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David Hume
1711- 1776
Hume, no seu livro “Tratado da natureza
humana”, tem como uma das questões
principais a causalidade, ou a relação
entre causa e efeito. Para fazer a análise
desta questão, Hume a considera tanto no
âmbito da realidade quanto no âmbito da
mente humana.
Os nossos raciocínios seguem uma relação
de causa e efeito. Isso é visto quando
pensamos a existência de um objeto pela
existência de outro, ou então o um evento
como decorrência de outro.
O movimento de uma bola de bilhar que é
ocasionado pelo choque com outra, Hume dirá
que três elementos estão presentes.
O primeiro a contiguidade no tempo e no
espaço; por isso é possível ocorrer o choque e
o consequente movimento da segunda bola.
Por conseguinte, a prioridade no tempo da
causa também permitirá o evento, pois é
evidente que o movimento que foi a causa
antecede o efeito.
Ademais, a conjunção constante entre a
causa e o efeito também está agregada ao
caso.
Esta conjunção é o que liga a causa e o
efeito, vale dizer, uma determinada causa em
determinadas circunstancias gerará
comumente um mesmo efeito.
Assim, por mais que se analise baseado
nos mais diferentes pontos de vista, não se
encontrará nada além destes três
elementos na relação de causa e efeito: a
contiguidade, a prioridade no tempo da
causa e a conjunção constante.
Já no âmbito da mente humana,
Hume analisa como se dá o
raciocínio, a inferência de causa e
efeito, julgando sê-la possível já que
possível foi na relação entre
objetos.
Para se analisar como se dá a
inferência, partimos da proposição
supracitada de que os nossos
raciocínios obedecem à relação de
causa e efeito. Nós inferimos,
deduzimos que o efeito se segue da
causa, vale dizer que,
necessariamente.
Esta dedução funciona de tal modo:
eu vejo o objeto em determinada
situação e, por experiência, deduzo
o seu efeito; é assim que se dão os
raciocínios, inclusive as crenças na
história e filosofia, salvo a geometria
e a aritmética.
É importante saber que, para deduzir algo é
demandado experiência, pois só experiência
fornece o material necessário de poder
inferir, o fato.
Se imaginarmos uma pessoa adulta, mas
sem experiência, ela não será capaz de inferir
o efeito de uma objeto. Isto por que o efeito
não é simplesmente enxergado na causa,
nem é comparação de ideias, se assim fosse
a inferência equivaleria a uma demonstração
e já que a mente pode conceber qualquer
efeito de qualquer causa, seria uma
contradição pensar a inferência como uma
Assim fica clara a necessidade da experiência
para a inferência. A experiência corresponde a
presenciar a relação um número suficiente de
vezes para possibilitar a dedução.
Para situar-nos melhor, vejamos como se dá
esta dedução: “Na presença do objeto, o
entendimento antecipa a visão, o que nos
leva a uma conclusão”. É mister saber que,
para acreditarmos que a conclusão, ou o
efeito serão sempre o mesmo, é preciso crer
que o curso da natureza é uniforme, ou seja,
o futuro será igual ao passado.
Com base nesta crença da uniformidade da
natureza é que são produzidos os conceitos,
ou seja, todos os argumentos são baseados
nela. Daí decorre que o hábito é que nos faz
crer nesta uniformidade da natureza. A minha
mente é induzida ao efeito costumeiro,
simplesmente pela conjunção constante. Isto
é, por hábito o entendimento antecipa a nossa
visão e concebemos o efeito costumeiro.
É o hábito, quem conduz a vida humana, e
não a razão. É o hábito quem determina a
mente. É importante saber que não somente
concebemos o efeito, mas também
acreditamos nele.
Uma crença!!
Esta crença não resulta de uma idéia
peculiar que se apresenta anexada à idéia
do objeto no qual se acredita, pois se isto
fosse verdade, a imaginação teria a
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possui a faculdade de unir idéias. Sendo
assim, a crença não acrescenta nenhuma
idéia nova à nossa concepção.
Tudo se inicia na experiência e somente na
experiência, pois somente através desta
podemos predizer que um efeito segue uma
causa. Por conseguinte, não é a razão quem
nos determina a predizer este efeito, mas sim
o hábito é quem o faz; isto se apóia na
proposição de que o passado será igual ao
futuro.
