica que investiga um fenômeno
contemporâneo em profundidade e em seu contexto de vida real, especialmente
quando os limites entre o fenômeno e o contexto não são claramente evidentes. [...]
E esse fenômeno engloba importantes condições contextuais – altamente pertinentes
ao fenômeno em estudo.
22
Acrescenta o referido autor que os estudos de caso “não precisam sempre incluir a
evidência observacional direta e detalhada, marcada por outras formas de “pesquisa
qualitativa”. (2010, p. 41).
Assim, a investigação que desenvolvemos, por sua natureza e finalidades, inseriu-
se no tipo de pesquisa descrito neste tópico.
4.2 SUJEITOS E LOCUS DA PESQUISA
O estudo foi desenvolvido com o corpo docente da E. E. F Professora Alba Araújo
que possui 37 (trinta e sete) professores e 04 (quatro) gestores e pelos pais dos alunos do 1º ao
4º ano do Ensino Fundamental do turno da manhã, séries que possuem, em média, 30
estudantes por turma. Os sujeitos foram:
 Quatro professores (as) do 1º (primeiro) ao 4º (quarto) ano do Ensino
Fundamental do turno da manhã;
 Diretor;
 Coordenadora Pedagógica;
 Oito pais de alunos, sendo 02 (dois) por turma. Obedecendo ao seguinte critério:
01 (um) pai de aluno com rendimento satisfatório e 01 (um) não satisfatório. O
referido critério de escolha baseou-se na possibilidade de identificarmos indícios
da relação entre o rendimento escolar dos alunos e o grau de envolvimento e
participação dos pais na vida escolar de seus filhos.
4.3 CARACTERIZAÇÃO DO LOCUS DE ESTUDO
O presente trabalho foi desenvolvido na Escola de Ensino Fundamental Professora
Alba Araújo fundada em 1º de agosto de 1998, localizada na Rua Amália Brasil, nº 363,
Bairro Vila Moura, cidade de Iguatu/Cará.
Numa visão macro, a cidade de Iguatu localiza-se na região Centro-Sul do Estado
do Ceará, possui uma área territorial de 1.017 Km², com uma população de 96. 495 habitantes
(IBGE, 2010).
23
Por apresentar localização geográfica favorável, a referida escola recebe
matrículas de crianças e adolescentes oriundos das comunidades Vila Neuma, Vila Moura e
São Gabriel, como também alunos das regiões de Araras, Juazeirinho e entorno, totalizando
694 matrículas em 2013.
Em relação à estrutura pedagógica, a escola oferece Ensino Fundamental do 1º ao
9º ano; apresenta boa infraestrutura, com salas de aulas arejadas; banheiros; quadra de
esportes e área verde.
4.4 COLETA DE DADOS
Os dados foram coletados entre os meses de agosto e setembro de 2013.
Inicialmente, utilizando-se de uma entrevista semiestruturada (Ver roteiros em APÊNDICES
A, B e C) relacionada à percepção dos entrevistados sobre o tema abordado. A escolha dessa
técnica aporta-se no entendimento de que a entrevista semiestruturada pode nos fornecer
informações diretamente construídas no diálogo com o indivíduo entrevistado, pois:
é acima de tudo uma conversa a dois, ou entre vários interlocutores, realizada por
iniciativa do entrevistador. Tem o objetivo de construir informações pertinentes para
um objeto de pesquisa [...] e tratam da reflexão do próprio sujeito sobre a realidade
que vivencia. [...] Constituem uma representação da realidade: idéias, crenças,
maneiras de atuar, condutas, projeções para o futuro, razões conscientes ou
inconscientes de determinadas atitudes e comportamentos. (MINAYO, 2001, p. 64 -
65).
Este tipo de investigação acontece através do estabelecimento de uma conversa
amigável com o entrevistado buscando-se levantar dados que possam ser utilizados em análise
qualitativa, selecionando os aspectos mais relevantes para a pesquisa (BARROS, 1997).
O primeiro passo da coleta de dados foi realizar as entrevistas com os professores
das séries iniciais do Ensino Fundamental I (1º ao 4º ano). Foi adotado também esse mesmo
processo com o diretor, a coordenadora pedagógica e os pais/responsáveis dos alunos. Essas
entrevistas foram realizadas após uma breve explanação sobre o estudo para esclarecimento
de alguns termos que pudessem gerar dúvidas, esse processo aconteceu de forma individual
com cada participante. O segundo passo consistiu em transcrever essas entrevistas tal qual a
fala dos entrevistados, para uma análise das informações colhidas durante o estudo.
24
4.5 ANÁLISE DE DADOS
O objetivo da análise de dados é sumariar as observações completadas, de forma
que estas permitam responder às questões da pesquisa. A análise se caracteriza pela
decomposição dos dados. Essa fase se constitui como núcleo principal de toda a pesquisa,
pois é nessa etapa que chegaremos às respostas pretendidas (BARROS, 1997).
A análise de dados foi realizada por meio da análise de categorias. O referido
método acontece através de três etapas básicas, de acordo com Bardin (1997):
 A pré-análise, que corresponde à organização do material coletado para efeito de
observação e comparação das mensagens;
 A descrição analítica, a qual se refere à descrição dos conteúdos das respostas que
exemplificam a analise do material, bem como citações das falas dos sujeitos;
 Interpretação referencial, que é relativa às interpretações das respostas associadas
aos conceitos emergentes na pesquisa, tendo como referencial, os enfoques
teóricos aqui abordados, concomitantemente à descrição analítica.
4.6 ASPETOS ÉTICOS E LEGAIS DA PESQUISA
O estudo foi realizado mediante autorização do Diretor da Escola Professora Alba
Araújo, Iguatu/CE (Apêndice D). Como procedimento ético, os participantes da pesquisa
receberam explicações sobre a finalidade e objetivos do estudo, além de serem informados
que seria garantido a eles o anonimato durante o desenvolvimento da investigação. A partir
desse esclarecimento, os voluntários que aceitaram participar da pesquisa responderam à
entrevista.
No decorrer da apresentação dos resultados desse estudo, os sujeitos da pesquisa
foram identificados por letras e no caso das mães e professores as letras foram seguidas por
números, da seguinte forma: diretor (D), coordenadora Pedagógica (C.P), os professores que
são do primeiro ao quarto ano (P1, P2, P3, P4) e as mães (M 1, M 2, M 3, M 4, M 5, M 6, M
7, M 8), pois, os pais se recusaram a participar do estudo.
25
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Este capítulo tem por objetivo caracterizar os sujeitos da pesquisa bem como
analisar e discutir os achados do estudo à luz do referencial teórico adotado e buscar atender
aos objetivos traçados nesta investigação.
5.1 CARACTERIZAÇÃO DOS SUJEITOS
O estudo teve como sujeitos quatro professores, o grupo gestor (diretor e
coordenadora pedagógica), oito pais de alunos do primeiro ao quarto ano da E.E.F Professora
Alba Araujo, totalizando 14 participantes. No quadro a seguir apresentamos o perfil dos
pais/responsáveis que se disponibilizaram a participar da pesquisa.
Quadro 01 - Identificação dos sujeitos da pesquisa: os pais/responsáveis, por gênero, idade,
escolaridade e ocupação.
Fonte: pesquisa da autora
Com base nos resultados (quadro 01) pode-se verificar que a maioria dos pais teve
acesso ao ensino e à escola formalmente, embora de forma precária e incompleta, pois como
se pode observar alguns não chegaram a concluir o Ensino Fundamental, pois alegaram que ir
a escola era muito difícil devido a diversos fatores, entre eles o acesso à escola e as condições
Idade
Sexo Estado civil Filhos Escolaridade Emprego
Feminino Masculino
30 X ---- Solteira 02 Fundamental
incompleto
Domestica
38 X ---- Casada 02 1º ano do Fundamental Dona de casa
28 X ---- Casada 02 5º ano- Fundamental Garçonete
26 X ---- Casada 08 Nunca estudou Dona de casa
27 X ---- Casada 02 Ensino médio completo Dona de casa
26 X ---- Casada 03 Fundamental completo Dona de casa
72 X ---- Divorciada 04 Nunca estudou Dona de casa
27 X ---- Casada 02 Nunca estudou Dona de casa
26
financeiras que os obrigavam a trabalhar em vez de estudar, como mostra o quadro, apenas
um dos sujeitos consegui concluir o Ensino médio (M. 5).
Apesar do conjunto de sujeitos em questão se tratar de um grupo reduzido, com
faixas etárias bem diferentes, foi possível perceber uma diversidade variada de conhecimentos
e experiências. O mais curioso é que nenhum pai se disponibilizou a participar deste estudo,
pois alegaram que da educação das crianças quem cuida são as mães. Em suma, o grupo
consistiu de uma mãe solteira, seis casadas e uma divorciada. Dentre elas havia uma avó
(M7) que é tutora legal de uma das crianças e uma tia (M.2), responsável legal pelo sobrinho,
porque a mãe o abandonou ainda bebê.
Quadro 02 - Identificação dos gestores e professores, por gênero, idade, cargo, tempo de
experiência e escolaridade.
Idade Sexo Cargo que
exerce
Escolaridade Área de
formação
Área em que
atua
Tempo de
experiênciaFeminino Masculino
49 --- x Diretor geral Pós
graduado
Educação
Física
Direção 08 anos
43 X ---- Coordenadora Ensino
Superior
Pedagoga Coordenadora
pedagógica
08 anos
50 X ---- Professora do
1º ano
3º
pedagógico
---- Polivalente 28 anos
34 X ---- Professora do
2º ano
Pós graduada Português Polivalente 16 anos
27 X ---- Professora do
3º ano
Ensino
Superior
Geografia
e
sociologia
Polivalente 04 anos
50 X ---- Professora do
4º ano
Ensino
Superior
Português Português e
literatura
28 anos
Fonte: pesquisa da autora
Pode-se perceber por meio da análise do quadro 2 que a E.E.F Professora Alba
Araujo dispõe de um grupo de profissionais habilitados para atuação no espaço escolar, a
maioria com mais de cinco anos de experiência (apenas uma professora está a quatro anos no
magistério), sinalizando que os alunos estão subsidiados por profissionais qualificados.
Através da entrevista com estes sujeitos, foi possível perceber por parte dos mesmos muito
27
interesse e empenho naquilo que fazem. O que não significa dizer que os professores e os
gestores possam assumir sozinhos a responsabilidade pela educação das crianças.
Nos tópicos a seguir vamos discutir a respeito do nosso estudo com o intuito de
responder aos objetivos expressos no início desta pesquisa.
5.2 AÇÕES REALIZADAS PELAA E.E.F PROFESSORAALBAARAÚJO
No que se refere às ações realizadas pela escola, foi indagado aos sujeitos da
pesquisa qual o seu conhecimento acerca das atividades que a referida instituição desenvolve
com o intuito de trazer e envolver os pais no cotidiano escolar de seus filhos. Com base nas
informações obtidas na pesquisa sobre as ações realizadas naquela instituição, montamos o
seguinte quadro:
Quadro 03 - As atividades realizadas pela a E.E. F Professora Alba Araújo
AÇÕES PERIODICIDADE
Reuniões gerais 1 vez ao mês
Reuniões individuais por sala. 1 vez ao mês
O dia “D” da família na escola A cada bimestre
Festas das datas comemorativas Dia das mães, pais.
Torneio de futebol com os pais Em datas comemorativas
Palestras sobre temas diversos Sem datas definidas
Reunião para tratar de assuntos
relacionados ao Bolsa Família 1
Sem datas definidas
Fonte: pesquisa da autora
Fazendo uma análise dos resultados (quadro 03) é possível constatar que
existem, sim, por parte da instituição, várias ações que estão sendo realizadas com a mesma
finalidade: fazer com que os pais participem ativamente do desenvolvimento escolar das
crianças. Existe na escola um calendário com essas ações, e elas são informadas aos pais
1
“O Bolsa Família é um programa do governo federal que seleciona as famílias com bases nas informações
inseridas pelo município no cadastro único. Este programa foi criado para melhorar as condições de vida, saúde e
educação das famílias, para isso as famílias precisam cumprir algumas condicionalidades para permanecer
cadastrado, entre essas condições estar a de que toda família que possui crianças e adolescentes de 06 a 15 anos
devem freqüentar as escolas do município regulamente. O não cumprimento dessas condicionalidades implica na
suspensão imediata do beneficio”. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010.p.10)
28
através de bilhetes enviados pelos professores e/ou gestores aos cuidados dos alunos, com a
data e o horário que irá acontecer o evento, geralmente com um dia ou dois de antecedência.
Em relação à primeira ação listada no quadro, esta pode ser definida como uma
reunião geral realizada uma vez ao mês com todos os pais ao mesmo tempo, que tem por
finalidade falar de uma forma geral sobre a escola e as dificuldades que a mesma encontra no
tocante às crianças. A referida atividade pode ser vista como uma forma de buscar o apoio dos
pais para com a educação dos estudantes. No tocante a esta ação, obtivemos os seguintes
relatos:
Apenas 30% 2
dos pais participam dessas ações, e geralmente os pais que vêm são os que
sempre estão presentes. (D.)
Alguns pais só vêm até a escola quando são chamados porque o filho fez alguma coisa de
errado e só pode entrar com a presença de um responsável (pai ou a mãe) (C.P).
Observa-se nas falas que, apesar de ser de fundamental importância que os pais
estejam presentes no cotidiano escolar de seus filhos, isso é uma realidade ainda distante. Pois
de acordo com os dados coletados não verificamos, por parte dos pais, uma preocupação em
estarem efetivamente envolvidos no aprendizado das crianças.
Por um lado, para a maioria dos pais, a escola ainda é uma incógnita, e em
contrapartida os professores alegam que os pais não demonstram muito interesse pelo
desenvolvimento escolar de seus filhos. Desta forma, fica nítido o distanciamento entre a
família e a escola, o que dificulta ainda mais o trabalho educativo dessas duas instituições,
uma vez que o processo de aprendizagem poderia ser muito mais proveitoso para as crianças,
pais e educadores.
