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Universidade Federal de São Paulo
     Campus São José dos Campos




                    Proposta

  Perfil acadêmico e identidade do campus da
        Unifesp - São José dos Campos

           São José dos Campos, Outubro de 2010
i


Reitoria
Prof. Dr. Walter Manna Albertoni



Pró-Reitoria de Graduação
Prof. Dr. Miguel Roberto Jorge



Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa
Prof. Dr. Arnaldo Lopes Colombo



Pró-Reitoria de Administração
Prof. Dr. Vilnei Mattioli Leite



Pró-Reitoria de Extensão
Profa. Dra. Eleonora Menicucci de Oliveira



Chefe de Gabinete
Prof. Dr. Manoel João Batista Castello Girão



Diretoria Acadêmica de São José dos Campos

Prof. Dr. Armando Zeferino Milioni



Departamento de Ciência e Tecnologia de São José dos Campos

Prof. Dr. Fábio Fagundes Silveira
ii




                                                             Índice
1 Introdução ......................................................................................................... 3

2 Aspectos Históricos........................................................................................... 6

   2.1 Da Unifesp ........................................................................................................................ 6
   2.2 Da Cidade de São José dos Campos................................................................................. 7

3 Missão, Visão e Identidade do Campus........................................................ 10

   3.1 Do Instituto de Ciência e Tecnologia (ICT) ................................................................... 10
   3.2 Do Bacharelado em Ciência e Tecnologia (BCT) .......................................................... 12
   3.3 Do Parque Tecnológico de São José dos Campos (Parqtec-SJC) .................................. 16
   3.4 Outros: O Centro de Divulgação Científica e Tecnológica ............................................ 19

4 Do Perfil do Egresso ....................................................................................... 21

5 Da Proposta Didático-Pedagógica ................................................................ 23

   5.1 Pressupostos ................................................................................................................... 23
   5.2 Aspectos Metodológicos ................................................................................................ 27
   5.3 Sistema de Avaliação ..................................................................................................... 28

6 Da Visão Prospectiva e das Considerações Finais....................................... 32

7 ANEXO A: The Bologna Declaration ......................................................... 36

8 ANEXO B: O Parque Tecnológico de SJC .................................................. 39
4


1    Introdução

     Os avanços alcançados pelos principais setores da sociedade contemporânea, tais como

o econômico, o de saúde e o da segurança, têm se mostrados totalmente dependentes de

inovações científicas e tecnológicas. Os cursos superiores, e em particular os ligados às

engenharias e ciências exatas, são inegavelmente uma componente chave destas inovações.

     As carências do Brasil nesses aspectos podem ser ilustradas com alguns poucos números

bastante eloquentes: de acordo com os dados do Instituto de Estatística da UNESCO, em

2005, apenas 16% dos quase 18 milhões de jovens brasileiros na faixa etária entre 18 e 24

anos estavam matriculados no ensino superior. Nesse mesmo ano, essa proporção era de 58%

na Argentina e 46% no Chile, para manter a comparação na América Latina. Saindo dela e

buscando o “benchmark” global, há a Coreia do Sul, com 93%. Os números se agravavam

ainda mais se o foco da análise fosse colocado nas Engenharias. Naquele mesmo ano, dos

quase 18 milhões de jovens brasileiros na faixa etária citada, apenas cerca de 350 mil, ou

menos de 2% do total, cursavam ensino superior em Engenharia. Na Coreia do Sul, dos 3,3

milhões de jovens na mesma faixa etária, o número de estudantes de engenharia era quase

igual a um milhão, ou mais de 30% do total. Ou seja, um país com cerca de 1/5 da população

na faixa etária alvo tinha cerca do triplo do número de estudantes de engenharia.

     A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) está ciente de que tem um papel a

desempenhar na eliminação de distorções como as relacionadas acima e, portanto, da

necessidade de investir na formação de uma nova geração de profissionais que inclui os

engenheiros e bacharéis em áreas científicas.

     É nesse cenário que a Universidade cria seu Instituto de Ciência e Tecnologia (ICT) em

um campus próprio, localizado na cidade de São José dos Campos (Unifesp/SJC).

     A escolha do município São José dos Campos para sediar o ICT tem como principal

justificativa sua vocação e talentos naturais nessa área, decorrentes da presença na cidade de
5

grandes empresas de cunho tecnológico, como a Embraer e a Petrobrás, e de renomados

institutos de pesquisa e ensino, como o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e o

Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). A cidade tem uma conhecida escassez histórica

de vagas de ensino superior público e, além disso, conta com um Parque Tecnológico que é

apontado como modelo a ser seguido pelos outros parques semelhantes já implantados ou em

implantação no estado de São Paulo e no Brasil.

     Cumpre registrar, todavia, que existir ao lado do ITA, atuando nas mesmas áreas do

conhecimento desse instituto - e, portanto, disputando insumos acadêmicos comuns, como

docentes e alunos de graduação e pós-graduação - constitui um desafio que não deve ser

subestimado. Fundado há mais de 60 anos, o ITA é, sabidamente, e há muitas décadas, um

dos mais reconhecidos símbolos de excelência acadêmica do Brasil. A Unifesp, que costuma

frequentar e não raro encabeçar as listas de universidades de excelência do país, seguramente

não está e nem deve estar disposta a permitir que um instituto seu, como o ICT, não seja visto

como referência nacional.

     A alternativa que parece plausível, nesse cenário, é a de atuar de maneira diferente,

mesmo que em áreas semelhantes, ou até eventualmente comuns. E a diferença mais notável

aqui proposta se concentra no projeto pedagógico da Unifesp/SJC.

     Esse projeto será elaborado em harmonia com as novas tendências mundiais do ensino

superior, concebidas sob a consciência de que a manutenção do status quo na formação de

recursos humanos de alto nível não é suficiente para atender a forte demanda por mudanças

que a sociedade contemporânea exige e para responder aos desafios de solucionar importantes

problemas relacionados à energia, alimentos, meio ambiente, água, saúde e comunicação, que

requerem um conhecimento multidisciplinar por parte do profissional.

     Nesse contexto, como será visto e justificado adiante, na Unifesp/SJC será implantado o

Bacharelado em Ciência e Tecnologia (BCT), inspirado no modelo de unificação dos
6

programas de bacharelado científico da União Europeia que está descrito no documento de

1999 conhecido como “Declaração de Bolonha” (ver Anexo A).

     O presente documento cumpre exatamente o papel de descrever a Identidade da

Unifesp/SJC, tarefa estabelecida na Portaria 07/10, de 15 de abril de 2010, da Pró-Reitoria de

Graduação.    Sua estrutura é a seguinte: na Seção 2 são abordados aspectos históricos

relacionados a Unifesp e à cidade de São José dos Campos. A Seção 3 prossegue com a

Missão, a Visão e os três pilares do Campus, quais sejam: (i) ser o Instituto de Ciência e

Tecnologia da Unifesp, (ii) ter o Bacharelado Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia como

marco da inovação pedagógica do campus e (iii) instalar o campus no Parque Tecnológico de

São José dos Campos e alinhar em grande parte as atividades de ensino, pesquisa e extensão

do Campus com as atividades ali desenvolvidas.           As Seções 4 e 5 são dedicadas,

respectivamente, ao Perfil do Egresso e à Proposta Didático-Pedagógica. A Seção 6 trata da

Visão Prospectiva e também encerra o documento com comentários e considerações finais.
7

2    Aspectos Históricos

2.1 Da Unifesp

       A Unifesp teve início em 1933 com a criação da então Escola Paulista de Medicina.

Posteriormente, em 1939, foi criada a Escola Paulista de Enfermagem, sendo ambas

inicialmente de natureza privada. Em 1956, a Instituição torna-se pública e gratuita,

transformando-se em um estabelecimento isolado de ensino superior de natureza autárquica,

vinculada ao Ministério de Educação. Em razão da excelência do ensino superior oferecido

pela Instituição e por suas destacadas atividades de pesquisa e extensão, mais três cursos de

graduação voltados para pesquisa e tecnologia na área da saúde foram criados na década de

60 (cursos de Ciências Biomédicas, Fonoaudiologia e Tecnologia Oftálmica). Em 1994, face

sua consolidada posição científica, a Instituição adquire novos contornos e transforma-se na

Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Em 2005, diante da escassez de vagas de

graduação oferecidas pelo ensino público no País, a Unifesp aceita engajar-se no programa de

expansão das universidades federais e ampliar e diversificar os seus cursos de graduação e de

pós-graduação. A fase de expansão da graduação iniciou-se em 2005, via pacto direto com o

Ministério da Educação (MEC), e se firmou em 2006/2007, via ao plano de Reestruturação e

Expansão das Universidades Federais (REUNI), com a abertura de 14 novos cursos em 4

novos Campi. Inicialmente, instalou-se na Baixada Santista o Instituto de Saúde e Sociedade,

com cursos nas áreas da saúde e correlatas. Em seguida, houve a criação do Instituto de

Ciências Ambientais, Químicas e Farmacêuticas, em Diadema, da Escola de Filosofia, Letras

e Ciências Humanas, em Guarulhos e, finalmente, do Instituto de Ciência e Tenologia, em

São José dos Campos. Para início de operações em 2011, havia ainda a previsão da instalação

de um novo campus na cidade de Osasco.
8



2.2 Da Cidade de São José dos Campos

       São José dos Campos é um dos maiores e mais importantes municípios do Brasil. De

acordo com o IBGE, o município é, por exemplo, o 30o. mais populoso e tem o 21o. maior

PIB municipal do país. No ano de 2008 o município exportou sete bilhões de dólares, valor

inferior apenas ao do município de São Paulo e semelhante aos alcançados no mesmo período

pelo Uruguai e pelo estado do Paraná. Finalmente, de acordo com o Censo da Educação

Superior do MEC de 2008, último disponível para consulta, naquele ano as instituições de

ensino superior localizadas em São José ofereceram 23 mil vagas, colocando a cidade na 23a.

posição do ranking de municípios sob esse indicador.

       Dessas 23 mil vagas, contudo, apenas 310, ou menos de 1,5% do total, eram de

instituições federais e estaduais, ou seja, públicas e gratuitas. Com esse número, a posição de

São José dos Campos no ranking nacional de municípios era a 213a. para as vagas públicas

estaduais e a 122a. para as federais. São números que destoam de todos os citados

anteriormente e que evidenciam uma distorção na qual pode ser vista igualmente uma

oportunidade, já que na cidade é uma das maiores do país, como visto acima, e abriga boas

escolas de ensino médio. Talvez o mais notável exemplo seja o Colégio Juarez de Siqueira

Britto Wanderley, que é mantido pela Embraer e frequenta todas as listas de melhores

instituições de ensino médio do Brasil. No Enem de 2009 ele obteve a 34ª posição no ranking

envolvendo milhares de escolas do país. Anualmente, cerca de 200 meninos e meninas

concluem o ensino médio nesse colégio que – detalhe importante - se destina exclusivamente

àqueles que cursaram o ensino fundamental na rede pública, ou seja, oriundos em sua maioria

de famílias de renda menos favorecida. Esses talentosos garotos encontravam poucas vagas de
9

ensino superior gratuito em São José dos Campos para dar continuidade a seus estudos. E, por

viverem sob restrições orçamentárias frequentemente severas, muitas de suas famílias não

podiam custear suas permanências em outro município para estudar em uma instituição

pública ou pagar por esses estudos na rede privada local, configurando um cenário que abria a

alguns deles a dramática hipótese de ser obrigado a parar de estudar.

         A decisão da Unifesp de implantar um de seus novos campi em São José dos Campos,

que contou com o apoio do MEC e da Prefeitura Municipal, aproveita a oportunidade de se

valer desses talentos e, simultaneamente, vem ao encontro do legítimo propósito da população

do município.

         A opção pela instalação na cidade do seu Instituto de Ciência e Tecnologia (ICT) se

demonstra acertada em face da reconhecida vocação do município nessa área. Em São José

dos Campos estão localizados renomados institutos de pesquisa em ciência e tecnologia,

como o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o Instituto Tecnológico de

Aeronáutica (ITA) e o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA). No

município também estão instaladas empresas como a Embraer, General Motors, Petrobras

(presente a partir da Refinaria Henrique Lage, ou Revap), entre muitas outras. E o município

conta ainda com a presença de um dos Parques Tecnológicos mais ativos do Estado de São

Paulo.

         Finalizando, cumpre registrar que o município de São José dos Campos recebeu a

Unifesp com generosidade e hospitalidade que podem ser contabilizadas em números

expressivos: as atuais instalações da Unifesp/SJC se situam em terreno de quase dez mil m2

em que havia um prédio de cerca de mil m2 de área construída. Nesse mesmo terreno a

prefeitura construiu ainda um segundo prédio de quase quatro mil m2 de área construída cujo
10

orçamento da construção foi superior a sete milhões de reais. Todos esses imóveis já foram

doados definitivamente à Unifesp, assim como também já foi doado o terreno de 125 mil m2

das futuras instalações no Parque Tecnológico. Todos juntos esses imóveis representam um

aporte de capital da prefeitura do município à Unifesp que ultrapassa ao dez milhões de reais.
11

3    Missão, Visão e Identidade do Campus

          A Missão e a Visão da Unifesp/SJC, conforme apresentação feita ao Conselho

Universitário da instituição em 15/07/2009, são as seguintes:

          Missão: “Contribuir para o desenvolvimento científico e tecnológico da sociedade

através de atividades de ensino, pesquisa e extensão com níveis de excelência internacional”.

          Visão: “Ser um centro de referência nacional e internacional pela sua excelência

acadêmica”.

          No contexto de atender a esses pressupostos, a identidade da Unifesp/SJC está

centrada em três pilares: o primeiro deles é o de consolidar aquilo que o Conselho

Universitário da Universidade definiu que seria o campus, i.e., o Instituto de Ciência e

Tecnologia (ICT) da instituição. O segundo decorre da proposta pedagógica do campus,

notadamente associada à criação de um bacharelado interdisciplinar na área de ciência e

tecnologia. E o terceiro vem da operação do ICT dentro (i.e., nas instalações físicas) do

Parque Tecnológico de São José dos Campos, com o atuar em parceria e em harmonia (ainda

que não exclusivamente, é claro) com os interesses das empresas e institutos de ensino e

pesquisa instalados nesse mesmo parque.



3.1 Do Instituto de Ciência e Tecnologia (ICT)

          O campus foi concebido levando-se em conta a inegável vocação científica e

tecnológica instalada no Vale do Paraíba, mas, como será visto a seguir, é seguro afirmar que

em São José dos Campos a implantação de novos cursos de graduação deu-se de forma

tímida.
12

       Em 2007 foram implantados no campus os cursos de Bacharelado em Ciência da

Computação vespertino e noturno e em 2009 o Bacharelado em Matemática Computacional

diurno. A Tabela I mostra o quadro docente, discente e de pessoal técnico-administrativo

oriundo do projeto Unifesp para os quatro campi criados no âmbito do programa REUNI

(Reestruturação e Expansão das Universidades Federais) do MEC.

       A proporção alunos por docente que decorre dos dados da Tabela I é igual a 11,3 para

Diadema, 13,6 para Guarulhos, 9,9 para a Baixada Santista e 20,0 para São José dos Campos.

Ou seja, a proporção associada ao campus de São José dos Campos é 70% superior à média

dos outros três campi, que é igual a 11,8. Some-se a isso o fato de que o ganho de escala

favorece as instituições grandes e a distorção dos números associados a São José dos Campos

ganha uma dimensão ainda mais significativa.

Tabela I: Quadro comparativo de alunos e de recursos humanos de cada campus conforme
proposto inicialmente no projeto Unifesp/REUNI.




       À luz do que foi visto anteriormente, é desnecessário afirmar que as demandas

regionais não podiam ser consideradas atendidas com a implantação de dois cursos. Sensível

a tal evidência, em Julho de 2009 o Conselho Universitário (CONSU) da Unifesp aprovou a

abertura de cinco novos cursos de graduação na Unifesp/SJC. Mantendo a coerência com a

concepção proposta para o campus, foram aprovadas as aberturas do BCT e das Engenharia

de Materiais, Biomédica, de Energia e de Controle e Automação. Como forma de apoiar o

processo de abertura de novas vagas para o Campus, o CONSU também aprovou a alocação
13

de mais 53 vagas docentes e 37 servidores técnico-administrativos ao campus, tornando

possível a abertura efetiva dos cursos de BCT, Engenharia de Materiais e Engenharia

Biomédica já em 2011. A abertura dos outros dois cursos aprovados pelo CONSU

(Engenharia de Energia e de Controle e Automação) ficou dependente de novas vagas

docentes e de técnico-administrativos.

        Com isto, a proporção alunos por docente para São José dos Campos cai dos 20,0

anteriores para 16,3, patamar ainda 40% superior à média dos outros campi, igual a 11,8.

        Cabe registrar que, mesmo com a vinda de novos servidores e a abertura de mais três

novos cursos de graduação (Bacharelado em Ciência e Tecnologia, Engenharia de Materiais e

Engenharia Biomédica), a capacidade da Unifesp/SJC de atender a demanda regional ainda é

modesta em relação ao apoio que a instituição recebe da Prefeitura Municipal de São José dos

Campos (PMSJC).



3.2 Do Bacharelado em Ciência e Tecnologia (BCT)1

        Até o século XIX, o conhecimento humano parecia ter uma dinâmica essencialmente

cumulativa, ainda que pontilhada por correções ocasionais de rumo. O extraordinário

1
         O texto desta sub-seção é de autoria do Prof. Helio Waldman, atual Reitor da UFABC. Pequenas

adaptações necessárias ao contexto deste documento foram feitas com a autorização do autor. O texto original

foi obtido em http://www.ufabc.edu.br/index.php?option=com_content&view=article&id=628&Itemid=74. A

opção pela inclusão deste texto neste local se deu em decorrência do fato dele ser o produto de muitas horas de

debates sobre a concepção do BCT na UFABC. Assim, o texto foi lido por muitos, teve diversas versões e,

consequentemente, atingiu um elevado grau de maturidade e aceitação coletiva. Nesse contexto, portanto, ele

cumpre bem o papel de descrever em linhas gerais, sem detalhamentos, os fundamentos de um bacharelado

interdisciplinar em Ciência e Tecnologia.
14

crescimento da Ciência e da Tecnologia ocorrido no século XX revelou a existência de uma

dinâmica própria, mais complicada, que caracteriza a evolução do conhecimento em nosso

tempo. A obsolescência deixou de ser um acidente, e passou a ser um fato esperado, e até

programado.

