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REVISTA                  Ano XIII • 146
                                                                      Julho-Agosto 2011


                                                                      Contabilidade
                                                                      assessoramento
                                                                      Perícias
                                                                      informações
                                                                      Pesquisas




                                                     MPEs
              Estudo sugere
       escrituração contábil
                       simplificada

                  EntrEvista Carlos Júlio
Práticas de gestão empresarial, aliadas à inovação, podem aprimorar
  continuamente a qualidade e garantir maior solidez no mercado
EdITORIAl


Diretoria da Fenacon
(Gestão 2010/2013)

Presidente
Valdir Pietrobon

Vice­Presidente Institucional
Irineu Thomé

Vice­Presidente Região Sudeste
Guilherme Bottrel Pereira Tostes




                                                                Perda
Vice­Presidente Região Sul
Luiz Antonio Martello

Vice­Presidente Região Nordeste



                                                              nacional
Edson Oliveira da Silva

Vice­Presidente Região Centro­Oeste
Antonino Ferreira Neves

Vice­Presidente Região Norte
Ronaldo Marcelo Hella                                                                               Valdir Pietrobon
                                                                                                        Presidente da Fenacon
Diretor­Administrativo
José Félix de Souza Júnior                                                                          presidente@fenacon.org.br

Diretor­Financeiro



                                                 n
Paulo Bento
                                                         os últimos anos, o Sistema Fenacon tem adotado como uma de
Diretora Social de Eventos
Aparecida Terezinha Falcão                               suas principais bandeiras ações que visem a melhores condições de
Diretor de Tecnologia e Negócios                 desenvolvimento para as micro e pequenas empresas no país.
Carlos Roberto Victorino                               Elas, que somam cerca de 5,1 milhões e representam 99% das empre­
Diretor de Assuntos Legislativos e do Trabalho   sas brasileiras, são, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e
Ricardo Roberto Monello
                                                 Estatística (IBGE), responsáveis por 20% do Produto Interno Bruto (PIB) e
Diretora de Relações Institucionais
Simone da Costa Fernandes                        geram quase 70% dos empregos formais. Números de grande expressivi­
Diretor­adjunto de Comunicação
                                                 dade, que enchem os olhos e ressaltam a importância dos pequenos negó­
Maurício Melo                                    cios para a economia nacional.
Diretor­adjunto de Educação e Cultura                  Porém, um dos mais importantes projetos, que teria como objetivo
Renato Francisco Toigo
                                                 alavancar mais ainda o desenvolvimento desse segmento, segue parado
Diretor­adjunto de Gestão                        no Congresso Nacional: o Projeto de Lei Complementar nº 591/2010, que
Carlos José de Lima Castro
                                                 prevê importantes ajustes, como, entre outros pontos, o aumento do limite
Diretor­adjunto de Políticas Estratégicas
Mario Elmir Berti                                de faturamento para microempresa – de R$240 mil para R$360 mil por
Diretora­adjunta de Políticas Intersindicais
                                                 ano – e para a empresas de pequeno porte – de R$2,4 milhões para R$3,6
Maria Heloísa de Mendonça Nunes                  milhões anuais. É importante ressaltar que esses valores estão congelados
Suplentes                                        desde julho de 2007.
Antônio Timóteo da Silva
Carlos Alberto do Rego Correa                          Os parlamentares entraram em recesso no final de julho sem votar a
Celestino Oscar Loro                             matéria e ainda não há previsão de quando isso acontecerá. Uma grande
Dorywillians Botelho de Azevedo
José Raulino Castelo Branco Filho                perda nacional, visto que atualmente cerca de 20% das empresas cadas­
José Cicinato Vieira Mello
Pedro Ernesto Fabri                              tradas no Simples Nacional podem deixar de fazer parte do programa por
Ruberlei Bulgarelli
Adriano Rodrigues Farias                         ultrapassar limites de faturamento. Ou seja, cerca de 600 mil podem ser
Fabio Oliveira Filho                             prejudicadas caso essas mudanças não sejam implantadas urgentemente.
Conselho Fiscal                                        Vejo que a aprovação desse projeto é uma saída para resolver a situ­
Efetivos                                         ação das micro e pequenas empresas que hoje vivem nesse limite entre
Dolores de Fátima Moraes Zamperlini
Flávio Jair Zanchin                              crescimento e sonegação. Acredito que, no momento em que a carga tri­
Adelvani Braz da silva                           butária for compatível e justa, a sonegação deixará de existir.  Ninguém
Suplentes                                        gosta de viver na clandestinidade. Todos querem colaborar formalmente
Renato Carlos Pedroza
Eduardo Serbaro Tostes                           com o crescimento do Brasil.
Leomir Antonio Minozzo
                                                       Precisamos que nossas autoridades enxerguem isso e também abra­
Representação na CNC                             cem essa causa. Pelo bem da economia nacional e da sociedade.
Efetivos
Valdir Pietrobon
Renato Francisco Toigo

Suplentes
Carlos José de Lima Castro
                                                                                           REVISTA FENACON julho-agosto de 2011   3
SumáRIO



                              27
                              Capa                                       12 Especial
                                                                         Contagem regressiva para a 14ª Conescap

 Contabilidade para MPEs
 Estudo da Fenacon aponta medidas para
 viabilizar escrituração contábil de
 micro e pequenas empresas
                                                                         10 Artigo
                                                                         Rui Saraiva

                             6                                           Cadastro Positivo X Segurança dos Dados

                             Entrevista

                                                                         16 Economia
 Carlos Alberto Júlio                                                    Suas contas: Cheque x Cartão de Crédito
 Empresário fala sobre práticas de gestão
 nas empresas e inovação como garantia
 de desenvolvimento
                                                                         18 Gestão
                                                                         Empresas devem estar atentas para evitar
 SEÇÕES                                                                  as invasões de hackers, para não ter
                                                                         informações confidenciais roubadas
  5       Painel do leitor
 34       Fenacon
 36
 38
          Unifenacon
          20 anos Fenacon
                                                                         20 Desburocratização
                                                                         Acesso on­line a processos. Receita
 40       regionais                                                      disponibiliza Processo Digital, que
                                                                         permite ao contribuinte acompanhar
 48       Descomplicando                                                 o andamento de seus processos
 49       Fica a dica


                                                                         22 Atuação Política
                                                                         Fenacon luta por aprovação de projeto
                                                                         que altera Lei Geral, um dos maiores
                                                                         anseios dos pequenos negócios do Brasil


  A Revista Fenacon é uma publicação bimestral

                                                                         30 Opinião
  da Federação Nacional das Empresas de Serviços
  Contábeis e das Empresas de Assessoramento,
  Perícias, Informações e Pesquisas (Fenacon).
                                                                         Josué Tobias
  Conselho Editorial: Diretoria­Executiva                                Pagamento de aviso prévio proporcional
  Jornalista Responsável: Vanessa Resende ­ DF2966/03DRT                 ao tempo de serviço
  Equipe de jornalismo: Natasha Echavarría e Juliana Marzullo
  Revisão: Joíra Furquim
  Anúncios: Pedro A. de Jesus ­ Tel.: (11) 9137­7639 / 3875­0308
  pedrojesus@fenacon.org.br
  Projeto Gráfico: Ars Ventura Imagem & Comunicação
  Impressão e Acabamento: Prol Editora Gráfica
  Tiragem: 42 mil exemplares.                                            32 Legislação Tributária
  Setor Bancário Norte, quadra 2, bloco F, lote 12, salas 904 a 912      Estudo aponta impactos das mudanças na
  Edifício Via Capital ­ CEP 70040­020 ­ Brasília­DF
                                                                         legislação tributária no cotidiano das empresas
  Telefax: (61) 3429­8400
  Home page: www.fenacon.org.br
  E-mail: fenacon@fenacon.org.br

  As imagens utilizadas nesta edição fazem parte do acervo da Fenacon.
  A Revista Fenacon em Serviços não se responsabiliza pelos conceitos
  emitidos nas matérias ou artigos assinados. Os anúncios veiculados
  são de inteira responsabilidade dos anunciantes.
pAINEl dO lEITOR



      Atuação                                               Mudamos!
       É muito importante para nós contadores termos               A partir desta edição, a Revista Fenacon será
uma entidade qualificada com seus associados no             apresentada a todos com novo projeto gráfico e
Brasil. Sabemos que a Fenacon tem lutado incansa­           editorial. O objetivo da mudança se deve ao próprio
velmente pela classe contábil, pelos direitos das           crescimento que a Fenacon tem alcançado nos últi­
empresas junto Receita Federal, tudo isso mostra            mos tempos.
que o presidente Valdir Pietrobon, a competência e o               Além disso, a nova abordagem editorial man­
zelo a classe contábil do Brasil, continue assim, lute. É   terá a maior parte do espaço para matérias e artigos
disso que precisamos sempre.                                sobre temas da área de administração das empre­
                                                            sas de serviços: sistema tributário e fiscal, modelos
      Grijalba Frota                                        eficientes de gestão, técnicas de motivação, infor­
      Sobral – CE                                           mática e novas tecnologias. Tais assuntos já vinham
                                                            sido abordados anteriormente e serão mantidos.
                                                                   O projeto atual tem 52 páginas, para atender
      Saudação                                              à demanda crescente por artigos e reportagens
                                                            que abordem temas de interesse do setor. Esse
      Prezado presidente,                                   aumento também traz novas editorias: Painel do lei-
                                                            tor, Descomplicando, Fica a dica. A seção Regionais,
      Em nome dos pequenos empresários e dos con­           a partir desta edição, trará sempre um sindicato em
tadores da Bahia saúdo o senhor pelo seu brilhante          destaque. Nesse espaço serão expostos dados da
trabalho em defesa dos pequenos negócios no Brasil.         entidade, bem como aspectos sociais e turísticos do
                                                            estado ou da região que ele esteja localizado.
      valdir ribeiro                                               A editoria Fica a dica, por exemplo, será a parte
      AMPESBA ­ BA                                          da revista em que o leitor encontrará sugestões
                                                            culturais, tais como livros, filmes, sites, blogs. Já a
                                                            Descomplicando, tem a proposta de trazer soluções
                                                            ou explicações a respeito de situações corriqueiras.
                                                            Dessa forma, o leitor não só se atualiza quanto as
                                                            informações da área fiscal e contábil contidas na
                                                            revista, mas também, fica por dentro das novidades
                                                            que facilitam o nosso dia a dia.No entanto, o painel
                                                            do leitor será o canal de comunicação para deba­
                                                            ter assuntos de interesse tanto do sistema Fenacon
                                                            quanto da sociedade em geral.
                                                                   Finalmente, na parte gráfica e visual, adota­
                                                            mos um conceito de diagramação mais flexível e
                                                            variado, que nos permitirá obter maior equilíbrio
                                                            entre textos e imagens. Outra novidade é o novo
    Participe você também da Revista Fenacon!
                                                            acabamento e gramatura da capa, que darão maior
    Comentários, sugestões e desabafos
                                                            consistência e elegância à publicação.
    podem ser enviados para o e­mail:
                                                                   Avaliem as mudanças adotadas e nos enviem
    comunica@fenacon.org.br                                 críticas e sugestões!
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                                                                                  REVISTA FENACON julho-agosto de 2011   5
ENTREVISTA




    “o papel do gestor é
                 administrar a mudança”
                 O empresário Carlos Júlio fala sobre práticas de
                 gestão empresarial que aprimorem continuamente a
                 qualidade, além de defender a inovação para garantir
                 maior solidez no mercado


    C       arlos Alberto Júlio é empresário, palestrante,
            professor e autor de best sellers, como: Reinven-
    tando você, A magia dos grandes negociadores, A arte da
                                                                especialização na Harvard Business School, na Lon­
                                                                don Business School e no IMD de Lausanne­Suíça, Júlio
                                                                é professor na Universidade de São Paulo (USP), Funda­
    estratégia e Superdicas para vender e negociar bem.         ção Getúlio Vargas (FGV) e ESPM.
           Ele foi presidente da Tecnisa S.A., sendo atu­
    almente vice­presidente do Conselho de Adminis­             Em seu livro mais recente, A economia do cedro, o
    tração. Além disso, presidiu por oito anos a HSM do         senhor defende uma visão de médio e longo pra-
    Brasil. Graduado em Administração de Empresas, com          zos? Em que isso se fundamenta?

                                                                Parte significativa das atividades produtivas, hoje, seja
                                                                no setor público, seja no setor privado, se assenta sobre
                                                                o que chamo de “cultura da irresponsabilidade”. É o que
                                                                pudemos ver, por exemplo, nos circos financeiros que
                                                                desembocaram na grande crise de 2008­2009. Boas
                                                                negociações precisam ter lastro em ativos reais, tangíveis
                                                                ou intangíveis. Se o mercado recebe papel moeda, um
                                                                título ou um lote de ações, é necessário que sejam
                                                                resguardados por um equivalente em bens, trabalho ou
                                                                conhecimento. Quando isso não ocorre, as negociações
                                                                financeiras se convertem em obras de ilusionismo,
                                                                como bem explica o personagem Gordon Gekko,
                                                                no filme Wall Street, o dinheiro nunca dorme. Quando
                                                                escrevi A Economia do Cedro, busquei um paradigma
                                                                de oposição a essa cultura. O cedro é uma árvore que
                                                                demora a crescer, mas que passa seus primeiros anos
                                                                fincando profundamente no solo suas raízes. Quando
                                                                atinge a maturidade, está bem assentado no solo e tem
                                                                condições plenas de absorver os nutrientes da terra. O
                                                                mesmo se aplica às novas organizações. É preciso que
                                                                estudem seus mercados, aprimorem continuamente a
                                                                qualidade, capacitem seus talentos e adotem posturas
                                                                éticas nas relações com os stakeholders. Devido ao
                                                                acesso rápido às informações, o cliente­consumidor
                                                                sabe valorizar as marcas mais sólidas, calcadas em




6    REVISTA FENACON julho-agosto de 2011
ENTREVISTA



                                    “As companhias precisam criar seus
                                    próprios sistemas de atualização educativa,
                                    seja por meios de cursos de extensão, seja
                                    por especializações e ciclos de palestras”




valores, comprometidas com o bem comum. Portanto,         Humanas justamente para fugir das artes de Pitágoras,
vale a pena investir com responsabilidade. Melhor         o bom sujeito que sabia aliar a Filosofia à Matemática.
constituir diligentemente um longo período de bons        Com certeza, o planejamento e o controle financeiro
negócios do que buscar o lucro fácil, cuja fonte se       são fundamentais para o sucesso das organizações. Eles
pulveriza na primeira crise.                              permitem determinar custos, estipular preços e plane­
                                                          jar investimentos. Como dizia Peter Drucker, é impor­
De que forma a visão em médio e longo prazos pode         tante obter e também quantificar lucros, concebidos
promover o crescimento mais sólido das empresas?          como medida do sucesso de um esforço empresarial.
                                                          Nessa missão, é fundamental o trabalho de diretores
Na verdade, essa solidez precisa estar aliada à rapidez   de finanças, contadores, auditores e especialistas em
na assimilação das mudanças. A revolução tecnológica      análises atuariais. No entanto, é fundamental que esses
tem mostrado que uma empresa, mesmo sólida, pode          profissionais tenham a ética como norte em suas ativi­
experimentar o fenômeno da obsolescência e desabar        dades. Infelizmente, vemos excelentes profissionais que
rapidamente. Há pouco tempo, tínhamos gente               se devotam a mascarar números, fraudar balanços ou
faturando com máquinas de escrever, aparelhos de fax      inventar sistemas que ocultam o delito. Por trás da crise
e pagers. Quem não se atualizou, acabou aniquilado,       dos subprimes, em 2008­2009, havia inúmeros experts
conforme analiso em meu livro Reinventando você,          da área dedicados a lesar poupadores e investidores.
publicado no início de 2000. Curiosamente, uma            Deu no que deu.
empresa sólida na dimensão dos valores é justamente
aquela mais habilitada a lidar com a exigência da         O senhor acredita que o setor empresarial brasileiro
inovação. Se ela tem conhecimento pleno de seu            está maduro para desenvolver práticas de gestão
mercado, se tem colaboradores compromissados e            que visem a crescimento e investimento em capital
responsabilidade social e ambiental, capacita­se mais     humano?
facilmente a enfrentar os desafios contemporâneos.
Digo sempre que, em última análise, o papel do            Estamos caminhando. As empresas perceberam que a
gestor é administrar a mudança. Essa competência          gestão da mudança, citada acima, depende da gestão
estratégica é que define a diferença entre o sucesso e    do conhecimento. Não basta mais o conhecimento
o fracasso nos empreendimentos corporativos.              adquirido nos bancos universitários. As companhias
                                                          precisam criar seus próprios sistemas de atualização
Qual a importância do planejamento financeiro de          educativa, seja por meios de cursos de extensão,
empresas para garantir o desenvolvimento futuro?          seja por especializações e ciclos de palestras. Nessas
                                                          atividades, as organizações se oxigenam e acumulam as
       A importância é total. Em um de meus artigos       virtudes necessárias à manutenção da competitividade.
recentes, tratei da questão do aprendizado da Matemá­     Nos últimos anos, o Brasil tem crescido aceleradamente
tica na formação de profissionais em carreiras executi­   e, certamente, enfrentamos sérios problemas com
vas. É uma pena que muitos jovens escolham a área de      a mão de obra. Percebemos isso facilmente quando




