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Protocolos e Diretrizes




  AntibioticoterApiA e
prevenção de infecções
     HospitAlAres




            Londrina
              2011
Unimed Londrina Cooperativa de Trabalho Médico
Rua Souza Naves, 1333. Telefone: 0800 400-6100
www.unimedlondrina.com.br

diretoria:                                          expediente
Gestão 2010 - 2014                                  coordenação e edição:
diretoria executiva:                                Carolina Guadanhin
Issao Yassuda Udihara, diretor                      coordenação técnica
presidente;Carlos Alberto Almeida Boer,             Ivan Pozzi
diretor Administrativo-financeiro; Álvaro           Cláudia Carrilho
Luiz de Oliveira, diretor de Mercado; Edison        produção e edição
Henrique Vannuchi, diretor de Provimento            Dayane Santana
de Saúde; Oziel Torresin de Oliveira, diretor
de Relacionamento com Cooperados.                   revisão Gramatical
                                                    Jackson Liasch
conselho técnico:
Antonio Carlos Valezi, Edson Correia da             projeto Gráfico
Silva, Ides Miriko Sakassegawa, Rubens              OzLONDRINA
Martins Junior e Sérgio Humberto B.                 impressão
Parreira.                                           Midiograf
superintendentes:                                   tiragem
Fabio Pozza, Desenvolvimento e Mercado;             2.000
Jorge Luiz Gonçalves, Provimento de Saúde.
executivo de desenvolvimento                        * Este material faz parte do conjunto de ações
estratégico:                                        da campanha de Controle à Infecção Hospitalar
Weber Guimaraes                                     da Unimed Londrina.




       Catalogação elaborada pela divisão de proCessos téCniCos da
         biblioteCa Central da Universidade estadUal de londrina.
           dados internaCionais de Catalogação-na-pUbliCação (Cip)


 A629 Antibioticoterapia e prevenção de infecções hospitalares / Coordenadora:
         Claudia Maria Dantas de Maio Carrilho; Autores: Jaqueline Dario
         Capobiango...[et al.]. – Londrina : Unimed, 2011.
         114 p. : il.
             Acima do título: Protocolos e diretrizes.
             Inclui bibliografia.
             1. Antibióticos - Manuais, guias, etc. 2. Infecção hospitalar - Prevenção.
         3. Farmacologia. I. Carrilho, Claudia Maria Dantas de Maio. II. Capobiango,
         Jaqueline Dario. III. Unimed Londrina Cooperativa de Trabalho Médico.
                                                                                CDU 615.33
aUtores
claudia Maria dantas de Maio carrilho        Marcos toshiuki tanita
- coordenadora                                Médico infectologista
   Médica Infectologista                      Especialista em Controle de Infecção
   Mestre em Medicina e Ciências da           Hospitalar - Universidade Estadual de
   Saúde – Universidade Estadual de           Londrina-UEL
   Londrina (UEL)                             Prof. da Pós-Graduação em Prevenção
   Coordenadora das CCIH do Hospital          de Infecção Relacionada a Serviços de
   Universitário de Londrina e HOFTALON       Saúde - Universidade de Santa Cruz do
   - Londrina-PR                              SUL (UNISC) - Santa Cruz do Sul-RS
   Profª de Medicina Intensiva do Curso de    Intensivista da Unidade de Tratamento
   Medicina - UEL                             Intensivo Adulto do HU - UEL
   Profa do Curso de Especialização em        Mestrando em Medicina e Ciências da
   Infecção Hospitalar - UEL                  Saúde - UEL
   Intensivista da Unidade de Tratamento
   Intensivo Adulto do HU- UEL               Marcelo carneiro
                                              Médico Infectologista
Jaqueline dario capobiango                    Especialista em Infecção Hospitalar -
  Médica pediatra com área de atuação         Universidade Estadual de Londrina (UEL)
  em infectologia                             Mestre em Microbiologia - UEL
  Mestre em Medicina e Ciências da            Doutorando em Ciências Médicas -
  Saúde - Universidade Estadual de            Universidade Federal do Rio Grande do
  Londrina (UEL)                              Sul - Porto Alegre - RS
  Doutoranda do Curso de Ciências da          Prof. Assistente de Microbiologia e
  Saúde - UEL                                 Infectologia da Faculdade de Medicina
  Profª. de Infectologia da Disciplina de     - Universidade de Santa Cruz do Sul
  Moléstias Infecciosas - UEL                 (UNISC) - Santa Cruz do Sul - RS
  Profa. do Curso de Especialização em        Coordenador da CCIH do Hospital Santa
  Infecção Hospitalar - UEL                   Cruz (HSC) - UNISC - RS
  Infectologista da CCIH do Hospital          Coordenador e Prof. da Pós-Graduação
  Universitário de Londrina - UEL             em Prevenção de Infecção Relacionada
  Médica da CCIH do Hospital Infantil         a Serviços de Saúde - UNISC
  Sagrada Família de Londrina                 Vice-coordenador da Residência em
  Intensivista da Unidade de Terapia          Clínica Médica do Hospital Santa Cruz
  Intensiva Pediátrica do HU - UEL            (HSC) - UNISC - RS
Joseani coelho pascual Garcia                 Intensivista da Unidade de Tratamento
  Médica Infectologista                       Intensivo Adulto - HSC - UNISC - RS
  Mestre em Medicina e Ciências da           renata Aparecida belei
  Saúde - Universidade Estadual de             Coordenadora de enfermagem da
  Londrina (UEL)                               CCIH do HU-Universidade Estadual de
  Coordenadora da CCIH do Hospital             Londrina - UEL
  Evangélico de Londrina                       Profa. do Curso de Especialização em
  Médica da CCIH do Hospital
                                               Controle de Infecção Hospitalar - UEL
  Universitário de Londrina - UEL
                                               Doutora em Educação-Unesp - SP
  Profª do Curso de Especialização em
  Infecção Hospitalar - UEL
apresentação

Na prática diária, um dos maiores problemas, tanto no ambiente
hospitalar como na comunidade, é o uso abusivo e muitas
vezes incorreto dos antimicrobianos. Esse fato colabora e muito
com o crescente aumento de infecções por microrganismos
multirresistentes, que, aliado ao número quase inexistente de novos
antimicrobianos, criou o maior desafio na prática da infectologia:
saber como, quando, por quanto tempo e com o que tratar as
infecções, buscando o uso racional dessas drogas.

O objetivo desta 2º edição do Guia de Antimicrobianos é oferecer
condutas terapêuticas atualizadas, adequadas às novas tendências
mundialmente aceitas, lembrando sempre que os guias terapêuticos
são uma ferramenta auxiliar no manuseio das infecções, com o
objetivo de racionalizar o uso de antibióticos, com menores efeitos
adversos, maior eficácia e menor custo.

Esperamos que este guia auxilie os profissionais médicos na escolha
adequada e bem sucedida dos antimicrobianos para as infecções
comunitárias e hospitalares e profilaxias, em adultos, crianças e
gestantes.

                                                        Os autores




                                                                      7
ÍndiCe

i- noções iMportAntes sobre resistÊnciA AntiMicrobiAnA
    1 MiCroorganisMos MUltirresistentes (Mr)______________________       12
    2 estratégias preventivas ______________________________________     12
    3 CondUta Frente a sUspeita de Mr _____________________________      13
      3.1 QUando ColHer CUltUra para identiFiCar Mr________________      13
      3.2 paCientes de risCo _________________________________________   14
      3.3 Coleta de sWab de vigilÂnCia para pesQUisa de Mr __________    14
      3.4 FlUXo do paCiente CoM CUltUra positiva para Mr ___________     15
      3.5 CondUtas Frente a paCientes ColoniZados oU
          inFeCtados CoM Mr ________________________________________     16
      3.6 rotina para liMpeZa e desinFeCção terMinal
          de isolaMentos ___________________________________________     17
      3.7 paraMentação para CUidados CoM paCiente sUspeito
          oU ConFirMado de ColoniZação/inFeCção por Mr__________         19
      3.8 transporte de paCiente CoM diagnÓstiCo oU
          sUspeito de Mr ____________________________________________    19
      3.9 pesQUisa de Mr eM proFissionais de saÚde __________________    19
      3.10 rotina de desColoniZação de Mrsa _______________________      20

    4 rotina para Uso do JaleCo branCo (pessoal) __________________      20
    5 preCaUçÕes e isolaMentos ___________________________________       21
      5.1 preCaUçÕes padrão _______________________________________      21
      5.2 preCaUção aérea oU CoM aerossÓis _______________________       22
      5.3 preCaUção CoM gotÍCUlas ________________________________       22
      5.4 preCaUção de Contato____________________________________       23
      5.5 ClassiFiCação das patologias QUanto ao tipo e dUração
          das preCaUçÕes ___________________________________________     24


ii- trAtAMento e profilAxiA de infecções eM AdUltos
     1 inFeCçÕes de vias aéreas sUperiores ___________________________   30
     2 pneUMonia no adUlto ______________________________________        32
        2.1 FreQÜÊnCia dos agentes etiolÓgiCos na pneUMonia
            adQUirida na CoMUnidade (paC)____________________________    32
        2.2 paC seM neCessidade de internação, eM paCiente seM
            Co-Morbidade _____________________________________________   33
        2.3 paC seM neCessidade de internação, eM paCiente CoM
8
Co-Morbidade _____________________________________________       34
 2.4 paC QUe neCessite de internação oU pneUMonia Hospitalar
     (pH) de instalação preCoCe (<4 dias), trataMento Hospitalar
     Fora de Uti _______________________________________________     34
 2.5 paC QUe neCessite de internação eM Uti oU pneUMonia
     Hospitalar assoCiada À ventilação MeCÂniCa (pav)
     de instalação preCoCe (< 4dias) ____________________________    34
 2.6 pneUMonia Hospitalar grave oU pav tardia
     (>4 dias de internação) ____________________________________    35
 2.7 absCesso pUlMonar e pneUMonia aspirativa _______________        36

3 endoCardite _________________________________________________      36
  3.1 endoCardite de vÁlvUla nativa ____________________________     36
  3.2 endoCardite de vÁlvUla protétiCa ________________________      38
  3.3 antibiotiCoproFilaXia para endoCardite inFeCCiosa ________     39

4 inFeCçÕes de pele e partes Moles ______________________________    40
5 pé diabétiCo __________________________________________________    42
6 MordedUras _________________________________________________       43
7 inFeCçÕes UrinÁrias __________________________________________     44
8 inFeCçÕes intra-abdoMinais __________________________________      46
9 osteoMielites e artrites _____________________________________     47
   9.1 osteoMielite HeMatogÊniCa________________________________     48
   9.2 osteoMielite por ContigÜidade ___________________________     48
   9.3 osteoMielite por inoCUlação direta ______________________     49
   9.4 artrites __________________________________________________   49

10 Meningites _________________________________________________      50
11 inFeCção relaCionada a Cateter venoso Central (CvC) ________      51
   11.1 paCiente CoM CvC e Febre seM oUtra CaUsa _________________   51
   11.2 baCtereMia relaCionada a CvC ____________________________    52
   11.3 baCtereMia relaCionada a Cateteres iMplantados _________     52
   11.4 protoColo de trataMento de baCtereMia por S. AUREUS ____     53

12 inFeCçÕes eM oFtalMologia __________________________________      54
13 grande QUeiMado ___________________________________________       58
14 neUtropenia Febril __________________________________________     59
15 antibiotiCoproFilaXia CirÚrgiCa no adUlto __________________      60
  15.1 bUCo-MaXilo-FaCial _______________________________________    62
  15.2 traUMa _________________________________________________      62
                                                                      9
15.3 CirUrgia neUrolÓgiCa ____________________________________     63
      15.4 CirUrgia de Cabeça e pesCoço
            (inClUi otorrinolaringologia) ___________________________    63
      15.5 CirUrgia CardÍaCa ________________________________________    64
      15.6 CirUrgia torÁCiCa ________________________________________    65
      15.7 CirUrgia ortopédiCa______________________________________     65
      15.8 CirUrgia gastrointestinal _______________________________     66
      15.9 CirUrgia UrolÓgiCa ______________________________________     68
      15.10 CirUrgia obstétriCa/gineColÓgiCa _______________________     69
      15.11 CirUrgia oFtalMolÓgiCa _________________________________     69
      15.12 CirUrgia vasCUlar _______________________________________    70
      15.13 CirUrgia plÁstiCa ________________________________________   70
      15.14 dose iniCial e intervalo para repiQUe dos antibiÓtiCos
             Usados eM proFilaXias CirÚrgiCas ________________________   71

     16 doses dos antiMiCrobianos eM adUltos _____________________       71
     17 Correção de dose na insUFiCiÊnCia renal _____________________    74
     18 terapia de-esCalonada (adUltos e Crianças) __________________    76
     19 Uso de antiFÚngiCos (adUltos e Crianças)____________________     79
       19.1 sUsCeptibilidade da CAndidA spp aos antiFÚngiCos _________   79
       19.2 apresesntaçÕes e doses da anFoteriCina b ________________    79
       19.3 orientaçÕes para trataMento ____________________________     80


iii- trAtAMento e profilAxiA de infecções eM pediAtriA
     1 inFeCçÕes de vias aéreas sUperiores ___________________________   82
     2 inFeCção de vias aéreas inFeriores ___________________________    84
     3 baCtereMia seM FoCo aparente ________________________________     85
     4 pneUMonia CoMUnitÁria _____________________________________       85
     5 pneUMonia Hospitalar _______________________________________      86
     6 Meningites ___________________________________________________    87
     7 inFeCçÕes CUtÂneas __________________________________________     89
     8 MordedUra _________________________________________________       90
     9 inFeCçÕes UrinÁrias __________________________________________    90
     10 gastroenterites ____________________________________________     90
     11 linFadenite __________________________________________________   91
     12 osteoMielites _______________________________________________    92
     13 artrites _____________________________________________________   92
     14 apendiCite ___________________________________________________   93
10
15 absCesso HepÁtiCo e peritonite _______________________________ 93
   16 neUtropenia Febril eM Criança _______________________________ 94
   17 QUeiMadUra eM Criança _____________________________________ 94
   18 inFeCção relaCionada a Cateter vasCUlar ___________________ 95
   19 inFeCção de sÍtio CirÚrgiCo eM Criança_______________________ 96
   20 oUtras inFeCçÕes eM neonatologia _________________________ 97
   21 proFilaXia antiMiCrobiana eM CirUrgia pediÁtriCa _____________ 97
   22 proFilaXia antiMiCrobiana eM CirUrgia neonatal ____________ 101
   23 doses de antiMiCrobianos eM pediatria _____________________ 102


iv trAtAMento e profilAxiA de infecções eM obstetrÍciA
    1 inFeCçÕes respiratÓrias CoMUnitÁrias na gestante ___________      106
    2 inFeCçÕes UrinÁrias CoMUnitÁrias na gestante_______________       106
    3 rUptUra preMatUra de MeMbranas (rpM) _____________________        107
    4 CorioaMnionite ____________________________________________       108
    5 trataMento eMpÍriCo das prinCipais inFeCçÕes
       Hospitalares na gestante ___________________________________     108
    6 prevenCão de inFeCção neonatal por STREPTOCOCCUS
       do grUpo b (sgb) ____________________________________________    111
       6.1 reCoMendaçÕes para prevenção de inFeCção neonatal
           preCoCe por sgb _________________________________________    111
       6.2 estratégias de prevenção de doença de inÍCio preCoCe
            por sgb seM realiZação de CUltUras no pré-natal ________    112
       6.3 ManeJo eMpÍriCo de neonato nasCido de Mãe CoM
            indiCação de antibiotiCoproFilaXia intra-parto (api)
            para prevenir inFeCção preCoCe por sgb __________________   112
       6.4 proFilaXia para sgb dUrante trabalHo
            de parto preMatUro _____________________________________    113
       6.5 proFilaXia para sgb para gestantes CoM
            rUptUra preMatUra de MeMbranas _______________________      114




                                                                              11
i- noçÕes iMportantes sobre resistÊnCia antiMiCrobiana
1 MicroorGAnisMos MUltirresistentes - Mr
O uso indiscriminado de antimicrobianos contribuiu para o surgimento de
microrganismos com múltipla resistência em ambientes hospitalares e na
comunidade. Pacientes internados por tempo prolongado, submetidos a
procedimentos invasivos e em uso de antimicrobianos tem alto risco de serem
colonizados ou infectados por microrganismos multirresistentes (MR). O controle
de infecções hospitalares por MR é um dos grandes desafios das Comissões de
Controle de Infecção Hospitalar. Atualmente, são considerados MR:
 GRAM NEGATIVOS                                  ANTIMICROBIANOS RESISTENTES
 Enterobactérias                                 - Carbapenens (imipenem ou meropenem),
 Klebsiella spp., E. coli, Proteus mirabilis     ou cefalosporinas de 3ª ou 4ª geração ou
 Citrobacter spp., Enterobacter spp., Serratia   monobactâmicos
 spp., Providencia spp., Morganella spp.         - Carbapenem ou cefalosporina
                                                 de 4ª geração
 Pseudomonas spp. e Acinetobacter spp. MR        - carbapenens (imipenem ou meropenem)
 Pseudomonas spp. e Acinetobacter spp.           - carbapenens (imipenem ou meropenem),
 PAN resistentes                                 ceftazidima, cefepime, piperacilina/tazobac-
                                                 tam, ciprofloxacine e levofloxacin
 Pseudomonas spp. e Acinetobacter spp.           - Todos acima + aminoglicosídeos , polimi-
 EXTREMA resistência                             xinas , ampicilina-sulbactam (só Acinetobac-
                                                 ter), tigeciclina (só Acinetobacter)
 Não fermentadores: Burkolderia spp. e           - Todos são considerandos naturalmente
 Stenotrophomonas spp.                           MR, independente de antibiograma
 Salmonella/Shigella                             - quinolona
 GRAM POSITIVO                                   ANTIMICROBIANOS RESISTENTES
 Staphylococcus aureus                           Oxacilina (MRSA); Glicopeptídeos:
                                                 vancomicina (VRSA)
 Estafilococos coagulase negativa                Oxacilina/glicopeptídeos
 Enterococcus spp.                               Glicopeptídeos (VRE)
 Streptococcus pneumoniae                        Penicilina/cefotaxima/levofloxacin/
                                                 meropenem
 Streptococcus não pneumoniae                    Penicilina/glicopeptídeo/macrolídeo

2 estrAtÉGiAs preventivAs
São fundamentais na disseminação de resistência e devem ser aplicadas em
todos os hospitais e serviços de saúde. Destacam-se:
a) a vigilância e isolamento de pacientes com cepas multirresistentes
  (identificação de portadores ou infectados);
12
noçÕes iMportantes sobre resistÊnCia antiMiCrobiana


b) o uso de estratégias para diminuir a mutação e a transferência genética
  (erradicação de reservatórios - limpeza e desinfecção adequadas);
c) o uso de medidas para diminuir a pressão seletiva (uso correto de
  antimicrobianos);
d) Evitar a disseminação - uso correto das precauções e higienização correta
  e freqüente das maõs.

Baseando-se na revisão de Harbarth et al. (2003), 20% de todas as IH são
evitáveis. Prevenir é sempre melhor do que curar! E a melhor estratégia está
em nossas mãos!




Fonte: OMS



3 condUtA frente A sUspeitA de Mr
3.1 QUANDO COLHER CULTURA PARA IDENTIFICAR MR:
    • As culturas devem ser colhidas de rotina quando houver suspeita de
                                                                               13
infecção ou em populações de risco, quando há suspeita de infecção/
     colonização por MR;
     • São sítios de pesquisa de colonização por MR: retal, nasal, orofaringe,
     feridas/lesões e secreção traqueal.

3.2 PACIENTES DE RISCO:
     • Pacientes cirúrgicos, queimados, traumatizados, com úlceras de
     pressão/lesão de pele, traqueostomizados, internados em UTI, em uso
     de antibióticos, com internação maior que 7 dias com internação prévia
     recente, em tratamento dialítico.