       Em última análise, o conhecimento tecnológico é dirigido para a sua incorporação em

artefatos que multiplicam as potencialidades da vida humana. Automóveis são dirigidos por

motoristas que não precisam conhecer os princípios da mecânica nem da combustão. O

mesmo ocorre com geladeiras, celulares, etc., mostrando que o conhecimento tecnológico tem

notável capacidade de ser encapsulado em artefatos cujos usuários podem então esquecê-lo ou

ignorá-lo, viabilizando a massificação da tecnologia.

       Com a crescente sofisticação dos artefatos modernos, esse                processo de

encapsulamento é trazido para dentro da própria cultura tecnológica, de maneira que cada

subsistema é projetado a partir de uma abstração dos demais. Artefatos muito complexos

como, por exemplo, redes de computadores, são organizados de antemão em camadas

hierárquicas, para cada uma das quais, sistemas são projetados e comercializados.

       Conjugado ao desenvolvimento da microeletrônica, o conhecimento encapsulado

permite a rápida geração de novas tecnologias que se sucedem em ritmo cada vez mais

acelerado. Nas áreas mais dinâmicas, os ciclos tecnológicos já são reduzidos a poucos anos.

       Nas últimas décadas do século passado, um surto de desregulamentação atingiu

importantes setores da economia, como o setor elétrico e as Telecomunicações, exacerbando o

processo de obsolescência tecnológica, na medida em que o ambiente competitivo pressiona

as empresas para fazer chegar ao mercado os produtos de próxima geração antes de seus

competidores.
15

       Esta situação tem importantes repercussões sobre a empregabilidade dos profissionais

das áreas tecnológicas. No século XXI a duração dos ciclos tecnológicos se reduz tipicamente

a menos de cinco anos, podendo chegar a um ou dois anos em períodos de grande dinamismo.

Considere um aluno que ingressa num curso superior em 2010 para chegar ao mercado de

trabalho em 2014, ou 15. A maior parte do conhecimento profissional que ele terá de aplicar

a partir da sua formatura até 2050, ou 60, quando se aposentar, certamente ainda não existe

hoje nem estará disponível durante o seu curso universitário. Assim sendo, o profissional terá

que renovar o seu conhecimento várias vezes ao longo da carreira, se quiser manter a sua

empregabilidade. Isso nos levará a um processo contínuo de renovação cognitiva, conhecido

como educação continuada. Nesse contexto, será função precípua da graduação preparar os

futuros profissionais para conduzirem a sua educação continuada no futuro. Essa preparação

deve privilegiar um conjunto de conhecimentos básicos e o desenvolvimento de atitudes de

questionamento científico que, devidamente balizados pelo senso de responsabilidade social

derivado da formação humanística, serão usados pelo futuro profissional como plataforma de

educação e reeducação profissional ao longo da vida.

       Os cursos de graduação estruturados pela Universidade durante o século XX, tanto no

Brasil como no Exterior, partem de pressupostos muito diferentes dos descritos acima. Os

cursos tradicionais procuravam dotar o aluno de uma “bagagem” de conhecimentos que o

acompanhariam pelo resto da vida, para serem usados na solução de questões pertinentes a

uma problemática permanente.      Parecia razoável manter o aluno durante cinco anos na

Universidade antes de colocá-lo no mercado de trabalho, de onde ele provavelmente não

voltaria mais. Hoje, porém, esse pressuposto está superado, uma vez que o profissional terá

que renovar seus conhecimentos ao longo da carreira, mantendo para isso alguma forma de
16

interação com a Universidade. Daí a ênfase absoluta numa preparação calcada em conceitos

básicos e postura científica, mediada por visão humanística abrangente e aplicada, voltada

para o enfrentamento de problemáticas novas, e não num conhecimento acabado para ser

aplicado em situações repetitivas.

       O descompasso entre as velhas estruturas e as novas necessidades gera movimentos de

mudança que estão renovando e ampliando os sistemas universitários de países desenvolvidos

e em desenvolvimento. Na Europa, a necessidade de uniformizar os sistemas de ensino dos

países da Comunidade Europeia suscitou a Declaração de Bolonha, que propõe um sistema

inovador com ampla mobilidade.

       No Brasil, a expansão e criação de novas Universidades Federais leva a uma

importante oportunidade de inovar, que não deve ser desperdiçada. Por isso, a Unifesp/SJC

propõe o Curso de Bacharelado Interdisciplinar (BI) em Ciência e Tecnologia (BCT).

       Focados em uma grande área do conhecimento, os BIs se propõem a ensinar os

fundamentos de várias áreas do saber relacionando-as entre si. O Bacharel em Ciência e

Tecnologia, por exemplo, terá sólidos conhecimentos em biologia, computação, física,

matemática e química, além de uma formação humanística que ele receberá em proporções

semelhantes à de cada uma dessas ciências. Um valor fundamental dos BIs é que neles o

aluno é responsável pela escolha de 50% da sua grade curricular, adquirindo na Universidade

o hábito da busca pelo conhecimento, assim conquistando uma autonomia que deverá usar ao

longo de toda a sua vida profissional. Como já visto, a capacidade de adquirir conhecimento

novo com autonomia é a chave da habilitação profissional no século XXI, já que

conhecimentos específicos que um profissional estará usando até mesmo num futuro

eventualmente próximo não podem ser ensinados hoje porque ainda não existem. Por isso, os
17

novos profissionais precisam ser preparados para dialogar com o mundo da pesquisa, de onde

surgem os novos conhecimentos. É esse o propósito dos BIs.

        O curso é concebido para durar três anos ao término dos quais o aluno recebe um

diploma pleno de educação superior. De posse dele, poderá se apresentar ao mercado como

alguém qualificado para trabalhar em qualquer ambiente dinâmico e de novas demandas,

típico da área de ciência e tecnologia, já que terá desenvolvido as habilidades investigativas e

de pesquisa necessárias para a prática contínua da inovação.

        Ao término do BI, outras trajetórias também são possíveis. Aqueles que tiverem

encontrado forte vocação científica, por exemplo, poderão rumar diretamente para a pós-

graduação, enquanto outros, com mais um ou dois anos de estudos, poderão concluir um

curso de formação específica, como um bacharelado, licenciatura ou engenharia típicos da

área de ciência e tecnologia.



3.3 Do Parque Tecnológico de São José dos Campos (Parqtec-SJC)

3.3.1 – Conceituação Preliminar sobre Parques Tecnológicos2

        Parques Tecnológicos são ambientes de inovação. Como tal, instrumentos implantados

em países desenvolvidos e em desenvolvimento para dinamizar economias regionais e

nacionais, agregando-lhes conteúdo de conhecimento. Com isso essas economias tornam-se

mais competitivas no cenário internacional e geram empregos de qualidade, bem-estar social,

além de impostos. É típico que esses parques se localizem próximos a universidades e centros


2
         Texto integralmente retirado de "Parques Tecnológicos: Ambientes de Inovação", de João E. Steiner,

Marisa B. Cassim e Antonio C. Robazzi que pode ser encontrado em

http://www.iea.usp.br/iea/textos/steinercassimrobazziparquestec.pdf (acesso em 14/08/2010).
18

de pesquisa, geradores de conhecimento e, principalmente, de recursos humanos altamente

qualificados. Essa proximidade gera sinergias e oportunidades. O Brasil é um país que

despertou tardiamente para a inovação tecnológica. Apesar de possuir uma boa capacidade de

gerar conhecimento, não foi capaz de produzir, concomitantemente, uma política eficaz de

uso do conhecimento. No estado de São Paulo esse descompasso é mais notório, por possuir

as instituições acadêmicas mais avançadas. O Sistema Paulista de Parques Tecnológicos foi

instituído pelo governo paulista com o objetivo de estruturar uma política que incentive a

criação e a articulação de parques tecnológicos no Estado de São Paulo. Para isso é necessário

articular os três níveis do poder público, os diversos setores da academia e o setor privado,

tanto o industrial como o de serviços e o imobiliário.



3.3.2 – Especificidades do Parque Tecnológico de São José dos Campos3

        O Parque Tecnológico de São José dos Campos (ParqTec-SJC) faz parte do Sistema

Paulista de Parques Tecnológicos criado por decreto do Governo do estado de São Paulo em

de 6 de fevereiro de 2006.

        O Núcleo do Parque localiza-se em um prédio de 30.000 m2 situado em um terreno de

188.000m² ao longo da via Dutra, 12 km a nordeste de São José dos Campos.

        A administração central é exercida pela Associação Parque Tecnológico de São José

dos Campos, entidade gestora com personalidade jurídica própria e sem fins lucrativos,

qualificada pelo poder público municipal como organização social, com quem firmou contrato




3
        Boa parte do texto desta seção foi retirada de www.pqtec.org.br. Dados adicionais sobre o PqTec-SJC

podem ser encontrados no Anexo B.
19

de gestão. À Associação cabe a tarefa de administrar o condomínio com as funções de

induzir, articular, regular e fiscalizar as atividades implantadas no Parque.

       Nos próximos anos o Parqtec-SJC deverá se expandir de maneira vigorosa em uma

área definida por lei de 12.500.000m² em torno do seu Núcleo. A expansão se dará em um

ambiente de parcerias com entidades vocacionadas à agregação de valores tecnológicos, em

segmentos como Aeronáutica, Espaço, Defesa, Energia e Meio Ambiente, e outros, com

expectativa de geração de cerca de 20 mil novos postos de empregos especializados.

       A missão do Parqtec-SJC é promover a interação entre instituições de ensino e

pesquisa, empresas, governos e entidades de fomento e investimento visando à inovação

tecnológica, à criação de novas empresas de base tecnológica, à melhoria da competitividade

industrial, à revitalização de economias locais e regionais, à geração de novos empregos.



3.3.3 – Da Unifesp no Parque Tecnológico de São José dos Campos

       As páginas do Parqtec-SJC na Internet anunciam que “a próxima instituição de ensino

e pesquisa a ter seu campus instalado no Parque será a Universidade Federal de São Paulo.

No dia 02 de fevereiro de 2010 a prefeitura do município doou à Unifesp uma área de 126 mil

m2 com essa finalidade. As obras terão início em 2011.”

       O início das obras em 2011 foi confirmado em declaração do Ministro da Educação,

na presença do Reitor da Unifesp, do Prefeito Municipal e de diversas autoridades locais, por

ocasião da inauguração do novo prédio de cerca de quatro mil m2 de área construída

localizado no atual campus. Totalmente construído pela Prefeitura Municipal de São José dos

Campos, o prédio foi inaugurado no dia 13 de agosto de 2010.
20

       A estratégia de atrelar a identidade da Unifesp/SJC ao Parqtec-SJC parece ser muito

interessante. Em primeiro lugar, e pragmaticamente, as oportunidades de atuar em conjunto

com as empresas, institutos de pesquisa e outras instituições de ensino superior presentes nas

instalações do parque são muito promissoras (sinergia profissional, ganhos de escala, uso

conjunto de equipamentos, oportunidades de aplicação das pesquisas, etc). Ainda, quem

visita o Parqtec-SJC dificilmente deixa de manifestar sua surpresa com a qualidade das

instalações e dos espaços. O terreno doado à Unifesp/SJC é amplo, fica numa área com muita

área verde e nas proximidades de outras áreas semelhantes que abrigarão outras instituições

de ensino. Tudo aponta para campus universitário muito atraente a seus alunos. Finalmente,

conversas já em curso com autoridades do parque indicam o interesse preliminar das

empresas do Parqtec-SJC em construir moradias que abrigariam estudantes de graduação e

pós-graduação e professores e pesquisadores visitantes da Unifesp/SJC e das demais

instituições de ensino e pesquisa ali estabelecidas.



3.4 Outros: O Centro de Divulgação Científica e Tecnológica

       O crescente impacto da ciência e tecnologia em diferentes setores da nossa vida torna

indispensável um estreito contato e, principalmente, um amplo entendimento das alavancas e

alicerces que impulsionam e sustentam os avanços científicos-tecnológicos. Neste sentido,

ações que efetivamente criem um espaço adequado para uma ampla divulgação da ciência e

da tecnologia podem não só auxiliar a escolha profissional do adolescente, quanto favorecer o

contato de grupos sociais tradicionalmente deixados à margem dos avanços em C&T. O

resultado destas ações é muito gratificante e valioso: estudantes do ensino fundamental e
21

médio encontram nestes espaços um ambiente propício para se encontrarem e debaterem

ciência e a tecnologia.

       Nas últimas décadas diversos Centros e Museus de Ciência, principalmente nas

universidades públicas, foram instalados no Brasil com o propósito de popularizar a ciência e

a tecnologia. Exemplos destas ações são: a Estação Ciência-USP, o Museu Exploratório de

Ciências da Unicamp, o Museu da Vida da Fiocruz , o Museu da UFRGS, o CDCC da USP

São Carlos e a Casa da Ciência da UFRJ. Estes centros vem implantando projetos que têm por

objetivo transmitir os avanços da ciência para público escolar, com atividades interativas,

lúdicas e interdisciplinares como: as Mostras Científicas, Mostra de Vídeo, Experimentoteca,

Teatro Científico, Exposições e mini-cursos. Estes centros e museus atendem um público

amplo e diversificado, de milhares de pessoas, rompendo os limites de ser apenas um trabalho

de abrangência local. A Estação Ciência da USP, por exemplo, recebe anualmente um público

de aproximadamente 400 mil pessoas. Estes espaços de divulgação científica instigam e

provocam nos jovens o verdadeiro gosto pela ciência que na maioria das vezes eles não teriam

em suas escolas.

       O Campus São José dos Campos, criado para ser o Instituto de Ciência e Tecnologia

da Unifesp, não poderia ficar alheio a esta importante questão. Por esta razão, o Campus

propõe a criação do Centro de Divulgação Científica e Tecnológica da Unifesp, órgão este

pertencente ao Campus e vinculado à Pró-reitoria de Extensão. Este Centro de Divulgação

terá como função promover projetos e ações de divulgação da ciência e tecnologia. Entre eles

podemos citar mostras permanentes de Física, Química, Biologia, Matemática, Programas

externos e itinerantes de popularização da Ciência, Olimpíadas Científicas, projetos que

despertam vocações, entre outros, voltados para crianças, jovens e adultos. Neste Centro o
22

público terá a possibilidade de ver, tocar, discutir e refletir sobre questões científicas-

tecnológicas. Uma parcela significativa dos recursos físicos e atividades permanentes do

Centro de divulgação deverá contemplar a participação ativa do visitante, ou seja, terão um

caráter interativo. Isto porque a experimentação pessoal ainda é a melhor maneira para se

aproximar de novos conhecimentos, resgatando a curiosidade pela descoberta do mundo da

ciência e tecnologia.

       Com estas ações pretendemos que os jovens que passarem pelo Centro de Divulgação

comecem a discutir com seus professores e familiares o seu futuro profissional, ou seja, a sua

entrada na Universidade. Com esse estímulo, acreditamos que no futuro teremos profissionais

bem definidos em suas carreiras, inclusive minimizando problemas como a evasão escolar e o

abandono dos cursos. Um fato importante a ser destacado é que na região do Vale do Paraíba,

não existe nenhum museu ou centro cultural deste tipo, como pode ser constatado no Guia de

Centros e Museus de Ciência do Brasil 2009, publicado pela Associação Brasileira de Centros

e                Museus                 de                 Ciência                (ABCMC).
23

4    Do Perfil do Egresso

       As diretrizes curriculares para os Cursos de Graduação deverão garantir a formação do

seguinte perfil do egresso: sólida formação técnico-científica e profissional geral que o

capacite a absorver e desenvolver novas tecnologias, estimulando a sua atuação crítica e

criativa na identificação e resolução de problemas, considerando seus aspectos políticos-

econômicos, sociais, ambientais e culturais, com visão ética e humanística, em atendimento às

demandas da sociedade.

       O BCT da Unifesp/SJC ainda está em fase de concepção, mas, em linhas gerais, ele

deverá seguir a tendência de outros bacharelados interdisciplinares semelhantes que vêm

sendo oferecidos em diversas universidades federais. Essa tendência é a de propiciar um

ambiente em que os alunos cumpram um conjunto de disciplinas comuns e obrigatórias e,

depois disso, sejam convidados a compor o restante de seus currículos através da escolha de

disciplinas agrupadas em dois grandes conjuntos: as eletivas e as livres. As eletivas compõem

um grupo de disciplinas da área de ciência e tecnologia caracterizadas por serem mais

específicas, i.e., serem menos básicas. Um possível exemplo seria Termodinâmica, que pode

ser importante para aqueles que começam a demonstrar tendência pelo estudo de Engenharia

de Materiais, mas que já é muito específica para alguém que comece a se interessar por um

Bacharelado em Ciência da Computação. Já as livres, como o próprio nome diz, são de

escolha livre no conjunto de todas as disciplinas oferecidas a cada período letivo.       As

proporções entre disciplinas obrigatórias, eletivas e livres costumam se situar nas

proximidades de 50, 25 e 25%.
24

        Há que se entender, portanto, que dois portadores do diploma de Bacharel em Ciência

e Tecnologia eventualmente podem ter apenas 50% (ou algo próximo disso) de disciplinas em

comum, caso todas as suas escolhas de disciplinas eletivas e livres divirjam.

        Como consequencia disso, a descrição do perfil do egresso só pode ser feita em um

nível de abstração elevado, sem especificidades. Esse também é um tema a respeito do qual

as discussões na UFABC já amadureceram bastante, razão pela qual o texto abaixo, retirado

do documento “Síntese do projeto pedagógico do curso bacharelado em ciência e tecnologia 4”

foi escolhido para descrever, em linhas gerais, o perfil do egresso do BCT da Unifesp/SJC.

