1. CAPÍTULO
ANATOMIA
1 E FISIOLOGIA ANIMAL
INTRODUÇÃO
As estruturas dos seres vivos e suas respectivas funções estão intimamente integradas de forma
a manter o meio interno constante, dentro de certos limites. Essa tendência à estabilidade do meio
interno dos organismos é o que se denomina homeostase (do grego: hómoios = de mesma natureza;
stásis = estabilidade).
Vamos, a partir deste módulo, explorar um pouco mais a anatomia e a fisiologia animal
considerando as seguintes funções e interações entre elas:
• digestão: dessa função participam as estruturas envolvidas com a ingestão do alimento, a
transformação dele e a eliminação dos resíduos da digestão;
• circulação: dessa função participam estruturas envolvidas com o transporte de substâncias
dentro do corpo;
• respiração: dessa função participam as estruturas relacionadas com as trocas gasosas com o
meio externo;
• excreção: dessa função participam estruturas relacionadas com a eliminação de resíduos
nitrogenados do metabolismo e do excesso de sais e de água.
• regulação: dessa função participam as estruturas relacionadas com o controle dos processos
internos do corpo envolvendo os sistemas nervoso e endócrino.
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2. ALIMENTOS E NUTRIENTES
Nutrição pode ser definida como o conjunto de processos que vão desde a ingestão do alimento
até a sua assimilação pelas células. A nutrição envolve, portanto, a digestão das moléculas orgânicas
que compõem os alimentos e a absorção, pelas células corporais, dos produtos resultantes. A espécie
humana tem nutrição heterotrófica, pois ela se alimenta à custa de outros organismos, e é onívora (do
latim omnis, tudo, e voros, comer), pois sua alimentação é variada, constituindo-se tanto de produtos de
origem animal como de origem vegetal.
Os tipos e as quantidades de alimento que ingerimos compõem a dieta, que precisa conter
carboidratos, lipídios, proteínas, sais minerais, vitaminas e água. Essas substâncias, chamadas
genericamente de nutrientes, constituem as fontes de energia e de matéria-prima para o
funcionamento de nossas células.
TIPOS DE NUTRIENTES
• Nutrientes energéticos e nutrientes plásticos
As proteínas que ingerimos fornecem grande parte dos aminoácidos que nossas células utilizam
para a fabricação de suas próprias proteínas. Uma vez que essas substâncias são os principais
constituintes estruturais de nosso corpo, costuma-se dizer que proteínas são nutrientes plásticos.
Carnes, ovos, soja e feijão, entre outros, são alimentos ricos em proteínas.
Glicídios (carboidratos) e lipídios são nutrientes orgânicos cuja principal função é fornecer
energia às células; por isso, eles são chamados de nutrientes energéticos. Alimentos ricos em
glicídios são o mel (contém glicose), o açúcar de cana (contém amido). Alimentos ricos em lipídios são
a manteiga, o toucinho e as carnes gordas, que contêm glicerídios sólidos (gorduras), além das
sementes de plantas como o amendoim e a soja, ricos em glicerídios líquidos (óleos).
Certos alimentos têm predominância de nutrientes energéticos, enquanto em outros há
predominância de nutrientes plásticos. Outros, ainda, reúnem ambos os tipos de nutrientes em
proporções mais ou menos equilibradas. Conhecer os tipos e as quantidades aproximadas de nutrientes
dos alimentos é importante para compor uma dieta saudável e equilibrada.
• Vitaminas, sais minerais e água
Vitaminas são substâncias orgânicas necessárias em quantidades relativamente pequenas, mas
que exercem grandes efeitos em nosso organismo. Como não conseguimos fabricar essas substâncias
em nossas células, temos de obtê-las por meio da dieta alimentar. A maioria das vitaminas atua como
fatores auxiliares em reações químicas catalisadas por enzimas. Em outras palavras, se ocorrer a falta
de uma vitamina, determinadas enzimas não funcionarão, com prejuízo para as células.
Sais minerais são nutrientes inorgânicos que fornecem elementos químicos importantes como
cálcio, fósforo, ferro e enxofre, entre outros. Exemplo de sais minerais são os cloretos (de sódio, de
cálcio, de magnésio, férrico etc.) e os fosfatos (de cálcio, de magnésio etc). O cálcio é um elemento
químico de fundamental importância, por participar da estrutura dos ossos e de reações químicas
essenciais ao funcionamento das células. O ferro, presente na hemoglobina do sangue, é responsável
pelo transporte de gás oxigênio para as células. O fósforo faz parte das moléculas de ATP,
responsáveis pelo fornecimento de energia a todas as reações químicas fundamentais à vida.
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3. A água, embora não seja propriamente um nutriente, é fundamental à vida: todas as reações
químicas vitais ocorrem no meio aquoso do interior das células. Além de ser ingerida na forma líquida, a
água também é ingerida quando nos alimentamos, pois faz parte da composição da maioria dos
alimentos.
• Nutrientes essenciais
O organismo humano é capaz de sintetizar grande parte das substâncias de que necessita, pela
transformação química dos nutrientes ingeridos como alimento. Determinadas substâncias nutritivas,
porém, não são produzidas pelo nosso corpo, que as obtém prontas no alimento. É o caso das
vitaminas, como já mencionamos. Substâncias desse tipo são genericamente denominadas nutrientes
essenciais. Além das vitaminas, outros exemplos de nutrientes essenciais são certos aminoácidos que
nossas células não conseguem produzir, sendo por isso, denominados, aminoácidos essenciais.
As células humanas são incapazes de fabricar oito dos vinte tipos de aminoácidos que compõem
as proteínas (isoleucina, leucina, valina, fenilalanina, metionina, treonina, triptofano e lisina); recém-
nascidos, além desses oito, também não conseguem sintetizar histidina. Os aminoácidos essenciais aos
seres humanos devem ser obtidos a partir da ingestão de alimentos ricos em proteína. As principais
fontes alimentares de aminoácidos essenciais são a carne, o leite, os queijos e outros alimentos de
origem animal. Alimentos de origem vegetal geralmente são deficientes em um ou alguns aminoácidos
essenciais. Pessoas vegetarianas, entretanto, poderão obter todos os aminoácidos essenciais se
fizerem a combinação correta dos vegetais utilizados na alimentação.
NUTRIÇÃO E NECESSIDADES ENERGÉTICAS
O organismo humano precisa receber um fornecimento constante de energia para manter suas
atividades vitais. A energia que supre nossas necessidades metabólicas é obtida por meio da
respiração celular, processo em que moléculas orgânicas são oxidadas, liberando grande parte da
energia que contêm.
A energia contida nos alimentos é geralmente medida em quilocalorias (kcal). Um grama de gordura,
por exemplo, é capaz de liberar, durante a respiração celular, uma quantidade de energia equivalente a 9,5
kcal. Um grama de glicídio ou de proteína, por sua vez, liberam em torno de 5 kcal.
A quantidade de energia que uma pessoa em repouso gasta para manter suas atividades vitais
constitui sua taxa metabólica basal. A quantidade de energia necessária à realização de todas as
atividades do organismo constitui a taxa metabólica total. Essas taxas são expressas em calorias
consumidas por unidade de tempo.
A taxa metabólica basal é semelhante em indivíduos de mesma faixa etária. A taxa metabólica
total, entretanto, varia de acordo com as características e o grau de atividade de cada um. A taxa
metabólica basal de uma pessoa jovem é cerca de 1.600 kcal por dia. A taxa metabólica total pode estar
em torno de 2.000 kcal por dia, se a pessoa levar uma vida sedentária, ou em mais de 6.000 kcal por
dia, se ela for um atleta.
• Reservas energéticas
Parte das moléculas orgânicas que ingerimos é convertida inicialmente em glicose e, em seguida,
em glicogênio. Este é um polissacarídio formado por centenas de moléculas de glicose unidas em
sequência. O glicogênio é armazenado no interior das células dos músculos e do fígado. Uma pessoa
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4. bem alimentada geralmente armazena glicogênio até suprir as necessidades energéticas de um dia. Os
excessos são transformados em gordura e armazenados no tecido adiposo.
Uma dieta pobre leva o organismo a utilizar suas substâncias de reserva. Em primeiro lugar, é
utilizado o glicogênio; quando este se esgota, o organismo passa a utilizar a gordura armazenada nas
células adiposas. Uma pessoa bem alimentada tem estoque de gorduras suficiente para algumas
semanas.
Nosso peso corporal se manterá estável se a quantidade de calorias ingeridas for
aproximadamente igual à quantidade de calorias despendida no mesmo período. Se a ingestão de
calorias for em quantidade superior às necessidades energéticas, engordaremos. Se ingerirmos menos
calorias de que necessitamos, emagreceremos. Um excesso de 10 kcal (cerca de 2g de açúcar) por dia
acima da necessidade energética causa um aumento de peso corporal da ordem de 1 quilograma ao
final de um ano.
• Dieta protetora e dieta balanceada
A quantidade mínima de alimentos que uma pessoa adulta necessita ingerir deve ser suficiente
para fornecer, em média, cerca de 1.300 kcal/dia. Essa dieta calórica mínima é denominada dieta
protetora; se a pessoa ingerir menos do que essa quantidade, passará a apresentar sintomas de
subnutrição. Além do conteúdo energético, a dieta deverá fornecer também os diferentes tipos de
nutrientes essenciais ao bom funcionamento do organismo. Chama-se dieta balanceada aquela que
fornece a uma pessoa adulta a quantidade de energia de que ela necessita (aproximadamente 3.000
kcal/dia), distribuída entre 50% e 60% de glicídios (carboidratos), 25% e 35% de gorduras e 15% e 25%
de proteínas.
A dieta balanceada varia em composição e valor calórico de acordo com a idade e o grau de
atividade da pessoa. A boa nutrição consiste em combinar variedade e quantidade adequadas de
alimentos à idade e ao grau de atividade física de cada um. Embora os conhecimentos básicos e o bom
senso sejam suficientes para que uma pessoa saiba alimentar-se bem, nutricionistas e médicos são os
profissionais mais capacitados para orientar a dieta de pessoas muito gordas ou muito magras, sinais
de que a alimentação pode não estar adequada às suas necessidades.
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6. FISIOLOGIA DA DIGESTÃO
A digestão é a transformação de alimentos em moléculas simples que podem ser absorvidas pela
célula. Isso é realizado por processos mecânicos e químicos.
1. Fenômenos Mecânicos da Digestão:
a) Mastigação.
b) Deglutição.
c) Movimentos peristálticos (peristaltismo).
2. Fenômenos Químicos da Digestão:
a) Insalivação (boca).
b) Quimificação (estômago).
c) Quilificação (intestino).