Castro (2008, p.56.) aponta que “a família e a escola precisam compartilhar uma
ideia comum quanto ao sentido que concebem de educação”. A partir deste ponto de vista, a
educação pode ser entendida como uma prática construída nos âmbitos familiar e escolar,
chegando aos relacionamentos vivenciados entre estudantes, professores, pais e a comunidade
de uma forma geral.
Quando indagado aos entrevistados sobre a segunda ação citada (quadro 03), ou
seja, sobre a reunião individual por turma, onde cada professor se reúne com todos os pais dos
2
Essas informações em porcentagem estão registradas em documentos que são arquivados na da
própria escola.
29
alunos de sua turma com a finalidade de tratar de forma mais específica sobre os alunos
daquela classe, falando sobre: desempenho, avanços, dificuldades, enfim, sobre a
aprendizagem de cada aluno, de acordo com a necessidade das crianças da referida sala, os
professores assim relataram:
Com relação à minha turma que é de 21 alunos, apenas 5% dos pais participam da reunião
individual por turma. (P.2).
Os pais que participam são sempre os mesmos, aqueles que realmente precisam participar
dessa reunião nem aparecem. (P.1)
Na minha turma não encontro problema com relação à participação dos pais. Quando não
podem comparecer, ligam para saber do que se trata, pois apenas dois pais em uma turma
de 28 alunos não participam de nenhuma forma do desempenho escolar de seus filhos, só
vindo a escola quando são chamados,e mais de uma vez para poder comparecer. (P.4).
Apenas 20% dos pais participam dessa reunião. (P.3)
O relato de P.4 nos leva a uma realidade diferenciada das demais, e P.4 atribui essa
diferenciação ao fato de algumas salas de aula da escola Professora Alba Araújo serem
globalizadas de forma a separar alunos de melhor ou menor rendimento sendo que a sala de
P.4 é uma sala de alunos mais desenvolvidos, por isso que a realidade de sua turma é bem
diferente das demais envolvidas no estudo.
Pode-se verificar, ainda, que a análise desses dados revela que em meio aos pais
que, aparentemente, não demonstram interesse em relação ao aprendizado e desenvolvimento
de seus filhos, é possível identificar, por meio do relato de P.4, aqueles que se esforçam e
buscam se envolver nas ações citadas e participam mais do cotidiano escolar dos alunos. Essa
é uma prática importante do ponto de vista do sucesso escolar da criança, o qual é
potencializado pela cooperação entre a escola e a família, pois uma complementa a outra e
juntas podem se tornar ambientes agradáveis para a convivência dos alunos.
Autores como Chechia e Andrade(2005), relatam que a presença dos pais na vida
escolar é importante tanto para os alunos quanto para a escola. Nesse sentido, destaca-se,
então, a parceria família/escola. Partindo deste ponto de vista é de fundamental importância
que exista um vínculo entre essas duas instituições, pois de acordo com esses autores, é nas
reuniões com os professores que pode ser viável a existência de condições de auxilio aos pais
na tentativa de uma conscientização de sua real importância para o desenvolvimento escolar
das crianças.
30
As ações realizadas de cunho comemorativo, como a festas dos pais, das mães,
torneio de futebol e o dia “D” da família na escola, cujo objetivo é proporcionar uma maior
proximidade e articulação entre os pais e a escola, são as que contam com o maior número de
pais, como podemos averiguar nas colocações abaixo:
Essas ações são as que contam com o maior participação dos pais, perdendo apenas para
as que se referem ao Bolsa Família. (P.1)
Os pais só se interessam em participar quando existe algum retorno próprio, beneficio
para eles. (P.2).
Mesmo com estes eventos existem pais dos meus alunos que eu ainda não conheço, nunca
os vi. (P.3)
Os relatos nos permitem entender que a aproximação dos pais com a escola tem-
se constituído, de forma mais perceptível, por meio de ações que lhes gerem um retorno
imediato, como o benefício destacado. Contudo, acredita-se que a escola poderia explorar
mais esses momentos para estreitar seu diálogo com os pais, quebrando barreiras que
distanciam a família da escola.
Quando mencionamos as palestras que tem como objetivo levar até aos pais temas
e assuntos do dia a dia, como: saúde, família, drogas, entre outros, os sujeitos as destacam
como as atividades que contam com um menor número de pais entre todas as ações
desenvolvidas pela a escola. Como podemos verificar nas falas a seguir:
Os pais alegam que tem mais o que fazer, do que vir para a escola ser “besta” e perder
tempo. (C.P)
A escola já mudou o horário das ações várias vezes, mas não importa o novo horário que
seja escolhido, eles sempre tem uma desculpa pronta para dar: (D.)
Observa-se nos dados obtidos acima que a maioria dos pais não participa da vida
escolar das crianças por falta de interesse ou por desconhecimento da importância que isso
tem para o futuro desses pequenos cidadãos. A este respeito, Camargo (2009) ressalta que não
existe contraindicação para que os pais participem da vida escolar dos filhos, uma aliança em
que todos têm a ganhar. Em especial, os alunos, que contarão com o apoio dos profissionais
da escola e com o auxilio dos pais em casa, constituindo um diferencial em seu aprendizado.
Em se tratando da última ação listada na tabela, citada pelos sujeitos do estudo,
como a ação que conta com o maior número de pais, pois de acordo com os dados colhidos
31
durante o estudo, a maioria dos pais só vai à escola quando existe algum retorno próprio para
eles, não priorizando, assim, aspectos relacionados ao desempenho escolar de seus filhos.
O auditório se torna pequeno quando se trata da reunião do Bolsa Família. (D.)
Vem pais que eu nunca nem vi na instituição. (C.P)
Para muitos pais esse é o único motivo pelo qual mandam os filhos para a escola. (C.P.)
Alguns dos pais não querem saber como está o desenvolvimento escolar de seus filhos, só
quer saber se o professor não vai botar falta para que eles não percam o beneficio. (P.1)
Se acontecer algum problema no recebimento do beneficio do Bolsa Família, os pais vem
logo para a escola saber porque o professor colocou falta em seu filho, culpando logo a
instituição pelo corte do beneficio, tem pais que só assim comparecem a escola. (D.)
De acordo com os dados coletados, pode-se perceber quão complexa é essa
relação da família com a escola, uma vez que a maioria dos pais envolvidos na realidade da
E.E.F Professora Alba Araújo não estão realmente preocupados com o desempenho escolar de
seus filhos e sim se vão continuar a receber o referido beneficio. Este é pago pelo Governo
Federal e varia de acordo com a quantidade de filhos e a renda de cada família.
O Programa Bolsa Família (PBF) é um programa de transferência de renda
diretamente às famílias pobres e extremamente pobres, que vincula o recebimento do auxilio
financeiro ao comprimento de compromissos (condicionalidades), nas áreas de saúde e
educação, com a finalidade de promover o acesso das famílias aos direitos sociais básicos.
As condicionalidades referentes à educação são: matricular as crianças e
adolescentes de 06 a 15 anos nas escolas do município; garantir a freqüência, de no mínimo,
85% das aulas de cada mês e informar ao responsável pelo o programa no município sempre
que alguma criança ou adolescente mudar de escola para não interromper o acompanhamento
da freqüência. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010)
Essa iniciativa do governo federal pode ser vista coma uma oportunidade para que
a criança possa estudar e ao mesmo tempo garantir a família uma renda para que os pais não
precisem tirar as crianças da escola e focá-las a trabalhar, perdendo assim a oportunidade de
estudar e com isso tentar mudar sua realidade.
Para Carvalho (2000), o envolvimento dos pais com a escola pode ser espontâneo
ou incentivado, dependendo das políticas de ensino e do plano pedagógico que cada
instituição possui, como também da disponibilidade e interesse dos pais pelo processo
32
educativo de seus filhos. Neste sentido torna-se necessário uma sensibilização para que todos
possam sentir-se envolvidos no processo de educação das crianças.
5.3 O CONHECIMENTO DOS PAIS ACERCA DAS AÇÕES PROMOVIDAS
PELA E.E.F. PROFESSORA ALBA ARAÚJO E OS MOTIVOS ALEGADOS
PELOS QUE NÃO PARTICIPAM DESTAS AÇÃOES.
Na análise do conhecimento dos pais acerca das ações que a escola realiza,
pudemos perceber que essas ações são priorizadas por alguns e não por outros, ou sequer são
conhecidas por alguns pais entrevistados, como mostram as falas abaixo:
Tenho conhecimento sim sobre as ações realizadas pela a escola, mas não posso participar,
pois trabalho o dia todo, sou separada e o pai dela mora fora por isso não pode
comparecer. (M.1)
Não conheço nenhuma ação da escola, pois não tenho tempo pra essas coisas. (M.2)
Participo das reuniões realizadas na sala de minha filha, e datas comemorativas sempre
estou presente. (M.3)
Nunca fui à escola. (M.4)
Sempre vou às reuniões e participo das festinhas das mães. (M.5)
Conheço algumas ações como: reuniões de pais. (M.6)
Tem conhecimento das ações e sempre que possível participa das reuniões de sala. (M.7)
Não conheço essas ações. (M.8)
Conforme apresentado acima, alguns pais demonstram falta de interesse e
envolvimento; outros apontam dificuldades em comparecer à escola para participar das ações
promovidas pela instituição (M.1). Existe ainda pais que não conhecem a escola em que seu
filho estuda (M.4); outros não tem conhecimento acerca das ações que existem na referida
instituição (M.8); outros se esforçam em comparecer e em participar, o que desafia a escola a
pensar ações que sensibilizem os pais para atuar de forma mais significativa na educação de
seus filhos.
33
Em um estudo realizado por Bhering (1999), o autor defende que a escola edifica
a sua cultura e os seus ensinamentos baseada nas contribuições de todos, mas tendo como
subsídio principal os princípios vindos de casa, neste sentido é preciso que aconteça entre a
família e a escola um relacionamento mais claro e que as negociações entre essa duas
instituições sejam feitas de modo a beneficiar e suprir as necessidades de ambas às partes,
onde o elemento crucial para que isso aconteça é o dialogo.
5.4 COMPREENSÃO DOS PAIS ACERCA DA IMPORTÂNCIA DE SUA
PARTICIPAÇÃO NA VIDA ESCOLAR DE SEUS FILHOS.
Na análise da compreensão dos pais acerca da importância de sua participação na
vida escolar de seus filhos, onde a conduta individual dos pais está diretamente relacionada à
sua realidade, podemos perceber que a maioria dos pais estão alheios ao seu papel na
educação das crianças na escola, conforme os relatos abaixo:
Quem tem que aprender e estudar é ele. (M.2)
Minha parte eu faço que é obrigá-lo a ir para escola.” (M..4)
Não ensino as tarefas porque não sei ler, e também não posso pagar uma aula de reforço.
(M.7)
Todo dia tem seus horários para fazer as atividades com o meu acompanhamento. (M.5)
Observamos nas falas, que apesar da referida instituição não medir esforços na
realização de eventos que tem como objetivo trazer os pais para a escola existe alguns sujeitos
que não demonstram esforço em participar do aprendizado de suas crianças, ou não tem
clareza quanto à importância de sua participação no desenvolvimento educacional de seu
filho.
Outro obstáculo para que essa interação realmente ocorra é o baixo grau de
instrução de alguns pais, dificultando a sua colaboração nas tarefas de casa e
acompanhamento escolar. Essas famílias, em sua maioria, possuem um baixo poder
aquisitivo e os pais investigados possuem baixo grau de instrução, pois como se pode
34
observar (quadro 01), essas pessoas tiveram acesso à escola mas de forma incompleta ou
precária. Nesta direção, Ceccon (1994, p.20) ressalta que:
Durante muito tempo a escola esteve reservada a uma pequena minoria, aos filhos
do pessoal que tinha posses, aos filhos de doutores e a maioria dos filhos de pessoas
de baixo poder aquisitivo, como filhos de operários e agricultores não tinham
praticamente qualquer oportunidade de estudar e ficava condenado ao
analfabetismo.
Nos dias de hoje, o ensino de primeiro grau (Ensino Fundamental) é obrigatório e
gratuito para todos, assegurado legalmente. Essa fase da educação constitui responsabilidade
intransferível do estado brasileiro, importa dizer que todas as crianças de 06 aos 14 anos e,
ainda, os adolescentes e adultos que não tiveram oportunidade de acessar esse nível de ensino
no tempo próprio, têm direito a receber escolaridade correspondente ao Ensino Fundamental
(CARNEIRO, 2012).
Diante do exposto, destaca-se a importância da educação, pois em sua ausência ou
diante de sua oferta fragilizada, os sujeitos podem constituir-se alienados e serem facilmente
dominados, principalmente quando se vive em uma comunidade de grande vulnerabilidade.
Pode-se enfatizar ainda o valor do protagonismo da família na educação dos estudantes,
sobretudo na construção do caráter e como isso pode refletir na edificação de uma sociedade
consciente de seus direitos e deveres.
5.5 SUGESTÕES DOS SUJEITOS PARA POTENCIALIZAR A INTERAÇÃO
FAMÍLIA–ESCOLA E O ACOMPANHAMENTO NA VIDA ESCOLAR DOS
ESTUDANTES.
No que se refere às sugestões apontadas pelos sujeitos no tocante ao envolvimento
da família com escola, obtivemos as seguintes colocações:
Ofertar oficinas pra os pais, onde eles pudessem aprender algo para incrementar a sua
renda, com realização na própria escola. (C.P.)
Gerar tarefas conjuntas entre a família e os alunos na própria instituição. (P.1).
Os pais que querem participar de verdade, as ações que existem já são mais que suficiente.
(D.)
Não há nada que a escola possa fazer enquanto não houver uma reorganização na
estrutura familiar. (P.3)
35
Os pais envolvidos no estudo e alguns professores não quiseram opinar sobre essa
questão, pois, não se sentiram a vontade, às vezes que chegávamos neste ponto da entrevista,
a resposta era sempre a mesma “não tenho nenhuma sugestão”. Dentre os sujeitos,
identificamos aqueles que afirmaram não adiantar a escola se esforçar se os pais não esboçam
nenhum tipo de interesse ou entusiasmo em acompanhar e participar da vida escolar de seus
filhos, pois como o sujeito D sinaliza: “a instituição já faz a sua parte falta, então o empenho
da família”.