                                                                                 REVISTA FENACON julho-agosto de 2011   7
ENTREVISTA

    precisamos de um encanador ou quando convocamos          dinâmicas de logística e distribuição. Para isso, é preciso
    o técnico do serviço de TV a cabo. Tudo demora, e os     que desenvolvam sistemas efetivos de planejamento e
    serviços nem sempre são adequadamente realizados.        controle financeiro, trabalhando a ponta dos forne­
    Isso tudo piora quando há profissionais mal treinados    cedores e a ponta dos consumidores, sempre com
    em cargos de gestão, o que vemos, por exemplo, na        ética e transparência. Uma empresa bem gerida pode
    administração pública e privada do transporte aéreo.     vender por menos, e há inúmeros exemplos históricos
                                                             dessa máxima, desde as linhas de produção de Ford até
    O panorama atual do país é de excesso no con-            organizações emergentes no setor de supermercados.
    sumo. Quais seriam os cuidados que as empresas           Parafraseando Washington Olivetto, digo que a primeira
    devem tomar para garantir investimento, sem pre-         compra jamais se esquece. Portanto, quando muita
    judicar seus cofres?                                     gente estreia no teatro do consumo, é fundamental
                                                             oferecer qualidade com preço apropriado. Esse é um
    Não diria que existe excesso de consumo. Talvez          caminho para a fidelização.
    tivéssemos uma demanda reprimida no Brasil. Afinal, as
    pessoas que trabalham duro merecem morar com             Na opinião do senhor, quais as principais medidas
    dignidade, comer bem, viajar de vez em quando, cuidar    que as empresas devem adotar para fidelizar seus
    da saúde e desfrutar de entretenimento sadio, tanto na   clientes?
    cultura como no esporte. Passamos muitos anos
    semiparalisados, incapazes de aproveitar nosso enorme          Primeiramente, não é mais possível embromar.
    potencial produtivo. O que as empresas precisam evitar   Está em extinção a cultura do “levar vantagem em tudo”.
    é a tentação de elevar preços nesses momentos,           Qualidade é fundamental. Até mesmo a classe C exige
    mesmo que preventivamente. Tudo que não podemos          produtos duráveis e que cumpram as promessas da
    é reativar nossa memória inflacionária, que amarrou o    publicidade. Afinal, quem tem menos não vai arriscar
    país por décadas. Nesse caso, é óbvio que os governos    seu investimento num negócio duvidoso. Costumo
    precisam fazer a primeira parte, que é respeitar o       dizer que as empresas brasileiras atiram muito dinheiro
    conceito de responsabilidade fiscal. No caso das         no lixo, justamente ao negligenciar a reciclagem de
    empresas, é preciso que aprimorem seus processos         resíduos. Enquanto isso, a Dinamarca anuncia que, em
    produtivos. Para isso, é preciso que qualifiquem seus    breve, importará lixo dos vizinhos para abastecer suas
    colaboradores. Para isso, é preciso que sofistiquem as   usinas produtoras de energia alternativa. Então, per­
                                                             gunto, quem tem condições de praticar preços mais
                                                             acessíveis nessa área: quem se embaraça na caríssima
                                                             produção e importação de combustíveis fósseis ou
                                                             quem se utiliza do biogás, da captação solar e da ener­
                                                             gia eólica? São questões que analiso em meu livro A
                                                             economia do cedro. Há soluções relativamente simples
                                                             para muitos desses problemas. Só falta iniciativa e dis­
                                                             posição para a quebra de paradigmas. Certamente, as
                                                             marcas vão ganhar muitos fiéis quando estiverem asso­
                                                             ciadas a práticas responsáveis de produção e descarte.
                                                             Se falamos em fidelização de clientes, ainda destaco a
                                                             importância do atendimento, especialmente no pós­
                                                             ­venda. Com a evolução dos sistemas de comunicação,
                                                             não há mais razão para descuidos nessa área. As pessoas
                                                             procuram, hoje, por empresas parceiras, capazes de
                                                             apresentar respostas à peculiaridade de suas demandas.
                                                             Portanto, do lado de dentro do balcão é preciso que se
                                                             faça um exercício dialético permanente. Quem atende
                                                             precisa se projetar no atendido. Atende bem quem
                                                             atende da maneira como gostaria de ser atendido.




8    REVISTA FENACON julho-agosto de 2011
OpINIãO




Cadastro Positivo
                     x segurança dos dados
                      Por Rui Saraiva




     D       esde o dia 30 de dezembro de 2010, quando foi
             aprovada a Medida Provisória nº 518, que insti­
     tui e normaliza a criação de um banco de dados com
                                                                     Diferentemente do que se apresenta muitas
                                                               vezes, o Cadastro Positivo é um diferencial de mer­
                                                               cado e, a qualquer momento, por completo controle
     informações positivas de consumidores, muito se tem       do cadastrado, seus dados podem deixar de fazer
     ouvido, escrito e falado sobre um ponto fundamen­         parte do banco em que autorizou sua inclusão.. Nesse
     tal: o controle das informações do cadastrado. Porém,     contexto, vale lembrar que, até então, o devedor que
     como tudo o que é novo, e mesmo agora como lei, o         se tornou um bom pagador tramita em um complexo
     Cadastro Positivo tem gerado interpretações equivo­       e absurdo calvário para ver seu nome sem as restri­
     cadas, o que resulta em preocupação e desconfiança.       ções do mercado, seja pelas dificuldades impostas
     Por exemplo: não é verdadeiro que a pessoa cadas­         pelas atuais agências detentoras de tais dados, seja
     trada em um determinado birô deixará expostos os          pelo prazo que, após informado, ainda o torna refém
     seus dados para que toda e qualquer empresa de            do informante.
     monitoramento de crédito possa solicitá­los a bancos,           Com esse novo cenário, podem e devem nas­
     financeiras e concessionárias de serviços públicos,       cer (para encerrar o monopólio existente), diversos
     entre outros. O que a lei prevê é que os dados dispo­     birôs de crédito. Porém, vale salientar que todos eles
     níveis são de pleno e total controle do cadastrado, ou    dependerão de estrutura básica para se colocar no
     seja, daquele que deseja mostrar a sua qualidade de       mercado, especialmente para certificar ao “bom paga­
     “bom pagador”.                                            dor” as facilidades e vantagens de ter seu nome ligado




10    REVISTA FENACON julho-agosto de 2011
OpINIãO

a este ou àquele. A escolha e o controle, mais uma        oferece, são adeptos do Cadastro Positivo como uma
vez, estão nas mãos do cadastrado.                        ferramenta de introdução ao mercado financeiro.
        As informações pessoais, assim, não poderão ser   Como a maioria ainda não domina os trâmites da
simplesmente buscadas nas instituições, uma vez que       bolsa de valores e dos investimentos de capital, os
este novo birô deve ter seu trabalho desenvolvido em      jovens contam com artifícios que permitem organizar
várias frentes, o que significa clientes que busquem      a vida econômica para atingir estabilidade e alguma
seus dados e instituições de crédito e empresas que       forma de controlar o dinheiro. O cadastro dá essa con­
ofereçam crediário que as alimente.                       dição de se posicionarem bem no score de crédito e, a
        O Cadastro Positivo é um grande passo, mas        partir daí, alçarem outros voos.
difícil mesmo será a mudança de imagem, porque as                Agora, com a lei, é essencial mostrar ao mercado
empresas se especializaram em apresentar a face nega­     quem são as pessoas capazes de contratar crédito de
tiva do consumidor de crédito. Nesse sentido, cada dia    olhos fechados e, até mesmo, aquelas para quem as
e com mais propriedade, indicam o “mau pagador”.          velas do vento voltaram a navegar por mares mais
        A moeda, agora, apresenta o outro lado: como      tranquilos. Que venha o Cadastro Positivo!
mudar a imagem daquele que sempre se demons­
trou algoz do consumidor, para aquele que vai mos­
trá­lo como alguém digno de melhores condições de
crédito? A situação fica bem diferente e até mesmo
engraçada, pois o recado passa a ser: venha, que
agora vou mostrar como você é “bom pagador”!                                Rui Saraiva é advogado e responsável
        A geração Y (nascidos após 1980) já é a grande                      pelo departamento jurídico da C&M
incentivadora do novo sistema. Modernos e ante­                             Software – Maxxi Positivo.
nados com todos os recursos que o mundo virtual




                                                                                REVISTA FENACON julho-agosto de 2011   11
ESpECIAl




         Contagem regressiva
                                       para a 14ª Conescap
                                       Por Natasha Echavarría




Costa do sauipe: Um lugar
planejado para proporcionar as
mais inesquecíveis experiências.
Costa do Sauipe é um complexo
hoteleiro localizado a 80 km do
aeroporto de Salvador, num dos
cenários mais bonitos do litoral
baiano. Rodeado por dunas e
coqueirais, é um local idealizado
para traduzir em muito conforto
todos os elementos que a
Bahia reúne de forma tão única
e original: arte, ritmo, aroma,
sabores e muita simpatia.




    12    REVISTA FENACON julho-agosto de 2011
ESpECIAl




É     nesse cenário paradisíaco e com uma das mais
      completas estruturas de eventos do complexo
Costa do Sauipe que será realizado o maior e mais
                                                         CQC– Custe o Que Custar. A palestra do multimídia
                                                         Marcelo Tas já está sendo aguardada com ansiedade
                                                         pelos participantes da 14ª  Conescap. No dia 1º de
significativo evento do Setor de Serviços: a 14ª         novembro, o âncora do CQC encerrará a programa­
Conescap.                                                ção técnica do evento, na Costa do Sauipe. 
       Marcada para o dia 30 de outubro a 1º de                Além de jornalista, Tas é autor, apresentador e
novembro deste ano, no Hotel Sauipe Park, na Costa       diretor de TV. A ênfase do seu trabalho está na cria­
dos Coqueiros, Litoral Norte da Bahia, a convenção       ção de novas linguagens nas várias mídias em que
pretende reunir cerca de 2 mil pessoas, entre con­       atua. Entre suas obras destacam­se os vídeos do
vencionais e acompanhantes.                              repórter ficcional Ernesto Varela; sua participação
       Promovida pela Fenacon e organizada pelo          como ator e autor das séries Rá-Tim-Bum (TV Cultura)
Sescap Bahia, a 14ª edição já apresenta novidades.       e a criação do Programa Legal e Telecurso (TV Globo).
Com o tema “Organizações inteligentes, o mundo
mudou!”, os participantes debaterão as transfor­         Conescap Fest
mações com as quais o segmento de serviços se
depara, como o uso das tecnologias existentes para             Além de palestrantes renomados do país inteiro,
simplificar o dia a dia dos empresários de serviços,     o evento contará com a energia e a animação o show
entre outros assuntos.                                   da cantora baiana Daniela Mercury. A apresentação
       De olho nas mudanças e nas transformações         será composta pelo repertório do sexto álbum da
nacionais e internacionais, as palestras e painéis vão   cantora, Canibália, que foi gravado durante o show ao
abordar temas como sustentabilidade corporativa,         vivo no revéillon de 2010, em Copacabana, no Rio de
serviços, pessoas, meio ambiente, foco estratégico,      Janeiro.
criatividade, mercado multigeracional e inovação               Em outubro, esse espetáculo será apresen­
contínua.                                                tando, com exclusividade, para os participantes da
       Um time de peso está confirmado para compor       14ª Conescap em um espaço com praça de alimen­
a programação da convenção. À frente dos debates,        tação, sistema all inclusive, lounges,  espaço zen e
palestrantes renomados nacionalmente nas áreas de        customização de abadás para você viajar no famoso
recursos humanos, marketing, economia, tributos,         ritmo baiano
direito e, é claro, contabilidade.
                                                         Expo-Conescap
Tas na 14ª  Conescap
                                                               Networking para fornecedores e clientes que
      Entre os palestrantes escolhidos está o jor­       atuam com as empresas de serviços. Conhecimentos,
nalista Marcelo Tas, apresentador do Programa            troca de experiências, oportunidades de negócios. 




                                                                              REVISTA FENACON julho-agosto de 2011   13
ESpECIAl



     Feira de Negócios

           Os participantes poderão, ainda, conhecer gran­
     des expositores de todo o país, que apresentarão
     soluções, tecnologias e vários serviços para atender
     às necessidades das empresas participantes na Feira
     Nacional de Negócios para o Setor de Serviços (Feiness),
     que ficará exposta durante todo o período da Conescap.

     Conescap Run

           Muitas empresas descobriram que formar grupos
     de corrida é uma maneira de integrar seus funcionários. E
     correr no Complexo Costa do Sauipe é um privilégio.




         É possível realizar a pré-inscrição de
         1º de dezembro de 2010 até 31 de
         agosto de 2011. O pacote inclui:

         •	   Hospedagem do casal
         •	   Uma inscrição
         •	   Transfer in/out
         •	   Café da manhã, almoço e jantar
         •	   Conescap Fest – Open Bar
         •	   Conescap Run
                                                                 Daniela Mercury
         Inscrições: www.conescap.com.br                         e Marcelo Tas




14    REVISTA FENACON julho-agosto de 2011
ECONOmIA




 Cheque X
                           Cartão de Crédito
                            No ano passado, o uso do cheque diminuiu,
                            enquanto o do cartão de crédito aumentou.
                            Quem usa a segunda modalidade de pagamento
                            terá de arcar com um pouco mais para
                            quitar o valor mínimo da fatura
                            Por Juliana Marzullo




     E     scolher entre usar cheque ou cartão de crédito
           não é uma decisão tão sem importância. O con­
     sumidor deverá ter atenção ao avaliar qual instru­
                                                                      Já o cheque permite a escolha da data de paga­
                                                               mento em concordância com o credor, o lojista, por
                                                               exemplo. O pré­datado é uma ótima escolha quando se
     mento mais lhe favorece na hora das compras, uma          quer substituir o cartão, mas infelizmente ainda carece
     vez que ambos oferecem vantagens e desvantagens.          de regulamentação. A Confederação Nacional de Diri­
     E, às vezes, a comodidade pode doer no bolso.             gentes Lojistas (CNDL) defende alterações na legislação
            O fato é que o cheque é “compre já e pague         para aumentar a segurança jurídica dessas transações.
     na data certa” e o cartão, “compre já e pague depois”.    Muita gente não usa talões de cheque com receio de
     Porém, o “pagar depois” é o problema. Ao atrasar o        apresentação ao banco antes do prazo combinado.
     pagamento da fatura de cartão crédito, além da multa,            Mas, diferentemente do cartão, no atraso do
     incidem juros e mora altos e é aí que pesa no bolso       pagamento do cheque não há juros nem mora, sendo
     do cliente, que poderá pagar até 3% sobre o valor da      a desvantagem do lojista, porém, favorável ao consu­
     conta mais os juros e a mora proporcionais aos dias       midor. Contudo, se na compensação do cheque não
     de atraso. Ou seja, para se livrar desse aumento, é       houver saldo em conta corrente por duas vezes con­
     necessário que seja pago ao menos o valor mínimo          secutivas, o emissor será incluso no Cadastro de Emi­
     do cartão. Mas vale lembrar que os juros e a mora são     tentes de Cheques sem Fundo (CCF) e, quando de sua
     diários e só não serão mais contabilizados somente        exclusão, pagará taxa que varia de banco para banco
     no dia em que a fatura for totalmente paga.               e cuja média é de R$36,18.
            E para quem tem o costume de efetuar apenas               “De fato tais alterações na legislação trarão maior
     o pagamento mínimo, uma má notícia: o Banco Cen­          segurança nessa forma de pagamento, garantindo
     tral (BC) vai aumentar, a partir de dezembro deste ano,   legalmente o acordo que hoje é feito entre as partes
     o piso de pagamento. O percentual subirá de 15%           – lojistas e consumidores – quanto à data de compen­
     para 20% do total da fatura. Com isso, o BC pretende      sação do título, e, assim, o cheque concorrerá mais
     diminuir a inadimplência, baseado em seus próprios        igualitariamente com o cartão de crédito, beneficiando
     cálculos, que apontam a dívida dos brasileiros em         ambos os lados”, concorda Melissa Penteado, da proS­
     mais de R$100 bilhões no cartão.                          core, Bureau de Informação e Análise de Crédito.




16    REVISTA FENACON julho-agosto de 2011
ECONOmIA

realidade                                                  usado sem documento de identificação e não é con­
                                                           sultado. O tradicional cheque pode ser consultado
      De acordo com o BC, em 2010, o uso do cheque         em bureaus de informação, todavia a falta de rigor na
caiu e do cartão de crédito aumentou. Dados consta­        abertura das contas bancárias contribui para falsifica­
tam que houve queda de 7,1% no uso de cheques, em          ções e torna­se um aspecto negativo para o lojista.
comparação com 2009. Enquanto isso, os pagamentos                Tramita no Congresso o projeto de lei nº
com cartão subiram 23%. A elevação do uso do cartão        1111/2011 que: “Obriga a apresentação de docu­
em relação ao do cheque não significa que o primeiro       mento de identidade do titular de cartão de crédito
seja a melhor opção. O meio mais indicado vai depen­       ou débito, ou de seu dependente, conforme o caso,
der da compra e do ambiente de negociação, explica a       no ato da operação, bem como a inserção de mensa­
proScore, Bureau de Informação e Análise de Crédito.       gem no cartão, esclarecendo essa obrigatoriedade”.
                                                           Existem esforços por parte da CNDL no que tange
Fraudes                                                    à legislação dos cheques: a Confederação defende
                                                           alterações para aumentar a segurança jurídicas das
     Golpes e fraudes fazem parte da realidade das         transações. Acredita­se que, se essas mudanças
pessoas que utilizam tanto cartão crédito quanto           forem aprovadas, impactará positivamente a redu­
cheque. O cartão, com aparente segurança, pode ser         ção das fraudes.




                                                 Cartão de Crédito
                           vantagens                                           Desvantagens
                                                           Impossibilidade de compras acima do limite
  Facilidade na utilização.
                                                           de crédito, mesmo que parcelado.

  Economia de espaço físico.                               Impossibilidade de protesto em cartório.

  Aparente segurança.                                      Impossibilidade de consulta.

  Dispensa uso de documentos de identificação.             Incidência de IOF nas transações.

                                                           Incidência de juros de mora altos no atraso do
  Serve para saque de espécie (moeda), apesar do custo.
                                                           pagamento.

                                                           Possibilidade de uso de cartão de crédito roubado
  Permite dependentes.
                                                           no comércio eletrônico.

  Pode ser usado no exterior.                              Dependência de conectividade constante.

                                                      Cheque

                           vantagens                                           Desvantagens
  Inexistência de taxas de administração.                  Aparente instrumento de fraude.

                                                           Data de emissão pode se tornar um problema
  Aumento do poder de compra do consumidor.
                                                           na compensação após o prazo.

  Escolha da data de pagamento pelo consumidor             Conferência com documentação do
  em concordância com o credor.                            emitente leva tempo.