DIGESTÃO BUCAL
Na boca, os dentes cortam e trituram os
alimentos, aumentando a superfície de contato e
facilitando a atuação das enzimas digestivas.
A língua move o alimento de um lado a
outro, auxiliando a mistura e a mastigação.
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7. A saliva, secretada por três pares de glândulas salivares (parótidas, submandibulares e
sublinguais), contém água, íons e a enzima amilase salivar ou ptialina. A água umedece o alimento. A
ptialina transforma amido em maltose.
A língua direciona o bolo alimentar para a faringe e o esôfago. A faringe é um conduto pequeno
que abre-se a traqueia, por onde o ar da respiração entra. Quando o alimento se dirige ao esôfago, a
epiglote fecha a entrada da traqueia, e, quando o ar entra ou sai pela traqueia, a epiglote fecha a
entrada do esôfago.
O esôfago é um tubo muscular que liga a faringe ao estômago. Nele, não há digestão, apenas
secreção de muco. O bolo alimentar progride por contrações chamadas movimentos peristálticos,
sucessivas ondas de contração do tubo digestório que empurram o bolo alimentar além do esôfago até
o intestino grosso.
DIGESTÃO ESTOMACAL (GÁSTRICA)
Musculatura lisa do esôfago contrai-se lenta e
ritmicamente, empurrando o bolo alimentar em direção
ao estômago. Essa contração (peristaltismo), chega à
junção do esôfago com o estômago e favorece o
relaxamento de um esfíncter, a cárdia, permitindo a
passagem do bolo alimentar.
O estômago é uma região dilatada e musculosa
do canal alimentar. Ali, o alimento armazenado sofre a
ação do suco gástrico, que contém ácido clorídrico
(HCl), responsável pela extrema acidez na cavidade
desse órgão (pH em torno de 2).
O ácido clorídrico facilita a ação das enzimas do
suco gástrico, corrói o cimento intercelular dos alimentos
ingeridos e destrói várias bactérias. Além disso, favorece
a absorção de cálcio e ferro pelo organismo e desnatura
proteínas, facilitando sua digestão. Para evitar que sua
própria parede seja destruída, o estômago fabrica um
muco protetor.
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8. A principal enzima do suco gástrico é a pepsina, uma protease (enzima que digere proteínas)
produzida na forma inativa de pepsinogênio. Pela ação do ácido clorídrico, o pepsinogênio transforma-
se em pepsina e começa a quebrar as ligações químicas entre certos aminoácidos das proteínas
(principalmente tirosina e fenilalanina). A proteína é então fragmentada em moléculas menores, os
peptídios.
Observe que se a pepsina fosse produzida em sua forma ativa ela promoveria a digestão
das proteínas do interior das células responsáveis por sua própria produção.
Além da pepsina, há no suco gástrico uma pequena quantidade da enzima lipase, com pouca
atuação sobre os lipídios — o grau de digestão dessas moléculas no estômago é praticamente nulo.
Existe também uma enzima — a renina — encontrada em mamíferos de pouca idade, que
determina a coagulação do leite, facilitando a ação da pepsina.
A digestão dura de duas a quatro horas, formando-se uma massa ácida branca e
pastosa: o quimo. Ao processo de formação do quimo denominamos quimificação.
A simples visão do alimento ou a percepção de seu odor ou até mesmo a imagem que
formamos dele pode estimular a secreção gástrica. Além de um estímulo nervoso, há um
controle hormonal da secreção: o contato do alimento com a parte final do estômago ativa suas
células a produzirem um hormônio, a gastrina. Este, lançado no sangue, passa a estimular todo o
estômago na fabricação do suco gástrico.
Parte da água e dos sais (e também o álcool e alguns medicamentos, como a aspirina) são
absorvidos no estômago. O restante do bolo alimentar (quimo)passa para o intestino delgado, onde
ocorre a maior parte da absorção.
DIGESTÃO INTESTINAL
O intestino delgado tem um papel importante na digestão e também na absorção das partículas
digeridas. A passagem do quimo para o duodeno é regulada por um esfíncter, o piloro, que separa o
estômago do intestino delgado. Relaxamentos desse esfíncter permitem a passagem de pequenas
porções de quimo ácido para o duodeno.
Três sucos digestivos atuarão conjuntamente no intestino delgado para finalizar a digestão dos
alimentos: suco pancreático, suco entérico e bile (veja a Figura).
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9. A digestão dos alimentos no
intestino delgado corre com a
participação de enzimas
produzidas pelo pâncreas e pela
parede intestinal. A bile, produzida
no fígado, é fundamental para a
digestão de lipídios.
• Ação da Bile
A bile é um líquido esverdeado produzido no fígado. Não contêm enzimas digestivas. É rica
em água e sais de natureza alcalina. E armazenada na vesícula biliar, onde é concentrada para
posterior liberação no intestino delgado. A ação da bile no processo digestivo é física. Agindo
como um detergente, ela atua na emulsificação das gorduras, por meio da redução da tensão
superficial existente entre as moléculas lipídicas.
Isso promove a formação de pequenas partículas. A superfície de exposição das partículas
às lipases aumenta consideravelmente, favorecendo, assim, a ação dessas enzimas e agilizando
a digestão dos lipídios.
Outra função atribuída à bile é auxiliar na alcalinização do quimo ácido proveniente do
estômago, favorecendo a ação das enzimas pancreáticas e enterícas.
• O suco pancreático
O pâncreas é uma glândula de função dupla. Possui uma porção endócrina (seus
produtos são encaminhados diretamente para o sangue), produtora de hormônios, e outra porção
exócrina (os produtos são encaminhados por um ducto ao tubo digestório), produtora de
importantes enzimas digestivas.
O pâncreas secreta o suco pancreático, uma solução alcalina formada por sais (dentre eles o
bicarbonato de sódio), água e diversas enzimas, cujas principais são:
• tripsina e quimotripsina, duas proteases que desdobram as proteínas em peptídios. Essas
enzimas são liberadas pelo pâncreas na forma inativa de tripsinogênio e quimotripsinogênio,
respectivamente;
• lipase pancreática, que atua na digestão de lipídios (triglicerídios);
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10. • amilase pancreática, que atua sobre o amido, transformando-o em maltose;
• diversas peptidases, que rompem ligações peptídicas existentes nos peptídios da digestão
proteica, levando à liberação de aminoácidos;
• desoxirribunuclease e ribonuclease, que atuam respectivamente no DNA e no RNA contido
no alimento, liberando os nucleotídeos componentes desses ácidos.
A TENÇÃO
O tripsinogênio liberado pelo pâncreas é ativado transformando-se em tripsina pela ação
de uma enzima produzida pelas células da parede do intestino delgado, a enteroquinase. Essa
enzima atua separando uma pequena porção do tripsinogênio, liberando a tripsina e um pequeno
fragmento peptídico. Uma vez formada, a própria tripsina ativa mais moléculas de tripsinogênio.
O quimotripsinogênio é ativado pela tripsina, liberando-se a quimotripsina, que também
atuará na digestão de proteínas.
O suco entérico
O suco entérico é produzido pelas células da parede do intestino delgado. Em sua composição
existem muco e enzimas que deverão completar a digestão dos alimentos. As principais enzimas
presentes são:
• sacarase, que atua na digestão da sacarose, liberando glicose e frutose;
• lactase, que atua na lactose, desdobrando-a em galactose e glicose;
• maltase, que atua nas moléculas de maltose formadas na digestão do amido, liberando
moléculas de glicose;
• nucleotidases, que atuam nos nucleotídeos formados na digestão dos ácidos nucléicos,
liberando pentoses, fosfatos e bases nitrogenadas;
• peptidases, que atuam nos peptídios, levando à liberação de aminoácidos.
N ÃO E SQUEÇA
As enzimas do suco pancreático, bem como as do suco entérico, atuam em meio
alcalino (pH ao redor de 8,0). Essa condição é favorecida pela secreção de bicarbonato de
sódio por parte do pâncreas e pela existência de sais contidos na bile produzida pelo
fígado.
No intestino delgado, a mistura de alimento, enzimas pancreáticas, entéricas e o muco forma uma
pasta líquida conhecida pelo nome de quilo. Ao processo de formação do quilo denominamos
quilificação.
ABSORÇÃO DOS NUTRIENTES
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11. Após o término da digestão química, os produtos resultantes atravessam a mucosa que forra o
intestino delgado e passam para os vasos sanguíneos e linfáticos, processo esse que constitui a
absorção.
A superfície do intestino delgado é muito aumentada em função da presença das vilosidades
(dobras da mucosa) e das microvilosidades (dobras da membrana plasmática das células da mucosa).
Aminoácidos e monossacarídeos são absorvidos e recolhidos pela corrente sanguínea. Já os
ácidos graxos são absorvidos pela circulação linfática.
O intestino grosso é um tubo sem microvilosidades, com regiões denominadas ceco, colos
ascendente, transverso, descendente e sigmóide, reto e ânus.
O colo ascendente e o colo transverso absorvem água, transformando o quilo em massa fecal ou
fezes. As fezes são armazenadas no colo descendente, no sigmóide e no reto. Nelas estão pigmentos
biliares (como a bilirrubina e biliverdina). A bilirrubina e a biliverdina são produtos da hemoglobina,
degradada no fígado, que dão a cor característica das fezes.
Algumas das bactérias nela presentes produzem vitamina K e vitaminas do complexo B, que são
absorvidas. As fezes deixarão o intestino grosso pelo ânus, por meio da egestão, finalizando o processo
de nutrição.
REGULAÇÃO DA DIGESTÃO
Sabemos que a secreção de alguns sucos digestivos pode ser iniciada por diferentes
estímulos, por exemplo, visuais e olfativos, de tal maneira que podemos salivar ou produzir suco
gástrico apenas vendo um alimento ou sentindo seu cheiro. Mas, associada ao controle nervoso,
há também uma ação hormonal de regulação, que tanto estimula quanto inibe a secreção dos
sucos digestivos.
A chegada de alimento ao estômago faz
com que células da sua mucosa produzam um
hormônio, a gastrina, a qual, por via sanguínea, é
levada às glândulas gástricas, estimulando-as a
produzir suco gástrico.
Saindo do estômago, o quimo acidificado
estimula a parede do duodeno a produzir um
hormônio, a secretina. Ela é levada pelo sangue
ao pâncreas e o estimula a liberar o suco
pancreático no duodeno. O mesmo quimo, rico em
gorduras, também estimula a parede do duodeno
a liberar outro hormônio, a colecistocinina, que vai
provocar fortes contrações na musculatura lisa da
vesícula biliar, permitindo a liberação da bile.
