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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ PR 
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ 
Ministério da Educação 
Departamento Acadêmico de Eletrotécnica 
Disciplina de Projeto de Fontes Chaveadas 
INVERSOR MEIA PONTE 
AGOSTO DE 2008
2 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................ 3 
2 OBJETIVO ............................................................................................................................................... 3 
3 INTRODUÇÃO AO INVERSOR MEIA PONTE................................................................................. 3 
4 O INVERSOR DO PROJETO................................................................................................................ 6 
5 ESPECIFICAÇÃO DO PROJETO ........................................................................................................ 6 
6 DIMENSIONAMENTO DOS COMPONENTES ................................................................................. 7 
6.1 DADOS PARA A CONSTRUÇÃO DO INDUTOR................................................................... 7 
6.1.1 Número de Espiras ................................................................................................................. 8 
6.1.2 Cálculo do Entreferro ............................................................................................................ 8 
6.1.3 Análise da Bitola pelo Critério da Densidade de Corrente ............................................. 8 
6.1.4 Análise da Bitola pelo Critério do Efeito Pelicular .......................................................... 9 
6.1.5 Viabilidade da Construção.................................................................................................... 9 
6.2 CIRCUITO OSCILADOR........................................................................................................... 10 
6.3 CAPACITOR DE ENTRADA..................................................................................................... 10 
6.4 DIODOS DE ENTRADA............................................................................................................. 11 
6.5 PARTIDA SUAVE........................................................................................................................ 11 
6.6 RESISTORES DE ALIMENTAÇÃO DOS CI´S..................................................................... 12 
6.7 POTENCIÔMETRO DE AJUSTE DA RAZÃO CÍCLICA................................................... 12 
6.8 MOSFETS...................................................................................................................................... 13 
6.9 IR 2112............................................................................................................................................ 13 
6.10 CIRCUITO DE ALIMENTAÇÃO DO CONTROLE.......................................................... 14 
6.11 CIRCUITO DE SINALIZAÇÃO............................................................................................ 14 
6.12 CIRCUITO DE CARGA.......................................................................................................... 14 
7 LÂMPADA FLUORESCENTE............................................................................................................ 14 
8 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................................... 15 
9 RELAÇÃO DE MATERIAIS................................................................................................................ 15
3 
1 INTRODUÇÃO 
Os inversores são também conhecidos como conversores CC-CA. A função 
de um inversor é a de converter a tensão de entrada CC em uma tensão de saída 
CA simétrica de amplitude e freqüência desejadas. Esta tensão tem magnitude e 
freqüência controlada por meio de dispositivos semicondutores. A tensão de 
saída pode ser fixa ou variável e com freqüência fixa ou variável. 
Considerando que a entrada de tensão é fixa, para se obter uma tensão 
variável na saída, tem-se que variar o ganho do inversor, através de um 
modulador PWM. 
Embora a entrada de um inversor seja uma tensão contínua, esta mesma 
tensão c.c. é, normalmente, obtida através da retificação da tensão alternada da 
rede. 
2 OBJETIVO 
Este documento tem o objetivo de mostrar, passo a passo, como se 
implementar um inversor meia ponte para fornecer níveis adequados de 
alimentação para uma lâmpada fluorescente de 20W. O inversor funcionará como 
reator eletrônico, alimentando a lâmpada em alta freqüência. Para isto, utiliza-se o 
controlador (circuito integrado) PWM UC3525 junto com o circuito de comando 
(“driver”) IR2112. 
Maiores detalhes sobre este assunto podem ser obtidos na dissertação de 
mestrado do professor Jair Urbanetz Junior. 
3 INTRODUÇÃO AO INVERSOR MEIA PONTE 
O inversor adotado neste circuito é o meia ponte simétrico. Trata-se de uma 
estrutura simples e totalmente adaptada à aplicação em questão. O 
funcionamento do inversor será descrito através das suas etapas de operação. 
Primeira etapa: (t0 , t1) 
O interruptor S1, que já estava habilitado a conduzir, entra em condução no 
instante t0, sob tensão e corrente nulas. A corrente evolui até o instante t1, quando 
o interruptor é comandado a bloquear. 
Segunda etapa: (t1 , t2) 
No instante t1 o diodo D2 entra em condução assumindo a corrente do 
circuito. A corrente mantém o mesmo sentido da etapa anterior, porém decresce 
até zero no instante t2. Durante esta etapa o interruptor S2 é habilitado a conduzir.
4 
PRIMEIRA ETAPA DE OPERAÇÃO 
SEGUNDA ETAPA DE OPERAÇÃO 
Terceira etapa: (t2 , t3) 
Esta etapa inicia com a entrada em condução do interruptor S2, no instante 
t2. A entrada em condução ocorre com tensão e corrente nulas. A corrente evolui 
com sentido contrário ao das duas etapas anteriores. O término desta etapa 
ocorre no instante t3, quando o interruptor é comandado a bloquear. 
Quarta etapa: (t3 , t4) 
No instante t3, o diodo D1 entra em condução assumindo a corrente do 
circuito. A corrente mantém o mesmo sentido da etapa anterior, porém decresce 
até zero no instante t4. Durante esta etapa o interruptor S1 é habilitado a conduzir. 
Após o instante t4, retorna-se à primeira etapa, iniciando-se outro ciclo de 
operação. 
Os interruptores utilizados no circuito são Mosfets, sendo que estes 
dispositivos possuem um diodo interno entre o dreno e a fonte, possibilitando o 
funcionamento da estrutura conforme apresentado.
5 
TERCEIRA ETAPA DE OPERAÇÃO 
QUARTA ETAPA DE OPERAÇÃO 
Filtro ressonante LCC 
O filtro ressonante propicia o aparecimento da tensão de ignição durante a 
partida da lâmpada. É responsável, ainda, por aplicar sobre a mesma uma tensão 
senoidal durante a operação normal. 
O filtro, em conjunto com a lâmpada, impõe uma característica de carga 
indutiva para o inversor, possibilitando a comutação suave durante a entrada em 
condução dos interruptores. A figura a seguir ilustra a estrutura do filtro. 
FILTRO RESSONANTE LCC CONECTADO Á CARGA
6 
4 O INVERSOR DO PROJETO 
Este projeto apresenta uma das maneiras de converter corrente contínua em 
alternada, através do inversor ressonante meia ponte. Na topologia desse 
inversor, a tensão sobre as chaves não ultrapassa a tensão do barramento c.c., no 
entanto, um dos interruptores requer comando isolado da base. 