  Não incidência de IOF.                                   Sistema de conferência de assinatura arcaico.

  Inexistência de intermediários na operação
                                                           Falta de rigor na abertura das contas bancárias.
  (ao contrário da operadora de cartão).

  Possibilidade de protesto em cartório.                   Falta de controle de cheque clonado.

  Possibilidade de acordo no caso de atraso
                                                           Inexistência de juros de mora por atraso.
  do pagamento.

                                                                                   REVISTA FENACON julho-agosto de 2011   17
gESTãO




                     Sua rede
                                         está protegida?
                                                          Empresas devem estar atentas
                                                          para evitar as invasões de
                                                          hackers para não ter informações
                                                          confidenciais roubadas

                                                          Por Natasha Echavarría




     a      onda de ataques a sites oficiais brasileiros, como
            da Presidência da República, da Secretaria da
     Imprensa do Planalto e da Receita Federal, ocorrida
                                                                 esses piratas da internet não se apossem de informações
                                                                 capazes de prejudicar empresas, parceiros e clientes.
                                                                       Para Jefferson, todas as empresas, atualmente, e
     no dia 22 de junho, revelou ao país a vulnerabilidade       principalmente as que têm negócios na internet, pre­
     dos sistemas de segurança dos portais.                      cisam realizar análises de riscos e vulnerabilidades, a
           Diante desse quadro, vale levantar uma questão        fim de diminuí­los. “É necessário investir em análises de
     muito importante: Será que as empresas estão segu­          vulnerabilidades, correções de segurança, desenvolvi­
     ras? Será que os dados dos clientes, fornecedores e         mento e implementação de política de segurança da
     colaboradores estão protegidos? Até que ponto as            informação, além de firewall e antivírus”, completou.
     empresas são responsáveis por essas informações e o
     que fazer para mantê­las em sigilo?                         Ataque
           O fato é que os riscos que as empresas privadas
     correm com os ataques cometidos por hackers são idên­              Existem muitas formas de invadir computadores e
     ticos àqueles sofridos pelo o governo. É um problema        sistemas de empresas, como, por exemplo, vírus, trojans
     para todos, governos e empresas de todos os lugares.        (cavalo de troia) e hackers. Um dos principais meios de
           De acordo com o especialista em segurança da          permitir a entrada de programas nocivos – sejam vírus
     informação Jeferson D’Addario, as medidas a ser ado­        ou trojans – em seu micro é abrir e­mails suspeitos.
     tadas são as mesmas (nos setores público e privado).               Já para derrubar os sites, os hackers utilizaram
     “Primeiramente, é preciso conscientizar as instituições     sistemas que fazem múltiplas tentativas de acesso
     sobre a necessidade de garantir que todas as informa­       ao mesmo tempo, técnica batizada de “negação de
     ções pertinentes à empresa estejam seguras. É neces­        serviço” e conhecida pelas iniciais em inglês DDoS
     sário estar atento a tudo que diz respeito à segurança      (distributed denial of service). O objetivo dessa ação
     da informação”.                                             é tornar o serviço indisponível.
           Sabendo dos riscos, o próximo passo, segundo                 Quem usa bons programas de proteção pode
     D’Addario, é a preparação com planos efetivos de segu­      ficar relativamente tranquilo, mas outras medidas aju­
     rança da informação que podem colaborar para que            dam muito.




18    REVISTA FENACON julho-agosto de 2011
gESTãO


                                                   Fique atento

      •	 Ao preencher seu cadastro em um site, veja se ele      •	 Compre com cartão somente em empresas que
         possui uma declaração de privacidade on­line,             são de confiança. Comprar pela internet é muito
         confira, também, se o ícone de um cadeado é exi­          cômodo, mas também requer cuidado. Pesquise se o
         bido no seu navegador. O ícone do cadeado iden­           site em que você vai realizar uma compra é confiável.
         tifica que o site criptografa suas informações e lhe
         garante segurança.                                     •	 Nunca acionar disquetes ou CD­ROMs (de qualquer
                                                                   procedência) em seu computador sem antes passar
      •	 Nunca abrir arquivos com extensão .exe, .com.,            um bom antivírus nele.
         .bat, .vbs (ou outros tipos de script) ou .zip que
         venham anexados a uma mensagem de e­mail.              •	 Nunca enviar informações pessoais sem ter certeza
         Se o e­mail é de pessoa conhecida, confirme               da fonte e da identidade de quem irá recebê­las. A
         antes qual a finalidade do arquivo. Na dúvida,            internet é o caminho mais curto, fácil e rápido de
         apague sem abrir.                                         conseguir informações de terceiros.

      •	 Jamais, em hipótese alguma, apenas feche o nave­       •	 Depois de ler seus e­mails ou visitar sites em que você
         gador de internet, seus dados podem continuar             precisou se logar para ver qualquer conteúdo restrito,
         ativos e outras pessoas estarão habilitadas a aces­       dê um clique no link de “Fechar”, “Logout” ou outro
         sar sua conta em algum site ou ler seus e­mails.          link que feche a seção que você estiver visitando.




      Saiba mais...

            Os ataques aos sites do governo foram reali­             Os ativistas do LulzSecBrazil atuaram com um
      zados por um grupo que se apresenta como Lulz­            grupo chamado AnonBrazil, associado ao Anonymous,
      SecBrazil e atua como célula do LulzSec, grupo que        a quem é atribuído um ataque que derrubou o site do
      já atacou o site da CIA, a agência de espionagem          Fundo Monetário Internacional (FMI). LulzSec e Anony­
      americana.                                                mous são os dois maiores grupos de hackers do mundo.




 C



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                                        Autores:
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CM                                      Antonio Airton Ferreira
                                                                                                   Anotado e Comentado
                                                                                                    Atualizado até 13/05/2011
MY
                                        Elizabeth Lewandowski Libertuci
                                        Fabio Rodrigues de Oliveira
CY
                                        Juliana M. O. Ono
                                        Luiz Martins Valero                                             Informações e vendas:
CMY

                                        Marcos Shigueo Takata                                 FISCOSoft Editora Ltda
 K
                                        Marcos Vinicius Neder de Lima                    www.fiscosoft.com.br/rir-2011
                                        Victor Hugo L. de Mello Castanho                               (11) 3382-1000




                                                                                       REVISTA FENACON julho-agosto de 2011   19
dESbuROCRATIzAçãO




                Acesso on-line
                   a processos
                                             Receita disponibiliza Processo Digital,
                                             que permite ao contribuinte acompanhar
                                             o andamento de seus processos.
                                             Com uso do Certificado Digital é possível
                                             receber informações até pelo celular

                                             Por Vanessa Resende



     C      om o objetivo de facilitar a vida do contribuinte
            brasileiro, a Receita Federal do Brasil (RFB) dispo­
     nibilizou em seu site o Processo Digital (e­Processo),
                                                                   de 5 mil processos a mais. Aqueles que não têm pre­
                                                                   visão de movimentação, principalmente parcelamen­
                                                                   tos com cinco anos, pelos menos neste momento
     que permite ao contribuinte acompanhar o anda­                ainda não estão sendo digitalizados, mas todos os
     mento de seus processos na Receita (RFB), na Procu­           outros que estão pendentes de encaminhamento de
     radoria­Geral da Fazenda Nacional (PGFN) e no Con­            um lugar para outro, ou em fase de julgamento, serão
     selho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf ).             digitalizados até o final do ano”.
            A partir desse serviço, documentos anexados ao
     processo ficam imediatamente visíveis para o contri­          Domicílio Eletrônico
     buinte. Assim, quem estiver em qualquer cidade do
     país pode acessar o andamento do seu processo ime­                   Disponível como uma caixa postal dentro
     diatamente após o seu julgamento no Carf, em Brasí­           do Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte
     lia. Do mesmo modo, um contribuinte pode verificar            (e­CAC), o Domicílio Eletrônico é mais uma ferra­
     o resultado de um pedido de restituição logo que o            menta criada para facilitar a comunicação de atos ofi­
     auditor­fiscal, mesmo localizado em outra cidade,             ciais da RFB com os usuários.
     poderá assinar a decisão acerca do pedido.                           Ao optar pelo Domicílio Tributário Eletrônico, o
            Para o coordenador­geral de arrecadação e              contribuinte passará a ter ciência eletrônica, podendo
     cobrança da RFB, João Paulo Martins, a meta é digitali­       consultar de qualquer lugar com acesso à internet
     zar um milhão de processos até o final do ano. “Quando        documentos do seu interesse, intimações, comuni­
     lançamos, eram cerca de 170 mil processos. Hoje são           cados e avisos na Caixa Postal no Portal e­CAC, com
     cerca de 250 mil processos e a estimativa inicial era         segurança total contra extravio. Para aderir à ferra­
     de até 500 mil até o final do ano. Mas já estamos com         menta, ele precisa habilitar essa opção dentro do
     o planejamento de até um milhão, porque está cres­            portal e seu acesso precisa ser feito por meio de um
     cendo muito mais rápido do que prevíamos”, disse.             Certificado Digital.
            Ele afirmou, ainda, que atualmente todos os                   Ele poderá também cadastrar ainda três núme­
     processos já entram nesse formato digital e os antigos        ros de telefone celular, que receberão mensagem de
     estão em fase de digitalização. “Cada dia temos cerca         alerta quando existir uma comunicação para ele. “A




20    REVISTA FENACON julho-agosto de 2011
dESbuROCRATIzAçãO




grande vantagem é que se pode colocar o advogado,
o contador e o contribuinte. Os três ficam sabendo ao
mesmo tempo. Além disso, pela caixa postal, o cliente           O serviço está à disposição dos
só é identificado como notificado 15 dias após rece­      contribuintes no Portal e­Cac, ambiente
ber essa notificação. Então, se o prazo para ele recor­   de serviços virtuais da RFB na internet
rer for de 30 dias, terá 45 dias, ao todo, o que dá ao    (www.receita.fazenda.gov.br). O inte­
contribuinte mais tempo para preparar impugnações         ressado que ingressar no Portal e­CAC
e recursos”, afirma João Paulo Martins.                   com código de acesso poderá consul­
        O Domicílio Tributário Eletrônico resulta em      tar a relação de processos digitais em
redução no tempo de trâmite dos processos admi­           seu CPF ou CNPJ, obtendo informações
nistrativos digitais, desburocratiza os procedimentos     sobre número, documentos constantes
e disponibiliza segurança na troca das mensagens.         no processo, movimentações, histórico e
Outro benefício é que o usuário dessa caixa pode          tempo de tramitação de cada processo.
acessar, na íntegra, todos os processos digitais em seu   O interessado que utilizar o serviço com
nome que tramitam no órgão. “O mais interessante          Certificado Digital e optar pelo Domicílio
é custo e tempo. Mesmo com esses dias a mais, é o         Tributário Eletrônico poderá extrair cópia
mesmo tempo que perdemos para mandar por cor­             digital do inteiro teor do processo ou
reio, receber uma resposta. O controle é muito mais       extrair e imprimir documentos.
fácil”, conclui João Paulo Martins.




                                                                          REVISTA FENACON julho-agosto de 2011   21
ATuAçãO pOlÍTICA




nova expectativa aos ajustes
              do simples nacional
             Presidente Dilma envia nova proposta de ajuste na Lei
             Geral da Micro e Pequena Empresa ao Congresso Nacional.
             Porém, texto não prevê inclusão de novas categorias

             Por Natasha Echavarría




     a     Fenacon tem trabalhado intensamente para
           aprovar no Congresso Nacional os ajustes na
     Lei Geral da Micro e Pequena Empresa. O Projeto de
                                                               Para se ter ideia do prejuízo, na virada do ano
                                                          nada menos que 18% das empresas que constituíam
                                                          o Simples Nacional ficaram fora do sistema, grande
     Lei Complementar nº 591/2010, que deveria ter sido   parte por ter ultrapassado o faturamento limite de
     aprovado no ano passado, ainda continua em discus­   R$2,4 milhões por ano e, consequentemente, estão
     são na Câmara dos Deputados.                         arcando com maiores tributos.
           Com a não aprovação da matéria em 2010,             Diante desse cenário, a presidente da República,
     perdeu­se a oportunidade de aprimorar a Lei Geral    Dilma Roussef, assinou, no dia 09 de agosto, Mensa­
     da Micro e Pequena Empresa, perdeu­se também a       gem da Presidência da República com o novo texto
     chance de gerar mais empregos, de aumentar a for­    do projeto, apensado ao PLP 591. Ela enviou ainda o
     malização no país.                                   pedido de urgência para aprovação do Projeto de Lei




22    REVISTA FENACON julho-agosto de 2011
ATuAçãO pOlÍTICA


n º 865/11, que cria a Secretaria da Micro e Pequena       aprovação do PLP 591/2010 para aderirem ao Simples
Empresa, órgão com status de ministério.                   Nacional, como por exemplo, as clínicas de fisiotera­
      Na ocasião, o Ministro da Fazenda, Guido Man­        pia que hoje estão tributadas no lucro presumido ou
tega apresentou as principais mudanças, como o             lucro real.
ajuste de R$ 36 mil para R$ 60 mil o teto da receita              Segundo a presidente da Associação Paranaense
bruta anual do empreendedor individual. E a elevação       das Empresas Prestadoras de Serviços de Fisioterapia,
do teto de R$ 240 mil para R$ 360, no caso das micro       Marlene Izidro Vieira, o faturamento dos serviços de
empresas e de R$ 2,4 milhões para R$ 3,6 milhões,          fisioterapia dificilmente ultrapassa os R$ 30 mil men­
para empresas de pequeno porte, o que representa           sais. No entanto, o setor ainda paga impostos como
uma elevação de 50%.                                       grandes empresas. “É preciso fazer justiça na forma de
      Outra medida é o parcelamento da dívida tribu­       tributar as micro e pequenas empresas de fisioterapia
tária para os empreendedores que estão enquadra­           e terapia ocupacional, que prestam serviços de saúde
dos no Simples Nacional, o que até agora não era per­      indispensáveis a população e a saúde suplementar”.
mitido. O prazo de pagamento será de até 60 meses.                Marlene ressalta que entrar no Simples Nacio­
      Mantega, informou também que será suspensa a         nal é ter a possibilidade de os serviços manterem suas
necessidade de declaração anual do Simples Nacional.       portas abertas, evitar o endividamento, registrar os
Para substituí­la, as declarações mensais serão consoli­   profissionais que trabalham informalmente nas clíni­
dadas pela Receita Federal. “Essa ampliação vai no sen­    cas; permitir que haja maior investimento na qualifica­
tido de abranger um número maior de empresas que           ção dos profissionais, além de outros benefícios.
estariam agregadas naquele que é o regime tributário
mais moderno que nós temos no país”, disse o ministro.     Mobilização
      Outro ponto negociado entre o governo e par­
lamentares é a permissão para que micro e pequenas                Apesar de não representar diretamente o seg­
empresas possam exportar sem sair do Programa do           mento das micro e pequenas empresas, a Fenacon
Simples Nacional o mesmo valor comercializado no           trabalha por eles. O segmento contábil nacional sabe
mercado brasileiro.                                        do dia a dia do pequeno empresário, de suas dificul­
      De acordo com Pietrobon, desde a entrada em          dades e maiores anseios. A entidade tem feito gran­
vigor do Simples Nacional, o teto da receita bruta anual   des mobilizações com o objetivo de conseguir a apro­
das empresas para inserção no sistema permanece o          vação do Projeto de Lei Complementar nº 591/2010,
mesmo. Sem reajuste, a inflação acarreta recomposi­        que promove essas mudanças.
ção de preços, o que aumenta a receita, mas não signi­            Recentemente, o presidente da Fenacon partici­
fica aumento do lucro. Com isso as empresas são obri­      pou do Seminário Nacional de Mobilização pela apro­
gadas a subir de faixa de tributação e, assim, a carga     vação do Projeto de Lei Complementar nº 591/2010.
tributária é elevada.                                      Promovido pela Comissão de Finanças e Tributação
      Para ele, o anuncio das medidas representa um        da Câmara dos Deputados e pelas Frentes Parlamen­
grande avanço, e prevê que o sistema precisa ser mais      tares Mista da Micro e Pequena Empresa e em Defesa
aperfeiçoado. “Considero um grande passo o anun­           das Micro e Pequenas Empresas, o evento teve por
cio dessas mudanças, porém uma grande ausência             objetivo discutir a possibilidade de votar a matéria
que senti no texto apresentado foi a não inclusão de       antes do recesso parlamentar.
todas as atividades no Simples Nacional. Espero que               Paralelamente a esse evento, a Fenacon tem rea­
o governo, logo após a aprovação desse, também se          lizado intensa mobilização dentro e fora do Congresso
sensibilize sobre a importância dessa ação”, disse.        Nacional para que os parlamentares também se cons­
                                                           cientizem da importância de aprovação da proposta.
Perda!                                                     Cartazes foram colados nos gabinetes de parlamen­
                                                           tares, buttons pela aprovação foram distribuídos no
     Ficou de fora do novo projeto criado pela presi­      dia do seminário e faixas chamando a atenção para a
dente Dilma Roussef a inclusão de novos segmentos          importância do projeto ficaram espalhadas em pontos
no Simples Nacional. Várias categorias aguardavam a        estratégicos do lado de fora do Congresso Nacional.