        Fundamentado por uma formação com forte base científica e tecnológica, o egresso do

Curso de Bacharelado em Ciência e Tecnologia estará habilitado a aplicar os conhecimentos

adquiridos por meio de uma visão contextualizada da sociedade moderna, tendo como

princípio uma postura ética e socialmente comprometida, na realização de tarefas e na solução

de problemas. Este profissional poderá:

     Atuar em organizações públicas, privadas ou do terceiro setor, em especial na área de

        Ciência e Tecnologia (C&T), como pesquisador, gestor e consultor;

     Atuar em atividades de pesquisa em Ciência e Tecnologia, inclusive por meio de

        estudos em nível de pós-graduação stricto sensu e/ou lato sensu;

     Atuar no comércio (vendas, gerenciamento e serviços relacionados a produtos na área

        de C&T ou em outras áreas que exijam a postura de um profissional formado em nível

        superior);




4
         http://gradmat.ufabc.edu.br/images/stories/projeto-pedagogico-bacharelado-ciencia-tecnologia_bct.pdf,

(acesso feito em 14/08/2010)
25

 Dar continuidade aos seus estudos, optando por um dos cursos de graduação com

   conteúdo de formação específica;

 Empreender seu próprio negócio em C&T;

 Ocupar cargos de tecnologista em instituições de pesquisa;

 Ocupar cargos de nível superior oferecidos em concursos públicos.
26

5    Da Proposta Didático-Pedagógica

5.1 Pressupostos

       Diante do contexto atual, uma nova visão de educação impõe mudanças nas propostas

pedagógicas e organizacionais do ensino superior, considerando a relevância e a necessidade

da educação permanente e de um processo educativo centrado na aprendizagem dos

estudantes.

       A ação educativa na era tecnológica terá que privilegiar aspectos tais como: a

flexibilidade, a criatividade, a autonomia, a inovação, a rapidez de adaptação às mudanças e

transformações, ao estudo permanente e ao trabalho cooperativo. O desafio imposto pelas

transformações do mundo atual e as exigências de adaptação, de participação e de

responsabilidade estimulam os estudantes a prepararem-se física, intelectual e afetivamente

para lidar com a instabilidade, a produção do conhecimento em fluxo. A sociedade atual,

caracterizada pela inovação e pela alta tecnologia, solicita da educação o desenvolvimento de

habilidades e competências relacionadas com o pensamento sistêmico, a investigação, a

abstração e a solidariedade, no sentido de cooperação.

       Para responder aos desafios da globalização, torna-se necessário formar e qualificar

profissionais, cujas atividades e tarefas que terão de realizar estão em constante evolução. O

estudante deverá ser formado para atuar em instituições que terão uma organização sistêmica

e em redes, na qual a informação transitará por meio de canais múltiplos e informais e a

iniciativa será mais predominante do que a obediência, assim como as orientações da ação

serão mais complexas devido à ampliação dos mercados e das fronteiras. Dessa forma, a

proposta pedagógica do Campus São José dos Campos garantirá condições para que os
27

estudantes possam ter um desempenho profissional coerente com o contexto em que se

inserem, possam melhorar sua capacidade de trabalhar em equipe, de utilizar a informação de

maneira autônoma, de desenvolver a auto realização e a capacidade criativa e, finalmente,

elaborar um pensamento complexo em relação ao funcionamento do mundo.

       Podem ser destacadas como finalidades da ação educativa no Campus São José dos

Campos da UNIFESP, nas áreas dos cursos que ministra:

           A formação de profissionais e especialistas de nível superior aptos para a

          inserção no mercado de trabalho e para a participação no desenvolvimento

          tecnológico da sociedade;

           A realização de pesquisas e o estímulo às ações criativas e diferenciadas pelo

          incentivo e cooperação com o desenvolvimento de estudos nas áreas de interesse;

           A extensão do ensino e da pesquisa à comunidade por meio de programas e

          serviços especiais, visando à difusão das conquistas e benefícios resultantes da

          criação cultural e produção da pesquisa produzidas na Instituição;

           O estímulo à formação e capacitação profissional na área de Ciências e

          Tecnologia, valorizando a criação cultural e o desenvolvimento do espírito

          científico e do pensamento reflexivo;

           O incentivo à valorização humana e social das profissões em Ciências e

          Tecnologia e

           A promoção do intercâmbio educacional, científico e tecnológico entre

          instituições congêneres nacionais e internacionais.

       Na prática educativa, deve estar explícito o papel da Universidade na formação de

profissionais para uma sociedade que demanda cada vez mais aptidões voltadas à resolução
28

de problemas, ao trato com as incertezas e à busca de compreensão sobre o ainda

desconhecido.

         A proposta pedagógica viabiliza o desenvolvimento da capacidade de aprendizado

contínuo, da perspectiva do “aprender a aprender” e “saber fazer”. Cabe à Universidade,

oportunizar ao estudante o desenvolvimento da capacidade de aprender a aprender, isto é, a

capacidade de estudar, de conhecer as diversas áreas do conhecimento humano, identificar e

localizar suas fontes e desenvolver a iniciativa e a capacidade de trabalho.

         Diante das inúmeras possibilidades e aplicações da área de Ciências e Tecnologia,

decorrentes das necessidades da sociedade contemporânea, outras habilidades importantes

serão incentivadas, tais como: flexibilidade e adaptação tecnológica, capacidade de análise e

crítica, criatividade na solução de problemas, empreendedorismo, gestão, habilidade de

comunicação escrita e oral, conhecimento do meio ambiente e exercício da cidadania e da

ética.

         O trabalho pedagógico desenvolvido no Campus São José dos Campos valorizará o

desenvolvimento de habilidades básicas de leitura, redação, comunicação oral e de realização

de cálculos utilizando sequências matemáticas adequadas. Outro grupo de habilidades que o

trabalho pedagógico estará privilegiando é o das habilidades de raciocínio: pensamento

criativo, capacidade de tomar decisões, aprender a aprender; a habilidade de raciocínio é

entendida como capacidade de identificar uma regra ou princípio subjacente à relação entre

dois ou mais objetos e aplicá-la na solução de problemas. Finalmente, as habilidades e

atitudes de caráter pessoal terão seu desenvolvimento estimulado pela responsabilidade, a

auto-estima, a sociabilidade, o auto gerenciamento, a integridade, a honestidade e a

solidariedade.
29

       A proposta pedagógica dos cursos privilegiará, ainda:

                 A capacidade para aplicar seus conhecimentos de forma independente e

                inovadora, acompanhando a evolução do setor e contribuindo na busca de

                soluções nas diferentes áreas aplicadas;

               A formação humanística, permitindo a compreensão do mundo e da sociedade

                e o desenvolvimento de habilidades de trabalho em grupo e de comunicação e

                expressão;

               A preocupação constante com a atualização tecnológica e com o estado da arte;

               A domínio da língua inglesa para leitura técnica na área

               O conhecimento básico das legislações trabalhista e de propriedade intelectual.

       A ciência cognitiva orienta que a melhor maneira de se adquirir habilidades de

aprendizagem é contextualizando o processo, ou seja, colocando-se os objetivos da

aprendizagem em uma situação real, afastando-se do ensino teórico que precede a prática

profissional.

       O professor tenha consciência da importância e da influência que o processo

comunicacional, por ele gerenciado, tem na construção do conhecimento do aluno, na

aprendizagem e na educação, “as palavras desempenham um papel central não só no

desenvolvimento do pensamento, mas também na evolução histórica da consciência como um

todo. Uma palavra é um microcosmo da consciência humana”.5

       Considerando a aprendizagem significativa, torna-se necessário envolver o estudante

como um todo, suas idéias, sua cultura, seus sentimentos, com o processo educativo e para


5
        Vygotsky (1993) Pensamento e linguagem. Pág.132
30

tanto, cabe ao professor estimular o relacionamento do conteúdo com o universo de

conhecimentos e de experiências vividas, possibilitando a formulação de questões que sejam

interessantes para o educando, permitindo-lhe o confronto experimental com problemas

práticos e relevantes de natureza social, ética e profissional. Desta forma, o aluno assume a

responsabilidade do processo de aprendizagem e tem condições de transferir o conhecimento

adquirido para novas circunstâncias e situações da vida, suscitando efetivamente mudanças no

seu comportamento e configurando a aprendizagem como um processo e eminentemente

pessoal.     “A aprendizagem é individual na existência do sujeito; na essência, ela é

profundamente social”.6

         Masseto7 define como um dos princípios da aprendizagem o bom relacionamento

interpessoal entre os participantes do processo educativo, seja aluno, professor e grupo da

classe. “São características desse relacionamento o comportamento de diálogo, colaboração,

participação, trabalho em conjunto, clima de confiança”.

        Assim sendo, a comunicação pode ser considerada como um pré-requisito da

aprendizagem, na medida em que o diálogo é uma estratégia de construção da relação entre as

pessoas participantes do processo, relação esta que se configura como sendo a base sobre a

qual se desenvolve a aprendizagem.




6
         Denise Leite ( 1997) Aprendizagens do estudante universitário. Pág. 167.



7
         Maria Célia de Abreu e Marcos Masseto (1990) O professor universitário em aula: prática e princípios

teóricos. Pág. 115
31

5.2 Aspectos Metodológicos

       O projeto pedagógico permite que a instituição trabalhe os pilares básicos da educação

superior, exercendo a função articuladora e visando integrar todas as ações – de ensino, de

pesquisa, de extensão.

       Essas ações serão desenvolvidas interdisciplinarmente, envolvendo docentes e

discentes em torno de uma prática pedagógica consistente; possibilitando a explicitação da

identidade do curso e da faculdade e permitindo a avaliação contínua que possibilitará a

retroalimentação do processo.

       O conhecimento desenvolvido e trabalhado pela faculdade nos torna mais humanos,

mais livres, pois o medo do desconhecido diminui e nos faz compreender melhor o mundo e a

pessoa humana.




5.3 Sistema de Avaliação

5.3.1. Sistema de Avaliação do Processo de Ensino e Aprendizagem

       A avaliação da aprendizagem é um processo contínuo de acompanhamento do

desempenho dos alunos, feita por meio de procedimentos, instrumentos e critérios adequados

aos objetivos, conteúdos e metodologias referentes a cada atividade curricular. É um elemento

fundamental de reordenação da prática pedagógica, pois permite um diagnóstico da situação e

indica formas de intervenção no processo, com vistas à aquisição do conhecimento, à

aprendizagem e à reflexão sobre a própria prática, tanto para os alunos como para os

professores.
32

        Compreender a avaliação como diagnóstico significa ter o cuidado constante de

observar, nas produções e manifestações dos alunos, os sinais ou indicadores de sua situação

de aprendizagem.

        Na base desta avaliação está o caráter contínuo de diagnóstico e acompanhamento,

sempre tendo em vista o progresso dos alunos e sua aproximação aos alvos pretendidos a

partir de sua situação real.

        A avaliação presente no curso de Bacharelado em Ciência e Tecnologia, fundamentada

na concepção de que o que se pretende não é simplesmente medir aprendizagem segundo

escalas ou valores, mas interpretar a caminhada dos alunos com base nos registros e

apreciações sobre seu trabalho sem, no entanto, limitar a liberdade de cada professor. As

avaliações são realizadas em vários momentos e não se restringem somente a uma avaliação

de conteúdos ao final do processo. Há avaliações em grupo e individuais, trabalhos, listas de

exercícios, avaliação da participação, do interesse, da pontualidade, da assiduidade, da postura

profissional ética e cidadã.

        O processo de avaliação do ensino-aprendizagem obedece às normas e procedimentos

estabelecidos pelo Conselho Universitário. A aprendizagem do aluno, nas disciplinas

regulares constantes no currículo, será avaliada ao longo do ano letivo e será expressa, para

fins de registro acadêmico, mediante dois requisitos: frequência e aproveitamento.

       Frequência: A frequência mínima exigida por disciplina é de 75% (setenta e cinco por

        cento) das aulas ministradas. O aluno com frequência inferior a 75% estará

        automaticamente        reprovado   na   disciplina,   independentemente   da   nota   de

        aproveitamento nela obtida.
33

      Aproveitamento: Além da frequência mínima, o aluno deverá obter aprovação por

       aproveitamento auferido por notas das avaliações realizadas no decorrer do período

       letivo.

5.3.2. Sistema de Avaliação do Projeto do Curso

       O acompanhamento do projeto pedagógico do curso será realizado por meio da

atuação conjunta de três esferas: Coordenação de Curso, Comissão de Curso e Docentes, da

seguinte forma:

       O papel da Coordenação na implementação do Projeto Pedagógico está voltado para o

acompanhamento pedagógico do currículo. A relação interdisciplinar e o desenvolvimento do

trabalho conjunto dos docentes só poderão ser alcançados se existir o apoio e o

acompanhamento pedagógico da Coordenação. Portanto, a Coordenação de Curso atuará no

sentido de:

   1. Ser a articuladora e proponente das políticas e práticas pedagógicas;

   2. Integrar o corpo docente que trabalha no Curso;

   3. Discutir com os professores a importância de cada conteúdo no contexto curricular;

   4. Articular a integração entre o corpo docente e discente; e

   5. Acompanhar e avaliar os resultados das estratégias pedagógicas e redefinir novas

       orientações.

       A Comissão de Curso, além de ser o órgão de decisão maior na esfera do Curso,

assumirá o papel de articuladora da formação acadêmica, auxiliando a Coordenação na

definição e acompanhamento das atividades complementares do curso.

Além disso, acompanhará e fará o monitoramento, juntamente com a Coordenação, do

processo de ensino-aprendizagem, no intuito de adequar as orientações para que a formação
34

prevista no Projeto Pedagógico ocorra de forma plena, contribuindo para a inserção adequada

do futuro profissional na sociedade e no mercado de trabalho.

       Porém, as estratégias pedagógicas só terão valor se os docentes participarem como

agentes de transformação e estiverem integrados ao desenvolvimento do currículo, permitindo

a interdisciplinaridade, através do diálogo permanente.

       Os Docentes desenvolverão um papel de instigadores do processo de aprendizagem do

aluno, contribuindo para o desenvolvimento da consciência crítica deste, orientando e

aprimorando as habilidades que o futuro Bacharel em Ciência e Tecnologia deve ter.

       A qualidade do curso, considerando o que dispõe a Lei nº 10.861, de 14 de abril de

2004, será periodicamente monitorada, para providências de aperfeiçoamento, mediante a

aplicação de instrumentos próprios de avaliação, a exemplo da “Avaliação das Unidades

Curriculares” que, respondida pelos discentes, disponibiliza informações sobre o desempenho

didático dos professores e a respeito da infraestrutura fornecida. A “Prova Progresso”, a

exemplo do Teste de Progresso, fornece informações sobre a evolução do aluno durante o

curso, possibilitando a adoção de medidas corretivas, quando necessárias.
35

6    Da Visão Prospectiva e das Considerações Finais

     De acordo com os dados do Censo da Educação Superior de 2008, naquele ano o

município de São José dos Campos dispunha de 310 vagas de ensino superior público e

gratuito, sendo 230 delas federais (100 da Unifesp/SJC e 130 do Instituto Tecnológico de

Aeronáutica, Ministério da Defesa) e 80 estaduais (Faculdade de Odontologia da Unesp).

     Dados daquele mesmo Censo indicavam apenas três municípios com mais habitantes e

menos vagas de ensino superior federal do que São José dos Campos: Osasco, SP; Contagem,

MG e Jaboatão dos Guararapes, PE. Todos esses municípios, entretanto, compõem a grande

metrópole centrada na capital do respectivo estado. Assim, um residente em Osasco está mais

próximo do maior campus da USP do que os residentes de muitos bairros da cidade de São

Paulo, onde a Universidade está localizada.

     Já no caso de São José dos Campos, a vaga mais próxima de ensino superior público

fora do próprio município está a mais de 80 Km de distância, na Faculdade de Engenharia de

Guaratinguetá da Unesp.

     Por outro lado, havia mais de uma centena de municípios com menos habitantes e mais

vagas de ensino superior federal do que São José dos Campos. Alguns deles eram Araguaina,

TO; Arapiraca, AL; Cajazeiras, PB; Capão do Leão, RS; Cruz das Almas, BA; Cruzeiro do

Sul, AC e Parintins, AM.

     De fato, antes da chegada da Unifesp a São José dos Campos o número de vagas de

ensino superior publico e gratuito do município ficou estabilizado em 200 (120 do ITA e 80

da Unesp) por cerca de quatro décadas ao longo das quais a população nacional dobrou (de 90

milhões em 1970 para mais de 190 milhões em 2010) e a do município, que deverá
36

ultrapassar o primeiro milhão de habitantes ao longo da próxima década, quadruplicou (de

150 mil em 1970 para mais de 600 mil em 2010).

     Todas as evidências acima permitem afirmar com segurança que São José dos Campos

é, dentre os municípios de seu porte – e também de mais de uma centena de municípios

menores do que ele – o menos privilegiado município brasileiro no que diz respeito à oferta

de vagas de ensino superior público e gratuito.

     A percepção desse problema por parte da prefeitura do município e o empenho dela em

resolvê-lo se expressa no fato de São José ter recebido o campus da Unifesp da maneira que

recebeu.   Como já visto, as doações de terrenos e prédios feitas pelo município à

Universidade superam, em valor monetário, os dez milhões de reais.

     Por todas essas razões, a Unifesp/SJC oferece à Unifesp como um todo uma

oportunidade ímpar de crescimento com qualidade que a Universidade até aqui pode não ter

percebido inteiramente. Na reunião do Conselho Universitário de 8 de setembro de 2010 os

conselheiros viram uma apresentação em que a Unifesp/SJC teria, em 2017, um horizonte de

planejamento que pode ser considerado longo, 83 docentes ministrando aulas de graduação

para 1.550 alunos.

     Esses números parecem insustentáveis por várias razões.

     Em primeiro lugar, eles representam uma proporção de quase 18 alunos por professor,

número muito além da média praticada na Unifesp, como já visto.            E isso se forem

contabilizados apenas os alunos de graduação, o que significa uma, entre duas possibilidades:

ou o campus não terá cursos de pós-graduação, ou a mesma proporção, contabilizada em

número de alunos equivalentes, saltará para patamares ainda maiores. As duas hipóteses

dificultarão a fixação dos docentes no campus, pois ambas negarão a eles a prática do artigo
37

segundo do Estatuto em vigor da instituição, qual seja, “desempenhar com excelência,

atividades indissociáveis de ensino, pesquisa e extensão”.

