1. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
DEPARTAMENTO DE PEDIATRIA
INTERNATO EM PEDIATRIA I
COQUELUCHE
Ana Nataly
Damião Julião
Giovanni Galeno
João Augusto
Marina Mayara
2. Caso Clínico
• MYSF, feminino, 05meses, natural e procedente de
Natal.
• QP: crise de tosse
• HDA: Paciente há 15 dias com tosse seca. Há 01
semana houve piora da tosse, que passou a ocorrer
com paroxismos, cianose, vômito pós-tosse,
dispnéia. Nega febre. Fez uso de fluimucil VO,
predsin, motillium e NBZ com atrovent e berotec,
sem melhoras. Procurou Sandra Celeste onde fez
hemograma e PCR e foi iniciado Eritromicina.
Chegou ao PS do HMAF em acesso de tosse,
seguido de guincho inspiratório, rouquidão, palidez
cutânea, sudorese em face.
3. Caso Clínico
Exame físico o
Na admissão:
• SO2=99% em MV com FiO2 de 50%, FR=
58irpm, FC= 200bpm, HGT=89,
•Peso = 5800g
•AP: MV +, com roncos de transmissão, expiração
pouco prolongada.
•ACV: RCR em 2T, BNF, sem sopros
•Abd: flácido, sem megalias
4. Caso Clínico
Exames Laboratoriais o
•Hemograma do Sandra Celeste:
Hb 12,1
Ht 36,9%
Leuco 26700 (22.6; 0.7; 2.1; 69.4; 5.2)
•PCR negativa
•Gasometria arterial em MV 50%:
pH 7.38; pO2 140.3; pCO2 38.8;
HD: Coqueluche
5. COQUELUCHE
• Definição
– Doença infecciosa aguda
– Transmissível por meio de perdigotos
– Acometimento de AP respiratório
– Paroxismos de tosse seca
6. COQUELUCHE
• Epidemiologia
- Populações aglomeradas
- Época do ano: primavera e no verão
- Morbidade da coqueluche no país já foi elevada:
Década de 80 eram notificados mais de 40 mil
casos anuais
o coeficiente de incidência era superior a
30/100.000 habitantes.
7. COQUELUCHE
• Epidemiologia
- 1973: Introdução da Vacina DTP p/ < 07 anos
Inicialmente baixa cobertura
- A partir dos anos 90: Alta cobertura vacinal
Provocando queda da incidência da
doença
9. COQUELUCHE
• Epidemiologia
- Menores de 01 ano concentram cerca de 50% do total
de casos;
Provavelmente por apresentarem sintomatologia
mais grave procuram atendimento
- Menores de 01 ano maior letalidade
Principalmente < 06 meses
11. COQUELUCHE
• Fases da doença
– Período de incubação ( 5-10 dias)
– Fase catarral : manifestações respiratórias e
sintomas leves (1-2 sem)
– Fase paroxística: Afebril ou febre baixa. Paroxismos
de tosse seca finalizados por inspiração forçada
(GUINCHO), seguidos de vômitos ( 2-6 sem)
– Fase de convalescença: Paroxismos desaparecem.
Tosse comum ( 2-6 sem)
12. COQUELUCHE
• Agente etiológico
– Bordetella pertussis. Gram-
negativo, aeróbio, não-
esporulado, imóvel, provido de cápsula e
fímbrias.