                                                                                 REVISTA FENACON julho-agosto de 2011   23
ATuAçãO pOlÍTICA


                                                          Ajustes

        1. Reajuste dos limites de enquadramento: reajuste          ICMS é realizada de forma concentrada em um
           de 50% nos referidos limites, o que recompõe             dos contribuintes, que recolhe o tributo sobre
           a inflação acumulada desde 2006 e incorpora a            a margem de valor agregado de toda a cadeia
           expectativa inflacionária até 2014. Assim, os limi­      produtiva. É um sistema que facilita a fiscaliza­
           tes máximos do empreendedor individual passa­            ção e combate a sonegação, o que é positivo
           riam de R$ 36 para 50 mil, da microempresa, de           a sociedade. Porém, onera micro e pequenas
           R$ 240 para 360 mil e da empresa de pequeno              empresas, anulando parte significativa dos
           porte, de R$ 2,4 milhões para 3,6 milhões.               benefícios do Simples Nacional. Para evitar isso,
                                                                    a Lei passará a definir os critérios de elegibili­
        2. Parcelamento de dívidas com o Simples: a lei             dade de um produto ao regime de substitui­
           veda o parcelamento de dívidas tributárias               ção tributária. Caberá ao Conselho Fazendário
           para as empresas optantes do Simples, embora             Nacional regulamentar a pauta dos produtos
           diversas leis tenham permitido o refinancia­             elegíveis com base nesses critérios, bem como
           mento de dívidas das empresas de maior porte.            a margem do valor agregado. Caso o Confaz
           Propomos a retirada da vedação e remetemos a             não regulamente a matéria até o final de 2011,
           regulamentação da forma como será este par­              a Lei prevê que apenas produtos passíveis de
           celamento para o Comitê Gestor do Simples.               substituição tributária no âmbito do Imposto
           Cerca de 560 mil empresas estão inadimplentes            sobre Produtos Industrializados, como com­
           com o Simples, principalmente devido à crise             bustíveis, energia, automóveis, cigarros, bebi­
           financeira de 2008/2009. Com o parcelamento,             das, entre outros, poderão ter recolhimento do
           elas poderão solicitar reenquadramento no                ICMS via substituição tributária.
           Simples e reduzir sua carga tributária.
                                                                 4. Incentivo à Exportação: as empresas optan­
        3. Substituição Tributária: os estados passaram a           tes do Simples poderão faturar na exportação
           utilizar largamente regimes de tributação via            até o dobro do montante do seu limite de
           substituição tributária, no qual a cobrança do           enquadramento.




                                                   Faixa produzida pela Fenacon




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Escrituração contábil
                        simplificada
                        Estudo elaborado pela Fenacon aponta principais
                        aspectos da contabilidade voltada para micro e
                        pequenas empresas na atualidade e faz sugestão
                        de modelo que facilite o dia a dia desse segmento
                        Por Vanessa Resende




o       microempresário Alexandre de Jesus possui,
        há cinco anos, um centro de estética em Brasí­
lia. Atualmente empregando cinco funcionários, não
                                                         com propostas de sugestões de contabilidade para as
                                                         micro e pequenas empresas.
                                                               O estudo faz comentários e aponta medidas que
abre mão de uma empresa contábil para gerenciar          podem ser adotadas no sentido de viabilizar a escritu­
seu negócio.                                             ração contábil das micro e pequenas empresas pelas
       Entretanto, avalia que o desenvolvimento de sua   empresas e escritórios individuais de contabilidade.
empresa poderia ser mais satisfatório caso tivesse um          Para Irineu Thomé, o principal objetivo do estudo
modelo mais simples de contabilidade, voltado para o     é fazer um diagnóstico da realidade administrativa
tipo de negócio que desempenha. “Sem dúvida seria        das empresas atendidas pelas organizações contá­
uma oportunidade a mais para o crescimento da minha      beis. Principalmente com relação aos documentos e
empresa. O auxílio de um contador vivenciando direta­
mente nossa rotina seria essencial”, afirma.
       Alexandre faz um comentário sobre um assunto
que poderia melhorar, e muito, o dia a dia dos peque­
nos empreendimentos do país: um modelo de pro­
cedimentos contábeis voltados especificamente para
esse tipo de negócio. Isso porque a   sobrevivência
de uma empresa nos dias de hoje está relacionada
à capacidade de antever cenários adversos ou favo­
ráveis e realizar mudanças rápidas de rumo para se
adaptar à nova realidade. Com isso, a escrituração
contábil ocupa fundamental papel em orientar o ges­
tor nas decisões que precisam ser tomadas.
       Com esse objetivo, o presidente e o vice­
presidente institucional da Fenacon, Valdir Pietrobon
e Irineu Thomé, respectivamente, entregaram no dia
15 de julho ao presidente do Conselho Federal de
                                                               Presidente do CFC recebe estudo
Contabilidade (CFC), Juarez Carneiro, um documento
                                                               realizado pela Fenacon




                                                                               REVISTA FENACON julho-agosto de 2011   27
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     informações de que o contador precisa para escritu­            Ele afirma ainda que essa prática, com poucas
     rar a contabilidade. “Com documentos e informações       exceções, não é praticada pelas micro e pequenas
     precisas o profissional pode e deve prover seu cliente   empresas. “Elas não têm controles internos e, quando
     de relatórios igualmente precisos”.                      têm, ele não é confiável. A documentação à disposi­
                                                              ção do contador é via de regra falha ou insuficiente
                                                              para que se façam as conciliações necessárias. Os
        Principais pontos de resistências na                  empresários não fazem distinção entre as operações
          adoção da escrituração contábil                     financeiras da empresa e as suas particulares”, avalia.

                                                                    resistências – Um dos aspectos apresentados
       Pela empresa contábil                                  no estudo realizado pela Fenacon é a resistência, tanto
                                                              de empresários contábeis como de seus clientes, em
       ƒ Ausência total de controles internos nos             adotar a contabilidade como instrumento de auxílio
         clientes. Quando existe algum controle, é            na gestão de micros e pequenos negócios.
         fraco ou não confiável e o cliente, quando                 De um lado, empresários contábeis alegam falta
         orientado por seu contador, resiste em               de controles internos dos clientes, que muitas vezes
         adotá­los por não entender a razão e a               não entendem a importância da contabilidade como
         importância da contabilidade no acompa­              instrumento de gestão, por exemplo. Na outra ponta,
         nhamento econômico e financeiro do seu               os microempresários tendem a focar sua atuação nos
         negócio.                                             serviços prestados pela empresa contábil relaciona­
                                                              dos a assessoria fiscal, recursos humanos e assessoria
       ƒ A documentação à disposição do contador              empresarial, deixando assim a escrituração contábil em
         é, via de regra, falha, dificultando ou impos­       um segundo plano (veja quadro na página seguinte).
         sibilitando as conciliações necessárias à
         validação das peças contábeis.                              sugestões – Para romper esse círculo vicioso,
                                                              permitindo a execução da escrituração contábil e sua
       ƒ Desconhecimento, por parte do microempre­            utilização como ferramenta de gestão pelos micro e
         sário, do Princípio da Entidade, não fazendo         pequeno empresários, o estudo apresentado pelo
         distinção entre as operações financeiras da          sistema Fenacon abrange uma série de medidas
         empresa e as dos sócios ou proprietário.             que destacam desde a real definição do termo micro
                                                              e pequena empresa até a definição de um novo
       Pelos empresários-clientes                             modelo de escrituração simplificada.
                                                                     O objetivo dessas orientações, segundo o vice­ pre­
       ƒ Incapacidade para ler balancetes e balanços.         sidente da Fenacon, é facilitar a escrituração contábil das
                                                              micro e pequenas empresas, tornando­as mais rápidas e
       ƒ Focar o interesse empresarial nos serviços           a um custo acessível para o empresário, conforme abaixo:
         prestados pela empresa contábil relacio­
         nados à assessoria fiscal, recursos huma­               9 Definir qual a abrangência do nome micro e
         nos e assessoria empresarial, deixando em                 pequena empresa, por critérios a bem estuda­
         segundo plano a escrituração contábil.                    dos e definidos.


       ƒ Desconhecimento da obrigatoriedade e                    9 Atender ao que dispõe a Constituição Brasileira
         utilidade da escrituração contábil.                       no seu artigo 179, que diz que  “A União, os esta­
                                                                   dos, o Distrito Federal e os municípios dispensa­
       ƒ Dispensa de bancos e fornecedores de                      rão às microempresas e às empresas de pequeno
         apresentação de peças contábeis, substi­                  porte, assim definidas em lei, tratamento jurídico
         tuindo­as por outras informações.                         diferenciado, visando a incentivá­las pela sim­
                                                                   plificação de suas obrigações administrativas,
                                                                   tributárias, previdenciárias e creditícias, ou pela




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   eliminação ou redução destas por meio de lei”.       9 Elaborar relatórios gerenciais, que visem a
   A Lei nº 9.841, de 5/10/1999 estabelece normas         dinâmica da atividade do micro e pequeno
   que complementam o disposto na Constituição.           empresário, baseando­se em sua experiência
                                                          empresarial e/ou profissional e no seu talento
9 Abrir caminho para que órgãos, públicos ou              para uma determinada atividade empresarial,
  não, adotem regimes simplificados e favoreci­           essa dinâmica não depende dos relatórios tra­
  dos voltados às micro e pequenas empresas.              dicionais, entre outros pontos.
  A título de exemplo, tal  medida já foi ado­
  tada pelo Legislativo brasileiro, que criou um            Assim, espera­se que seja criada a possibili­
  regime especial e favorecido para a tributação     dade de uma contabilidade simplificada, que leve
  das micro e pequenas empresas.                     em conta essa realidade administrativa. “A proposta
                                                     da Fenacon é simplificar o máximo possível, den­
9 Ampliar a simplificação da escrituração contá­     tro do universo das micro e pequenas empresas
  bil das micro e pequenas empresas de forma a       (optantes ou não pelo Simples Nacional). Espera­
  permitir menor custo e relatórios inteligíveis e   mos facilitar a escrituração contábil, tornando­as
  úteis para os clientes das empresas contábeis      mais rápidas, de custo aceitável para o empresá­
  e de escritórios individuais.                      rio contábil e efetivamente úteis para o cliente, de
                                                     modo a ampliar o universo dos que a praticam e
9 Resumir sinteticamente as escriturações diá­       facilitar a fiscalização dos Conselhos Regionais em
  rias e mensal, com adoção de plano de contas       razão do desaparecimento dos entraves existentes”,
  simplificado.                                      finaliza Irineu Thomé.




                                                                          REVISTA FENACON julho-agosto de 2011   29
OpINIãO




     Pagamento de
                          aviso prévio
                          proporcional ao
                          tempo de serviço
                          Por Josué Tobias




     C     om o julgamento de quatro mandados de
           injunção, os de números 943, 1010, 1074 e 1090
     pelo Supremo Tribunal Federal, iniciado na sessão
                                                                   Nas respectivas ações os autores buscavam que
                                                             seus avisos prévios fossem calculados de maneira pro­
                                                             porcional ao tempo de serviço laborado. A regra atual,
     plenária do dia 22/6/2011, cuja ata foi publicada no    conforme dispositivos acima elencados é que o aviso
     dia 1º/8/2011, veio à baila a discussão sobre o aviso   prévio tem a duração de trinta dias, independente­
     prévio.                                                 mente do tempo de serviço.
           O aviso prévio, que é a comunicação que o               O Exmo. sr. ministro Gilmar Mendes (relator),
     empregador faz ao empregado, ou vice­versa, de que,     acompanhado de outros sete ministros, julgou pro­
     ao término de certo lapso temporal, porá fim ao con­    cedentes os pedidos, contudo o julgamento foi sus­
     trato de trabalho, bem como sua aplicabilidade, estão   penso no intuito de estabelecerem uma regra para
     previstos nos artigos 487 a 491 da CLT – Consolidação   aplicação do aviso prévio proporcional ao tempo de
     das Leis do Trabalho (Decreto Lei nº 5.452/43).         serviço.
           Esse instituto jurídico foi recepcionado pela           O julgamento do processo poderá ser retomado
     Constituição Federal de 1988, no seu artigo 7º,         a qualquer momento, mas naquela mesma sessão
     inciso XXI, que garante como direito aos trabalha­      foram inicialmente apresentadas algumas propostas
     dores urbanos e rurais “aviso prévio proporcional ao    para estabelecimento de um teto, tais como, além do
     tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias,
     nos termos da lei”.
           Ocorre que o dispositivo constitucional reme­
     teu para lei a regulamentação deste tema, porém,
     passados mais de vinte anos, apesar de diversos
     projetos de lei tratarem desse assunto, o Congresso
     Nacional efetivamente não se pronunciou, cabendo
     agora ao Poder Judiciário, por meio do STF, decidir
     sobre essa omissão legislativa.




30    REVISTA FENACON julho-agosto de 2011
OpINIãO

mínimo de 30 dias já previsto, o pagamento de um           os direitos sociais que muitas vezes, como neste parti­
mês de salário para cada três, cinco ou seis anos traba­   cular, têm recaído sobre o Judiciário, é preciso estimu­
lhados; 10 dias de salário para cada ano trabalhado ou     lar a economia que avança cada vez mais, mas não é
um teto de três meses de salário, a partir de 10 anos      justo onerar as empresas, que poderão ser obrigadas
trabalhados.                                               a retardar seu crescimento com consequente desem­
      A decisão do Supremo há de ser acatada, inde­        prego da massa trabalhadora que igualmente fomenta
pendentemente do impacto financeiro ou social, con­        a economia. Quem perde com isso é o país.
tudo, se assuntos relevantes dessa natureza obede­
cessem ao trâmite natural, que é o seu processamento
pelo Congresso Nacional, fatalmente um bom debate
naquele Parlamento, principalmente se envolvesse os
atores que são empregadores e empregados pode­
riam aproximar­se de uma legislação “viável” para as
duas partes, empresas e empregados, contudo, o que
se resume é que no final, alguém “pagará a conta por
essa omissão”.                                                    Josué José Tobias é advogado e
                                                                      assessor jurídico da Fenacon
      O Brasil é um país emergente, mas é preciso que
o Congresso Nacional esteja atento às discussões sobre




                                                                                    REVISTA FENACON julho-agosto de 2011   31
lEgISlAçãO TRIbuTáRIA




 Evolução
                          constante
                           Estudo aponta impactos das mudanças na legislação
                           tributária no cotidiano das empresas. Manutenção
                           de sistemas atualizados pode comprometer rotina
                           de trabalho em até 200 horas por mês
                           Por Juliana Marzullo




     a      s contínuas mudanças da legislação tributária
            nacional, ao longo dos anos, têm levado empre­
     sas a buscar melhores condições de desenvolvimento
                                                             tem ocasionado. “A inconstância da legislação tributá­
                                                             ria não é novidade”, diz Paschoal Naddeo, responsável
                                                             pela pesquisa.
     em um mercado cada vez mais competitivo. Pen­                 A amostra da pesquisa foi composta por institui­
     sando em identificar os impactos dessas mudanças        ções dos setores da economia, da indústria, do comér­
     no dia a dia empresarial é que foi divulgada recente­   cio e de serviços e utilizou como um dos indicadores
     mente a pesquisa Impacto das Mudanças na Legisla-       o número de pessoas necessárias para manter as solu­
     ção Tributária na Rotina Fiscal das Empresas.           ções fiscais. A maior parte aloca de 2 a 4 profissionais
           Realizado pela FiscoSoft, o estudo, que contou    para o processo. Também foi identificado que 12% das
     com a participação de mais de 400 empresas, revelou     empresas contempladas na amostra empregam mais
     importantes informações sobre os procedimentos          de 15 funcionários da área fiscal e contábil apenas para
     que elas adotam para se manter atualizadas quanto       manter os sistemas atualizados.
     às mudanças na legislação e nos impactos que isso             O outro fator apontado no estudo é o número
                                                             de horas por mês gastas nesta atividade. Para manter
                                                             seus sistemas atualizados quanto a regras tributárias,
                                                             alíquotas e benefícios fiscais, 28,6% consomem de 11
                                                             a 30 horas por mês. Porém, 41 empresas, que repre­
                                                             sentam 10,45% da amostra, consomem acima de 200
                                                             horas por mês.
                                                                   Devido à complexidade da legislação, as empre­
                                                             sas precisam investir em recursos tecnológicos, além
                                                             dos recursos humanos, para controlar as alterações
                                                             normativas. A realidade da pesquisa, apontou que
                                                             83% não empregam mecanismos diretamente em
                                                             sistemas para acompanhar as mudanças da legislação
                                                             tributária, demonstrando a necessidade de investi­
                                                             mentos em assessorias externas, por exemplo, para
                                                             manter os sistemas fiscais em dia.




32    REVISTA FENACON julho-agosto de 2011
lEgISlAçãO TRIbuTáRIA




Desafios da atualização                                    Motivos por que as empresas arrecadam
                                                               mais e os motivos das multas
      Segundo Naddeo, um dos grandes desafios
enfrentados no processo de atualização é adaptar a          Os motivos para recolhimento
legislação ao formato adequado para a alimentação           a maior de tributos
dos sistemas e quase metade do público avaliado,
42,3%, tem dificuldades em acompanhar as alte­              ƒ Erros na determinação da base de cálculo.
rações legais. “O motivo, certamente, se deve aos           ƒ Não aproveitamento de créditos.
inúmeros tributos existentes, tanto na esfera federal       ƒ Não aproveitamento de tributos retidos e
quanto na estadual e na municipal”, justifica.                aplicação de pautas e MVA indevidos.
      O outro ponto negativo são as diversas inter­         ƒ A substituição tributária.
pretações existentes para um mesmo dispositivo
legal. Com esses impasses, é inevitável a ocorrência        Motivo das multas
de impactos na rotina fiscal das empresas.
      O ICMS é um dos responsáveis por essas difi­          ƒ   Atraso na entrega de declarações.
culdades de atualização descritas. O fato de a legis­       ƒ   Recolhimento a menor de tributos.
lação desse imposto ser estadual faz que tenha              ƒ   Aplicação indevida de incentivos fiscais.
peso maior nesse cenário. Quanto maior for a quan­          ƒ   Aproveitamento incorreto de créditos
tidade de estados envolvidos nas operações prati­               tributários.
cadas pela empresa, maior será a dificuldade que




        Horas consumidas                                esse tributo representará no processo de atualiza­
                                                        ção. Das 441 empresas participantes, 188 precisam
                                                        acompanhar a legislação tributária de 2 a 7 estados.
                                                        Sem contar as 97 que acompanham a legislação de
               10,4%                                    todas as 27 unidades da federação.
          14,3%                    25,2%                       Diante da complexidade de todo o processo
                                                        que envolve a legislação tributária, as empresas
                                                        ficam obrigadas ao recolhimento de tributos acima
            21,5%               28,6%                   do necessário. Além disso, constantes mudanças da
                                                        legislação fazem que as empresas fiquem sujeitas a
                                                        multas.
                                                               A conclusão da pesquisa é que 60% das empre­
                                                        sas utilizam sistemas que não estão completamente
               Até 10 horas por mês                     atualizados e com todas as regras tributárias corre­
               Até 11 a 30 horas por mês
                                                        tas. E o principal desafio é acompanhar as alterações
                                                        legais, seguido da dificuldade em interpretá­las. Para
               Até 31 a 60 horas por mês
                                                        amenizar esses riscos, elas precisarão buscar novas
               Até 61 a 200 horas por mês               alternativas de melhoria dos processos já adotados
               Acima de 200 horas por mês
                                                        e tentar reduzir sua exposição a riscos de recolhi­
                                                        mento a maior tributos ou de autuações, em caso
                                                        de fiscalização.