Em um estudo desenvolvido por Cavalcante (1998), este autor relata que em toda
instituição de ensino deve-se tentar estabelecer um sistema de comunicação claro com os pais.
Essa é uma maneira de tentar promover parcerias entre essas duas instituições fundamentais
para o desenvolvimento e o desempenho da criança.
Embora a escola, campo desta investigação, já empregue esforços para promover
a participação dos pais na vida escolar das crianças, o estudo nos leva a refletir sobre a
necessidade de novas estratégias, o que se constitui como um grande desafio para a
constituição de uma escola e de uma educação de melhor qualidade, tarefa que a escola não
conseguirá realizar solitariamente, sem o envolvimento da sociedade à qual busca formar.
Desde modo, as ações realizadas na tentativa de fortalecer a relação da
família/escola têm mútuas repercussões e assim sendo, a construção dessas ações é condição
indispensável para atualizar e renovar, continuamente, o significado da educação.
5.6 RELAÇÃO DO ENVOLVIMENTO DOS PAIS COM O RENDIMENTO
ESCOLAR DAS CRIANÇAS
Neste tópico buscamos indícios da relação entre acompanhamento dos pais na
vida escolar das crianças e seu desempenho escolar. Pode-se dizer que diversos fatores podem
ser decisivos no sucesso e no insucesso escolar das crianças, segundo a família e à escola. Os
resultados que apresentamos a seguir tratam dos dados obtidos durante o desenvolvimento
desta pesquisa. Aqui serão divididos em dois grupos: os pais que participam e os que não
participam da vida escolas das crianças, na tentativa de se estabelecer uma relação com o
sucesso e insucesso escolar dos estudantes. Para tanto, identificamos, no quadro 04, os pais,
sua participação na vida escolar de seus filhos e o rendimento escolar desses alunos.
36
Quadro 04- relação dos pais/responsáveis e o rendimento escolar da criança
Pais/responsáveis Participação Criança
Sim Não Rendimento satisfatório Rendimento insatisfatório
M.1 X X
M. 2 X X
M.3 X X
M.4 X X
M.5 X X
M.6 X X
M.7 X X
M.8 X X
Fonte: Pesquisa da autora
O quadro 04 nos permite afirmar que os pais que participam da vida escolar das
crianças, são: M1, M3, M5 e M7. Os filhos destes pais são considerados por suas professoras
como alunos comportados, dedicados e participativos, e não demonstram muita dificuldade
nas matérias estudadas. O acompanhamento dos pais é particularmente importante, pois
segundo Chechia e Andrade (2005), os alunos com sucesso escolar, geralmente apresentam
bom rendimento desde os primeiros anos de escolarização, e este sucesso é o que contribui de
forma positiva para a continuidade da vida estudantil.
Algumas informações obtidas através dos depoimentos dos pais que participam do
dia a dia escolar de seus filhos levaram-nos a ver que os alunos que contam com a
participação e apoio de seus pais, no tocante a sua vida escolar, apresentam mais habilidades
nas tarefas, um bom comportamento, se tornam estudantes participativos. Embora alguns se
sintam incapazes de ajudá-los, como aponta M7 “Não ensino as tarefas porque não sei ler, e
também não posso pagar uma aula de reforço”, O comprometimento em auxiliar e ao mesmo
tempo compreender as dificuldades encontradas por seus filhos, na escola, tem se tornado
uma constante no cotidiano dessas famílias.
Ainda com base nos dados do quadro 04, M2, M4, M6 e M8 são os pais que
informaram não participar do cotidiano escolar de seus filhos, estes, segundo seus professores,
apresentam rendimento insatisfatório, mau comportamento e dificuldades de aprendizagem
nas matérias estudadas. Nos depoimentos dos pais identificamos queixas que vão desde
37
problemas com adaptação escolar à dificuldade de aprendizagem. Esta é uma situação
complexa, pois segundo Costa et al (2008), para uma mãe é muito complicado compreender
as dificuldades encontradas por seus filhos no processo de ensino aprendizagem.
Dentre os relatos, observa-se na fala de P.2: “a filha de M.4 apresenta uma
dificuldade muito grande de aprendizagem, a escola já sugeriu a esta mãe que procurasse um
atendimento especializado para essa criança”, segundo a professora, nada foi feito a esse
respeito, e a aluna continua indo à escola e apresentando as mesmas dificuldades.
Segundo M.8, “meu filho não se interessa, ele prefere ficar cuidando das cabras
do tio dele”. Pode-se perceber neste relato que a referida mãe deixa o filho, ainda tão
pequeno, decidir por si mesmo, sobre um aspecto de tamanha relevância como a vida escolar.
Por fim, com base nos dados obtidos nesta pesquisa relativos ao objetivo desta seção,
podemos concluir que os filhos que dispõem da participação dos pais em sua vida estudantil
possuem um desempenho satisfatório e os que não dispõem demonstram um rendimento
insatisfatório e uma situação preocupante com relação ao seu desempenho escolar.
38
6. CONCLUSÃO
Por meio da pesquisa realizada na E.E.F Professora Alba Araújo, podemos
constatar através dos relatos dos envolvidos no estudo, que a escola tem à frente o desafio de
rever suas ações no intuito de melhorar a participação da família na escola, investindo em
políticas e ações que sensibilizem os pais a respeito de que a educação de seus filhos é de
fundamental importância. Uma vez que a educação é considerada também um fator definitivo
na formação do ser humano, do que ele é e será no futuro. A educação e a escolarização são
fundamentais para a formação do caráter da criança e da construção de sua percepção como
sujeito social.
O presente estudo identificou nas respostas dos professores e gestores, que a
escola desenvolve varias ações no que concerne à participação dos pais no dia a dia escolar
das crianças, embora falte a muitos pais a iniciativa de querer realmente colaborar com a
escola formando assim uma parceria onde o maior beneficiário seria o estudante.
A falta de interesse demonstrada por uma parcela dos pais pesquisados neste
estudo pode ser compreendida, historicamente, quando nos aproximamos do contexto
complexo em que a população brasileira se constituiu, sobretudo em termos educacionais.
Para os mais carentes, a escola parece ainda não representar meio de mudança e
transformação social.
Partimos do entendimento de que se as famílias se conscientizassem sobre a real
relevância dos pais no sucesso escolar de seus filhos, e se a escola, em contrapartida,
reconhecesse de forma mais concreta a importância da família dentro da escola, e juntas
ajustassem seu ritmo de atuação, o resultado desta participação certamente seria muito mais
satisfatório para ambas.
Concluímos com o desenvolvimento desta pesquisa que é papel da escola
proporcionar ao aluno o saber sistematizado, embora sua função se confunda com tantas
outras, o que não a impede de desenvolver seu trabalho tendo como eixo valores que
construam a humanidade em nós. Contudo, reafirmamos que cabe à família alicerçar as
crianças sobre valores essenciais para a vida. Por isso torna-se crucial a constituição da
parceria família/escola para juntas trabalharem na formação da criança de hoje, o cidadão
mais consciente do amanhã.
39
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DOS SANTOS, P. L.; GRAMINHA, S. S. Estudo comparativo das características do ambiente
familiar de crianças com alto e baixo rendimento acadêmico. Paidéia, v. 15, 2005.
DURKHEIM, Émile. Educação e Sociologia. 2 ª Edição. Petrópolis. Editora Vozes, 2011.
40
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 3. Ed., São Paulo: Atlas, 1993.
GOKHALE, S. D. A Família Desaparecerá? In Revista Debates Sociais nº30, ano XVI. Rio
de Janeiro, CBSSIS, 1980.
GOMES, R.; CRUZ N. O.; DESLANDES, S.F.; MINAYO, M.C.S. Pesquisa Social: teoria,
método e criatividade. Petrópolis: Vozes, 1994.
IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Dados básicos do Iguatu – CE. 2010.
Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/cidadesat/painel/painel.php?codmun=230550>.
Acesso em: 18 de mai. 2013.
LIBÂNEO, J. C. Didática. São Paulo: Editora Cortez Editora, 1994.
MINAYO, C. S. Pesquisa Social: Teoria Método e Criatividade. 8ª. Edição. Petrópolis:
Editora Vozes, 1998
_______. Pesquisa Social: teoria, método e criatividade. 30. ed. Petrópolis: Vozes, 2011.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Alimentação e nutrição para as famílias do bolsa família:
Manual para os agentes comunitários de saúde. Brasília. 2010
POLONIA, A. da C.; DESSEN, M. A. Em busca de uma compreensão das relações entre
família e escola. Psicologia Escolar e Educacional (Impr.), v. 9, 2005.
SAVIANI, D. Pedagogia Histórico-Crítica. Campinas: Editora Autores Associados, 2005.
YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e método. Porto Alegre: Bookman, 2010.
41
APÊNDICE A – ROTEIROS DE ENTREVISTA PARA OS PROFESSORES
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ
FACULDADE DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS E LETRAS DE IGUATU
CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
1. Perfil
 Identificação (nome, sexo, idade, naturalidade);
 Escolaridade;
2. Escola (Trabalho)
 Tempo de experiência como professor;
 Tempo de trabalho na instituição;
 Qual a disciplina que leciona;
 Quais as maiores dificuldades encontradas na prática docente (em relação aos alunos,
aos pais e até mesmo a própria escola).
3. Ações realizadas
 Quais as ações realizadas na escola com relações a participação dos pais (pontos
positivos e negativos);
 Resultados dessa participação.
4. Com relação aos pais
Que frequências vão à escola;
Participam das ações realizadas na escola;
Quando não participam, o que alegam;
Contribuição para o desempenho das crianças.
5. Sugestões para melhorar as ações para que a participação dos pais na escola aconteça com
mais frequência e seja uma atividade prazerosa e proveitosa tanto para a escola como para os
pais, e principalmente, para o desenvolvimento das crianças.
42
APÊNDICE B – ROTEIROS DE ENTREVISTA PARA O GRUPO GESTOR
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ
FACULDADE DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS E LETRAS DE IGUATU
CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
1. Perfil
 Identificação (nome, sexo, idade, naturalidade);
 Escolaridade;
2. Escola (Trabalho)
 Tempo de experiência como professor
 Tempo de trabalho na instituição;
 Tempo de experiência na gestão;
 Qual a sua formação;
 Quais as maiores dificuldades encontradas na escola (Em relação aos alunos; aos
professores e aos pais).
3. Ações realizadas
 Listar as ações realizadas no intuito de trazer os pais para a escola;
 A funcionalidade dessas ações (limites, avanços e desafios).
4. Em relação aos pais
 Percentual de participação dos pais;
 Motivos alegados para a não participação nessas ações;
5. Sugestões para melhorar as ações para que a participação dos pais na escola aconteça com
mais frequência e seja uma atividade prazerosa e proveitosa tanto para a escola como para os
pais, e principalmente, para o desenvolvimento das crianças.
43
APÊNDICE C – ROTEIROS DE ENTREVISTA PARA OS PAIS
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ
FACULDADE DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS E LETRAS DE IGUATU
CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
1. Perfil
 Identificação (nome, sexo, idade, estado civil, filhos);
 Endereço;
 Emprego;
 Escolaridade;
 Quantidade de pessoas na casa.
2. Vida escolar dos filhos
 Conhecimento do cotidiano e da vida escolar dos filhos (como acompanha horários,
disciplinas, desempenho, comportamento, dificuldades no aprendizado);
 Sua opinião sobre a importância da escola na vida do seu filho.
3. Escola
 Opinião sobre a escola;
 Frequência de ida à escola (indicar se essa ida é espontânea ou não);
 Quais ações são realizadas pela escola para incentivar sua participação;
 Opinião sobre ações realizadas na escola;
 Receptividade do corpo docente e do núcleo gestor (forma como são tratados ao
chegar á escola);
 Conteúdo, avaliações, atividades realizadas na escola e fora dela;
 Dificuldades encontradas que dificultam e ate mesmo impossibilitam a sua participação
nessas ações.
5. Sugestões para melhorar as ações para que a participação dos pais na escola aconteça com
mais frequência e seja uma atividade prazerosa e proveitosa tanto para a escola como para os
pais, e principalmente, para o desenvolvimento das crianças.
44
APÊNDICE D - TERMO DE AUTORIZAÇÃO PARA REALIZAÇÃO DA PESQUISA
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ
FACULDADE DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS E LETRAS DE IGUATU
CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
Eu, Francisca Fernandes da Silva, estudo com o intuito de realizar um
levantamento da real participação dos pais no cotidiano escolar de seus filhos, na Escola de
Ensino Fundamental Professora Alba Araújo.
O referido trata-se de um estudo qualitativo que tem como finalidade colher
informações a cerca das ações realizadas por essa instituição com o intuito de trazer os pais
para o dia a dia das crianças e ao mesmo tempo fazer um levantamento sobre as dificuldades
encontradas pelos pais que não participam dessas ações. Desse modo solicitamos, por meio
deste, a autorização para a realização da pesquisa, intitulada “ACOMPANHAMENTO DOS
PAIS NA VIDA ESCOLAR DOS FILHOS: UM ESTUDO A PARTIR DA
REALIDADE DA ESCOLA PROFESSORA ALBA ARAÚJO”. Coordenação do Curso
de Ciências Biológicas da Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Iguatu.
Eu, __________________________________________________ nº
RG__________________________________ ciente das informações recebidas, concordo
com a coleta de dados da pesquisa intitulada “ACOMPANHAMENTO DOS PAIS NA
VIDA ESCOLAR DOS FILHOS: UM ESTUDO A PARTIR DA REALIDADE DA
ESCOLA PROFESSORA ALBA ARAÚJO”. A pesquisa será realizada sob
responsabilidade de Francisca Fernandes da Silva, graduanda do Curso de Ciências
Biológicas, da Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Iguatu - FECLI informo ao
Coordenador Fernando Roberto Ferreira da Silva de que, em nenhum momento, a instituição
estará exposta a riscos causados pela liberação do estudo.
Estou ciente também de que os resultados encontrados no estudo serão usados
apenas para fins científicos. Fui informado de que a instituição não terá nenhum tipo de
despesa ou gratificação pela referida participação, e que a não participação não acarretará
qualquer prejuízo no seu direito a receber assistência nessa instituição.