3.3 COLETA DE SWAB DE VIGILÂNCIA PARA PESQUISA DE MR
PARA AQUELES PACIENTES QUE NÃO SÃO SABIDAMENTE COLONIZADOS
OU INFECTADOS DEVE-SE PROCEDER À COLETA DE SWABS NAS SEGUINTES
SITUAÇÕES:
Na admissão: (swab nasal, oral, axilar, inguinal e retal)
   • História de internação anterior, durante no mínimo 48 horas, nos últimos
   6 meses, quando em situação de surto; e nos últimos 3 meses, quando a
   situação estiver controlada.
   • História de internação anterior em UTI, durante no mínimo 48 horas, nos
   últimos 6 meses.
   • Paciente transferido de outro serviço, com história de mais de 48 horas
   de internação.
   • Tratamento prolongado com antibióticos de amplo espectro nos últimos
   6 meses, principalmente cefalosporinas de 3ª geração e carbapenems.
   • Contactantes de pacientes MR.
   • RN cuja mãe tenha passagem pela UTI durante a gestação e/ou tenha
   utilizado antibiótico de amplo espectro durante a gestação.
Durante a internação: (swab nasal, orofaringe e retal):
   • Semanal de pacientes nas UTIs que ainda não sejam MR positivo e
   enquanto houver pacientes MR na unidade;
   • Quinzenal de pacientes em uso de antibiótico de amplo espectro e
   com internação prolongada, conforme orientação da CCIH;
   • Semanal de RN cuja mãe tenha diagnóstico de infecção ou colonização

14
noçÕes iMportantes sobre resistÊnCia antiMiCrobiana


   com MR durante a gestação;
   • Quinzenal de RN cuja mãe tenha passagem pela UTI durante a
   gestação ou tenha utilizado antibiótico de amplo espectro durante a
   gestação e não tenha coletado o swab de vigilância;
   • Em casos de surtos, conforme orientação da CCIH.
Durante a internação: (swab retal):
   • A cada 48 horas, para contatos com paciente KPC (colher swab retal);
   • A cada 5 a 7 dias, para pacientes com MR (NÃO KPC), para investigação
   de descolonização (colher do sítio inicial onde o MR foi identificado).

IMPORTANTE:
   ✓ Todos os pacientes devem permanecer em precaução de contato até a
   definição das culturas.
   ✓ Quando não for possível a coleta de swabs, os pacientes suspeitos de
   MR devem permanecer sob precaução de contato (avental de mangas
   longas e luvas) até a alta.
   ✓ Pacientes MR positivo devem permanecer em precaução de contato
   até que tenham 3 swabs negativos (coletados com intervalo de 5 a 7 dias
   entre eles), coorte de profissionais e equipamentos individuais.
   ✓ Pacientes contactantes de MR (KPC) devem permanecer em precaução
   de contato até que tenham 2 swabs negativos (colhidos com intervalo
   mínimo de 48 horas entre eles) após retirada a exposição ao caso
   positivo.

Culturas de vigilância podem ser utilizadas em situações específicas
com a finalidade de conhecimento epidemiológico e prevenção de
transmissão. Quando a endemicidade é baixa ou ausente podem
ser realizadas em áreas de risco. Cada hospital deve estabelecer a
freqüência de coleta de swab de vigilância conforme o tamanho da
população de risco e das unidades de internação.


3.4 FLUXO DO PACIENTE COM CULTURA POSITIVA PARA MR
   • Avaliar os resultados de cultura diariamente;
   • Identificar os casos de MR no leito e prontuário;
   • Registrar em impresso e anotar no sistema (para visualização na etiqueta
                                                                            15
do paciente, se disponível);
     • Comunicar chefia de enfermagem da unidade onde se encontra o
     paciente;
     • Colocar placa de identificação de MR na cabeceira do leito;
     • Entregar folder explicativo sobre MR ao paciente/família;
     • Orientar o paciente e os profissionais sobre as precauções necessárias;
     • Escalar profissional da equipe de enfermagem exclusivo para atender
     especificamente este paciente quando possível.

3.5 CONDUTAS FRENTE A PACIENTES COLONIZADOS OU INFECTADOS COM MR
     • Manter o paciente em quarto privativo quando possível. Quando não,
     a coorte é permitida, ou seja, deve-se agrupar pacientes com mesmo
     MR. Quando não possível este agrupamento, agrupar os pacientes
     secretantes;
     • Lavar as mãos com anti-séptico antes e após qualquer tipo de contato
     com o paciente;
     • Usar luvas não estéreis para qualquer tipo de contato com paciente.
     Após o contato, retirar as luvas o mais rápido possível e lavar as mãos;
     • Ao sair da enfermaria de MR, aplicar anti-séptico nas mãos (álcool gel ou
     similar);
     • Usar avental limpo, não estéril, se contato com paciente
     significativamente contaminado: diarréia, incontinência urinária,
     incapacidade de higienização, colostomia/ileostomia, feridas com
     secreção abundante ou não contida por curativos. O avental deve ser
     retirado antes de se deixar o quarto/leito;
     • Equipamento de cuidados com pacientes (termômetros, estetoscópio,
     esfigmomanômetro) devem ser de uso único; se não for possível, a
     desinfecção com álcool a 70%; encaminhar esfigmomanômetro de
     tecido para a lavanderia, após o uso entre cada paciente;
     • Os ítens que o paciente tem contato e as superfícies ambientais devem
     ser submetidas à desinfecções a cada turno (leito, mesa de cabeceira/
     refeição, móveis e utensílios peri-leito) com o desinfetante padronizado
     pela instituição;
     • Reduzir o máximo possível o transporte destes pacientes, inclusive
16
noçÕes iMportantes sobre resistÊnCia antiMiCrobiana


   mudanças de leito. As precauções devem ser mantidas quando o
   paciente for transportado. O local para onde o paciente com MR for
   encaminhado deverá ser previamente notificado sobre seu diagnóstico e
   da necessidade de cuidados específicos;
   • Ao trocar fraldas, usar luvas duplas. Retirar o primeiro par após retirar
   a fralda usada e limpar o paciente. Terminar o cuidado com o segundo
   par de luvas, evitando a disseminação de microrganismos pelo leito e
   ambiente.

3.6 ROTINA PARA LIMPEZA E DESINFECÇÃO TERMINAL DE ISOLAMENTOS
 Para uma limpeza e desinfecção adequada de quartos/locais com paciente
portador ou com suspeita de bactéria produtora de carbapenemase (KPC),
bactéria multirresistente (MR) ou doença transmissível, seguir a sequência:
A- Preparar todo o material e deixar na entrada do quarto: sabão líquido,
hipoclorito de sódio a 0,5% a 1%, álcool a 70%, panos descartáveis para
limpeza de superfícies, rodo, panos de chão, luvas, baldes específicos para
MR, etc;
B- Colocar paramentação completa para maior proteção: gorro, óculos,
máscara de carvão ou duas máscaras cirúrgicas ou uma cirúrgica por cima
de um respirador N95 (para reduzir a inalação do hipoclorito), avental de
tecido de mangas longas, 2 pares de luvas descartáveis e botas/ou sapato de
segurança;
    → Remover cartazes, papel toalha, esparadrapo colado, sacos de lixo;
    → Observar todo o local para ver se há matéria orgânica visível (sangue,
    vômito, etc). Caso exista, remover com pano e limpar o local com água e
    sabão. É importante fazer isto antes da aplicação do desinfetante, que é
    neutralizado pela matéria orgânica;
    → Aplicar álcool a 70% nas superfícies horizontais e materiais/
    equipamentos (respiradores, bombas de infusão, bicos de ar/oxigênio/
    vácuo, suportes de soro, portas, maçaneta, armários, mesinha de
    cabeceira, porta-papel toalha, escadinha, travesseiros, cama e colchão).
    → Aplicar nas bancadas, telefone, pranchetas, etc. Ao aplicar o álcool,
    manter o frasco sempre fechado, umedecer bem o pano, passar o pano
    3 vezes em cada parte do local a ser desinfetado, friccionando bem;
                                                                             17
→ Aplicar hipoclorito de sódio em tudo que não for de metal (não aplicar
     nos respiradores, camas, equipamentos): aplicar nas paredes, pias (cuba
     de louça) saboneteiras (se acrílico - material incompatível com álcool),
     dispensadores de álcool gel e lixeiras (por último). Deixar o produto em
     contato por 30 minutos;
     → Aplicar por último o hipoclorito de sódio em todo o banheiro do
     paciente, no vaso sanitário e no piso. Aplicar álcool a 70% na válvula de
     descarga, torneiras e maçaneta. Depois aplicar o desinfetante nas lixeiras
     (hipoclorito na parte plástica);
     → Descartar as luvas, retirar e pendurar o avental pelo avesso e lavar as
     mãos;
     → Após os 30 minutos de permanência do hipoclorito de sódio, colocar
     novas luvas e vestir o avental, jogar água e remover, descartando toda
     a água no ralo. Pode ser colocado ventilador para auxiliar a remover o
     cheiro do hipoclorito;
     → Depois de remover a água, lavar tudo com sabão líquido (portas,
     paredes, peitoril das janelas, vidros, bancadas, pias, armários, bicos de ar/
     oxigênio/vácuo, suportes de soro, maçaneta, cama e colchão). Enxaguar,
     removendo toda a água para o ralo. Com água limpa, lavar o piso com
     água e sabão, enxaguar e SECAR.
     → Repetir a desinfecção com álcool em bancadas e superfícies.
     Importante:
     → o álcool mata quando seca. Por isto, sempre aplique o álcool e espere
     secar, realizando esta técnica por 3 vezes. NUNCA DESPEJAR/JOGAR
     ÁLCOOL: alto risco de incêndio!!
     → Retirar as luvas ao sair do quarto, lavar as mãos, calçar novas luvas, lavar
     todos os materiais e desinfetar com hipoclorito de sódio (panos de chão,
     baldes, escovas) ou álcool (rodinho de alumínio, carrinho, etc). Descartar
     os panos de limpeza. Retirar o restante da paramentação e lavar as mãos.
     Importante:
     → ao limpar locais com trânsito de pessoas, sinalizar a área com placas
     amarelas, alertando sobre o risco de quedas - local úmido.
     → ao limpar um local, iniciar do fundo para a frente, do limpo para o
     local mais sujo, usar mais de um pano, trocando-o a cada parte (um para
18
noçÕes iMportantes sobre resistÊnCia antiMiCrobiana


   parede, outro para maçanetas, outro para equipamentos, etc.)
   → após concluída a desinfecção terminal, secar tudo, repor sacos de lixo e
   papel toalha, etc.
   → se possível, utilizar panos pequenos e descartáveis.

3.7 PARAMENTAÇÃO PARA CUIDADOS COM PACIENTE SUSPEITO OU
CONFIRMADO DE COLONIZAÇÃO/INFECÇÃO POR MR
   • É obrigatório o uso de avental de mangas longas e luvas descartáveis
   (Precaução de contato). Retirar o jaleco branco (particular) antes de vestir
   a paramentação;
   • Não é permitido realizar a assistência a paciente com o uso de anéis,
   pulseiras, sapatos abertos, cabelos soltos ou unhas compridas;
   • Isolar sempre que possível o paciente na incubadora, no berço ou leito.
   • Evitar retirar paciente com MR da incubadora, realizando procedimentos
   invasivos na mesma ou no berço / cama, quando possível;
   • Orientar pais e mães sobre obrigatoriedade do uso de avental de
   mangas longas e luvas ao manipular crianças, assim como a lavagem das
   mãos antes e após o contato com o mesmo.

3.8 TRANSPORTE DE PACIENTE COM DIAGNÓSTICO OU SUSPEITO DE MR
Transportar preferencialmente o paciente isolado. Caso não seja possível,
seguir as seguintes orientações:
    → Conversar com o enfermeiro do setor para conhecer qual é o
    microrganismo MR que o paciente possui;
    → Transportar juntos os pacientes com o mesmo MR;
    → Transportar isoladamente pacientes com KPC e/ou VRE;
    → Pacientes pediátricos devem ser transportados com o seu acompanhante;
    → Pacientes pediátricos devem ser transportados somente com outras
    crianças, nunca com adultos em ambulâncias;
    → Acompanhantes devem se paramentar da seguinte forma: trocar o
    avental e as luvas ao sair do quarto.

3.9 PESQUISA DE MR EM PROFISSIONAIS DE SAÚDE
A pesquisa de S. aureus (MRSA OU MSSA) só deve ser realizada na existência
                                                                             19
de surto. Em torno de 1 a 2% destes profissionais podem estar colonizados,
temporária ou permanentemente. Aqueles que apresentam sinais de infecção
recorrente de pele e são permanentemente colonizados, ou seja, apresentam
culturas positivas sucessivas, devem ser descolonizados com mupirocina
nasal, banho e xampu com clorexidina. O acompanhamento deverá ser
realizado, e nova cultura de controle (swab de fossas nasais e lesões de pele)
colhida após dois meses para determinar se houve erradicação do estado de
portador.

3.10 ROTINA DE DESCOLONIZAÇÃO DE S. aureus
No caso de paciente portador de S. aureus resistente a oxacilina, há a
possibilidade de descolonizar este paciente, em casos de cirurgias eletivas de
grande porte. A descolonização deve ser preferencialmente ambulatorial nos
pacientes de alto risco (pré-operatório, diálise, portadores de cateteres).
Situação 1: Paciente com cultura de swab nasal positiva para S. aureus:
    → aplique mupirocin (Bactroban®) pomada em mucosa nasal, 3 vezes por
    dia, por 7 dias;
    → utilize clorexidina a 2% para banho completo por 5 a 7 dias.
    Situação 2: Paciente com cultura de swab nasal e presença de lesão de
    pele:
    → aplique mupirocin pomada em mucosa nasal e na lesão, 3 vezes por
    dia, por 7 dias:
    → utilize clorexidina a 2% para banho completo por 5 a 7 dias.
Após 7 dias de descolonização, aguarde 48 horas e faça novo swab nasal ou
da lesão. São necessárias três culturas negativas consecutivas para confirmar
a descolonização e suspender ou interromper o isolamento e a vigilância.
A descolonização quando corretamente realizada pode minimizar os casos
de infecção em 30 a 60%. O mupirocin deve ser um dos antimicrobianos
controlados pela CCIH.

4 rotinA pArA Uso do JAleco brAnco (pessoAl)
     → Vista-o ao iniciar as suas atividades laborais e use-o fechado;
     → Mantenha as mangas com duas dobras, evitando cobrir o punho. Isto
     facilitará a lavagem das mãos e evitará que os punhos se molhem;
20
noçÕes iMportantes sobre resistÊnCia antiMiCrobiana


   → Retire o jaleco ao término das atividades e guarde-o em uma sacola
   plástica.
   → Evite entrar em locais que não são destinados à assistência a pacientes
   com o jaleco como banco, cantina, refeitório, biblioteca, etc.
   → Lave o jaleco a cada dois dias, no máximo, e passe a ferro.

5 precAUções e isolAMentos
5.1 PRECAUÇÕES PADRÃO
São indicadas no cuidado de todo e qualquer paciente independente de
seu diagnóstico quando estão previstos contato com sangue ou secreções,
fluídos corpóreos, excreções, pele não íntegra e mucosas. Os equipamentos
utilizados dependem da ação a ser realizada. Precauções padrão incluem:
   A) Higienização das mãos com água e sabão ou álcool 70% (mãos
   sem sujidades) antes e após contato com pacientes, após contato com
   sangue, secreções, fluídos corpóreos, pele não íntegra, mucosas, objetos
   no entorno do paciente (ver 5 momentos), após retirar luvas
   B) Equipamentos de Proteção Individual (EPIs)
       • Luvas: utilizar ao contato com sangue e fluídos corpóreos,
       secreções, excreções, membranas e pele não íntegra, artigos e
       superfícies contaminadas com material biológico. Trocar as luvas entre
       diferentes procedimentos no mesmo paciente (ex: banho, curativos,
       medicações...) e entre diferentes pacientes. Retirar as luvas, descartar
       em “lixo hospitalar” e higienizar imediatamente as mãos.
       • Avental: utilizar quando houver risco de respingo de materiais
       biológicos. O objetivo é a proteção da roupa e pele do profissional
       de saúde e visitantes. Deve ser de manga longa e desprezado
       imediatamente após o término do contato no ambiente onde foi
       utilizado, em hamper (se tecido) ou no “lixo hospitalar” se descartável.
       Higienizar as mãos após retira-lo.
       • Máscara, óculos, protetor facial: utilizar quando houver risco de
       respingos de material biológico em mucosas. Após o uso, descartar
       as máscaras em “lixo hospitalar” e lavar os óculos com água e sabão e
       desinfetar com álcool 70%.

                                                                               21
C) Limpeza de superfícies e ambiente
         • Limpeza concorrente diária e sempre que houver sujidades
         • Desinfecção concorrente nos três turnos com álcool 70%
         (superfícies, camas, aparelhos, bancadas, equipamentos, etc)
         • Limpeza terminal após alta, óbito ou transferência e se possível, em
         casos de longa permanência, no máximo a cada 15 dias.
     D) Descarte de perfuro cortante
         • Não reencapar agulhas, não desconectar agulha da seringa,
         descarte em recipiente rígido (caixas adequadas, latas), respeitando
         no máximo 2/3 da capacidade total do recipiente, não manusear esta
         caixa.

5.2 PRECAUÇÃO AÉREA OU COM AEROSSÓIS
     ● Indicações: tuberculose pulmonar ou laríngea, sarampo, varicela, herpes
     zoster disseminado ou localizado em indivíduos imunossuprimidos
     ● Utilizar:
        • quarto privativo, portas fechadas com sistema de ventilação com
        pressão negativa e 6 trocas de ar/h. Exaustão do ar para ambiente
        externo distante de circulação de pessoas e animais. Se houver
        recirculação de ar, utilizar filtro HEPA;
        • respirador tipo N95 ou PFF2 (“máscara bico de pato” ou em
        “concha”). Colocar corretamente antes de entar no quarto e só retira-
        la após a saída. Não deve haver extravazamento de ar. Esta máscara
        não precisa ser descartável após o uso, pode ser utilizada várias vezes
        individualmente. Descartar quando estiver suja, úmida ou com haste
        quebrada ou se utilizada ininterruptamente por 6 horas.
        • Transporte do paciente: evitar, mas se necessário, o paciente deve
        usar máscara comum e o transportador máscara N-95

5.3 PRECAUÇÃO COM GOTÍCULAS
     ● Indicações: para pacientes com suspeita ou confirmação de doenças
     com transmissão por via respiratória, dentre elas: Influenza, coqueluche;
     difteria faríngea, estreptococcias em crianças, meningite por Haemophilus
     influenzae e Neisseria meningitidis, parvovírus, adenovírus, Mycoplasma
22
noçÕes iMportantes sobre resistÊnCia antiMiCrobiana


   pneumoniae, rubéola e caxumba.
   ● Utilizar:
      • Quarto privativo ou coorte, portas fechadas.
      • Máscara cirúrgica comum, durante o período de transmissibilidade,
      desprezada à saída do quarto.
      • Transporte do paciente: evitar, mas se necessário, paciente e
      transportador devem usar máscaras comum descartáveis.

5.4 PRECAUÇÃO DE CONTATO
   ● Indicações: para contato com pacientes ou por meio de objetos cuja
   transmissão ocorra por contato direto ou indireto, através das mãos.
   Exemplos: grandes abscessos não contidos, patógenos multirresistentes,
   Clostridium difficille, cólera, conjuntivite viral aguda, difteria cutânea,
   escabiose, estafilococcia e estreptococcia com secreção não contida,
   gastroenterites (ver lista), Herpes simples neonatal e mucocutâneo,
   Herpes zoster disseminado ou localizado em imunossuprimido, HIV
   com sangramento não contido, impetigo, vírus sincicial respiratório,
   parainfluenza, pediculose, rubéloa congênita, varicela, SARS, raiva.
   ● Utilizar:
      • Quarto privativo ou coorte com mesmo patógeno
      • Luvas: ao contato com paciente ou entorno, lavar as mãos antes e
      após, descartar em “lixo hospitalar”.
      • Avental manga longa: ao contato com pacientes ou entorno,
      amarrado corretamente (cordões superior e inferior), descarte
      imediato em hamper, se tecido ou “lixo hospitalar” se descartável e
      higienizar as mãos.
      • Transporte do paciente: evitar, mas se necessário, conter o material
      infectante com curativo, cobri-lo com avental e/ou lençol; proteger
      maca ou cadeira com lençol; transportador com avental de manga
      longa e luvas. Realizar desinfecção do local, maca ou cadeira com
      álcool 70%.