A carga do inversor é formada por um indutor, um capacitor paralelo e uma 
lâmpada fluorescente. No entanto, a carga real do circuito é a lâmpada sendo o 
indutor e o capacitor constituintes do filtro. O comando do circuito é por freqüência 
imposta e é gerado a partir do CI PWM 3525 associado a um CI driver IR2112. 
CARGA DO INVERSOR 
CIRCUITO DE POTÊNCIA DO INVERSOR 
5 ESPECIFICAÇÃO DO PROJETO 
Os dados para o desenvolvimento do projeto estão apresentados abaixo: 
• Ondulação de saída do retificador  20% 
• Tempo de partida suave  t = 10 ms 
• Tempo no qual nenhum mosfet conduz  500ns 
• Freqüência de comutação  30 kHz
7 
• Tensão de entrada  127V ±5% 
• ηI  rendimento do inversor = 90% 
• ηR  rendimento do retificador = 90% 
6 DIMENSIONAMENTO DOS COMPONENTES 
6.1 DADOS PARA A CONSTRUÇÃO DO INDUTOR 
• L Valor da indutância = 5,5 mH 
• Ipk  corrente de pico no indutor = 250 mA 
• Ief  corente eficaz no indutor = 200 mA 
• Bmáx  densidade máxima de fluxo = 0,2 T 
• J  densidade de corrente = 350 A /cm2 
• Kp e kw  fatores construtivos  kp = 1, kw = 0,7 
• μo  permeabilidade magnética do ar = 4.π.10-7 H/m 
Sendo: 
P K  Fator de utilização do primário 
W K  Fator de utilização da área do enrolamento 
Para escolha do núcleo de ferrite, utiliza-se a seguinte equação: 
4 10 
× × × 
pk ef 
e W × × × 
K K J B 
max 
L I I 
A A 
p w 
× = 
Sendo: 
e A  Área da perna central [cm²] 
w A  Área da janela do núcleo [cm²] 
5,5 10 250 10 200 10 103 3 3 4 
× × × × × × 
× × × 
1 0,7 350 0,2 
× = 
− − − 
e W A A 
4 A A 0,0561 cm e W × = 
Consultando a tabela de Núcleos de Ferrite tipo “E”, escolhe-se um núcleo 
de ferrite com valor de e w A .A imediatamente acima do encontrado no resultado da 
equação. 
Foi utilizado o núcleo E30/15/7 da THORNTON cujos valores para e A e w A 
atendem com folga o resultado da equação:
8 
4 2 2 A .A 0,48 cm , A 0,6 cm , A 0,8 cm e w e w = = = 
A seguir é apresentado um desenho do tipo de ferrite EE que será usado: 
NÚCLEO DE FERRITE TIPO EE 
6.1.1 Número de Espiras 
Para o cálculo do número de espiras, utiliza-se a equação a seguir: 
115 
10 5,5 10 3 250 10 3 104 
× × × × 
0,6 0,2 
× × 
max 
4 
= 
× 
= 
× 
= 
− − 
L I 
A B 
N 
e 
pk 
N = 115 espiras 
6.1.2 Cálculo do Entreferro 
Para o cálculo do entreferro, utiliza-se a equação a seguir: 
cm 
− − − μ p 
N Ae 
2 2 7 2 
× × × × × 
10 115 4 10 0,6 10 
G 0,018 
L 
5,5 10 
3 
0 
2 
= 
× 
= 
× × × 
= − 
l 
O valor encontrado para o “gap” do circuito magnético é a soma dos 
entreferros que o fluxo total tem que percorrer no caminho magnético. 
6.1.3 Análise da Bitola pelo Critério da Densidade de Corrente 
Para o cálculo da seção do condutor do enrolamento do indutor é necessário 
conhecer a corrente eficaz que é de 200 mA. A área mínima da seção transversal 
do condutor de cobre do enrolamento, de acordo com a capacidade de corrente 
(densidade de corrente), será:
9 
200 10 2 
cobre 0,00057 0,0027 
cm cm 
I 
A ef 
J 
350 
3 
= = 
× 
= = 
− 
f 
O fio 29 AWG, ou outro de maior bitola, contempla essa área. 
6.1.4 Análise da Bitola pelo Critério do Efeito Pelicular 
Antes de definir qual condutor será utilizado, deve ser observado ainda o 
critério da profundidade de penetração, devido ao efeito pelicular (skin). O efeito 
pelicular está relacionado com a freqüência de oscilação da corrente que circula 
pelo condutor. O projeto do inversor meia ponte especifica uma freqüência de 
comutação de 30 kHz que exige o uso de condutores de pequeno diâmetro. 
15 15 
= = = 
d 0,0087 
cm 
f 
30.10 
3 
Sendo: 
d  profundidade de penetração, ou seja, o diâmetro máximo do condutor 
em que se considera que há circulação adequada de corrente. 
Em função do resultado do valor de d , o condutor máximo recomendável 
que deve ser utilizado é de 19 AWG. 
Então, o critério da profundidade de penetração não impede o uso do fio de 
29 AWG encontrado pelo critério da densidade de corrente. Portanto, seria 
utilizado um fio de bitola 29 AWG mas, como este valor não está disponível no 
laboratório, será utilizado o fio de bitola 28 AWG cuja área é 0,00081 cm2. 
6.1.5 Viabilidade da Construção 
A inequação que representa a viabilidade de montagem do indutor é a 
indicada a seguir: 
£ 0,35 
Σ 
SESPIRAS 
Aw 
0,35 
0,093 
0,8 
115 0,00081 
0,8 
0,8 
= £ 
× 
= 
NUMERO ESPIRAS × AREA FIO 
O resultado da inequação foi 0,12 £ 0,35 , então a condição para montagem 
do indutor foi satisfeita. Se a inequação não fosse satisfeita, o indutor teria de ser 
reprojetado.
10 
6.2 CIRCUITO OSCILADOR 
A parte do circuito oscilador que é externo ao circuito integrado 3525 é 
constituído das resistências R6, R7 e R8 e da capacitância C3. 
A freqüência de trabalho do PWM especificada no projeto do inversor é de 
30kHz. A freqüência nas duas saídas do CI 3525 é a metade da freqüência de 
oscilação, logo, C3 e (R6, R7 + R8) deverão ser dimensionados para a freqüência 
de 60kHz para que a freqüência nas duas saídas seja de 30 kHz. 
