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BRENDA PIMENTEL
AS ENTRELINHAS DO MERCADO JORNALÍSTICO
Resenha apresentada a disciplina
Marketing em atividades jornalísticas
Para composição da média bimestral
Prof° Fábio Pacheco
FRANCA
2013
RESENHA – JORNALISMO E MERCADO: ANÁLISE DA COMPETIÇÃO
ENTRE VEÍCULOS JORNALÍSTICOS
As entrelinhas do mercado jornalístico
Ao longo das décadas, o jornalismo, assim como os veículos de comunicação
procuram estabelecer diretrizes para enraizar seu público, ou fazê-lo fiel a determinada
publicação. No trabalho teórico realizado pelo professor do Curso de Jornalismo da
UFSC, Hélio A. Schuch, essa questão encontra-se bastante evidente.
Analisando as entrelinhas, ou melhor, as entranhas do mercado jornalístico,
Schuch oferece uma visão panorâmica sobre as decisões tomadas pelos veículos de
comunicação como empresas para se assegurar no mercado. Neste âmbito de
observação, o ápice da competição jornalística se refere basicamente à diferenciação,
isto é, a segmentação dos meios. Em seu estado abrangente, a diferenciação qual se
refere o autor trata de questões que vão além do teor informativo. Ou seja, atualmente,
os meios de comunicação necessitam oferecer algo mais ao leitor, telespectador ou
ouvinte. Quesitos como instantaneidade, modelo de abordagem e principalmente,
publicidade, brindes, formas de pagamentos e preço em si são fatores que determinam a
não migração, assim como maior acúmulo de público em um meio de comunicação
específico.
Diante dessa posição teórica vê-se com mais clareza a questão da grande
audiência que possuem os veículos digitais em relação aos impressos. Porém, é
importante observar a fidelidade do público deste último quando comparado aos
telespectadores ou ouvintes dos meios digitais. De uma forma ou de outra, nota-se
evidentemente que todos os veículos, digitais ou não, almejam manter e aumentar sua
audiência. Para isso, utilizam com afinco suas características mercadológicas.
Em consonância aos estudos de Schuch, considero a questão da segmentação e
diferenciação como fator primordial para a consolidação de um determinado público.
Neste contexto é relevante ponderar que quando um veículo possui grupos de público
específico, a manutenção do mesmo é leve e bastante facilitada, como já elucidado
acima no comparativo digital e impresso.
De fato, a segmentação é pioneira na sobrevivência dos meios de comunicação.
Há algum tempo, a estagnação dos veículos foi se tornando preocupante a seus
respectivos proprietários. As publicações se depararam com o desafio de inovar para
tornar o suporte mais atrativo. Na década de 50, os veículos impressos e também
digitais começaram a revolucionar seu modo de apresentação ao público, ou seja, o
suporte em si. Os formatos se modificaram vagarosamente e sofreram mutações ao
longo do tempo para suprir a demanda do público.
“Desde a revolução gráfica ocorrida no Jornal do Brasil em
1958, no Rio de Janeiro, quando Odylo Costa Filho, Reinaldo
Jardim e Amílcar de Castro surpreenderam tanto os profissionais
de imprensa quanto os leitores eliminando certos conceitos
tradicionais até então intocáveis (fio separando as colunas), o
texto e as fotos passaram a ter um tratamento mais respeitável e
todo o jornal, da primeira à última pagina, ganhou uma estrutura
homogênea, de aparência agradável, dinâmica, facilitando e
convidando a uma leitura fácil. Foi o chamado ciclo de
padronização gráfica que revolucionou o comportamento dos
profissionais de imprensa e os leitores, com propósito de
melhorar a comunicação impressa”. (SILVA, Rafael Sousa;
1985, p.51)
O excerto retirado do livro “Diagramação: O planejamento visual gráfico na
comunicação impressa” elucida bem a questão de que os meios de comunicação
necessitam de mudanças no suporte. É necessário que se tenha inovações. Como dito,
todos os veículos veteranos do ramo tiveram que se adequar aos quesitos estéticos para
se tornarem mais atrativos. Isso garantiu a sobrevivência de pelo menos metade deles.
O que se observa hoje é que a demanda vai além de algo visual, pois, isso já foi
alcançado. A meta, ou melhor, o desafio dos meios de comunicação é atender a
demanda de públicos cada vez mais diversificados, com ideais, preferências e
principalmente, exigências novas.
E isso, claro, resulta na grande competitividade vista atualmente, fazendo com
que os meios se estreitem e segmentem-se para garantir seu público e
conseqüentemente, sua sobrevivência.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SILVA, Rafael Sousa – Diagramação: O planejamento visual gráfico na comunicação
impressa. São Paulo: Summus, 1985. P. 51

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