     Em segundo, o atual campus da Unifesp/SJC fica situado a menos de 2Km do ITA,

instituição de reconhecida excelência que conta, hoje, com mais de 150 docentes que

ministram cursos de graduação para cerca de 600 alunos, numa proporção inferior a quatro

alunos por docente. Aceitar atuar na mesma área daquele instituto (ciência e tecnologia, com

ênfase em cursos de formação específica nas Engenharias) planejando fazê-lo em situação de

regime, ou estado estacionário, com a metade dos docentes e mais do que o dobro de alunos

parece a receita certa para ser visto como um instituto federal de ensino superior de segunda

classe situado ao lado de outro de primeira.

     É possível trilhar o caminho oposto. Dos três pilares propostos que diferenciam e

identificam o campus, dois já estão em plena implantação.

     O Bacharelado Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia terá início em 2011 e as ações

necessárias para a licitação e o início das obras do campus no Parque Tecnológico se

encontram em pleno curso, com integral apoio da prefeitura municipal que já investiu e

continua demonstrando grande interesse em investir no campus. Deve-se aliar a isso o

compromisso institucional da consolidação do campus como o Instituto de Ciência e

Tecnologia da Universidade, meta que não será atingida com os números citados na referida

reunião do Conselho Universitário.

     Isso não precisa ser feito com pressa e pode e deve ser feito sem aventuras, na forma de

um plano de médio e longo prazo aprovado pela instituição e que seja apresentado ao

município, ao MEC e ao país.
38

     Como números de referência, propostos para discussão, o ICT da Unifesp/SJC se vê

evoluindo ao longo da década que ora se inicia com os seguintes números:
39

ICT – Unifesp/SJC – Década 2011-2020
Corpo Docente                                              500 professores
Técnicos Administrativos                                   300 servidores
Corpo Discente de Graduação                                5.000 alunos
Corpo Discente de Pós-Graduação                            1.500 alunos
Oferta anual de vagas de graduação                         1.000 vagas
Oferta anual de vagas no BCT                               1.000 vagas
Oferta anual de vagas nos cursos pós-BCT (*)               1.000 vagas
(*) Cursos de formação específica



Cursos                                          Ano de implantação          Vagas
Bacharelado em Ciência da Computação                    2007                50
Bacharelado em Matemática Computacional                 2009                50
Bacharelado em Ciência e Tecnologia                     2011 (*)            200
Engenharia de Materiais                                 2011                125
Engenharia Biomédica                                    2011                125
Engenharia de Computação                                2012                125
Engenharia de Automação e Controle                      2012                125
Engenharia de Energia                                   2013                125
Idéias a discutir (**)                                  2013                125
Idéias a discutir (**)                                  2014                50
Idéias a discutir (**)                                  2014                50
Idéias a discutir (**)                                  2015                50
(*) – crescendo a 100 vagas por ano, até atingir 1000 vagas anuais.

(**) - Idéias a discutir: Engenharia de Produção, Engenharia Física, Engenharia do Petróleo,
Bacharelado em Física Computacional, Bioestatística, Petroquímica, Biotecnologia,
Bioquímica, etc.
40




7     ANEXO A: The Bologna Declaration

THE EUROPEAN HIGHER EDUCATION AREA

The Bologna Declaration of 19 June 1999

Joint declaration of the European Ministers of Education

        The European process, thanks to the extraordinary achievements of the last few years,
has become an increasingly concrete and relevant reality for the Union and its citizens.
Enlargement prospects together with deepening relations with other European countries,
provide even wider dimensions to that reality.
        Meanwhile, we are witnessing a growing awareness in large parts of the political and
academic world and in public opinion of the need to establish a more complete and far-
reaching Europe, in particular building upon and strengthening its intellectual, cultural, social
and scientific and technological dimensions.
        A Europe of Knowledge is now widely recognized as an irreplaceable factor for social
and human growth and as an indispensable component to consolidate and enrich the European
citizenship, capable of giving its citizens the necessary competences to face the challenges of
the new millennium, together with an awareness of shared values and belonging to a common
social and cultural space.
        The importance of education and educational co-operation in the development and
strengthening of stable, peaceful and democratic societies is universally acknowledged as
paramount, the more so in view of the situation in South East Europe.
        The Sorbonne declaration of 25th of May 1998, which was underpinned by these
considerations, stressed the Universities' central role in developing European cultural
dimensions. It emphasized the creation of the European area of higher education as a key way
to promote citizens' mobility and employability and the Continent's overall development.
        Several European countries have accepted the invitation to commit themselves to
achieving the objectives set out in the declaration, by signing it or expressing their agreement
in principle. The direction taken by several higher education reforms launched in the
meantime in Europe has proved many Governments' determination to act. European higher
education institutions, for their part, have accepted the challenge and taken up a main role in
constructing the European area of higher education, also in the wake of the fundamental
principles laid down in the Bologna Magna Charta Universitatum of 1988. This is of the
highest importance, given that Universities' independence and autonomy ensure that higher
education and research systems continuously adapt to changing needs, society's demands and
advances in scientific knowledge.
        The course has been set in the right direction and with meaningful purpose. The
achievement of greater compatibility and comparability of the systems of higher education
41

nevertheless requires continual momentum in order to be fully accomplished. We need to
support it through promoting concrete measures to achieve tangible forward steps. The 18th
June meeting saw participation by authoritative experts and scholars from all our countries
and provides us with very useful suggestions on the initiatives to be taken.
         We must in particular look at the objective of increasing the international
competitiveness of the European system of higher education. The vitality and efficiency of
any civilization can be measured by the appeal that its culture has for other countries. We
need to ensure that the European higher education system acquires a world-wide degree of
attraction equal to our extraordinary cultural and scientific traditions.
         While affirming our support to the general principles laid down in the Sorbonne
declaration, we engage in coordinating our policies to reach in the short term, and in any case
within the first decade of the third millennium, the following objectives, which we consider to
be of primary relevance in order to establish the European area of higher education and to
promote the European system of higher education world-wide:
         Adoption of a system of easily readable and comparable degrees, also through the
implementation of the Diploma Supplement, in order to promote European citizens
employability and the international competitiveness of the European higher education system
Adoption of a system essentially based on two main cycles, undergraduate and graduate.
Access to the second cycle shall require successful completion of first cycle studies, lasting a
minimum of three years. The degree awarded after the first cycle shall also be relevant to the
European labor market as an appropriate level of qualification. The second cycle should lead
to the master and/or doctorate degree as in many European countries.
         Establishment of a system of credits - such as in the ECTS system - as a proper means
of promoting the most widespread student mobility. Credits could also be acquired in non-
higher education contexts, including lifelong learning, provided they are recognized by
receiving Universities concerned.
         Promotion of mobility by overcoming obstacles to the effective exercise of free
movement with particular attention to:
-· for students, access to study and training opportunities and to related services
-· for teachers, researchers and administrative staff, recognition and valorization of periods
spent in a European context researching, teaching and training, without prejudicing their
statutory rights.
         Promotion of European co-operation in quality assurance with a view to developing
comparable criteria and methodologies.
         Promotion of the necessary European dimensions in higher education, particularly
with regards to curricular development, interinstitutional co-operation, mobility schemes and
integrated programmes of study, training and research.
         We hereby undertake to attain these objectives - within the framework of our
institutional competences and taking full respect of the diversity of cultures, languages,
national education systems and of University autonomy - to consolidate the European area of
higher education. To that end, we will pursue the ways of intergovernmental co-operation,
together with those of nongovernmental European organizations with competence on higher
education. We expect Universities again to respond promptly and positively and to contribute
actively to the success of our endeavor.
         Convinced that the establishment of the European area of higher education requires
constant support, supervision and adaptation to the continuously evolving needs, we decide to
42

meet again within two years in order to assess the progress achieved and the new steps to be
taken.

Signatories:
 Caspar EINEM, Minister of Science and Transport, (Austria)
 Jan ADE, Director General, Ministry of the Flemish Community, Department of
   Education, (Belgium)
 Gerard SCHMIT, Director General of French Community, Ministry for Higher Education
   and Research, (Belgium)
 Eduard ZEMAN, Minister of Education, Youth and Sport, (Czech Republic)
 Anna Mmia TOTOMANOVA, Vice Minister of Education and Science, (Bulgaria)
 Tonis LUKAS, Minister of Education, (Estonia)
 Margrethe VESTAGER, Minister of Education, (Denmark)
 Claude ALLEGRE, Minister of National Education,, Research and Technology, (France)
 Maija RASK, Minister of Education and Science, (Finland)
 Ute ERDSIEK-RAVE, Minister of Education, Science, Research, And Culture of the
   Land Scheswig-Holstein, (Permanent Conference of the Ministers, of Culture of the
   German Länders)
 Wolf-Michael CATENHUSEN, Parliamentary State Secretary, Federal Ministry of
   Education and Research, (Germany)
 Adam KISS, Deputy State Secretary for Higher Education and, Science, (Hungary)
 Gherassimos ARSENIS, Minister of Public Education and Religious, Affairs, (Greece)
 Pat DOWLING, Principal Officer, Ministry for Education and Science, (Ireland)
 Gudridur SIGURDARDOTTIR, Secretary General, Ministry of Education, Science and
   Culture, (Iceland)
 Tatiana KOKEK, State Minister of Higher Education and Science, (Latvia)
 Ortensio ZECCHINO, Minister of University and Scientific, And Technological
   Research, (Italy)
 Erna HENNICOT-SCHOEPGES, Minister of National Education and Vocational,
   Training, (Luxembourg)
 Kornelijus PLATELIS, Minister of Education and Science, (Lithuania),
 Loek HERMANS, Minister of Education, Culture and Science, (the Netherlands),
 Louis GALEA, Minister of Education, (Malta)
 Wilibald WINKLER, Under Secretary of State of National Education, (Poland)
 Jon LILLETUN, Minister of Education, Research and Church, Affairs, (Norway)
 Andrei MARGA, Minister of National Education, (Romania)
 Eduardo Marçal GRILO, Minister of Education, (Portugal)
 Pavel ZGAGA, State Secretary for Higher Education, (Slovenia)
 Milan FTACNIK, Minister of Education, (Slovak Republic)
 Agneta BLADH, State Secretary for Education and Science, (Sweden)
 D.Jorge FERNANDEZ DIAZ, Secretary of State of Education, Universities,, Research
   and Development, (Spain)
 Baroness Tessa BLACKSTONE of Stoke, Newington, Minister of State for Education and
   Employment, (United Kingdom)
43

   Charles KLEIBER, State Secretary for Science and Research, (Swiss Confederation)




8     ANEXO B: O Parque Tecnológico de SJC

retirado de http://www.pqtec.org.br/


OBJETIVOS

I – Estimular o surgimento, o desenvolvimento, a competitividade e o aumento da
produtividade de empresas cujas atividades estejam fundadas no conhecimento e na inovação
tecnológica;

II – Incentivar a interação e a sinergia entre empresas, instituições de pesquisa, universidades,
instituições prestadoras de serviços ou de suporte às atividades intensivas em conhecimento e
inovação tecnológica;

III – Promover parcerias entre instituições públicas e privadas envolvidas com a pesquisa
científica, a inovação tecnológica inerentes aos serviços e à infraestrutura tecnológica de
apoio à inovação;

IV – Apoiar as atividades de pesquisa, desenvolvimento e de engenharia não-rotineira em
empresas;

V – Propiciar o desenvolvimento do município e região de São José dos Campos, por meio da
atração de investimentos em atividades intensivas em conhecimento e inovação tecnológica;

VI – Executar e orientar a execução de projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação
tecnológicos, relacionados à sua área de atuação;

VII – Incentivar o empreendedorismo público e privado nas áreas de pesquisa, inovação e
desenvolvimento tecnológicos, inclusive por meio do apoio à gestão e a outros aspectos do
negócio.

ESPECIFICIDADES

        A maioria dos parques tecnológicos, no mundo todo, surgiu a partir de competências
já existentes em uma ou mais universidades localizadas em uma mesma região. Neste aspecto,
o Parque Tecnológico de São José dos Campos possui uma característica particular.
        Sua criação não se deu em razão da existência prévia de uma universidade que lhe
oferecesse sustentação, mas sim foi idealizado e está sendo construído com base em um
44

modelo que privilegia a obtenção de novas tecnologias, em áreas específicas, por meio da
atuação conjunta de empresas e instituições de ciência e tecnologia.
       Em razão disso, o Parque Tecnológico de São José dos Campos se alinha entre aqueles
de terceira geração – ou seja, foi criado como fruto de uma política regional/nacional, está
associado ao processo de desenvolvimento econômico e tecnológico do País e é orientado
para o mercado globalizado.
       Os parques tecnológicos de terceira geração também são influenciados por fatores
contemporâneos, como facilidade de acesso ao conhecimento, formação de clusters de
inovação, ganhos de escala motivados pela especialização, vantagens competitivas motivadas
pela diversificação e necessidade de velocidade de desenvolvimento motivada pela
globalização.
       Os negócios tecnológicos do Parque estão organizados em quatro setores:

  – Centros de Desenvolvimento Tecnológico
  – Centros Empresariais
  – Infraestrutura de P,D&I
  – Infraestrutura de serviços


QUEM ESTÁ NO PARQUE:

Empresas

       As empresas que participam das políticas de desenvolvimento tecnológico e inovação
do Parque estão instaladas nos Centros de Desenvolvimento Tecnológico e no Centro
Empresarial I.
       Há também empresas na incubadora do Centro para a Competitividade e Inovação do
Cone Leste Paulista (Cecompi). Outra categoria se refere às empresas sediadas no perímetro
do Parque mas sem vínculos institucionais com ele.

Centros de Desenvolvimento Tecnológico

      Os CDTs abrigam empresas-âncora, que executam projetos de pesquisa,
desenvolvimento e inovação em conjunto com instituições de ciência e tecnologia.


Empresas          CDTs
Embraer           Centro de Desenvolvimento em Tecnologias Aeronáuticas – CDTA
VSE               Centro de Desenvolvimento de Tecnologias em Energia – CDTE
Sabesp           Centro de Desenvolvimento de Tecnologia em Recursos Hídricos e
                 Saneamento Básico – CDTRHSA
SPDM              Centro de Tecnologia e Inovação em Saúde – CTIS
45

– Centro Empresarial I

       Abriga empresas de base tecnológica, de micro e pequeno porte. Veja a relação:

  -Adventure Instruments Indústria e Comércio Ltda.
  -AEC do Brasil Ltda.
  -Airmod Consultoria e Serviços Ltda.
  -Ams Kepler Engenharia de Sistemas.
  -Biossena Brasil Ltda.
  -CNA Consultoria em Novas Aplicações.
  -Dimona Sistemas de Automação Ltda.
  -E-Max Serviços de Gestão em Telecomunicações Ltda.
  -Energi-Uv Ltda.
  -Femto Ciências Aplicadas.
  -FT - Sistemas Ltda. (Flight Technologies).
  -Funcate - Fundação de Ciência, Aplicações e Tecnologia Espaciais.
  -Geopixel Geotecnologias.
  -Hábil Tecnologia Ltda.
  -Lunus Comércio e Representação Ltda.
  -Navcon Navegação e Controle Indústria e Comércio Ltda.
  -NCB Sistemas Embarcados Ltda.
  -Nexus Geoengenharia e Comércio Ltda.
  -Noxt Indústria e Comércio de Produtos Eletrônicos Ltda.
  -Onset Tecnologia Ltda.
  -Oralls Preventive and Community Dentistry.
  -Promaps Soluções em Mapeamento Ltda.
  -Surface Modelos Tridimensionais Ltda.
  -ZNC Sistemas Ltda.

– Cecompi

       O Centro para a Competitividade e Inovação do Cone Leste Paulista (Cecompi) é uma
associação civil de direito privado que mantém uma incubadora de negócios dentro do Parque
Tecnológico de São José dos Campos. São estas as empresas incubadas no Cecompi:

  -CST Biotecnologia
  -Delta Life Tecnologia
  -Dumont Soluções em Ortopedia
  -HD Helen Descart
  -Noxt Tecnologia
  -Oralls
  -Rastreal Ident. em Radiofreqüência
  -Tirante A Adventure Instrumentação
  -Tutus
  -WF7 Software
  -XGerms
46


– Sediadas

       São empresas localizadas no perímetro do Parque Tecnológico, em áreas de
propriedade particular. Essas empresas não têm vínculos institucionais com o Parque, mas
suas atividades devem estar relacionadas, preferencialmente, com o desenvolvimento
tecnológico. As empresas sediadas são:

  -Embraer
  -Ericsson
  -Parker Haniffin


Instituições de Ciência e Tecnologia

      As ICTs presentes no Parque participam dos projetos desenvolvidos nos Centros de
Desenvolvimento Tecnológico. São elas:

ICTs                                      CDTs
Escola de Engenharia da USP/São           Centro de Desenvolvimento de Tecnologias em
Carlos                             Energia – CDTE
Escola Politênica da USP                 Centro de Desenvolvimento de Tecnologia em
                                   Recursos Hídricos e Saneamento Básico – CDTRHSA
Instituto de Pesquisas Tecnológicas       Centro de Desenvolvimento em Tecnologias
– IPT                               Aeronáuticas – CDTA
Instituto de Pesquisas Tecnológicas       Centro de Desenvolvimento de Tecnologia em
– IPT                               Recursos Hídricos e Saneamento Básico – CDTRHSA
Instituto Tecnológico de                 Centro de Desenvolvimento em Tecnologias
Aeronáutica – ITA                  Aeronáuticas – CDTA
Instituto Tecnológico de                 Centro de Desenvolvimento de Tecnologia em
Aeronáutica – ITA                  Recursos Hídricos e Saneamento Básico – CDTRHSA
Laboratório Nacional de                   Centro de Tecnologia e Inovação em Saúde –
Computação Científica – LNCC       CTIS
Universidade Camilo Castelo               Centro de Tecnologia e Inovação em Saúde –
Branco – Unicastelo                CTIS
Universidade Estadual Paulista –          Centro de Tecnologia e Inovação em Saúde –
Unesp                              CTIS
Universidade Federal de São Paulo      Centro de Tecnologia e Inovação em Saúde –
– Unifesp                         CTIS
Universidade Federal de São Paulo       Centro de Desenvolvimento de Tecnologia em
– Unifesp                         Recursos Hídricos e Saneamento Básico – CDTRHSA
47


Instituições de Ensino e Pesquisa

       A Faculdade de Tecnologia (Fatec) de São José dos Campos foi a primeira instituição
de ensino e pesquisa a se instalar no Parque Tecnológico, em 2006. Ela oferece os cursos, em
nível de graduação, de Tecnologia em Logística, Informática, Manutenção de Aeronaves,
Manufatura Aeronáutica e Tecnologia em Banco de Dados ou em Redes de Computadores.
As instalações da Fatec-SJC foram inicialmente providenciadas em área de 1,8 mil m2 cedida
pelo Parque. No segundo semestre de 2010, contudo, deverá estar concluída a construção de
prédio próprio da Fatec-SJC, em terreno de 27,6 mil m2, doado pela prefeitura e área útil
construída 7,6 mil m2.
       A próxima instituição de ensino e pesquisa a ter seu campus instalado no Parque será a
Universidade Federal de São Paulo. No dia 02 de fevereiro de 2010 a prefeitura do município
doou à Unifesp uma área de 126 mil m2 com essa finalidade. As obras terão início em 2011.
Enquanto isso, a Unifesp oferece seus cursos de graduação – bacharelado em Ciências da
Computação e em Matemática Computacional – em instalações cedidas pela Prefeitura de São
José dos Campos, na área central da cidade.