                                                                             23
5.5 CLASSIFICAÇÃO DAS PATOLOGIAS QUANTO AO TIPO E DURAÇÃO DAS
PRECAUÇÕES

 INFECÇÃO/CONDIÇÃO                    TIPO        DURAÇÃO

 Abscesso com grande drenagem,        Contato     Término da drenagem
 não contido


 Abscesso limitado ou pequena drenagem Padrão

 Aids                                 Padrão

 Actinomicose                         Padrão

 Adenovirus (em crianças)             Gotícula,   Término da drenagem
                                      contato

 Amebíase                             Padrão

 Antraz                               Padrão

 Ascaridíase                          Padrão

 Aspergilose                          Padrão

 Babesiose                            Padrão

 Blastomicose (PCM)                   Padrão

 Botulismo                            Padrão

 Bronquiolite                         Padrão

 Brucelose                            Padrão

 Campylobacter (gastroenterite)       Padrão

 Candidíase (todas as formas)         Padrão

 Caxumba                              Gotícula    9 dias Após início edema

 Celulite com grande drenagem         Contato     Término da drenagem


24
noçÕes iMportantes sobre resistÊnCia antiMiCrobiana



INFECÇÃO/CONDIÇÃO                            TIPO        DURAÇÃO

Clostridium difficile (colite)               Contato     Durante diarréia

Clamídia (conjuntivite, genital, respiratória) Padrão

Cólera                                       Padrão

Conjuntivite (bacteriana, clamídea e         Padrão
gonocócica)

Conjuntivite aguda viral (hemorrágica)       Contato     Término da drenagem

Coxsackie vírus                              Padrão

Creutzfeldt-Jakob                            Padrão*

Criptococose                                 Padrão

Criptosporidíase                             Padrão

Cisticercose                                 Padrão

Citomegalovírus (neonatal ou imunode-        Padrão
primido)

Coqueluche                                   Gotícula    5 dias antibiótico específico

Dengue                                       Padrão

Diarréia aguda (ver gastroenterites)

Difteria cutânea                             Contato     2 culturas negativas

Difteria faríngea                            Gotícula    2 culturas negativas

Ebola (febre hemorrágica)                    Contato*

Echovirus em adultos                         Padrão

Echovirus em crianças                        Contato     Término da diarréia

Endometrite                                  Padrão

                                                                                         25
INFECÇÃO/CONDIÇÃO                        TIPO       DURAÇÃO

 Enterobíase                              Padrão

 Enterocolite necrotizante                Padrão

 Enteroinfecção viral em crianças         Contato    Término da diarréia

 Epiglotite (H. influenzae)               Gotícula   24 h antibiótico específico

 Epstein-Barr                             Padrão

 Eritema infeccioso (Parvovírus B19)      Padrão

 Escabiose                                Contato    24h tratamento específico

 Escarlatina - crianças                   Gotícula   24h antibiótco específico

 E. coli (gastroenterite)                 Padrão

 Esquistossomose                          Padrão

 Estrongiloidíase                         Padrão

 Febre tifóide                            Padrão

 Febre Q                                  Padrão

 Furunculose estafilocócica em crianças   Contato    Término da drenagem

 Gangrena gasosa                          Padrão

 Gastroenterites                          Padrão

 Giardíase                                Padrão

 Gonorréia                                Padrão

 Granuloma venéreo                        Padrão

 Guillain-Barré                           Padrão

26
noçÕes iMportantes sobre resistÊnCia antiMiCrobiana



INFECÇÃO/CONDIÇÃO                        TIPO          DURAÇÃO

Hanseníase                               Padrão

Hantavirus                               Padrão

Helicobacter pylori                      Padrão

Hepatite viral A, B, C, E                Padrão

Hepatite A em pacientes incontinentes    Contato       2 sem após início sintomas

Herpangina                               Padrão

Herpes simples encefalite e recorrente   Padrão
oral, genital
Herpes simples neonatal, mucocutâneo     Contato       Enquanto houver lesões vesi-
disseminado                                            culares
Herpes Zoster localizada paciente não    Padrão*
imunodeprimido
Herpes Zoster disseminado ou localizado Contato e      Enquanto houver lesões vesi-
em imunodeprimido                       aérea          culares

Hidatidose                               Padrão

Histoplasmose                            Padrão

HIV - Aids                               Padrão

Impetigo                                 Contato       24h antibiótico específico

Influenza                                Gotícula

Kawasaki, Sindrome                       Padrão

Legionelose                              Padrão

Leptospirose                             Padrão

Listeriose                               Padrão

Lyme, Doença                             Padrão

                                                                                      27
INFECÇÃO/CONDIÇÃO                          TIPO         DURAÇÃO
 Linfogranuloma venéreo                     Padrão
 Malária                                    Padrão
 Meningite viral (não bacteriana)           Padrão
 Meningite fúngica                          Padrão
 Meningite por Haemophilus influenzae       Gotícula     24h antibiótico específico
 Meningite por Listeria monocytogenes       Padrão
 Meningite por Neisseria meningitidis       Gotículas    24h antibiótico específico
 Meningite por Pneumococo                   Padrão

 Meningite tuberculosa (sem acometimen- Padrão
 to dos pulmões)

 Meningites bacterianas (outras)            Padrão
 Meningococcemia                            Gotícula     24h antibiótico específico
 Micobacteriose atípica (não tuberculosa)   Padrão
 Microrganismos multirresistentes           Contato      3 culturas negativas
 Molusco contagioso                         Padrão
 Mononucleose infecciosa                    Padrão
 Mucormicose                                Padrão
 Mycoplasma pneumoniae (pneumonia)          Gotícula     Durante internação

 Nocardiose                                 Padrão

 Parvovirose (Parvovírus B19)               Gotícula     7dias ou durante internação se
                                                         imunodeprimido
 Pediculose                                 Contato      24h tratamento específico

 Pneumonia viral                            Contato e    Durante internação
                                            gotícula
 Pneumonia bacteriana                       Padrão
 Pneumocistose                              Padrão
 SARS                                       Gotícula e
                                            contato
 Staphylococcus aureus oxacilina sensível   Padrão

 Streptococcus grupo A em adultos           Padrão
28
noçÕes iMportantes sobre resistÊnCia antiMiCrobiana



 INFECÇÃO/CONDIÇÃO                       TIPO           DURAÇÃO
 Streptococcus grupo A em crianças       Gotícula       24h antibiótico específico
 Poliomielite                            Padrão
 Psitacose-ornitose                      Padrão
 Raiva                                   Padrão
 Reye, síndrome.                         Padrão
 Ricketisiose                            Padrão
 Rubéola                                 Gotícula       7 dias Após “rash”

 Rubéola congênita                       Contato        1 ano ou 3meses se cultura de uri-
                                                        na e nasofaringe forem negativas

 Salmonelose (gastroenterite)            Padrão         Contato se incontinente
 Sarampo                                 Aérea          5º Após exantema
 Shiguelose                              Padrão         Contato se incontinente
 Sífilis                                 Padrão
 Tétano                                  Padrão
 Toxoplasmose                            Padrão
 Tracoma                                 Padrão
 Triquinose                              Padrão
 Tricomoníase                            Padrão
 Tuberculose extrapulmonar               Padrão

 Tuberculose pulmonar ou laríngea        Aérea          3 baciloscopias negativas após
                                                        início tratamento
 Tularemia                               Padrão
                                         Aérea com
 Varicela                                contato e com Até fase de crostas
                                         lesões


BIBLIOGRAFIA
Guideline for Isolation Precautions: Preventing Transmission of Infectious Agents in
Healthcare Settings, CDC, 2007
Management of multidrug-resistant organisms in helthcare settings, HICPAC- CDC, 2006


                                                                                         29
30
     ii- trataMento e proFilaXia de inFeCçÕes eM adUltos
     1 infecções de viAs AÉreAs sUperiores

                                             Tratamento             Tratamento
     Diagnóstico      Agente Etiológico                                                    Notas
                                             (1“ escolha)           (2“ escolha)

                                                                    Cefalosporinas de
     Tonsilite e      Streptococcus          Penicilina G benzatina 1a ou 2a geração       Algumas cefalosporinas (Cefuroxima, Cefpodo-
     Faringite        Grupo A                Amoxicilina            Eritromicina           xima) podem ser usadas por 5 -7 dias.
                                                                    Clindamicina



     Abscesso ton-    Streptococcus          Amoxicilina-clavu-     Cefalosporinas de 2a
                                                                                           Sempre considerar necessidade de drenagem.
     siliano          Grupo A                lanato                 geração



                                                                    Amoxicilina-clavu-
                                                                                           Agentes virais são os principais, considerar
     Laringite e      H. influenzae          Ampicilina             lanato
                                                                                           causas não infecciosas, bem como tuberculo-
     Epiglotite       S. aureus              Cloranfenicol          Cefalosporinas
                                                                                           se, fungos.
                                                                    Eritromicina



                      S. pneumoniae                                 Amoxicilina-clavu-
                      H. influenzae                                 lanato
                                             Amoxicilina                                   Casos complicados, doentes graves ou
                      Anaeróbios                                    Cefalosporinas de 1a
                                             Sulfametoxazol-                               imunodeprimidos, considerar Acinetobacter e
     Sinusite aguda   S. aureus                                     ou 2a geração
                                             -trimetroprim                                 E. coli (podendo utilizar Ampicilina-sulbactam,
                      Moraxela catarrhalis                          Claritromicina
                                             Doxicilina                                    piperacilina-tazobactam, quinolonas) e fungos.
                      Streptococcus                                 Azitromicina
                      Grupo A                                       Cloranfenicol
Amoxicilina-clavu-
                                               lanato
                        S. pneumoniae
                                               Cefalosporinas de
                        H. influenzae
                                               1a ou 2a geração,      Levofloxacina ou
                        Moraxela catarrhalis
     Sinusite crônica                          Claritromicina         Moxafloxacin+          Corrigir fatores de cronicidade
                        S. aureus
                                               Azitromicina           metronidazol
                        Anaeróbios
                                               Cloranfenicol
                        Fungos
                                               Itraconazol
                                               Fluconazol
                                                                      Tópico:
                        Pseudomonas aeru-
                                               Tratamento tópico:     Ciprofloxacina
                        ginosa                                                               Limpeza local e controle álgico.
                                               Tobramicina ou         Levofloxacina
     Otite externa      S. aureus                                                            Se sintomas sistêmicos ou linfadenite,
                                               Cloranfenicol+         Moxafloxacin
     aguda              S. epidermidis                                                       recomenda-se uso sistêmico de dicloxacilina
                                               Corticóide             Aztreonam
                        S. pyogenes                                                          ou cefalexina
                                               Polimixina             Piperacilina-tazo-
                        Gram negativos
                                                                      bactam
                        S. pneumoniae                                 Amoxicilina-clavu-
                        S. aureus                                     lanato
     Otite média        Moraxela catarrhalis                          Cefalosporinas de 2a   Azitromicina, claritromicina e cloranfenicol
                                               Amoxicilina
     aguda              H. influenzae                                 geração                também são eficazes
                        Gram negativos                                Cefalosporinas 3a
                        Anaeróbios                                    geração
                        P. aeruginosa          Tratamento tópico:
     Otite média                                                      Tratamento tópico:
                        S. aureus              Neomicina ou
     crônica ou fase                                                  Ciprofloxacina
                        S. epidermidis         Polimixina B + Cor-
     supurativa
                        Gram-negativos         ticóide
                        S pneumoniae
                        S. aureus
     Mastoidite         Moraxela catarrhalis   Cefalosporinas de 2a   Cefalosporinas 3a
                                                                                             Considerar drenagem cirúrgica
     aguda              H. influenzae          geração                geração
                        Gram negativos
                        Anaeróbios




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                                                                                                                                            trataMento e proFilaXia de inFeCçÕes eM adUltos
2 pneUMoniA no AdUlto
2.1 FREQÜÊNCIA DOS AGENTES ETIOLÓGICOS NA PNEUMONIA ADQUIRIDA NA
COMUNIDADE (PAC)

 Microrganismo                           Freqüência
 Desconhecido                            30 a 60%
 Streptococcus pneumoniae                25 a 50%
 Haemophilus influenzae                  6 a 38%
 Staphylococcus aureus                   < 5%
 Enterobactérias                         ~ 5%
 Pseudomonas aeruginosa                  ~ 1%
 Fungos                                  < 1%
 Anaeróbios                              < 1%
 Chlamydia psitacci                      < 1%
 Chlamydia pneumoniae                    5 a 22%
 Legionella pneumophilla                 6 a 18%
 Mycoplasma pneumoniae                   2 a 6%
 Vírus                                   2 a 20%



     • Colher hemocultura (anaeróbia e aeróbia), antes de iniciar
     antibioticoterapia.
     • Colher escarro com pesquisa de BAAR e fungos (3 amostras), se suspeita
     de tuberculose/fungos.
     • Colher cultura de secreção traqueal quantitativa,ou lavado
     broncoalveolar ou escovado brônquico protegido para pacientes em
     ventilação mecânica ou traqueostomizados.
     • A terapia antimicrobiana deverá ser iniciada no máximo até 4 horas
     depois do diagnóstico em pacientes que necessitam internação por PAC.
     • Duração do tratamento: Pneumonia adquirida na Comunidade (PAC), o
     mínimo é de 5 dias (Nível evidencia I). A maioria dos pacientes estabilizam
     em 3 a 7 dias, portanto, manter terapia por mais tempo não é necessário
     (IDSA/ATS Guidelines for CAP; CID2007:44(suppl2) .

32
trataMento e proFilaXia de inFeCçÕes eM adUltos


    S. pneumoniae: sem bacteremia: após 3 dias afebril;
    com bacteremia: 10 a 14 dias
    M. pneumoniae: não está estabelecido (média 14d);
    C. pneumoniae: 7-14 dias (A-I);
    Legionella: 10-21 dias (B-II);
    S. aureus, P. aeruginosa, Klebsiella spp. ou anaeróbios (pneumonia
    necrotizante) 14 ou mais dias (B-II) (CID, v.37, 2003).
    • Devido a alta freqüência de tuberculose no Brasil a suspeita da infecção
    pelo Mycobacterium sempre é relevante (NEJM, v.347, 2002; Clin Infect
    Dis, v.31, 2000;).

2.2 PAC SEM NECESSIDADE DE INTERNAÇÃO, EM PACIENTE SEM CO-
MORBIDADE
*Sem uso de antimicrobianos. Se uso prévio de antimicrobianos, optar pela coluna da 2ª
escolha.
Agente          Tratamento           Tratamento             Notas
etiológico.     (1ª escolha)         (2ª escolha)
S. pneumo-      1ª Macrolídeo        1ª Macrolídeo          Azitro/Claritro: R Pneumo
niae            (Azitromicina ou     (Azitromicina ou       in vitro 20 a 30% (Chest
H. influenzae   Claritromicina ou    Claritromicina) +      131:1205,2007). Se R penicilina,
Moraxella       eritromicina)        Amoxicilina ou amo-    até 50% R azitro/claritro. (CID
catarrhalis                          xicilina/clavulanato   40:1288,2005).
Chlamydia       2ª Amoxicilina ou                           Amoxacilina: ativa p/ pneumo
pneumoniae      Amoxicilina/clavu-   2ª Fluoroquinolona     90 a 95% com doses de 3
Mycoplasma      lanato               (Levofloxacina ou      a 4 g/d. Sem atividade para
pneumoniae                           Moxifloxacina)         atípicos e produtores de
                3ª Doxiciclina                              betalactamases
                                                            Fluorquinolona: ativa para
                                                            Pneumo R e S a penicilina.
                                                            Macrolídeos e doxiciclina
                                                            como drogas únicas são
                                                            escolhas naqueles pacientes
                                                            previamente saudáveis (A-I)
                                                            (Intern J Antim Agents, v.18,
                                                            2001; Intern J Antim Agents, v.
                                                            18, 2001).
                                                            O uso abusivo das fluoroqui-
                                                            nolonas levou ao aumento de
                                                            cepas de
                                                            pneumococo resistente. Reco-
                                                            mendada para terapia inicial
                                                            em pacientes selecionados.



                                                                                          33
2.3 PAC SEM NECESSIDADE DE INTERNAÇÃO, EM PACIENTE COM CO-
MORBIDADE [DPOC, DM, INSUFICIÊNCIA RENAL, ICC, MALIGNIDADE, ETILISMO
(COMPENSADOS)]
*Se uso prévio de antimicrobianos, optar pela coluna da 2ª escolha
 Agente             Tratamento            Tratamento             Notas
 etiológico.        (1ª escolha)          (2ª escolha)
 Streptococcus      Fluoroquinolona     Macrolídeo + Amo-        Se houver suspeita de aspira-
 pneumoniae         (NÃO CIPROFLOXA- xicilina ou Amoxicili-      ção: Amoxicilina-clavulanato
 Haemophilus        CINA) Levofloxacina na/clavulanato           ou Clindamicina (Clin Infect
 influenzae         ou Moxifloxacina                             Dis, v.37, 2003).
                                        Ceftriaxona, Cefpo-      Não associar clindamicina ou
 Chlamydia pneu-                        doxima ou Ertape-
 moniae                                                          metronidazol com ampicilina/
                                        nem + Macrolídeo         sulbactam, meropenem,
 Mycoplasma                                                      imipenem, Piperacilina/
 pneumoniae                                                      tazobactam.
 Bacilos gram-                                                   Tabagismo é fator de risco
 -negativos                                                      para Legionella (Clin Infect
 Staphylococcus                                                  Dis, v.37, 2003).
 aureus



2.4 PAC QUE NECESSITE DE INTERNAÇÃO OU PNEUMONIA HOSPITALAR (PH)
DE INSTALAÇÃO PRECOCE (<4 DIAS), TRATAMENTO HOSPITALAR FORA DE UTI.
*Se uso prévio de antimicrobianos, optar pela coluna da 2ª escolha.
 Agente            Tratamento          Tratamento             Notas
 etiológico.       (1ª escolha)        (2ª escolha)
 Streptococcus     -Fluoroquinolona    - Ampicilina-sulbac-   Levofloxacina em paciente
 pneumoniae        (Levofloxacina ou   tam ou amoxacilina     internado pode ser usada na
 Haemophilus       Moxifloxacina)      ou amoxacilina/        dosagem de 750 mg EV 1 x dia
 influenzae         -Macrolídeo        clavulanato +          (Clin Infect Dis, v.37, 2003).
                   (Azitromicina ou    macrolídeo             Em paciente hospitalizado não
 Bacilos gram-
 -negativos        Claritromicina)     - Cefepime com ou      usar macrolídeo sozinho (Arch
                   + Cefalosporina     sem macrolídeo         Intern ân, v.159, 1999)
 Chlamydia         de 3ª geração
 pneumoniae                            - Ertapenem (com       Não há benefício documentado
                   (Ceftriaxona ou     ou sem macrolídeo)     em associar fluoroquinolona com
 Legionella spp.   Cefotaxima)                                cefalosporina se comparado com
                                                              fluoroquinolona sozinha (Clin
                                                              Infect Dis, v.37, 2003)
                                                              Se MRSA da comunidade,
                                                              possível tratar c/ sulfa+trim ou
                                                              levofloxacina.