14. COQUELUCHE
• Modo de transmissão
– Contato direto de pessoa doente com
pessoa suscetível ( perdigotos)
15. COQUELUCHE
• Período de transmissibilidade
– 05 dias após o contato com o doente( final do
período de incubação) até 03 semanas após o
início dos acessos de tosse ( fase paroxística)
– A maior transmissibiladade ocorre na fase
catarral
• Obs.: Em lactentes < 06 meses o período de
transmissibilidade pode se estender por até 06
semanas
16. COQUELUCHE
• Suscetibilidade e imunidade
– Imunidade após adquirir doença ou
vacinar-se
– Imunidade duradoura, mas não
permanente
– 5 a 10 anos após a última dose, a
proteção imunológica pode declinar
17. COQUELUCHE
• Complicações
– Pneumonia e otite média por B. Pertussis
– Pneumonia por agentes de outras etiologias
– Atelectasias, pneumotórax, ruptura
diafragmática
– Hemorragias intracerebrais
– Hemorragias subconjutivais
– Hérnias umbilicais, inguinais, diafragmáticas
18. COQUELUCHE
• Diagnóstico
– Isolamento do B. Pertussis ( padrão-ouro)
– Cultura de material colhido de nasofaringe
• Obs.: O material deve ser colhido antes do
início da antibioticoterapia ou até 03 dias após
seu início
19. COQUELUCHE
• Outros métodos diagnósticos
– PCR de secreção de Nasofaringe
– Sorologia ELISA IgG e IgA antitoxina
pertussis
20. COQUELUCHE
• Métodos inespecíficos
– Hemograma: No período paroxístico o número de
leucócitos podem se elevar a 30.000-40.000
associado a uma linfocitose de 60-90%
– VHS apresenta-se normal ou dimuído apesar de
se tratar de uma doença infecciosa
– Rx de tórax pode mostrar espessamento
peribrônquicos que se estende do hilo ao
diafragma, dando a origem a imagem de “coração
felpudo”
21. COQUELUCHE
• Diagnóstico diferencial
– Outras infecções respiratórias agudas
• Traqueobronquites
• Laringites
• Bronqueolites
• Adenoviroses
• Pneumonias atípicas ( M. pneumoniae, C.
pneumoniae)
22. COQUELUCHE
• Tratamento
– Estolato de Eritromicina( 40-50 mg/kg/dia 14 dias)
• Erradica o agente do organismo em 1 a 2 dias
promovendo a diminuição do P. de transmissibilidade
da doença
- Obs.: a Imunoglobulina Humana não possui efeito terapêutico
comprovado
23. COQUELUCHE
• Tratamento
– Salbutamol: estudos clínicos e relatos sugerem
melhora dos sintomas paroxísticos.
– Corticóides: Estudos controlados com betametasona
VO e hidrocortisona IM por 02 dias com redução
gradual até o 6º-8º dia, mostrou redução do número,
severidade e duração dos paroxismos.
– Anticonvulsivantes: Indicado no controle da crise
convulsivas e na persistência delas. O fenobarbital
poderá ser utilizado com objetivo de sedar o
paciente, na tentativa de reduzir os acessos de
tosse.
24. COQUELUCHE
• Quimioprofilaxia
• Deve ser realizada com estolato de eritromicina por 10
dias com doses de tratamento em:
– Contatos íntimos menores de 01 ano, independente de situação
vacinal e de apresentar quadro de tosse
– Menores de 07 anos não vacinados, com vacinação
desconhecida ou com menos de 04 doses de DTP de células
inteiras ou acelular
– Adultos que têm contato com crianças menores de 05 anos ou
imunodeprimidos. Todo devem iniciar quimioprofilaxia e mantê-
los afastados de suas atividades por 05 dias, contados a partir
do início do uso do antimicrobiano
– Pacientes imunodeprimidos
25. COQUELUCHE
• Cuidados gerais importantes:
– Durante o acesso de tosse, o paciente deve ser
colocado em decúbito de drenagem (lateral).
Evita aspiração de vômitos e secreções
respiratórias.
– Em episódios de apnéia ou cianose, aspirar a
secreção nasal e oral. Indica-se oxigenioterapia.
Pode-se utilizar respiração artificial não invasiva
(AMBU).
26. Bibliografia
• 1. Doenças Infecciosas e Parasitárias: Guia de
bolso. 8ª edição.2010.
• 2. Coqueluche em paciente adulto: relato de caso e
revisão da literatura. Revista da AMRIGS, Porto
Alegre, 54 (1): 59-62, jan.-mar.2010
• 3.Clinical features and diagnosis of Bordetella
pertussis infection in infants and children. Yeh S,
Mink CAM.UpToDate. 2012.