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Perfil acadêmico e identidade do campus da Unifesp - São José dos Campos

  • 1. Universidade Federal de São Paulo Campus São José dos Campos Proposta Perfil acadêmico e identidade do campus da Unifesp - São José dos Campos São José dos Campos, Outubro de 2010
  • 2. i Reitoria Prof. Dr. Walter Manna Albertoni Pró-Reitoria de Graduação Prof. Dr. Miguel Roberto Jorge Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa Prof. Dr. Arnaldo Lopes Colombo Pró-Reitoria de Administração Prof. Dr. Vilnei Mattioli Leite Pró-Reitoria de Extensão Profa. Dra. Eleonora Menicucci de Oliveira Chefe de Gabinete Prof. Dr. Manoel João Batista Castello Girão Diretoria Acadêmica de São José dos Campos Prof. Dr. Armando Zeferino Milioni Departamento de Ciência e Tecnologia de São José dos Campos Prof. Dr. Fábio Fagundes Silveira
  • 3. ii Índice 1 Introdução ......................................................................................................... 3 2 Aspectos Históricos........................................................................................... 6 2.1 Da Unifesp ........................................................................................................................ 6 2.2 Da Cidade de São José dos Campos................................................................................. 7 3 Missão, Visão e Identidade do Campus........................................................ 10 3.1 Do Instituto de Ciência e Tecnologia (ICT) ................................................................... 10 3.2 Do Bacharelado em Ciência e Tecnologia (BCT) .......................................................... 12 3.3 Do Parque Tecnológico de São José dos Campos (Parqtec-SJC) .................................. 16 3.4 Outros: O Centro de Divulgação Científica e Tecnológica ............................................ 19 4 Do Perfil do Egresso ....................................................................................... 21 5 Da Proposta Didático-Pedagógica ................................................................ 23 5.1 Pressupostos ................................................................................................................... 23 5.2 Aspectos Metodológicos ................................................................................................ 27 5.3 Sistema de Avaliação ..................................................................................................... 28 6 Da Visão Prospectiva e das Considerações Finais....................................... 32 7 ANEXO A: The Bologna Declaration ......................................................... 36 8 ANEXO B: O Parque Tecnológico de SJC .................................................. 39
  • 4.
  • 5. 4 1 Introdução Os avanços alcançados pelos principais setores da sociedade contemporânea, tais como o econômico, o de saúde e o da segurança, têm se mostrados totalmente dependentes de inovações científicas e tecnológicas. Os cursos superiores, e em particular os ligados às engenharias e ciências exatas, são inegavelmente uma componente chave destas inovações. As carências do Brasil nesses aspectos podem ser ilustradas com alguns poucos números bastante eloquentes: de acordo com os dados do Instituto de Estatística da UNESCO, em 2005, apenas 16% dos quase 18 milhões de jovens brasileiros na faixa etária entre 18 e 24 anos estavam matriculados no ensino superior. Nesse mesmo ano, essa proporção era de 58% na Argentina e 46% no Chile, para manter a comparação na América Latina. Saindo dela e buscando o “benchmark” global, há a Coreia do Sul, com 93%. Os números se agravavam ainda mais se o foco da análise fosse colocado nas Engenharias. Naquele mesmo ano, dos quase 18 milhões de jovens brasileiros na faixa etária citada, apenas cerca de 350 mil, ou menos de 2% do total, cursavam ensino superior em Engenharia. Na Coreia do Sul, dos 3,3 milhões de jovens na mesma faixa etária, o número de estudantes de engenharia era quase igual a um milhão, ou mais de 30% do total. Ou seja, um país com cerca de 1/5 da população na faixa etária alvo tinha cerca do triplo do número de estudantes de engenharia. A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) está ciente de que tem um papel a desempenhar na eliminação de distorções como as relacionadas acima e, portanto, da necessidade de investir na formação de uma nova geração de profissionais que inclui os engenheiros e bacharéis em áreas científicas. É nesse cenário que a Universidade cria seu Instituto de Ciência e Tecnologia (ICT) em um campus próprio, localizado na cidade de São José dos Campos (Unifesp/SJC). A escolha do município São José dos Campos para sediar o ICT tem como principal justificativa sua vocação e talentos naturais nessa área, decorrentes da presença na cidade de
  • 6. 5 grandes empresas de cunho tecnológico, como a Embraer e a Petrobrás, e de renomados institutos de pesquisa e ensino, como o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). A cidade tem uma conhecida escassez histórica de vagas de ensino superior público e, além disso, conta com um Parque Tecnológico que é apontado como modelo a ser seguido pelos outros parques semelhantes já implantados ou em implantação no estado de São Paulo e no Brasil. Cumpre registrar, todavia, que existir ao lado do ITA, atuando nas mesmas áreas do conhecimento desse instituto - e, portanto, disputando insumos acadêmicos comuns, como docentes e alunos de graduação e pós-graduação - constitui um desafio que não deve ser subestimado. Fundado há mais de 60 anos, o ITA é, sabidamente, e há muitas décadas, um dos mais reconhecidos símbolos de excelência acadêmica do Brasil. A Unifesp, que costuma frequentar e não raro encabeçar as listas de universidades de excelência do país, seguramente não está e nem deve estar disposta a permitir que um instituto seu, como o ICT, não seja visto como referência nacional. A alternativa que parece plausível, nesse cenário, é a de atuar de maneira diferente, mesmo que em áreas semelhantes, ou até eventualmente comuns. E a diferença mais notável aqui proposta se concentra no projeto pedagógico da Unifesp/SJC. Esse projeto será elaborado em harmonia com as novas tendências mundiais do ensino superior, concebidas sob a consciência de que a manutenção do status quo na formação de recursos humanos de alto nível não é suficiente para atender a forte demanda por mudanças que a sociedade contemporânea exige e para responder aos desafios de solucionar importantes problemas relacionados à energia, alimentos, meio ambiente, água, saúde e comunicação, que requerem um conhecimento multidisciplinar por parte do profissional. Nesse contexto, como será visto e justificado adiante, na Unifesp/SJC será implantado o Bacharelado em Ciência e Tecnologia (BCT), inspirado no modelo de unificação dos
  • 7. 6 programas de bacharelado científico da União Europeia que está descrito no documento de 1999 conhecido como “Declaração de Bolonha” (ver Anexo A). O presente documento cumpre exatamente o papel de descrever a Identidade da Unifesp/SJC, tarefa estabelecida na Portaria 07/10, de 15 de abril de 2010, da Pró-Reitoria de Graduação. Sua estrutura é a seguinte: na Seção 2 são abordados aspectos históricos relacionados a Unifesp e à cidade de São José dos Campos. A Seção 3 prossegue com a Missão, a Visão e os três pilares do Campus, quais sejam: (i) ser o Instituto de Ciência e Tecnologia da Unifesp, (ii) ter o Bacharelado Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia como marco da inovação pedagógica do campus e (iii) instalar o campus no Parque Tecnológico de São José dos Campos e alinhar em grande parte as atividades de ensino, pesquisa e extensão do Campus com as atividades ali desenvolvidas. As Seções 4 e 5 são dedicadas, respectivamente, ao Perfil do Egresso e à Proposta Didático-Pedagógica. A Seção 6 trata da Visão Prospectiva e também encerra o documento com comentários e considerações finais.
  • 8. 7 2 Aspectos Históricos 2.1 Da Unifesp A Unifesp teve início em 1933 com a criação da então Escola Paulista de Medicina. Posteriormente, em 1939, foi criada a Escola Paulista de Enfermagem, sendo ambas inicialmente de natureza privada. Em 1956, a Instituição torna-se pública e gratuita, transformando-se em um estabelecimento isolado de ensino superior de natureza autárquica, vinculada ao Ministério de Educação. Em razão da excelência do ensino superior oferecido pela Instituição e por suas destacadas atividades de pesquisa e extensão, mais três cursos de graduação voltados para pesquisa e tecnologia na área da saúde foram criados na década de 60 (cursos de Ciências Biomédicas, Fonoaudiologia e Tecnologia Oftálmica). Em 1994, face sua consolidada posição científica, a Instituição adquire novos contornos e transforma-se na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Em 2005, diante da escassez de vagas de graduação oferecidas pelo ensino público no País, a Unifesp aceita engajar-se no programa de expansão das universidades federais e ampliar e diversificar os seus cursos de graduação e de pós-graduação. A fase de expansão da graduação iniciou-se em 2005, via pacto direto com o Ministério da Educação (MEC), e se firmou em 2006/2007, via ao plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI), com a abertura de 14 novos cursos em 4 novos Campi. Inicialmente, instalou-se na Baixada Santista o Instituto de Saúde e Sociedade, com cursos nas áreas da saúde e correlatas. Em seguida, houve a criação do Instituto de Ciências Ambientais, Químicas e Farmacêuticas, em Diadema, da Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, em Guarulhos e, finalmente, do Instituto de Ciência e Tenologia, em São José dos Campos. Para início de operações em 2011, havia ainda a previsão da instalação de um novo campus na cidade de Osasco.
  • 9. 8 2.2 Da Cidade de São José dos Campos São José dos Campos é um dos maiores e mais importantes municípios do Brasil. De acordo com o IBGE, o município é, por exemplo, o 30o. mais populoso e tem o 21o. maior PIB municipal do país. No ano de 2008 o município exportou sete bilhões de dólares, valor inferior apenas ao do município de São Paulo e semelhante aos alcançados no mesmo período pelo Uruguai e pelo estado do Paraná. Finalmente, de acordo com o Censo da Educação Superior do MEC de 2008, último disponível para consulta, naquele ano as instituições de ensino superior localizadas em São José ofereceram 23 mil vagas, colocando a cidade na 23a. posição do ranking de municípios sob esse indicador. Dessas 23 mil vagas, contudo, apenas 310, ou menos de 1,5% do total, eram de instituições federais e estaduais, ou seja, públicas e gratuitas. Com esse número, a posição de São José dos Campos no ranking nacional de municípios era a 213a. para as vagas públicas estaduais e a 122a. para as federais. São números que destoam de todos os citados anteriormente e que evidenciam uma distorção na qual pode ser vista igualmente uma oportunidade, já que na cidade é uma das maiores do país, como visto acima, e abriga boas escolas de ensino médio. Talvez o mais notável exemplo seja o Colégio Juarez de Siqueira Britto Wanderley, que é mantido pela Embraer e frequenta todas as listas de melhores instituições de ensino médio do Brasil. No Enem de 2009 ele obteve a 34ª posição no ranking envolvendo milhares de escolas do país. Anualmente, cerca de 200 meninos e meninas concluem o ensino médio nesse colégio que – detalhe importante - se destina exclusivamente àqueles que cursaram o ensino fundamental na rede pública, ou seja, oriundos em sua maioria de famílias de renda menos favorecida. Esses talentosos garotos encontravam poucas vagas de
  • 10. 9 ensino superior gratuito em São José dos Campos para dar continuidade a seus estudos. E, por viverem sob restrições orçamentárias frequentemente severas, muitas de suas famílias não podiam custear suas permanências em outro município para estudar em uma instituição pública ou pagar por esses estudos na rede privada local, configurando um cenário que abria a alguns deles a dramática hipótese de ser obrigado a parar de estudar. A decisão da Unifesp de implantar um de seus novos campi em São José dos Campos, que contou com o apoio do MEC e da Prefeitura Municipal, aproveita a oportunidade de se valer desses talentos e, simultaneamente, vem ao encontro do legítimo propósito da população do município. A opção pela instalação na cidade do seu Instituto de Ciência e Tecnologia (ICT) se demonstra acertada em face da reconhecida vocação do município nessa área. Em São José dos Campos estão localizados renomados institutos de pesquisa em ciência e tecnologia, como o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA). No município também estão instaladas empresas como a Embraer, General Motors, Petrobras (presente a partir da Refinaria Henrique Lage, ou Revap), entre muitas outras. E o município conta ainda com a presença de um dos Parques Tecnológicos mais ativos do Estado de São Paulo. Finalizando, cumpre registrar que o município de São José dos Campos recebeu a Unifesp com generosidade e hospitalidade que podem ser contabilizadas em números expressivos: as atuais instalações da Unifesp/SJC se situam em terreno de quase dez mil m2 em que havia um prédio de cerca de mil m2 de área construída. Nesse mesmo terreno a prefeitura construiu ainda um segundo prédio de quase quatro mil m2 de área construída cujo
  • 11. 10 orçamento da construção foi superior a sete milhões de reais. Todos esses imóveis já foram doados definitivamente à Unifesp, assim como também já foi doado o terreno de 125 mil m2 das futuras instalações no Parque Tecnológico. Todos juntos esses imóveis representam um aporte de capital da prefeitura do município à Unifesp que ultrapassa ao dez milhões de reais.
  • 12. 11 3 Missão, Visão e Identidade do Campus A Missão e a Visão da Unifesp/SJC, conforme apresentação feita ao Conselho Universitário da instituição em 15/07/2009, são as seguintes: Missão: “Contribuir para o desenvolvimento científico e tecnológico da sociedade através de atividades de ensino, pesquisa e extensão com níveis de excelência internacional”. Visão: “Ser um centro de referência nacional e internacional pela sua excelência acadêmica”. No contexto de atender a esses pressupostos, a identidade da Unifesp/SJC está centrada em três pilares: o primeiro deles é o de consolidar aquilo que o Conselho Universitário da Universidade definiu que seria o campus, i.e., o Instituto de Ciência e Tecnologia (ICT) da instituição. O segundo decorre da proposta pedagógica do campus, notadamente associada à criação de um bacharelado interdisciplinar na área de ciência e tecnologia. E o terceiro vem da operação do ICT dentro (i.e., nas instalações físicas) do Parque Tecnológico de São José dos Campos, com o atuar em parceria e em harmonia (ainda que não exclusivamente, é claro) com os interesses das empresas e institutos de ensino e pesquisa instalados nesse mesmo parque. 3.1 Do Instituto de Ciência e Tecnologia (ICT) O campus foi concebido levando-se em conta a inegável vocação científica e tecnológica instalada no Vale do Paraíba, mas, como será visto a seguir, é seguro afirmar que em São José dos Campos a implantação de novos cursos de graduação deu-se de forma tímida.
  • 13. 12 Em 2007 foram implantados no campus os cursos de Bacharelado em Ciência da Computação vespertino e noturno e em 2009 o Bacharelado em Matemática Computacional diurno. A Tabela I mostra o quadro docente, discente e de pessoal técnico-administrativo oriundo do projeto Unifesp para os quatro campi criados no âmbito do programa REUNI (Reestruturação e Expansão das Universidades Federais) do MEC. A proporção alunos por docente que decorre dos dados da Tabela I é igual a 11,3 para Diadema, 13,6 para Guarulhos, 9,9 para a Baixada Santista e 20,0 para São José dos Campos. Ou seja, a proporção associada ao campus de São José dos Campos é 70% superior à média dos outros três campi, que é igual a 11,8. Some-se a isso o fato de que o ganho de escala favorece as instituições grandes e a distorção dos números associados a São José dos Campos ganha uma dimensão ainda mais significativa. Tabela I: Quadro comparativo de alunos e de recursos humanos de cada campus conforme proposto inicialmente no projeto Unifesp/REUNI. À luz do que foi visto anteriormente, é desnecessário afirmar que as demandas regionais não podiam ser consideradas atendidas com a implantação de dois cursos. Sensível a tal evidência, em Julho de 2009 o Conselho Universitário (CONSU) da Unifesp aprovou a abertura de cinco novos cursos de graduação na Unifesp/SJC. Mantendo a coerência com a concepção proposta para o campus, foram aprovadas as aberturas do BCT e das Engenharia de Materiais, Biomédica, de Energia e de Controle e Automação. Como forma de apoiar o processo de abertura de novas vagas para o Campus, o CONSU também aprovou a alocação
  • 14. 13 de mais 53 vagas docentes e 37 servidores técnico-administrativos ao campus, tornando possível a abertura efetiva dos cursos de BCT, Engenharia de Materiais e Engenharia Biomédica já em 2011. A abertura dos outros dois cursos aprovados pelo CONSU (Engenharia de Energia e de Controle e Automação) ficou dependente de novas vagas docentes e de técnico-administrativos. Com isto, a proporção alunos por docente para São José dos Campos cai dos 20,0 anteriores para 16,3, patamar ainda 40% superior à média dos outros campi, igual a 11,8. Cabe registrar que, mesmo com a vinda de novos servidores e a abertura de mais três novos cursos de graduação (Bacharelado em Ciência e Tecnologia, Engenharia de Materiais e Engenharia Biomédica), a capacidade da Unifesp/SJC de atender a demanda regional ainda é modesta em relação ao apoio que a instituição recebe da Prefeitura Municipal de São José dos Campos (PMSJC). 3.2 Do Bacharelado em Ciência e Tecnologia (BCT)1 Até o século XIX, o conhecimento humano parecia ter uma dinâmica essencialmente cumulativa, ainda que pontilhada por correções ocasionais de rumo. O extraordinário 1 O texto desta sub-seção é de autoria do Prof. Helio Waldman, atual Reitor da UFABC. Pequenas adaptações necessárias ao contexto deste documento foram feitas com a autorização do autor. O texto original foi obtido em http://www.ufabc.edu.br/index.php?option=com_content&view=article&id=628&Itemid=74. A opção pela inclusão deste texto neste local se deu em decorrência do fato dele ser o produto de muitas horas de debates sobre a concepção do BCT na UFABC. Assim, o texto foi lido por muitos, teve diversas versões e, consequentemente, atingiu um elevado grau de maturidade e aceitação coletiva. Nesse contexto, portanto, ele cumpre bem o papel de descrever em linhas gerais, sem detalhamentos, os fundamentos de um bacharelado interdisciplinar em Ciência e Tecnologia.