34
trataMento e proFilaXia de inFeCçÕes eM adUltos


2.5 PAC QUE NECESSITE DE INTERNAÇÃO EM UTI OU PNEUMONIA HOSPITALAR
ASSOCIADA À VENTILAÇÃO MECÂNICA (PAV) DE INSTALAÇÃO PRECOCE (< 4DIAS).
*Se PAV precoce, optar pela coluna da 2ª escolha.
 Agente            Tratamento       Tratamento        Notas
 etiológico.       (1ª escolha)     (2ª escolha)
 Streptococcus     - Macrolí-     - Cefepime ou       Se grave ou piora clínica em 24 horas
 pneumoniae        deo +          Piperacilina-       acrescentar Vancomicina, Linezolida ou
 Haemophilus       Ceftriaxona ou -tazobactam         teicoplanina.
 influenzae        Cefotaxima ou  + /- Amicacina      Amicacina ou ciprofloxacina poderá ser
                   Ampicilina-    ou                  associada apenas se fator de risco para
 Bacilos gram-     -sulbactam     Ciprofloxacina      Pseudomonas aeruginosa estiver presente.
 -negativos                       +/- ou Macro-       Metronidazol ou Clindamicina se broncoas-
 (Pseudomonas      - Fluoroquino- lídeo               piração MACIÇA presenciada.
 spp., Acineto-    lona                               Ertapenem não atua sobre P. aeruginosa e
 bacter spp.)      (Levofloxacina - Ertapenem         Acinetobacter. É indicado para bactérias do
                   ou Moxifloxa-                      grupo CESP e ESBL quando sensível.
 Chlamydia         cina)                              O seqüenciamento para antibiótico oral
 pneumoniae                                           deverá ocorrer quando houver boa inges-
 Legionella spp.                                      tão oral, estabilidade hemodinâmica e bom
                                                      funcionamento trato gastro-intestinal (A-I).


2.6 PNEUMONIA HOSPITALAR GRAVE OU PAV TARDIA (>4 DIAS DE
INTERNAÇÃO)

 Agente            Tratamento       Tratamento         Notas
 etiológico.       (1ª escolha)     (2ª escolha)
 Staphylococcus Piperacilina-       1ª Imipenem        Ampicilina-sulbactam deve ser preser-
 aureus          -tazobactam        ou Merope-         vado para cobertura de Acinetobacter
                 ou Cefepime        nem                baumannii.
 Pseudomonas      +/-               +/-                *Amicacina, ciprofloxacina ou levofloxa-
 aeruginosa      Vancomicina         amicacina ou      cin poderá ser associada apenas se fator
                 ou Linezolida      ciprofloxacina*    de risco para Pseudomonas aeruginosa
 Acinetobacter ou teicoplanina      +/-                **Vancomicina, Linezolida ou teicopla-
 baumanii         +/-                Vancomicina       nina deve ser associada se fator de risco
                 Amicacina ou       ou Linezolida**    para S. aureus (TCE, Pós-operatório) ou se
 Klebsiella spp. Ciprofloxacina*    ou teicoplanina    a prevalência de MRSA for alta.
 (***)           ou                 +/-                *** Se risco de MR ou Pan-resistente ou
                 Levofloxacina      Polimixina         KPC, associar polimixina. Nessa situação,
 Stenotro-                          B ou E***          tratar com polimixina + amicacina +/-
 phomonas                                              meropenem. Anfotericina B ou caspofun-
 maltophylia                                           gina se infecção fúngica
                                                       Cloranfenicol ou Sulfametoxazol + trime-
 Legionella spp.                                       troprin se S. maltophylia. Fluorquinolona
                                                       se Legionella. Antimicrobianos como
                                                       vancomicina, teicoplanina, linezolida,
                                                       imipenem ou meropenem, polimixinas
                                                       devem ser indicados somente pelo infec-
                                                       tologista ou pelo médico da CCIH.

                                                                                                35
Causas de falência no tratamento:

     • Presença de microorganismo MR, Pan - Resistentes
     • Patógenos incomuns: Tb, vírus, Leptospirose, Nocardia, Pneumocistose,
     Histoplasmose, paracoccidioidomicose
     • Empiema
     • Antibioticoterapia inadequada
     • Superinfecção: cateter, ITU, pneumonia hospitalar
     • Causas extrapulmonares
     • Vasculites, ICC, Embolia pulmonar
     • Endocardite, Meningite, Artrites,Neoplasias
     • SARA, IAM, hemorragia alveolar
     • Febre medicamentosa

2.7 ABSCESSO PULMONAR E PNEUMONIA ASPIRATIVA

                                        Tratamento                        Tratamento
 Agente etiológico.                     (1ª escolha)                      (2ª escolha)
 Bacteróides spp. (15% B. fragilis)     1ª Clindamicina ou Metronidazol   Piperacilina/tazobactam
 Peptostreptococcos spp.                + Cefalosporina de 3ª geração
 Fusobacterium spp. Nocardia. S.        (Ceftriaxona ou Cefotaxima).
 aureus, Klebsiella pneumoniae          2ªAmpilicilina/sulbactam


3 endocArdite
3.1 ENDOCARDITE DE VÁLVULA NATIVA
*Se a alternativa terapêutica contemplar Vancomicina a monitorização dos níves plasmáticos é
útil e custo efetivo. Níves de pelo menos 15-20 µg/ml são indicados (Int J Infect Dis, v. 14, 2010)
 Agente                 Tratamento           Tratamento       Notas
 etiológico.            (1ª escolha)         (2ª escolha)
 Sem agente identi- Penicilina G +           Vancomicina      Adequar esquema conforme as
 ficado             Oxacilina (4-6           (4-6 semanas)    culturas (Emerg Infect Dis, v.10,
                    semanas) +               + Gentamicina    2004) S. viridans: 30-40%; outros
                    Gentamicina              (1-2 semanas)    Estreptococos: 15-25%; Enterococos:
                    (1-2 semanas)                             5-18%; Estafilococos 20-35¨%;

                                                              Na ausência de abscesso miocárdi-
 S. viridans e S. bo-                                         co, foco infeccioso extracardíaco ou
                        Penicilina G         Ceftriaxona      prótese pode ser realizado tratamen-
 vis (MiC penicilina                         (2 g 12/12h)
                        (4-6 semanas)                         to com Penicilina G (4-6 semanas) +
 < 0,1 µg/ml)                                (4-6 semanas)
                                                              Gentamicina (1-4 semanas) (NEJM,
                                                              v.345, 2001);
36
trataMento e proFilaXia de inFeCçÕes eM adUltos



Agente                 Tratamento          Tratamento         Notas
etiológico.            (1ª escolha)        (2ª escolha)
                                                              O uso de Vancomicina seria
                                                              recomendado naqueles pacientes
S. viridans e S. bo-   Penicilina G (4-6                      alérgicos a penicilinas (Lancet, v.363,
vis (MIC penicilina    semanas)            Vancomicina        2004); Teicoplanina é equivalente a
> 0,1 µg/ml e <        + Gentamicina       (4-6 semanas)      Vancominina para o tratamento de
0,5 µg/ml)             (1-2 semanas)                          endocardite e válvulas direitas, mas
                                                              inferior a Vancomicina em doses
                                                              baixas (Int J Infec dis v. 14, 2010)
S. viridans e S. bo-
vis (MIC penicilina    Penicilina G
> 0,5 g/ml)            ou Ampicilina       Vancomicina        Curr Opin Infect Dis, v.23, 2010.
Enterococos            (12 g/dia) (4-6     (4-6 semanas)      Quinuspristin/Dalfopristin em casos
(sensível a Ampi-      semanas) +          + Gentamicina      selecionados para VRE (Int J Infect
cilina, Penicilina     Gentamicina         (1-2 semanas)      Dis, v. 14, 2010)
G, Vancomicina e       (1-2 semanas)
Gentamicina)

                       Oxacilina           Cefazolina (4-6
                       (4-6 semanas) +     semanas) +         Curr Opin Infect Dis, v.23, 2010.
Estafilococos                              Gentamicina (1-2   Teicoplanina e Vancomicina são
(sensível a oxa-       Gentamicina                            inferiores a penicilina com ação para
cilina)                (opcional 1-2       semanas) OU
                                           Vancomicina        MSSA (Int J Infect Dis, v. 14, 2010).
                       semanas)            (4-6 semanas)
                       Oxacilina (4-6                         Estão excluídos desta terapia redu-
Estafilococos em       semanas) +                             zida os pacientes que apresentarem
endocardite de         Gentamicina                            complicações cardíacas ou extra car-
válvula tricúspide                                            díacas, febre persistente por 7 dias
(oxacilina sensível)   (opcional 1-2                          ou mais, HEV+ e que apresentarem
                       semanas)                               vegetações > que 1-2cm.
                                                              As evidências quanto ao uso de
                                                              Gentamicina em associação é
                                           Linezolida         limitado, mas está claro o aumento
                       Vancomicina         (4-6 semanas)      da toxicidade em mais de 65 anos.
                       (4-6 semanas)       Daptomicina        (Int J Infect Dis, v. 14, 2010 braz I
Estafilococos (oxa-    + Gentamicina                          Infect Dis, v. 363, 2004); O uso de
cilina resistente)                         (4-6 semanas
                       (opcional 1-2       para endocar-      daptomicina ainda necessita de esta-
                       semanas)            dite de válvula    belecimento de doses, mas escolha
                                           direita)           nos casos de MRSA (MIC de 2 µg/
                                                              mL ou hVISA e GISA. (Int J Antimicrob
                                                              Agents, in press, 2011)
HACEK
(H.parainfluenzae,
H. aphrophilus,                            Ampicilina
H.paraphrophilus,                          (8g/dia 4-6        Algumas cepas podem produzir
Actinobacillus         Ceftriaxona
ctinomycete-           (4-6 semanas)       semanas)           beta-lactamases e reduzir a sensibi-
mcomitans,                                 +                  lidade a Ampicilina (Infect Dis Clin
Cardiobacterium                            Gentamicina        North Am, v.23, 2009)
hominis, Eikenella                         (1-2 semanas)
corrodens e
Kingella kingae)
                                                                                                     37
3.2 ENDOCARDITE DE VÁLVULA PROTÉTICA

                               Tratamento
Agente etiológico.                                            Notas
                               (1ª escolha)
                                                              Adequar esquema conforme as cul-
                               Vancomicina (4-6 semanas)      turas; Se precoce (< 2 meses após
                               + Gentamicina (1-2 sema-       cirurgia): S. epidermidis e S. aureus;
Sem agente identificado                                       Se tardia (> 2 meses após cirurgia):
                               nas) + Rifampicina             S. epidermidis, S. aureus, S. viridans
                               (4-6 semanas)                  e enterococos; (Mayo Clin Proc, v.85,
                                                              2010)

                                                              Na ausência de abscesso miocár-
                                                              dico, foco infeccioso extracardíaco
                               Penicilina G (4-6 semanas)     ou prótese pode ser realizado
S. viridans e S. bovis         + Gentamicina                  tratamento com Penicilina G +
(MIC penicilina < 0,1 g/ml)                                  Gentamicina por 2 semanas (NEJM,
                               (1-2 semanas)
                                                              v.345, 2001); (Expert Opin Pharma-
                                                              cother, v.11, 2010)

S. viridans e S. bovis (MIC    Penicilina G (4-6 semanas)
penicilina > 0,1 g/ml e <     + Gentamicina
0,5 g/ml)                     (1-2 semanas)
S. viridans e S. bovis (MIC
penicilina > 0,5 g/ml);       Penicilina G (4-6 semanas)
Enterococos (sensível a Am- + Gentamicina
picilina, Penicilina G, Vanco- (1-2 semanas)
micina e Gentamicina)
                               Oxacilina (12g/dias 4-6
Estafilococos                  semanas) + Gentamicina
(sensível a oxacilina)         (1-2 semanas) + Rifampicina
                               (4-6 semanas)

Estafilococos em endocar-      Oxacilina (12g/dia 4-6 sema-
dite de válvula tricúspide     nas) + Gentamicina
(oxacilina sensível)           (opcional 1-2 semanas)

                                                              O uso de Gentamicina em asso-
                               Vancomicina (4-6 sema-         ciação é ainda indicado. Se houver
Estafilococos (oxacilina       nas) + Gentamicina (1-2        resistência a Gentamicina associar
resistente)                                                   uma terceira droga conforme anti-
                               semanas) + Rifampicina ou      biograma. O uso de Linezolida é um
                               Daptomicina (4-6 semanas)      alternativa para casos selecionados
                                                              (Int J Infect Dis, v. 14, 2010).
HACEK
(Haemophilus parainfluen-      1ª Ceftriaxona (4-6 semanas) Algumas cepas podem produzir
zae, H. aphrophilus,                                        beta-lactamases e reduzir a sensi-
H.paraphrophilus, Actino-      2ª Ampicilina (8g/dia 4-6    bilidade a Ampicilina (Lancet, v.363,
bacillus actinomycetemco-                                   2004; NEJM, v.345, 2001); Expert
mitans, Cardiobacterium        semanas) + Gentamicina
hominis, Eikenella corro-      (1-2 semanas)                Ver Anti Infect Ther, v.8, 2010);
dens e Kingella kingae)
38
trataMento e proFilaXia de inFeCçÕes eM adUltos


3.3 ANTIBIOTICOPROFILAXIA PARA ENDOCARDITE INFECCIOSA
PROFILAXIA INDICADA SOMENTE (Clin Cardiol, v.32, 2009; Heart, v. 95, 2009):

- Prótese valvar;
- Encodardite infecciosa prévia;
- Cardiopatia prévia: cardiopatia congênita cianótica, incluindo shunts
paliativos, pós operatório menor que 6 meses de correção de cardiopatia
congênita com prótese ou reparada com defeitos residuais;
- Transplante cardíaco que desenvolve valvulopatia;
- Procedimenos que envolvam manipulação do tecido gengival, região
periapical dos dentes ou perfuração da mucosa oral (exceto: sangramento
por trauma, ajuste de dispositivos ortodônticos, anestesia de rotina em tecido
não infectado) em pacientes sob risco de endocardite;

                             Regime: dose única 30 a 60
Situação      Antimicrobiano minutos antes do procedimento            Notas
                                 Adulto           Criança
                                                                      Em crianças o uso
                                                  50 mg/kg            de cefalosporinas
              Amoxicilina;      2g                                    orais de 1ª ou 2ª ge-
Oral                            (ou 2 g IM ou EV) (ouEV)
                                                     50mg/kg IM       ração em dosagem
              Ampicilina;                         ou                  equivalente para
                                                                      adulto e criança.
                                                                      As bacteremias
                                                                      resultantes de
                                                                      atividades diárias
Endove-       Ceftriaxona;                                            são muito mais
                                1 g IM ou EV      50 mg/kg IM ou EV   freqüentes do que
nosa          Cefazolina;                                             aquelas associadas
                                                                      a procedimentos
                                                                      dentários. (Circula-
                                                                      tion, v.116, 2007);

              Cefalexina;       2g                50 mg/kg            Cefalosporinas são
Alérgicos à   Clindamicina;     600 mg            20 mg/kg            contraindicadas nos
Penicilina                                                            casos de anafilaxia
              Azitromicina;     500 mg            15 mg/kg
(oral)                                                                com penicilinas.
              Claritromicina;   500 mg            15 mg/kg


             Cefazolina;        1 g IM ou EV      50 mg/kg IM ou EV   Pacientes em uso
Alérgicos à                                                           de anticoagulantes
Penicilina   Ceftriaxone;       1 g IM ou EV      50 mg/kg IM ou EV   não devem receber
(parenteral)                                                          medicamentos
             Clindamicina;      600 mg IM ou EV 20 mg/kg IM ou EV     intramuscular.


                                                                                         39
4 infecções de pele e pArtes Moles

                  Agente
Diagnóstico                       Tratamento             Notas
                  etiológico

                                                         A cobertura de bacilos gram-ne-
                                                         gativos não é obrigatória, deve-se
                                                         avaliar a extensão e fatores de risco.
                                                         A antibiotico terapira parenteral
                                  Oxacilina
                                                         pode ser mantida por 3 a 4 dias, o
                  Streptococcus   Cefalotina
Celulites/                                               restante do tratamento por via oral
                  do grupo A      Amoxicilina
                                                         até completar 7 a 14 dias (Am Fam
erisipela - ex-   H. influenzae   Eritromicina
                                                         Phys, mai, 1998; Am Fam Phys, v.66,
tremidades        S. aureus       Levofloxacina
                                                         2002);
                                  Moxifloxacina
                                                         Para infecções causadas por MRSA
                                                         ou CA-MRSA, daptomicina, tige-
                                                         ciclina e linezolida tem resultados
                                                         comparáveis a vancomicina (Curr
                                                         Opin Infect Dis, 20:118–123, 2007).


                                                         Considerar avaliação tomográfica
                                                         de seios da face e órbita para
                  O H. influen-
                                                         descartar sinusopatia e abscesso
                  zae tem maior
Celulites/                                               orbital sobperiostal. Na existência de
                  importân-     Ceftriaxona
erisipela –                                              abscesso recomenda-se avaliação
                  cia nesta     Amoxicilina
periorbital e                                            do oftalmologista ou otorrilaringolo-
                  síndrome,
bucal                                                    gista (Can Fam Phys, mar, 2004)
                  especialmente
                                                         Am Fam Phys, mai, 1998.
                  em crianças
                                                         Am Fam Phys, v.66, 2002.
                                                         NEJM, v.350, 2004.


                                  Clindamicina ou        Idealmente, a ciprofloxacina não é a
                                  metronidazol+          primeira escolha para o tratamento
                  Bacilos gram-   Fluoroquinolona        de infecções por Streptococcus.
Celulites/
                  -negativos                             Sendo a levofloxacina, moxifloxa-
erisipela –
                  aeróbios,       OU                     cina os antimicrobianos recomen-
Diabetes
                  anaeróbios                             dados.
                                  Ampicilina-sulbactam   NEJM, v.350, 2004.



Flebites pós-                     Oxacilina              A troca do acesso venoso é
                  S. aureus
-punção                           Cefalotina             essencial.


Mastite puer-     S. aureus      Oxacilina
                                                         RBGO, v.22, 2000.
peral             S. epidermidis Cefalotina

40
trataMento e proFilaXia de inFeCçÕes eM adUltos



                                                         O uso de fluoroquinolonas também
                S. aureus,    Cefalexina                 é permitido, entretanto a maior
Impetigo        Streptococcus Eritromicina               incidência desta doença ocorre em
                                                         crianças nos quais esta classe de
                spp.          Amoxicilina                droga não é recomendada (Am Fam
                                                         Phys, v.66, 2002).