                                                                                 REVISTA FENACON julho-agosto de 2011   33
CERTIFICAçãO dIgITAl




                            Mais segurança
                              para o usuário
                                             Até o final deste ano todas as empresas
                                             brasileiras terão de se adequar ao novo
                                             canal de relacionamento da Caixa.
                                             Ambiente será totalmente via web e uso
                                             da Certificação Digital será obrigatório
                                             Por Vanessa Resende




     a     s empresas que utilizam o canal Conectividade
           Social terão até o dia 31 de dezembro deste ano
     para migrar ao novo padrão ICP. A principal mudança
                                                               2.200/2001. Ele é universal e propicia a transação ele­
                                                               trônica em diversos sistemas e aplicativos, tais como
                                                               internet banking, Receitas Federal e Estadual, serviços
     do canal será o acesso totalmente on­line, eliminando     eletrônicos do FGTS, operações no Judiciário, entre
     a necessidade de instalação de softwares para trans­      outros”, disse.
     missão de arquivos de FGTS. Além disso, para ter                 Ele afirma ainda que, além das melhorias trazi­
     acesso à ferramenta será necessário possuir Certifi­      das pela nova versão do Conectividade Social rela­
     cado Digital.                                             cionadas ao desempenho, há mudanças em outros
           Desenvolvido pela Caixa Econômica Federal           procedimentos de segurança. “Eles foram evoluídos
     (CEF), o canal é disponibilizado gratuitamente às         e o processo de utilização e navegação passou a ser
     empresas e utilizado para a transmissão, via internet e   inteiramente em plataforma web, sem a necessidade
     no ambiente da própria empresa, dos arquivos gera­        de instalações de vários aplicativos, tendo em vista
     dos pelo programa Sistema de Recolhimento do FGTS         implantação de soluções tecnológicas mais avança­
     e Informações à Previdência Social (Sefip).               das, porém adequadas à diversidade de públicos que
           Destinada a todas as empresas e pessoas físicas     se utilizam do respectivo canal”.
     que fazem depósitos mensais para seus funcionários
     no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), a        Certificação Digital
     Conectividade Social ICP é a evolução do Conectivi­
     dade Social.                                                     A grande mudança quanto ao uso do novo
           Para o gerente gerente nacional do FGTS da          padrão Conectividade Social é o uso da Certificação
     Caixa, Henrique José Santana, a principal vantagem        Digital. Inicialmente somente pessoas jurídicas com o
     do novo canal em relação ao já existente é a garan­       certificado teriam acesso ao canal, porém, para facili­
     tia de mais segurança. “O uso do Certificado Eletrô­      tar ainda mais a operacionalização do Conectividade
     nico no padrão ICP­Brasil adiciona mais segurança         Social, a CEF tornou disponível o acesso por meio de
     e comodidade aos usuários no acesso ao Conectivi­         Certificado Digital de Pessoa Física, com a opção de
     dade Social, observados os preceitos contidos na MP       procuração eletrônica mais ágil e abrangente. “Com a