A enterogastrona é outro hormônio da
mucosa duodenal que, levada pelo sangue ao
estômago inibe sua motilidade e secreção. Essa inibição ocorre com a passagem de uma porção
do quimo pelo piloro. Quando esse alimento deixa o duodeno, esvaziando-o parcialmente, cessa a
produção de enterogastrona, e o estômago, agora não mais inibido, reinicia a motilidade,
deixando passar nova porção de quimo para o duodeno e reiniciando o ciclo.
L EITURA
FUNÇÕES DO FÍGADO
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12. O fígado não atua apenas na digestão. Ele é um dos órgãos mais importantes e versáteis do
nosso corpo. Funciona como um complexo laboratório químico e realiza diversas funções vitais ao
organismo, tais como:
• retira o excesso de glicose do sangue, armazenando-a na forma de glicogênio e devolvendo-a
depois ao sangue, de acordo com as necessidades do organismo;
• armazena diversas vitaminas (vitaminas A, D e B12);
• pode transformar o excesso de glicídios e proteínas em lipídios, que serão depois armazenados
no tecido adiposo do organismo;
• fabrica várias proteínas do sangue (albumina, fibrinogênio, etc);
• faz a desaminação (retirada de nitrogênio) dos aminoácidos para que possam ser
queimados ou transformados em glicídios ou lipídios; a desaminação produz amônia, um
composto muito tóxico, que se transforma prontamente em ureia (substância menos tóxica);
a ureia é lançada no sangue e eliminada pelos rins;
• fabrica os demais aminoácidos do corpo, a partir dos aminoácidos essenciais;
• tem ação desintoxicante, inativando substâncias prejudiciais ao organismo;
• destrói glóbulos vermelhos “velhos”, removendo-os da circulação; a hemoglobina desses
glóbulos é transformada em pigmentos de cor parda, que são eliminados pela bile e
determinam a cor parda das fezes.
QUADRO SINÓPTICO SOBRE AS PRINCIPAIS – SECREÇÕES DIGESTIVAS
ENZIMAS E
LOCAL DE LOCAL DE ALIMENTO PRODUTO DA
OUTROS
SECREÇÃO AÇÃO DIGERIDO DIGESTÃO
PRODUTOS
1. Glândulas Amilase
Boca Amido ou Amilo Maltose
Salivares Salivar ou Ptialina
Proteoses e
Pepsina Estômago Proteínas,
2. Glândulas Peptonas,
Caseína do
Gástricas Renina Estômago Coagulação do
Leite
leite
Intestino Delgado Emulsão dos
3. Fígado Bílis Lipídios
(Duodeno) Lipídios
Amilase
Intestino Delgado Amido Maltose
Pancreática
Monoglicerídeos,
Lípase Pancreática Intestino Delgado Lipídios Ácidos Graxos,
Colesterol
4. Pâncreas
Proteoses e
Tripsina Intestino Delgado Polipeptídeos
Peptonas
Proteoses e
Quimotripsina Intestino Delgado Polipeptídeos
Peptonas
Peptidases Intestino Delgado Peptídios Aminoácidos
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13. Maltase Intestino Delgado Maltose Glicose
Glicose +
Lactase Intestino Delgado Lactose
Galactose
Sacarose Intestino Delgado Sacarose Glicose + Frutos
5. Intestino
Delgado Aminopeptidase Intestino Delgado Oligopeptídeos Aminoácidos
Erepsina Intestino Delgado Oligopeptídeos Aminoácidos
Monoglicerídeos
Lipase Entérica Intestino Delgado Lipídios Ácidos Graxos e
Glicerol
Exercícios
QUESTÕES DE MÚLTIPLA ESCOLHA
01. (Unirio–RJ) O alimento é movido ao longo do trato gastrointestinal por um processo proveniente
da contração da camada muscular circular; a onda progride e espreme o alimento para baixo e/ou
para a frente de maneira semelhante à saída de creme dental de um tubo. Tal processo de
motilidade denomina-se:
a) peristalse.
b) digestão.
c) absorção.
d) homeostase.
e) secreção.
02. (Vunesp–SP) No processo digestivo, as moléculas orgânicas devem ser quebradas em moléculas
mais simples para que possam ser absorvidas. Dentre elas, o amido é um carboidrato:
a) cuja digestão inicia na boca por ação da ptialina.
b) digerido pela lipase no duodeno.
c) que forma um complexo vitamínico que é absorvido, sem digestão, na região do intestino
delgado.
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14. d) extremamente simples e, por isso, absorvido, sem alterações, na região do intestino
delgado.
e) digerido no estômago por ação do ácido clorídrico.
03. (PUCC–SP) Se uma pessoa apresentar distúrbios na secreção gástrica, ela terá dificuldades,
principalmente, na digestão de:
a) amido.
b) sacarose.
c) lactose.
d) proteínas.
e) gorduras.
04. (UFRO) Os itens abaixo, que relacionam diferentes estruturas do sistema digestório com suas
respectivas funções, estão corretos, exceto:
a) dentes – mastigação e trituração.
b) estômago – produção de bile.
c) língua – deglutição e paladar.
d) intestino – digestão e absorção.
e) esôfago – condução do alimento da faringe ao estômago.
05. (UNIP–SP) Se houver paralisação da produção de bile no fígado, haverá distúrbio na digestão de:
a) proteínas.
b) açúcares.
c) aminoácidos.
d) gorduras.
e) polipeptídios.
06. (Cesgranrio–RJ) O esquema abaixo apresenta partes do sistema digestório humano com órgãos
numerados de I a V.
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15. Em relação à bile, podemos afirmar corretamente que é produzida no órgão:
a) I e armazenada no órgão II.
b) I e secretada para o órgão IV.
c) I e contém enzimas que digerem as gorduras.
d) II e armazenada no órgão I.
e) II e secretada para o órgão IV.
07. (UNEB–BA) Sobre o sistema digestório humano,
a) glândulas salivares – digestão mecânica.
b) intestino delgado – produção de suco gástrico.
c) esôfago – absorção de água.
d) estômago – digestão de peptídeos.
e) pâncreas – absorção de glicose.
08. (UFSE) Tripsna, pepsina e ptialina são enzimas digestivas produzidas, respectivamente, no:
a) fígado, pâncreas e estômago.
b) pâncreas, estômago e glândulas salivares.
c) pâncreas, glândulas salivares e estômago.
d) estômago, glândulas salivares e fígado.
e) fígado, estômago e pâncreas.
09. (Vunesp–SP) O processo final e o mais importante da digestão dos mamíferos ocorre no
duodeno, em pH básico. Esse processo é denominado de quilificação e depende da ação
conjunta:
a) dos sucos pancreático e intestinal.
b) do suco pancreático e da bile.
c) da ptialina e do ácido clorídrico.
d) dos sucos pancreático e intestinal e da bile.
e) do ácido clorídrico e do suco pancreático.
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16. 10. (PUC–SP) A enzima I, produzida no II, atua sobre III, exibindo maior atividade em pH IV.
As lacunas I, II, III e IV ficariam preenchidas de maneira correta, respectivamente, por:
a) tripsina, pâncreas, proteína, alcalino.
b) pepsina, estômago, proteína, neutro.
c) ptialina, duodeno, amido, ácido.
d) lipase, fígado, gordura, alcalino.
e) amilase, pâncreas, amido, ácido.
11. (FCC–SP) Se, por uma razão qualquer, não mais ocorresse síntese de gastrina numa
pessoa, qual das substâncias abaixo não continuaria a ser digerida normalmente?
a) sacarose
b) lactose
c) gordura
d) amido
e) proteína
12. Nessa figura estão representadas glândulas do sistema digestório cuja enzima típica atua
sobre um substrato que resulta num produto.
A alternativa que mostra a relação correta entre o substrato e seu respectivo produto é:
a) amido e maltose.
b) gorduras e ácidos graxos.
c) lactose e galactose.
d) peptídeos e aminoácidos.
e) sacarose e glicose.
13. (PUC–RS) Muitas aves utilizam-se de alimentos duros, como grãos. Para esse tipo de
alimento, os mamíferos necessitam desenvolver um aparelho mastigador formado por dentes
fortes. Nas aves esse aparelho mastigador foi substituído por uma zona do tubo digestório
denominada:
a) intestino.
b) cloaca.
c) moela.
d) esôfago.
e) bico.
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17. 14. (UFMG) Um indivíduo fez, uma refeição da qual constavam, basicamente, três substâncias:
A, B e C. Durante a digestão ocorreram os seguintes
a) lípide, proteína, carboidrato.
b) proteína, carboidrato, lípide.
c) lípide, carboidrato, proteína.
d) carboidrato, lípide, proteína.
e) proteína, lípide, carboidrato.
15. (Cesgranrio–RJ) A digestão proteica se processa, no homem, em várias etapas representadas
no esquema abaixo (Biologia Hoje – S. Linhares e Fernando Gewandsznajder):
As enzimas que atuam, respectivamente, nas etapas 1, 2 e 3 são:
a) tripsina – pepsina – peptidases.
b) tripsina – erepsina – pepsina.
c) pepsina – peptidases – tripsina.
d) pepsina – erepsina – tripsina.
e) pepsina – tripsina – peptidases.
16. (PUCC–SP) Uma determinada enzima, retirada de um órgão do sistema digestório de um
mamífero, foi distribuída igualmente em 8 tubos de ensaio. O tipo de alimento e o pH de cada tubo
estão informados na tabela abaixo.
Alimentos
Tubos de ensaio adicionados pH
I Pão 12,0
II Pão 7,0
III Carne 3,0
IV Carne 7,0
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18. V Arroz 12,0
VI Arroz 3,0
VII Ovo 12,0
VIII Ovo 7,0
Os tubos de ensaio mantidos a 37oC e após 10 horas observou-se digestão do alimento apenas
no tubo III. Com base nesses dados, é possível concluir que a enzima utilizada e o órgão de onde
foi retirada são, respectivamente:
a) amilase pancreática e intestino.
b) maltase e estômago.
c) tripsina e intestino.
d) ptialina e boca.
e) pepsina e estômago.
17. (PUC–RJ) Analise a experiência esquematizada abaixo.
Como resultado dessa experiência, espera-se que a proteína presente na clara de ovo seja
digerida apenas no(s) tubo(s):
a) I.
b) II.
c) I e II.
d) I e III.
e) III e IV.
QUESTÕES DE PROPOSIÇÕES MÚLTIPLAS
QUESTÕES 18 E 19
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19. 18. (UFBA)
A figura anterior ilustra aspectos da função digestiva do homem.
Em relação ao controle da função digestiva, pode-se concluir:
(01) Substâncias reguladoras do processo digestivo atingem órgãos-alvo via circulação
sanguínea.
(02) A ação do HCl se restringe ao controle da produção de hormônios.
(04) A produção de HCl é controlada pela sua própria concentração.
(08) A ação dos hormônios produzidos pelas células glandulares do intestino delgado é
simultânea à formação do suco gástrico.