Será adotada uma capacitância de 10hF (C3 ou CT na fórmula) e uma 
resistência de 1W (R6 ou RD na fórmula). A resistência R6 é a responsável pelo 
tempo morto entre as chaves. 
A equação seguinte permite o cálculo da resistência (R7 + R8) em função dos 
outros valores arbitrados: 
1 
= − 
1 
f T 
[ ] [ ] 
® = W 
× + 
® = 
× + × 
R k 
C R R R 
T T D T 
2,37 
10.10 0,7 3 
60000 
0,7 3 
9 
Para se poder fazer ajustes na freqüência é associado um potenciômetro em 
série com uma resistência fixa. Assim, coloca-se em série com uma resistência de 
1 kW (R8), um trimpot de 4,7 kW (R7) para ajuste da freqüência desejada. 
6.3 CAPACITOR DE ENTRADA 
Para o cálculo do capacitor do retificador de entrada (C1), deve-se conhecer 
a potência de entrada. A potência de entrada é calculada conhecendo-se a 
potência de saída e os rendimentos do retificador e do inversor. 
W 
P 
20 = 0 = = 
e 22,22 
P 
INV 
0,9 
h 
Para o cálculo da capacitância, é necessário definir o valor admitido da 
ondulação (ripple) na tensão retificada. O valor de ondulação foi definido na 
especificação do projeto e é de 20%. Logo, a tensão mínima admitida, sobre o 
capacitor, é de 80% do valor de pico nominal. 
A tensão mínima da rede, já definida na especificação do projeto, é de 95% 
da tensão nominal. 
Então o capacitor será:
11 
P 
22,22 
C e 43,74 μ 
1 = 
( ) ( ) ( ) 
F 
2 2 2 
2 
f V V 
60 0,95 127 2 0,80 127 2 
2 
1 
  
  
× − × 
= 
− 
= 
V1  Tensão mínima de pico da rede. 
V2  Tensão mínima no capacitor. 
O valor comercial adotado será de 47 μF. 
A tensão máxima esperada sobre o capacitor será 5% superior a tensão de 
pico da rede, ou seja, 189 V. Então, adota-se um capacitor de 250 V. 
6.4 DIODOS DE ENTRADA 
A freqüência de operação da retificação de entrada é definida pela rede, ou 
seja, 60 Hz. Nessa freqüência são utilizados diodos normais e não diodos rápidos. 
A corrente desses diodos é definida pela potência transferida, em torno de 
25W, e pela tensão retificada, em torno de 180 VCC. Portanto, o valor de corrente 
de 1 A é mais do que suficiente. 
Serão utilizados 4 diodos 1N 4007. 
6.5 PARTIDA SUAVE 
A partida suave promove um aumento gradual da razão cíclica do PWM. 
Isso é importante para evitar que na energização do inversor, altas correntes 
circulem devido às características dinâmicas do circuito. 
A partida suave é implementada através de um capacitor introduzido 
externamente ao circuito integrado 3525 que determinará o tempo que a razão 
cíclica levará para atingir o valor ajustado. 
De acordo com a folha de dados (datasheet) do integrado 3525 (controlador 
PWM), tem-se que: 
ΔVC = 5V e iC = 50 μA 
A interpretação desses dados é de que uma fonte de corrente, interna ao 
circuito integrado, fornece uma corrente de 50 μA para a carga do capacitor C4. 
Quando esse capacitor atingir o valor de tensão de 5 V, a razão cíclica terá 
atingido o valor ajustado. Como na especificação do projeto o tempo de partida 
suave é de 10ms, pode-se calcular o valor da capacitância C4 através da equação 
a seguir:
12 
F 
i t 
V 
C 
C 
C 
50 10 10 10 6 3 
S 100h 
5 
= 
× × × 
= 
D 
× D 
= 
− − 
6.6 RESISTORES DE ALIMENTAÇÃO DOS CI´S 
A alimentação dos dois circuitos integrados do inversor se dará através de 
um divisor resistivo e um grampeamento em 18 V proporcionado por um zener. 
A corrente necessária para a alimentação dos dois CI’s é em torno de 20 mA. 
A equação a seguir permite o cálculo da resistência equivalente ao 
paralelismo das resistências R1, R2 e R3. 
= W 
188,6 18 
× 
− 
= − R 8,53 k 
20 10 
3 
Serão utilizadas 3 resistências em paralelo de 22 kW gerando uma 
resistência equivalente de 7,3 kW. 
A potência de cada resistência será: 
[ 188,6 18 
] 
P 1,3 W 
22 10 
3 
2 
= 
× 
− 
= 
O valor comercial adotado será de 22 kW / 2W. 
6.7 POTENCIÔMETRO DE AJUSTE DA RAZÃO CÍCLICA 
Uma tensão de referência de 5V é disponibilizada pelo CI 3525 no pino 16. 
A capacidade de corrente dessa fonte estabilizada é de 500 μA. Essa tensão é 
usada para alimentar o trimpot de ajuste da razão cíclica e o cálculo desse trimpot 
é apresentado a seguir: 
= W 
5,0 
= − 
R 10 k 
× 
500 10 
6 
Será utilizado um trimpot de 10 kW.
13 
6.8 MOSFETS 
O Mosfet é um transistor de efeito de campo do tipo óxido metálico. O nome 
“efeito de campo” deriva-se do fato de que a corrente no dispositivo é controlada 
pela tensão aplicada ao “gate”. 
Os Mosfets a serem escolhidos devem suportar tensões de até 200 V. No 
entanto, sempre se deve deixar uma folga por questões de segurança. A corrente 
no Mosfet é igual a corrente no enrolamento do indutor que foi definido em função 
da corrente na lâmpada. Essa corrente não é superior a 250 mA. 
Deverão ser utilizados dois MOSFET iguais ou superiores a 400V e cujas 
correntes sejam superiores a 1A. Um possível modelo é o IRF 830 (500 V, 5 A) 
que atende aos requisitos. Ou ainda o IRF 740 (400 V, 10 A). 
Caso sejam utilizados dissipadores nos Mosfet’s, não pode haver contato 
entre eles, pois funcionarão em potenciais diferentes. Na placa que será utilizada, 
eles estarão justapostos e devem ser isolados entre si. 