  • 15. 14 crescimento da Ciência e da Tecnologia ocorrido no século XX revelou a existência de uma dinâmica própria, mais complicada, que caracteriza a evolução do conhecimento em nosso tempo. A obsolescência deixou de ser um acidente, e passou a ser um fato esperado, e até programado. Em última análise, o conhecimento tecnológico é dirigido para a sua incorporação em artefatos que multiplicam as potencialidades da vida humana. Automóveis são dirigidos por motoristas que não precisam conhecer os princípios da mecânica nem da combustão. O mesmo ocorre com geladeiras, celulares, etc., mostrando que o conhecimento tecnológico tem notável capacidade de ser encapsulado em artefatos cujos usuários podem então esquecê-lo ou ignorá-lo, viabilizando a massificação da tecnologia. Com a crescente sofisticação dos artefatos modernos, esse processo de encapsulamento é trazido para dentro da própria cultura tecnológica, de maneira que cada subsistema é projetado a partir de uma abstração dos demais. Artefatos muito complexos como, por exemplo, redes de computadores, são organizados de antemão em camadas hierárquicas, para cada uma das quais, sistemas são projetados e comercializados. Conjugado ao desenvolvimento da microeletrônica, o conhecimento encapsulado permite a rápida geração de novas tecnologias que se sucedem em ritmo cada vez mais acelerado. Nas áreas mais dinâmicas, os ciclos tecnológicos já são reduzidos a poucos anos. Nas últimas décadas do século passado, um surto de desregulamentação atingiu importantes setores da economia, como o setor elétrico e as Telecomunicações, exacerbando o processo de obsolescência tecnológica, na medida em que o ambiente competitivo pressiona as empresas para fazer chegar ao mercado os produtos de próxima geração antes de seus competidores.
  • 16. 15 Esta situação tem importantes repercussões sobre a empregabilidade dos profissionais das áreas tecnológicas. No século XXI a duração dos ciclos tecnológicos se reduz tipicamente a menos de cinco anos, podendo chegar a um ou dois anos em períodos de grande dinamismo. Considere um aluno que ingressa num curso superior em 2010 para chegar ao mercado de trabalho em 2014, ou 15. A maior parte do conhecimento profissional que ele terá de aplicar a partir da sua formatura até 2050, ou 60, quando se aposentar, certamente ainda não existe hoje nem estará disponível durante o seu curso universitário. Assim sendo, o profissional terá que renovar o seu conhecimento várias vezes ao longo da carreira, se quiser manter a sua empregabilidade. Isso nos levará a um processo contínuo de renovação cognitiva, conhecido como educação continuada. Nesse contexto, será função precípua da graduação preparar os futuros profissionais para conduzirem a sua educação continuada no futuro. Essa preparação deve privilegiar um conjunto de conhecimentos básicos e o desenvolvimento de atitudes de questionamento científico que, devidamente balizados pelo senso de responsabilidade social derivado da formação humanística, serão usados pelo futuro profissional como plataforma de educação e reeducação profissional ao longo da vida. Os cursos de graduação estruturados pela Universidade durante o século XX, tanto no Brasil como no Exterior, partem de pressupostos muito diferentes dos descritos acima. Os cursos tradicionais procuravam dotar o aluno de uma “bagagem” de conhecimentos que o acompanhariam pelo resto da vida, para serem usados na solução de questões pertinentes a uma problemática permanente. Parecia razoável manter o aluno durante cinco anos na Universidade antes de colocá-lo no mercado de trabalho, de onde ele provavelmente não voltaria mais. Hoje, porém, esse pressuposto está superado, uma vez que o profissional terá que renovar seus conhecimentos ao longo da carreira, mantendo para isso alguma forma de
  • 17. 16 interação com a Universidade. Daí a ênfase absoluta numa preparação calcada em conceitos básicos e postura científica, mediada por visão humanística abrangente e aplicada, voltada para o enfrentamento de problemáticas novas, e não num conhecimento acabado para ser aplicado em situações repetitivas. O descompasso entre as velhas estruturas e as novas necessidades gera movimentos de mudança que estão renovando e ampliando os sistemas universitários de países desenvolvidos e em desenvolvimento. Na Europa, a necessidade de uniformizar os sistemas de ensino dos países da Comunidade Europeia suscitou a Declaração de Bolonha, que propõe um sistema inovador com ampla mobilidade. No Brasil, a expansão e criação de novas Universidades Federais leva a uma importante oportunidade de inovar, que não deve ser desperdiçada. Por isso, a Unifesp/SJC propõe o Curso de Bacharelado Interdisciplinar (BI) em Ciência e Tecnologia (BCT). Focados em uma grande área do conhecimento, os BIs se propõem a ensinar os fundamentos de várias áreas do saber relacionando-as entre si. O Bacharel em Ciência e Tecnologia, por exemplo, terá sólidos conhecimentos em biologia, computação, física, matemática e química, além de uma formação humanística que ele receberá em proporções semelhantes à de cada uma dessas ciências. Um valor fundamental dos BIs é que neles o aluno é responsável pela escolha de 50% da sua grade curricular, adquirindo na Universidade o hábito da busca pelo conhecimento, assim conquistando uma autonomia que deverá usar ao longo de toda a sua vida profissional. Como já visto, a capacidade de adquirir conhecimento novo com autonomia é a chave da habilitação profissional no século XXI, já que conhecimentos específicos que um profissional estará usando até mesmo num futuro eventualmente próximo não podem ser ensinados hoje porque ainda não existem. Por isso, os
  • 18. 17 novos profissionais precisam ser preparados para dialogar com o mundo da pesquisa, de onde surgem os novos conhecimentos. É esse o propósito dos BIs. O curso é concebido para durar três anos ao término dos quais o aluno recebe um diploma pleno de educação superior. De posse dele, poderá se apresentar ao mercado como alguém qualificado para trabalhar em qualquer ambiente dinâmico e de novas demandas, típico da área de ciência e tecnologia, já que terá desenvolvido as habilidades investigativas e de pesquisa necessárias para a prática contínua da inovação. Ao término do BI, outras trajetórias também são possíveis. Aqueles que tiverem encontrado forte vocação científica, por exemplo, poderão rumar diretamente para a pós- graduação, enquanto outros, com mais um ou dois anos de estudos, poderão concluir um curso de formação específica, como um bacharelado, licenciatura ou engenharia típicos da área de ciência e tecnologia. 3.3 Do Parque Tecnológico de São José dos Campos (Parqtec-SJC) 3.3.1 – Conceituação Preliminar sobre Parques Tecnológicos2 Parques Tecnológicos são ambientes de inovação. Como tal, instrumentos implantados em países desenvolvidos e em desenvolvimento para dinamizar economias regionais e nacionais, agregando-lhes conteúdo de conhecimento. Com isso essas economias tornam-se mais competitivas no cenário internacional e geram empregos de qualidade, bem-estar social, além de impostos. É típico que esses parques se localizem próximos a universidades e centros 2 Texto integralmente retirado de "Parques Tecnológicos: Ambientes de Inovação", de João E. Steiner, Marisa B. Cassim e Antonio C. Robazzi que pode ser encontrado em http://www.iea.usp.br/iea/textos/steinercassimrobazziparquestec.pdf (acesso em 14/08/2010).
  • 19. 18 de pesquisa, geradores de conhecimento e, principalmente, de recursos humanos altamente qualificados. Essa proximidade gera sinergias e oportunidades. O Brasil é um país que despertou tardiamente para a inovação tecnológica. Apesar de possuir uma boa capacidade de gerar conhecimento, não foi capaz de produzir, concomitantemente, uma política eficaz de uso do conhecimento. No estado de São Paulo esse descompasso é mais notório, por possuir as instituições acadêmicas mais avançadas. O Sistema Paulista de Parques Tecnológicos foi instituído pelo governo paulista com o objetivo de estruturar uma política que incentive a criação e a articulação de parques tecnológicos no Estado de São Paulo. Para isso é necessário articular os três níveis do poder público, os diversos setores da academia e o setor privado, tanto o industrial como o de serviços e o imobiliário. 3.3.2 – Especificidades do Parque Tecnológico de São José dos Campos3 O Parque Tecnológico de São José dos Campos (ParqTec-SJC) faz parte do Sistema Paulista de Parques Tecnológicos criado por decreto do Governo do estado de São Paulo em de 6 de fevereiro de 2006. O Núcleo do Parque localiza-se em um prédio de 30.000 m2 situado em um terreno de 188.000m² ao longo da via Dutra, 12 km a nordeste de São José dos Campos. A administração central é exercida pela Associação Parque Tecnológico de São José dos Campos, entidade gestora com personalidade jurídica própria e sem fins lucrativos, qualificada pelo poder público municipal como organização social, com quem firmou contrato 3 Boa parte do texto desta seção foi retirada de www.pqtec.org.br. Dados adicionais sobre o PqTec-SJC podem ser encontrados no Anexo B.
  • 20. 19 de gestão. À Associação cabe a tarefa de administrar o condomínio com as funções de induzir, articular, regular e fiscalizar as atividades implantadas no Parque. Nos próximos anos o Parqtec-SJC deverá se expandir de maneira vigorosa em uma área definida por lei de 12.500.000m² em torno do seu Núcleo. A expansão se dará em um ambiente de parcerias com entidades vocacionadas à agregação de valores tecnológicos, em segmentos como Aeronáutica, Espaço, Defesa, Energia e Meio Ambiente, e outros, com expectativa de geração de cerca de 20 mil novos postos de empregos especializados. A missão do Parqtec-SJC é promover a interação entre instituições de ensino e pesquisa, empresas, governos e entidades de fomento e investimento visando à inovação tecnológica, à criação de novas empresas de base tecnológica, à melhoria da competitividade industrial, à revitalização de economias locais e regionais, à geração de novos empregos. 3.3.3 – Da Unifesp no Parque Tecnológico de São José dos Campos As páginas do Parqtec-SJC na Internet anunciam que “a próxima instituição de ensino e pesquisa a ter seu campus instalado no Parque será a Universidade Federal de São Paulo. No dia 02 de fevereiro de 2010 a prefeitura do município doou à Unifesp uma área de 126 mil m2 com essa finalidade. As obras terão início em 2011.” O início das obras em 2011 foi confirmado em declaração do Ministro da Educação, na presença do Reitor da Unifesp, do Prefeito Municipal e de diversas autoridades locais, por ocasião da inauguração do novo prédio de cerca de quatro mil m2 de área construída localizado no atual campus. Totalmente construído pela Prefeitura Municipal de São José dos Campos, o prédio foi inaugurado no dia 13 de agosto de 2010.
  • 21. 20 A estratégia de atrelar a identidade da Unifesp/SJC ao Parqtec-SJC parece ser muito interessante. Em primeiro lugar, e pragmaticamente, as oportunidades de atuar em conjunto com as empresas, institutos de pesquisa e outras instituições de ensino superior presentes nas instalações do parque são muito promissoras (sinergia profissional, ganhos de escala, uso conjunto de equipamentos, oportunidades de aplicação das pesquisas, etc). Ainda, quem visita o Parqtec-SJC dificilmente deixa de manifestar sua surpresa com a qualidade das instalações e dos espaços. O terreno doado à Unifesp/SJC é amplo, fica numa área com muita área verde e nas proximidades de outras áreas semelhantes que abrigarão outras instituições de ensino. Tudo aponta para campus universitário muito atraente a seus alunos. Finalmente, conversas já em curso com autoridades do parque indicam o interesse preliminar das empresas do Parqtec-SJC em construir moradias que abrigariam estudantes de graduação e pós-graduação e professores e pesquisadores visitantes da Unifesp/SJC e das demais instituições de ensino e pesquisa ali estabelecidas. 3.4 Outros: O Centro de Divulgação Científica e Tecnológica O crescente impacto da ciência e tecnologia em diferentes setores da nossa vida torna indispensável um estreito contato e, principalmente, um amplo entendimento das alavancas e alicerces que impulsionam e sustentam os avanços científicos-tecnológicos. Neste sentido, ações que efetivamente criem um espaço adequado para uma ampla divulgação da ciência e da tecnologia podem não só auxiliar a escolha profissional do adolescente, quanto favorecer o contato de grupos sociais tradicionalmente deixados à margem dos avanços em C&T. O resultado destas ações é muito gratificante e valioso: estudantes do ensino fundamental e
  • 22. 21 médio encontram nestes espaços um ambiente propício para se encontrarem e debaterem ciência e a tecnologia. Nas últimas décadas diversos Centros e Museus de Ciência, principalmente nas universidades públicas, foram instalados no Brasil com o propósito de popularizar a ciência e a tecnologia. Exemplos destas ações são: a Estação Ciência-USP, o Museu Exploratório de Ciências da Unicamp, o Museu da Vida da Fiocruz , o Museu da UFRGS, o CDCC da USP São Carlos e a Casa da Ciência da UFRJ. Estes centros vem implantando projetos que têm por objetivo transmitir os avanços da ciência para público escolar, com atividades interativas, lúdicas e interdisciplinares como: as Mostras Científicas, Mostra de Vídeo, Experimentoteca, Teatro Científico, Exposições e mini-cursos. Estes centros e museus atendem um público amplo e diversificado, de milhares de pessoas, rompendo os limites de ser apenas um trabalho de abrangência local. A Estação Ciência da USP, por exemplo, recebe anualmente um público de aproximadamente 400 mil pessoas. Estes espaços de divulgação científica instigam e provocam nos jovens o verdadeiro gosto pela ciência que na maioria das vezes eles não teriam em suas escolas. O Campus São José dos Campos, criado para ser o Instituto de Ciência e Tecnologia da Unifesp, não poderia ficar alheio a esta importante questão. Por esta razão, o Campus propõe a criação do Centro de Divulgação Científica e Tecnológica da Unifesp, órgão este pertencente ao Campus e vinculado à Pró-reitoria de Extensão. Este Centro de Divulgação terá como função promover projetos e ações de divulgação da ciência e tecnologia. Entre eles podemos citar mostras permanentes de Física, Química, Biologia, Matemática, Programas externos e itinerantes de popularização da Ciência, Olimpíadas Científicas, projetos que despertam vocações, entre outros, voltados para crianças, jovens e adultos. Neste Centro o
  • 23. 22 público terá a possibilidade de ver, tocar, discutir e refletir sobre questões científicas- tecnológicas. Uma parcela significativa dos recursos físicos e atividades permanentes do Centro de divulgação deverá contemplar a participação ativa do visitante, ou seja, terão um caráter interativo. Isto porque a experimentação pessoal ainda é a melhor maneira para se aproximar de novos conhecimentos, resgatando a curiosidade pela descoberta do mundo da ciência e tecnologia. Com estas ações pretendemos que os jovens que passarem pelo Centro de Divulgação comecem a discutir com seus professores e familiares o seu futuro profissional, ou seja, a sua entrada na Universidade. Com esse estímulo, acreditamos que no futuro teremos profissionais bem definidos em suas carreiras, inclusive minimizando problemas como a evasão escolar e o abandono dos cursos. Um fato importante a ser destacado é que na região do Vale do Paraíba, não existe nenhum museu ou centro cultural deste tipo, como pode ser constatado no Guia de Centros e Museus de Ciência do Brasil 2009, publicado pela Associação Brasileira de Centros e Museus de Ciência (ABCMC).
  • 24. 23 4 Do Perfil do Egresso As diretrizes curriculares para os Cursos de Graduação deverão garantir a formação do seguinte perfil do egresso: sólida formação técnico-científica e profissional geral que o capacite a absorver e desenvolver novas tecnologias, estimulando a sua atuação crítica e criativa na identificação e resolução de problemas, considerando seus aspectos políticos- econômicos, sociais, ambientais e culturais, com visão ética e humanística, em atendimento às demandas da sociedade. O BCT da Unifesp/SJC ainda está em fase de concepção, mas, em linhas gerais, ele deverá seguir a tendência de outros bacharelados interdisciplinares semelhantes que vêm sendo oferecidos em diversas universidades federais. Essa tendência é a de propiciar um ambiente em que os alunos cumpram um conjunto de disciplinas comuns e obrigatórias e, depois disso, sejam convidados a compor o restante de seus currículos através da escolha de disciplinas agrupadas em dois grandes conjuntos: as eletivas e as livres. As eletivas compõem um grupo de disciplinas da área de ciência e tecnologia caracterizadas por serem mais específicas, i.e., serem menos básicas. Um possível exemplo seria Termodinâmica, que pode ser importante para aqueles que começam a demonstrar tendência pelo estudo de Engenharia de Materiais, mas que já é muito específica para alguém que comece a se interessar por um Bacharelado em Ciência da Computação. Já as livres, como o próprio nome diz, são de escolha livre no conjunto de todas as disciplinas oferecidas a cada período letivo. As proporções entre disciplinas obrigatórias, eletivas e livres costumam se situar nas proximidades de 50, 25 e 25%.
  • 25. 24 Há que se entender, portanto, que dois portadores do diploma de Bacharel em Ciência e Tecnologia eventualmente podem ter apenas 50% (ou algo próximo disso) de disciplinas em comum, caso todas as suas escolhas de disciplinas eletivas e livres divirjam. Como consequencia disso, a descrição do perfil do egresso só pode ser feita em um nível de abstração elevado, sem especificidades. Esse também é um tema a respeito do qual as discussões na UFABC já amadureceram bastante, razão pela qual o texto abaixo, retirado do documento “Síntese do projeto pedagógico do curso bacharelado em ciência e tecnologia 4” foi escolhido para descrever, em linhas gerais, o perfil do egresso do BCT da Unifesp/SJC. Fundamentado por uma formação com forte base científica e tecnológica, o egresso do Curso de Bacharelado em Ciência e Tecnologia estará habilitado a aplicar os conhecimentos adquiridos por meio de uma visão contextualizada da sociedade moderna, tendo como princípio uma postura ética e socialmente comprometida, na realização de tarefas e na solução de problemas. Este profissional poderá:  Atuar em organizações públicas, privadas ou do terceiro setor, em especial na área de Ciência e Tecnologia (C&T), como pesquisador, gestor e consultor;  Atuar em atividades de pesquisa em Ciência e Tecnologia, inclusive por meio de estudos em nível de pós-graduação stricto sensu e/ou lato sensu;  Atuar no comércio (vendas, gerenciamento e serviços relacionados a produtos na área de C&T ou em outras áreas que exijam a postura de um profissional formado em nível superior); 4 http://gradmat.ufabc.edu.br/images/stories/projeto-pedagogico-bacharelado-ciencia-tecnologia_bct.pdf, (acesso feito em 14/08/2010)