45
Ainda informo – lhe que os dados serão apresentados ao Curso de Ciências
Biológicas da Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Iguatu, podendo ser utilizado
também em eventos científicos, mas não mencionarei seu nome, pois este será preservado,
ficando em sigilo a identidade do participante.
Caso precise entrar em contato, informe – lhe que meu telefone é (88) 94249064-
96072888.
_______________________________________
Francisca Fernandes da Silva
Tendo em vista, que fui satisfatoriamente informado sobre a pesquisa:
“ACOMPANHAMENTO DOS PAIS NA VIDA ESCOLAR DOS FILHOS: UM
ESTUDO A PARTIR DA REALIDADE DA ESCOLA PROFESSORA ALBA
ARAÚJO”, realizada sob a responsabilidade da pesquisadora Francisca Fernandes da Silva,
concordo em participar da mesma. Estou ciente de que meu nome não será divulgado e que o
pesquisador estará disponível para responder - me a quaisquer dúvidas.
Iguatu,________de ________________2012
___________________________________
Assinatura do participante

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Participação dos pais na vida escolar dos filhos um estudo a partir da realidade da e.e.f professora alba araújo francisca fernandes da silva.

  • 1. UNIVERSIDADE ESTADUALDO CEARÁ - UECE FACULDADE DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS E LETRAS DE IGUATU - FECLI CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS FRANCISCA FERNANDES DA SILVA PARTICIPAÇÃO DOS PAIS NA VIDA ESCOLAR DOS FILHOS: UM ESTUDO A PARTIR DA REALIDADE DA E.E.F PROFESSORAALBA ARAÚJO IGUATU/CE 2014
  • 2. 2 FRANCISCA FERNANDES DA SILVA PARTICIPAÇÃO DOS PAIS NA VIDA ESCOLAR DOS FILHOS: UM ESTUDO A PARTIR DA REALIDADE DA E.E.F PROFESSORAALBA ARAÚJO Orientadora: Profa. Ms. Maria Márcia Melo de Castro Martins IGUATU/CE 2014 Monografia submetida à Coordenação do Curso de Ciências Biológicas da Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Iguatu, da Universidade Estadual do Ceará, como requisito parcial para aprovação na disciplina de Monografia.
  • 3. 3 S586p Silva, Francisca Fernandes da. Participação dos Pais na Vida Escolar dos Filhos: um estudo a partir da realidade da E.E.F. Professora Alba Araújo / Francisca Fernandes da Silva. [Orientada por] Maria Márcia Melo de Castro Martins. – Iguatu, 2014. 45 p. Monografia (Graduação) – Universidade Estadual do Ceará, Coordenação do Curso de Licenciatura Plena em Ciências Biológicas, Iguatu, 2014. 1.Escola 2. Família 3 Interação 4. Educação I. Martins, Maria Márcia Melo de Castro (Orient.) II. Universidade Estadual do Ceará – UECE – Graduação (Licenciatura) em Ciências Biológicas III. Título CDD: 370.111
  • 4. 4
  • 5. 5 Dedico aos meus pais Maria Iraci da Silva e Raimundo Fernandes, em especial à minha mãe por todo amor, paciência e dedicação prestados a mim, ao meu pai por ensinar sempre que o trabalho e o esforço dignificam a pessoas. À minha irmã Lena, por sempre acreditar em mim e na minha capacidade. Ao meu amado Freire, por tanta paciência e companheirismo. Dedico.....
  • 6. 6 AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus, minha força maior e o centro do meu viver, de onde vem minha coragem que me possibilita chegar sempre ao meu objetivo. Às vezes nem sempre é fácil, mas eu sei que tudo vai dar certo porque ele está sempre ao meu lado. Aos meus pais, por sempre ver em seus olhos o quanto eles acreditam que eu posso ir mais longe, isso me dá força para continuar lutando, apesar das dificuldades. Ao PIBID (PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO A DOCÊNCIA), pela a oportunidade de tornar essa caminhada mais agradável e possibilitar uma experiência única que só veio a somar ao longo da minha formação. A todos os professores que já tive desde as séries iniciais aos da universidade. Cada um teve sua importância, em especial o professor Ricardo Rodrigues e a professora Maria Márcia, que me ajudaram bastante e constituem exemplo para qualquer graduando, pela sua postura e ética profissional. A todos os companheiros de turma, que serão também colegas de profissão, dos quais vou lembrar com carinho e saudade, especialmente Cleuda, Alzeir e Fátima. A Freire, meu companheiro dessa longa caminhada, fico feliz com a oportunidade de ter você ao meu lado, sou grata por toda compreensão, carinho e amor dedicados a mim. A todas as pessoas que, direta ou indiretamente, contribuíram com essa vitória. A todos, o meu MUITO OBRIGADA!
  • 7. 7 Por melhor que seja uma escola ela nunca vai suprir a carência da família”. (Gabriel Chalita)
  • 8. 8 RESUMO A educação é a base dos princípios que formam cidadãos preparados e capacitados para viver em sociedade. Sabe-se que o ato de educar é muito importante para ser deixado na responsabilidade de uma única instituição, por isso que esse processo educativo precisa ser um trabalho conjunto da escola e da família visando um melhor desenvolvimento da criança. A participação dos pais no processo educativo de seus filhos são aspectos que interferem no desenvolvimento individual e, consequentemente, influenciam o comportamento da criança na escola. Partindo desse pressuposto, o presente estudo teve por objetivo Investigar o envolvimento dos pais no cotidiano escolar dos alunos da escola Professora Alba Araújo e as ações desenvolvidas pela referida instituição para promover a parceria família- escola, bem como conhecer as ações que a escola realiza com o intuito de envolver os pais no dia a dia escolar das crianças e os limites que os impedem de se envolverem nessas ações. Buscou-se ainda conhecer a percepção dos pais em relação à educação de seus filhos, colher sugestões para o melhoramento da interação família/escola e ainda fazer a relação entre o desempenho escolar das crianças com o grau de envolvimento dos pais nas atividades escolares. Para alcançar os objetivos propostos, foi realizada uma investigação de caráter qualitativo, que teve a entrevista semiestruturada como técnica de coleta de dados. Esse estudo foi desenvolvido junto aos professores, núcleo gestor e pais dos alunos regularmente matriculados na referida instituição. A partir das informações colhidas foi percebida a funcionalidade dessas ações e o grau de participação dos pais no desenvolvimento escolar das crianças. A investigação revelou que essa relação apresenta fragilidades e que ambas as instituições, família e escola, precisam ter clareza de que uma não pode funcionar sem a outra. Neste sentido, torna-se necessário uma maior sensibilização dos sujeitos responsáveis pela educação dos estudantes, sobretudo dos pais, para que possam atuar de forma mais efetiva e consciente nesse processo. Palavras-chave: Escola, família, interação, educação.
  • 9. 9 ABSTRACT Education is the basis of the principles that make citizens prepared and able to live in society . It is known that the act of teaching is too important to be left in the responsibility of a single institution , so that the educational process must be a joint effort of the school and the family seeking a better development of the child . Parental involvement in the educational process of their children are aspects that affect individual development and thus influence the child's behavior in school . Based on this assumption , the present study aimed to investigate the involvement of parents in school life of the students Professor Alba Araújo and actions developed by this institution to promote family-school partnership and know the actions that the school carries with in order to involve the parents in day to day school children and the limits that prevent them from becoming involved in these actions . We sought to further understand the perception of parents regarding the education of their children , gather suggestions for improving the interaction between family / school and still make the relationship between school performance of children with the degree of parental involvement in school activities . To achieve the proposed goals, a qualitative investigation , which had the semi-structured interview as a technique for data collection was performed . This study was developed with teachers , manager core and parents of the students enrolled in said institution. From the information gathered was perceived functionality of these actions and the degree of parental involvement in school development of children. The investigation revealed that this relationship has weaknesses and that both institutions , family and school, must be clear that one can not work without the other . In this sense , it is necessary to raise awareness of the subject responsible for the education of students , especially parents , so they can act more effectively and consciously in this process . Keywords : school , family , interaction, education.
  • 10. 10 LISTA DE QUADROS QUADRO 01- Identificação dos sujeitos da pesquisa: os pais, por gênero, idade, escolaridade e ocupação.............................................................................. 24 QUADRO 02- Identificação dos gestores e professores, por gênero, idade, cargo, tempo de experiência e escolaridade.......................................................... 25 QUADRO 03- As atividades realizadas pela a E.E. F Professora Alba Araújo............ 26 QUADRO 04- relação dos pais/responsáveis e o rendimento escolar da criança...................................................................................................................... 35
  • 11. 11 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO....................................................................................................... 13 2 OBJETIVOS……………………………………………………………. 15 2.1 OBJETIVO GERAL......................................................................................... 15 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS........................................................................... 15 3 REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................. 16 4 METODOLOGIA.................................................................................................. 21 4.1 TIPO DE PESQUISA....................................................................................... 21 4.2 SUJEITO E LOCUS DA PESQUISA.............................................................. 22 4.3 CARACTERIZAÇÃO DO LOCUS DE ESTUDO.......................................... 22 4.4 COLETAS DE DADOS................................................................................... 23 4.5 ANÁLISE DE DADOS................................................................................... 24 4.6 ASPECTOS ÉTICOS E LEGAIS DA PESQUISA........................................ 24 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................... 25 5.1 CARACTERIZAÇÃO DOS SUJEITOS....................................................... 25 5.2 AÇÕES REALIZADAS PELA E.E.F. PROFESSORA ALBA ARAÚJO.. 27 5.3 O CONHECIMENTO DOS PAIS ACERCA DAS AÇÕES PROMOVIDAS PELA E.E.F. PROFESSORA ALBA ARAÚJO E OS MOTIVOS ALEGADOS PELOS PAIA QUE NÃO PARTICIPAM DESTAS AÇÃOES............................................................................................................................ 32 5.4 COMPREENSÃO DOS PAIS ACERCA DA IMPORTÂNCIA DE SUA PARTICIPAÇÃO NA VIDA ESCOLAR DE SEUS FILHOS........................................... 33 5.5 SUGESTÕES DOS SUJEITOS PARA POTENCIALIZAR A INTERAÇÃO FAMÍLIA–ESCOLA E O ACOMPANHAMENTO NA VIDA ESCOLAR DOS ESTUDANTES.................................................................................................................. 34 5.6 RELAÇÃO DO ENVOLVIMENTO DOS PAIS COM O RENDIMENTO ESCOLAR DAS CRIANÇAS......................................................................................... 35 6 CONCLUSÃO.......................................................................................... 38 REFERENCIAS.......................................................................................... 39 APÊNDICE A.............................................................................................. 41 APÊNDICE B............................................................................................... 42
  • 12. 12 APÊNDICE C............................................................................................... 43 APÊNDICE D.............................................................................................. 44
  • 13. 13 1 INTRODUÇÃO A educação está presente em toda a sociedade como meio de formar cidadãos, mas o que existe, na realidade, são formas diferentes de educar. Nesse sentido, os processos educativos devem ser desenvolvidos respeitando as individualidades dos sujeitos, bem como as demandas coletivas, pois os homens têm necessidades distintas e vivem em ambientes diferentes uns dos outros. Neste sentido, a escola necessita garantir aos alunos o saber sistematizado, preparando um plano de educação de acordo com a realidade em que cada escola está inserida, respeitando os limites encontrados pela comunidade escolar. No âmbito da educação, além da escola, a família é considerada a origem da cultura e o alicerce para formação dos futuros cidadãos da sociedade, sendo percebida ainda como o centro da vida social. A qualidade da educação que a criança recebe no seio da família é o que vai servir como apoio fundamental para o desenvolvimento da sua criatividade e o seu comportamento social e produtivo, quando estiver na condição de adulto, inserida na sociedade. Nos dias atuais existe a necessidade da escola conviver e estar em harmonia com os pais, pois essa instituição acaba se tornando uma extensão da família e essa junção de experiências potencializa o aprendizado, podendo torná-lo mais proveitoso e eficaz. Desse modo, o envolvimento e a participação efetiva dos pais na educação dos filhos significa: comparecimento às reuniões de pais e mestres, atenção à comunicação escola–família e, sobretudo, acompanhamento dos deveres de casa e das notas para tentar, com isso, descobrir as deficiências e carências escolares de seus filhos. Ajudando-os assim de maneira significativa no desempenho escolar das crianças. Esse envolvimento pode ser espontâneo ou incentivado por políticas da escola ou do sistema de ensino. Depende muito de cada instituição, do seu plano pedagógico, como também da disponibilidade e interesse dos pais pelo processo educativo de seus filhos. Porém, é bastante recorrente o distanciamento entre o processo educativo familiar e o escolar. Os motivos disso são variados, correspondendo a fatores culturais, econômicos e mesmo políticos.
  • 14. 14 Diante disso, fica o questionamento: as instituições, família e escola, estão aptas a enfrentar o grande desafio de, em parceria, darem continuidade à complexa tarefa de educar para vida? Frente a este questionamento surgiu a necessidade de se fazer uma investigação sofre a referida relação no contexto de uma comunidade escolar, em particular, a partir de minhas experiências pessoais e formativas, a exemplo das vivências durante a realização do estágio supervisionado no curso de graduação, além de leituras relacionadas à temática. Percebi, durante a realização do estágio supervisionado no Ensino Fundamental, a necessidade da realização de um estudo mais cuidadoso a respeito da questão. Para tentar compreender melhor como e se realmente ocorre a interação dessas duas instituições, escola e família, realizou-se uma análise crítica das ações promovidas pela Escola Professora Alba Araújo, que buscam garantir a participação dos pais no cotidiano da instituição, bem como os limites e dificuldades encontradas por eles para acompanhar a vida escolar de seus filhos. Diante do exposto e após estudos de autores (CASTRO, 2008; CARVALHO, 2000; CAMARGO, 2009) que fazem menção à importância da participação dos pais no desempenho escolar de seus filhos, anunciamos a questão central desta investigação: Investigar o envolvimento dos pais no cotidiano escolar dos alunos da escola Professora Alba Araújo e quais ações são desenvolvidas pela referida instituição para promover a parceria família- escola? Desta, decorrem outros questionamentos: E a família, tem compreensão da sua importância em torno da participação no processo educativo e nas atividades escolares de seus filhos? Quais ações são desenvolvidas pela escola no tocante à parceria família-escola quais os motivos que dificultam o envolvimento dos pais nestas ações e o que os levam a negligenciarem o acompanhamento do desenvolvimento escolar das crianças? O que sugerem pais, professores e gestores para estimular a relação famíla-escola? E a participação dos pais mais presentes está relacionada ao melhor rendimento escolar das crianças? Diante das questões levantadas, traçamos os objetivos dessa investigação, os quais estão apresentados na próxima seção.