6.9 IR 2112 
O circuito integrado IR 2112, é um “circuit driver” (acionador de comando), ou 
seja, é um integrado preparado para acionar o “gate” de Mosfet’s ou IGBT’s. Neste 
circuito, ele recebe as modulações PWM das duas saídas do 3525 e reenvia aos 
Mosfets, porém, com dois canais cujas referências são independentes. 
As referências destes canais do IR 2112 são independentes pois a saída 
“high” é alimentada através de um circuito “boot strap”. Circuitos “bootstrap” são 
usados em circuitos eletrônicos para criar uma fonte de energia com outra 
referência. Essa fonte de energia tem a sua origem na alimentação principal do 
circuito, mas é desacoplada da sua referência. O capacitor de “bootstrap” (C8 no 
esquemático) armazena energia e a entrega para outra parte do circuito, criando 
uma malha independente. 
A necessidade de implementar este circuito é evitar que o Mosfet Q2 fique 
em curto através da referência do circuito. Assim, o canal de saída chamado 
“high” do CI 2112 tem uma referência independente do canal de saída chamado 
“low”. 
No esquemático, encontram-se os capacitores C5 e C7 que têm a função de 
desacoplamento de indutâncias. O valor dessas capacitâncias é de 1 μF e 40 V. 
O capacitor C6 tem a finalidade de filtrar ruído (interferências) e seu valor é 
de 10 hF. 
O capacitor C8 tem a finalidade de suprir tensão (bootstrap) para o 
funcionamento do canal de saída “high” do 2112. 
O diodo D6 é do tipo rápido e serve para desacoplar (bootstrap) a fonte 
principal de tensão da alimentação usada pelo canal “high”. Seu código é 
UF4007. 
Para melhorar o desempenho do circuito de comando de “gate”, utilizam-se 
alguns resistores recomendados pelo fabricante: 
R9 e R10 = 22 W 
R11 e R12 = 10 k W
14 
6.10 CIRCUITO DE ALIMENTAÇÃO DO CONTROLE 
A alimentação dos dois circuitos integrados do inversor se dará através de 
um divisor resistivo e um grampeamento na tensão de 18 V. 
O grampeamento da tensão em 18 V é feito através de um zener (D5) de 18V 
e 2W. O capacitor C2 é o armazenador de energia nesse nível de tensão. A 
capacitância de C2 é de 47 μF e 25 V. 
6.11 CIRCUITO DE SINALIZAÇÃO 
Com a finalidade de sinalizar a energização da placa, existe um circuito que 
acende um LED quando a placa é ligada na fonte de tensão alternada. Esse 
circuito é constituído de uma resistência de 100 k e de ½ W em série com um 
LED. 
6.12 CIRCUITO DE CARGA 
O circuito de carga utiliza uma lâmpada fluorescente de 20 W em paralelo 
com um capacitor (C9) de polipropileno de 15 hF e 630 V. Os capacitores C10 e 
C11 são de 33 hF e 630 V. 
7 LÂMPADA FLUORESCENTE 
Desenvolvida na década de 1940 e conhecida comercialmente como 
lâmpada tubular fluorescente, em função da geometria do seu tubo de descarga, 
esta lâmpada é muito utilizada no campo da iluminação. O tubo de descarga, de 
vidro transparente, é revestido internamente com uma camada de pó branco, 
genericamente conhecido como fósforo. O fósforo atua como um conversor de 
radiação, ou seja, absorve um comprimento de onda específico de radiação 
ultravioleta, produzida por uma descarga de vapor de mercúrio a baixa pressão, 
para emitir luz visível. 
Os filamentos das lâmpadas fluorescentes são construtivamente 
semelhantes aos das lâmpadas incandescentes, porém operam em temperaturas 
mais baixas. Esses filamentos emitem elétrons por efeito termo-iônico. Durante a 
partida, os filamentos são alimentados por uma fonte de tensão, sendo aquecidos 
pela circulação da corrente, até atingir a temperatura de emissão que é mantida 
pelo calor gerado na descarga com a lâmpada já em funcionamento. 
Para haver a ignição da lâmpada é necessário um alto valor de tensão sobre 
o tubo de descarga. No reator eletrônico a ser implementado, este alto valor de 
tensão é conseguido através de uma ressonância LC. 
Toda lâmpada de descarga apresenta uma impedância dinâmica (derivada 
da tensão em relação à corrente) negativa, ou seja, à medida que a corrente na 
lâmpada aumenta, a tensão nos seus terminais diminui. Por isso, é necessária a 
associação em série de um elemento com impedância positiva para a 
estabilização da corrente.
15 
8 REFERÊNCIAS 
SEDRA, Adel S.; Smith, Kenneth, C. Microeletrônica. 6aed. São Paulo: Pearson Education 
do Brasil, 2000. 
BARBI, Ivo. Projetos de Fontes Chaveadas. 1ª Edição. UFSC, 2001. 
INTERNATIONAL RECTIFIER. IR2112 High and Low Side Driver, Shutdown Input in a 14- 
pin DIP package. In: Datasheetcatalog.com: product catalog. [s.d.]. 
Disponível em:  http://www.datasheetcatalog.com/datasheets_pdf/I/R/2/1/IR2112.shtml . 
RASHID, Muhammad H. Power electronics: circuits, devices, and applications. 2.ed. 
New York: Prentice Hall, 1993. 702p. 
TEXAS INSTRUMENTS. UC3525: Regulating Pulse Width Modulators. In: 
Alldatasheet.com: product catalog. 8 pages. [s.d.]. 
Disponível em: http://pdf.alldatasheet.com/datasheet-pdf/view/29334/TI/UC3525.html. 
THORNTON INPEC ELETRÔNICA LTDA. Linha de Produtos – Ferrites. São Paulo, 
[s.d]. Disponível em: http://www.thornton.com.br/Port/p_linha_de_produtos.htm. 