  • 26. 25  Dar continuidade aos seus estudos, optando por um dos cursos de graduação com conteúdo de formação específica;  Empreender seu próprio negócio em C&T;  Ocupar cargos de tecnologista em instituições de pesquisa;  Ocupar cargos de nível superior oferecidos em concursos públicos.
  • 27. 26 5 Da Proposta Didático-Pedagógica 5.1 Pressupostos Diante do contexto atual, uma nova visão de educação impõe mudanças nas propostas pedagógicas e organizacionais do ensino superior, considerando a relevância e a necessidade da educação permanente e de um processo educativo centrado na aprendizagem dos estudantes. A ação educativa na era tecnológica terá que privilegiar aspectos tais como: a flexibilidade, a criatividade, a autonomia, a inovação, a rapidez de adaptação às mudanças e transformações, ao estudo permanente e ao trabalho cooperativo. O desafio imposto pelas transformações do mundo atual e as exigências de adaptação, de participação e de responsabilidade estimulam os estudantes a prepararem-se física, intelectual e afetivamente para lidar com a instabilidade, a produção do conhecimento em fluxo. A sociedade atual, caracterizada pela inovação e pela alta tecnologia, solicita da educação o desenvolvimento de habilidades e competências relacionadas com o pensamento sistêmico, a investigação, a abstração e a solidariedade, no sentido de cooperação. Para responder aos desafios da globalização, torna-se necessário formar e qualificar profissionais, cujas atividades e tarefas que terão de realizar estão em constante evolução. O estudante deverá ser formado para atuar em instituições que terão uma organização sistêmica e em redes, na qual a informação transitará por meio de canais múltiplos e informais e a iniciativa será mais predominante do que a obediência, assim como as orientações da ação serão mais complexas devido à ampliação dos mercados e das fronteiras. Dessa forma, a proposta pedagógica do Campus São José dos Campos garantirá condições para que os
  • 28. 27 estudantes possam ter um desempenho profissional coerente com o contexto em que se inserem, possam melhorar sua capacidade de trabalhar em equipe, de utilizar a informação de maneira autônoma, de desenvolver a auto realização e a capacidade criativa e, finalmente, elaborar um pensamento complexo em relação ao funcionamento do mundo. Podem ser destacadas como finalidades da ação educativa no Campus São José dos Campos da UNIFESP, nas áreas dos cursos que ministra:  A formação de profissionais e especialistas de nível superior aptos para a inserção no mercado de trabalho e para a participação no desenvolvimento tecnológico da sociedade;  A realização de pesquisas e o estímulo às ações criativas e diferenciadas pelo incentivo e cooperação com o desenvolvimento de estudos nas áreas de interesse;  A extensão do ensino e da pesquisa à comunidade por meio de programas e serviços especiais, visando à difusão das conquistas e benefícios resultantes da criação cultural e produção da pesquisa produzidas na Instituição;  O estímulo à formação e capacitação profissional na área de Ciências e Tecnologia, valorizando a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico e do pensamento reflexivo;  O incentivo à valorização humana e social das profissões em Ciências e Tecnologia e  A promoção do intercâmbio educacional, científico e tecnológico entre instituições congêneres nacionais e internacionais. Na prática educativa, deve estar explícito o papel da Universidade na formação de profissionais para uma sociedade que demanda cada vez mais aptidões voltadas à resolução
  • 29. 28 de problemas, ao trato com as incertezas e à busca de compreensão sobre o ainda desconhecido. A proposta pedagógica viabiliza o desenvolvimento da capacidade de aprendizado contínuo, da perspectiva do “aprender a aprender” e “saber fazer”. Cabe à Universidade, oportunizar ao estudante o desenvolvimento da capacidade de aprender a aprender, isto é, a capacidade de estudar, de conhecer as diversas áreas do conhecimento humano, identificar e localizar suas fontes e desenvolver a iniciativa e a capacidade de trabalho. Diante das inúmeras possibilidades e aplicações da área de Ciências e Tecnologia, decorrentes das necessidades da sociedade contemporânea, outras habilidades importantes serão incentivadas, tais como: flexibilidade e adaptação tecnológica, capacidade de análise e crítica, criatividade na solução de problemas, empreendedorismo, gestão, habilidade de comunicação escrita e oral, conhecimento do meio ambiente e exercício da cidadania e da ética. O trabalho pedagógico desenvolvido no Campus São José dos Campos valorizará o desenvolvimento de habilidades básicas de leitura, redação, comunicação oral e de realização de cálculos utilizando sequências matemáticas adequadas. Outro grupo de habilidades que o trabalho pedagógico estará privilegiando é o das habilidades de raciocínio: pensamento criativo, capacidade de tomar decisões, aprender a aprender; a habilidade de raciocínio é entendida como capacidade de identificar uma regra ou princípio subjacente à relação entre dois ou mais objetos e aplicá-la na solução de problemas. Finalmente, as habilidades e atitudes de caráter pessoal terão seu desenvolvimento estimulado pela responsabilidade, a auto-estima, a sociabilidade, o auto gerenciamento, a integridade, a honestidade e a solidariedade.
  • 30. 29 A proposta pedagógica dos cursos privilegiará, ainda:  A capacidade para aplicar seus conhecimentos de forma independente e inovadora, acompanhando a evolução do setor e contribuindo na busca de soluções nas diferentes áreas aplicadas;  A formação humanística, permitindo a compreensão do mundo e da sociedade e o desenvolvimento de habilidades de trabalho em grupo e de comunicação e expressão;  A preocupação constante com a atualização tecnológica e com o estado da arte;  A domínio da língua inglesa para leitura técnica na área  O conhecimento básico das legislações trabalhista e de propriedade intelectual. A ciência cognitiva orienta que a melhor maneira de se adquirir habilidades de aprendizagem é contextualizando o processo, ou seja, colocando-se os objetivos da aprendizagem em uma situação real, afastando-se do ensino teórico que precede a prática profissional. O professor tenha consciência da importância e da influência que o processo comunicacional, por ele gerenciado, tem na construção do conhecimento do aluno, na aprendizagem e na educação, “as palavras desempenham um papel central não só no desenvolvimento do pensamento, mas também na evolução histórica da consciência como um todo. Uma palavra é um microcosmo da consciência humana”.5 Considerando a aprendizagem significativa, torna-se necessário envolver o estudante como um todo, suas idéias, sua cultura, seus sentimentos, com o processo educativo e para 5 Vygotsky (1993) Pensamento e linguagem. Pág.132
  • 31. 30 tanto, cabe ao professor estimular o relacionamento do conteúdo com o universo de conhecimentos e de experiências vividas, possibilitando a formulação de questões que sejam interessantes para o educando, permitindo-lhe o confronto experimental com problemas práticos e relevantes de natureza social, ética e profissional. Desta forma, o aluno assume a responsabilidade do processo de aprendizagem e tem condições de transferir o conhecimento adquirido para novas circunstâncias e situações da vida, suscitando efetivamente mudanças no seu comportamento e configurando a aprendizagem como um processo e eminentemente pessoal. “A aprendizagem é individual na existência do sujeito; na essência, ela é profundamente social”.6 Masseto7 define como um dos princípios da aprendizagem o bom relacionamento interpessoal entre os participantes do processo educativo, seja aluno, professor e grupo da classe. “São características desse relacionamento o comportamento de diálogo, colaboração, participação, trabalho em conjunto, clima de confiança”. Assim sendo, a comunicação pode ser considerada como um pré-requisito da aprendizagem, na medida em que o diálogo é uma estratégia de construção da relação entre as pessoas participantes do processo, relação esta que se configura como sendo a base sobre a qual se desenvolve a aprendizagem. 6 Denise Leite ( 1997) Aprendizagens do estudante universitário. Pág. 167. 7 Maria Célia de Abreu e Marcos Masseto (1990) O professor universitário em aula: prática e princípios teóricos. Pág. 115
  • 32. 31 5.2 Aspectos Metodológicos O projeto pedagógico permite que a instituição trabalhe os pilares básicos da educação superior, exercendo a função articuladora e visando integrar todas as ações – de ensino, de pesquisa, de extensão. Essas ações serão desenvolvidas interdisciplinarmente, envolvendo docentes e discentes em torno de uma prática pedagógica consistente; possibilitando a explicitação da identidade do curso e da faculdade e permitindo a avaliação contínua que possibilitará a retroalimentação do processo. O conhecimento desenvolvido e trabalhado pela faculdade nos torna mais humanos, mais livres, pois o medo do desconhecido diminui e nos faz compreender melhor o mundo e a pessoa humana. 5.3 Sistema de Avaliação 5.3.1. Sistema de Avaliação do Processo de Ensino e Aprendizagem A avaliação da aprendizagem é um processo contínuo de acompanhamento do desempenho dos alunos, feita por meio de procedimentos, instrumentos e critérios adequados aos objetivos, conteúdos e metodologias referentes a cada atividade curricular. É um elemento fundamental de reordenação da prática pedagógica, pois permite um diagnóstico da situação e indica formas de intervenção no processo, com vistas à aquisição do conhecimento, à aprendizagem e à reflexão sobre a própria prática, tanto para os alunos como para os professores.
  • 33. 32 Compreender a avaliação como diagnóstico significa ter o cuidado constante de observar, nas produções e manifestações dos alunos, os sinais ou indicadores de sua situação de aprendizagem. Na base desta avaliação está o caráter contínuo de diagnóstico e acompanhamento, sempre tendo em vista o progresso dos alunos e sua aproximação aos alvos pretendidos a partir de sua situação real. A avaliação presente no curso de Bacharelado em Ciência e Tecnologia, fundamentada na concepção de que o que se pretende não é simplesmente medir aprendizagem segundo escalas ou valores, mas interpretar a caminhada dos alunos com base nos registros e apreciações sobre seu trabalho sem, no entanto, limitar a liberdade de cada professor. As avaliações são realizadas em vários momentos e não se restringem somente a uma avaliação de conteúdos ao final do processo. Há avaliações em grupo e individuais, trabalhos, listas de exercícios, avaliação da participação, do interesse, da pontualidade, da assiduidade, da postura profissional ética e cidadã. O processo de avaliação do ensino-aprendizagem obedece às normas e procedimentos estabelecidos pelo Conselho Universitário. A aprendizagem do aluno, nas disciplinas regulares constantes no currículo, será avaliada ao longo do ano letivo e será expressa, para fins de registro acadêmico, mediante dois requisitos: frequência e aproveitamento.  Frequência: A frequência mínima exigida por disciplina é de 75% (setenta e cinco por cento) das aulas ministradas. O aluno com frequência inferior a 75% estará automaticamente reprovado na disciplina, independentemente da nota de aproveitamento nela obtida.
  • 34. 33  Aproveitamento: Além da frequência mínima, o aluno deverá obter aprovação por aproveitamento auferido por notas das avaliações realizadas no decorrer do período letivo. 5.3.2. Sistema de Avaliação do Projeto do Curso O acompanhamento do projeto pedagógico do curso será realizado por meio da atuação conjunta de três esferas: Coordenação de Curso, Comissão de Curso e Docentes, da seguinte forma: O papel da Coordenação na implementação do Projeto Pedagógico está voltado para o acompanhamento pedagógico do currículo. A relação interdisciplinar e o desenvolvimento do trabalho conjunto dos docentes só poderão ser alcançados se existir o apoio e o acompanhamento pedagógico da Coordenação. Portanto, a Coordenação de Curso atuará no sentido de: 1. Ser a articuladora e proponente das políticas e práticas pedagógicas; 2. Integrar o corpo docente que trabalha no Curso; 3. Discutir com os professores a importância de cada conteúdo no contexto curricular; 4. Articular a integração entre o corpo docente e discente; e 5. Acompanhar e avaliar os resultados das estratégias pedagógicas e redefinir novas orientações. A Comissão de Curso, além de ser o órgão de decisão maior na esfera do Curso, assumirá o papel de articuladora da formação acadêmica, auxiliando a Coordenação na definição e acompanhamento das atividades complementares do curso. Além disso, acompanhará e fará o monitoramento, juntamente com a Coordenação, do processo de ensino-aprendizagem, no intuito de adequar as orientações para que a formação
  • 35. 34 prevista no Projeto Pedagógico ocorra de forma plena, contribuindo para a inserção adequada do futuro profissional na sociedade e no mercado de trabalho. Porém, as estratégias pedagógicas só terão valor se os docentes participarem como agentes de transformação e estiverem integrados ao desenvolvimento do currículo, permitindo a interdisciplinaridade, através do diálogo permanente. Os Docentes desenvolverão um papel de instigadores do processo de aprendizagem do aluno, contribuindo para o desenvolvimento da consciência crítica deste, orientando e aprimorando as habilidades que o futuro Bacharel em Ciência e Tecnologia deve ter. A qualidade do curso, considerando o que dispõe a Lei nº 10.861, de 14 de abril de 2004, será periodicamente monitorada, para providências de aperfeiçoamento, mediante a aplicação de instrumentos próprios de avaliação, a exemplo da “Avaliação das Unidades Curriculares” que, respondida pelos discentes, disponibiliza informações sobre o desempenho didático dos professores e a respeito da infraestrutura fornecida. A “Prova Progresso”, a exemplo do Teste de Progresso, fornece informações sobre a evolução do aluno durante o curso, possibilitando a adoção de medidas corretivas, quando necessárias.
  • 36. 35 6 Da Visão Prospectiva e das Considerações Finais De acordo com os dados do Censo da Educação Superior de 2008, naquele ano o município de São José dos Campos dispunha de 310 vagas de ensino superior público e gratuito, sendo 230 delas federais (100 da Unifesp/SJC e 130 do Instituto Tecnológico de Aeronáutica, Ministério da Defesa) e 80 estaduais (Faculdade de Odontologia da Unesp). Dados daquele mesmo Censo indicavam apenas três municípios com mais habitantes e menos vagas de ensino superior federal do que São José dos Campos: Osasco, SP; Contagem, MG e Jaboatão dos Guararapes, PE. Todos esses municípios, entretanto, compõem a grande metrópole centrada na capital do respectivo estado. Assim, um residente em Osasco está mais próximo do maior campus da USP do que os residentes de muitos bairros da cidade de São Paulo, onde a Universidade está localizada. Já no caso de São José dos Campos, a vaga mais próxima de ensino superior público fora do próprio município está a mais de 80 Km de distância, na Faculdade de Engenharia de Guaratinguetá da Unesp. Por outro lado, havia mais de uma centena de municípios com menos habitantes e mais vagas de ensino superior federal do que São José dos Campos. Alguns deles eram Araguaina, TO; Arapiraca, AL; Cajazeiras, PB; Capão do Leão, RS; Cruz das Almas, BA; Cruzeiro do Sul, AC e Parintins, AM. De fato, antes da chegada da Unifesp a São José dos Campos o número de vagas de ensino superior publico e gratuito do município ficou estabilizado em 200 (120 do ITA e 80 da Unesp) por cerca de quatro décadas ao longo das quais a população nacional dobrou (de 90 milhões em 1970 para mais de 190 milhões em 2010) e a do município, que deverá
  • 37. 36 ultrapassar o primeiro milhão de habitantes ao longo da próxima década, quadruplicou (de 150 mil em 1970 para mais de 600 mil em 2010). Todas as evidências acima permitem afirmar com segurança que São José dos Campos é, dentre os municípios de seu porte – e também de mais de uma centena de municípios menores do que ele – o menos privilegiado município brasileiro no que diz respeito à oferta de vagas de ensino superior público e gratuito. A percepção desse problema por parte da prefeitura do município e o empenho dela em resolvê-lo se expressa no fato de São José ter recebido o campus da Unifesp da maneira que recebeu. Como já visto, as doações de terrenos e prédios feitas pelo município à Universidade superam, em valor monetário, os dez milhões de reais. Por todas essas razões, a Unifesp/SJC oferece à Unifesp como um todo uma oportunidade ímpar de crescimento com qualidade que a Universidade até aqui pode não ter percebido inteiramente. Na reunião do Conselho Universitário de 8 de setembro de 2010 os conselheiros viram uma apresentação em que a Unifesp/SJC teria, em 2017, um horizonte de planejamento que pode ser considerado longo, 83 docentes ministrando aulas de graduação para 1.550 alunos. Esses números parecem insustentáveis por várias razões. Em primeiro lugar, eles representam uma proporção de quase 18 alunos por professor, número muito além da média praticada na Unifesp, como já visto. E isso se forem contabilizados apenas os alunos de graduação, o que significa uma, entre duas possibilidades: ou o campus não terá cursos de pós-graduação, ou a mesma proporção, contabilizada em número de alunos equivalentes, saltará para patamares ainda maiores. As duas hipóteses dificultarão a fixação dos docentes no campus, pois ambas negarão a eles a prática do artigo
  • 38. 37 segundo do Estatuto em vigor da instituição, qual seja, “desempenhar com excelência, atividades indissociáveis de ensino, pesquisa e extensão”. Em segundo, o atual campus da Unifesp/SJC fica situado a menos de 2Km do ITA, instituição de reconhecida excelência que conta, hoje, com mais de 150 docentes que ministram cursos de graduação para cerca de 600 alunos, numa proporção inferior a quatro alunos por docente. Aceitar atuar na mesma área daquele instituto (ciência e tecnologia, com ênfase em cursos de formação específica nas Engenharias) planejando fazê-lo em situação de regime, ou estado estacionário, com a metade dos docentes e mais do que o dobro de alunos parece a receita certa para ser visto como um instituto federal de ensino superior de segunda classe situado ao lado de outro de primeira. É possível trilhar o caminho oposto. Dos três pilares propostos que diferenciam e identificam o campus, dois já estão em plena implantação. O Bacharelado Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia terá início em 2011 e as ações necessárias para a licitação e o início das obras do campus no Parque Tecnológico se encontram em pleno curso, com integral apoio da prefeitura municipal que já investiu e continua demonstrando grande interesse em investir no campus. Deve-se aliar a isso o compromisso institucional da consolidação do campus como o Instituto de Ciência e Tecnologia da Universidade, meta que não será atingida com os números citados na referida reunião do Conselho Universitário. Isso não precisa ser feito com pressa e pode e deve ser feito sem aventuras, na forma de um plano de médio e longo prazo aprovado pela instituição e que seja apresentado ao município, ao MEC e ao país.