(16) A colecistoquinina regula a produção do suco entérico.
(32) A enterogastrona é produzida na mucosa duodenal que, levada pelo sangue inibe a
motilidade e secreção do estômago.
19. Quanto às funções dos órgãos esquematizados na figura, pode-se afirmar:
(01) As atividades do estômago e do pâncreas incluem a manutenção de um mesmo pH
ao longo do tubo digestório.
(02) A vesícula biliar participa do processo digestivo liberando substâncias que favorecem
a digestão de gorduras.
(04) A digestão total das proteínas ocorre pela ação de substâncias produzidas no
estômago.
(08) Os produtos da digestão se tornam disponíveis para a distribuição no organismo a
nível do intestino delgado.
(16) O peristaltismo é uma particularidade do Intestino delgado.
(32) A absorção de água ocorre com maior intensidade no estômago.
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20. 20. (UFBA) A variação na atividade catalítica de duas enzimas, em função do pH, está registrada
no gráfico abaixo.
Com base no gráfico e em características e propriedades das biomoléculas envolvidas, pode-se
dizer:
(01) Pepsina e tripsina são enzimas que atuam no processo digestivo.
(02) In vivo essas duas enzimas devem atuar em um mesmo ambiente.
(04) A pepsina e a tripsina, bem como os substratos sobre os quais atuam, pertencem à mesma
classe de macromoléculas.
(08) Essas enzimas mantêm uma atividade ótima numa larga escala de pH.
(16) O efeito do pH sobre a atividade dessas enzimas revela que a pepsina atua no meio
citossólico.
(32) A reação catalisada pela pepsina é reversível em função do pH.
(64) A atividade enzimática é uma expressão funcional da informação genética.
GABARITO
01. A; 05. D; 09. D; 13. C; 17. A;
02. A; 06. A; 10. A; 14. C; 18. 01, 04 e 32;
03. D; 07. D; 11. E; 15. E; 19. 02 e 08;
04. B; 08. B; 12. A; 16. E; 20. 01, 04 e 64.
CAPÍTULO
SISTEMA RESPIRATÓRIO
3
ANATOMIA
O sistema respiratório humano é constituído de::
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21. Vias aéreas Fossas nasais;
Faringe;
Laringe;
Traqueia;
Brônquios.
Pulmões – Bronquíolos;
dentro destes
estão: Alvéolos Pulmonares.
• Fossas Nasais
As fossas nasais possuem dois orifícios anteriores chamados de narinas e dois orifícios
posteriores às coanas; as coanas comunicam as fossas nasais com a boca e, consequentemente, com
a faringe.
No interior das narinas encontramos, além da mucosa nasal ou pituitária, pelos e vasos
sanguíneos.
Essas estruturas têm por finalidade:
a) aquecer o ar;
b) umidecer ou umidificar o ar;
c) purificar ou depurar o ar.
Sendo assim, o ar tem que chegar até os pulmões totalmente purificado, umidificado e aquecido.
• Faringe
A faringe é um órgão comum aos sistemas digestório e respiratório.
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22. • Laringe
O limite da faringe com a laringe é determinado pela glote, orifício de passagem do ar inspirado e
expirado.
A glote se fecha durante a deglutição por meio de uma cartilagem, que é a epiglote, que funciona
como uma válvula.
• Traqueia
Trata-se de um canal de mais ou menos 12cm de comprimento, situado em continuação com a
laringe, e colocado na frente do esôfago. A traqueia apresenta suas paredes reforçadas por anéis
cartilaginosos.
• Brônquios
A traqueia divide-se, na sua porção inferior, em dois ramos, que são os brônquios. Estes
penetram nos pulmões por uma abertura chamada de hilo pulmonar e se ramificam inúmeras vezes,
formando ramos cada vez mais finos chamados de bronquíolos, por sua vez, terminam em pequenas
cavidades na forma de bolsas ou de sacos, que são os alvéolos pulmonares, já dentro dos pulmões.
• Pulmões
São dois órgãos situados na caixa toráxica e separados um do outro por um espaço chamado de
mediastino. É neste espaço que se encontram vários órgãos, como o coração, a traquéia, o esôfago,
vasos sanguíneos etc.
Os pulmões têm a forma de uma pirâmide, cuja base côncava, está apoiada sobre o músculo
diafragma, e cujo vértice está em relação com a primeira costela.
O pulmão direito é maior que o pulmão esquerdo e está dividido por um sulco, que se bifurca em
três lobos (ou compartimentos); a bifurcação do sulco é observada na face externa.
O pulmão esquerdo está dividido por um sulco, em dois lobos. Os lobos pulmonares são
formados pela reunião de partes menores chamadas de lóbulos. Nestes lóbulos é que penetram as
últimas ramificações dos bronquíolos, cada pulmão é envolvido por uma dupla membrana chamada
pleura.
FISIOLOGIA DA RESPIRAÇÃO
1. Movimentos Respiratórios
– INSPIRAÇÃO
– EXPIRAÇÃO
Os movimentos de inspiração e expiração dependem da ação dos músculos intercostais e do
diafragma.
A contração dos músculos intercostais, situados entre as costelas, provoca uma elevação delas e
um aumento da caixa torácica no plano horizontal. Simultaneamente o diafragma se contrai e abaixa,
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23. determinando a expansão da caixa no plano vertical. Com isso, aumenta o volume interno do tórax e
diminui a pressão sobre os pulmões, que se dilatam, recebendo ar do exterior. É a inspiração. Na
expiração, os músculos relaxam, o volume interno da caixa torácica diminui, aumenta a pressão sobre
as paredes pulmonares e há expulsão do ar.
2. Trocas gasosas
O ar que penetra nos pulmões contém Nitrogênio, Oxigênio e Gás Carbônico em percentuais que
diferem daqueles percentuais desses mesmos gases do ar que sai dos pulmões.
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24. Pela tabela apresentada, nota-se que não há absorção do N2 ao nível dos alvéolos pulmonares:
todo o nitrogênio que entra, sai.
Porém a quantidade de O2 que entra é maior do que a que sai; logo, o O 2 é absorvido. Já a
quantidade de CO2 que sai é maior do que a que entra; de onde se conclui que o organismo elimina no
ar expirado o CO2 formado ao nível dos tecidos.
A difusão do O2 num sentido e a difusão do CO2 no outro sentido se faz em função das Pressões
Parciais dos mesmos nos dois meios, que são: o Sangue e o Interior dos Alvéolos.
Hematose – é a transformação do sangue venoso (rico em CO2) em sangue arterial (rico em
O2), ao nível dos alvéolos pulmonares.
O sangue que chaga aos alvéolos, vem do coração e é rico em CO2; já o sangue que sai dos
alvéolos, volta ao coração, rico em O2.
Esta troca de gases ocorre porque o O2 é muito concentrado nos alvéolos, e isto força a sua
difusão para dentro dos capilares sanguíneos. Ao nível dos alvéolos pulmonares, a pressão de O2 é de
100 a 120mm/Hg. Quando o O2 atinge o sangue, ele penetra na hemácia e se combina com a
hemoglobina, formando um composto instável chamado de oxihemoglobina.
Cada molécula de hemoglobina (Hb) combina-se, por uma ligação fraca, com 4 moléculas de O2.
Hb + 4 O2 Hb (O2)4
3. Respiração dos tecidos
As células dos tecidos retiram o O2 que lhes chega sob a forma de oxihemoglobina. Este O2 é
utilizado no metabolismo das células, formando-se CO2, que é lançado no sangue.
Lembremos que a hemoglobina não é apenas um pigmento que dá cor vermelha às
hemácias, mas é, sobretudo, uma cromoproteína globular, que tem no centro de sua molécula o
elemento ferro.
Após a hematose 97% do O2 é transportado pelo sangue arterial, na forma de oxihemoglobina e
somente 3% é transportado diluído no plasma.
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25. Ao chegar aos tecidos, a pressão de O2 é maior no sangue do que nos tecidos. Então ocorre a
difusão do O2 do sangue para os tecidos.
Como a pressão parcial de CO2 nos tecidos é maior do que no sangue arterial, o CO 2 se difunde
para dentro do sangue que circula pelos capilares.
O sangue aumenta, então, o seu teor de CO2, e se caracteriza como sangue venoso.
O sangue venoso vai transportar o CO2 para os alvéolos pulmonares onde vai encontrar uma
maior pressão desse gás e em função disso, ocorrerá a eliminação do CO2 para o exterior.
• Transporte do CO2
O CO2 é transportado de vários modos:
a) 7% dissolvido no plasma.
b) 23% sob a forma de Carbohemoglobina nas hemácias.
c) 70% sob a forma de íons Bicarbonato, no plasma.
A maior parte do CO2 (70%) reage com o H2O, sob a ação catalisadora de uma enzima que é
Anidrase Carbônica, dando H2CO3 (ácido carbônico) que, por ser um ácido fraco, dissocia-se em íons H+
e HC 3 − (bicarbonato).
Os íons bicarbonatos passam para o plasma e são transportados por ele.
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26. NOTA
Monóxido de Carbono (CO) é um gás bastante tóxico; quando ele polui o ar atmosférico e nós o
inspiramos, ele se combina também com a hemoglobina e forma um composto bastante estável,
chamado de Carboxihemoglobina; com isso, a hemoglobina deixa de conduzir o oxigênio às células e
o indivíduo se intoxica, podendo até morrer por falta total de O2 (Anóxia).
O CONTROLE DA RESPIRAÇÃO
Na base do cérebro, no bulbo
cerebral, está o centro respiratório.
Independentemente da nossa vontade, ele
comanda a respiração. Ao receber
informações sobre a concentração de gás
carbônico no sangue, o centro respiratório
transmite sinais à medula espinal, que
controla os movimentos da respiração.
Se a concentração de CO2 aumenta,
a respiração torna-se mais profunda e
rápida, permitindo que mais CO2 seja
eliminado.
Em condições normais, um adulto
saudável possui frequência respiratória em
torno de dezesseis movimentos por minuto.
ACIDOSE E ALCALOSE
RESPIRATÓRIAS
Quando há dificuldade para se respirar, acumula-se gás carbônico no organismo, o que provoca a
acidez do sangue. Esse processo é conhecido como acidose respiratória.
O centro respiratório, alertado pela alta concentração de CO2 sanguíneo, aumenta a freqüência
respiratória tentando eliminar CO2, fenômeno denominado hiperventilação.
Quando há hiperventilação, o gás carbônico é eliminado rapidamente. Com isso, diminui-se a
formação do ácido carbônico, e o pH do sangue torna-se menos ácido e tende a corrigir a acidose. No
entanto, se essa eliminação for muito grande, pode ocorrer aumento em demasia do pH do sangue,
fenômeno denominado alcalose respiratória.