9 RELAÇÃO DE MATERIAIS 
A relação de materiais está na tabela a seguir: 
Relação de Material do Inversor 
Ítem Descrição Quantidade Valor Potência Tensão 
1 Resistores (R1, R2, R3) 3 22 kW 2 W - 
2 Resistores R4 1 100 kW 1/2 W - 
3 Potenciômetro R5 1 10 kW 1/8 W - 
4 Resistores (R6 e R13) 2 1W 1/4 W - 
5 Potenciômetro R7 1 4,7 kW 1/8 W - 
6 Resistor R8 1 1 kW 1/8 W - 
7 Resistores (R9 e R10) 2 22 W 1/4 W - 
8 Resistores (R11 e R12) 2 10 kW 1/8 W - 
9 Capacitor Eletrolítico C1 1 47 μF - 250 V 
10 Capacitor Eletrolítico C2 1 47 μF - 25 V 
11 Capacitor Cerâmico C3 1 10 hF - 50 V 
12 Capacitores Cerâmicos C4 
e C6 
2 100 hF - 50 V
16 
13 Capacitores Eletrolíticos 
C5 e C7 
2 1 μF - 50 V 
14 Capacitor Eletrolítico C8 1 10 μF - 50 V 
15 Capacitor Polipropileno C9 1 15 hF - 630 V 
16 Capacitores Polipropileno 
C10 e C11 
2 33 hF - 630 V 
17 Fixadores de fios com 2 
bornes 
3 - - - 
18 Mosfet IRF 740 ou 830 2 - - - 
19 Núcleo de Ferrite 
E30/15/7 
1 - - - 
20 Carretel para o Núcleo de 
Ferrite 
1 - - - 
21 Fusível de 2 A 5 - - - 
22 Porta Fusível 1 - - - 
23 CI 3525 1 - - - 
24 Soquete para o CI 3525 1 - - - 
25 Diodo 1N4007 4 - - - 
26 Diodo UF4007 1 - - - 
27 Diodo Zener 1 - 2 W 18 V 
28 Led Vermelho 1 - - - 
29 Pente de Pinos 1 - - - 
30 Ferro de solda 1 - - - 
31 CI 2112 ou CI 2110 1 - - - 
32 Soquete para o CI 2112 1 - - - 
33 Soquete “cebolinha”* 2 - - - 
Soquete “cebolinha” é o soquete usado nos pinos da lâmpada fluorescente.

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Projeto fontes chaveadas_apostila_ inversor

  • 1. UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ PR UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Ministério da Educação Departamento Acadêmico de Eletrotécnica Disciplina de Projeto de Fontes Chaveadas INVERSOR MEIA PONTE AGOSTO DE 2008
  • 2. 2 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................ 3 2 OBJETIVO ............................................................................................................................................... 3 3 INTRODUÇÃO AO INVERSOR MEIA PONTE................................................................................. 3 4 O INVERSOR DO PROJETO................................................................................................................ 6 5 ESPECIFICAÇÃO DO PROJETO ........................................................................................................ 6 6 DIMENSIONAMENTO DOS COMPONENTES ................................................................................. 7 6.1 DADOS PARA A CONSTRUÇÃO DO INDUTOR................................................................... 7 6.1.1 Número de Espiras ................................................................................................................. 8 6.1.2 Cálculo do Entreferro ............................................................................................................ 8 6.1.3 Análise da Bitola pelo Critério da Densidade de Corrente ............................................. 8 6.1.4 Análise da Bitola pelo Critério do Efeito Pelicular .......................................................... 9 6.1.5 Viabilidade da Construção.................................................................................................... 9 6.2 CIRCUITO OSCILADOR........................................................................................................... 10 6.3 CAPACITOR DE ENTRADA..................................................................................................... 10 6.4 DIODOS DE ENTRADA............................................................................................................. 11 6.5 PARTIDA SUAVE........................................................................................................................ 11 6.6 RESISTORES DE ALIMENTAÇÃO DOS CI´S..................................................................... 12 6.7 POTENCIÔMETRO DE AJUSTE DA RAZÃO CÍCLICA................................................... 12 6.8 MOSFETS...................................................................................................................................... 13 6.9 IR 2112............................................................................................................................................ 13 6.10 CIRCUITO DE ALIMENTAÇÃO DO CONTROLE.......................................................... 14 6.11 CIRCUITO DE SINALIZAÇÃO............................................................................................ 14 6.12 CIRCUITO DE CARGA.......................................................................................................... 14 7 LÂMPADA FLUORESCENTE............................................................................................................ 14 8 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................................... 15 9 RELAÇÃO DE MATERIAIS................................................................................................................ 15
  • 3. 3 1 INTRODUÇÃO Os inversores são também conhecidos como conversores CC-CA. A função de um inversor é a de converter a tensão de entrada CC em uma tensão de saída CA simétrica de amplitude e freqüência desejadas. Esta tensão tem magnitude e freqüência controlada por meio de dispositivos semicondutores. A tensão de saída pode ser fixa ou variável e com freqüência fixa ou variável. Considerando que a entrada de tensão é fixa, para se obter uma tensão variável na saída, tem-se que variar o ganho do inversor, através de um modulador PWM. Embora a entrada de um inversor seja uma tensão contínua, esta mesma tensão c.c. é, normalmente, obtida através da retificação da tensão alternada da rede. 2 OBJETIVO Este documento tem o objetivo de mostrar, passo a passo, como se implementar um inversor meia ponte para fornecer níveis adequados de alimentação para uma lâmpada fluorescente de 20W. O inversor funcionará como reator eletrônico, alimentando a lâmpada em alta freqüência. Para isto, utiliza-se o controlador (circuito integrado) PWM UC3525 junto com o circuito de comando (“driver”) IR2112. Maiores detalhes sobre este assunto podem ser obtidos na dissertação de mestrado do professor Jair Urbanetz Junior. 3 INTRODUÇÃO AO INVERSOR MEIA PONTE O inversor adotado neste circuito é o meia ponte simétrico. Trata-se de uma estrutura simples e totalmente adaptada à aplicação em questão. O funcionamento do inversor será descrito através das suas etapas de operação. Primeira etapa: (t0 , t1) O interruptor S1, que já estava habilitado a conduzir, entra em condução no instante t0, sob tensão e corrente nulas. A corrente evolui até o instante t1, quando o interruptor é comandado a bloquear. Segunda etapa: (t1 , t2) No instante t1 o diodo D2 entra em condução assumindo a corrente do circuito. A corrente mantém o mesmo sentido da etapa anterior, porém decresce até zero no instante t2. Durante esta etapa o interruptor S2 é habilitado a conduzir.
