6. - Não poderemos levar velho algum, seja homem ou mulher. Todos têm de morrer. Quem não cumprir a minha ordem será severamente castigado.
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8. Tsyren disse ao pai que o esconderia num grande saco de couro e assim o iria levar em segredo, sem que o cã Sanad ou outro qualquer dos seus súbditos desconfiasse.
9. O cã Sanad deixou o seu antigo acampamento e, juntamente com o seu povo e os seus rebanhos, dirigiu-se para as longínquas terras do norte. E, com eles, num grande saco de couro, preso às traseiras do cavalo, seguia o pai de Tsyren . (…) até que chegaram às margens de um grande mar. Foi aí que Sanad ordenou ao seu povo que acampasse.
10. Um dos criados do cã foi à beira da água e viu que no fundo havia qualquer coisa que brilhava intensamente . (…) O cã Sanad ordenou que lhe trouxessem a taça imediatamente. (…) muitos homens do cã foram perdendo a vida. Mas o príncipe impiedoso nem sequer podia pensar em desistir daquela riqueza. Por isso, um a um, todos os seus súbditos obedientes foram mergulhando e foram morrendo.
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14. (…) chegaram a um grande deserto onde o sol queimara a terra e fizera morrer toda a erva. Não havia por ali nenhum rio ou nascente(…) O cã Sanad mandou os seus homens em todas as direcções à procura de água (…). As pessoas já não sabiam que fazer e começaram a desesperar.
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16. Começaram a cavar e – maravilha das maravilhas! – uma água clara e fresca começou a brotar de uma nascente desconhecida que logo se espalhou pela terra. - Como foi que conseguiste encontrar água neste lugar tão seco? - Alguns sinais disseram-me onde ela estava – respondeu Tsyren . Todos beberam mais um pouco de água, descansaram e voltaram a levantar o acampamento. Só pararam depois de uma viagem de muitos dias.
17. (…) começou a chover a cântaros e todas as fogueiras do acampamento se apagaram. Por mais que tentassem, as pessoas não conseguiam acendê-las de novo e todos tremiam de frio. Alguém reparou então no que parecia ser o brilho de uma fogueira no alto de uma montanha. O cã Sanad ordenou imediatamente que fossem buscar o fogo à montanha. (…) Todos encontraram a fogueira, que brilhava sob os grossos ramos de um abeto e, junto dela, estava um caçador que se aquecia. E todos levaram um ramo incandescente, mas nenhum conseguiu que o lume chegasse até ao acampamento, porque a chuva apagava-o sempre.
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19. Tsyren (…) Fez uma fogueira, as pessoas puderam aquecer-se e cozinhar a comida. Quando o cã soube quem é que tinha trazido o fogo, mandou chamar Tsyren. - Se sabias como se trazia o fogo, porque estiveste calado este tempo todo? Por que não disseste logo? - Porque eu próprio não sabia como isso se fazia. - Mas foste capaz de o fazer. Como?
20. (…) finalmente Tsyren confessou: seguira os sábios conselhos do pai. - Onde está o teu pai? - Trouxe-o até aqui metido num grande saco de couro … O cã Sanad ordenou que trouxessem o velho à sua presença .
21. - Vou anular a ordem que dei. Afinal , os velhos não são um fardo para os jovens , porque a velhice é sabedoria . Não precisas de continuar a esconder-te: podes caminhar livremente ao lado dos outros homens.
33. Religiões: Budismo tibetano, Ortodoxia e Shamanismo (crença em deuses invisíveis, demónios e espíritos ancestrais apenas contactáveis por sacerdotes ( shamans ) com poderes mágicos e curativos)
34. A República da Buriácia é maioritariamente um país montanhoso , com paisagens como a taiga , a tundra e estepes . O lago Baikal - o mais profundo lago de água doce no mundo -, é um reservatório natural da quinta parte da água doce do mundo, com um fornecimento da mais alta qualidade!