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Fenacon 146

  • 1. REVISTA Ano XIII • 146 Julho-Agosto 2011 Contabilidade assessoramento Perícias informações Pesquisas MPEs Estudo sugere escrituração contábil simplificada EntrEvista Carlos Júlio Práticas de gestão empresarial, aliadas à inovação, podem aprimorar continuamente a qualidade e garantir maior solidez no mercado
  • 2.
  • 3. EdITORIAl Diretoria da Fenacon (Gestão 2010/2013) Presidente Valdir Pietrobon Vice­Presidente Institucional Irineu Thomé Vice­Presidente Região Sudeste Guilherme Bottrel Pereira Tostes Perda Vice­Presidente Região Sul Luiz Antonio Martello Vice­Presidente Região Nordeste nacional Edson Oliveira da Silva Vice­Presidente Região Centro­Oeste Antonino Ferreira Neves Vice­Presidente Região Norte Ronaldo Marcelo Hella Valdir Pietrobon Presidente da Fenacon Diretor­Administrativo José Félix de Souza Júnior presidente@fenacon.org.br Diretor­Financeiro n Paulo Bento os últimos anos, o Sistema Fenacon tem adotado como uma de Diretora Social de Eventos Aparecida Terezinha Falcão suas principais bandeiras ações que visem a melhores condições de Diretor de Tecnologia e Negócios desenvolvimento para as micro e pequenas empresas no país. Carlos Roberto Victorino Elas, que somam cerca de 5,1 milhões e representam 99% das empre­ Diretor de Assuntos Legislativos e do Trabalho sas brasileiras, são, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Ricardo Roberto Monello Estatística (IBGE), responsáveis por 20% do Produto Interno Bruto (PIB) e Diretora de Relações Institucionais Simone da Costa Fernandes geram quase 70% dos empregos formais. Números de grande expressivi­ Diretor­adjunto de Comunicação dade, que enchem os olhos e ressaltam a importância dos pequenos negó­ Maurício Melo cios para a economia nacional. Diretor­adjunto de Educação e Cultura Porém, um dos mais importantes projetos, que teria como objetivo Renato Francisco Toigo alavancar mais ainda o desenvolvimento desse segmento, segue parado Diretor­adjunto de Gestão no Congresso Nacional: o Projeto de Lei Complementar nº 591/2010, que Carlos José de Lima Castro prevê importantes ajustes, como, entre outros pontos, o aumento do limite Diretor­adjunto de Políticas Estratégicas Mario Elmir Berti de faturamento para microempresa – de R$240 mil para R$360 mil por Diretora­adjunta de Políticas Intersindicais ano – e para a empresas de pequeno porte – de R$2,4 milhões para R$3,6 Maria Heloísa de Mendonça Nunes milhões anuais. É importante ressaltar que esses valores estão congelados Suplentes desde julho de 2007. Antônio Timóteo da Silva Carlos Alberto do Rego Correa Os parlamentares entraram em recesso no final de julho sem votar a Celestino Oscar Loro matéria e ainda não há previsão de quando isso acontecerá. Uma grande Dorywillians Botelho de Azevedo José Raulino Castelo Branco Filho perda nacional, visto que atualmente cerca de 20% das empresas cadas­ José Cicinato Vieira Mello Pedro Ernesto Fabri tradas no Simples Nacional podem deixar de fazer parte do programa por Ruberlei Bulgarelli Adriano Rodrigues Farias ultrapassar limites de faturamento. Ou seja, cerca de 600 mil podem ser Fabio Oliveira Filho prejudicadas caso essas mudanças não sejam implantadas urgentemente. Conselho Fiscal Vejo que a aprovação desse projeto é uma saída para resolver a situ­ Efetivos ação das micro e pequenas empresas que hoje vivem nesse limite entre Dolores de Fátima Moraes Zamperlini Flávio Jair Zanchin crescimento e sonegação. Acredito que, no momento em que a carga tri­ Adelvani Braz da silva butária for compatível e justa, a sonegação deixará de existir.  Ninguém Suplentes gosta de viver na clandestinidade. Todos querem colaborar formalmente Renato Carlos Pedroza Eduardo Serbaro Tostes com o crescimento do Brasil. Leomir Antonio Minozzo Precisamos que nossas autoridades enxerguem isso e também abra­ Representação na CNC cem essa causa. Pelo bem da economia nacional e da sociedade. Efetivos Valdir Pietrobon Renato Francisco Toigo Suplentes Carlos José de Lima Castro REVISTA FENACON julho-agosto de 2011 3
  • 4. SumáRIO 27 Capa 12 Especial Contagem regressiva para a 14ª Conescap Contabilidade para MPEs Estudo da Fenacon aponta medidas para viabilizar escrituração contábil de micro e pequenas empresas 10 Artigo Rui Saraiva 6 Cadastro Positivo X Segurança dos Dados Entrevista 16 Economia Carlos Alberto Júlio Suas contas: Cheque x Cartão de Crédito Empresário fala sobre práticas de gestão nas empresas e inovação como garantia de desenvolvimento 18 Gestão Empresas devem estar atentas para evitar SEÇÕES as invasões de hackers, para não ter informações confidenciais roubadas 5 Painel do leitor 34 Fenacon 36 38 Unifenacon 20 anos Fenacon 20 Desburocratização Acesso on­line a processos. Receita 40 regionais disponibiliza Processo Digital, que permite ao contribuinte acompanhar 48 Descomplicando o andamento de seus processos 49 Fica a dica 22 Atuação Política Fenacon luta por aprovação de projeto que altera Lei Geral, um dos maiores anseios dos pequenos negócios do Brasil A Revista Fenacon é uma publicação bimestral 30 Opinião da Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas (Fenacon). Josué Tobias Conselho Editorial: Diretoria­Executiva Pagamento de aviso prévio proporcional Jornalista Responsável: Vanessa Resende ­ DF2966/03DRT ao tempo de serviço Equipe de jornalismo: Natasha Echavarría e Juliana Marzullo Revisão: Joíra Furquim Anúncios: Pedro A. de Jesus ­ Tel.: (11) 9137­7639 / 3875­0308 pedrojesus@fenacon.org.br Projeto Gráfico: Ars Ventura Imagem & Comunicação Impressão e Acabamento: Prol Editora Gráfica Tiragem: 42 mil exemplares. 32 Legislação Tributária Setor Bancário Norte, quadra 2, bloco F, lote 12, salas 904 a 912 Estudo aponta impactos das mudanças na Edifício Via Capital ­ CEP 70040­020 ­ Brasília­DF legislação tributária no cotidiano das empresas Telefax: (61) 3429­8400 Home page: www.fenacon.org.br E-mail: fenacon@fenacon.org.br As imagens utilizadas nesta edição fazem parte do acervo da Fenacon. A Revista Fenacon em Serviços não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nas matérias ou artigos assinados. Os anúncios veiculados são de inteira responsabilidade dos anunciantes.
  • 5. pAINEl dO lEITOR Atuação Mudamos! É muito importante para nós contadores termos A partir desta edição, a Revista Fenacon será uma entidade qualificada com seus associados no apresentada a todos com novo projeto gráfico e Brasil. Sabemos que a Fenacon tem lutado incansa­ editorial. O objetivo da mudança se deve ao próprio velmente pela classe contábil, pelos direitos das crescimento que a Fenacon tem alcançado nos últi­ empresas junto Receita Federal, tudo isso mostra mos tempos. que o presidente Valdir Pietrobon, a competência e o Além disso, a nova abordagem editorial man­ zelo a classe contábil do Brasil, continue assim, lute. É terá a maior parte do espaço para matérias e artigos disso que precisamos sempre. sobre temas da área de administração das empre­ sas de serviços: sistema tributário e fiscal, modelos Grijalba Frota eficientes de gestão, técnicas de motivação, infor­ Sobral – CE mática e novas tecnologias. Tais assuntos já vinham sido abordados anteriormente e serão mantidos. O projeto atual tem 52 páginas, para atender Saudação à demanda crescente por artigos e reportagens que abordem temas de interesse do setor. Esse Prezado presidente, aumento também traz novas editorias: Painel do lei- tor, Descomplicando, Fica a dica. A seção Regionais, Em nome dos pequenos empresários e dos con­ a partir desta edição, trará sempre um sindicato em tadores da Bahia saúdo o senhor pelo seu brilhante destaque. Nesse espaço serão expostos dados da trabalho em defesa dos pequenos negócios no Brasil. entidade, bem como aspectos sociais e turísticos do estado ou da região que ele esteja localizado. valdir ribeiro A editoria Fica a dica, por exemplo, será a parte AMPESBA ­ BA da revista em que o leitor encontrará sugestões culturais, tais como livros, filmes, sites, blogs. Já a Descomplicando, tem a proposta de trazer soluções ou explicações a respeito de situações corriqueiras. Dessa forma, o leitor não só se atualiza quanto as informações da área fiscal e contábil contidas na revista, mas também, fica por dentro das novidades que facilitam o nosso dia a dia.No entanto, o painel do leitor será o canal de comunicação para deba­ ter assuntos de interesse tanto do sistema Fenacon quanto da sociedade em geral. Finalmente, na parte gráfica e visual, adota­ mos um conceito de diagramação mais flexível e variado, que nos permitirá obter maior equilíbrio entre textos e imagens. Outra novidade é o novo Participe você também da Revista Fenacon! acabamento e gramatura da capa, que darão maior Comentários, sugestões e desabafos consistência e elegância à publicação. podem ser enviados para o e­mail: Avaliem as mudanças adotadas e nos enviem comunica@fenacon.org.br críticas e sugestões! Boa leitura. Siga­nos no Twitter! @fenacon Coordenação Editorial REVISTA FENACON julho-agosto de 2011 5
  • 6. ENTREVISTA “o papel do gestor é administrar a mudança” O empresário Carlos Júlio fala sobre práticas de gestão empresarial que aprimorem continuamente a qualidade, além de defender a inovação para garantir maior solidez no mercado C arlos Alberto Júlio é empresário, palestrante, professor e autor de best sellers, como: Reinven- tando você, A magia dos grandes negociadores, A arte da especialização na Harvard Business School, na Lon­ don Business School e no IMD de Lausanne­Suíça, Júlio é professor na Universidade de São Paulo (USP), Funda­ estratégia e Superdicas para vender e negociar bem. ção Getúlio Vargas (FGV) e ESPM. Ele foi presidente da Tecnisa S.A., sendo atu­ almente vice­presidente do Conselho de Adminis­ Em seu livro mais recente, A economia do cedro, o tração. Além disso, presidiu por oito anos a HSM do senhor defende uma visão de médio e longo pra- Brasil. Graduado em Administração de Empresas, com zos? Em que isso se fundamenta? Parte significativa das atividades produtivas, hoje, seja no setor público, seja no setor privado, se assenta sobre o que chamo de “cultura da irresponsabilidade”. É o que pudemos ver, por exemplo, nos circos financeiros que desembocaram na grande crise de 2008­2009. Boas negociações precisam ter lastro em ativos reais, tangíveis ou intangíveis. Se o mercado recebe papel moeda, um título ou um lote de ações, é necessário que sejam resguardados por um equivalente em bens, trabalho ou conhecimento. Quando isso não ocorre, as negociações financeiras se convertem em obras de ilusionismo, como bem explica o personagem Gordon Gekko, no filme Wall Street, o dinheiro nunca dorme. Quando escrevi A Economia do Cedro, busquei um paradigma de oposição a essa cultura. O cedro é uma árvore que demora a crescer, mas que passa seus primeiros anos fincando profundamente no solo suas raízes. Quando atinge a maturidade, está bem assentado no solo e tem condições plenas de absorver os nutrientes da terra. O mesmo se aplica às novas organizações. É preciso que estudem seus mercados, aprimorem continuamente a qualidade, capacitem seus talentos e adotem posturas éticas nas relações com os stakeholders. Devido ao acesso rápido às informações, o cliente­consumidor sabe valorizar as marcas mais sólidas, calcadas em 6 REVISTA FENACON julho-agosto de 2011
  • 7. ENTREVISTA “As companhias precisam criar seus próprios sistemas de atualização educativa, seja por meios de cursos de extensão, seja por especializações e ciclos de palestras” valores, comprometidas com o bem comum. Portanto, Humanas justamente para fugir das artes de Pitágoras, vale a pena investir com responsabilidade. Melhor o bom sujeito que sabia aliar a Filosofia à Matemática. constituir diligentemente um longo período de bons Com certeza, o planejamento e o controle financeiro negócios do que buscar o lucro fácil, cuja fonte se são fundamentais para o sucesso das organizações. Eles pulveriza na primeira crise. permitem determinar custos, estipular preços e plane­ jar investimentos. Como dizia Peter Drucker, é impor­ De que forma a visão em médio e longo prazos pode tante obter e também quantificar lucros, concebidos promover o crescimento mais sólido das empresas? como medida do sucesso de um esforço empresarial. Nessa missão, é fundamental o trabalho de diretores Na verdade, essa solidez precisa estar aliada à rapidez de finanças, contadores, auditores e especialistas em na assimilação das mudanças. A revolução tecnológica análises atuariais. No entanto, é fundamental que esses tem mostrado que uma empresa, mesmo sólida, pode profissionais tenham a ética como norte em suas ativi­ experimentar o fenômeno da obsolescência e desabar dades. Infelizmente, vemos excelentes profissionais que rapidamente. Há pouco tempo, tínhamos gente se devotam a mascarar números, fraudar balanços ou faturando com máquinas de escrever, aparelhos de fax inventar sistemas que ocultam o delito. Por trás da crise e pagers. Quem não se atualizou, acabou aniquilado, dos subprimes, em 2008­2009, havia inúmeros experts conforme analiso em meu livro Reinventando você, da área dedicados a lesar poupadores e investidores. publicado no início de 2000. Curiosamente, uma Deu no que deu. empresa sólida na dimensão dos valores é justamente aquela mais habilitada a lidar com a exigência da O senhor acredita que o setor empresarial brasileiro inovação. Se ela tem conhecimento pleno de seu está maduro para desenvolver práticas de gestão mercado, se tem colaboradores compromissados e que visem a crescimento e investimento em capital responsabilidade social e ambiental, capacita­se mais humano? facilmente a enfrentar os desafios contemporâneos. Digo sempre que, em última análise, o papel do Estamos caminhando. As empresas perceberam que a gestor é administrar a mudança. Essa competência gestão da mudança, citada acima, depende da gestão estratégica é que define a diferença entre o sucesso e do conhecimento. Não basta mais o conhecimento o fracasso nos empreendimentos corporativos. adquirido nos bancos universitários. As companhias precisam criar seus próprios sistemas de atualização Qual a importância do planejamento financeiro de educativa, seja por meios de cursos de extensão, empresas para garantir o desenvolvimento futuro? seja por especializações e ciclos de palestras. Nessas atividades, as organizações se oxigenam e acumulam as A importância é total. Em um de meus artigos virtudes necessárias à manutenção da competitividade. recentes, tratei da questão do aprendizado da Matemá­ Nos últimos anos, o Brasil tem crescido aceleradamente tica na formação de profissionais em carreiras executi­ e, certamente, enfrentamos sérios problemas com vas. É uma pena que muitos jovens escolham a área de a mão de obra. Percebemos isso facilmente quando REVISTA FENACON julho-agosto de 2011 7
  • 8. ENTREVISTA precisamos de um encanador ou quando convocamos dinâmicas de logística e distribuição. Para isso, é preciso o técnico do serviço de TV a cabo. Tudo demora, e os que desenvolvam sistemas efetivos de planejamento e serviços nem sempre são adequadamente realizados. controle financeiro, trabalhando a ponta dos forne­ Isso tudo piora quando há profissionais mal treinados cedores e a ponta dos consumidores, sempre com em cargos de gestão, o que vemos, por exemplo, na ética e transparência. Uma empresa bem gerida pode administração pública e privada do transporte aéreo. vender por menos, e há inúmeros exemplos históricos dessa máxima, desde as linhas de produção de Ford até O panorama atual do país é de excesso no con- organizações emergentes no setor de supermercados. sumo. Quais seriam os cuidados que as empresas Parafraseando Washington Olivetto, digo que a primeira devem tomar para garantir investimento, sem pre- compra jamais se esquece. Portanto, quando muita judicar seus cofres? gente estreia no teatro do consumo, é fundamental oferecer qualidade com preço apropriado. Esse é um Não diria que existe excesso de consumo. Talvez caminho para a fidelização. tivéssemos uma demanda reprimida no Brasil. Afinal, as pessoas que trabalham duro merecem morar com Na opinião do senhor, quais as principais medidas dignidade, comer bem, viajar de vez em quando, cuidar que as empresas devem adotar para fidelizar seus da saúde e desfrutar de entretenimento sadio, tanto na clientes? cultura como no esporte. Passamos muitos anos semiparalisados, incapazes de aproveitar nosso enorme Primeiramente, não é mais possível embromar. potencial produtivo. O que as empresas precisam evitar Está em extinção a cultura do “levar vantagem em tudo”. é a tentação de elevar preços nesses momentos, Qualidade é fundamental. Até mesmo a classe C exige mesmo que preventivamente. Tudo que não podemos produtos duráveis e que cumpram as promessas da é reativar nossa memória inflacionária, que amarrou o publicidade. Afinal, quem tem menos não vai arriscar país por décadas. Nesse caso, é óbvio que os governos seu investimento num negócio duvidoso. Costumo precisam fazer a primeira parte, que é respeitar o dizer que as empresas brasileiras atiram muito dinheiro conceito de responsabilidade fiscal. No caso das no lixo, justamente ao negligenciar a reciclagem de empresas, é preciso que aprimorem seus processos resíduos. Enquanto isso, a Dinamarca anuncia que, em produtivos. Para isso, é preciso que qualifiquem seus breve, importará lixo dos vizinhos para abastecer suas colaboradores. Para isso, é preciso que sofistiquem as usinas produtoras de energia alternativa. Então, per­ gunto, quem tem condições de praticar preços mais acessíveis nessa área: quem se embaraça na caríssima produção e importação de combustíveis fósseis ou quem se utiliza do biogás, da captação solar e da ener­ gia eólica? São questões que analiso em meu livro A economia do cedro. Há soluções relativamente simples para muitos desses problemas. Só falta iniciativa e dis­ posição para a quebra de paradigmas. Certamente, as marcas vão ganhar muitos fiéis quando estiverem asso­ ciadas a práticas responsáveis de produção e descarte. Se falamos em fidelização de clientes, ainda destaco a importância do atendimento, especialmente no pós­ ­venda. Com a evolução dos sistemas de comunicação, não há mais razão para descuidos nessa área. As pessoas procuram, hoje, por empresas parceiras, capazes de apresentar respostas à peculiaridade de suas demandas. Portanto, do lado de dentro do balcão é preciso que se faça um exercício dialético permanente. Quem atende precisa se projetar no atendido. Atende bem quem atende da maneira como gostaria de ser atendido. 8 REVISTA FENACON julho-agosto de 2011
  • 9.
  • 10. OpINIãO Cadastro Positivo x segurança dos dados Por Rui Saraiva D esde o dia 30 de dezembro de 2010, quando foi aprovada a Medida Provisória nº 518, que insti­ tui e normaliza a criação de um banco de dados com Diferentemente do que se apresenta muitas vezes, o Cadastro Positivo é um diferencial de mer­ cado e, a qualquer momento, por completo controle informações positivas de consumidores, muito se tem do cadastrado, seus dados podem deixar de fazer ouvido, escrito e falado sobre um ponto fundamen­ parte do banco em que autorizou sua inclusão.. Nesse tal: o controle das informações do cadastrado. Porém, contexto, vale lembrar que, até então, o devedor que como tudo o que é novo, e mesmo agora como lei, o se tornou um bom pagador tramita em um complexo Cadastro Positivo tem gerado interpretações equivo­ e absurdo calvário para ver seu nome sem as restri­ cadas, o que resulta em preocupação e desconfiança. ções do mercado, seja pelas dificuldades impostas Por exemplo: não é verdadeiro que a pessoa cadas­ pelas atuais agências detentoras de tais dados, seja trada em um determinado birô deixará expostos os pelo prazo que, após informado, ainda o torna refém seus dados para que toda e qualquer empresa de do informante. monitoramento de crédito possa solicitá­los a bancos, Com esse novo cenário, podem e devem nas­ financeiras e concessionárias de serviços públicos, cer (para encerrar o monopólio existente), diversos entre outros. O que a lei prevê é que os dados dispo­ birôs de crédito. Porém, vale salientar que todos eles níveis são de pleno e total controle do cadastrado, ou dependerão de estrutura básica para se colocar no seja, daquele que deseja mostrar a sua qualidade de mercado, especialmente para certificar ao “bom paga­ “bom pagador”. dor” as facilidades e vantagens de ter seu nome ligado 10 REVISTA FENACON julho-agosto de 2011
  • 11. OpINIãO a este ou àquele. A escolha e o controle, mais uma oferece, são adeptos do Cadastro Positivo como uma vez, estão nas mãos do cadastrado. ferramenta de introdução ao mercado financeiro. As informações pessoais, assim, não poderão ser Como a maioria ainda não domina os trâmites da simplesmente buscadas nas instituições, uma vez que bolsa de valores e dos investimentos de capital, os este novo birô deve ter seu trabalho desenvolvido em jovens contam com artifícios que permitem organizar várias frentes, o que significa clientes que busquem a vida econômica para atingir estabilidade e alguma seus dados e instituições de crédito e empresas que forma de controlar o dinheiro. O cadastro dá essa con­ ofereçam crediário que as alimente. dição de se posicionarem bem no score de crédito e, a O Cadastro Positivo é um grande passo, mas partir daí, alçarem outros voos. difícil mesmo será a mudança de imagem, porque as Agora, com a lei, é essencial mostrar ao mercado empresas se especializaram em apresentar a face nega­ quem são as pessoas capazes de contratar crédito de tiva do consumidor de crédito. Nesse sentido, cada dia olhos fechados e, até mesmo, aquelas para quem as e com mais propriedade, indicam o “mau pagador”. velas do vento voltaram a navegar por mares mais A moeda, agora, apresenta o outro lado: como tranquilos. Que venha o Cadastro Positivo! mudar a imagem daquele que sempre se demons­ trou algoz do consumidor, para aquele que vai mos­ trá­lo como alguém digno de melhores condições de crédito? A situação fica bem diferente e até mesmo engraçada, pois o recado passa a ser: venha, que agora vou mostrar como você é “bom pagador”! Rui Saraiva é advogado e responsável A geração Y (nascidos após 1980) já é a grande pelo departamento jurídico da C&M incentivadora do novo sistema. Modernos e ante­ Software – Maxxi Positivo. nados com todos os recursos que o mundo virtual REVISTA FENACON julho-agosto de 2011 11
  • 12. ESpECIAl Contagem regressiva para a 14ª Conescap Por Natasha Echavarría Costa do sauipe: Um lugar planejado para proporcionar as mais inesquecíveis experiências. Costa do Sauipe é um complexo hoteleiro localizado a 80 km do aeroporto de Salvador, num dos cenários mais bonitos do litoral baiano. Rodeado por dunas e coqueirais, é um local idealizado para traduzir em muito conforto todos os elementos que a Bahia reúne de forma tão única e original: arte, ritmo, aroma, sabores e muita simpatia. 12 REVISTA FENACON julho-agosto de 2011