  • 4. 4 PRIMEIRA ETAPA DE OPERAÇÃO SEGUNDA ETAPA DE OPERAÇÃO Terceira etapa: (t2 , t3) Esta etapa inicia com a entrada em condução do interruptor S2, no instante t2. A entrada em condução ocorre com tensão e corrente nulas. A corrente evolui com sentido contrário ao das duas etapas anteriores. O término desta etapa ocorre no instante t3, quando o interruptor é comandado a bloquear. Quarta etapa: (t3 , t4) No instante t3, o diodo D1 entra em condução assumindo a corrente do circuito. A corrente mantém o mesmo sentido da etapa anterior, porém decresce até zero no instante t4. Durante esta etapa o interruptor S1 é habilitado a conduzir. Após o instante t4, retorna-se à primeira etapa, iniciando-se outro ciclo de operação. Os interruptores utilizados no circuito são Mosfets, sendo que estes dispositivos possuem um diodo interno entre o dreno e a fonte, possibilitando o funcionamento da estrutura conforme apresentado.
  • 5. 5 TERCEIRA ETAPA DE OPERAÇÃO QUARTA ETAPA DE OPERAÇÃO Filtro ressonante LCC O filtro ressonante propicia o aparecimento da tensão de ignição durante a partida da lâmpada. É responsável, ainda, por aplicar sobre a mesma uma tensão senoidal durante a operação normal. O filtro, em conjunto com a lâmpada, impõe uma característica de carga indutiva para o inversor, possibilitando a comutação suave durante a entrada em condução dos interruptores. A figura a seguir ilustra a estrutura do filtro. FILTRO RESSONANTE LCC CONECTADO Á CARGA
  • 6. 6 4 O INVERSOR DO PROJETO Este projeto apresenta uma das maneiras de converter corrente contínua em alternada, através do inversor ressonante meia ponte. Na topologia desse inversor, a tensão sobre as chaves não ultrapassa a tensão do barramento c.c., no entanto, um dos interruptores requer comando isolado da base. A carga do inversor é formada por um indutor, um capacitor paralelo e uma lâmpada fluorescente. No entanto, a carga real do circuito é a lâmpada sendo o indutor e o capacitor constituintes do filtro. O comando do circuito é por freqüência imposta e é gerado a partir do CI PWM 3525 associado a um CI driver IR2112. CARGA DO INVERSOR CIRCUITO DE POTÊNCIA DO INVERSOR 5 ESPECIFICAÇÃO DO PROJETO Os dados para o desenvolvimento do projeto estão apresentados abaixo: • Ondulação de saída do retificador 20% • Tempo de partida suave t = 10 ms • Tempo no qual nenhum mosfet conduz 500ns • Freqüência de comutação 30 kHz
  • 7. 7 • Tensão de entrada 127V ±5% • ηI rendimento do inversor = 90% • ηR rendimento do retificador = 90% 6 DIMENSIONAMENTO DOS COMPONENTES 6.1 DADOS PARA A CONSTRUÇÃO DO INDUTOR • L Valor da indutância = 5,5 mH • Ipk corrente de pico no indutor = 250 mA • Ief corente eficaz no indutor = 200 mA • Bmáx densidade máxima de fluxo = 0,2 T • J densidade de corrente = 350 A /cm2 • Kp e kw fatores construtivos kp = 1, kw = 0,7 • μo permeabilidade magnética do ar = 4.π.10-7 H/m Sendo: P K Fator de utilização do primário W K Fator de utilização da área do enrolamento Para escolha do núcleo de ferrite, utiliza-se a seguinte equação: 4 10 × × × pk ef e W × × × K K J B max L I I A A p w × = Sendo: e A Área da perna central [cm²] w A Área da janela do núcleo [cm²] 5,5 10 250 10 200 10 103 3 3 4 × × × × × × × × × 1 0,7 350 0,2 × = − − − e W A A 4 A A 0,0561 cm e W × = Consultando a tabela de Núcleos de Ferrite tipo “E”, escolhe-se um núcleo de ferrite com valor de e w A .A imediatamente acima do encontrado no resultado da equação. Foi utilizado o núcleo E30/15/7 da THORNTON cujos valores para e A e w A atendem com folga o resultado da equação:
  • 8. 8 4 2 2 A .A 0,48 cm , A 0,6 cm , A 0,8 cm e w e w = = = A seguir é apresentado um desenho do tipo de ferrite EE que será usado: NÚCLEO DE FERRITE TIPO EE 6.1.1 Número de Espiras Para o cálculo do número de espiras, utiliza-se a equação a seguir: 115 10 5,5 10 3 250 10 3 104 × × × × 0,6 0,2 × × max 4 = × = × = − − L I A B N e pk N = 115 espiras 6.1.2 Cálculo do Entreferro Para o cálculo do entreferro, utiliza-se a equação a seguir: cm − − − μ p N Ae 2 2 7 2 × × × × × 10 115 4 10 0,6 10 G 0,018 L 5,5 10 3 0 2 = × = × × × = − l O valor encontrado para o “gap” do circuito magnético é a soma dos entreferros que o fluxo total tem que percorrer no caminho magnético. 6.1.3 Análise da Bitola pelo Critério da Densidade de Corrente Para o cálculo da seção do condutor do enrolamento do indutor é necessário conhecer a corrente eficaz que é de 200 mA. A área mínima da seção transversal do condutor de cobre do enrolamento, de acordo com a capacidade de corrente (densidade de corrente), será:
  • 9. 9 200 10 2 cobre 0,00057 0,0027 cm cm I A ef J 350 3 = = × = = − f O fio 29 AWG, ou outro de maior bitola, contempla essa área. 6.1.4 Análise da Bitola pelo Critério do Efeito Pelicular Antes de definir qual condutor será utilizado, deve ser observado ainda o critério da profundidade de penetração, devido ao efeito pelicular (skin). O efeito pelicular está relacionado com a freqüência de oscilação da corrente que circula pelo condutor. O projeto do inversor meia ponte especifica uma freqüência de comutação de 30 kHz que exige o uso de condutores de pequeno diâmetro. 15 15 = = = d 0,0087 cm f 30.10 3 Sendo: d profundidade de penetração, ou seja, o diâmetro máximo do condutor em que se considera que há circulação adequada de corrente. Em função do resultado do valor de d , o condutor máximo recomendável que deve ser utilizado é de 19 AWG. Então, o critério da profundidade de penetração não impede o uso do fio de 29 AWG encontrado pelo critério da densidade de corrente. Portanto, seria utilizado um fio de bitola 29 AWG mas, como este valor não está disponível no laboratório, será utilizado o fio de bitola 28 AWG cuja área é 0,00081 cm2. 6.1.5 Viabilidade da Construção A inequação que representa a viabilidade de montagem do indutor é a indicada a seguir: £ 0,35 Σ SESPIRAS Aw 0,35 0,093 0,8 115 0,00081 0,8 0,8 = £ × = NUMERO ESPIRAS × AREA FIO O resultado da inequação foi 0,12 £ 0,35 , então a condição para montagem do indutor foi satisfeita. Se a inequação não fosse satisfeita, o indutor teria de ser reprojetado.