A CAPACIDADE PULMONAR
O volume total de ar que cabe no sistema respiratório é a capacidade pulmonar total e
corresponde, num adulto, a mais ou menos 6 litros. Apesar desse volume, a cada movimento
respiratório normal de uma pessoa em repouso, os pulmões trocam com o meio exterior apenas 0,5 litro
de ar, que é o chamado volume ou ar corrente.
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27. Na realidade, só cerca de 70% desse volume chega aos alvéolos, ficando o restante nas vias
aéreas (traqueia, brônquios), o chamado espaço morto, pois aí não há trocas gasosas.
Ao realizar uma inspiração forçada e em seguida uma expiração também forçada, o volume de ar
que expelimos pode chegar a cerca de 4,5 ou 5 litros. Esse volume é a capacidade vital, que pode ser
medida num aparelho especial, o espirômetro. No entanto, mesmo uma expiração forçada, por mais
intensa que seja, não permite um esvaziamento completo dos pulmões, sobrando sempre neles um
certo volume de ar residual, cerca de 1,2 a 1,5 litro.
CURVA DE DISSOCIAÇÃO DO OXIGÊNIO DA HEMOGLOBINA
A hemoglobina tem afinidade diferenciada com o oxigênio de acordo com a concentração desse
gás. Quando a concentração de O2 é alta, a hemoglobina tende a se unir fortemente a esse gás, mas
quando a concentração de O2 diminui, a afinidade da hemoglobina ao oxigênio também diminui e esse
gás é liberado (dissociado) com mais facilidade da molécula de hemoglobina.
Essa relação entre a afinidade da hemoglobina e a concentração de oxigênio é mostrada em uma
curva que se chama curva de dissociação do oxigênio da hemoglobina.
Nos pulmões, onde o teor de oxigênio é elevado, a hemoglobina fica 98% saturada com oxigênio.
Nos tecidos a hemoglobina fica apenas 70% saturada, significando que liberou 28% do oxigênio que
estava ligado a ela.
A hemoglobina pode liberar sua reserva de O2 para tecidos que estão metabolicamente muito
ativos, como a musculatura no exercício. Nesses casos, a taxa de respiração celular aumenta, o que
provoca maior liberação de gás carbônico. Este reage com a água formando ácido carbônico, que se
difunde e causa redução do pH no meio. Essa redução do pH induz a hemoglobina do sangue a liberar
o oxigênio, que pode ser usado na respiração celular propiciando a manutenção da alta atividade
muscular durante o exercício. A redução do pH, portanto, provoca diminuição da afinidade da
hemoglobina pelo oxigênio, deslocando a curva de dissociação da hemoglobina mais para a direita,
como mostra o gráfico a seguir:
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28. POLIGLOBULIA COMPENSADORA
Em grandes altitudes, o ar é rarefeito e a
oferta de oxigênio é menor que ao nível do mar. A
saturação da hemoglobina permanece inferior ao
normal, determinando diminuição de oferta de
oxigênio aos tecidos.
Se passarmos de duas a três semanas no
local, a baixa saturação de oxigênio no sangue
determinará a secreção de eritropoetina pelos
rins, estimulando a medula óssea a produzir mais
hemoglobina e mais glóbulos vermelhos. O
aumento na quantidade dessas células eleva a
capacidade de captação do oxigênio do ar.
Exercícios
QUESTÕES DE MÚLTIPLA ESCOLHA
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29. 01. (Cesgranrio–RJ) Nos esquemas a seguir, o sistema respiratório humano está sendo representado
e neles são localizadas suas principais estruturas, tais como: vias aéreas superiores, traqueia,
brônquios, bronquíolos, bronquíolos terminais e sacos alveolares, que se encontram numeradas.
Sobre este desenho são feitas três afirmativas:
I. Em 4, o ar passa em direção aos pulmões, após ter sido aquecido em 1.
II. Em 6, o oxigênio do ar penetra nos vasos sanguíneos, sendo o fenômeno conhecido como
hematose.
III. Em 8, o gás carbônico proveniente do sangue passa para o ar.
Indique:
a) se somente I for correta.
b) se somente II for correta.
c) se somente I e II forem corretas.
d) se somente I e III forem corretas.
e) se I, II e III forem corretas.
02. (UnB) Assinale a alternativa que apresenta uma estrutura comum ao sistema respiratório e digestivo:
a) brônquios
b) faringe
c) pulmão
d) esôfago
e) laringe
03. (PUC–RJ) Para permitir a correta compreensão do mecanismo respiratório do homem, o professor
construiu o aparelho ilustrado na figura 1. Em seguida, demonstrou o seu funcionamento (figura
2), possibilitando o entendimento da entrada e saída do ar, bem como as partes do modelo,
relacionando-as com o sistema respiratório.
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30. Nas opções, indique a quais estruturas do sistema respiratório correspondem respectivamente: a
extremidade livre do tubinho, o balão de borracha, a membrana de borracha da base e o frasco
sem fundo (figura 1):
a) Nariz, brônquio, peritônio e abdome.
b) Narina, bronquíolo, diafragma e alvéolo.
c) Nariz, alvéolo, peritônio e caixa torácica.
d) Narina, pulmão, diafragma e caixa torácia.
e) Narina, brônquio, diafragma e abdome.
04. (PUC–RJ) Na figura 2 do exercício 3 encontramos situações (I), (II) e (III) representando o
mecanismo respiratório. Escolha a alternativa que explique o que está ocorrendo:
a) (II) Expiração, porque (P1) está maior que (P2).
b) (II) Inspiração, porque (P1) está menor que (P2).
c) (III) Inspiração, porque (P1) está menor que (P2).
d) (III) Expiração, porque (P1) está maior que (P2).
e) (II) Inspiração, porque (P) está menor que (P2).
05. (UFRN) Durante a respiração, quando o diafragma se contrai e desce, o volume da caixa torácica
aumenta, por conseguinte a pressão intrapulmonar:
a) diminui e facilita a entrada de ar.
b) aumenta e facilita a entrada de ar.
c) diminui e dificulta a entrada de ar.
d) aumenta e dificulta a entrada de ar.
e) aumenta e expulsa ar dos pulmões.
06. (PUC–PR) A maior parte do gás carbônico eliminado pelas células no seu metabolismo é
transportado no sangue:
a) combinado com a hemoglobina.
b) pelas hemácias.
c) na forma de íon bicarbonato dissolvido no plasma.
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31. d) combinado com íons hidrogênio.
e) pelos leucócitos.
07. (UFRS) A velocidade dos movimentos respiratórios aumenta quando, no sangue, a concentração:
a) da ureia aumenta.
b) da carboemoglobina diminui.
c) de CO2 é alta.
d) da oxiemoglobina é elevada.
e) da carboemoglobina permanece constante.
08. (UFES) Na expiração não ocorre:
a) relaxamento do diafragma.
b) diminuição do volume pulmonar.
c) contração da musculatura intercostal.
d) aumento da pressão intrapulmonar em relação à pressão atmosférica.
e) eliminação de dióxido de carbono.
09. (PUC–SP) Considere as seguintes etapas do processo respiratório no homem:
I. Produção de ATP nas mitocôndrias.
II. Ocorrência de hematose no nível dos alvéolos.
III. Transporte de oxigênio aos tecidos pelas hemácias.
A ordem em que essas etapas se realizam, a partir do momento em que um indivíduo inspira ar
do ambiente, é:
a) I II II.
b) II I III.
c) II III I.
d) III I II.
e) III II I.
QUESTÕES DE PROPOSIÇÕES MÚLTIPLAS
10. (UFBA) O gráfico a seguir expressa o efeito do aumento da concentração de CO2 no ar inspirado
sobre a fisiologia respiratória de diversos animais, em condições experimentais.
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32. As informações do gráfico e o conhecimento de processo, relacionados à respiração, permitem
dizer:
(01) A respiração é controlada pelo sistema nervoso, de modo involuntário, em diversos níveis da
escala evolutiva.
(02) Animais terrestres são mais sensíveis ao acúmulo de CO2 no ar inspirado do que animais
aquáticos.
(04) Alterações no sangue, provocadas pelo nível crescente de CO2 inspirado, desencadeiam um
aumento do volume respiratório.
(08) As peculiaridades das respostas dos diversos animais são mais evidentes em baixas
concentrações de CO2.
(16) As concentrações de CO2 no ar inspirado correspondem à totalidade desse gás no sangue
circulante.
(32) A reação dos organismos ao aumento do CO2 no ar inspirado integra os sistemas
respiratório, circulatório, nervoso e muscular.
GABARITO
01. E 02. B 03. D 04. C
05. A 06. C 07. C 08. C
09. C 10. 01, 04 e 32
CAPÍTULO
SISTEMA CIRCULATÓRIO
4
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33. O Sistema Circulatório Humano é do tipo fechado, em que o coração impulsiona o sangue que
circula através de vasos, voltando novamente ao coração, que novamente o impulsiona.
Com a finalidade de circular o sangue, levando-a à intimidade dos tecidos, o Sistema Circulatório
consta de:
a) Sangue.
Artérias e arteríolas
b) Vasos sanguíneos Veias e vênulas
Capilares
c) Coração – órgão propulsor do sangue – uma bomba premente.
VASOS SANGUÍNEOS
Os vasos sanguíneos são tubos de calibre variável. Podem ser divididos em artérias, arteríolas,
capilares, vênulas e veias.
Artérias - são vasos que saem do coração (Eferente). Conduzem sangue arterial, exceto artéria
pulmonar, do coração para os tecidos do corpo. Envolvidas por tecido muscular e elástico, suportam a
pressão do sangue em seu interior. Capazes de contrair e distender, pulsam no ritmo e na intensidade
do coração. Conforme se distanciam do coração, as artérias ramificam-se em arteríolas. As arteríolas
são artérias bastante finas que se ramificam em capilares. Os capilares são tão finos que permitem a
troca de gases e nutrientes entre célula e corrente sanguínea. Por apresentarem pequeníssimo
diâmetro, obrigam o sangue a fluir mais lentamente, o que facilita as trocas entre eles e as células.
As Veias são vasos que conduzem o sangue venoso do corpo ao coração (aferentes), com
exceção das veias pulmonares. São envoltas por músculos mais finos que os das artérias e recebem o
sangue das vênulas sob baixa pressão. Como o fluxo em seu interior é sempre contínuo, as veias não
pulsam. É a movimentação do tecido muscular ao seu redor que faz o sangue retornar ao coração. As
veias apresentam válvulas que se fecham após a passagem do sangue impedindo que haja refluxo.