  • 13. ESpECIAl É nesse cenário paradisíaco e com uma das mais completas estruturas de eventos do complexo Costa do Sauipe que será realizado o maior e mais CQC– Custe o Que Custar. A palestra do multimídia Marcelo Tas já está sendo aguardada com ansiedade pelos participantes da 14ª  Conescap. No dia 1º de significativo evento do Setor de Serviços: a 14ª novembro, o âncora do CQC encerrará a programa­ Conescap. ção técnica do evento, na Costa do Sauipe.  Marcada para o dia 30 de outubro a 1º de Além de jornalista, Tas é autor, apresentador e novembro deste ano, no Hotel Sauipe Park, na Costa diretor de TV. A ênfase do seu trabalho está na cria­ dos Coqueiros, Litoral Norte da Bahia, a convenção ção de novas linguagens nas várias mídias em que pretende reunir cerca de 2 mil pessoas, entre con­ atua. Entre suas obras destacam­se os vídeos do vencionais e acompanhantes. repórter ficcional Ernesto Varela; sua participação Promovida pela Fenacon e organizada pelo como ator e autor das séries Rá-Tim-Bum (TV Cultura) Sescap Bahia, a 14ª edição já apresenta novidades. e a criação do Programa Legal e Telecurso (TV Globo). Com o tema “Organizações inteligentes, o mundo mudou!”, os participantes debaterão as transfor­ Conescap Fest mações com as quais o segmento de serviços se depara, como o uso das tecnologias existentes para Além de palestrantes renomados do país inteiro, simplificar o dia a dia dos empresários de serviços, o evento contará com a energia e a animação o show entre outros assuntos. da cantora baiana Daniela Mercury. A apresentação De olho nas mudanças e nas transformações será composta pelo repertório do sexto álbum da nacionais e internacionais, as palestras e painéis vão cantora, Canibália, que foi gravado durante o show ao abordar temas como sustentabilidade corporativa, vivo no revéillon de 2010, em Copacabana, no Rio de serviços, pessoas, meio ambiente, foco estratégico, Janeiro. criatividade, mercado multigeracional e inovação Em outubro, esse espetáculo será apresen­ contínua. tando, com exclusividade, para os participantes da Um time de peso está confirmado para compor 14ª Conescap em um espaço com praça de alimen­ a programação da convenção. À frente dos debates, tação, sistema all inclusive, lounges,  espaço zen e palestrantes renomados nacionalmente nas áreas de customização de abadás para você viajar no famoso recursos humanos, marketing, economia, tributos, ritmo baiano direito e, é claro, contabilidade. Expo-Conescap Tas na 14ª  Conescap Networking para fornecedores e clientes que Entre os palestrantes escolhidos está o jor­ atuam com as empresas de serviços. Conhecimentos, nalista Marcelo Tas, apresentador do Programa troca de experiências, oportunidades de negócios.  REVISTA FENACON julho-agosto de 2011 13
  • 14. ESpECIAl Feira de Negócios Os participantes poderão, ainda, conhecer gran­ des expositores de todo o país, que apresentarão soluções, tecnologias e vários serviços para atender às necessidades das empresas participantes na Feira Nacional de Negócios para o Setor de Serviços (Feiness), que ficará exposta durante todo o período da Conescap. Conescap Run Muitas empresas descobriram que formar grupos de corrida é uma maneira de integrar seus funcionários. E correr no Complexo Costa do Sauipe é um privilégio. É possível realizar a pré-inscrição de 1º de dezembro de 2010 até 31 de agosto de 2011. O pacote inclui: • Hospedagem do casal • Uma inscrição • Transfer in/out • Café da manhã, almoço e jantar • Conescap Fest – Open Bar • Conescap Run Daniela Mercury Inscrições: www.conescap.com.br e Marcelo Tas 14 REVISTA FENACON julho-agosto de 2011
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  • 16. ECONOmIA Cheque X Cartão de Crédito No ano passado, o uso do cheque diminuiu, enquanto o do cartão de crédito aumentou. Quem usa a segunda modalidade de pagamento terá de arcar com um pouco mais para quitar o valor mínimo da fatura Por Juliana Marzullo E scolher entre usar cheque ou cartão de crédito não é uma decisão tão sem importância. O con­ sumidor deverá ter atenção ao avaliar qual instru­ Já o cheque permite a escolha da data de paga­ mento em concordância com o credor, o lojista, por exemplo. O pré­datado é uma ótima escolha quando se mento mais lhe favorece na hora das compras, uma quer substituir o cartão, mas infelizmente ainda carece vez que ambos oferecem vantagens e desvantagens. de regulamentação. A Confederação Nacional de Diri­ E, às vezes, a comodidade pode doer no bolso. gentes Lojistas (CNDL) defende alterações na legislação O fato é que o cheque é “compre já e pague para aumentar a segurança jurídica dessas transações. na data certa” e o cartão, “compre já e pague depois”. Muita gente não usa talões de cheque com receio de Porém, o “pagar depois” é o problema. Ao atrasar o apresentação ao banco antes do prazo combinado. pagamento da fatura de cartão crédito, além da multa, Mas, diferentemente do cartão, no atraso do incidem juros e mora altos e é aí que pesa no bolso pagamento do cheque não há juros nem mora, sendo do cliente, que poderá pagar até 3% sobre o valor da a desvantagem do lojista, porém, favorável ao consu­ conta mais os juros e a mora proporcionais aos dias midor. Contudo, se na compensação do cheque não de atraso. Ou seja, para se livrar desse aumento, é houver saldo em conta corrente por duas vezes con­ necessário que seja pago ao menos o valor mínimo secutivas, o emissor será incluso no Cadastro de Emi­ do cartão. Mas vale lembrar que os juros e a mora são tentes de Cheques sem Fundo (CCF) e, quando de sua diários e só não serão mais contabilizados somente exclusão, pagará taxa que varia de banco para banco no dia em que a fatura for totalmente paga. e cuja média é de R$36,18. E para quem tem o costume de efetuar apenas “De fato tais alterações na legislação trarão maior o pagamento mínimo, uma má notícia: o Banco Cen­ segurança nessa forma de pagamento, garantindo tral (BC) vai aumentar, a partir de dezembro deste ano, legalmente o acordo que hoje é feito entre as partes o piso de pagamento. O percentual subirá de 15% – lojistas e consumidores – quanto à data de compen­ para 20% do total da fatura. Com isso, o BC pretende sação do título, e, assim, o cheque concorrerá mais diminuir a inadimplência, baseado em seus próprios igualitariamente com o cartão de crédito, beneficiando cálculos, que apontam a dívida dos brasileiros em ambos os lados”, concorda Melissa Penteado, da proS­ mais de R$100 bilhões no cartão. core, Bureau de Informação e Análise de Crédito. 16 REVISTA FENACON julho-agosto de 2011
  • 17. ECONOmIA realidade usado sem documento de identificação e não é con­ sultado. O tradicional cheque pode ser consultado De acordo com o BC, em 2010, o uso do cheque em bureaus de informação, todavia a falta de rigor na caiu e do cartão de crédito aumentou. Dados consta­ abertura das contas bancárias contribui para falsifica­ tam que houve queda de 7,1% no uso de cheques, em ções e torna­se um aspecto negativo para o lojista. comparação com 2009. Enquanto isso, os pagamentos Tramita no Congresso o projeto de lei nº com cartão subiram 23%. A elevação do uso do cartão 1111/2011 que: “Obriga a apresentação de docu­ em relação ao do cheque não significa que o primeiro mento de identidade do titular de cartão de crédito seja a melhor opção. O meio mais indicado vai depen­ ou débito, ou de seu dependente, conforme o caso, der da compra e do ambiente de negociação, explica a no ato da operação, bem como a inserção de mensa­ proScore, Bureau de Informação e Análise de Crédito. gem no cartão, esclarecendo essa obrigatoriedade”. Existem esforços por parte da CNDL no que tange Fraudes à legislação dos cheques: a Confederação defende alterações para aumentar a segurança jurídicas das Golpes e fraudes fazem parte da realidade das transações. Acredita­se que, se essas mudanças pessoas que utilizam tanto cartão crédito quanto forem aprovadas, impactará positivamente a redu­ cheque. O cartão, com aparente segurança, pode ser ção das fraudes. Cartão de Crédito vantagens Desvantagens Impossibilidade de compras acima do limite Facilidade na utilização. de crédito, mesmo que parcelado. Economia de espaço físico. Impossibilidade de protesto em cartório. Aparente segurança. Impossibilidade de consulta. Dispensa uso de documentos de identificação. Incidência de IOF nas transações. Incidência de juros de mora altos no atraso do Serve para saque de espécie (moeda), apesar do custo. pagamento. Possibilidade de uso de cartão de crédito roubado Permite dependentes. no comércio eletrônico. Pode ser usado no exterior. Dependência de conectividade constante. Cheque vantagens Desvantagens Inexistência de taxas de administração. Aparente instrumento de fraude. Data de emissão pode se tornar um problema Aumento do poder de compra do consumidor. na compensação após o prazo. Escolha da data de pagamento pelo consumidor Conferência com documentação do em concordância com o credor. emitente leva tempo. Não incidência de IOF. Sistema de conferência de assinatura arcaico. Inexistência de intermediários na operação Falta de rigor na abertura das contas bancárias. (ao contrário da operadora de cartão). Possibilidade de protesto em cartório. Falta de controle de cheque clonado. Possibilidade de acordo no caso de atraso Inexistência de juros de mora por atraso. do pagamento. REVISTA FENACON julho-agosto de 2011 17
  • 18. gESTãO Sua rede está protegida? Empresas devem estar atentas para evitar as invasões de hackers para não ter informações confidenciais roubadas Por Natasha Echavarría a onda de ataques a sites oficiais brasileiros, como da Presidência da República, da Secretaria da Imprensa do Planalto e da Receita Federal, ocorrida esses piratas da internet não se apossem de informações capazes de prejudicar empresas, parceiros e clientes. Para Jefferson, todas as empresas, atualmente, e no dia 22 de junho, revelou ao país a vulnerabilidade principalmente as que têm negócios na internet, pre­ dos sistemas de segurança dos portais. cisam realizar análises de riscos e vulnerabilidades, a Diante desse quadro, vale levantar uma questão fim de diminuí­los. “É necessário investir em análises de muito importante: Será que as empresas estão segu­ vulnerabilidades, correções de segurança, desenvolvi­ ras? Será que os dados dos clientes, fornecedores e mento e implementação de política de segurança da colaboradores estão protegidos? Até que ponto as informação, além de firewall e antivírus”, completou. empresas são responsáveis por essas informações e o que fazer para mantê­las em sigilo? Ataque O fato é que os riscos que as empresas privadas correm com os ataques cometidos por hackers são idên­ Existem muitas formas de invadir computadores e ticos àqueles sofridos pelo o governo. É um problema sistemas de empresas, como, por exemplo, vírus, trojans para todos, governos e empresas de todos os lugares. (cavalo de troia) e hackers. Um dos principais meios de De acordo com o especialista em segurança da permitir a entrada de programas nocivos – sejam vírus informação Jeferson D’Addario, as medidas a ser ado­ ou trojans – em seu micro é abrir e­mails suspeitos. tadas são as mesmas (nos setores público e privado). Já para derrubar os sites, os hackers utilizaram “Primeiramente, é preciso conscientizar as instituições sistemas que fazem múltiplas tentativas de acesso sobre a necessidade de garantir que todas as informa­ ao mesmo tempo, técnica batizada de “negação de ções pertinentes à empresa estejam seguras. É neces­ serviço” e conhecida pelas iniciais em inglês DDoS sário estar atento a tudo que diz respeito à segurança (distributed denial of service). O objetivo dessa ação da informação”. é tornar o serviço indisponível. Sabendo dos riscos, o próximo passo, segundo Quem usa bons programas de proteção pode D’Addario, é a preparação com planos efetivos de segu­ ficar relativamente tranquilo, mas outras medidas aju­ rança da informação que podem colaborar para que dam muito. 18 REVISTA FENACON julho-agosto de 2011
  • 19. gESTãO Fique atento • Ao preencher seu cadastro em um site, veja se ele • Compre com cartão somente em empresas que possui uma declaração de privacidade on­line, são de confiança. Comprar pela internet é muito confira, também, se o ícone de um cadeado é exi­ cômodo, mas também requer cuidado. Pesquise se o bido no seu navegador. O ícone do cadeado iden­ site em que você vai realizar uma compra é confiável. tifica que o site criptografa suas informações e lhe garante segurança. • Nunca acionar disquetes ou CD­ROMs (de qualquer procedência) em seu computador sem antes passar • Nunca abrir arquivos com extensão .exe, .com., um bom antivírus nele. .bat, .vbs (ou outros tipos de script) ou .zip que venham anexados a uma mensagem de e­mail. • Nunca enviar informações pessoais sem ter certeza Se o e­mail é de pessoa conhecida, confirme da fonte e da identidade de quem irá recebê­las. A antes qual a finalidade do arquivo. Na dúvida, internet é o caminho mais curto, fácil e rápido de apague sem abrir. conseguir informações de terceiros. • Jamais, em hipótese alguma, apenas feche o nave­ • Depois de ler seus e­mails ou visitar sites em que você gador de internet, seus dados podem continuar precisou se logar para ver qualquer conteúdo restrito, ativos e outras pessoas estarão habilitadas a aces­ dê um clique no link de “Fechar”, “Logout” ou outro sar sua conta em algum site ou ler seus e­mails. link que feche a seção que você estiver visitando. Saiba mais... Os ataques aos sites do governo foram reali­ Os ativistas do LulzSecBrazil atuaram com um zados por um grupo que se apresenta como Lulz­ grupo chamado AnonBrazil, associado ao Anonymous, SecBrazil e atua como célula do LulzSec, grupo que a quem é atribuído um ataque que derrubou o site do já atacou o site da CIA, a agência de espionagem Fundo Monetário Internacional (FMI). LulzSec e Anony­ americana. mous são os dois maiores grupos de hackers do mundo. C M Autores: Y CM Antonio Airton Ferreira Anotado e Comentado Atualizado até 13/05/2011 MY Elizabeth Lewandowski Libertuci Fabio Rodrigues de Oliveira CY Juliana M. O. Ono Luiz Martins Valero Informações e vendas: CMY Marcos Shigueo Takata FISCOSoft Editora Ltda K Marcos Vinicius Neder de Lima www.fiscosoft.com.br/rir-2011 Victor Hugo L. de Mello Castanho (11) 3382-1000 REVISTA FENACON julho-agosto de 2011 19
  • 20. dESbuROCRATIzAçãO Acesso on-line a processos Receita disponibiliza Processo Digital, que permite ao contribuinte acompanhar o andamento de seus processos. Com uso do Certificado Digital é possível receber informações até pelo celular Por Vanessa Resende C om o objetivo de facilitar a vida do contribuinte brasileiro, a Receita Federal do Brasil (RFB) dispo­ nibilizou em seu site o Processo Digital (e­Processo), de 5 mil processos a mais. Aqueles que não têm pre­ visão de movimentação, principalmente parcelamen­ tos com cinco anos, pelos menos neste momento que permite ao contribuinte acompanhar o anda­ ainda não estão sendo digitalizados, mas todos os mento de seus processos na Receita (RFB), na Procu­ outros que estão pendentes de encaminhamento de radoria­Geral da Fazenda Nacional (PGFN) e no Con­ um lugar para outro, ou em fase de julgamento, serão selho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf ). digitalizados até o final do ano”. A partir desse serviço, documentos anexados ao processo ficam imediatamente visíveis para o contri­ Domicílio Eletrônico buinte. Assim, quem estiver em qualquer cidade do país pode acessar o andamento do seu processo ime­ Disponível como uma caixa postal dentro diatamente após o seu julgamento no Carf, em Brasí­ do Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte lia. Do mesmo modo, um contribuinte pode verificar (e­CAC), o Domicílio Eletrônico é mais uma ferra­ o resultado de um pedido de restituição logo que o menta criada para facilitar a comunicação de atos ofi­ auditor­fiscal, mesmo localizado em outra cidade, ciais da RFB com os usuários. poderá assinar a decisão acerca do pedido. Ao optar pelo Domicílio Tributário Eletrônico, o Para o coordenador­geral de arrecadação e contribuinte passará a ter ciência eletrônica, podendo cobrança da RFB, João Paulo Martins, a meta é digitali­ consultar de qualquer lugar com acesso à internet zar um milhão de processos até o final do ano. “Quando documentos do seu interesse, intimações, comuni­ lançamos, eram cerca de 170 mil processos. Hoje são cados e avisos na Caixa Postal no Portal e­CAC, com cerca de 250 mil processos e a estimativa inicial era segurança total contra extravio. Para aderir à ferra­ de até 500 mil até o final do ano. Mas já estamos com menta, ele precisa habilitar essa opção dentro do o planejamento de até um milhão, porque está cres­ portal e seu acesso precisa ser feito por meio de um cendo muito mais rápido do que prevíamos”, disse. Certificado Digital. Ele afirmou, ainda, que atualmente todos os Ele poderá também cadastrar ainda três núme­ processos já entram nesse formato digital e os antigos ros de telefone celular, que receberão mensagem de estão em fase de digitalização. “Cada dia temos cerca alerta quando existir uma comunicação para ele. “A 20 REVISTA FENACON julho-agosto de 2011
  • 21. dESbuROCRATIzAçãO grande vantagem é que se pode colocar o advogado, o contador e o contribuinte. Os três ficam sabendo ao mesmo tempo. Além disso, pela caixa postal, o cliente O serviço está à disposição dos só é identificado como notificado 15 dias após rece­ contribuintes no Portal e­Cac, ambiente ber essa notificação. Então, se o prazo para ele recor­ de serviços virtuais da RFB na internet rer for de 30 dias, terá 45 dias, ao todo, o que dá ao (www.receita.fazenda.gov.br). O inte­ contribuinte mais tempo para preparar impugnações ressado que ingressar no Portal e­CAC e recursos”, afirma João Paulo Martins. com código de acesso poderá consul­ O Domicílio Tributário Eletrônico resulta em tar a relação de processos digitais em redução no tempo de trâmite dos processos admi­ seu CPF ou CNPJ, obtendo informações nistrativos digitais, desburocratiza os procedimentos sobre número, documentos constantes e disponibiliza segurança na troca das mensagens. no processo, movimentações, histórico e Outro benefício é que o usuário dessa caixa pode tempo de tramitação de cada processo. acessar, na íntegra, todos os processos digitais em seu O interessado que utilizar o serviço com nome que tramitam no órgão. “O mais interessante Certificado Digital e optar pelo Domicílio é custo e tempo. Mesmo com esses dias a mais, é o Tributário Eletrônico poderá extrair cópia mesmo tempo que perdemos para mandar por cor­ digital do inteiro teor do processo ou reio, receber uma resposta. O controle é muito mais extrair e imprimir documentos. fácil”, conclui João Paulo Martins. REVISTA FENACON julho-agosto de 2011 21
  • 22. ATuAçãO pOlÍTICA nova expectativa aos ajustes do simples nacional Presidente Dilma envia nova proposta de ajuste na Lei Geral da Micro e Pequena Empresa ao Congresso Nacional. Porém, texto não prevê inclusão de novas categorias Por Natasha Echavarría a Fenacon tem trabalhado intensamente para aprovar no Congresso Nacional os ajustes na Lei Geral da Micro e Pequena Empresa. O Projeto de Para se ter ideia do prejuízo, na virada do ano nada menos que 18% das empresas que constituíam o Simples Nacional ficaram fora do sistema, grande Lei Complementar nº 591/2010, que deveria ter sido parte por ter ultrapassado o faturamento limite de aprovado no ano passado, ainda continua em discus­ R$2,4 milhões por ano e, consequentemente, estão são na Câmara dos Deputados. arcando com maiores tributos. Com a não aprovação da matéria em 2010, Diante desse cenário, a presidente da República, perdeu­se a oportunidade de aprimorar a Lei Geral Dilma Roussef, assinou, no dia 09 de agosto, Mensa­ da Micro e Pequena Empresa, perdeu­se também a gem da Presidência da República com o novo texto chance de gerar mais empregos, de aumentar a for­ do projeto, apensado ao PLP 591. Ela enviou ainda o malização no país. pedido de urgência para aprovação do Projeto de Lei 22 REVISTA FENACON julho-agosto de 2011
  • 23. ATuAçãO pOlÍTICA n º 865/11, que cria a Secretaria da Micro e Pequena aprovação do PLP 591/2010 para aderirem ao Simples Empresa, órgão com status de ministério. Nacional, como por exemplo, as clínicas de fisiotera­ Na ocasião, o Ministro da Fazenda, Guido Man­ pia que hoje estão tributadas no lucro presumido ou tega apresentou as principais mudanças, como o lucro real. ajuste de R$ 36 mil para R$ 60 mil o teto da receita Segundo a presidente da Associação Paranaense bruta anual do empreendedor individual. E a elevação das Empresas Prestadoras de Serviços de Fisioterapia, do teto de R$ 240 mil para R$ 360, no caso das micro Marlene Izidro Vieira, o faturamento dos serviços de empresas e de R$ 2,4 milhões para R$ 3,6 milhões, fisioterapia dificilmente ultrapassa os R$ 30 mil men­ para empresas de pequeno porte, o que representa sais. No entanto, o setor ainda paga impostos como uma elevação de 50%. grandes empresas. “É preciso fazer justiça na forma de Outra medida é o parcelamento da dívida tribu­ tributar as micro e pequenas empresas de fisioterapia tária para os empreendedores que estão enquadra­ e terapia ocupacional, que prestam serviços de saúde dos no Simples Nacional, o que até agora não era per­ indispensáveis a população e a saúde suplementar”. mitido. O prazo de pagamento será de até 60 meses. Marlene ressalta que entrar no Simples Nacio­ Mantega, informou também que será suspensa a nal é ter a possibilidade de os serviços manterem suas necessidade de declaração anual do Simples Nacional. portas abertas, evitar o endividamento, registrar os Para substituí­la, as declarações mensais serão consoli­ profissionais que trabalham informalmente nas clíni­ dadas pela Receita Federal. “Essa ampliação vai no sen­ cas; permitir que haja maior investimento na qualifica­ tido de abranger um número maior de empresas que ção dos profissionais, além de outros benefícios. estariam agregadas naquele que é o regime tributário mais moderno que nós temos no país”, disse o ministro. Mobilização Outro ponto negociado entre o governo e par­ lamentares é a permissão para que micro e pequenas Apesar de não representar diretamente o seg­ empresas possam exportar sem sair do Programa do mento das micro e pequenas empresas, a Fenacon Simples Nacional o mesmo valor comercializado no trabalha por eles. O segmento contábil nacional sabe mercado brasileiro. do dia a dia do pequeno empresário, de suas dificul­ De acordo com Pietrobon, desde a entrada em dades e maiores anseios. A entidade tem feito gran­ vigor do Simples Nacional, o teto da receita bruta anual des mobilizações com o objetivo de conseguir a apro­ das empresas para inserção no sistema permanece o vação do Projeto de Lei Complementar nº 591/2010, mesmo. Sem reajuste, a inflação acarreta recomposi­ que promove essas mudanças. ção de preços, o que aumenta a receita, mas não signi­ Recentemente, o presidente da Fenacon partici­ fica aumento do lucro. Com isso as empresas são obri­ pou do Seminário Nacional de Mobilização pela apro­ gadas a subir de faixa de tributação e, assim, a carga vação do Projeto de Lei Complementar nº 591/2010. tributária é elevada. Promovido pela Comissão de Finanças e Tributação Para ele, o anuncio das medidas representa um da Câmara dos Deputados e pelas Frentes Parlamen­ grande avanço, e prevê que o sistema precisa ser mais tares Mista da Micro e Pequena Empresa e em Defesa aperfeiçoado. “Considero um grande passo o anun­ das Micro e Pequenas Empresas, o evento teve por cio dessas mudanças, porém uma grande ausência objetivo discutir a possibilidade de votar a matéria que senti no texto apresentado foi a não inclusão de antes do recesso parlamentar. todas as atividades no Simples Nacional. Espero que Paralelamente a esse evento, a Fenacon tem rea­ o governo, logo após a aprovação desse, também se lizado intensa mobilização dentro e fora do Congresso sensibilize sobre a importância dessa ação”, disse. Nacional para que os parlamentares também se cons­ cientizem da importância de aprovação da proposta. Perda! Cartazes foram colados nos gabinetes de parlamen­ tares, buttons pela aprovação foram distribuídos no Ficou de fora do novo projeto criado pela presi­ dia do seminário e faixas chamando a atenção para a dente Dilma Roussef a inclusão de novos segmentos importância do projeto ficaram espalhadas em pontos no Simples Nacional. Várias categorias aguardavam a estratégicos do lado de fora do Congresso Nacional. REVISTA FENACON julho-agosto de 2011 23