  • 39. 38 Como números de referência, propostos para discussão, o ICT da Unifesp/SJC se vê evoluindo ao longo da década que ora se inicia com os seguintes números:
  • 40. 39 ICT – Unifesp/SJC – Década 2011-2020 Corpo Docente 500 professores Técnicos Administrativos 300 servidores Corpo Discente de Graduação 5.000 alunos Corpo Discente de Pós-Graduação 1.500 alunos Oferta anual de vagas de graduação 1.000 vagas Oferta anual de vagas no BCT 1.000 vagas Oferta anual de vagas nos cursos pós-BCT (*) 1.000 vagas (*) Cursos de formação específica Cursos Ano de implantação Vagas Bacharelado em Ciência da Computação 2007 50 Bacharelado em Matemática Computacional 2009 50 Bacharelado em Ciência e Tecnologia 2011 (*) 200 Engenharia de Materiais 2011 125 Engenharia Biomédica 2011 125 Engenharia de Computação 2012 125 Engenharia de Automação e Controle 2012 125 Engenharia de Energia 2013 125 Idéias a discutir (**) 2013 125 Idéias a discutir (**) 2014 50 Idéias a discutir (**) 2014 50 Idéias a discutir (**) 2015 50 (*) – crescendo a 100 vagas por ano, até atingir 1000 vagas anuais. (**) - Idéias a discutir: Engenharia de Produção, Engenharia Física, Engenharia do Petróleo, Bacharelado em Física Computacional, Bioestatística, Petroquímica, Biotecnologia, Bioquímica, etc.
  • 41. 40 7 ANEXO A: The Bologna Declaration THE EUROPEAN HIGHER EDUCATION AREA The Bologna Declaration of 19 June 1999 Joint declaration of the European Ministers of Education The European process, thanks to the extraordinary achievements of the last few years, has become an increasingly concrete and relevant reality for the Union and its citizens. Enlargement prospects together with deepening relations with other European countries, provide even wider dimensions to that reality. Meanwhile, we are witnessing a growing awareness in large parts of the political and academic world and in public opinion of the need to establish a more complete and far- reaching Europe, in particular building upon and strengthening its intellectual, cultural, social and scientific and technological dimensions. A Europe of Knowledge is now widely recognized as an irreplaceable factor for social and human growth and as an indispensable component to consolidate and enrich the European citizenship, capable of giving its citizens the necessary competences to face the challenges of the new millennium, together with an awareness of shared values and belonging to a common social and cultural space. The importance of education and educational co-operation in the development and strengthening of stable, peaceful and democratic societies is universally acknowledged as paramount, the more so in view of the situation in South East Europe. The Sorbonne declaration of 25th of May 1998, which was underpinned by these considerations, stressed the Universities' central role in developing European cultural dimensions. It emphasized the creation of the European area of higher education as a key way to promote citizens' mobility and employability and the Continent's overall development. Several European countries have accepted the invitation to commit themselves to achieving the objectives set out in the declaration, by signing it or expressing their agreement in principle. The direction taken by several higher education reforms launched in the meantime in Europe has proved many Governments' determination to act. European higher education institutions, for their part, have accepted the challenge and taken up a main role in constructing the European area of higher education, also in the wake of the fundamental principles laid down in the Bologna Magna Charta Universitatum of 1988. This is of the highest importance, given that Universities' independence and autonomy ensure that higher education and research systems continuously adapt to changing needs, society's demands and advances in scientific knowledge. The course has been set in the right direction and with meaningful purpose. The achievement of greater compatibility and comparability of the systems of higher education
  • 42. 41 nevertheless requires continual momentum in order to be fully accomplished. We need to support it through promoting concrete measures to achieve tangible forward steps. The 18th June meeting saw participation by authoritative experts and scholars from all our countries and provides us with very useful suggestions on the initiatives to be taken. We must in particular look at the objective of increasing the international competitiveness of the European system of higher education. The vitality and efficiency of any civilization can be measured by the appeal that its culture has for other countries. We need to ensure that the European higher education system acquires a world-wide degree of attraction equal to our extraordinary cultural and scientific traditions. While affirming our support to the general principles laid down in the Sorbonne declaration, we engage in coordinating our policies to reach in the short term, and in any case within the first decade of the third millennium, the following objectives, which we consider to be of primary relevance in order to establish the European area of higher education and to promote the European system of higher education world-wide: Adoption of a system of easily readable and comparable degrees, also through the implementation of the Diploma Supplement, in order to promote European citizens employability and the international competitiveness of the European higher education system Adoption of a system essentially based on two main cycles, undergraduate and graduate. Access to the second cycle shall require successful completion of first cycle studies, lasting a minimum of three years. The degree awarded after the first cycle shall also be relevant to the European labor market as an appropriate level of qualification. The second cycle should lead to the master and/or doctorate degree as in many European countries. Establishment of a system of credits - such as in the ECTS system - as a proper means of promoting the most widespread student mobility. Credits could also be acquired in non- higher education contexts, including lifelong learning, provided they are recognized by receiving Universities concerned. Promotion of mobility by overcoming obstacles to the effective exercise of free movement with particular attention to: -· for students, access to study and training opportunities and to related services -· for teachers, researchers and administrative staff, recognition and valorization of periods spent in a European context researching, teaching and training, without prejudicing their statutory rights. Promotion of European co-operation in quality assurance with a view to developing comparable criteria and methodologies. Promotion of the necessary European dimensions in higher education, particularly with regards to curricular development, interinstitutional co-operation, mobility schemes and integrated programmes of study, training and research. We hereby undertake to attain these objectives - within the framework of our institutional competences and taking full respect of the diversity of cultures, languages, national education systems and of University autonomy - to consolidate the European area of higher education. To that end, we will pursue the ways of intergovernmental co-operation, together with those of nongovernmental European organizations with competence on higher education. We expect Universities again to respond promptly and positively and to contribute actively to the success of our endeavor. Convinced that the establishment of the European area of higher education requires constant support, supervision and adaptation to the continuously evolving needs, we decide to
  • 43. 42 meet again within two years in order to assess the progress achieved and the new steps to be taken. Signatories:  Caspar EINEM, Minister of Science and Transport, (Austria)  Jan ADE, Director General, Ministry of the Flemish Community, Department of Education, (Belgium)  Gerard SCHMIT, Director General of French Community, Ministry for Higher Education and Research, (Belgium)  Eduard ZEMAN, Minister of Education, Youth and Sport, (Czech Republic)  Anna Mmia TOTOMANOVA, Vice Minister of Education and Science, (Bulgaria)  Tonis LUKAS, Minister of Education, (Estonia)  Margrethe VESTAGER, Minister of Education, (Denmark)  Claude ALLEGRE, Minister of National Education,, Research and Technology, (France)  Maija RASK, Minister of Education and Science, (Finland)  Ute ERDSIEK-RAVE, Minister of Education, Science, Research, And Culture of the Land Scheswig-Holstein, (Permanent Conference of the Ministers, of Culture of the German Länders)  Wolf-Michael CATENHUSEN, Parliamentary State Secretary, Federal Ministry of Education and Research, (Germany)  Adam KISS, Deputy State Secretary for Higher Education and, Science, (Hungary)  Gherassimos ARSENIS, Minister of Public Education and Religious, Affairs, (Greece)  Pat DOWLING, Principal Officer, Ministry for Education and Science, (Ireland)  Gudridur SIGURDARDOTTIR, Secretary General, Ministry of Education, Science and Culture, (Iceland)  Tatiana KOKEK, State Minister of Higher Education and Science, (Latvia)  Ortensio ZECCHINO, Minister of University and Scientific, And Technological Research, (Italy)  Erna HENNICOT-SCHOEPGES, Minister of National Education and Vocational, Training, (Luxembourg)  Kornelijus PLATELIS, Minister of Education and Science, (Lithuania),  Loek HERMANS, Minister of Education, Culture and Science, (the Netherlands),  Louis GALEA, Minister of Education, (Malta)  Wilibald WINKLER, Under Secretary of State of National Education, (Poland)  Jon LILLETUN, Minister of Education, Research and Church, Affairs, (Norway)  Andrei MARGA, Minister of National Education, (Romania)  Eduardo Marçal GRILO, Minister of Education, (Portugal)  Pavel ZGAGA, State Secretary for Higher Education, (Slovenia)  Milan FTACNIK, Minister of Education, (Slovak Republic)  Agneta BLADH, State Secretary for Education and Science, (Sweden)  D.Jorge FERNANDEZ DIAZ, Secretary of State of Education, Universities,, Research and Development, (Spain)  Baroness Tessa BLACKSTONE of Stoke, Newington, Minister of State for Education and Employment, (United Kingdom)
  • 44. 43  Charles KLEIBER, State Secretary for Science and Research, (Swiss Confederation) 8 ANEXO B: O Parque Tecnológico de SJC retirado de http://www.pqtec.org.br/ OBJETIVOS I – Estimular o surgimento, o desenvolvimento, a competitividade e o aumento da produtividade de empresas cujas atividades estejam fundadas no conhecimento e na inovação tecnológica; II – Incentivar a interação e a sinergia entre empresas, instituições de pesquisa, universidades, instituições prestadoras de serviços ou de suporte às atividades intensivas em conhecimento e inovação tecnológica; III – Promover parcerias entre instituições públicas e privadas envolvidas com a pesquisa científica, a inovação tecnológica inerentes aos serviços e à infraestrutura tecnológica de apoio à inovação; IV – Apoiar as atividades de pesquisa, desenvolvimento e de engenharia não-rotineira em empresas; V – Propiciar o desenvolvimento do município e região de São José dos Campos, por meio da atração de investimentos em atividades intensivas em conhecimento e inovação tecnológica; VI – Executar e orientar a execução de projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação tecnológicos, relacionados à sua área de atuação; VII – Incentivar o empreendedorismo público e privado nas áreas de pesquisa, inovação e desenvolvimento tecnológicos, inclusive por meio do apoio à gestão e a outros aspectos do negócio. ESPECIFICIDADES A maioria dos parques tecnológicos, no mundo todo, surgiu a partir de competências já existentes em uma ou mais universidades localizadas em uma mesma região. Neste aspecto, o Parque Tecnológico de São José dos Campos possui uma característica particular. Sua criação não se deu em razão da existência prévia de uma universidade que lhe oferecesse sustentação, mas sim foi idealizado e está sendo construído com base em um
  • 45. 44 modelo que privilegia a obtenção de novas tecnologias, em áreas específicas, por meio da atuação conjunta de empresas e instituições de ciência e tecnologia. Em razão disso, o Parque Tecnológico de São José dos Campos se alinha entre aqueles de terceira geração – ou seja, foi criado como fruto de uma política regional/nacional, está associado ao processo de desenvolvimento econômico e tecnológico do País e é orientado para o mercado globalizado. Os parques tecnológicos de terceira geração também são influenciados por fatores contemporâneos, como facilidade de acesso ao conhecimento, formação de clusters de inovação, ganhos de escala motivados pela especialização, vantagens competitivas motivadas pela diversificação e necessidade de velocidade de desenvolvimento motivada pela globalização. Os negócios tecnológicos do Parque estão organizados em quatro setores: – Centros de Desenvolvimento Tecnológico – Centros Empresariais – Infraestrutura de P,D&I – Infraestrutura de serviços QUEM ESTÁ NO PARQUE: Empresas As empresas que participam das políticas de desenvolvimento tecnológico e inovação do Parque estão instaladas nos Centros de Desenvolvimento Tecnológico e no Centro Empresarial I. Há também empresas na incubadora do Centro para a Competitividade e Inovação do Cone Leste Paulista (Cecompi). Outra categoria se refere às empresas sediadas no perímetro do Parque mas sem vínculos institucionais com ele. Centros de Desenvolvimento Tecnológico Os CDTs abrigam empresas-âncora, que executam projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação em conjunto com instituições de ciência e tecnologia. Empresas CDTs Embraer Centro de Desenvolvimento em Tecnologias Aeronáuticas – CDTA VSE Centro de Desenvolvimento de Tecnologias em Energia – CDTE Sabesp Centro de Desenvolvimento de Tecnologia em Recursos Hídricos e Saneamento Básico – CDTRHSA SPDM Centro de Tecnologia e Inovação em Saúde – CTIS
  • 46. 45 – Centro Empresarial I Abriga empresas de base tecnológica, de micro e pequeno porte. Veja a relação: -Adventure Instruments Indústria e Comércio Ltda. -AEC do Brasil Ltda. -Airmod Consultoria e Serviços Ltda. -Ams Kepler Engenharia de Sistemas. -Biossena Brasil Ltda. -CNA Consultoria em Novas Aplicações. -Dimona Sistemas de Automação Ltda. -E-Max Serviços de Gestão em Telecomunicações Ltda. -Energi-Uv Ltda. -Femto Ciências Aplicadas. -FT - Sistemas Ltda. (Flight Technologies). -Funcate - Fundação de Ciência, Aplicações e Tecnologia Espaciais. -Geopixel Geotecnologias. -Hábil Tecnologia Ltda. -Lunus Comércio e Representação Ltda. -Navcon Navegação e Controle Indústria e Comércio Ltda. -NCB Sistemas Embarcados Ltda. -Nexus Geoengenharia e Comércio Ltda. -Noxt Indústria e Comércio de Produtos Eletrônicos Ltda. -Onset Tecnologia Ltda. -Oralls Preventive and Community Dentistry. -Promaps Soluções em Mapeamento Ltda. -Surface Modelos Tridimensionais Ltda. -ZNC Sistemas Ltda. – Cecompi O Centro para a Competitividade e Inovação do Cone Leste Paulista (Cecompi) é uma associação civil de direito privado que mantém uma incubadora de negócios dentro do Parque Tecnológico de São José dos Campos. São estas as empresas incubadas no Cecompi: -CST Biotecnologia -Delta Life Tecnologia -Dumont Soluções em Ortopedia -HD Helen Descart -Noxt Tecnologia -Oralls -Rastreal Ident. em Radiofreqüência -Tirante A Adventure Instrumentação -Tutus -WF7 Software -XGerms
  • 47. 46 – Sediadas São empresas localizadas no perímetro do Parque Tecnológico, em áreas de propriedade particular. Essas empresas não têm vínculos institucionais com o Parque, mas suas atividades devem estar relacionadas, preferencialmente, com o desenvolvimento tecnológico. As empresas sediadas são: -Embraer -Ericsson -Parker Haniffin Instituições de Ciência e Tecnologia As ICTs presentes no Parque participam dos projetos desenvolvidos nos Centros de Desenvolvimento Tecnológico. São elas: ICTs CDTs Escola de Engenharia da USP/São Centro de Desenvolvimento de Tecnologias em Carlos Energia – CDTE Escola Politênica da USP Centro de Desenvolvimento de Tecnologia em Recursos Hídricos e Saneamento Básico – CDTRHSA Instituto de Pesquisas Tecnológicas Centro de Desenvolvimento em Tecnologias – IPT Aeronáuticas – CDTA Instituto de Pesquisas Tecnológicas Centro de Desenvolvimento de Tecnologia em – IPT Recursos Hídricos e Saneamento Básico – CDTRHSA Instituto Tecnológico de Centro de Desenvolvimento em Tecnologias Aeronáutica – ITA Aeronáuticas – CDTA Instituto Tecnológico de Centro de Desenvolvimento de Tecnologia em Aeronáutica – ITA Recursos Hídricos e Saneamento Básico – CDTRHSA Laboratório Nacional de Centro de Tecnologia e Inovação em Saúde – Computação Científica – LNCC CTIS Universidade Camilo Castelo Centro de Tecnologia e Inovação em Saúde – Branco – Unicastelo CTIS Universidade Estadual Paulista – Centro de Tecnologia e Inovação em Saúde – Unesp CTIS Universidade Federal de São Paulo Centro de Tecnologia e Inovação em Saúde – – Unifesp CTIS Universidade Federal de São Paulo Centro de Desenvolvimento de Tecnologia em – Unifesp Recursos Hídricos e Saneamento Básico – CDTRHSA
  • 48. 47 Instituições de Ensino e Pesquisa A Faculdade de Tecnologia (Fatec) de São José dos Campos foi a primeira instituição de ensino e pesquisa a se instalar no Parque Tecnológico, em 2006. Ela oferece os cursos, em nível de graduação, de Tecnologia em Logística, Informática, Manutenção de Aeronaves, Manufatura Aeronáutica e Tecnologia em Banco de Dados ou em Redes de Computadores. As instalações da Fatec-SJC foram inicialmente providenciadas em área de 1,8 mil m2 cedida pelo Parque. No segundo semestre de 2010, contudo, deverá estar concluída a construção de prédio próprio da Fatec-SJC, em terreno de 27,6 mil m2, doado pela prefeitura e área útil construída 7,6 mil m2. A próxima instituição de ensino e pesquisa a ter seu campus instalado no Parque será a Universidade Federal de São Paulo. No dia 02 de fevereiro de 2010 a prefeitura do município doou à Unifesp uma área de 126 mil m2 com essa finalidade. As obras terão início em 2011. Enquanto isso, a Unifesp oferece seus cursos de graduação – bacharelado em Ciências da Computação e em Matemática Computacional – em instalações cedidas pela Prefeitura de São José dos Campos, na área central da cidade.