RETORNO DO SANGUE VENOSO
A ascensão do sangue deve-se ao trabalho dos músculos do esqueleto. Quando esses músculos
se contraem, as veias que estão próximas se comprimem, impulsionando o sangue. Como as veias
possuem válvulas que só se abrem no sentido da volta ao coração, fica garantido o fluxo neste sentido.
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34. Na porção arterial do capilar, a pressão do sangue é maior que a pressão osmótica do plasma. Essa diferença de
pressões determina a saída de água contendo substâncias dissolvidas. Na porção venosa do capilar, a pressão do
sangue é reduzida, tornando-se menor que a pressão osmótica do plasma.
Há, então, retorno de fluido para o interior do capilar.
CORAÇÃO
O coração é um órgão musculoso que se encontra no tórax entre os dois pulmões e sobre o
diafragma. O espaço entre pulmões onde está localizado o coração denomina-se mediastino.
O coração humano possui três camadas.
• Pericardio - membrana serosa que reveste externamente o coração.
• Miocárdio - camada média é o músculo cardíaco responsável pelos batimentos cardíacos.
• Endocárdio - camada mais interna, contínua com a dos vasos sanguíneos.
O músculo cardíaco, o miocárdio, é irrigado por vasos sanguíneos, os vasos coronarianos ou
coronárias.
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35. O ataque do coração é tecnicamente denominado infarto do miocárdio e é a consequência mais grave da
arteriosclerose nas coronárias. Ele ocorre quando uma parte da musculatura cardíaca pára de funcionar por ficar sem
irrigação. A falta de oxigenação por alguns minutos já é suficiente para desencadear o infarto.
A fibrilação ventricular é outra doença cardíaca decorrente de isquemia no coração. Neste caso,
diferentes partes do ventrículo passam a contrair sem ritmo, perdendo a capacidade de bombear o
sangue adequadamente.
A isquemia decorrente da arteriosclerose da artéria cerebral provoca o acidente vascular cerebral
isquêmico. Dependendo da região do encéfalo que for afetada pela falta de irrigação sanguínea, podem
ocorrer manifestações clínicas, como paralisia de um dos lados do rosto e/ou do corpo, perda da fala,
dentre outras, até mesmo a morte.
Não há uma causa única para as doenças cardiovasculares, mas sabe-se que existem fatores
que aumentam a probabilidade de sua ocorrência. São os chamados fatores de risco cardiovascular,
cujos principais são: hipertensão arterial, colesterol alto, tabagismo, diabetes melito, sedentarismo,
obesidade, hereditariedade e stress.
• ANATOMIA DO CORAÇÃO
O coração possui quatro cavidades (duas Aurículas ou Átrios e dois Ventrículos), separadas
por válvulas.
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36. A Válvula Tricúspide separa o Átrio Direito do Ventrículo Direito. Esta localização impede que o
sangue reflua do Ventrículo Direito para a Aurícula Direita.
A Válvula Mitral ou Bicúspide separa o Átrio Esquerdo do Ventrículo Esquerdo, impedindo o
refluxo do Ventrículo Esquerdo para a Aurícula Esquerda.
As válvulas existentes no orifício da saída das Artérias Pulmonares e Aorta são chamadas de
Sigmoides ou Semilunares.
Na figura localize as válvulas e cavidades do coração.
Observe a seguir que o sangue chega ao coração no Átrio Direito, trazido pelas veias Cavas
(Superior e Inferior). Daí, vai para o Ventrículo Direito, passando pela Válvula Tricúspide. No átrio
esquerdo o sangue chega pelas veias pulmonares e passa pela válvula mitral para o ventrículo
esquerdo.
MOVIMENTOS DO CORAÇÃO
A contração do miocárdio é denominada Sístole.
A dilatação do miocárdio é denominada Diástole.
Estes movimentos, o coração os realiza, em média, 60 a 90 vezes por minuto, que é a frequência
cardíaca normal. Abaixo de 60, ocorre uma bradicardia e acima de 90, uma taquicardia.
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37. Quando os Atrios estão em Sístole, os Ventrículos estão em Diástole, pois, neste momento, o
sangue está fluindo das Aurículas para os Ventrículos.
Quando os Ventrículos estão em Sístole, as Aurículas estão em Diástole, pois neste momento,
as válvulas Tricúspide e Mitral estarão fechadas impedindo o refluxo sanguíneo e o sangue é lançado
nas Artérias pulmonar e Aorta.
CIRCULAÇÃO SANGUÍNEA
Na pequena circulação (circulação pulmonar), o sangue carbonado ou venoso parte do
ventrículo direito pela artéria pulmonar, que se ramifica logo em seguida em dois troncos – um que vai
para o pulmão direito, outro que vai para o pulmão esquerdo. Nos pulmões, esses troncos se ramificam
até formar uma vasta rede de capilares ao nível dos alvéolos. Ocorre a hematose, e o sangue que volta
dos pulmões já está novamente oxigenado. Ele retorna ao coração por quatro veias pulmonares, que se
juntam duas a duas, desembocando no átrio esquerdo.
Na grande circulação (circulação sistêmica), o sangue oxigenado parte do ventrículo esquerdo
pela artéria aorta, é distribuído (através de numerosas ramificações da aorta) para a cabeça, os braços,
o tronco, as vísceras abdominais e para as pernas, voltando depois, já pobre em oxigênio, mas com
elevado teor de dióxido de carbono, pelas veias cava inferior (sangue venoso que vem das pernas e dos
órgãos abdominais) e cava superior (sangue venoso que vem da cabeça e dos braços), chegando ao
átrio direito.
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38. OBSERVE O ESQUEMA
SISTEMA EXCITATÓRIO – condutor do coração
Embora seja regulado pelo sistema nervoso, o coração não depende dele para se contrair. Na
aurícula direita, próximo à entrada da cava superior, existe um aglomerado de células cardíacas que
formam o nódulo sinal-atrial (nodo sinusal), responsável pela geração dos estímulos elétricos que
promovem a contração do miocárdio. Os impulsos propagam-se, promovem a contração simultânea das
aurículas e estimulam o nódulo atrioventricular. Esse nódulo transfere os impulsos para o feixe
atrioventricular (feixe de His), cuja fibras originam a rede de Purkinge, que propaga os impulsos para os
ventrículos.
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39. A TENÇÃO
Frequência cardíaca é o número de vezes que o coração bate por minuto. Entre as pessoas
jovens e saudáveis, a frequência média é de 70 batidas por minuto (bpm). Abaixo de 60 bpm,
ocorre a bradicardia e acima de 110 bpm surge a taquicardia.
A frequência cardíaca é regulada pelo nervo vago e pelos nervos simpáticos cardíacos. O
vago é o nervo parassimpático que libera acetilcolina no coração, provocando diminuição da
frequência cardíaca, enquanto os nervos simpáticos liberam adrenalina, aumentando a
atividade do coração.
Regulação autônoma do ritmo cardíaco
A CIRCULAÇÃO LINFÁTICA
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40. A diferença de pressão na parte do capilar que conduz o sangue arterial é maior que a diferença
no lado venoso. Assim, a quantidade de líquido que sai do capilar é superior à quantidade que volta.
O excesso de líquido intersticial é recolhido pelos
vasos linfáticos e passa a se chamar linfa. Os vasos
linfáticos de todo o corpo — que constituem o sistema
linfático —, confluindo em dois grandes vasos, lançam a
linfa nas veias próximas ao coração e, assim, ela retorna
à circulação sanguínea.
Os vasos linfáticos têm outras funções, além dessa.
Por exemplo: recolhem algumas proteínas que
conseguem vazar dos capilares, devolvendo-as ao
sangue.
Após uma refeição rica em gorduras, a linfa fica
com aspecto leitoso, pois uma de suas funções é
absorver gorduras do intestino. Fora isso, os vasos
linfáticos atravessam dilatações no nosso corpo — os
nódulos linfáticos e os gânglios linfáticos —,
recolhendo linfócitos desses órgãos e lançando-os no
sangue. Os linfócitos defendem o corpo atacando
moléculas estranhas ao organismo, etc.).
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41. Exercícios
QUESTÕES DE MÚLTIPLA ESCOLHA
01. (UFF–RJ) No sistema circulatório, as trocas gasosas entre o sangue e os tecidos ocorrem no nível
de:
a) vênulas.
b) capilares.
c) arteríolas.
d) linfáticos.
e) alvéolos.
02. (UEL) A função das válvulas existentes nas veias é:
a) retardar o fluxo sanguíneo.
b) impedir o refluxo do sangue.
c) acelerar os batimentos cardíacos.
d) retardar as pulsações.
e) reforçar as paredes dos vasos.
03. (Unijuí–RS) A veia cava inferior desemboca no(a):
a) átrio direito.
b) átrio esquerdo.
c) ventrículo direito.
d) ventrículo esquerdo.
e) aurícula esquerda.
04. (UMC) Sistole e diástole são, respectivamente:
a) contração do coração e relaxamento dos pulmões.
b) contração do diafragma e relaxamento dos músculos intercostais.
c) relaxamento do coração e contração dos pulmões.
d) relaxamento do diafragma e contração dos músculos intercostais.
e) contração e relaxamento das partes do coração.
05. (Fuvest/FGV–SP) Nos mamíferos, pode-se encontrar sangue venoso:
a) na aurícula direita, na artéria pulmonar e na veia cava.
b) no ventrículo direito, na veia pulmonar e na veia cava.
c) na aurícula direita, na veia pulmonar e na artéria aorta.
d) na aurícula esquerda, na artéria pulmonar e na veia cava.
e) no ventrículo esquerdo, na veia pulmonar e na artéria aorta.
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42. 06. (FEEQ–CE) O coração funciona como uma bomba. Nos mamíferos, o sangue com baixo teor de
oxigênio é enviado aos pulmões. Por outro lado, o sangue oxigenado nos pulmões é mandado
para os vários setores do organismo. Assinale a opção correta entre as abaixo apresentadas.
a) O sangue que sai do ventrículo esquerdo é enviado aos pulmões para a oxigenação.
b) O átrio direito recebe sangue das veias cavas e o envia para o organismo.
c) As veias pulmonares levam o sangue oxigenado para o átrio esquerdo.
d) O ventrículo direito recebe o sangue oxigenado e o envia para o organismo.
e) A aorta sai do ventrículo direito e transporta sangue oxigenado.
07. (Fuvest–SP) O esquema representa um corte
longitudinal do coração de um mamífero. O sangue
que deixa o ventrículo direito (VD) e o que deixa o
ventrículo esquerdo (VE) seguirão, respectivamente
para:
(A) aurícula direita e aurícula esquerda.
(B) veia cava pulmonar.
(C) ventrículo esquerdo e pulmões.
(D) pulmões e artéria aorta.
(E) pulmões e ventrículo direito.