                                 Aciclovir
                                                         O tratamento da varicela reduz o
                                 Para crianças <12
                                                         período de estado. Em adolescentes
                                 anos: 20mg/kg, VO,
                                                         e adultos tende a ser mais grave
                                 5xdia, ou 500mg/
                                                         que em crianças (Ann Intern Med,
                                 m2, EV, 8/8h, por 5 a
                                                         jun, 1999; NEJM, ago, 2002).
                                 7 dias. Para adultos:
                                                         Em neonatos a via endovenosa é
                Vírus Varicela   800mg, VO, 5xdia,
Varicela                                                 obrigatória, na dose de 500mg/
                Zoster           ou 10mg/kg, EV,
                                                         m2 8/8hs.
                                 8/8h por 5 a 7 dias.
                                                         Imunodeprimidos (corticosteróides,
                                 Famciclovir
                                                         doença maligna, transplantado, HIV)
                                 500mg, VO, 8/8h,
                                                         o tratamento é mandatório.
                                 por 5 a 7 dias
                                                         HIV, doença maligna: tratamento
                                 Valaciclovir 1g, VO,
                                                         endovenoso.
                                 8/8h, por 5 a 7 dias

                                                         O tratamento geralmente é reco-
                                                         mendado por 7 a 10 dias.
                                                         Em imunodeprimidos, a via reco-
                                 Aciclovir
                                                         mendada é endovenosa.
                Vírus Varicela   Famciclovir
Herpes zoster                                            O foscarnet está recomendado
                Zoster           Valaciclovir
                                                         apenas para lesões persistentes com
                                 Foscarnet
                                                         tratamento com aciclovir.
                                                         Ann Intern Med, jun, 1999; NEJM,
                                                         ago, 2002

                                                     15 a 29% dos casos ocorre por um
                                                     único patógeno, o restante é devido
                                                     a flora mista aeróbia ou anaeróbia
                Clostridium                          em igual proporção.
                Streptococcus                        O debridamento cirúrgico é essen-
                grupo A       Ampicilina/penicilina+ cial para o sucesso do tratamento.
                Enterococcus Gentamicina +           A rapidez da intervenção cirúrgica
                Staphylococ- Clindamicina/Metro-     está associada à redução da
                cus coagulase nidazol                mortalidade (Curr Opin Infect Dis,
Fasceíte        negativo      OU                     20:118–123, 2007).
necrotizante    S. aureus     Aztreonan + Vanco-     O uso de Imunoglobulina EV não
                E. coli       micina                 tem aprovação do FDA e permane-
                Enterobacter Opção para pacientes ce controverso.
                Pseudomonas alérgicos a              Não existe recomendação para o
                Proteus       Beta-lactâmicos        uso da terapia hiperbárica, exceto
                Serratia                             como terapia adjuvante associada
                Bacteroides                          ao debridamento cirúrgico (J Am
                                                     Coll Surg, Fev, 2009)
                                                     Mount Sinai J Med, v.68, 2001
                                                     NEJM, ago, 2002

                                                                                           41
42
     5 pÉ diAbÉtico
                            Agente            Tratamento             Tratamento
     Diagnóstico                                                                                            Notas
                            Etiológico        (1“ escolha)           (2“ escolha)
                                                                   - Cefalotina + Gentamicina ou            Em cirurgias ortopédicas sépticas
     Infecção super-        S. aureus                              Clindamicina                             a obtenção de secreção para
     ficial – celulite (<   Streptococcus - Oxacilina                                                       cultura é clinicamente importante.
     2 cm) ou úlcera        (A, B, C, G)   Associar ciprofloxacina - Levofloxacina                          Apresenta sensibilidade de 81%
     rasa – tratamento      Bacilos        se maior gravidade                                               com especificidade de 96%. Um
     por 2 semanas.         gram-negativos                         - Vancomicina / teicoplanina             valor preditivo positivo de 87% e
                                                                   (se cultura com MRSA)                    negativo de 94% (Clin Infect Dis,
                                                                                                            v.34, 2002).
                                                                                                            Clin Radiol, v.59, 2004. Clin Infect
                                                                                                            Dis, v.38, 2004. Am J Surg, v.186,
     Infecção com                                                    Desbridamento cirúrgico SEMPRE e       2003. Brit J Dermatol, v.148, 2003.
                                              Desbridamento cirúr-
     úlcera profunda                                                 coleta de cultura                      NEJM, v.348, 2003. Lancet, v.361,
                            S. aureus         gico SEMPRE e coleta
     de partes moles                                                                                        2003.
                            Streptococcus     de cultura             1º Clindamicina + Levofloxacina com
     (celulite com > 2                                                                                      Clin Infect Dis, v.34, 2002. Arq
                            Enterobactérias   1º Ciprofloxacina +    ou sem Rifampicina
     cm) – tratamen-                                                                                        Bras Endocrinol Metab, v.46,
                            B. fragilis       Clindamicina com ou    2º Vancomicina / teicoplanina ou
     to por 2 a 3                                                                                           2002. Diab Care, v.22, 1999. Clin
                                              sem Rifampicina        Linezolida se cultura com MRSA)
     semanas.                                                                                               Infect Dis, v.25, 1997. NEJM, v.331,
                                                                                                            1994. (World J Diab v. 2, 2011; Int J
                                                                                                            Infect Dis, v. 5, 2011).
                                            Desbridamento            Desbridamento cirúrgico SEMPRE co-
                                            cirúrgico SEMPRE         lhendo fragmento ósseo para cultura!
                                            colhendo fragmento
     Infecção com                           ósseo para cultura!      1º Amoxicilina-clavulanato
                            S. aureus
     comprometi-                            1º Ciprofloxacina +      2º Ertapenem (se uso prévio de
                            Streptococcus
     mento ósseo                            Clindamicina ou          antibiótico)
                            Enterobactérias
     tratamento por                         Metronidazol com ou      3º - Ampicilina- sulbactam
                            B. fragilis
     4-6 semanas.                           sem Rifampicina           (se cultura com Acinetobacter spp.)
                                            2º Levofloxacina +
                                            Clindamicina com ou      4º Vancomicina ou teicoplanina ou
                                            sem Rifampicina          linezolida (se cultura com MRSA)
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Antibioticoterapia combateih