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David Hume e a causalidade

  • 2. Hume, no seu livro “Tratado da natureza humana”, tem como uma das questões principais a causalidade, ou a relação entre causa e efeito. Para fazer a análise desta questão, Hume a considera tanto no âmbito da realidade quanto no âmbito da mente humana.
  • 3. Os nossos raciocínios seguem uma relação de causa e efeito. Isso é visto quando pensamos a existência de um objeto pela existência de outro, ou então o um evento como decorrência de outro. O movimento de uma bola de bilhar que é ocasionado pelo choque com outra, Hume dirá que três elementos estão presentes.
  • 4. O primeiro a contiguidade no tempo e no espaço; por isso é possível ocorrer o choque e o consequente movimento da segunda bola. Por conseguinte, a prioridade no tempo da causa também permitirá o evento, pois é evidente que o movimento que foi a causa antecede o efeito.
  • 5. Ademais, a conjunção constante entre a causa e o efeito também está agregada ao caso. Esta conjunção é o que liga a causa e o efeito, vale dizer, uma determinada causa em determinadas circunstancias gerará comumente um mesmo efeito.
  • 6. Assim, por mais que se analise baseado nos mais diferentes pontos de vista, não se encontrará nada além destes três elementos na relação de causa e efeito: a contiguidade, a prioridade no tempo da causa e a conjunção constante.
  • 7. Já no âmbito da mente humana, Hume analisa como se dá o raciocínio, a inferência de causa e efeito, julgando sê-la possível já que possível foi na relação entre objetos.
  • 8. Para se analisar como se dá a inferência, partimos da proposição supracitada de que os nossos raciocínios obedecem à relação de causa e efeito. Nós inferimos, deduzimos que o efeito se segue da causa, vale dizer que, necessariamente.
  • 9. Esta dedução funciona de tal modo: eu vejo o objeto em determinada situação e, por experiência, deduzo o seu efeito; é assim que se dão os raciocínios, inclusive as crenças na história e filosofia, salvo a geometria e a aritmética.
  • 10. É importante saber que, para deduzir algo é demandado experiência, pois só experiência fornece o material necessário de poder inferir, o fato.
  • 11. Se imaginarmos uma pessoa adulta, mas sem experiência, ela não será capaz de inferir o efeito de uma objeto. Isto por que o efeito não é simplesmente enxergado na causa, nem é comparação de ideias, se assim fosse a inferência equivaleria a uma demonstração e já que a mente pode conceber qualquer efeito de qualquer causa, seria uma contradição pensar a inferência como uma
  • 12. Assim fica clara a necessidade da experiência para a inferência. A experiência corresponde a presenciar a relação um número suficiente de vezes para possibilitar a dedução.
  • 13. Para situar-nos melhor, vejamos como se dá esta dedução: “Na presença do objeto, o entendimento antecipa a visão, o que nos leva a uma conclusão”. É mister saber que, para acreditarmos que a conclusão, ou o efeito serão sempre o mesmo, é preciso crer que o curso da natureza é uniforme, ou seja, o futuro será igual ao passado.
  • 14. Com base nesta crença da uniformidade da natureza é que são produzidos os conceitos, ou seja, todos os argumentos são baseados nela. Daí decorre que o hábito é que nos faz crer nesta uniformidade da natureza. A minha mente é induzida ao efeito costumeiro, simplesmente pela conjunção constante. Isto é, por hábito o entendimento antecipa a nossa visão e concebemos o efeito costumeiro.
  • 15. É o hábito, quem conduz a vida humana, e não a razão. É o hábito quem determina a mente. É importante saber que não somente concebemos o efeito, mas também acreditamos nele. Uma crença!!
  • 16. Esta crença não resulta de uma idéia peculiar que se apresenta anexada à idéia do objeto no qual se acredita, pois se isto fosse verdade, a imaginação teria a liberdade de crer no que quisesse, já que ela possui a faculdade de unir idéias. Sendo assim, a crença não acrescenta nenhuma idéia nova à nossa concepção.
  • 17. Tudo se inicia na experiência e somente na experiência, pois somente através desta podemos predizer que um efeito segue uma causa. Por conseguinte, não é a razão quem nos determina a predizer este efeito, mas sim o hábito é quem o faz; isto se apóia na proposição de que o passado será igual ao futuro.
  • 18. Fim