08. (UECE) Relacione as colunas:
1. irrigação do miocárdio
2. conduz sangue arterial
3. leva O2 para os tecidos
4. conduz sangue venoso
5. retira CO2 de circulação
( ) veia pulmonar
( ) pequena circulação
( ) artéria pulmonar
( ) grande circulação
( ) coronária
A correta sequência numérica da segunda coluna, de cima para baixo, de conformidade com a
primeira, é:
(A) 2, 5, 4, 3, 1.
(B) 1, 3, 4, 5, 2.
(C) 5, 3, 2, 4, 1.
(D) 4, 2, 3, 1, 5.
(E) 1, 4, 2, 3, 5.
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43. 09. A figura a seguir mostra o coração de um mamífero.
Assinale a alternativa correta:
a) 3, 4 e 5 são artérias que levam o sangue do coração para outras partes do corpo.
b) 1, 2 e 5 são veias que trazem o sangue venoso do corpo para o coração.
c) 5 são veias que levam o sangue do coração para os pulmões.
d) 4 é uma artéria que leva o sangue do coração para as demais partes do corpo.
e) 3 e 4 transportam o sangue arterial.
10. Em relação ao sistema humano, são feitas as seguintes afirmativas:
I. No coração, o sangue que penetra na aurícula esquerda é arterial e chega através das veias
pulmonares.
II. O coração envia sangue venoso aos pulmões através das artérias pulmonares, que saem do
ventrículo esquerdo.
III. Através da artéria aorta, o sangue chega ao ventrículo esquerdo de onde é distribuído para
todo o corpo.
Indique a alternativa correta:
a) Todas são verdadeiras.
b) Somente I e II são verdadeiras.
c) Somente II e III são verdadeiras.
d) Somente I é verdadeira.
e) Somente II é verdadeira.
11. Numere a segunda coluna de acordo com a primeira e assinale a alternativa que apresenta a
ordem correta.
1. Conduzem o sangue do coração para as diversas partes do corpo.
2. Permitem a grande irrigação sanguínea com todas as células do corpo.
3. Coletam o sangue das diversas partes do corpo e conduzem-no de volta ao coração.
( ) Veias
( ) Artérias
( ) Capilares
a) 2, 1, 3
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44. b) 2, 3, 1
c) 3, 1, 2
d) 3, 2, 1
e) 1, 3, 2
12. A função do nódulo sinoatrial no coração humano é:
(A) regular a circulação coronariana.
(B) controlar a abertura e o fechamento da válvula tricúspide.
(C) funcionar como marca-passo, controlando a ritmicidade cardíaca.
(D) controlar a abertura e o fechamento da válvula mitral.
(E) controlar a pressão diastólica da aorta.
QUESTÕES DE PROPOSIÇÕES MÚLTIPLAS
13. (UFSC) Examine o esquema abaixo e indique a(s) proposição(ões) correta(s), no que diz
respeito à circulação do sangue no corpo humano:
(01) O sangue, passando pelas veias cavas, chega ao coração, rico em CO2.
(02 O sangue, passando pela artéria pulmonar, sai do coração e vai ao pulmão, onde sofre
hematose.
(04) O sangue, passando pela veia pulmonar, chega ao coração, saturado de O2.
(08) O sangue, saindo do coração pela artéria aorta, circula pelo corpo, passando pelos rins,
onde sofre filtração.
(16) O sangue, uma vez filtrado nos rins, circula e entra no coração pela aurícula direita.
(32) O sangue, ao circular pelos diferentes tecidos do corpo, executa a função de transportar
gases, nutrientes e produtos de excreção.
14. Durante os primeiros 4.700 anos da história escrita da humanidade, desconhecia-se o fato mais
elementar sobre o sangue – que ele circula. Foram Willian Harvey (1578-1657) e Marcello
Malpighi (1628-1694) que, no século XVII, demonstraram esse fato.
O conhecimento sobre a importância evolutiva dos sistemas circulatórios sua estrutura e as
funções orgânicas a eles relacionadas permite afirmar:
(01) O fato do sangue circular atende à necessidade de distribuição de substâncias às diversas
partes do organismo.
(02) A manutenção da corrente sanguínea dentro de artéria, capilares e veias caracteriza sistema
circulatório fechado.
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45. (04) O sistema circulatório foi fundamental para o sucesso evolutivo dos animais pluricelulares.
(08) As funções exercidas através do sistema circulatório prescindem da presença de células no
sangue.
(16) Um sistema circulatório aberto dispensa a presença de uma estrutura propulsora do sangue.
(32) A presença de pigmentos sanguíneos está associada à função protetora do sistema
circulatório.
15. Símbolo da própria vida, ele é um músculo que funciona como uma paciente e econômica bomba
hidráulica.
A cada minuto, envia 5 a 6 litros de sangue para todos os órgãos do corpo humano.
(WIZIACK, In: Veja, p. 120)
Sobre o coração e a fisiologia circulatória, é correto afirmar:
(01) O tipo de compartimentação do coração em aves e mamíferos impede a mistura de sangue
arterial com sangue venoso.
(02) Coração com câmaras e vasos sanguíneos conectados por capilares integram sistemas
circulatórios abertos ou lacunares.
(04) O miocárdio é um músculo constituído por fibras lisas que se caracteriza por uma contração
voluntária.
(08) As artérias transportam, apenas, sangue oxigenado, enquanto as veias se incumbem do
transporte do sangue impuro.
(16) O circuito sanguíneo que envolve coração - pulmões- coração estabelece a pequena
circulação.
(32) A contração do ventrículo direito dá início à grande circulação que proporciona a ocorrência
de hematose.
(64) A atividade circulatória realiza a integração de diversas funções orgânicas, tais como
nutrição, excreção e defesa.
GABARITO
01. B 09. D
02. B 10. D
03. A 11. C
04. E 12. C
05. A 13. 01, 02, 04, 08, 16 e 32
06. C 14. 01, 02 e 04
07. D 15. 01, 16 e 64
08. A
CAPÍTULO
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46. SISTEMA URINÁRIO
ANATOMIA
- Rins
Cálices
- Sistema Pielo-calicial
Bacinetes
Ureteres
- Vias Urinárias Bexiga
Uretra
OS RINS
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47. Os rins têm cor vermelha-escura, em forma de grão de feijão e cada um deles mede pouco mais
de 10cm de comprimento. Localizam-se na parte posterior da cavidade abdominal, logo abaixo do
diafragma, um de cada lado da coluna vertebral. Nessa posição, estão protegidos pelas últimas costelas
e também por uma camada de gordura.
O rim possui uma cápsula fibrosa envolvente, que protege sua região mais externa, o córtex
renal. A parte mais interna é a medula renal. Na região do córtex renal estão localizados os néfrons,
estruturas microscópicas responsáveis pela filtração do sangue e pela remoção das excreções. Cada
rim apresenta mais de 1 milhão de néfrons. Na medula renal localizam-se tubos provenientes dos
néfrons, os dutos coletores de urina.
Ureteres, bexiga urinária e uretra
Os ureteres são tubos que conduzem a urina da pelve renal à bexiga urinária. Sua parede é
formada por três camadas de tecido: uma camada mucosa interna, uma camada intermediária de
musculatura não estriada e uma camada externa fibrosa. Cada ureter parte da pelve de um dos rins,
descendo pela parede posterior do abdome desembocando na parte lateral posterior da bexiga
urinária. Ureteres realizam movimentos peristálticos, que facilitar a condução da urina em seu interior.
A bexiga urinária é uma bolsa de parede musculosa localizada na cavidade pélvica.
A bexiga dos homens posiciona-se imediatamente à frente do reto; nas mulheres, entre a bexiga
e o reto, localiza-se o útero. A função da bexiga é armazenar a urina, que flui continuamente dos
ureteres, até sua eliminação do corpo. A bexiga de uma pessoa adulta tem capacidade para armazenar
cerca de 300 mL de urina.
A uretra é o canal que sai da bexiga e conduz a urina para fora do corpo.
A uretra feminina é pequena e, diferentemente da uretra masculina, é exclusiva do sistema
urinário. Ela abre-se para o exterior entre os lábios menores, logo abaixo do clitóris. No homem é mais
longa, passa por dentro do pênis e desemboca na glande.
ESTRUTURA DO RIM
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48. FISIOLOGIA DO SISTEMA URINÁRIO
A função dos rins é filtrar o sangue, dele removendo a ureia, sais, ácido úrico e outras
substâncias que estejam em excesso no organismo. O sangue a ser filtrado chega ao rim pela artéria
renal, que se ramifica muito no interior do órgão, originando grande número de pequenas artérias,
denominadas arteríolas aferentes. Cada uma dessas arteríolas penetra na cápsula renal de um néfron,
onde se ramifica, formando um enovelado de capilares, o glomérulo renal.
Formação da urina
O sangue proveniente das artérias renais penetra nos capilares do glomérulo sob alta pressão
(entre 70mm Hg e 80mm Hg), o que força a saída de líquido sanguíneo para a cápsula renal. Esse
líquido que composição química semelhante à do plasma sanguíneo, com a diferença de que não
possui células nem moléculas de proteínas e de lipídios; devido ao seu tamanho, essas moléculas são
incapazes de atravessar as paredes dos capilares glomerulares. Diariamente, passam pelos rins de
uma pessoa quase 2.000 L de sangue, formando-se cerca de 160 L de filtrado glomerular.
Reabsorção de substâncias úteis do filtrado
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49. No decorrer do trajeto do filtrado glomerular pelo túbulo contorcido proximal, ocorre reabsorção
dessa solução, de grande parte da água e de outras substâncias, as quais retornam ao sangue dos
capilares do néfron.
Essa reabsorção é um processo ativo, em que há dispêndio de energia por parte das células do
túbulo renal. Em condições normais, toda a glicose, todos os aminoácidos, todas as vitaminas e grande
parte dos sais presentes no filtrado glomerular retornam ao sangue. No caso de alguma dessas
substâncias estar em concentração anormalmente elevada no sangue, ela não é totalmente absorvida e
parte é excretada na urina. É isso que acontece, por exemplo, com pessoas portadoras de diabetes
melito; a alta concentração de glicose no sangue faz com que parte desse glicídio não seja reabsorvida
pelo túbulo renal, sendo eliminada na urina.
Na alça néfrica ocorre principalmente reabsorção da água do filtrado, que vai se tornando cada
vez mais concentrado. As células da parede do túbulo contorcido distal absorvem ativamente dos
capilares próximos substâncias indesejáveis, como ácido úrico e amônia, lançando-as na urina em
formação. Ao fim do percurso pelo túbulo do néfron, o filtrado glomerular transformou-se em urina, um
fluido aquoso, de cor amarelada e que contém predominantemente ureia, além de quantidades menores
de amônia, ácido úrico e sais. A partir dos 160 L de filtrado glomerular produzidos diariamente nos rins
de uma pessoa forma-se apenas 1,5 L de urina. Portanto,
mais de 98% da água do filtrado são reabsorvidos durante o trajeto pelo túbulo do néfron. Os
capilares que reabsorvem as substâncias úteis dos túbulos renais originam-se pela ramificação da
arteríola eferente, pela qual o sangue deixa a cápsula renal. Esses capilares reúnem-se posteriormente,
originando uma vênula que desemboca na veia renal, que leva o sangue para fora do rim, em direção
ao coração.
