1. 1. Propriedade de 6 hectares
(região de pastagem)
Localidade: Litoral Paranaense
2. Introdução •
Os sistemas agroflorestais são formas de manejo da terra em que as
espécies agrícolas e florestais são plantadas e manejadas em
associação, segundo os princípios da dinâmica natural dos
ecossistemas. Representam a interface entre a agricultura e a
floresta, otimizam a produção através da conservação do potencial
produtivo dos recursos naturais e apresentam um grande potencial
para os países tropicais, ricos em biodiversidade. Os sistemas
agroflorestais envolvem técnicas antigas, tradicionalmente usadas
por índios e populações tradicionais. Os SAF’s são sistemas de
manejo sustentado da terra que aumentam o seu rendimento,
combinando a produção de plantas florestais com cultivos agrícolas
e, ou, animais, de forma deliberada, na mesma unidade de terreno,
de maneira simultânea ou seqüencial, para obter benefícios das
interações ecológicas e econômicas resultantes, envolvendo práticas
de manejo em consonância com os anseios da população local.
3. Fundamentação Teórica:
A diversificação de culturas ocasiona uma melhora
significativa das propriedades físicas, químicas e
biológicas do solo por meio de ciclagem de nutrientes e
controle de erosão. Protege o solo da ação
desagregante do impacto das gotas de chuva e contribui
para a redução da amplitude de variação de temperatura
e umidade local, protegendo, em alguns casos, inclusive
as culturas do efeito de geadas em regiões mais frias. As
condições criadas pelo uso de diversas espécies de
diversos estratos possibilitam o desenvolvimento de
culturas que são beneficiadas pelo sombreamento.
4. Objetivo:
● • Viabilizar estratégias para a implantação de SAF’s,
considerando as características da área degradada e
seu entorno, com espécies vegetais características da
região fitogeográfica, considerando a importância das
relações entre solos/recursos hídricos/fatores sócio-
econômicos-culturais.
Promover a recuperação e conservação dos recursos
naturais (região de pastagem). Adota-se alternativas
agroflorestais de uso da terra esperando concentrar
esforços para socializar, estilos de SAFs de
comprovada sustentabilidade, de forma a aumentar os
níveis de biodiversidade dos sistemas e, recuperar o
solo.
5. Metodologia de Implantação:
Na fase de implantação do SAF, primeiramente serão cultivados feijão
mucuna preto e capim Napier Roxo, com a finalidade de recuperar o solo
através da adubação verde disponibilizando matéria orgânica e fixando
nitrogênio no solo. Depois dos primeiros manejos, serão implantados
cultivos de ciclo curto – principalmente arroz, milho, feijão, mandioca ou
aipim – e a criação de pequenos animais domésticos, que cumprem um
papel imprescindível quanto à segurança alimentar da família. As áreas
ocupadas pelos cultivos de ciclo curto iniciais são enriquecidas com o
plantio de espécies mais persistentes ou perenes. A maior variedade de
espécies cultivadas no SAF melhora a qualidade da dieta alimentar e
aumenta a renda gerada pela comercialização dos produtos (café, cacau,
erva mate, frutas, etc). Serão também coletadas sementes de árvores
nativas, a fim de aumentar a biodiversidade.
6. Espécies componentes dos SAFs:
As espécies cultivadas ou mantidas nos SAFs são as mais
diversas possíveis e, de modo geral, pertencem a pelo menos um
dos seguintes grupos:
Espécies prioritárias: anuais, persistentes ou perenes utilizadas
para o auto-consumo, considerando a segurança e soberania
alimentar da família agricultora em diversidade e qualidade, e
para a geração e apropriação da renda (beneficiamento e
comercialização).
Espécies anuais: arroz, feijão, milho, mandioca, hortaliças, etc.
Espécies plurianuais ou espécies persistentes: bananeiras,
gengibre, araruta, pacová, etc.
Espécies perenes: cacau, café, inúmeras frutíferas, erva-mate,
espécies madeiráveis, algumas plantas medicinais, bambus, etc.
7. ● Espécies de serviço: são espécies (preferencialmente
perenes ou semi-perenes) funcionais na prestação de
serviços principalmente em termos de
sustentabilidade ambiental do sistema produtivo,
como solo, água, planta e animais. Nesta categoria
podemos também considerar:
As plantas repelentes,que ajudam a controlar
determinadas pragas e, eventualmente, as doenças
das espécies prioritárias; entre elas: o nîm
(Azadirachta indica), o cravo-do-defunto (Tagetes
minuta), o gengibre (Zingiber oficinale);
As plantas indicadoras, e;
As plantas invasoras (invasoras benéficas e invasoras
de risco).
8. Na composição do SAF, principalmente
durante os primeiros anos de sua implantação
e manejo, é importante considerar a
“densidade” dos plantios iniciais. Um SAF
muito aberto pode ser invadido por plantas
herbáceas e arbustivas indesejáveis. Daí a
importância de empregar espécies de serviço
(espécies adubadoras e espécies de
cobertura) para impedir a entrada de plantas
invasoras. Na medida em que o SAF se
desenvolve, as espécies adubadoras podem
ser submetidas a podas e/ou rebaixamento,
visando diminuir seus efeitos de competição e
ajudando na acumulação de matéria orgânica.
9. Manejo de solos •
Rotação das culturas:
A rotação de culturas contribui para diminuir a
incidência de pragas e doenças. No caso de
SAFs sucessionais, a rotação das culturas faz
parte do sistema. A falta de rotação das
culturas é ponto fraco dos SAFs estáticos.
Sistemas agroflorestais empregando espécies
adubadoras, aceleram o processo de
recuperação da fertilidade do solo ou mantêm
níveis satisfatórios de fertilidade da terra.
10. Níveis de biodiversidade interna dos
sistemas produtivos •
A ocorrência de pragas e doenças pode
indicar um nível de biodiversidade insuficiente.
A solução é diversificar a composição do SAF
e instalar na propriedade cercas vivas,
mourões vivos, tutores vivos, quebra-ventos,
plantios em linhas nos limites da propriedade,
ou seja, intervenções que ajudem a aumentar
a biodiversidade em nível de paisagem.
11. Fatores que interferem no
desenvolvimento:
Os fatores que podem interferir no
desenvolvimento podem ser internos, como
alterações genéticas, taxas de hormônios e
vitaminas; ou externos, como a intensidade da
iluminação, a disponibilidade de água e a
temperatura do ambiente em que a planta se
encontra.
12. ● Ações para manter o Agroecossitema
equilibrado:
Buscar alternativas para o manejo racional
das doenças e pragas das plantas cultivadas,
através de ações que elevam a eficiência do
controle convencional e biológico,
contribuindo assim para um agroecossistema
mais equilibrado e sustentado em seus
aspectos biológico e econômico.