  • 10. 10 6.2 CIRCUITO OSCILADOR A parte do circuito oscilador que é externo ao circuito integrado 3525 é constituído das resistências R6, R7 e R8 e da capacitância C3. A freqüência de trabalho do PWM especificada no projeto do inversor é de 30kHz. A freqüência nas duas saídas do CI 3525 é a metade da freqüência de oscilação, logo, C3 e (R6, R7 + R8) deverão ser dimensionados para a freqüência de 60kHz para que a freqüência nas duas saídas seja de 30 kHz. Será adotada uma capacitância de 10hF (C3 ou CT na fórmula) e uma resistência de 1W (R6 ou RD na fórmula). A resistência R6 é a responsável pelo tempo morto entre as chaves. A equação seguinte permite o cálculo da resistência (R7 + R8) em função dos outros valores arbitrados: 1 = − 1 f T [ ] [ ] ® = W × + ® = × + × R k C R R R T T D T 2,37 10.10 0,7 3 60000 0,7 3 9 Para se poder fazer ajustes na freqüência é associado um potenciômetro em série com uma resistência fixa. Assim, coloca-se em série com uma resistência de 1 kW (R8), um trimpot de 4,7 kW (R7) para ajuste da freqüência desejada. 6.3 CAPACITOR DE ENTRADA Para o cálculo do capacitor do retificador de entrada (C1), deve-se conhecer a potência de entrada. A potência de entrada é calculada conhecendo-se a potência de saída e os rendimentos do retificador e do inversor. W P 20 = 0 = = e 22,22 P INV 0,9 h Para o cálculo da capacitância, é necessário definir o valor admitido da ondulação (ripple) na tensão retificada. O valor de ondulação foi definido na especificação do projeto e é de 20%. Logo, a tensão mínima admitida, sobre o capacitor, é de 80% do valor de pico nominal. A tensão mínima da rede, já definida na especificação do projeto, é de 95% da tensão nominal. Então o capacitor será:
  • 11. 11 P 22,22 C e 43,74 μ 1 = ( ) ( ) ( ) F 2 2 2 2 f V V 60 0,95 127 2 0,80 127 2 2 1     × − × = − = V1 Tensão mínima de pico da rede. V2 Tensão mínima no capacitor. O valor comercial adotado será de 47 μF. A tensão máxima esperada sobre o capacitor será 5% superior a tensão de pico da rede, ou seja, 189 V. Então, adota-se um capacitor de 250 V. 6.4 DIODOS DE ENTRADA A freqüência de operação da retificação de entrada é definida pela rede, ou seja, 60 Hz. Nessa freqüência são utilizados diodos normais e não diodos rápidos. A corrente desses diodos é definida pela potência transferida, em torno de 25W, e pela tensão retificada, em torno de 180 VCC. Portanto, o valor de corrente de 1 A é mais do que suficiente. Serão utilizados 4 diodos 1N 4007. 6.5 PARTIDA SUAVE A partida suave promove um aumento gradual da razão cíclica do PWM. Isso é importante para evitar que na energização do inversor, altas correntes circulem devido às características dinâmicas do circuito. A partida suave é implementada através de um capacitor introduzido externamente ao circuito integrado 3525 que determinará o tempo que a razão cíclica levará para atingir o valor ajustado. De acordo com a folha de dados (datasheet) do integrado 3525 (controlador PWM), tem-se que: ΔVC = 5V e iC = 50 μA A interpretação desses dados é de que uma fonte de corrente, interna ao circuito integrado, fornece uma corrente de 50 μA para a carga do capacitor C4. Quando esse capacitor atingir o valor de tensão de 5 V, a razão cíclica terá atingido o valor ajustado. Como na especificação do projeto o tempo de partida suave é de 10ms, pode-se calcular o valor da capacitância C4 através da equação a seguir:
  • 12. 12 F i t V C C C 50 10 10 10 6 3 S 100h 5 = × × × = D × D = − − 6.6 RESISTORES DE ALIMENTAÇÃO DOS CI´S A alimentação dos dois circuitos integrados do inversor se dará através de um divisor resistivo e um grampeamento em 18 V proporcionado por um zener. A corrente necessária para a alimentação dos dois CI’s é em torno de 20 mA. A equação a seguir permite o cálculo da resistência equivalente ao paralelismo das resistências R1, R2 e R3. = W 188,6 18 × − = − R 8,53 k 20 10 3 Serão utilizadas 3 resistências em paralelo de 22 kW gerando uma resistência equivalente de 7,3 kW. A potência de cada resistência será: [ 188,6 18 ] P 1,3 W 22 10 3 2 = × − = O valor comercial adotado será de 22 kW / 2W. 6.7 POTENCIÔMETRO DE AJUSTE DA RAZÃO CÍCLICA Uma tensão de referência de 5V é disponibilizada pelo CI 3525 no pino 16. A capacidade de corrente dessa fonte estabilizada é de 500 μA. Essa tensão é usada para alimentar o trimpot de ajuste da razão cíclica e o cálculo desse trimpot é apresentado a seguir: = W 5,0 = − R 10 k × 500 10 6 Será utilizado um trimpot de 10 kW.