Esquema que ilustra a função do néfron, aqui representado simplificadamente, bem como a rede
capilar, representada como um único vaso. Em seqüência, ocorrem a filtração glomerular, a reabsorção
de substâncias úteis no túbulo contornado proximal, a reabsorção de água na alça de Henle e a
eliminação ativa de excreções no túbulo contornado distal. A tabela mostra as principais substâncias
envolvidas em cada um desses processos.
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50. Regulação da reabsorção de sódio
O balanço de líquidos no corpo está intimamente ligado à presença e quantidade do íon sódio
(Na+) no sangue. Quando ingerimos alimentos salgados, aumenta a taxa sanguínea de sódio, o que
provoca aumento da concentração do sangue. Centros nervosos do hipotálamo, conhecidos como
centros da sede, detectam esse aumento de concentração e causam a sensação de sede. Se a pessoa
beber líquidos, a água diluirá o sangue, baixando sua concentração aos níveis normais.
O volume sanguíneo, porém, aumenta, situação que deve ser imediatamente corrigida para que
não haja aumento da pressão arterial. O restabelecimento do volume sanguíneo a seu nível normal é
conseguido pela diminuição na produção de ADH, que resulta em maior eliminação de água na urina.
A quantidade de sódio no sangue é controlada pelo hormônio aldosterona, secretado pelo córtex
da glândula adrenal. Quando a quantidade de sódio no sangue baixa, aumenta a secreção do hormônio
aldosterona, que atua sobre os túbulos contorcidos distais e sobre os ductos coletores, estimulando a
reabsorção de sódio do filtrado glomerular. A secreção
do hormônio aldosterona, por sua vez, é regulada pela enzima renina e pelo peptídio
angiotensina. Se a pressão sanguínea diminui, ou se a concentração de sódio no sangue aumenta, os
rins liberam renina no sangue.
A renina é uma enzima que catalisa a formação de uma proteína sanguínea chamada de
angiostensina a partir de um precursor denominado angiostensinogênio, presente no sangue e
produzido pelo fígado. A angiotensina causa diminuição do calibre dos vasos sanguíneos, o que
provoca aumento da pressão arterial, estimulando a secreção de aldosterona. Esta, por sua vez, induz
um aumento na reabsorção de sódio pelos rins.
O coração também interage com o sistema urinário atuando na regulação da pressão arterial.
Quando o volume de sangue aumenta, por exemplo, pela ingestão de grande quantidade de água, há
uma expansão maior dos átrios cardíacos, o que induz o coração a liberar um hormônio conhecido
como peptídio natriurético atrial (PNA). Esse hormônio, sintetizado principalmente por células do átrio,
inibe a secreção de sódio e o fluxo de urina. O PNA também antagoniza a ação vasoconstritora da
angiotensina e de outras substâncias vasoconstritora, reduzindo a pressão arterial.
Regulação da reabsorção de água
A reabsorção de água pelos rins está sob controle do hormônio antidiurético, também conhecido
pela sigla ADH. Esse hormônio é sintetizado no hipotálamo (uma região de encéfalo) e liberado pela
parte posterior da glândula hipófise. O ADH atua sobre os túbulos renais, provocando aumento da
reabsorção de água do filtrado glomerular.
Quando bebemos pouca água, o corpo se desidrata e a tonicidade do sangue aumenta. Certas
células do encéfalo percebem a mudança e estimulam a hipófise a liberar ADH. Como consequência, há
maior reabsorção de água pelos túbulos renais. A urina torna-se mais concentrada e a quantidade de
água eliminada diminui.
A ingestão de grandes quantidades de água tem efeito inverso. A tonicidade do sangue diminui,
estimulando a hipófise a liberar menos ADH. Em consequência, é produzido maior volume de urina mais
diluída.
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51. UREOGÊNESE
É um processo de formação da ureia; a ureia é formada (produzida) no fígado, no ciclo da
ornitina, e eliminada principalmente pela urina.
A ornitina é um aminoácido que não costuma entrar na composição das proteínas comuns.
A ornitina combina-se com uma molécula de CO2 e uma molécula de NH3 (Amônia), perde H2O e
se transforma num outro aminoácido, também raro, chamado de citrulina.
A citrulina, por sua vez, pode combinar-se com outra molécula de NH 3, perde mais uma molécula
de H2O, e origina um outro aminoácido chamado de arginina, que é mais comum que os outros dois.
Finalmente, para fechar o ciclo, a arginina combina-se com uma molécula de H2O, libera uma
molécula de
ureia e restaura a ornitina, isto é, volta a se transformar em ornitina.
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52. COMPOSIÇÃO DA URINA
Um adulto elimina, em média, 1,5 a 2,0 litros de urina em 24 horas. A urina é um líquido amarelo,
graças a um pigmento chamado de urobilina, e ácido.
Em 1,0 litro de urina há mais ou menos, 950cm3 de água (950g de água), 20 a 25g de ureia, 0,5 a
0,6g de ácido úrico, 10 a 12g de NaCl e 4 a 10g de outros sais minerais. Também encontramos traços
de colesterol na urina.
Já vimos que, quando há lesão glomerular ou quando o organismo não está funcionando bem, os
rins podem eliminar substâncias úteis, como, por exemplo, a glicose, albumina, sangue etc. Dá-se o
nome de glicosúria à eliminação de glicose pelos rins; dá-se o nome de albuminúria à eliminação de
albumina pelos rins; dá-se o nome de hematúria à eliminação de sangue pelos rins.
NÃO ESQUEÇA
FUNÇÃO ENDÓCRINA DOS RINS
1. Quando a pressão sanguínea ao nível dos rins cai acentuadamente, algumas células renais
produzem um hormônio chamado renina, que é lançado no sangue.
A renina estimula a transformação de uma proteína plasmática chamada angiotensinogênio, em
angiotensina. A angiotensina, por sua vez, estimula a glândula adrenal (ou supra-renal) a lançar
no sangue a aldosterona, que estimulará a reabsorção de Na+ e Cl– ao nível do túbulo contornado
proximal.
O volume circulatório aumentará e a pressão do sangue voltará a níveis normais.
2. Eritropoetina: hormônio produzido pelos rins e que estimula a medula óssea vermelha a produzir
hemácias.
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53. Exercícios
QUESTÕES DE MÚLTIPLA ESCOLHA
01. (Umesp–SP) Durante o metabolismo celular são produzidas substâncias nitrogenadas tóxicas ao
organismo, que são excretadas. Na espécie humana, a ureia é uma delas. Se compararmos a
concentração de ureia na urina inicial (filtrado glomerular) e na urina que é eliminada, teremos:
a) concentração maior na urina inicial, pois ainda ocorrerá filtração.
b) concentrações iguais, pois a quantidade de ureia é a mesma nos dois líquidos.
c) concentração maior na urina inicial se tivermos ingerido muita água.
d) concentração maior na urina eliminada, pois parte da água que compunha a urina inicial foi
reabsorvida.
e) concentração menor na urina eliminada se tivermos ingerido alimentos salgados.
02. Considere as listas a seguir referentes a estruturas e funções do sistema excretor humano.
I. néfron A. condução de urina para o meio externo
II. bexiga B. produção de urina
III. uretra C. armazenamento de urina
IV. ureter D. condução de urina até o órgão armazenador
Assinale a alternativa que associa corretamente cada estrutura à sua função.
a) IA, IIB, IIIC, IVD
b) IB, IIC, IIIA, IVD
c) IB, IID, IIIC, IVA
d) IC, IIA, IIID, IVB
e) ID, IIC, IIIB, IVA
03. (Cesgranrio–RJ) A ingestão de bebidas alcoólicas inibe a liberação do hormônio responsável pelo
aumento da permeabilidade das membranas das células dos túbulos renais.
Com isso, é diminuída a reabsorção:
a) passiva de água, o que diminui a concentração sanguínea e concentra a urina.
b) passiva de água, o que aumenta a concentração sanguínea e dilui a urina.
c) passiva de água, o que diminui a concentração sanguínea e dilui a urina.
d) ativa de água, o que aumenta a concentração sanguínea e dilui a urina.
e) ativa de água, o que diminui a concentração sanguínea e concentra a urina.
04. Três amostras de urina humana foram analisadas e revelaram a seguinte composição:
A um indivíduo normal, poderia(m) pertencer:
a) apenas I.
b) apenas II.
c) apenas III.
d) apenas I e II.
e) I, II e III.
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54. 05. (FCMSC–SP) O sangue de um mamífero, que chega à veia cava inferior, vindo do fígado, contém,
relativamente, grande quantidade de:
a) oxigênio e de ureia.
b) gás carbônico e de ureia.
c) ureia e pequena de gás carbônico.
d) gás carbônico e pequena de ureia.
e) oxigênio e pequena de ureia.
06. (PUC–RJ) A ausência ou disfunção dos rins pode causar a morte devido ao acúmulo de resíduos
altamente tóxicos no sangue. Contudo, essa disfunção pode ser compensada por aparelhos que
realizam a hemodiálise, que farão a filtração dos resíduos:
a) nitrogenados do catabolismo protéico.
b) nitrogenados do anabolismo protéico.
c) nitrogenados do anabolismo glicídico.
d) hidrogenados do anabolismo glicídico.
e) hidrogenados do catabolismo glicídico.
07. (FCMSC–SP) Os animais têm adaptações para:
I. remover produtos finais do metabolismo.
II. manter diferentes íons em concentrações adequadas.
III. manter a água do organismo em quantidades adequadas.
O sistema excretor está relacionado:
a) apenas com I.
b) apenas com I e II.
c) apenas com I e III.
d) apenas com II e III.
e) com I, II e III.
08. (UMC–SP) O líquido que penetra na cápsula de Bowman pode ser chamado:
a) plasma.
b) linfa.
c) soro.
d) ultrafiltrado.
e) sangue.
09. (UFAL) “No homem, os produtos de excreção, resultantes do metabolismo, chegam ao fígado sob
a forma de ....I.... e, nesse órgão, são transformados em ....II....”.
Para completar corretamente a frase acima, basta substituir I e II, respectivamente, por:
a) amônia e ureia.
b) ureia e amônia.
c) amônia e ácido úrico.
d) ureia e ácido úrico.
e) ácido úrico e ureia.
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