  • 15. 15 2 OBJETIVOS 2.1 OBJETIVO GERAL Investigar o envolvimento dos pais no cotidiano escolar dos alunos da escola Professora Alba Araújo e as ações desenvolvidas pela referida instituição para promover a parceria família- escola. 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS:  Identificar as ações desenvolvidas pela escola no tocante à parceria família-escola e os elementos que dificultam o envolvimento dos pais neste acompanhamento;  Verificar a percepção dos pais em relação à importância de sua participação nas atividades escolares de seus filhos;  Coletar sugestões dos sujeitos envolvidos na pesquisa para estimular a interação família e escola;  Identificar se a participação dos pais mais presentes está relacionada ao melhor rendimento escolar das crianças.
  • 16. 16 3 REFERENCIAL TEÓRICO A educação é considerada como parte fundamental de uma estrutura que foi arquitetada para proporcionar e assegurar as relações de produção e reprodução. Entendemos que toda a sociedade está envolta em um conjunto educacional e que a convivência entre os homens é resultado deste processo, pois é através dele que recebemos as noções básicas para mantermos uma boa relação com os outros. Em outras palavras, a educação traz ao homem a habilidade de viver e se desenvolver em sociedade. Nessa direção, Castro (2008) considera que a educação não é vista apenas como um processo social: é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida. A educação é a base da formação de um ser consciente de seus direitos e deveres, sendo ferramenta básica para liberdade de expressão e a instauração da cidadania. Desse modo, a educação pode ser considerada o pilar fundamental da sociedade, uma vez que esse processo educativo visa à formação de um ser capacitado para desenvolver suas habilidades e com o conhecimento prévio para conseguir sobreviver no meio social. Para Durkheim (2011), a educação sofre variações de acordo com as camadas sociais e até mesmo com o habitat de cada individuo. Pode-se dizer que a educação organizada desta maneira constitui um campo de diferenças, onde se consegue maior êxito quem contar com melhores armas nesta disputa, ou seja, quem tiver acesso a uma educação de melhor qualidade. Nesse sentido, Cecocon et al (1994) destaca que a educação pode ser encarada como uma espécie de escada para a melhoria de vida, um melhor emprego e conseqüentemente um salário melhor, visto que a criança deve estar preparada para profissão que futuramente irá desenvolver dentro da sociedade. Toda educação, não importa a classe social, seja a educação do rico ou do pobre, tanto a que conduz a profissões mais elevadas (médico, dentista, administrador, entre outras) como a que conduz às funções mais simples (operários), tem em comum um único objetivo, fixá-las nas consciências dos indivíduos. Ainda sobre a educação, Saviani (2005, p. 11) a define como “um fenômeno próprio dos seres humanos. Assim sendo, a compreensão da natureza da educação passa pela a compreensão da natureza humana”. O homem, ao nascer, não traz consigo suas habilidades e capacidades desenvolvidas. Esse processo de desenvolvimento ocorre durante toda a vida, através das
  • 17. 17 relações que constitui com outros homens. É por meio da convivência e socialização que ele as desenvolve. Desde seu nascimento o ser humano traz consigo a capacidade de instruir-se e no decorrer do tempo, durante toda a vida, ele exercita e aprimora essa habilidade, aprendendo e ensinado, e ao mesmo tempo transmitindo, produzindo e modificando, os conhecimentos e a cultura. A escola, em particular, desempenha o papel social de levar o saber sistematizado para todos. Segundo Libâneo (1994, p.35), a “escolarização constitui instrumento indispensável à construção da sociedade democrática, porque tem como função a socialização daquela parcela do saber sistematizado que constitui o indispensável à formação e ao exercício da cidadania”. Acredita-se que na escola o aluno receba o conhecimento necessário para desenvolver a capacidade de realizar uma leitura crítica da realidade em que vive através das disciplinas que são oferecidas pela instituição, ampliando assim sua capacidade intelectual e cognitiva. Não podemos esquecer também que é na família que recebemos as primeiras noções de educação. Nesse sentido, Castro (2008) defende que a parceria família e escola poderá obter um maior êxito na formação de nossas crianças e adolescentes. Historicamente, a escola se constituiu como a instituição responsável pela socialização do saber sistematizado e à família atribuiu-se a educação através de exemplos do dia-a-dia, para que a criança vivenciasse valores como: amor, confiança, liberdade, civilidade, autonomia, justiça, entre outros. Para Libâneo (1994), através da ação educativa, a sociedade exerce influências sobre as pessoas e estas, ao assimilarem e recriarem essas influências tornam-se capazes de estabelecer uma relação ativa e transformadora em relação ao meio social. No início da vida, a criança é muito influenciável, sendo nesse período a melhor fase para que a família possa ensinar através de bons exemplos, por isso fala-se que a família é a primeira escola, considerada também o berço da educação. Nesta direção, Durkheim (2011, p. 48) ressalta que “não adianta crer que podemos educar os nossos filhos como quisermos. Há costumes aos quais somos obrigados a nos conformar.” Visto que os costumes e idéias existentes são o que determina como será esta educação, e estes não foram criados ou elaborados individualmente, eles são o resultado de uma vida em sociedade, e em sua maioria são frutos advindos de gerações passadas, tudo isso contribui para elaboração deste conjunto de normas que conduz a educação nos dias atuais.
  • 18. 18 Dentro da sociedade a família é considerada um dos primeiros locais onde ocorre a socialização do indivíduo, atuando como intermediaria fundamental dos padrões e influências culturais. Segundo KREPPNER, (2000 apud Dessen e Polonia 2007), a família é o cenário onde ocorre a difusão de valores, crenças e idéias que estão presentes na cultura da coletividade, agindo ainda como influente significativo na conduta das pessoas, em especial as crianças, pois é no seio familiar que elas aprendem as diversas formas de existir, de ver o mundo e estabelecer suas relações sociais de acordo com a sociedade e sua tradição. Em suma, a família pode ser considerada a primeira escola, que educa segundo a cultura, as idéias e os costumes presentes em meio à sociedade. Sobre a importância da família e da escola na educação das crianças, Polonia e Dessen (2005, p.20) afirmam: “a família e a escola emergem como duas instituições fundamentais para desencadear os processos evolutivos das pessoas, atuando como propulsores ou inibidores do seu crescimento intelectual”. Sabe-se que existem diferenças e divergências entre essas duas instituições - família e escola- ao mesmo tempo ambas possuem uma responsabilidade em comum, a educação dos indivíduos. É no ambiente familiar que se recebe as primeiras noções de educação, sendo a escola encarregada em dar continuidade ao processo educativo iniciado na família e proporcionar à criança a assimilação de um saber sistematizado e intencionalmente planejado, sendo então um trabalho conjunto onde um complementa o outro de forma a somar vantagens no processo educativo desse sujeito. Segundo Camargo (2009), não existe contraindicação para que os pais participem da vida escolar dos filhos, uma aliança em que todos têm a ganhar em especial os alunos. Pois estes além de contar com o apoio dos profissionais da escola poderão contar também com o incentivo e a participação efetiva dos pais no seu desempenho escolar. Sobretudo porque, desde os primórdios, a família tem sido a influência mais poderosa para o desenvolvimento da personalidade e do caráter das pessoas (GOKHALE, 1980). A educação, durante muito tempo, foi considerada um processo que ocorria em duas etapas, sendo a primeira etapa a educação que se recebia em casa e a segunda, na escola, mas esse pensamento foi abolido. Afinal, chegou-se a um consenso de que a educação é um processo que ocorre simultaneamente tanto na família como na escola, dessa maneira ambas devem ter a mesma finalidade, formar um ser integral e ético (CASTRO, 2008). O desinteresse dos pais com a educação dos filhos pode trazer prejuízos significativos e definitivos à vida desses sujeitos. As crianças ao perceberem esse desprendimento podem ficar desestimuladas, tornando-se, assim, alunos apáticos, com pouco
  • 19. 19 interesse e desmotivados, sem compromissos, não raro, apresentando dificuldade em desenvolver melhor seu aprendizado. A parceria família-escola para as crianças seria muito importante do ponto de vista da aprendizagem, pois além de contarem com a ajuda dos profissionais na escola, também disporiam do suporte dos familiares; os pais acompanhariam mais ativamente o desenvolvimento intelectual e social de seus filhos e os educadores teriam mais condições de conhecer a realidade de seus alunos. Castro (2008, p.55) considera que “a educação é um processo construído em parceria, cabe à família e à escola buscar uma direção única para “olhar”, terem ações e estratégias que visam um fim em comum: um ser integral, como cidadão ético”. Através deste trabalho conjunto entre a família e a escola o processo educativo ganharia mais força se tornando um diferencial que só iria acrescentar enriquecendo o aprendizado e o desenvolvimento das crianças. Nos dias atuais, vivemos em uma sociedade desprendida de valores, antes fundamentais para a existência de uma boa convivência entre os homens. Valores como a ética, a cidadania e o respeito parecem ignorados, assim como outros, não menos importantes, foram excluídos da educação e formação dos indivíduos. Nesse sentido, instituições como a família e a escola, que busquem em comum o objetivo de formar cidadãos éticos e conscientes de seus direitos e deveres, não podem permitir que essa situação se naturalize. O contexto social onde está inserida a E.E.F. Professora Alba Araújo desperta a atenção das pessoas que estabelecem algum contato com a referida instituição, devido estar inserida em uma comunidade que apresenta vulnerabilidade social, composta, em sua maioria, por famílias de baixo poder aquisitivo, as quais, raramente, se fazem presentes na escola, no que concerne à participação na vida escolar de seus filhos. Segundo Santos e Graminha (2005), o estudo de condições de risco e vulnerabilidade, tem como foco principal três conjuntos de variáveis: as características de personalidade e do contexto pessoal da criança, as peculiaridades do seio familiar e as do ambiente social mais amplo, incluindo a família e a comunidade. Tais variáveis trabalham em conjunto para determinar a direção do desenvolvimento humano, podendo ora promover ora atrasar o individuo e suas capacidades. Nessa direção, entende-se que a escola, como instituição formadora, tem à frente o desafio de empregar esforços para trazer os pais para o dia-a-dia escolar das crianças, em contrapartida os pais precisam se conscientizar acerca de que sua participação na vida escolar
  • 20. 20 dos filhos pode se tornar um diferencial para sua formação, e juntas, família e escola, unirem esforços em uma tentativa de minimizar as consequências que a realidade dessa comunidade possa trazer para o futuro destes pequenos moradores.
  • 21. 21 4 METODOLOGIA Esta investigação constitui-se em um Estudo de Caso, caracteriza-se como pesquisa de abordagem predominantemente qualitativa, de caráter analítico-descritivo. Escolhemos o Estudo de Caso como método por julgá-lo adequado ao que nos propomos desenvolver neste trabalho. 4.1 TIPO DE PESQUISA Trata-se de uma pesquisa de caráter analítico-descritivo, com uma abordagem do tipo qualitativa. Gil (1993) define que a pesquisa descritiva tem como objetivo principal a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis. Esse tipo de pesquisa envolve o uso de técnicas padronizadas de coleta de dados: questionário e observação sistemática. Assume, em geral, a forma de levantamento. As pesquisas analíticas envolvem o estudo e avaliação aprofundados de informações disponíveis na tentativa de explicar o contexto de um fenômeno. Esse tipo de pesquisa busca apresentar de forma detalhada um fenômeno, com o intuito de facilitar a sua compreensão. A pesquisa com abordagem qualitativa “responde a questões muito particulares, ela se preocupa com o nível de realidade que não pode ser quantificado” (GOMES et al, 1994, p.54) e procura compreender o problema a partir do ponto de vista dos envolvidos no estudo, para que nesse processo o entrevistador obtenha seus resultados através da análise dos dados e objetivos a serem alcançados. Nesse sentido também caracteriza-se como Estudo de Caso, pois de acordo com Yin (2010, p. 39 -41) O Estudo de Caso é uma investigação empírica que investiga um fenômeno contemporâneo em profundidade e em seu contexto de vida real, especialmente quando os limites entre o fenômeno e o contexto não são claramente evidentes. [...] E esse fenômeno engloba importantes condições contextuais – altamente pertinentes ao fenômeno em estudo.
  • 22. 22 Acrescenta o referido autor que os estudos de caso “não precisam sempre incluir a evidência observacional direta e detalhada, marcada por outras formas de “pesquisa qualitativa”. (2010, p. 41). Assim, a investigação que desenvolvemos, por sua natureza e finalidades, inseriu- se no tipo de pesquisa descrito neste tópico. 4.2 SUJEITOS E LOCUS DA PESQUISA O estudo foi desenvolvido com o corpo docente da E. E. F Professora Alba Araújo que possui 37 (trinta e sete) professores e 04 (quatro) gestores e pelos pais dos alunos do 1º ao 4º ano do Ensino Fundamental do turno da manhã, séries que possuem, em média, 30 estudantes por turma. Os sujeitos foram:  Quatro professores (as) do 1º (primeiro) ao 4º (quarto) ano do Ensino Fundamental do turno da manhã;  Diretor;  Coordenadora Pedagógica;  Oito pais de alunos, sendo 02 (dois) por turma. Obedecendo ao seguinte critério: 01 (um) pai de aluno com rendimento satisfatório e 01 (um) não satisfatório. O referido critério de escolha baseou-se na possibilidade de identificarmos indícios da relação entre o rendimento escolar dos alunos e o grau de envolvimento e participação dos pais na vida escolar de seus filhos. 4.3 CARACTERIZAÇÃO DO LOCUS DE ESTUDO O presente trabalho foi desenvolvido na Escola de Ensino Fundamental Professora Alba Araújo fundada em 1º de agosto de 1998, localizada na Rua Amália Brasil, nº 363, Bairro Vila Moura, cidade de Iguatu/Cará. Numa visão macro, a cidade de Iguatu localiza-se na região Centro-Sul do Estado do Ceará, possui uma área territorial de 1.017 Km², com uma população de 96. 495 habitantes (IBGE, 2010).
