O poema descreve como a história do Brasil ensinada nas escolas negligencia a resistência e contribuições dos negros, focando apenas na submissão durante a escravidão. A autora lamenta que os estudantes não aprendam sobre a força, inteligência e papel dos negros na construção do país, assim como sobre importantes figuras de resistência negra como Zumbi dos Palmares.
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História Negra Brasil
1. 1) Leia com bastante atenção a poesia abaixo, escrita pela poetisa Cida Araújo, em Novembro
de 1999:
A história que o Brasil não contou
Pouco me ensinaram a escola e a
sociedade sobre minha verdadeira história.
Sobre minhas raízes, realidade.
Ao me falarem da escravidão, ressaltaram
o poder dos senhores e a submissão do
negro.
Falaram-me das correntes, do tronco, da
chibata, dos porões...
Não me falaram da resistência, das lutas,
da organização.
Deixaram margem para que eu pensasse que o negro era um idiota, que aceitaria tudo
calado.
Ao me falarem das plantações de café, dos canaviais, das minas e dos casarões, não me
falaram da sua força, da sua inteligência, da sua capacidade de fazer um país com a força de
seus braços.
Chegaram a afirmar que o negro era preguiçoso. Só trabalhava para não apanhar.
Ao me falarem de sua identidade, contaram-me que eles chegavam aos montes, em navios
negreiros,
Marcados a ferro como animais. Vendidos em feiras como mercadorias.
Não me falaram que o negro tinha alma, sangue, raízes.
Ao me falarem de sua fé, diziam apenas que eram supersticiosos,
feiticeiros, cultuavam Deuses pagãos.
Não me falaram de sua religião, de sua fidelidade a um Deus vivo,
cultuado com danças, cantos, gestos e rituais.
Não me falaram da alegria do povo negro ante o reconhecimento, que
podiam contar com o senhor de todas as histórias.
Ao me falarem da beleza definiram-na assim:
Ter traços finos, cabelos lisos e pele clara era ser bonito.
Ter traços fortes, cabelos anelados, pele escura era ser feio.
Não me falaram que o negro tem seu cheiro, sua característica.
Sua ginga, um olhar, um brilho especial.
2. Que o negro cabeça erguida, encanta! Que o negro, é lindo!
Ao me falarem da sua cultura... Aí, eu tenho vontade de chorar!
Nada me falaram.
Fizeram-me pensar que o negro era uma folha atirada ao vento.
Não me falaram que o negro tem um sangue diferente. Sangue quente,
nobre, forte, bonito.
O regente de seu corpo, de sua cultura.
Uma energia que enobrece a sua arte.
Que faz vibrar.
Que faz cantar.
Que faz dançar.
Que faz surgir sons especiais dos objetos simples e banais.
Falaram-me muito da Princesa Isabel.
Pouco, ou nada, de Zumbi dos Palmares.
Fizeram-me sentir tristeza por ser negra.
Fizeram-me sentir vergonha por ser negra.
Em meu corpo moreno, mulato, pardo, existe a pigmentação que define a minha origem,
Em minha alma vibrante, meu espírito silencioso.
Em minhas veias vigorosas, corre o sangue de meus ancestrais.
Sangue africano.
Sangue baiano.
Sangue negro.
A pigmentação que define a minha raça!
Quinhentos anos de Brasil!
Quinhentos anos de resistência!
“... Ao me falarem das plantações de café, dos canaviais, das minas e dos casarões,
não me falaram da sua força, da sua inteligência, da sua capacidade de fazer um país
com a força de seus braços...”
a) A que período da história do Brasil o trecho acima faz referência? Explique.
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b) Qual era o papel desempenhado pelo negro neste período da história do Brasil? Dê
exemplos.
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c) Os negros foram importantes neste período da história do Brasil? Justifique sua resposta.
3. ___________________________________________________________________________
“... Falaram-me muito da Princesa Isabel.
Pouco, ou nada, de Zumbi dos Palmares...”
a) Quem foi a Princesa Isabel?
b) Qual a relação da princesa Isabel com a população negra?
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c) Quem foi Zumbi dos Palmares?
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d) Qual a relação do Zumbi dos Palmares com a população negra?
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e) A autora demonstra uma certa tristeza, uma certa insatisfação por lhe terem falado tanto
sobre a Princesa Isabel e pouco, ou nada, sobre Zumbi dos Palmares. Explique o por quê,
baseando-se em seus conhecimentos sobre a escravidão da escravatura e os movimentos de
resistência.
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“...Quinhentos anos de Brasil!
Quinhentos anos de resistência!...”
a) Explique o trecho acima.
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