  • 1. 1
  • 2.
  • 3. Protocolos e Diretrizes AntibioticoterApiA e prevenção de infecções HospitAlAres Londrina 2011
  • 4. Unimed Londrina Cooperativa de Trabalho Médico Rua Souza Naves, 1333. Telefone: 0800 400-6100 www.unimedlondrina.com.br diretoria: expediente Gestão 2010 - 2014 coordenação e edição: diretoria executiva: Carolina Guadanhin Issao Yassuda Udihara, diretor coordenação técnica presidente;Carlos Alberto Almeida Boer, Ivan Pozzi diretor Administrativo-financeiro; Álvaro Cláudia Carrilho Luiz de Oliveira, diretor de Mercado; Edison produção e edição Henrique Vannuchi, diretor de Provimento Dayane Santana de Saúde; Oziel Torresin de Oliveira, diretor de Relacionamento com Cooperados. revisão Gramatical Jackson Liasch conselho técnico: Antonio Carlos Valezi, Edson Correia da projeto Gráfico Silva, Ides Miriko Sakassegawa, Rubens OzLONDRINA Martins Junior e Sérgio Humberto B. impressão Parreira. Midiograf superintendentes: tiragem Fabio Pozza, Desenvolvimento e Mercado; 2.000 Jorge Luiz Gonçalves, Provimento de Saúde. executivo de desenvolvimento * Este material faz parte do conjunto de ações estratégico: da campanha de Controle à Infecção Hospitalar Weber Guimaraes da Unimed Londrina. Catalogação elaborada pela divisão de proCessos téCniCos da biblioteCa Central da Universidade estadUal de londrina. dados internaCionais de Catalogação-na-pUbliCação (Cip) A629 Antibioticoterapia e prevenção de infecções hospitalares / Coordenadora: Claudia Maria Dantas de Maio Carrilho; Autores: Jaqueline Dario Capobiango...[et al.]. – Londrina : Unimed, 2011. 114 p. : il. Acima do título: Protocolos e diretrizes. Inclui bibliografia. 1. Antibióticos - Manuais, guias, etc. 2. Infecção hospitalar - Prevenção. 3. Farmacologia. I. Carrilho, Claudia Maria Dantas de Maio. II. Capobiango, Jaqueline Dario. III. Unimed Londrina Cooperativa de Trabalho Médico. CDU 615.33
  • 5. aUtores claudia Maria dantas de Maio carrilho Marcos toshiuki tanita - coordenadora Médico infectologista Médica Infectologista Especialista em Controle de Infecção Mestre em Medicina e Ciências da Hospitalar - Universidade Estadual de Saúde – Universidade Estadual de Londrina-UEL Londrina (UEL) Prof. da Pós-Graduação em Prevenção Coordenadora das CCIH do Hospital de Infecção Relacionada a Serviços de Universitário de Londrina e HOFTALON Saúde - Universidade de Santa Cruz do - Londrina-PR SUL (UNISC) - Santa Cruz do Sul-RS Profª de Medicina Intensiva do Curso de Intensivista da Unidade de Tratamento Medicina - UEL Intensivo Adulto do HU - UEL Profa do Curso de Especialização em Mestrando em Medicina e Ciências da Infecção Hospitalar - UEL Saúde - UEL Intensivista da Unidade de Tratamento Intensivo Adulto do HU- UEL Marcelo carneiro Médico Infectologista Jaqueline dario capobiango Especialista em Infecção Hospitalar - Médica pediatra com área de atuação Universidade Estadual de Londrina (UEL) em infectologia Mestre em Microbiologia - UEL Mestre em Medicina e Ciências da Doutorando em Ciências Médicas - Saúde - Universidade Estadual de Universidade Federal do Rio Grande do Londrina (UEL) Sul - Porto Alegre - RS Doutoranda do Curso de Ciências da Prof. Assistente de Microbiologia e Saúde - UEL Infectologia da Faculdade de Medicina Profª. de Infectologia da Disciplina de - Universidade de Santa Cruz do Sul Moléstias Infecciosas - UEL (UNISC) - Santa Cruz do Sul - RS Profa. do Curso de Especialização em Coordenador da CCIH do Hospital Santa Infecção Hospitalar - UEL Cruz (HSC) - UNISC - RS Infectologista da CCIH do Hospital Coordenador e Prof. da Pós-Graduação Universitário de Londrina - UEL em Prevenção de Infecção Relacionada Médica da CCIH do Hospital Infantil a Serviços de Saúde - UNISC Sagrada Família de Londrina Vice-coordenador da Residência em Intensivista da Unidade de Terapia Clínica Médica do Hospital Santa Cruz Intensiva Pediátrica do HU - UEL (HSC) - UNISC - RS Joseani coelho pascual Garcia Intensivista da Unidade de Tratamento Médica Infectologista Intensivo Adulto - HSC - UNISC - RS Mestre em Medicina e Ciências da renata Aparecida belei Saúde - Universidade Estadual de Coordenadora de enfermagem da Londrina (UEL) CCIH do HU-Universidade Estadual de Coordenadora da CCIH do Hospital Londrina - UEL Evangélico de Londrina Profa. do Curso de Especialização em Médica da CCIH do Hospital Controle de Infecção Hospitalar - UEL Universitário de Londrina - UEL Doutora em Educação-Unesp - SP Profª do Curso de Especialização em Infecção Hospitalar - UEL
  • 6.
  • 7. apresentação Na prática diária, um dos maiores problemas, tanto no ambiente hospitalar como na comunidade, é o uso abusivo e muitas vezes incorreto dos antimicrobianos. Esse fato colabora e muito com o crescente aumento de infecções por microrganismos multirresistentes, que, aliado ao número quase inexistente de novos antimicrobianos, criou o maior desafio na prática da infectologia: saber como, quando, por quanto tempo e com o que tratar as infecções, buscando o uso racional dessas drogas. O objetivo desta 2º edição do Guia de Antimicrobianos é oferecer condutas terapêuticas atualizadas, adequadas às novas tendências mundialmente aceitas, lembrando sempre que os guias terapêuticos são uma ferramenta auxiliar no manuseio das infecções, com o objetivo de racionalizar o uso de antibióticos, com menores efeitos adversos, maior eficácia e menor custo. Esperamos que este guia auxilie os profissionais médicos na escolha adequada e bem sucedida dos antimicrobianos para as infecções comunitárias e hospitalares e profilaxias, em adultos, crianças e gestantes. Os autores 7
  • 8. ÍndiCe i- noções iMportAntes sobre resistÊnciA AntiMicrobiAnA 1 MiCroorganisMos MUltirresistentes (Mr)______________________ 12 2 estratégias preventivas ______________________________________ 12 3 CondUta Frente a sUspeita de Mr _____________________________ 13 3.1 QUando ColHer CUltUra para identiFiCar Mr________________ 13 3.2 paCientes de risCo _________________________________________ 14 3.3 Coleta de sWab de vigilÂnCia para pesQUisa de Mr __________ 14 3.4 FlUXo do paCiente CoM CUltUra positiva para Mr ___________ 15 3.5 CondUtas Frente a paCientes ColoniZados oU inFeCtados CoM Mr ________________________________________ 16 3.6 rotina para liMpeZa e desinFeCção terMinal de isolaMentos ___________________________________________ 17 3.7 paraMentação para CUidados CoM paCiente sUspeito oU ConFirMado de ColoniZação/inFeCção por Mr__________ 19 3.8 transporte de paCiente CoM diagnÓstiCo oU sUspeito de Mr ____________________________________________ 19 3.9 pesQUisa de Mr eM proFissionais de saÚde __________________ 19 3.10 rotina de desColoniZação de Mrsa _______________________ 20 4 rotina para Uso do JaleCo branCo (pessoal) __________________ 20 5 preCaUçÕes e isolaMentos ___________________________________ 21 5.1 preCaUçÕes padrão _______________________________________ 21 5.2 preCaUção aérea oU CoM aerossÓis _______________________ 22 5.3 preCaUção CoM gotÍCUlas ________________________________ 22 5.4 preCaUção de Contato____________________________________ 23 5.5 ClassiFiCação das patologias QUanto ao tipo e dUração das preCaUçÕes ___________________________________________ 24 ii- trAtAMento e profilAxiA de infecções eM AdUltos 1 inFeCçÕes de vias aéreas sUperiores ___________________________ 30 2 pneUMonia no adUlto ______________________________________ 32 2.1 FreQÜÊnCia dos agentes etiolÓgiCos na pneUMonia adQUirida na CoMUnidade (paC)____________________________ 32 2.2 paC seM neCessidade de internação, eM paCiente seM Co-Morbidade _____________________________________________ 33 2.3 paC seM neCessidade de internação, eM paCiente CoM 8
  • 9. Co-Morbidade _____________________________________________ 34 2.4 paC QUe neCessite de internação oU pneUMonia Hospitalar (pH) de instalação preCoCe (<4 dias), trataMento Hospitalar Fora de Uti _______________________________________________ 34 2.5 paC QUe neCessite de internação eM Uti oU pneUMonia Hospitalar assoCiada À ventilação MeCÂniCa (pav) de instalação preCoCe (< 4dias) ____________________________ 34 2.6 pneUMonia Hospitalar grave oU pav tardia (>4 dias de internação) ____________________________________ 35 2.7 absCesso pUlMonar e pneUMonia aspirativa _______________ 36 3 endoCardite _________________________________________________ 36 3.1 endoCardite de vÁlvUla nativa ____________________________ 36 3.2 endoCardite de vÁlvUla protétiCa ________________________ 38 3.3 antibiotiCoproFilaXia para endoCardite inFeCCiosa ________ 39 4 inFeCçÕes de pele e partes Moles ______________________________ 40 5 pé diabétiCo __________________________________________________ 42 6 MordedUras _________________________________________________ 43 7 inFeCçÕes UrinÁrias __________________________________________ 44 8 inFeCçÕes intra-abdoMinais __________________________________ 46 9 osteoMielites e artrites _____________________________________ 47 9.1 osteoMielite HeMatogÊniCa________________________________ 48 9.2 osteoMielite por ContigÜidade ___________________________ 48 9.3 osteoMielite por inoCUlação direta ______________________ 49 9.4 artrites __________________________________________________ 49 10 Meningites _________________________________________________ 50 11 inFeCção relaCionada a Cateter venoso Central (CvC) ________ 51 11.1 paCiente CoM CvC e Febre seM oUtra CaUsa _________________ 51 11.2 baCtereMia relaCionada a CvC ____________________________ 52 11.3 baCtereMia relaCionada a Cateteres iMplantados _________ 52 11.4 protoColo de trataMento de baCtereMia por S. AUREUS ____ 53 12 inFeCçÕes eM oFtalMologia __________________________________ 54 13 grande QUeiMado ___________________________________________ 58 14 neUtropenia Febril __________________________________________ 59 15 antibiotiCoproFilaXia CirÚrgiCa no adUlto __________________ 60 15.1 bUCo-MaXilo-FaCial _______________________________________ 62 15.2 traUMa _________________________________________________ 62 9
  • 10. 15.3 CirUrgia neUrolÓgiCa ____________________________________ 63 15.4 CirUrgia de Cabeça e pesCoço (inClUi otorrinolaringologia) ___________________________ 63 15.5 CirUrgia CardÍaCa ________________________________________ 64 15.6 CirUrgia torÁCiCa ________________________________________ 65 15.7 CirUrgia ortopédiCa______________________________________ 65 15.8 CirUrgia gastrointestinal _______________________________ 66 15.9 CirUrgia UrolÓgiCa ______________________________________ 68 15.10 CirUrgia obstétriCa/gineColÓgiCa _______________________ 69 15.11 CirUrgia oFtalMolÓgiCa _________________________________ 69 15.12 CirUrgia vasCUlar _______________________________________ 70 15.13 CirUrgia plÁstiCa ________________________________________ 70 15.14 dose iniCial e intervalo para repiQUe dos antibiÓtiCos Usados eM proFilaXias CirÚrgiCas ________________________ 71 16 doses dos antiMiCrobianos eM adUltos _____________________ 71 17 Correção de dose na insUFiCiÊnCia renal _____________________ 74 18 terapia de-esCalonada (adUltos e Crianças) __________________ 76 19 Uso de antiFÚngiCos (adUltos e Crianças)____________________ 79 19.1 sUsCeptibilidade da CAndidA spp aos antiFÚngiCos _________ 79 19.2 apresesntaçÕes e doses da anFoteriCina b ________________ 79 19.3 orientaçÕes para trataMento ____________________________ 80 iii- trAtAMento e profilAxiA de infecções eM pediAtriA 1 inFeCçÕes de vias aéreas sUperiores ___________________________ 82 2 inFeCção de vias aéreas inFeriores ___________________________ 84 3 baCtereMia seM FoCo aparente ________________________________ 85 4 pneUMonia CoMUnitÁria _____________________________________ 85 5 pneUMonia Hospitalar _______________________________________ 86 6 Meningites ___________________________________________________ 87 7 inFeCçÕes CUtÂneas __________________________________________ 89 8 MordedUra _________________________________________________ 90 9 inFeCçÕes UrinÁrias __________________________________________ 90 10 gastroenterites ____________________________________________ 90 11 linFadenite __________________________________________________ 91 12 osteoMielites _______________________________________________ 92 13 artrites _____________________________________________________ 92 14 apendiCite ___________________________________________________ 93 10
  • 11. 15 absCesso HepÁtiCo e peritonite _______________________________ 93 16 neUtropenia Febril eM Criança _______________________________ 94 17 QUeiMadUra eM Criança _____________________________________ 94 18 inFeCção relaCionada a Cateter vasCUlar ___________________ 95 19 inFeCção de sÍtio CirÚrgiCo eM Criança_______________________ 96 20 oUtras inFeCçÕes eM neonatologia _________________________ 97 21 proFilaXia antiMiCrobiana eM CirUrgia pediÁtriCa _____________ 97 22 proFilaXia antiMiCrobiana eM CirUrgia neonatal ____________ 101 23 doses de antiMiCrobianos eM pediatria _____________________ 102 iv trAtAMento e profilAxiA de infecções eM obstetrÍciA 1 inFeCçÕes respiratÓrias CoMUnitÁrias na gestante ___________ 106 2 inFeCçÕes UrinÁrias CoMUnitÁrias na gestante_______________ 106 3 rUptUra preMatUra de MeMbranas (rpM) _____________________ 107 4 CorioaMnionite ____________________________________________ 108 5 trataMento eMpÍriCo das prinCipais inFeCçÕes Hospitalares na gestante ___________________________________ 108 6 prevenCão de inFeCção neonatal por STREPTOCOCCUS do grUpo b (sgb) ____________________________________________ 111 6.1 reCoMendaçÕes para prevenção de inFeCção neonatal preCoCe por sgb _________________________________________ 111 6.2 estratégias de prevenção de doença de inÍCio preCoCe por sgb seM realiZação de CUltUras no pré-natal ________ 112 6.3 ManeJo eMpÍriCo de neonato nasCido de Mãe CoM indiCação de antibiotiCoproFilaXia intra-parto (api) para prevenir inFeCção preCoCe por sgb __________________ 112 6.4 proFilaXia para sgb dUrante trabalHo de parto preMatUro _____________________________________ 113 6.5 proFilaXia para sgb para gestantes CoM rUptUra preMatUra de MeMbranas _______________________ 114 11
  • 12. i- noçÕes iMportantes sobre resistÊnCia antiMiCrobiana 1 MicroorGAnisMos MUltirresistentes - Mr O uso indiscriminado de antimicrobianos contribuiu para o surgimento de microrganismos com múltipla resistência em ambientes hospitalares e na comunidade. Pacientes internados por tempo prolongado, submetidos a procedimentos invasivos e em uso de antimicrobianos tem alto risco de serem colonizados ou infectados por microrganismos multirresistentes (MR). O controle de infecções hospitalares por MR é um dos grandes desafios das Comissões de Controle de Infecção Hospitalar. Atualmente, são considerados MR: GRAM NEGATIVOS ANTIMICROBIANOS RESISTENTES Enterobactérias - Carbapenens (imipenem ou meropenem), Klebsiella spp., E. coli, Proteus mirabilis ou cefalosporinas de 3ª ou 4ª geração ou Citrobacter spp., Enterobacter spp., Serratia monobactâmicos spp., Providencia spp., Morganella spp. - Carbapenem ou cefalosporina de 4ª geração Pseudomonas spp. e Acinetobacter spp. MR - carbapenens (imipenem ou meropenem) Pseudomonas spp. e Acinetobacter spp. - carbapenens (imipenem ou meropenem), PAN resistentes ceftazidima, cefepime, piperacilina/tazobac- tam, ciprofloxacine e levofloxacin Pseudomonas spp. e Acinetobacter spp. - Todos acima + aminoglicosídeos , polimi- EXTREMA resistência xinas , ampicilina-sulbactam (só Acinetobac- ter), tigeciclina (só Acinetobacter) Não fermentadores: Burkolderia spp. e - Todos são considerandos naturalmente Stenotrophomonas spp. MR, independente de antibiograma Salmonella/Shigella - quinolona GRAM POSITIVO ANTIMICROBIANOS RESISTENTES Staphylococcus aureus Oxacilina (MRSA); Glicopeptídeos: vancomicina (VRSA) Estafilococos coagulase negativa Oxacilina/glicopeptídeos Enterococcus spp. Glicopeptídeos (VRE) Streptococcus pneumoniae Penicilina/cefotaxima/levofloxacin/ meropenem Streptococcus não pneumoniae Penicilina/glicopeptídeo/macrolídeo 2 estrAtÉGiAs preventivAs São fundamentais na disseminação de resistência e devem ser aplicadas em todos os hospitais e serviços de saúde. Destacam-se: a) a vigilância e isolamento de pacientes com cepas multirresistentes (identificação de portadores ou infectados); 12
  • 13. noçÕes iMportantes sobre resistÊnCia antiMiCrobiana b) o uso de estratégias para diminuir a mutação e a transferência genética (erradicação de reservatórios - limpeza e desinfecção adequadas); c) o uso de medidas para diminuir a pressão seletiva (uso correto de antimicrobianos); d) Evitar a disseminação - uso correto das precauções e higienização correta e freqüente das maõs. Baseando-se na revisão de Harbarth et al. (2003), 20% de todas as IH são evitáveis. Prevenir é sempre melhor do que curar! E a melhor estratégia está em nossas mãos! Fonte: OMS 3 condUtA frente A sUspeitA de Mr 3.1 QUANDO COLHER CULTURA PARA IDENTIFICAR MR: • As culturas devem ser colhidas de rotina quando houver suspeita de 13
  • 14. infecção ou em populações de risco, quando há suspeita de infecção/ colonização por MR; • São sítios de pesquisa de colonização por MR: retal, nasal, orofaringe, feridas/lesões e secreção traqueal. 3.2 PACIENTES DE RISCO: • Pacientes cirúrgicos, queimados, traumatizados, com úlceras de pressão/lesão de pele, traqueostomizados, internados em UTI, em uso de antibióticos, com internação maior que 7 dias com internação prévia recente, em tratamento dialítico. 3.3 COLETA DE SWAB DE VIGILÂNCIA PARA PESQUISA DE MR PARA AQUELES PACIENTES QUE NÃO SÃO SABIDAMENTE COLONIZADOS OU INFECTADOS DEVE-SE PROCEDER À COLETA DE SWABS NAS SEGUINTES SITUAÇÕES: Na admissão: (swab nasal, oral, axilar, inguinal e retal) • História de internação anterior, durante no mínimo 48 horas, nos últimos 6 meses, quando em situação de surto; e nos últimos 3 meses, quando a situação estiver controlada. • História de internação anterior em UTI, durante no mínimo 48 horas, nos últimos 6 meses. • Paciente transferido de outro serviço, com história de mais de 48 horas de internação. • Tratamento prolongado com antibióticos de amplo espectro nos últimos 6 meses, principalmente cefalosporinas de 3ª geração e carbapenems. • Contactantes de pacientes MR. • RN cuja mãe tenha passagem pela UTI durante a gestação e/ou tenha utilizado antibiótico de amplo espectro durante a gestação. Durante a internação: (swab nasal, orofaringe e retal): • Semanal de pacientes nas UTIs que ainda não sejam MR positivo e enquanto houver pacientes MR na unidade; • Quinzenal de pacientes em uso de antibiótico de amplo espectro e com internação prolongada, conforme orientação da CCIH; • Semanal de RN cuja mãe tenha diagnóstico de infecção ou colonização 14
  • 15. noçÕes iMportantes sobre resistÊnCia antiMiCrobiana com MR durante a gestação; • Quinzenal de RN cuja mãe tenha passagem pela UTI durante a gestação ou tenha utilizado antibiótico de amplo espectro durante a gestação e não tenha coletado o swab de vigilância; • Em casos de surtos, conforme orientação da CCIH. Durante a internação: (swab retal): • A cada 48 horas, para contatos com paciente KPC (colher swab retal); • A cada 5 a 7 dias, para pacientes com MR (NÃO KPC), para investigação de descolonização (colher do sítio inicial onde o MR foi identificado). IMPORTANTE: ✓ Todos os pacientes devem permanecer em precaução de contato até a definição das culturas. ✓ Quando não for possível a coleta de swabs, os pacientes suspeitos de MR devem permanecer sob precaução de contato (avental de mangas longas e luvas) até a alta. ✓ Pacientes MR positivo devem permanecer em precaução de contato até que tenham 3 swabs negativos (coletados com intervalo de 5 a 7 dias entre eles), coorte de profissionais e equipamentos individuais. ✓ Pacientes contactantes de MR (KPC) devem permanecer em precaução de contato até que tenham 2 swabs negativos (colhidos com intervalo mínimo de 48 horas entre eles) após retirada a exposição ao caso positivo. Culturas de vigilância podem ser utilizadas em situações específicas com a finalidade de conhecimento epidemiológico e prevenção de transmissão. Quando a endemicidade é baixa ou ausente podem ser realizadas em áreas de risco. Cada hospital deve estabelecer a freqüência de coleta de swab de vigilância conforme o tamanho da população de risco e das unidades de internação. 3.4 FLUXO DO PACIENTE COM CULTURA POSITIVA PARA MR • Avaliar os resultados de cultura diariamente; • Identificar os casos de MR no leito e prontuário; • Registrar em impresso e anotar no sistema (para visualização na etiqueta 15
  • 16. do paciente, se disponível); • Comunicar chefia de enfermagem da unidade onde se encontra o paciente; • Colocar placa de identificação de MR na cabeceira do leito; • Entregar folder explicativo sobre MR ao paciente/família; • Orientar o paciente e os profissionais sobre as precauções necessárias; • Escalar profissional da equipe de enfermagem exclusivo para atender especificamente este paciente quando possível. 3.5 CONDUTAS FRENTE A PACIENTES COLONIZADOS OU INFECTADOS COM MR • Manter o paciente em quarto privativo quando possível. Quando não, a coorte é permitida, ou seja, deve-se agrupar pacientes com mesmo MR. Quando não possível este agrupamento, agrupar os pacientes secretantes; • Lavar as mãos com anti-séptico antes e após qualquer tipo de contato com o paciente; • Usar luvas não estéreis para qualquer tipo de contato com paciente. Após o contato, retirar as luvas o mais rápido possível e lavar as mãos; • Ao sair da enfermaria de MR, aplicar anti-séptico nas mãos (álcool gel ou similar); • Usar avental limpo, não estéril, se contato com paciente significativamente contaminado: diarréia, incontinência urinária, incapacidade de higienização, colostomia/ileostomia, feridas com secreção abundante ou não contida por curativos. O avental deve ser retirado antes de se deixar o quarto/leito; • Equipamento de cuidados com pacientes (termômetros, estetoscópio, esfigmomanômetro) devem ser de uso único; se não for possível, a desinfecção com álcool a 70%; encaminhar esfigmomanômetro de tecido para a lavanderia, após o uso entre cada paciente; • Os ítens que o paciente tem contato e as superfícies ambientais devem ser submetidas à desinfecções a cada turno (leito, mesa de cabeceira/ refeição, móveis e utensílios peri-leito) com o desinfetante padronizado pela instituição; • Reduzir o máximo possível o transporte destes pacientes, inclusive 16