  • 23. 23 Por apresentar localização geográfica favorável, a referida escola recebe matrículas de crianças e adolescentes oriundos das comunidades Vila Neuma, Vila Moura e São Gabriel, como também alunos das regiões de Araras, Juazeirinho e entorno, totalizando 694 matrículas em 2013. Em relação à estrutura pedagógica, a escola oferece Ensino Fundamental do 1º ao 9º ano; apresenta boa infraestrutura, com salas de aulas arejadas; banheiros; quadra de esportes e área verde. 4.4 COLETA DE DADOS Os dados foram coletados entre os meses de agosto e setembro de 2013. Inicialmente, utilizando-se de uma entrevista semiestruturada (Ver roteiros em APÊNDICES A, B e C) relacionada à percepção dos entrevistados sobre o tema abordado. A escolha dessa técnica aporta-se no entendimento de que a entrevista semiestruturada pode nos fornecer informações diretamente construídas no diálogo com o indivíduo entrevistado, pois: é acima de tudo uma conversa a dois, ou entre vários interlocutores, realizada por iniciativa do entrevistador. Tem o objetivo de construir informações pertinentes para um objeto de pesquisa [...] e tratam da reflexão do próprio sujeito sobre a realidade que vivencia. [...] Constituem uma representação da realidade: idéias, crenças, maneiras de atuar, condutas, projeções para o futuro, razões conscientes ou inconscientes de determinadas atitudes e comportamentos. (MINAYO, 2001, p. 64 - 65). Este tipo de investigação acontece através do estabelecimento de uma conversa amigável com o entrevistado buscando-se levantar dados que possam ser utilizados em análise qualitativa, selecionando os aspectos mais relevantes para a pesquisa (BARROS, 1997). O primeiro passo da coleta de dados foi realizar as entrevistas com os professores das séries iniciais do Ensino Fundamental I (1º ao 4º ano). Foi adotado também esse mesmo processo com o diretor, a coordenadora pedagógica e os pais/responsáveis dos alunos. Essas entrevistas foram realizadas após uma breve explanação sobre o estudo para esclarecimento de alguns termos que pudessem gerar dúvidas, esse processo aconteceu de forma individual com cada participante. O segundo passo consistiu em transcrever essas entrevistas tal qual a fala dos entrevistados, para uma análise das informações colhidas durante o estudo.
  • 24. 24 4.5 ANÁLISE DE DADOS O objetivo da análise de dados é sumariar as observações completadas, de forma que estas permitam responder às questões da pesquisa. A análise se caracteriza pela decomposição dos dados. Essa fase se constitui como núcleo principal de toda a pesquisa, pois é nessa etapa que chegaremos às respostas pretendidas (BARROS, 1997). A análise de dados foi realizada por meio da análise de categorias. O referido método acontece através de três etapas básicas, de acordo com Bardin (1997):  A pré-análise, que corresponde à organização do material coletado para efeito de observação e comparação das mensagens;  A descrição analítica, a qual se refere à descrição dos conteúdos das respostas que exemplificam a analise do material, bem como citações das falas dos sujeitos;  Interpretação referencial, que é relativa às interpretações das respostas associadas aos conceitos emergentes na pesquisa, tendo como referencial, os enfoques teóricos aqui abordados, concomitantemente à descrição analítica. 4.6 ASPETOS ÉTICOS E LEGAIS DA PESQUISA O estudo foi realizado mediante autorização do Diretor da Escola Professora Alba Araújo, Iguatu/CE (Apêndice D). Como procedimento ético, os participantes da pesquisa receberam explicações sobre a finalidade e objetivos do estudo, além de serem informados que seria garantido a eles o anonimato durante o desenvolvimento da investigação. A partir desse esclarecimento, os voluntários que aceitaram participar da pesquisa responderam à entrevista. No decorrer da apresentação dos resultados desse estudo, os sujeitos da pesquisa foram identificados por letras e no caso das mães e professores as letras foram seguidas por números, da seguinte forma: diretor (D), coordenadora Pedagógica (C.P), os professores que são do primeiro ao quarto ano (P1, P2, P3, P4) e as mães (M 1, M 2, M 3, M 4, M 5, M 6, M 7, M 8), pois, os pais se recusaram a participar do estudo.
  • 25. 25 RESULTADOS E DISCUSSÃO Este capítulo tem por objetivo caracterizar os sujeitos da pesquisa bem como analisar e discutir os achados do estudo à luz do referencial teórico adotado e buscar atender aos objetivos traçados nesta investigação. 5.1 CARACTERIZAÇÃO DOS SUJEITOS O estudo teve como sujeitos quatro professores, o grupo gestor (diretor e coordenadora pedagógica), oito pais de alunos do primeiro ao quarto ano da E.E.F Professora Alba Araujo, totalizando 14 participantes. No quadro a seguir apresentamos o perfil dos pais/responsáveis que se disponibilizaram a participar da pesquisa. Quadro 01 - Identificação dos sujeitos da pesquisa: os pais/responsáveis, por gênero, idade, escolaridade e ocupação. Fonte: pesquisa da autora Com base nos resultados (quadro 01) pode-se verificar que a maioria dos pais teve acesso ao ensino e à escola formalmente, embora de forma precária e incompleta, pois como se pode observar alguns não chegaram a concluir o Ensino Fundamental, pois alegaram que ir a escola era muito difícil devido a diversos fatores, entre eles o acesso à escola e as condições Idade Sexo Estado civil Filhos Escolaridade Emprego Feminino Masculino 30 X ---- Solteira 02 Fundamental incompleto Domestica 38 X ---- Casada 02 1º ano do Fundamental Dona de casa 28 X ---- Casada 02 5º ano- Fundamental Garçonete 26 X ---- Casada 08 Nunca estudou Dona de casa 27 X ---- Casada 02 Ensino médio completo Dona de casa 26 X ---- Casada 03 Fundamental completo Dona de casa 72 X ---- Divorciada 04 Nunca estudou Dona de casa 27 X ---- Casada 02 Nunca estudou Dona de casa
  • 26. 26 financeiras que os obrigavam a trabalhar em vez de estudar, como mostra o quadro, apenas um dos sujeitos consegui concluir o Ensino médio (M. 5). Apesar do conjunto de sujeitos em questão se tratar de um grupo reduzido, com faixas etárias bem diferentes, foi possível perceber uma diversidade variada de conhecimentos e experiências. O mais curioso é que nenhum pai se disponibilizou a participar deste estudo, pois alegaram que da educação das crianças quem cuida são as mães. Em suma, o grupo consistiu de uma mãe solteira, seis casadas e uma divorciada. Dentre elas havia uma avó (M7) que é tutora legal de uma das crianças e uma tia (M.2), responsável legal pelo sobrinho, porque a mãe o abandonou ainda bebê. Quadro 02 - Identificação dos gestores e professores, por gênero, idade, cargo, tempo de experiência e escolaridade. Idade Sexo Cargo que exerce Escolaridade Área de formação Área em que atua Tempo de experiênciaFeminino Masculino 49 --- x Diretor geral Pós graduado Educação Física Direção 08 anos 43 X ---- Coordenadora Ensino Superior Pedagoga Coordenadora pedagógica 08 anos 50 X ---- Professora do 1º ano 3º pedagógico ---- Polivalente 28 anos 34 X ---- Professora do 2º ano Pós graduada Português Polivalente 16 anos 27 X ---- Professora do 3º ano Ensino Superior Geografia e sociologia Polivalente 04 anos 50 X ---- Professora do 4º ano Ensino Superior Português Português e literatura 28 anos Fonte: pesquisa da autora Pode-se perceber por meio da análise do quadro 2 que a E.E.F Professora Alba Araujo dispõe de um grupo de profissionais habilitados para atuação no espaço escolar, a maioria com mais de cinco anos de experiência (apenas uma professora está a quatro anos no magistério), sinalizando que os alunos estão subsidiados por profissionais qualificados. Através da entrevista com estes sujeitos, foi possível perceber por parte dos mesmos muito
  • 27. 27 interesse e empenho naquilo que fazem. O que não significa dizer que os professores e os gestores possam assumir sozinhos a responsabilidade pela educação das crianças. Nos tópicos a seguir vamos discutir a respeito do nosso estudo com o intuito de responder aos objetivos expressos no início desta pesquisa. 5.2 AÇÕES REALIZADAS PELAA E.E.F PROFESSORAALBAARAÚJO No que se refere às ações realizadas pela escola, foi indagado aos sujeitos da pesquisa qual o seu conhecimento acerca das atividades que a referida instituição desenvolve com o intuito de trazer e envolver os pais no cotidiano escolar de seus filhos. Com base nas informações obtidas na pesquisa sobre as ações realizadas naquela instituição, montamos o seguinte quadro: Quadro 03 - As atividades realizadas pela a E.E. F Professora Alba Araújo AÇÕES PERIODICIDADE Reuniões gerais 1 vez ao mês Reuniões individuais por sala. 1 vez ao mês O dia “D” da família na escola A cada bimestre Festas das datas comemorativas Dia das mães, pais. Torneio de futebol com os pais Em datas comemorativas Palestras sobre temas diversos Sem datas definidas Reunião para tratar de assuntos relacionados ao Bolsa Família 1 Sem datas definidas Fonte: pesquisa da autora Fazendo uma análise dos resultados (quadro 03) é possível constatar que existem, sim, por parte da instituição, várias ações que estão sendo realizadas com a mesma finalidade: fazer com que os pais participem ativamente do desenvolvimento escolar das crianças. Existe na escola um calendário com essas ações, e elas são informadas aos pais 1 “O Bolsa Família é um programa do governo federal que seleciona as famílias com bases nas informações inseridas pelo município no cadastro único. Este programa foi criado para melhorar as condições de vida, saúde e educação das famílias, para isso as famílias precisam cumprir algumas condicionalidades para permanecer cadastrado, entre essas condições estar a de que toda família que possui crianças e adolescentes de 06 a 15 anos devem freqüentar as escolas do município regulamente. O não cumprimento dessas condicionalidades implica na suspensão imediata do beneficio”. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010.p.10)
  • 28. 28 através de bilhetes enviados pelos professores e/ou gestores aos cuidados dos alunos, com a data e o horário que irá acontecer o evento, geralmente com um dia ou dois de antecedência. Em relação à primeira ação listada no quadro, esta pode ser definida como uma reunião geral realizada uma vez ao mês com todos os pais ao mesmo tempo, que tem por finalidade falar de uma forma geral sobre a escola e as dificuldades que a mesma encontra no tocante às crianças. A referida atividade pode ser vista como uma forma de buscar o apoio dos pais para com a educação dos estudantes. No tocante a esta ação, obtivemos os seguintes relatos: Apenas 30% 2 dos pais participam dessas ações, e geralmente os pais que vêm são os que sempre estão presentes. (D.) Alguns pais só vêm até a escola quando são chamados porque o filho fez alguma coisa de errado e só pode entrar com a presença de um responsável (pai ou a mãe) (C.P). Observa-se nas falas que, apesar de ser de fundamental importância que os pais estejam presentes no cotidiano escolar de seus filhos, isso é uma realidade ainda distante. Pois de acordo com os dados coletados não verificamos, por parte dos pais, uma preocupação em estarem efetivamente envolvidos no aprendizado das crianças. Por um lado, para a maioria dos pais, a escola ainda é uma incógnita, e em contrapartida os professores alegam que os pais não demonstram muito interesse pelo desenvolvimento escolar de seus filhos. Desta forma, fica nítido o distanciamento entre a família e a escola, o que dificulta ainda mais o trabalho educativo dessas duas instituições, uma vez que o processo de aprendizagem poderia ser muito mais proveitoso para as crianças, pais e educadores. Castro (2008, p.56.) aponta que “a família e a escola precisam compartilhar uma ideia comum quanto ao sentido que concebem de educação”. A partir deste ponto de vista, a educação pode ser entendida como uma prática construída nos âmbitos familiar e escolar, chegando aos relacionamentos vivenciados entre estudantes, professores, pais e a comunidade de uma forma geral. Quando indagado aos entrevistados sobre a segunda ação citada (quadro 03), ou seja, sobre a reunião individual por turma, onde cada professor se reúne com todos os pais dos 2 Essas informações em porcentagem estão registradas em documentos que são arquivados na da própria escola.
  • 29. 29 alunos de sua turma com a finalidade de tratar de forma mais específica sobre os alunos daquela classe, falando sobre: desempenho, avanços, dificuldades, enfim, sobre a aprendizagem de cada aluno, de acordo com a necessidade das crianças da referida sala, os professores assim relataram: Com relação à minha turma que é de 21 alunos, apenas 5% dos pais participam da reunião individual por turma. (P.2). Os pais que participam são sempre os mesmos, aqueles que realmente precisam participar dessa reunião nem aparecem. (P.1) Na minha turma não encontro problema com relação à participação dos pais. Quando não podem comparecer, ligam para saber do que se trata, pois apenas dois pais em uma turma de 28 alunos não participam de nenhuma forma do desempenho escolar de seus filhos, só vindo a escola quando são chamados,e mais de uma vez para poder comparecer. (P.4). Apenas 20% dos pais participam dessa reunião. (P.3) O relato de P.4 nos leva a uma realidade diferenciada das demais, e P.4 atribui essa diferenciação ao fato de algumas salas de aula da escola Professora Alba Araújo serem globalizadas de forma a separar alunos de melhor ou menor rendimento sendo que a sala de P.4 é uma sala de alunos mais desenvolvidos, por isso que a realidade de sua turma é bem diferente das demais envolvidas no estudo. Pode-se verificar, ainda, que a análise desses dados revela que em meio aos pais que, aparentemente, não demonstram interesse em relação ao aprendizado e desenvolvimento de seus filhos, é possível identificar, por meio do relato de P.4, aqueles que se esforçam e buscam se envolver nas ações citadas e participam mais do cotidiano escolar dos alunos. Essa é uma prática importante do ponto de vista do sucesso escolar da criança, o qual é potencializado pela cooperação entre a escola e a família, pois uma complementa a outra e juntas podem se tornar ambientes agradáveis para a convivência dos alunos. Autores como Chechia e Andrade(2005), relatam que a presença dos pais na vida escolar é importante tanto para os alunos quanto para a escola. Nesse sentido, destaca-se, então, a parceria família/escola. Partindo deste ponto de vista é de fundamental importância que exista um vínculo entre essas duas instituições, pois de acordo com esses autores, é nas reuniões com os professores que pode ser viável a existência de condições de auxilio aos pais na tentativa de uma conscientização de sua real importância para o desenvolvimento escolar das crianças.
