1. Como escrever artigos empíricos em
Psicologia (normas da APA)
Métodos de Investigação em Psicologia
Universidade Autónoma de Lisboa
Professora Doutora Célia M.D. Sales
1 Célia Sales - UAL Fev-10
2. Conteúdos
Artigos de estudos empíricos, de acordo
com as normas da APA:
Formato Geral
Conteúdo de cada secção
2 Célia Sales - UAL Feb-10
3. Próxima aula
Em dois dos artigos empíricos à sua escolha,
identifique as várias secções
O que encontra de semelhante, no formato
geral desses artigos? E de diferente?
Traga todo o material pedido na aula de
ontem (artigos e livros) – aula prática!
3 Célia Sales - UAL Feb-10
5. Título
12-15 palavras
Resume o estudo com precisão
Atractivo
Usa apenas as palavras necessárias, isto é, não faz como
acontece aqui, neste mesmo parágrafo, que tem
imensas palavras que apenas servem para confundir e
cansar o leitor
5 Célia Sales - UAL Feb-10
6. Título: Qual é melhor?
A. Investigação sobre os efeitos da activação fisiológica
provocada por subir e descer escadas a correr até ao 3º
andar, no sentimento de atracção sentido por 72
estudantes do sexo feminino, em relação a um jovem
B. Marquemos o encontro ao cimo da escada: O papel da
activação fisiológica na atracção interpessoal
C. Activação fisiológica e atracção interpessoal
6 Célia Sales - UAL Feb-10
7. Abstract (resumo)
100-150 palavras
Importante: muitos leitores decidem se lêem o artigo, com
base no abstract!
Deve conter uma frase sobre:
Tema / Problema que é investigado
Participantes (nº, tipo, idade, sexo, e outro dado importante)
Método usado (procedimento, instrumentos, nome completo de
testes usados)
Análise / Resultados
Conclusões e implicações
7 Célia Sales - UAL Feb-10
8. Abstract (resumo): Exemplo
“No presente artigo é estudado o impacto da activação fisiológica prévia na
atracção sentida por uma pessoa alvo, quer a nível geral, quer a nível
romântico, no “primeiro momento” de um encontro. O nível de activação
fisiológica foi manipulado através do exercício físico (subir e descer
escadas) realizado pelos participantes antes de avaliar a pessoa alvo –
considerada como “neutra” em termos de beleza física e simpatia.
Verificou-se que numa amostra de 72 pessoas do género feminino, a
excitação fisiológica provocou níveis de atracção geral tendencialmente
mais elevados, comparativamente com as pessoas que não realizaram
exercício físico. Estes efeitos foram-se acentuando com o aumento da
distância temporal entre a activação fisiológica e os julgamentos de
atracção. O facto de um indivíduo estar envolvido amorosamente com outro
interferiu no grau de atractividade reportado pela pessoa-alvo, sugerindo a
hipótese de moderação do efeito em estudo.”
8 Célia Sales - UAL Rodrigues & Garcia Marques (2005)
Feb-10
9. Introdução
Em geral, a introdução estrutura-se em três partes, (embora
estas não sejam indicadas por subtítulos):
1. Introduzir o problema. Significa responder, num parágrafo ou dois,
às seguintes questões:
Qual o problema em estudo?
Porque é que este problema é importante?
Como foi estudado até agora?
Como é que este estudo se relaciona com a investigação anterior?
(e.g., Replicação? Confirmação? Extensão? Etc…)
O que traz de novo este estudo?
9 Célia Sales - UAL Feb-10
10. Introdução
2. Desenvolvimento do “Background”. Caracterizar a
investigação prévia, com base na qual pensámos e realizámos
o nosso estudo:
O que foi estudado
Quais as limitações dos estudos anteriores
As perguntas que não foram respondidas
A apresentação deve ter uma sequência lógica, entre o que
já foi feito e o que iremos fazer (“afunilar”)
10 Célia Sales - UAL Feb-10
11. Introdução: Exemplo de estrutura
Definir o que é a “atracção inicial” e porque é importante
“A atracção inicial refere-se à atracção sentida no primeiro momento em que
duas pessoas se vêem. A importância do seu estudo reside no facto de…”
Descrever investigações anteriores relevantes sobre a “atracção
inicial” e indicar:
O que a investigação prévia nos DIZ / NÃO DIZ
O que está por responder / clarificar / explorar
Explicar como vamos estudar o que ainda não está claro
“De forma a estudar experimentalmente este efeito de transferência da
activação fisiológica…”
Descrever as hipóteses e as previsões (se aplicável)
“De acordo com a hipótese em estudo, esperávamos que os participantes
activados fisiologicamente reportassem níveis superiores de atracção,
comparativamente com…”
11 Célia Sales - UAL Feb-10
12. Introdução
3. Definir o objectivo e a lógica do estudo.
Depois de se ter introduzido o problema e de se ter
apresentado o que sobre ele se sabe…
Explicar a nossa abordagem para “resolver” o problema
Definir as perguntas específicas de investigação ou as
hipóteses
12 Célia Sales - UAL Feb-10
13. Método
Fornece a informação suficiente para replicar o estudo
Subdivide-se em:
1. Participantes
Quem foi “estudado” (por vezes, “quem estudou”)
Como foram seleccionados (amostragem)
Dados demográficos relevantes (idade, sexo, nível socio-
económico)
Indicar se os participantes receberam incentivos
13 Célia Sales - UAL Feb-10
14. Método
2. Instrumentos / Material
Identifica e descreve todos os instrumentos usados para recolher
os dados (e.g., questionários, testes, etc...)
3. Procedimento
Descreve como /onde /quando foram recolhidos os dados
Instruções dadas aos sujeitos
Forma de recolha dos dados (verbal, programa de computador,
papel, etc...)
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15. Resultados
Passo a passo, cada análise e o respectivo
resultado
O formato depende do tipo de análise
(quantitativa ou qualitativa)
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16. Discussão
Começar com um sumário dos resultados
Implicações
O que é que os resultados nos dizem sobre as nossas hipóteses ou
perguntas iniciais?
Como contribuem para o conhecimento teórico do tema?
Favorecem uma teoria e não outra?
Limitações
Limitações do estudo
Que impacto as limitações podem ter tido nos resultados?
Como interpretar os resultados, tendo em conta estas limitações?
O que fica por fazer?
Que perguntas permanecem sem resposta?
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17. Dicas para a 1ª leitura de um artigo
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