  • 24. ATuAçãO pOlÍTICA Ajustes 1. Reajuste dos limites de enquadramento: reajuste ICMS é realizada de forma concentrada em um de 50% nos referidos limites, o que recompõe dos contribuintes, que recolhe o tributo sobre a inflação acumulada desde 2006 e incorpora a a margem de valor agregado de toda a cadeia expectativa inflacionária até 2014. Assim, os limi­ produtiva. É um sistema que facilita a fiscaliza­ tes máximos do empreendedor individual passa­ ção e combate a sonegação, o que é positivo riam de R$ 36 para 50 mil, da microempresa, de a sociedade. Porém, onera micro e pequenas R$ 240 para 360 mil e da empresa de pequeno empresas, anulando parte significativa dos porte, de R$ 2,4 milhões para 3,6 milhões. benefícios do Simples Nacional. Para evitar isso, a Lei passará a definir os critérios de elegibili­ 2. Parcelamento de dívidas com o Simples: a lei dade de um produto ao regime de substitui­ veda o parcelamento de dívidas tributárias ção tributária. Caberá ao Conselho Fazendário para as empresas optantes do Simples, embora Nacional regulamentar a pauta dos produtos diversas leis tenham permitido o refinancia­ elegíveis com base nesses critérios, bem como mento de dívidas das empresas de maior porte. a margem do valor agregado. Caso o Confaz Propomos a retirada da vedação e remetemos a não regulamente a matéria até o final de 2011, regulamentação da forma como será este par­ a Lei prevê que apenas produtos passíveis de celamento para o Comitê Gestor do Simples. substituição tributária no âmbito do Imposto Cerca de 560 mil empresas estão inadimplentes sobre Produtos Industrializados, como com­ com o Simples, principalmente devido à crise bustíveis, energia, automóveis, cigarros, bebi­ financeira de 2008/2009. Com o parcelamento, das, entre outros, poderão ter recolhimento do elas poderão solicitar reenquadramento no ICMS via substituição tributária. Simples e reduzir sua carga tributária. 4. Incentivo à Exportação: as empresas optan­ 3. Substituição Tributária: os estados passaram a tes do Simples poderão faturar na exportação utilizar largamente regimes de tributação via até o dobro do montante do seu limite de substituição tributária, no qual a cobrança do enquadramento. Faixa produzida pela Fenacon 24 REVISTA FENACON julho-agosto de 2011
  • 26. CApA 26 REVISTA FENACON julho-agosto de 2011
  • 27. CApA Escrituração contábil simplificada Estudo elaborado pela Fenacon aponta principais aspectos da contabilidade voltada para micro e pequenas empresas na atualidade e faz sugestão de modelo que facilite o dia a dia desse segmento Por Vanessa Resende o microempresário Alexandre de Jesus possui, há cinco anos, um centro de estética em Brasí­ lia. Atualmente empregando cinco funcionários, não com propostas de sugestões de contabilidade para as micro e pequenas empresas. O estudo faz comentários e aponta medidas que abre mão de uma empresa contábil para gerenciar podem ser adotadas no sentido de viabilizar a escritu­ seu negócio. ração contábil das micro e pequenas empresas pelas Entretanto, avalia que o desenvolvimento de sua empresas e escritórios individuais de contabilidade. empresa poderia ser mais satisfatório caso tivesse um Para Irineu Thomé, o principal objetivo do estudo modelo mais simples de contabilidade, voltado para o é fazer um diagnóstico da realidade administrativa tipo de negócio que desempenha. “Sem dúvida seria das empresas atendidas pelas organizações contá­ uma oportunidade a mais para o crescimento da minha beis. Principalmente com relação aos documentos e empresa. O auxílio de um contador vivenciando direta­ mente nossa rotina seria essencial”, afirma. Alexandre faz um comentário sobre um assunto que poderia melhorar, e muito, o dia a dia dos peque­ nos empreendimentos do país: um modelo de pro­ cedimentos contábeis voltados especificamente para esse tipo de negócio. Isso porque a   sobrevivência de uma empresa nos dias de hoje está relacionada à capacidade de antever cenários adversos ou favo­ ráveis e realizar mudanças rápidas de rumo para se adaptar à nova realidade. Com isso, a escrituração contábil ocupa fundamental papel em orientar o ges­ tor nas decisões que precisam ser tomadas. Com esse objetivo, o presidente e o vice­ presidente institucional da Fenacon, Valdir Pietrobon e Irineu Thomé, respectivamente, entregaram no dia 15 de julho ao presidente do Conselho Federal de Presidente do CFC recebe estudo Contabilidade (CFC), Juarez Carneiro, um documento realizado pela Fenacon REVISTA FENACON julho-agosto de 2011 27
  • 28. CApA informações de que o contador precisa para escritu­ Ele afirma ainda que essa prática, com poucas rar a contabilidade. “Com documentos e informações exceções, não é praticada pelas micro e pequenas precisas o profissional pode e deve prover seu cliente empresas. “Elas não têm controles internos e, quando de relatórios igualmente precisos”. têm, ele não é confiável. A documentação à disposi­ ção do contador é via de regra falha ou insuficiente para que se façam as conciliações necessárias. Os Principais pontos de resistências na empresários não fazem distinção entre as operações adoção da escrituração contábil financeiras da empresa e as suas particulares”, avalia. resistências – Um dos aspectos apresentados Pela empresa contábil no estudo realizado pela Fenacon é a resistência, tanto de empresários contábeis como de seus clientes, em ƒ Ausência total de controles internos nos adotar a contabilidade como instrumento de auxílio clientes. Quando existe algum controle, é na gestão de micros e pequenos negócios. fraco ou não confiável e o cliente, quando De um lado, empresários contábeis alegam falta orientado por seu contador, resiste em de controles internos dos clientes, que muitas vezes adotá­los por não entender a razão e a não entendem a importância da contabilidade como importância da contabilidade no acompa­ instrumento de gestão, por exemplo. Na outra ponta, nhamento econômico e financeiro do seu os microempresários tendem a focar sua atuação nos negócio. serviços prestados pela empresa contábil relaciona­ dos a assessoria fiscal, recursos humanos e assessoria ƒ A documentação à disposição do contador empresarial, deixando assim a escrituração contábil em é, via de regra, falha, dificultando ou impos­ um segundo plano (veja quadro na página seguinte). sibilitando as conciliações necessárias à validação das peças contábeis. sugestões – Para romper esse círculo vicioso, permitindo a execução da escrituração contábil e sua ƒ Desconhecimento, por parte do microempre­ utilização como ferramenta de gestão pelos micro e sário, do Princípio da Entidade, não fazendo pequeno empresários, o estudo apresentado pelo distinção entre as operações financeiras da sistema Fenacon abrange uma série de medidas empresa e as dos sócios ou proprietário. que destacam desde a real definição do termo micro e pequena empresa até a definição de um novo Pelos empresários-clientes modelo de escrituração simplificada. O objetivo dessas orientações, segundo o vice­ pre­ ƒ Incapacidade para ler balancetes e balanços. sidente da Fenacon, é facilitar a escrituração contábil das micro e pequenas empresas, tornando­as mais rápidas e ƒ Focar o interesse empresarial nos serviços a um custo acessível para o empresário, conforme abaixo: prestados pela empresa contábil relacio­ nados à assessoria fiscal, recursos huma­ 9 Definir qual a abrangência do nome micro e nos e assessoria empresarial, deixando em pequena empresa, por critérios a bem estuda­ segundo plano a escrituração contábil. dos e definidos. ƒ Desconhecimento da obrigatoriedade e 9 Atender ao que dispõe a Constituição Brasileira utilidade da escrituração contábil.  no seu artigo 179, que diz que  “A União, os esta­ dos, o Distrito Federal e os municípios dispensa­ ƒ Dispensa de bancos e fornecedores de rão às microempresas e às empresas de pequeno apresentação de peças contábeis, substi­ porte, assim definidas em lei, tratamento jurídico tuindo­as por outras informações. diferenciado, visando a incentivá­las pela sim­ plificação de suas obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias, ou pela 28 REVISTA FENACON julho-agosto de 2011
  • 29. CApA eliminação ou redução destas por meio de lei”. 9 Elaborar relatórios gerenciais, que visem a A Lei nº 9.841, de 5/10/1999 estabelece normas dinâmica da atividade do micro e pequeno que complementam o disposto na Constituição. empresário, baseando­se em sua experiência empresarial e/ou profissional e no seu talento 9 Abrir caminho para que órgãos, públicos ou para uma determinada atividade empresarial, não, adotem regimes simplificados e favoreci­ essa dinâmica não depende dos relatórios tra­ dos voltados às micro e pequenas empresas. dicionais, entre outros pontos. A título de exemplo, tal  medida já foi ado­ tada pelo Legislativo brasileiro, que criou um Assim, espera­se que seja criada a possibili­ regime especial e favorecido para a tributação dade de uma contabilidade simplificada, que leve das micro e pequenas empresas.  em conta essa realidade administrativa. “A proposta da Fenacon é simplificar o máximo possível, den­ 9 Ampliar a simplificação da escrituração contá­ tro do universo das micro e pequenas empresas bil das micro e pequenas empresas de forma a (optantes ou não pelo Simples Nacional). Espera­ permitir menor custo e relatórios inteligíveis e mos facilitar a escrituração contábil, tornando­as úteis para os clientes das empresas contábeis mais rápidas, de custo aceitável para o empresá­ e de escritórios individuais. rio contábil e efetivamente úteis para o cliente, de modo a ampliar o universo dos que a praticam e 9 Resumir sinteticamente as escriturações diá­ facilitar a fiscalização dos Conselhos Regionais em rias e mensal, com adoção de plano de contas razão do desaparecimento dos entraves existentes”, simplificado. finaliza Irineu Thomé. REVISTA FENACON julho-agosto de 2011 29
  • 30. OpINIãO Pagamento de aviso prévio proporcional ao tempo de serviço Por Josué Tobias C om o julgamento de quatro mandados de injunção, os de números 943, 1010, 1074 e 1090 pelo Supremo Tribunal Federal, iniciado na sessão Nas respectivas ações os autores buscavam que seus avisos prévios fossem calculados de maneira pro­ porcional ao tempo de serviço laborado. A regra atual, plenária do dia 22/6/2011, cuja ata foi publicada no conforme dispositivos acima elencados é que o aviso dia 1º/8/2011, veio à baila a discussão sobre o aviso prévio tem a duração de trinta dias, independente­ prévio. mente do tempo de serviço. O aviso prévio, que é a comunicação que o O Exmo. sr. ministro Gilmar Mendes (relator), empregador faz ao empregado, ou vice­versa, de que, acompanhado de outros sete ministros, julgou pro­ ao término de certo lapso temporal, porá fim ao con­ cedentes os pedidos, contudo o julgamento foi sus­ trato de trabalho, bem como sua aplicabilidade, estão penso no intuito de estabelecerem uma regra para previstos nos artigos 487 a 491 da CLT – Consolidação aplicação do aviso prévio proporcional ao tempo de das Leis do Trabalho (Decreto Lei nº 5.452/43). serviço. Esse instituto jurídico foi recepcionado pela O julgamento do processo poderá ser retomado Constituição Federal de 1988, no seu artigo 7º, a qualquer momento, mas naquela mesma sessão inciso XXI, que garante como direito aos trabalha­ foram inicialmente apresentadas algumas propostas dores urbanos e rurais “aviso prévio proporcional ao para estabelecimento de um teto, tais como, além do tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei”. Ocorre que o dispositivo constitucional reme­ teu para lei a regulamentação deste tema, porém, passados mais de vinte anos, apesar de diversos projetos de lei tratarem desse assunto, o Congresso Nacional efetivamente não se pronunciou, cabendo agora ao Poder Judiciário, por meio do STF, decidir sobre essa omissão legislativa. 30 REVISTA FENACON julho-agosto de 2011
  • 31. OpINIãO mínimo de 30 dias já previsto, o pagamento de um os direitos sociais que muitas vezes, como neste parti­ mês de salário para cada três, cinco ou seis anos traba­ cular, têm recaído sobre o Judiciário, é preciso estimu­ lhados; 10 dias de salário para cada ano trabalhado ou lar a economia que avança cada vez mais, mas não é um teto de três meses de salário, a partir de 10 anos justo onerar as empresas, que poderão ser obrigadas trabalhados. a retardar seu crescimento com consequente desem­ A decisão do Supremo há de ser acatada, inde­ prego da massa trabalhadora que igualmente fomenta pendentemente do impacto financeiro ou social, con­ a economia. Quem perde com isso é o país. tudo, se assuntos relevantes dessa natureza obede­ cessem ao trâmite natural, que é o seu processamento pelo Congresso Nacional, fatalmente um bom debate naquele Parlamento, principalmente se envolvesse os atores que são empregadores e empregados pode­ riam aproximar­se de uma legislação “viável” para as duas partes, empresas e empregados, contudo, o que se resume é que no final, alguém “pagará a conta por essa omissão”. Josué José Tobias é advogado e assessor jurídico da Fenacon O Brasil é um país emergente, mas é preciso que o Congresso Nacional esteja atento às discussões sobre REVISTA FENACON julho-agosto de 2011 31
  • 32. lEgISlAçãO TRIbuTáRIA Evolução constante Estudo aponta impactos das mudanças na legislação tributária no cotidiano das empresas. Manutenção de sistemas atualizados pode comprometer rotina de trabalho em até 200 horas por mês Por Juliana Marzullo a s contínuas mudanças da legislação tributária nacional, ao longo dos anos, têm levado empre­ sas a buscar melhores condições de desenvolvimento tem ocasionado. “A inconstância da legislação tributá­ ria não é novidade”, diz Paschoal Naddeo, responsável pela pesquisa. em um mercado cada vez mais competitivo. Pen­ A amostra da pesquisa foi composta por institui­ sando em identificar os impactos dessas mudanças ções dos setores da economia, da indústria, do comér­ no dia a dia empresarial é que foi divulgada recente­ cio e de serviços e utilizou como um dos indicadores mente a pesquisa Impacto das Mudanças na Legisla- o número de pessoas necessárias para manter as solu­ ção Tributária na Rotina Fiscal das Empresas. ções fiscais. A maior parte aloca de 2 a 4 profissionais Realizado pela FiscoSoft, o estudo, que contou para o processo. Também foi identificado que 12% das com a participação de mais de 400 empresas, revelou empresas contempladas na amostra empregam mais importantes informações sobre os procedimentos de 15 funcionários da área fiscal e contábil apenas para que elas adotam para se manter atualizadas quanto manter os sistemas atualizados. às mudanças na legislação e nos impactos que isso O outro fator apontado no estudo é o número de horas por mês gastas nesta atividade. Para manter seus sistemas atualizados quanto a regras tributárias, alíquotas e benefícios fiscais, 28,6% consomem de 11 a 30 horas por mês. Porém, 41 empresas, que repre­ sentam 10,45% da amostra, consomem acima de 200 horas por mês. Devido à complexidade da legislação, as empre­ sas precisam investir em recursos tecnológicos, além dos recursos humanos, para controlar as alterações normativas. A realidade da pesquisa, apontou que 83% não empregam mecanismos diretamente em sistemas para acompanhar as mudanças da legislação tributária, demonstrando a necessidade de investi­ mentos em assessorias externas, por exemplo, para manter os sistemas fiscais em dia. 32 REVISTA FENACON julho-agosto de 2011
  • 33. lEgISlAçãO TRIbuTáRIA Desafios da atualização Motivos por que as empresas arrecadam mais e os motivos das multas Segundo Naddeo, um dos grandes desafios enfrentados no processo de atualização é adaptar a Os motivos para recolhimento legislação ao formato adequado para a alimentação a maior de tributos dos sistemas e quase metade do público avaliado, 42,3%, tem dificuldades em acompanhar as alte­ ƒ Erros na determinação da base de cálculo. rações legais. “O motivo, certamente, se deve aos ƒ Não aproveitamento de créditos. inúmeros tributos existentes, tanto na esfera federal ƒ Não aproveitamento de tributos retidos e quanto na estadual e na municipal”, justifica. aplicação de pautas e MVA indevidos. O outro ponto negativo são as diversas inter­ ƒ A substituição tributária. pretações existentes para um mesmo dispositivo legal. Com esses impasses, é inevitável a ocorrência Motivo das multas de impactos na rotina fiscal das empresas. O ICMS é um dos responsáveis por essas difi­ ƒ Atraso na entrega de declarações. culdades de atualização descritas. O fato de a legis­ ƒ Recolhimento a menor de tributos. lação desse imposto ser estadual faz que tenha ƒ Aplicação indevida de incentivos fiscais. peso maior nesse cenário. Quanto maior for a quan­ ƒ Aproveitamento incorreto de créditos tidade de estados envolvidos nas operações prati­ tributários. cadas pela empresa, maior será a dificuldade que Horas consumidas esse tributo representará no processo de atualiza­ ção. Das 441 empresas participantes, 188 precisam acompanhar a legislação tributária de 2 a 7 estados. Sem contar as 97 que acompanham a legislação de 10,4% todas as 27 unidades da federação. 14,3% 25,2% Diante da complexidade de todo o processo que envolve a legislação tributária, as empresas ficam obrigadas ao recolhimento de tributos acima 21,5% 28,6% do necessário. Além disso, constantes mudanças da legislação fazem que as empresas fiquem sujeitas a multas. A conclusão da pesquisa é que 60% das empre­ sas utilizam sistemas que não estão completamente Até 10 horas por mês atualizados e com todas as regras tributárias corre­ Até 11 a 30 horas por mês tas. E o principal desafio é acompanhar as alterações legais, seguido da dificuldade em interpretá­las. Para Até 31 a 60 horas por mês amenizar esses riscos, elas precisarão buscar novas Até 61 a 200 horas por mês alternativas de melhoria dos processos já adotados Acima de 200 horas por mês e tentar reduzir sua exposição a riscos de recolhi­ mento a maior tributos ou de autuações, em caso de fiscalização. REVISTA FENACON julho-agosto de 2011 33
  • 34. CERTIFICAçãO dIgITAl Mais segurança para o usuário Até o final deste ano todas as empresas brasileiras terão de se adequar ao novo canal de relacionamento da Caixa. Ambiente será totalmente via web e uso da Certificação Digital será obrigatório Por Vanessa Resende a s empresas que utilizam o canal Conectividade Social terão até o dia 31 de dezembro deste ano para migrar ao novo padrão ICP. A principal mudança 2.200/2001. Ele é universal e propicia a transação ele­ trônica em diversos sistemas e aplicativos, tais como internet banking, Receitas Federal e Estadual, serviços do canal será o acesso totalmente on­line, eliminando eletrônicos do FGTS, operações no Judiciário, entre a necessidade de instalação de softwares para trans­ outros”, disse. missão de arquivos de FGTS. Além disso, para ter Ele afirma ainda que, além das melhorias trazi­ acesso à ferramenta será necessário possuir Certifi­ das pela nova versão do Conectividade Social rela­ cado Digital. cionadas ao desempenho, há mudanças em outros Desenvolvido pela Caixa Econômica Federal procedimentos de segurança. “Eles foram evoluídos (CEF), o canal é disponibilizado gratuitamente às e o processo de utilização e navegação passou a ser empresas e utilizado para a transmissão, via internet e inteiramente em plataforma web, sem a necessidade no ambiente da própria empresa, dos arquivos gera­ de instalações de vários aplicativos, tendo em vista dos pelo programa Sistema de Recolhimento do FGTS implantação de soluções tecnológicas mais avança­ e Informações à Previdência Social (Sefip). das, porém adequadas à diversidade de públicos que Destinada a todas as empresas e pessoas físicas se utilizam do respectivo canal”. que fazem depósitos mensais para seus funcionários no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), a Certificação Digital Conectividade Social ICP é a evolução do Conectivi­ dade Social.   A grande mudança quanto ao uso do novo Para o gerente gerente nacional do FGTS da padrão Conectividade Social é o uso da Certificação Caixa, Henrique José Santana, a principal vantagem Digital. Inicialmente somente pessoas jurídicas com o do novo canal em relação ao já existente é a garan­ certificado teriam acesso ao canal, porém, para facili­ tia de mais segurança. “O uso do Certificado Eletrô­ tar ainda mais a operacionalização do Conectividade nico no padrão ICP­Brasil adiciona mais segurança Social, a CEF tornou disponível o acesso por meio de e comodidade aos usuários no acesso ao Conectivi­ Certificado Digital de Pessoa Física, com a opção de dade Social, observados os preceitos contidos na MP procuração eletrônica mais ágil e abrangente. “Com a 34 REVISTA FENACON julho-agosto de 2011