  • 30. 30 As ações realizadas de cunho comemorativo, como a festas dos pais, das mães, torneio de futebol e o dia “D” da família na escola, cujo objetivo é proporcionar uma maior proximidade e articulação entre os pais e a escola, são as que contam com o maior número de pais, como podemos averiguar nas colocações abaixo: Essas ações são as que contam com o maior participação dos pais, perdendo apenas para as que se referem ao Bolsa Família. (P.1) Os pais só se interessam em participar quando existe algum retorno próprio, beneficio para eles. (P.2). Mesmo com estes eventos existem pais dos meus alunos que eu ainda não conheço, nunca os vi. (P.3) Os relatos nos permitem entender que a aproximação dos pais com a escola tem- se constituído, de forma mais perceptível, por meio de ações que lhes gerem um retorno imediato, como o benefício destacado. Contudo, acredita-se que a escola poderia explorar mais esses momentos para estreitar seu diálogo com os pais, quebrando barreiras que distanciam a família da escola. Quando mencionamos as palestras que tem como objetivo levar até aos pais temas e assuntos do dia a dia, como: saúde, família, drogas, entre outros, os sujeitos as destacam como as atividades que contam com um menor número de pais entre todas as ações desenvolvidas pela a escola. Como podemos verificar nas falas a seguir: Os pais alegam que tem mais o que fazer, do que vir para a escola ser “besta” e perder tempo. (C.P) A escola já mudou o horário das ações várias vezes, mas não importa o novo horário que seja escolhido, eles sempre tem uma desculpa pronta para dar: (D.) Observa-se nos dados obtidos acima que a maioria dos pais não participa da vida escolar das crianças por falta de interesse ou por desconhecimento da importância que isso tem para o futuro desses pequenos cidadãos. A este respeito, Camargo (2009) ressalta que não existe contraindicação para que os pais participem da vida escolar dos filhos, uma aliança em que todos têm a ganhar. Em especial, os alunos, que contarão com o apoio dos profissionais da escola e com o auxilio dos pais em casa, constituindo um diferencial em seu aprendizado. Em se tratando da última ação listada na tabela, citada pelos sujeitos do estudo, como a ação que conta com o maior número de pais, pois de acordo com os dados colhidos
  • 31. 31 durante o estudo, a maioria dos pais só vai à escola quando existe algum retorno próprio para eles, não priorizando, assim, aspectos relacionados ao desempenho escolar de seus filhos. O auditório se torna pequeno quando se trata da reunião do Bolsa Família. (D.) Vem pais que eu nunca nem vi na instituição. (C.P) Para muitos pais esse é o único motivo pelo qual mandam os filhos para a escola. (C.P.) Alguns dos pais não querem saber como está o desenvolvimento escolar de seus filhos, só quer saber se o professor não vai botar falta para que eles não percam o beneficio. (P.1) Se acontecer algum problema no recebimento do beneficio do Bolsa Família, os pais vem logo para a escola saber porque o professor colocou falta em seu filho, culpando logo a instituição pelo corte do beneficio, tem pais que só assim comparecem a escola. (D.) De acordo com os dados coletados, pode-se perceber quão complexa é essa relação da família com a escola, uma vez que a maioria dos pais envolvidos na realidade da E.E.F Professora Alba Araújo não estão realmente preocupados com o desempenho escolar de seus filhos e sim se vão continuar a receber o referido beneficio. Este é pago pelo Governo Federal e varia de acordo com a quantidade de filhos e a renda de cada família. O Programa Bolsa Família (PBF) é um programa de transferência de renda diretamente às famílias pobres e extremamente pobres, que vincula o recebimento do auxilio financeiro ao comprimento de compromissos (condicionalidades), nas áreas de saúde e educação, com a finalidade de promover o acesso das famílias aos direitos sociais básicos. As condicionalidades referentes à educação são: matricular as crianças e adolescentes de 06 a 15 anos nas escolas do município; garantir a freqüência, de no mínimo, 85% das aulas de cada mês e informar ao responsável pelo o programa no município sempre que alguma criança ou adolescente mudar de escola para não interromper o acompanhamento da freqüência. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010) Essa iniciativa do governo federal pode ser vista coma uma oportunidade para que a criança possa estudar e ao mesmo tempo garantir a família uma renda para que os pais não precisem tirar as crianças da escola e focá-las a trabalhar, perdendo assim a oportunidade de estudar e com isso tentar mudar sua realidade. Para Carvalho (2000), o envolvimento dos pais com a escola pode ser espontâneo ou incentivado, dependendo das políticas de ensino e do plano pedagógico que cada instituição possui, como também da disponibilidade e interesse dos pais pelo processo
  • 32. 32 educativo de seus filhos. Neste sentido torna-se necessário uma sensibilização para que todos possam sentir-se envolvidos no processo de educação das crianças. 5.3 O CONHECIMENTO DOS PAIS ACERCA DAS AÇÕES PROMOVIDAS PELA E.E.F. PROFESSORA ALBA ARAÚJO E OS MOTIVOS ALEGADOS PELOS QUE NÃO PARTICIPAM DESTAS AÇÃOES. Na análise do conhecimento dos pais acerca das ações que a escola realiza, pudemos perceber que essas ações são priorizadas por alguns e não por outros, ou sequer são conhecidas por alguns pais entrevistados, como mostram as falas abaixo: Tenho conhecimento sim sobre as ações realizadas pela a escola, mas não posso participar, pois trabalho o dia todo, sou separada e o pai dela mora fora por isso não pode comparecer. (M.1) Não conheço nenhuma ação da escola, pois não tenho tempo pra essas coisas. (M.2) Participo das reuniões realizadas na sala de minha filha, e datas comemorativas sempre estou presente. (M.3) Nunca fui à escola. (M.4) Sempre vou às reuniões e participo das festinhas das mães. (M.5) Conheço algumas ações como: reuniões de pais. (M.6) Tem conhecimento das ações e sempre que possível participa das reuniões de sala. (M.7) Não conheço essas ações. (M.8) Conforme apresentado acima, alguns pais demonstram falta de interesse e envolvimento; outros apontam dificuldades em comparecer à escola para participar das ações promovidas pela instituição (M.1). Existe ainda pais que não conhecem a escola em que seu filho estuda (M.4); outros não tem conhecimento acerca das ações que existem na referida instituição (M.8); outros se esforçam em comparecer e em participar, o que desafia a escola a pensar ações que sensibilizem os pais para atuar de forma mais significativa na educação de seus filhos.
  • 33. 33 Em um estudo realizado por Bhering (1999), o autor defende que a escola edifica a sua cultura e os seus ensinamentos baseada nas contribuições de todos, mas tendo como subsídio principal os princípios vindos de casa, neste sentido é preciso que aconteça entre a família e a escola um relacionamento mais claro e que as negociações entre essa duas instituições sejam feitas de modo a beneficiar e suprir as necessidades de ambas às partes, onde o elemento crucial para que isso aconteça é o dialogo. 5.4 COMPREENSÃO DOS PAIS ACERCA DA IMPORTÂNCIA DE SUA PARTICIPAÇÃO NA VIDA ESCOLAR DE SEUS FILHOS. Na análise da compreensão dos pais acerca da importância de sua participação na vida escolar de seus filhos, onde a conduta individual dos pais está diretamente relacionada à sua realidade, podemos perceber que a maioria dos pais estão alheios ao seu papel na educação das crianças na escola, conforme os relatos abaixo: Quem tem que aprender e estudar é ele. (M.2) Minha parte eu faço que é obrigá-lo a ir para escola.” (M..4) Não ensino as tarefas porque não sei ler, e também não posso pagar uma aula de reforço. (M.7) Todo dia tem seus horários para fazer as atividades com o meu acompanhamento. (M.5) Observamos nas falas, que apesar da referida instituição não medir esforços na realização de eventos que tem como objetivo trazer os pais para a escola existe alguns sujeitos que não demonstram esforço em participar do aprendizado de suas crianças, ou não tem clareza quanto à importância de sua participação no desenvolvimento educacional de seu filho. Outro obstáculo para que essa interação realmente ocorra é o baixo grau de instrução de alguns pais, dificultando a sua colaboração nas tarefas de casa e acompanhamento escolar. Essas famílias, em sua maioria, possuem um baixo poder aquisitivo e os pais investigados possuem baixo grau de instrução, pois como se pode
  • 34. 34 observar (quadro 01), essas pessoas tiveram acesso à escola mas de forma incompleta ou precária. Nesta direção, Ceccon (1994, p.20) ressalta que: Durante muito tempo a escola esteve reservada a uma pequena minoria, aos filhos do pessoal que tinha posses, aos filhos de doutores e a maioria dos filhos de pessoas de baixo poder aquisitivo, como filhos de operários e agricultores não tinham praticamente qualquer oportunidade de estudar e ficava condenado ao analfabetismo. Nos dias de hoje, o ensino de primeiro grau (Ensino Fundamental) é obrigatório e gratuito para todos, assegurado legalmente. Essa fase da educação constitui responsabilidade intransferível do estado brasileiro, importa dizer que todas as crianças de 06 aos 14 anos e, ainda, os adolescentes e adultos que não tiveram oportunidade de acessar esse nível de ensino no tempo próprio, têm direito a receber escolaridade correspondente ao Ensino Fundamental (CARNEIRO, 2012). Diante do exposto, destaca-se a importância da educação, pois em sua ausência ou diante de sua oferta fragilizada, os sujeitos podem constituir-se alienados e serem facilmente dominados, principalmente quando se vive em uma comunidade de grande vulnerabilidade. Pode-se enfatizar ainda o valor do protagonismo da família na educação dos estudantes, sobretudo na construção do caráter e como isso pode refletir na edificação de uma sociedade consciente de seus direitos e deveres. 5.5 SUGESTÕES DOS SUJEITOS PARA POTENCIALIZAR A INTERAÇÃO FAMÍLIA–ESCOLA E O ACOMPANHAMENTO NA VIDA ESCOLAR DOS ESTUDANTES. No que se refere às sugestões apontadas pelos sujeitos no tocante ao envolvimento da família com escola, obtivemos as seguintes colocações: Ofertar oficinas pra os pais, onde eles pudessem aprender algo para incrementar a sua renda, com realização na própria escola. (C.P.) Gerar tarefas conjuntas entre a família e os alunos na própria instituição. (P.1). Os pais que querem participar de verdade, as ações que existem já são mais que suficiente. (D.) Não há nada que a escola possa fazer enquanto não houver uma reorganização na estrutura familiar. (P.3)
  • 35. 35 Os pais envolvidos no estudo e alguns professores não quiseram opinar sobre essa questão, pois, não se sentiram a vontade, às vezes que chegávamos neste ponto da entrevista, a resposta era sempre a mesma “não tenho nenhuma sugestão”. Dentre os sujeitos, identificamos aqueles que afirmaram não adiantar a escola se esforçar se os pais não esboçam nenhum tipo de interesse ou entusiasmo em acompanhar e participar da vida escolar de seus filhos, pois como o sujeito D sinaliza: “a instituição já faz a sua parte falta, então o empenho da família”. Em um estudo desenvolvido por Cavalcante (1998), este autor relata que em toda instituição de ensino deve-se tentar estabelecer um sistema de comunicação claro com os pais. Essa é uma maneira de tentar promover parcerias entre essas duas instituições fundamentais para o desenvolvimento e o desempenho da criança. Embora a escola, campo desta investigação, já empregue esforços para promover a participação dos pais na vida escolar das crianças, o estudo nos leva a refletir sobre a necessidade de novas estratégias, o que se constitui como um grande desafio para a constituição de uma escola e de uma educação de melhor qualidade, tarefa que a escola não conseguirá realizar solitariamente, sem o envolvimento da sociedade à qual busca formar. Desde modo, as ações realizadas na tentativa de fortalecer a relação da família/escola têm mútuas repercussões e assim sendo, a construção dessas ações é condição indispensável para atualizar e renovar, continuamente, o significado da educação. 5.6 RELAÇÃO DO ENVOLVIMENTO DOS PAIS COM O RENDIMENTO ESCOLAR DAS CRIANÇAS Neste tópico buscamos indícios da relação entre acompanhamento dos pais na vida escolar das crianças e seu desempenho escolar. Pode-se dizer que diversos fatores podem ser decisivos no sucesso e no insucesso escolar das crianças, segundo a família e à escola. Os resultados que apresentamos a seguir tratam dos dados obtidos durante o desenvolvimento desta pesquisa. Aqui serão divididos em dois grupos: os pais que participam e os que não participam da vida escolas das crianças, na tentativa de se estabelecer uma relação com o sucesso e insucesso escolar dos estudantes. Para tanto, identificamos, no quadro 04, os pais, sua participação na vida escolar de seus filhos e o rendimento escolar desses alunos.