  • 17. noçÕes iMportantes sobre resistÊnCia antiMiCrobiana mudanças de leito. As precauções devem ser mantidas quando o paciente for transportado. O local para onde o paciente com MR for encaminhado deverá ser previamente notificado sobre seu diagnóstico e da necessidade de cuidados específicos; • Ao trocar fraldas, usar luvas duplas. Retirar o primeiro par após retirar a fralda usada e limpar o paciente. Terminar o cuidado com o segundo par de luvas, evitando a disseminação de microrganismos pelo leito e ambiente. 3.6 ROTINA PARA LIMPEZA E DESINFECÇÃO TERMINAL DE ISOLAMENTOS Para uma limpeza e desinfecção adequada de quartos/locais com paciente portador ou com suspeita de bactéria produtora de carbapenemase (KPC), bactéria multirresistente (MR) ou doença transmissível, seguir a sequência: A- Preparar todo o material e deixar na entrada do quarto: sabão líquido, hipoclorito de sódio a 0,5% a 1%, álcool a 70%, panos descartáveis para limpeza de superfícies, rodo, panos de chão, luvas, baldes específicos para MR, etc; B- Colocar paramentação completa para maior proteção: gorro, óculos, máscara de carvão ou duas máscaras cirúrgicas ou uma cirúrgica por cima de um respirador N95 (para reduzir a inalação do hipoclorito), avental de tecido de mangas longas, 2 pares de luvas descartáveis e botas/ou sapato de segurança; → Remover cartazes, papel toalha, esparadrapo colado, sacos de lixo; → Observar todo o local para ver se há matéria orgânica visível (sangue, vômito, etc). Caso exista, remover com pano e limpar o local com água e sabão. É importante fazer isto antes da aplicação do desinfetante, que é neutralizado pela matéria orgânica; → Aplicar álcool a 70% nas superfícies horizontais e materiais/ equipamentos (respiradores, bombas de infusão, bicos de ar/oxigênio/ vácuo, suportes de soro, portas, maçaneta, armários, mesinha de cabeceira, porta-papel toalha, escadinha, travesseiros, cama e colchão). → Aplicar nas bancadas, telefone, pranchetas, etc. Ao aplicar o álcool, manter o frasco sempre fechado, umedecer bem o pano, passar o pano 3 vezes em cada parte do local a ser desinfetado, friccionando bem; 17
  • 18. → Aplicar hipoclorito de sódio em tudo que não for de metal (não aplicar nos respiradores, camas, equipamentos): aplicar nas paredes, pias (cuba de louça) saboneteiras (se acrílico - material incompatível com álcool), dispensadores de álcool gel e lixeiras (por último). Deixar o produto em contato por 30 minutos; → Aplicar por último o hipoclorito de sódio em todo o banheiro do paciente, no vaso sanitário e no piso. Aplicar álcool a 70% na válvula de descarga, torneiras e maçaneta. Depois aplicar o desinfetante nas lixeiras (hipoclorito na parte plástica); → Descartar as luvas, retirar e pendurar o avental pelo avesso e lavar as mãos; → Após os 30 minutos de permanência do hipoclorito de sódio, colocar novas luvas e vestir o avental, jogar água e remover, descartando toda a água no ralo. Pode ser colocado ventilador para auxiliar a remover o cheiro do hipoclorito; → Depois de remover a água, lavar tudo com sabão líquido (portas, paredes, peitoril das janelas, vidros, bancadas, pias, armários, bicos de ar/ oxigênio/vácuo, suportes de soro, maçaneta, cama e colchão). Enxaguar, removendo toda a água para o ralo. Com água limpa, lavar o piso com água e sabão, enxaguar e SECAR. → Repetir a desinfecção com álcool em bancadas e superfícies. Importante: → o álcool mata quando seca. Por isto, sempre aplique o álcool e espere secar, realizando esta técnica por 3 vezes. NUNCA DESPEJAR/JOGAR ÁLCOOL: alto risco de incêndio!! → Retirar as luvas ao sair do quarto, lavar as mãos, calçar novas luvas, lavar todos os materiais e desinfetar com hipoclorito de sódio (panos de chão, baldes, escovas) ou álcool (rodinho de alumínio, carrinho, etc). Descartar os panos de limpeza. Retirar o restante da paramentação e lavar as mãos. Importante: → ao limpar locais com trânsito de pessoas, sinalizar a área com placas amarelas, alertando sobre o risco de quedas - local úmido. → ao limpar um local, iniciar do fundo para a frente, do limpo para o local mais sujo, usar mais de um pano, trocando-o a cada parte (um para 18
  • 19. noçÕes iMportantes sobre resistÊnCia antiMiCrobiana parede, outro para maçanetas, outro para equipamentos, etc.) → após concluída a desinfecção terminal, secar tudo, repor sacos de lixo e papel toalha, etc. → se possível, utilizar panos pequenos e descartáveis. 3.7 PARAMENTAÇÃO PARA CUIDADOS COM PACIENTE SUSPEITO OU CONFIRMADO DE COLONIZAÇÃO/INFECÇÃO POR MR • É obrigatório o uso de avental de mangas longas e luvas descartáveis (Precaução de contato). Retirar o jaleco branco (particular) antes de vestir a paramentação; • Não é permitido realizar a assistência a paciente com o uso de anéis, pulseiras, sapatos abertos, cabelos soltos ou unhas compridas; • Isolar sempre que possível o paciente na incubadora, no berço ou leito. • Evitar retirar paciente com MR da incubadora, realizando procedimentos invasivos na mesma ou no berço / cama, quando possível; • Orientar pais e mães sobre obrigatoriedade do uso de avental de mangas longas e luvas ao manipular crianças, assim como a lavagem das mãos antes e após o contato com o mesmo. 3.8 TRANSPORTE DE PACIENTE COM DIAGNÓSTICO OU SUSPEITO DE MR Transportar preferencialmente o paciente isolado. Caso não seja possível, seguir as seguintes orientações: → Conversar com o enfermeiro do setor para conhecer qual é o microrganismo MR que o paciente possui; → Transportar juntos os pacientes com o mesmo MR; → Transportar isoladamente pacientes com KPC e/ou VRE; → Pacientes pediátricos devem ser transportados com o seu acompanhante; → Pacientes pediátricos devem ser transportados somente com outras crianças, nunca com adultos em ambulâncias; → Acompanhantes devem se paramentar da seguinte forma: trocar o avental e as luvas ao sair do quarto. 3.9 PESQUISA DE MR EM PROFISSIONAIS DE SAÚDE A pesquisa de S. aureus (MRSA OU MSSA) só deve ser realizada na existência 19
  • 20. de surto. Em torno de 1 a 2% destes profissionais podem estar colonizados, temporária ou permanentemente. Aqueles que apresentam sinais de infecção recorrente de pele e são permanentemente colonizados, ou seja, apresentam culturas positivas sucessivas, devem ser descolonizados com mupirocina nasal, banho e xampu com clorexidina. O acompanhamento deverá ser realizado, e nova cultura de controle (swab de fossas nasais e lesões de pele) colhida após dois meses para determinar se houve erradicação do estado de portador. 3.10 ROTINA DE DESCOLONIZAÇÃO DE S. aureus No caso de paciente portador de S. aureus resistente a oxacilina, há a possibilidade de descolonizar este paciente, em casos de cirurgias eletivas de grande porte. A descolonização deve ser preferencialmente ambulatorial nos pacientes de alto risco (pré-operatório, diálise, portadores de cateteres). Situação 1: Paciente com cultura de swab nasal positiva para S. aureus: → aplique mupirocin (Bactroban®) pomada em mucosa nasal, 3 vezes por dia, por 7 dias; → utilize clorexidina a 2% para banho completo por 5 a 7 dias. Situação 2: Paciente com cultura de swab nasal e presença de lesão de pele: → aplique mupirocin pomada em mucosa nasal e na lesão, 3 vezes por dia, por 7 dias: → utilize clorexidina a 2% para banho completo por 5 a 7 dias. Após 7 dias de descolonização, aguarde 48 horas e faça novo swab nasal ou da lesão. São necessárias três culturas negativas consecutivas para confirmar a descolonização e suspender ou interromper o isolamento e a vigilância. A descolonização quando corretamente realizada pode minimizar os casos de infecção em 30 a 60%. O mupirocin deve ser um dos antimicrobianos controlados pela CCIH. 4 rotinA pArA Uso do JAleco brAnco (pessoAl) → Vista-o ao iniciar as suas atividades laborais e use-o fechado; → Mantenha as mangas com duas dobras, evitando cobrir o punho. Isto facilitará a lavagem das mãos e evitará que os punhos se molhem; 20
  • 21. noçÕes iMportantes sobre resistÊnCia antiMiCrobiana → Retire o jaleco ao término das atividades e guarde-o em uma sacola plástica. → Evite entrar em locais que não são destinados à assistência a pacientes com o jaleco como banco, cantina, refeitório, biblioteca, etc. → Lave o jaleco a cada dois dias, no máximo, e passe a ferro. 5 precAUções e isolAMentos 5.1 PRECAUÇÕES PADRÃO São indicadas no cuidado de todo e qualquer paciente independente de seu diagnóstico quando estão previstos contato com sangue ou secreções, fluídos corpóreos, excreções, pele não íntegra e mucosas. Os equipamentos utilizados dependem da ação a ser realizada. Precauções padrão incluem: A) Higienização das mãos com água e sabão ou álcool 70% (mãos sem sujidades) antes e após contato com pacientes, após contato com sangue, secreções, fluídos corpóreos, pele não íntegra, mucosas, objetos no entorno do paciente (ver 5 momentos), após retirar luvas B) Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) • Luvas: utilizar ao contato com sangue e fluídos corpóreos, secreções, excreções, membranas e pele não íntegra, artigos e superfícies contaminadas com material biológico. Trocar as luvas entre diferentes procedimentos no mesmo paciente (ex: banho, curativos, medicações...) e entre diferentes pacientes. Retirar as luvas, descartar em “lixo hospitalar” e higienizar imediatamente as mãos. • Avental: utilizar quando houver risco de respingo de materiais biológicos. O objetivo é a proteção da roupa e pele do profissional de saúde e visitantes. Deve ser de manga longa e desprezado imediatamente após o término do contato no ambiente onde foi utilizado, em hamper (se tecido) ou no “lixo hospitalar” se descartável. Higienizar as mãos após retira-lo. • Máscara, óculos, protetor facial: utilizar quando houver risco de respingos de material biológico em mucosas. Após o uso, descartar as máscaras em “lixo hospitalar” e lavar os óculos com água e sabão e desinfetar com álcool 70%. 21
  • 22. C) Limpeza de superfícies e ambiente • Limpeza concorrente diária e sempre que houver sujidades • Desinfecção concorrente nos três turnos com álcool 70% (superfícies, camas, aparelhos, bancadas, equipamentos, etc) • Limpeza terminal após alta, óbito ou transferência e se possível, em casos de longa permanência, no máximo a cada 15 dias. D) Descarte de perfuro cortante • Não reencapar agulhas, não desconectar agulha da seringa, descarte em recipiente rígido (caixas adequadas, latas), respeitando no máximo 2/3 da capacidade total do recipiente, não manusear esta caixa. 5.2 PRECAUÇÃO AÉREA OU COM AEROSSÓIS ● Indicações: tuberculose pulmonar ou laríngea, sarampo, varicela, herpes zoster disseminado ou localizado em indivíduos imunossuprimidos ● Utilizar: • quarto privativo, portas fechadas com sistema de ventilação com pressão negativa e 6 trocas de ar/h. Exaustão do ar para ambiente externo distante de circulação de pessoas e animais. Se houver recirculação de ar, utilizar filtro HEPA; • respirador tipo N95 ou PFF2 (“máscara bico de pato” ou em “concha”). Colocar corretamente antes de entar no quarto e só retira- la após a saída. Não deve haver extravazamento de ar. Esta máscara não precisa ser descartável após o uso, pode ser utilizada várias vezes individualmente. Descartar quando estiver suja, úmida ou com haste quebrada ou se utilizada ininterruptamente por 6 horas. • Transporte do paciente: evitar, mas se necessário, o paciente deve usar máscara comum e o transportador máscara N-95 5.3 PRECAUÇÃO COM GOTÍCULAS ● Indicações: para pacientes com suspeita ou confirmação de doenças com transmissão por via respiratória, dentre elas: Influenza, coqueluche; difteria faríngea, estreptococcias em crianças, meningite por Haemophilus influenzae e Neisseria meningitidis, parvovírus, adenovírus, Mycoplasma 22
  • 23. noçÕes iMportantes sobre resistÊnCia antiMiCrobiana pneumoniae, rubéola e caxumba. ● Utilizar: • Quarto privativo ou coorte, portas fechadas. • Máscara cirúrgica comum, durante o período de transmissibilidade, desprezada à saída do quarto. • Transporte do paciente: evitar, mas se necessário, paciente e transportador devem usar máscaras comum descartáveis. 5.4 PRECAUÇÃO DE CONTATO ● Indicações: para contato com pacientes ou por meio de objetos cuja transmissão ocorra por contato direto ou indireto, através das mãos. Exemplos: grandes abscessos não contidos, patógenos multirresistentes, Clostridium difficille, cólera, conjuntivite viral aguda, difteria cutânea, escabiose, estafilococcia e estreptococcia com secreção não contida, gastroenterites (ver lista), Herpes simples neonatal e mucocutâneo, Herpes zoster disseminado ou localizado em imunossuprimido, HIV com sangramento não contido, impetigo, vírus sincicial respiratório, parainfluenza, pediculose, rubéloa congênita, varicela, SARS, raiva. ● Utilizar: • Quarto privativo ou coorte com mesmo patógeno • Luvas: ao contato com paciente ou entorno, lavar as mãos antes e após, descartar em “lixo hospitalar”. • Avental manga longa: ao contato com pacientes ou entorno, amarrado corretamente (cordões superior e inferior), descarte imediato em hamper, se tecido ou “lixo hospitalar” se descartável e higienizar as mãos. • Transporte do paciente: evitar, mas se necessário, conter o material infectante com curativo, cobri-lo com avental e/ou lençol; proteger maca ou cadeira com lençol; transportador com avental de manga longa e luvas. Realizar desinfecção do local, maca ou cadeira com álcool 70%. 23
  • 24. 5.5 CLASSIFICAÇÃO DAS PATOLOGIAS QUANTO AO TIPO E DURAÇÃO DAS PRECAUÇÕES INFECÇÃO/CONDIÇÃO TIPO DURAÇÃO Abscesso com grande drenagem, Contato Término da drenagem não contido Abscesso limitado ou pequena drenagem Padrão Aids Padrão Actinomicose Padrão Adenovirus (em crianças) Gotícula, Término da drenagem contato Amebíase Padrão Antraz Padrão Ascaridíase Padrão Aspergilose Padrão Babesiose Padrão Blastomicose (PCM) Padrão Botulismo Padrão Bronquiolite Padrão Brucelose Padrão Campylobacter (gastroenterite) Padrão Candidíase (todas as formas) Padrão Caxumba Gotícula 9 dias Após início edema Celulite com grande drenagem Contato Término da drenagem 24
  • 25. noçÕes iMportantes sobre resistÊnCia antiMiCrobiana INFECÇÃO/CONDIÇÃO TIPO DURAÇÃO Clostridium difficile (colite) Contato Durante diarréia Clamídia (conjuntivite, genital, respiratória) Padrão Cólera Padrão Conjuntivite (bacteriana, clamídea e Padrão gonocócica) Conjuntivite aguda viral (hemorrágica) Contato Término da drenagem Coxsackie vírus Padrão Creutzfeldt-Jakob Padrão* Criptococose Padrão Criptosporidíase Padrão Cisticercose Padrão Citomegalovírus (neonatal ou imunode- Padrão primido) Coqueluche Gotícula 5 dias antibiótico específico Dengue Padrão Diarréia aguda (ver gastroenterites) Difteria cutânea Contato 2 culturas negativas Difteria faríngea Gotícula 2 culturas negativas Ebola (febre hemorrágica) Contato* Echovirus em adultos Padrão Echovirus em crianças Contato Término da diarréia Endometrite Padrão 25
  • 26. INFECÇÃO/CONDIÇÃO TIPO DURAÇÃO Enterobíase Padrão Enterocolite necrotizante Padrão Enteroinfecção viral em crianças Contato Término da diarréia Epiglotite (H. influenzae) Gotícula 24 h antibiótico específico Epstein-Barr Padrão Eritema infeccioso (Parvovírus B19) Padrão Escabiose Contato 24h tratamento específico Escarlatina - crianças Gotícula 24h antibiótco específico E. coli (gastroenterite) Padrão Esquistossomose Padrão Estrongiloidíase Padrão Febre tifóide Padrão Febre Q Padrão Furunculose estafilocócica em crianças Contato Término da drenagem Gangrena gasosa Padrão Gastroenterites Padrão Giardíase Padrão Gonorréia Padrão Granuloma venéreo Padrão Guillain-Barré Padrão 26
  • 27. noçÕes iMportantes sobre resistÊnCia antiMiCrobiana INFECÇÃO/CONDIÇÃO TIPO DURAÇÃO Hanseníase Padrão Hantavirus Padrão Helicobacter pylori Padrão Hepatite viral A, B, C, E Padrão Hepatite A em pacientes incontinentes Contato 2 sem após início sintomas Herpangina Padrão Herpes simples encefalite e recorrente Padrão oral, genital Herpes simples neonatal, mucocutâneo Contato Enquanto houver lesões vesi- disseminado culares Herpes Zoster localizada paciente não Padrão* imunodeprimido Herpes Zoster disseminado ou localizado Contato e Enquanto houver lesões vesi- em imunodeprimido aérea culares Hidatidose Padrão Histoplasmose Padrão HIV - Aids Padrão Impetigo Contato 24h antibiótico específico Influenza Gotícula Kawasaki, Sindrome Padrão Legionelose Padrão Leptospirose Padrão Listeriose Padrão Lyme, Doença Padrão 27
  • 28. INFECÇÃO/CONDIÇÃO TIPO DURAÇÃO Linfogranuloma venéreo Padrão Malária Padrão Meningite viral (não bacteriana) Padrão Meningite fúngica Padrão Meningite por Haemophilus influenzae Gotícula 24h antibiótico específico Meningite por Listeria monocytogenes Padrão Meningite por Neisseria meningitidis Gotículas 24h antibiótico específico Meningite por Pneumococo Padrão Meningite tuberculosa (sem acometimen- Padrão to dos pulmões) Meningites bacterianas (outras) Padrão Meningococcemia Gotícula 24h antibiótico específico Micobacteriose atípica (não tuberculosa) Padrão Microrganismos multirresistentes Contato 3 culturas negativas Molusco contagioso Padrão Mononucleose infecciosa Padrão Mucormicose Padrão Mycoplasma pneumoniae (pneumonia) Gotícula Durante internação Nocardiose Padrão Parvovirose (Parvovírus B19) Gotícula 7dias ou durante internação se imunodeprimido Pediculose Contato 24h tratamento específico Pneumonia viral Contato e Durante internação gotícula Pneumonia bacteriana Padrão Pneumocistose Padrão SARS Gotícula e contato Staphylococcus aureus oxacilina sensível Padrão Streptococcus grupo A em adultos Padrão 28
  • 29. noçÕes iMportantes sobre resistÊnCia antiMiCrobiana INFECÇÃO/CONDIÇÃO TIPO DURAÇÃO Streptococcus grupo A em crianças Gotícula 24h antibiótico específico Poliomielite Padrão Psitacose-ornitose Padrão Raiva Padrão Reye, síndrome. Padrão Ricketisiose Padrão Rubéola Gotícula 7 dias Após “rash” Rubéola congênita Contato 1 ano ou 3meses se cultura de uri- na e nasofaringe forem negativas Salmonelose (gastroenterite) Padrão Contato se incontinente Sarampo Aérea 5º Após exantema Shiguelose Padrão Contato se incontinente Sífilis Padrão Tétano Padrão Toxoplasmose Padrão Tracoma Padrão Triquinose Padrão Tricomoníase Padrão Tuberculose extrapulmonar Padrão Tuberculose pulmonar ou laríngea Aérea 3 baciloscopias negativas após início tratamento Tularemia Padrão Aérea com Varicela contato e com Até fase de crostas lesões BIBLIOGRAFIA Guideline for Isolation Precautions: Preventing Transmission of Infectious Agents in Healthcare Settings, CDC, 2007 Management of multidrug-resistant organisms in helthcare settings, HICPAC- CDC, 2006 29
  • 30. 30 ii- trataMento e proFilaXia de inFeCçÕes eM adUltos 1 infecções de viAs AÉreAs sUperiores Tratamento Tratamento Diagnóstico Agente Etiológico Notas (1“ escolha) (2“ escolha) Cefalosporinas de Tonsilite e Streptococcus Penicilina G benzatina 1a ou 2a geração Algumas cefalosporinas (Cefuroxima, Cefpodo- Faringite Grupo A Amoxicilina Eritromicina xima) podem ser usadas por 5 -7 dias. Clindamicina Abscesso ton- Streptococcus Amoxicilina-clavu- Cefalosporinas de 2a Sempre considerar necessidade de drenagem. siliano Grupo A lanato geração Amoxicilina-clavu- Agentes virais são os principais, considerar Laringite e H. influenzae Ampicilina lanato causas não infecciosas, bem como tuberculo- Epiglotite S. aureus Cloranfenicol Cefalosporinas se, fungos. Eritromicina S. pneumoniae Amoxicilina-clavu- H. influenzae lanato Amoxicilina Casos complicados, doentes graves ou Anaeróbios Cefalosporinas de 1a Sulfametoxazol- imunodeprimidos, considerar Acinetobacter e Sinusite aguda S. aureus ou 2a geração -trimetroprim E. coli (podendo utilizar Ampicilina-sulbactam, Moraxela catarrhalis Claritromicina Doxicilina piperacilina-tazobactam, quinolonas) e fungos. Streptococcus Azitromicina Grupo A Cloranfenicol
  • 31. Amoxicilina-clavu- lanato S. pneumoniae Cefalosporinas de H. influenzae 1a ou 2a geração, Levofloxacina ou Moraxela catarrhalis Sinusite crônica Claritromicina Moxafloxacin+ Corrigir fatores de cronicidade S. aureus Azitromicina metronidazol Anaeróbios Cloranfenicol Fungos Itraconazol Fluconazol Tópico: Pseudomonas aeru- Tratamento tópico: Ciprofloxacina ginosa Limpeza local e controle álgico. Tobramicina ou Levofloxacina Otite externa S. aureus Se sintomas sistêmicos ou linfadenite, Cloranfenicol+ Moxafloxacin aguda S. epidermidis recomenda-se uso sistêmico de dicloxacilina Corticóide Aztreonam S. pyogenes ou cefalexina Polimixina Piperacilina-tazo- Gram negativos bactam S. pneumoniae Amoxicilina-clavu- S. aureus lanato Otite média Moraxela catarrhalis Cefalosporinas de 2a Azitromicina, claritromicina e cloranfenicol Amoxicilina aguda H. influenzae geração também são eficazes Gram negativos Cefalosporinas 3a Anaeróbios geração P. aeruginosa Tratamento tópico: Otite média Tratamento tópico: S. aureus Neomicina ou crônica ou fase Ciprofloxacina S. epidermidis Polimixina B + Cor- supurativa Gram-negativos ticóide S pneumoniae S. aureus Mastoidite Moraxela catarrhalis Cefalosporinas de 2a Cefalosporinas 3a Considerar drenagem cirúrgica aguda H. influenzae geração geração Gram negativos Anaeróbios 31 trataMento e proFilaXia de inFeCçÕes eM adUltos