  • 36. 36 Quadro 04- relação dos pais/responsáveis e o rendimento escolar da criança Pais/responsáveis Participação Criança Sim Não Rendimento satisfatório Rendimento insatisfatório M.1 X X M. 2 X X M.3 X X M.4 X X M.5 X X M.6 X X M.7 X X M.8 X X Fonte: Pesquisa da autora O quadro 04 nos permite afirmar que os pais que participam da vida escolar das crianças, são: M1, M3, M5 e M7. Os filhos destes pais são considerados por suas professoras como alunos comportados, dedicados e participativos, e não demonstram muita dificuldade nas matérias estudadas. O acompanhamento dos pais é particularmente importante, pois segundo Chechia e Andrade (2005), os alunos com sucesso escolar, geralmente apresentam bom rendimento desde os primeiros anos de escolarização, e este sucesso é o que contribui de forma positiva para a continuidade da vida estudantil. Algumas informações obtidas através dos depoimentos dos pais que participam do dia a dia escolar de seus filhos levaram-nos a ver que os alunos que contam com a participação e apoio de seus pais, no tocante a sua vida escolar, apresentam mais habilidades nas tarefas, um bom comportamento, se tornam estudantes participativos. Embora alguns se sintam incapazes de ajudá-los, como aponta M7 “Não ensino as tarefas porque não sei ler, e também não posso pagar uma aula de reforço”, O comprometimento em auxiliar e ao mesmo tempo compreender as dificuldades encontradas por seus filhos, na escola, tem se tornado uma constante no cotidiano dessas famílias. Ainda com base nos dados do quadro 04, M2, M4, M6 e M8 são os pais que informaram não participar do cotidiano escolar de seus filhos, estes, segundo seus professores, apresentam rendimento insatisfatório, mau comportamento e dificuldades de aprendizagem nas matérias estudadas. Nos depoimentos dos pais identificamos queixas que vão desde
  • 37. 37 problemas com adaptação escolar à dificuldade de aprendizagem. Esta é uma situação complexa, pois segundo Costa et al (2008), para uma mãe é muito complicado compreender as dificuldades encontradas por seus filhos no processo de ensino aprendizagem. Dentre os relatos, observa-se na fala de P.2: “a filha de M.4 apresenta uma dificuldade muito grande de aprendizagem, a escola já sugeriu a esta mãe que procurasse um atendimento especializado para essa criança”, segundo a professora, nada foi feito a esse respeito, e a aluna continua indo à escola e apresentando as mesmas dificuldades. Segundo M.8, “meu filho não se interessa, ele prefere ficar cuidando das cabras do tio dele”. Pode-se perceber neste relato que a referida mãe deixa o filho, ainda tão pequeno, decidir por si mesmo, sobre um aspecto de tamanha relevância como a vida escolar. Por fim, com base nos dados obtidos nesta pesquisa relativos ao objetivo desta seção, podemos concluir que os filhos que dispõem da participação dos pais em sua vida estudantil possuem um desempenho satisfatório e os que não dispõem demonstram um rendimento insatisfatório e uma situação preocupante com relação ao seu desempenho escolar.
  • 38. 38 6. CONCLUSÃO Por meio da pesquisa realizada na E.E.F Professora Alba Araújo, podemos constatar através dos relatos dos envolvidos no estudo, que a escola tem à frente o desafio de rever suas ações no intuito de melhorar a participação da família na escola, investindo em políticas e ações que sensibilizem os pais a respeito de que a educação de seus filhos é de fundamental importância. Uma vez que a educação é considerada também um fator definitivo na formação do ser humano, do que ele é e será no futuro. A educação e a escolarização são fundamentais para a formação do caráter da criança e da construção de sua percepção como sujeito social. O presente estudo identificou nas respostas dos professores e gestores, que a escola desenvolve varias ações no que concerne à participação dos pais no dia a dia escolar das crianças, embora falte a muitos pais a iniciativa de querer realmente colaborar com a escola formando assim uma parceria onde o maior beneficiário seria o estudante. A falta de interesse demonstrada por uma parcela dos pais pesquisados neste estudo pode ser compreendida, historicamente, quando nos aproximamos do contexto complexo em que a população brasileira se constituiu, sobretudo em termos educacionais. Para os mais carentes, a escola parece ainda não representar meio de mudança e transformação social. Partimos do entendimento de que se as famílias se conscientizassem sobre a real relevância dos pais no sucesso escolar de seus filhos, e se a escola, em contrapartida, reconhecesse de forma mais concreta a importância da família dentro da escola, e juntas ajustassem seu ritmo de atuação, o resultado desta participação certamente seria muito mais satisfatório para ambas. Concluímos com o desenvolvimento desta pesquisa que é papel da escola proporcionar ao aluno o saber sistematizado, embora sua função se confunda com tantas outras, o que não a impede de desenvolver seu trabalho tendo como eixo valores que construam a humanidade em nós. Contudo, reafirmamos que cabe à família alicerçar as crianças sobre valores essenciais para a vida. Por isso torna-se crucial a constituição da parceria família/escola para juntas trabalharem na formação da criança de hoje, o cidadão mais consciente do amanhã.
  • 39. 39 REFERÊNCIAS BARDIN, L. Análise de Conteúdo. Lisboa: Edições 70, 1997. BARROS, A. de J. P. Projeto de Pesquisa: Propostas Metodológicas. 6ª Edição. Petrópolis: Editora Vozes, 1997. BHERING, E. 1999 “A relação escola- pais: um modelo de trocas e colaboração.” Caderno de pesquisa. CARNEIRO, M. A. “LDB fácil: Leitura crítico-compreensiva artigo a artigo”. 20ª Edição. Petrópolis. Editora vozes. 2012. CARVALHO, M. E. P. de C. Escola como extensão da família ou família como extensão da escola? O dever de casa e as relações família–escola. Revista Brasileira de Educação. Jan /Fev /Mar /Abr 2000 n. 25. CASTRO, E. de S. Educação, Limites e Afetividade: uma parceria entre a família e a escola. Bahia: J.M. Gráfica e Editora 2008. CAVALCANTE, R. C. 1998. “Colaboração entre pais e escola; educação abrangente.” Psicologia escolar e educacional. CECCON, C.; OLIVEIRA, M. D.;OLIVEIRA, R. D. “A vida na escola e a escola da vida”. 28ª Edição. Petrópolis :Editora Vozes, 1994. CHECHIA, V. A.; ANDRADE, A. dos S. O desempenho escolar dos filhos na percepção de pais de alunos com sucesso e insucesso escolar. Estudos de Psicologia, v. 10, 2005. COSTA, CSL da; CIA, Fabiana; BARHAM, E.J. Envolvimento materno e desempenho acadêmico: comparando crianças residindo com a mãe e com ambos os pais. Psicologia Escolar e Educacional, v. 11, p. 339-351, 2008. DOS SANTOS, P. L.; GRAMINHA, S. S. Estudo comparativo das características do ambiente familiar de crianças com alto e baixo rendimento acadêmico. Paidéia, v. 15, 2005. DURKHEIM, Émile. Educação e Sociologia. 2 ª Edição. Petrópolis. Editora Vozes, 2011.
  • 40. 40 GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 3. Ed., São Paulo: Atlas, 1993. GOKHALE, S. D. A Família Desaparecerá? In Revista Debates Sociais nº30, ano XVI. Rio de Janeiro, CBSSIS, 1980. GOMES, R.; CRUZ N. O.; DESLANDES, S.F.; MINAYO, M.C.S. Pesquisa Social: teoria, método e criatividade. Petrópolis: Vozes, 1994. IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Dados básicos do Iguatu – CE. 2010. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/cidadesat/painel/painel.php?codmun=230550>. Acesso em: 18 de mai. 2013. LIBÂNEO, J. C. Didática. São Paulo: Editora Cortez Editora, 1994. MINAYO, C. S. Pesquisa Social: Teoria Método e Criatividade. 8ª. Edição. Petrópolis: Editora Vozes, 1998 _______. Pesquisa Social: teoria, método e criatividade. 30. ed. Petrópolis: Vozes, 2011. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Alimentação e nutrição para as famílias do bolsa família: Manual para os agentes comunitários de saúde. Brasília. 2010 POLONIA, A. da C.; DESSEN, M. A. Em busca de uma compreensão das relações entre família e escola. Psicologia Escolar e Educacional (Impr.), v. 9, 2005. SAVIANI, D. Pedagogia Histórico-Crítica. Campinas: Editora Autores Associados, 2005. YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e método. Porto Alegre: Bookman, 2010.
  • 41. 41 APÊNDICE A – ROTEIROS DE ENTREVISTA PARA OS PROFESSORES UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS E LETRAS DE IGUATU CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS 1. Perfil  Identificação (nome, sexo, idade, naturalidade);  Escolaridade; 2. Escola (Trabalho)  Tempo de experiência como professor;  Tempo de trabalho na instituição;  Qual a disciplina que leciona;  Quais as maiores dificuldades encontradas na prática docente (em relação aos alunos, aos pais e até mesmo a própria escola). 3. Ações realizadas  Quais as ações realizadas na escola com relações a participação dos pais (pontos positivos e negativos);  Resultados dessa participação. 4. Com relação aos pais Que frequências vão à escola; Participam das ações realizadas na escola; Quando não participam, o que alegam; Contribuição para o desempenho das crianças. 5. Sugestões para melhorar as ações para que a participação dos pais na escola aconteça com mais frequência e seja uma atividade prazerosa e proveitosa tanto para a escola como para os pais, e principalmente, para o desenvolvimento das crianças.
  • 42. 42 APÊNDICE B – ROTEIROS DE ENTREVISTA PARA O GRUPO GESTOR UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS E LETRAS DE IGUATU CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS 1. Perfil  Identificação (nome, sexo, idade, naturalidade);  Escolaridade; 2. Escola (Trabalho)  Tempo de experiência como professor  Tempo de trabalho na instituição;  Tempo de experiência na gestão;  Qual a sua formação;  Quais as maiores dificuldades encontradas na escola (Em relação aos alunos; aos professores e aos pais). 3. Ações realizadas  Listar as ações realizadas no intuito de trazer os pais para a escola;  A funcionalidade dessas ações (limites, avanços e desafios). 4. Em relação aos pais  Percentual de participação dos pais;  Motivos alegados para a não participação nessas ações; 5. Sugestões para melhorar as ações para que a participação dos pais na escola aconteça com mais frequência e seja uma atividade prazerosa e proveitosa tanto para a escola como para os pais, e principalmente, para o desenvolvimento das crianças.
  • 43. 43 APÊNDICE C – ROTEIROS DE ENTREVISTA PARA OS PAIS UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS E LETRAS DE IGUATU CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS 1. Perfil  Identificação (nome, sexo, idade, estado civil, filhos);  Endereço;  Emprego;  Escolaridade;  Quantidade de pessoas na casa. 2. Vida escolar dos filhos  Conhecimento do cotidiano e da vida escolar dos filhos (como acompanha horários, disciplinas, desempenho, comportamento, dificuldades no aprendizado);  Sua opinião sobre a importância da escola na vida do seu filho. 3. Escola  Opinião sobre a escola;  Frequência de ida à escola (indicar se essa ida é espontânea ou não);  Quais ações são realizadas pela escola para incentivar sua participação;  Opinião sobre ações realizadas na escola;  Receptividade do corpo docente e do núcleo gestor (forma como são tratados ao chegar á escola);  Conteúdo, avaliações, atividades realizadas na escola e fora dela;  Dificuldades encontradas que dificultam e ate mesmo impossibilitam a sua participação nessas ações. 5. Sugestões para melhorar as ações para que a participação dos pais na escola aconteça com mais frequência e seja uma atividade prazerosa e proveitosa tanto para a escola como para os pais, e principalmente, para o desenvolvimento das crianças.
  • 44. 44 APÊNDICE D - TERMO DE AUTORIZAÇÃO PARA REALIZAÇÃO DA PESQUISA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS E LETRAS DE IGUATU CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS Eu, Francisca Fernandes da Silva, estudo com o intuito de realizar um levantamento da real participação dos pais no cotidiano escolar de seus filhos, na Escola de Ensino Fundamental Professora Alba Araújo. O referido trata-se de um estudo qualitativo que tem como finalidade colher informações a cerca das ações realizadas por essa instituição com o intuito de trazer os pais para o dia a dia das crianças e ao mesmo tempo fazer um levantamento sobre as dificuldades encontradas pelos pais que não participam dessas ações. Desse modo solicitamos, por meio deste, a autorização para a realização da pesquisa, intitulada “ACOMPANHAMENTO DOS PAIS NA VIDA ESCOLAR DOS FILHOS: UM ESTUDO A PARTIR DA REALIDADE DA ESCOLA PROFESSORA ALBA ARAÚJO”. Coordenação do Curso de Ciências Biológicas da Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Iguatu. Eu, __________________________________________________ nº RG__________________________________ ciente das informações recebidas, concordo com a coleta de dados da pesquisa intitulada “ACOMPANHAMENTO DOS PAIS NA VIDA ESCOLAR DOS FILHOS: UM ESTUDO A PARTIR DA REALIDADE DA ESCOLA PROFESSORA ALBA ARAÚJO”. A pesquisa será realizada sob responsabilidade de Francisca Fernandes da Silva, graduanda do Curso de Ciências Biológicas, da Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Iguatu - FECLI informo ao Coordenador Fernando Roberto Ferreira da Silva de que, em nenhum momento, a instituição estará exposta a riscos causados pela liberação do estudo. Estou ciente também de que os resultados encontrados no estudo serão usados apenas para fins científicos. Fui informado de que a instituição não terá nenhum tipo de despesa ou gratificação pela referida participação, e que a não participação não acarretará qualquer prejuízo no seu direito a receber assistência nessa instituição.
  • 45. 45 Ainda informo – lhe que os dados serão apresentados ao Curso de Ciências Biológicas da Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Iguatu, podendo ser utilizado também em eventos científicos, mas não mencionarei seu nome, pois este será preservado, ficando em sigilo a identidade do participante. Caso precise entrar em contato, informe – lhe que meu telefone é (88) 94249064- 96072888. _______________________________________ Francisca Fernandes da Silva Tendo em vista, que fui satisfatoriamente informado sobre a pesquisa: “ACOMPANHAMENTO DOS PAIS NA VIDA ESCOLAR DOS FILHOS: UM ESTUDO A PARTIR DA REALIDADE DA ESCOLA PROFESSORA ALBA ARAÚJO”, realizada sob a responsabilidade da pesquisadora Francisca Fernandes da Silva, concordo em participar da mesma. Estou ciente de que meu nome não será divulgado e que o pesquisador estará disponível para responder - me a quaisquer dúvidas. Iguatu,________de ________________2012 ___________________________________ Assinatura do participante