  • 32. 2 pneUMoniA no AdUlto 2.1 FREQÜÊNCIA DOS AGENTES ETIOLÓGICOS NA PNEUMONIA ADQUIRIDA NA COMUNIDADE (PAC) Microrganismo Freqüência Desconhecido 30 a 60% Streptococcus pneumoniae 25 a 50% Haemophilus influenzae 6 a 38% Staphylococcus aureus < 5% Enterobactérias ~ 5% Pseudomonas aeruginosa ~ 1% Fungos < 1% Anaeróbios < 1% Chlamydia psitacci < 1% Chlamydia pneumoniae 5 a 22% Legionella pneumophilla 6 a 18% Mycoplasma pneumoniae 2 a 6% Vírus 2 a 20% • Colher hemocultura (anaeróbia e aeróbia), antes de iniciar antibioticoterapia. • Colher escarro com pesquisa de BAAR e fungos (3 amostras), se suspeita de tuberculose/fungos. • Colher cultura de secreção traqueal quantitativa,ou lavado broncoalveolar ou escovado brônquico protegido para pacientes em ventilação mecânica ou traqueostomizados. • A terapia antimicrobiana deverá ser iniciada no máximo até 4 horas depois do diagnóstico em pacientes que necessitam internação por PAC. • Duração do tratamento: Pneumonia adquirida na Comunidade (PAC), o mínimo é de 5 dias (Nível evidencia I). A maioria dos pacientes estabilizam em 3 a 7 dias, portanto, manter terapia por mais tempo não é necessário (IDSA/ATS Guidelines for CAP; CID2007:44(suppl2) . 32
  • 33. trataMento e proFilaXia de inFeCçÕes eM adUltos S. pneumoniae: sem bacteremia: após 3 dias afebril; com bacteremia: 10 a 14 dias M. pneumoniae: não está estabelecido (média 14d); C. pneumoniae: 7-14 dias (A-I); Legionella: 10-21 dias (B-II); S. aureus, P. aeruginosa, Klebsiella spp. ou anaeróbios (pneumonia necrotizante) 14 ou mais dias (B-II) (CID, v.37, 2003). • Devido a alta freqüência de tuberculose no Brasil a suspeita da infecção pelo Mycobacterium sempre é relevante (NEJM, v.347, 2002; Clin Infect Dis, v.31, 2000;). 2.2 PAC SEM NECESSIDADE DE INTERNAÇÃO, EM PACIENTE SEM CO- MORBIDADE *Sem uso de antimicrobianos. Se uso prévio de antimicrobianos, optar pela coluna da 2ª escolha. Agente Tratamento Tratamento Notas etiológico. (1ª escolha) (2ª escolha) S. pneumo- 1ª Macrolídeo 1ª Macrolídeo Azitro/Claritro: R Pneumo niae (Azitromicina ou (Azitromicina ou in vitro 20 a 30% (Chest H. influenzae Claritromicina ou Claritromicina) + 131:1205,2007). Se R penicilina, Moraxella eritromicina) Amoxicilina ou amo- até 50% R azitro/claritro. (CID catarrhalis xicilina/clavulanato 40:1288,2005). Chlamydia 2ª Amoxicilina ou Amoxacilina: ativa p/ pneumo pneumoniae Amoxicilina/clavu- 2ª Fluoroquinolona 90 a 95% com doses de 3 Mycoplasma lanato (Levofloxacina ou a 4 g/d. Sem atividade para pneumoniae Moxifloxacina) atípicos e produtores de 3ª Doxiciclina betalactamases Fluorquinolona: ativa para Pneumo R e S a penicilina. Macrolídeos e doxiciclina como drogas únicas são escolhas naqueles pacientes previamente saudáveis (A-I) (Intern J Antim Agents, v.18, 2001; Intern J Antim Agents, v. 18, 2001). O uso abusivo das fluoroqui- nolonas levou ao aumento de cepas de pneumococo resistente. Reco- mendada para terapia inicial em pacientes selecionados. 33
  • 34. 2.3 PAC SEM NECESSIDADE DE INTERNAÇÃO, EM PACIENTE COM CO- MORBIDADE [DPOC, DM, INSUFICIÊNCIA RENAL, ICC, MALIGNIDADE, ETILISMO (COMPENSADOS)] *Se uso prévio de antimicrobianos, optar pela coluna da 2ª escolha Agente Tratamento Tratamento Notas etiológico. (1ª escolha) (2ª escolha) Streptococcus Fluoroquinolona Macrolídeo + Amo- Se houver suspeita de aspira- pneumoniae (NÃO CIPROFLOXA- xicilina ou Amoxicili- ção: Amoxicilina-clavulanato Haemophilus CINA) Levofloxacina na/clavulanato ou Clindamicina (Clin Infect influenzae ou Moxifloxacina Dis, v.37, 2003). Ceftriaxona, Cefpo- Não associar clindamicina ou Chlamydia pneu- doxima ou Ertape- moniae metronidazol com ampicilina/ nem + Macrolídeo sulbactam, meropenem, Mycoplasma imipenem, Piperacilina/ pneumoniae tazobactam. Bacilos gram- Tabagismo é fator de risco -negativos para Legionella (Clin Infect Staphylococcus Dis, v.37, 2003). aureus 2.4 PAC QUE NECESSITE DE INTERNAÇÃO OU PNEUMONIA HOSPITALAR (PH) DE INSTALAÇÃO PRECOCE (<4 DIAS), TRATAMENTO HOSPITALAR FORA DE UTI. *Se uso prévio de antimicrobianos, optar pela coluna da 2ª escolha. Agente Tratamento Tratamento Notas etiológico. (1ª escolha) (2ª escolha) Streptococcus -Fluoroquinolona - Ampicilina-sulbac- Levofloxacina em paciente pneumoniae (Levofloxacina ou tam ou amoxacilina internado pode ser usada na Haemophilus Moxifloxacina) ou amoxacilina/ dosagem de 750 mg EV 1 x dia influenzae -Macrolídeo clavulanato + (Clin Infect Dis, v.37, 2003). (Azitromicina ou macrolídeo Em paciente hospitalizado não Bacilos gram- -negativos Claritromicina) - Cefepime com ou usar macrolídeo sozinho (Arch + Cefalosporina sem macrolídeo Intern ân, v.159, 1999) Chlamydia de 3ª geração pneumoniae - Ertapenem (com Não há benefício documentado (Ceftriaxona ou ou sem macrolídeo) em associar fluoroquinolona com Legionella spp. Cefotaxima) cefalosporina se comparado com fluoroquinolona sozinha (Clin Infect Dis, v.37, 2003) Se MRSA da comunidade, possível tratar c/ sulfa+trim ou levofloxacina. 34
  • 35. trataMento e proFilaXia de inFeCçÕes eM adUltos 2.5 PAC QUE NECESSITE DE INTERNAÇÃO EM UTI OU PNEUMONIA HOSPITALAR ASSOCIADA À VENTILAÇÃO MECÂNICA (PAV) DE INSTALAÇÃO PRECOCE (< 4DIAS). *Se PAV precoce, optar pela coluna da 2ª escolha. Agente Tratamento Tratamento Notas etiológico. (1ª escolha) (2ª escolha) Streptococcus - Macrolí- - Cefepime ou Se grave ou piora clínica em 24 horas pneumoniae deo + Piperacilina- acrescentar Vancomicina, Linezolida ou Haemophilus Ceftriaxona ou -tazobactam teicoplanina. influenzae Cefotaxima ou + /- Amicacina Amicacina ou ciprofloxacina poderá ser Ampicilina- ou associada apenas se fator de risco para Bacilos gram- -sulbactam Ciprofloxacina Pseudomonas aeruginosa estiver presente. -negativos +/- ou Macro- Metronidazol ou Clindamicina se broncoas- (Pseudomonas - Fluoroquino- lídeo piração MACIÇA presenciada. spp., Acineto- lona Ertapenem não atua sobre P. aeruginosa e bacter spp.) (Levofloxacina - Ertapenem Acinetobacter. É indicado para bactérias do ou Moxifloxa- grupo CESP e ESBL quando sensível. Chlamydia cina) O seqüenciamento para antibiótico oral pneumoniae deverá ocorrer quando houver boa inges- Legionella spp. tão oral, estabilidade hemodinâmica e bom funcionamento trato gastro-intestinal (A-I). 2.6 PNEUMONIA HOSPITALAR GRAVE OU PAV TARDIA (>4 DIAS DE INTERNAÇÃO) Agente Tratamento Tratamento Notas etiológico. (1ª escolha) (2ª escolha) Staphylococcus Piperacilina- 1ª Imipenem Ampicilina-sulbactam deve ser preser- aureus -tazobactam ou Merope- vado para cobertura de Acinetobacter ou Cefepime nem baumannii. Pseudomonas +/- +/- *Amicacina, ciprofloxacina ou levofloxa- aeruginosa Vancomicina amicacina ou cin poderá ser associada apenas se fator ou Linezolida ciprofloxacina* de risco para Pseudomonas aeruginosa Acinetobacter ou teicoplanina +/- **Vancomicina, Linezolida ou teicopla- baumanii +/- Vancomicina nina deve ser associada se fator de risco Amicacina ou ou Linezolida** para S. aureus (TCE, Pós-operatório) ou se Klebsiella spp. Ciprofloxacina* ou teicoplanina a prevalência de MRSA for alta. (***) ou +/- *** Se risco de MR ou Pan-resistente ou Levofloxacina Polimixina KPC, associar polimixina. Nessa situação, Stenotro- B ou E*** tratar com polimixina + amicacina +/- phomonas meropenem. Anfotericina B ou caspofun- maltophylia gina se infecção fúngica Cloranfenicol ou Sulfametoxazol + trime- Legionella spp. troprin se S. maltophylia. Fluorquinolona se Legionella. Antimicrobianos como vancomicina, teicoplanina, linezolida, imipenem ou meropenem, polimixinas devem ser indicados somente pelo infec- tologista ou pelo médico da CCIH. 35
  • 36. Causas de falência no tratamento: • Presença de microorganismo MR, Pan - Resistentes • Patógenos incomuns: Tb, vírus, Leptospirose, Nocardia, Pneumocistose, Histoplasmose, paracoccidioidomicose • Empiema • Antibioticoterapia inadequada • Superinfecção: cateter, ITU, pneumonia hospitalar • Causas extrapulmonares • Vasculites, ICC, Embolia pulmonar • Endocardite, Meningite, Artrites,Neoplasias • SARA, IAM, hemorragia alveolar • Febre medicamentosa 2.7 ABSCESSO PULMONAR E PNEUMONIA ASPIRATIVA Tratamento Tratamento Agente etiológico. (1ª escolha) (2ª escolha) Bacteróides spp. (15% B. fragilis) 1ª Clindamicina ou Metronidazol Piperacilina/tazobactam Peptostreptococcos spp. + Cefalosporina de 3ª geração Fusobacterium spp. Nocardia. S. (Ceftriaxona ou Cefotaxima). aureus, Klebsiella pneumoniae 2ªAmpilicilina/sulbactam 3 endocArdite 3.1 ENDOCARDITE DE VÁLVULA NATIVA *Se a alternativa terapêutica contemplar Vancomicina a monitorização dos níves plasmáticos é útil e custo efetivo. Níves de pelo menos 15-20 µg/ml são indicados (Int J Infect Dis, v. 14, 2010) Agente Tratamento Tratamento Notas etiológico. (1ª escolha) (2ª escolha) Sem agente identi- Penicilina G + Vancomicina Adequar esquema conforme as ficado Oxacilina (4-6 (4-6 semanas) culturas (Emerg Infect Dis, v.10, semanas) + + Gentamicina 2004) S. viridans: 30-40%; outros Gentamicina (1-2 semanas) Estreptococos: 15-25%; Enterococos: (1-2 semanas) 5-18%; Estafilococos 20-35¨%; Na ausência de abscesso miocárdi- S. viridans e S. bo- co, foco infeccioso extracardíaco ou Penicilina G Ceftriaxona prótese pode ser realizado tratamen- vis (MiC penicilina (2 g 12/12h) (4-6 semanas) to com Penicilina G (4-6 semanas) + < 0,1 µg/ml) (4-6 semanas) Gentamicina (1-4 semanas) (NEJM, v.345, 2001); 36
  • 37. trataMento e proFilaXia de inFeCçÕes eM adUltos Agente Tratamento Tratamento Notas etiológico. (1ª escolha) (2ª escolha) O uso de Vancomicina seria recomendado naqueles pacientes S. viridans e S. bo- Penicilina G (4-6 alérgicos a penicilinas (Lancet, v.363, vis (MIC penicilina semanas) Vancomicina 2004); Teicoplanina é equivalente a > 0,1 µg/ml e < + Gentamicina (4-6 semanas) Vancominina para o tratamento de 0,5 µg/ml) (1-2 semanas) endocardite e válvulas direitas, mas inferior a Vancomicina em doses baixas (Int J Infec dis v. 14, 2010) S. viridans e S. bo- vis (MIC penicilina Penicilina G > 0,5 g/ml) ou Ampicilina Vancomicina Curr Opin Infect Dis, v.23, 2010. Enterococos (12 g/dia) (4-6 (4-6 semanas) Quinuspristin/Dalfopristin em casos (sensível a Ampi- semanas) + + Gentamicina selecionados para VRE (Int J Infect cilina, Penicilina Gentamicina (1-2 semanas) Dis, v. 14, 2010) G, Vancomicina e (1-2 semanas) Gentamicina) Oxacilina Cefazolina (4-6 (4-6 semanas) + semanas) + Curr Opin Infect Dis, v.23, 2010. Estafilococos Gentamicina (1-2 Teicoplanina e Vancomicina são (sensível a oxa- Gentamicina inferiores a penicilina com ação para cilina) (opcional 1-2 semanas) OU Vancomicina MSSA (Int J Infect Dis, v. 14, 2010). semanas) (4-6 semanas) Oxacilina (4-6 Estão excluídos desta terapia redu- Estafilococos em semanas) + zida os pacientes que apresentarem endocardite de Gentamicina complicações cardíacas ou extra car- válvula tricúspide díacas, febre persistente por 7 dias (oxacilina sensível) (opcional 1-2 ou mais, HEV+ e que apresentarem semanas) vegetações > que 1-2cm. As evidências quanto ao uso de Gentamicina em associação é Linezolida limitado, mas está claro o aumento Vancomicina (4-6 semanas) da toxicidade em mais de 65 anos. (4-6 semanas) Daptomicina (Int J Infect Dis, v. 14, 2010 braz I Estafilococos (oxa- + Gentamicina Infect Dis, v. 363, 2004); O uso de cilina resistente) (4-6 semanas (opcional 1-2 para endocar- daptomicina ainda necessita de esta- semanas) dite de válvula belecimento de doses, mas escolha direita) nos casos de MRSA (MIC de 2 µg/ mL ou hVISA e GISA. (Int J Antimicrob Agents, in press, 2011) HACEK (H.parainfluenzae, H. aphrophilus, Ampicilina H.paraphrophilus, (8g/dia 4-6 Algumas cepas podem produzir Actinobacillus Ceftriaxona ctinomycete- (4-6 semanas) semanas) beta-lactamases e reduzir a sensibi- mcomitans, + lidade a Ampicilina (Infect Dis Clin Cardiobacterium Gentamicina North Am, v.23, 2009) hominis, Eikenella (1-2 semanas) corrodens e Kingella kingae) 37
  • 38. 3.2 ENDOCARDITE DE VÁLVULA PROTÉTICA Tratamento Agente etiológico. Notas (1ª escolha) Adequar esquema conforme as cul- Vancomicina (4-6 semanas) turas; Se precoce (< 2 meses após + Gentamicina (1-2 sema- cirurgia): S. epidermidis e S. aureus; Sem agente identificado Se tardia (> 2 meses após cirurgia): nas) + Rifampicina S. epidermidis, S. aureus, S. viridans (4-6 semanas) e enterococos; (Mayo Clin Proc, v.85, 2010) Na ausência de abscesso miocár- dico, foco infeccioso extracardíaco Penicilina G (4-6 semanas) ou prótese pode ser realizado S. viridans e S. bovis + Gentamicina tratamento com Penicilina G + (MIC penicilina < 0,1 g/ml) Gentamicina por 2 semanas (NEJM, (1-2 semanas) v.345, 2001); (Expert Opin Pharma- cother, v.11, 2010) S. viridans e S. bovis (MIC Penicilina G (4-6 semanas) penicilina > 0,1 g/ml e < + Gentamicina 0,5 g/ml) (1-2 semanas) S. viridans e S. bovis (MIC penicilina > 0,5 g/ml); Penicilina G (4-6 semanas) Enterococos (sensível a Am- + Gentamicina picilina, Penicilina G, Vanco- (1-2 semanas) micina e Gentamicina) Oxacilina (12g/dias 4-6 Estafilococos semanas) + Gentamicina (sensível a oxacilina) (1-2 semanas) + Rifampicina (4-6 semanas) Estafilococos em endocar- Oxacilina (12g/dia 4-6 sema- dite de válvula tricúspide nas) + Gentamicina (oxacilina sensível) (opcional 1-2 semanas) O uso de Gentamicina em asso- Vancomicina (4-6 sema- ciação é ainda indicado. Se houver Estafilococos (oxacilina nas) + Gentamicina (1-2 resistência a Gentamicina associar resistente) uma terceira droga conforme anti- semanas) + Rifampicina ou biograma. O uso de Linezolida é um Daptomicina (4-6 semanas) alternativa para casos selecionados (Int J Infect Dis, v. 14, 2010). HACEK (Haemophilus parainfluen- 1ª Ceftriaxona (4-6 semanas) Algumas cepas podem produzir zae, H. aphrophilus, beta-lactamases e reduzir a sensi- H.paraphrophilus, Actino- 2ª Ampicilina (8g/dia 4-6 bilidade a Ampicilina (Lancet, v.363, bacillus actinomycetemco- 2004; NEJM, v.345, 2001); Expert mitans, Cardiobacterium semanas) + Gentamicina hominis, Eikenella corro- (1-2 semanas) Ver Anti Infect Ther, v.8, 2010); dens e Kingella kingae) 38
  • 39. trataMento e proFilaXia de inFeCçÕes eM adUltos 3.3 ANTIBIOTICOPROFILAXIA PARA ENDOCARDITE INFECCIOSA PROFILAXIA INDICADA SOMENTE (Clin Cardiol, v.32, 2009; Heart, v. 95, 2009): - Prótese valvar; - Encodardite infecciosa prévia; - Cardiopatia prévia: cardiopatia congênita cianótica, incluindo shunts paliativos, pós operatório menor que 6 meses de correção de cardiopatia congênita com prótese ou reparada com defeitos residuais; - Transplante cardíaco que desenvolve valvulopatia; - Procedimenos que envolvam manipulação do tecido gengival, região periapical dos dentes ou perfuração da mucosa oral (exceto: sangramento por trauma, ajuste de dispositivos ortodônticos, anestesia de rotina em tecido não infectado) em pacientes sob risco de endocardite; Regime: dose única 30 a 60 Situação Antimicrobiano minutos antes do procedimento Notas Adulto Criança Em crianças o uso 50 mg/kg de cefalosporinas Amoxicilina; 2g orais de 1ª ou 2ª ge- Oral (ou 2 g IM ou EV) (ouEV) 50mg/kg IM ração em dosagem Ampicilina; ou equivalente para adulto e criança. As bacteremias resultantes de atividades diárias Endove- Ceftriaxona; são muito mais 1 g IM ou EV 50 mg/kg IM ou EV freqüentes do que nosa Cefazolina; aquelas associadas a procedimentos dentários. (Circula- tion, v.116, 2007); Cefalexina; 2g 50 mg/kg Cefalosporinas são Alérgicos à Clindamicina; 600 mg 20 mg/kg contraindicadas nos Penicilina casos de anafilaxia Azitromicina; 500 mg 15 mg/kg (oral) com penicilinas. Claritromicina; 500 mg 15 mg/kg Cefazolina; 1 g IM ou EV 50 mg/kg IM ou EV Pacientes em uso Alérgicos à de anticoagulantes Penicilina Ceftriaxone; 1 g IM ou EV 50 mg/kg IM ou EV não devem receber (parenteral) medicamentos Clindamicina; 600 mg IM ou EV 20 mg/kg IM ou EV intramuscular. 39
  • 40. 4 infecções de pele e pArtes Moles Agente Diagnóstico Tratamento Notas etiológico A cobertura de bacilos gram-ne- gativos não é obrigatória, deve-se avaliar a extensão e fatores de risco. A antibiotico terapira parenteral Oxacilina pode ser mantida por 3 a 4 dias, o Streptococcus Cefalotina Celulites/ restante do tratamento por via oral do grupo A Amoxicilina até completar 7 a 14 dias (Am Fam erisipela - ex- H. influenzae Eritromicina Phys, mai, 1998; Am Fam Phys, v.66, tremidades S. aureus Levofloxacina 2002); Moxifloxacina Para infecções causadas por MRSA ou CA-MRSA, daptomicina, tige- ciclina e linezolida tem resultados comparáveis a vancomicina (Curr Opin Infect Dis, 20:118–123, 2007). Considerar avaliação tomográfica de seios da face e órbita para O H. influen- descartar sinusopatia e abscesso zae tem maior Celulites/ orbital sobperiostal. Na existência de importân- Ceftriaxona erisipela – abscesso recomenda-se avaliação cia nesta Amoxicilina periorbital e do oftalmologista ou otorrilaringolo- síndrome, bucal gista (Can Fam Phys, mar, 2004) especialmente Am Fam Phys, mai, 1998. em crianças Am Fam Phys, v.66, 2002. NEJM, v.350, 2004. Clindamicina ou Idealmente, a ciprofloxacina não é a metronidazol+ primeira escolha para o tratamento Bacilos gram- Fluoroquinolona de infecções por Streptococcus. Celulites/ -negativos Sendo a levofloxacina, moxifloxa- erisipela – aeróbios, OU cina os antimicrobianos recomen- Diabetes anaeróbios dados. Ampicilina-sulbactam NEJM, v.350, 2004. Flebites pós- Oxacilina A troca do acesso venoso é S. aureus -punção Cefalotina essencial. Mastite puer- S. aureus Oxacilina RBGO, v.22, 2000. peral S. epidermidis Cefalotina 40
  • 41. trataMento e proFilaXia de inFeCçÕes eM adUltos O uso de fluoroquinolonas também S. aureus, Cefalexina é permitido, entretanto a maior Impetigo Streptococcus Eritromicina incidência desta doença ocorre em crianças nos quais esta classe de spp. Amoxicilina droga não é recomendada (Am Fam Phys, v.66, 2002). Aciclovir O tratamento da varicela reduz o Para crianças <12 período de estado. Em adolescentes anos: 20mg/kg, VO, e adultos tende a ser mais grave 5xdia, ou 500mg/ que em crianças (Ann Intern Med, m2, EV, 8/8h, por 5 a jun, 1999; NEJM, ago, 2002). 7 dias. Para adultos: Em neonatos a via endovenosa é Vírus Varicela 800mg, VO, 5xdia, Varicela obrigatória, na dose de 500mg/ Zoster ou 10mg/kg, EV, m2 8/8hs. 8/8h por 5 a 7 dias. Imunodeprimidos (corticosteróides, Famciclovir doença maligna, transplantado, HIV) 500mg, VO, 8/8h, o tratamento é mandatório. por 5 a 7 dias HIV, doença maligna: tratamento Valaciclovir 1g, VO, endovenoso. 8/8h, por 5 a 7 dias O tratamento geralmente é reco- mendado por 7 a 10 dias. Em imunodeprimidos, a via reco- Aciclovir mendada é endovenosa. Vírus Varicela Famciclovir Herpes zoster O foscarnet está recomendado Zoster Valaciclovir apenas para lesões persistentes com Foscarnet tratamento com aciclovir. Ann Intern Med, jun, 1999; NEJM, ago, 2002 15 a 29% dos casos ocorre por um único patógeno, o restante é devido a flora mista aeróbia ou anaeróbia Clostridium em igual proporção. Streptococcus O debridamento cirúrgico é essen- grupo A Ampicilina/penicilina+ cial para o sucesso do tratamento. Enterococcus Gentamicina + A rapidez da intervenção cirúrgica Staphylococ- Clindamicina/Metro- está associada à redução da cus coagulase nidazol mortalidade (Curr Opin Infect Dis, Fasceíte negativo OU 20:118–123, 2007). necrotizante S. aureus Aztreonan + Vanco- O uso de Imunoglobulina EV não E. coli micina tem aprovação do FDA e permane- Enterobacter Opção para pacientes ce controverso. Pseudomonas alérgicos a Não existe recomendação para o Proteus Beta-lactâmicos uso da terapia hiperbárica, exceto Serratia como terapia adjuvante associada Bacteroides ao debridamento cirúrgico (J Am Coll Surg, Fev, 2009) Mount Sinai J Med, v.68, 2001 NEJM, ago, 2002 41
  • 42. 42 5 pÉ diAbÉtico Agente Tratamento Tratamento Diagnóstico Notas Etiológico (1“ escolha) (2“ escolha) - Cefalotina + Gentamicina ou Em cirurgias ortopédicas sépticas Infecção super- S. aureus Clindamicina a obtenção de secreção para ficial – celulite (< Streptococcus - Oxacilina cultura é clinicamente importante. 2 cm) ou úlcera (A, B, C, G) Associar ciprofloxacina - Levofloxacina Apresenta sensibilidade de 81% rasa – tratamento Bacilos se maior gravidade com especificidade de 96%. Um por 2 semanas. gram-negativos - Vancomicina / teicoplanina valor preditivo positivo de 87% e (se cultura com MRSA) negativo de 94% (Clin Infect Dis, v.34, 2002). Clin Radiol, v.59, 2004. Clin Infect Dis, v.38, 2004. Am J Surg, v.186, Infecção com Desbridamento cirúrgico SEMPRE e 2003. Brit J Dermatol, v.148, 2003. Desbridamento cirúr- úlcera profunda coleta de cultura NEJM, v.348, 2003. Lancet, v.361, S. aureus gico SEMPRE e coleta de partes moles 2003. Streptococcus de cultura 1º Clindamicina + Levofloxacina com (celulite com > 2 Clin Infect Dis, v.34, 2002. Arq Enterobactérias 1º Ciprofloxacina + ou sem Rifampicina cm) – tratamen- Bras Endocrinol Metab, v.46, B. fragilis Clindamicina com ou 2º Vancomicina / teicoplanina ou to por 2 a 3 2002. Diab Care, v.22, 1999. Clin sem Rifampicina Linezolida se cultura com MRSA) semanas. Infect Dis, v.25, 1997. NEJM, v.331, 1994. (World J Diab v. 2, 2011; Int J Infect Dis, v. 5, 2011). Desbridamento Desbridamento cirúrgico SEMPRE co- cirúrgico SEMPRE lhendo fragmento ósseo para cultura! colhendo fragmento Infecção com ósseo para cultura! 1º Amoxicilina-clavulanato S. aureus comprometi- 1º Ciprofloxacina + 2º Ertapenem (se uso prévio de Streptococcus mento ósseo Clindamicina ou antibiótico) Enterobactérias tratamento por Metronidazol com ou 3º - Ampicilina- sulbactam B. fragilis 4-6 semanas. sem Rifampicina (se cultura com Acinetobacter spp.) 2º Levofloxacina + Clindamicina com ou 4º Vancomicina ou teicoplanina ou sem Rifampicina linezolida (se cultura com MRSA)