  • 13. 13 6.8 MOSFETS O Mosfet é um transistor de efeito de campo do tipo óxido metálico. O nome “efeito de campo” deriva-se do fato de que a corrente no dispositivo é controlada pela tensão aplicada ao “gate”. Os Mosfets a serem escolhidos devem suportar tensões de até 200 V. No entanto, sempre se deve deixar uma folga por questões de segurança. A corrente no Mosfet é igual a corrente no enrolamento do indutor que foi definido em função da corrente na lâmpada. Essa corrente não é superior a 250 mA. Deverão ser utilizados dois MOSFET iguais ou superiores a 400V e cujas correntes sejam superiores a 1A. Um possível modelo é o IRF 830 (500 V, 5 A) que atende aos requisitos. Ou ainda o IRF 740 (400 V, 10 A). Caso sejam utilizados dissipadores nos Mosfet’s, não pode haver contato entre eles, pois funcionarão em potenciais diferentes. Na placa que será utilizada, eles estarão justapostos e devem ser isolados entre si. 6.9 IR 2112 O circuito integrado IR 2112, é um “circuit driver” (acionador de comando), ou seja, é um integrado preparado para acionar o “gate” de Mosfet’s ou IGBT’s. Neste circuito, ele recebe as modulações PWM das duas saídas do 3525 e reenvia aos Mosfets, porém, com dois canais cujas referências são independentes. As referências destes canais do IR 2112 são independentes pois a saída “high” é alimentada através de um circuito “boot strap”. Circuitos “bootstrap” são usados em circuitos eletrônicos para criar uma fonte de energia com outra referência. Essa fonte de energia tem a sua origem na alimentação principal do circuito, mas é desacoplada da sua referência. O capacitor de “bootstrap” (C8 no esquemático) armazena energia e a entrega para outra parte do circuito, criando uma malha independente. A necessidade de implementar este circuito é evitar que o Mosfet Q2 fique em curto através da referência do circuito. Assim, o canal de saída chamado “high” do CI 2112 tem uma referência independente do canal de saída chamado “low”. No esquemático, encontram-se os capacitores C5 e C7 que têm a função de desacoplamento de indutâncias. O valor dessas capacitâncias é de 1 μF e 40 V. O capacitor C6 tem a finalidade de filtrar ruído (interferências) e seu valor é de 10 hF. O capacitor C8 tem a finalidade de suprir tensão (bootstrap) para o funcionamento do canal de saída “high” do 2112. O diodo D6 é do tipo rápido e serve para desacoplar (bootstrap) a fonte principal de tensão da alimentação usada pelo canal “high”. Seu código é UF4007. Para melhorar o desempenho do circuito de comando de “gate”, utilizam-se alguns resistores recomendados pelo fabricante: R9 e R10 = 22 W R11 e R12 = 10 k W
  • 14. 14 6.10 CIRCUITO DE ALIMENTAÇÃO DO CONTROLE A alimentação dos dois circuitos integrados do inversor se dará através de um divisor resistivo e um grampeamento na tensão de 18 V. O grampeamento da tensão em 18 V é feito através de um zener (D5) de 18V e 2W. O capacitor C2 é o armazenador de energia nesse nível de tensão. A capacitância de C2 é de 47 μF e 25 V. 6.11 CIRCUITO DE SINALIZAÇÃO Com a finalidade de sinalizar a energização da placa, existe um circuito que acende um LED quando a placa é ligada na fonte de tensão alternada. Esse circuito é constituído de uma resistência de 100 k e de ½ W em série com um LED. 6.12 CIRCUITO DE CARGA O circuito de carga utiliza uma lâmpada fluorescente de 20 W em paralelo com um capacitor (C9) de polipropileno de 15 hF e 630 V. Os capacitores C10 e C11 são de 33 hF e 630 V. 7 LÂMPADA FLUORESCENTE Desenvolvida na década de 1940 e conhecida comercialmente como lâmpada tubular fluorescente, em função da geometria do seu tubo de descarga, esta lâmpada é muito utilizada no campo da iluminação. O tubo de descarga, de vidro transparente, é revestido internamente com uma camada de pó branco, genericamente conhecido como fósforo. O fósforo atua como um conversor de radiação, ou seja, absorve um comprimento de onda específico de radiação ultravioleta, produzida por uma descarga de vapor de mercúrio a baixa pressão, para emitir luz visível. Os filamentos das lâmpadas fluorescentes são construtivamente semelhantes aos das lâmpadas incandescentes, porém operam em temperaturas mais baixas. Esses filamentos emitem elétrons por efeito termo-iônico. Durante a partida, os filamentos são alimentados por uma fonte de tensão, sendo aquecidos pela circulação da corrente, até atingir a temperatura de emissão que é mantida pelo calor gerado na descarga com a lâmpada já em funcionamento. Para haver a ignição da lâmpada é necessário um alto valor de tensão sobre o tubo de descarga. No reator eletrônico a ser implementado, este alto valor de tensão é conseguido através de uma ressonância LC. Toda lâmpada de descarga apresenta uma impedância dinâmica (derivada da tensão em relação à corrente) negativa, ou seja, à medida que a corrente na lâmpada aumenta, a tensão nos seus terminais diminui. Por isso, é necessária a associação em série de um elemento com impedância positiva para a estabilização da corrente.
  • 15. 15 8 REFERÊNCIAS SEDRA, Adel S.; Smith, Kenneth, C. Microeletrônica. 6aed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2000. BARBI, Ivo. Projetos de Fontes Chaveadas. 1ª Edição. UFSC, 2001. INTERNATIONAL RECTIFIER. IR2112 High and Low Side Driver, Shutdown Input in a 14- pin DIP package. In: Datasheetcatalog.com: product catalog. [s.d.]. Disponível em: http://www.datasheetcatalog.com/datasheets_pdf/I/R/2/1/IR2112.shtml . RASHID, Muhammad H. Power electronics: circuits, devices, and applications. 2.ed. New York: Prentice Hall, 1993. 702p. TEXAS INSTRUMENTS. UC3525: Regulating Pulse Width Modulators. In: Alldatasheet.com: product catalog. 8 pages. [s.d.]. Disponível em: http://pdf.alldatasheet.com/datasheet-pdf/view/29334/TI/UC3525.html. THORNTON INPEC ELETRÔNICA LTDA. Linha de Produtos – Ferrites. São Paulo, [s.d]. Disponível em: http://www.thornton.com.br/Port/p_linha_de_produtos.htm. 9 RELAÇÃO DE MATERIAIS A relação de materiais está na tabela a seguir: Relação de Material do Inversor Ítem Descrição Quantidade Valor Potência Tensão 1 Resistores (R1, R2, R3) 3 22 kW 2 W - 2 Resistores R4 1 100 kW 1/2 W - 3 Potenciômetro R5 1 10 kW 1/8 W - 4 Resistores (R6 e R13) 2 1W 1/4 W - 5 Potenciômetro R7 1 4,7 kW 1/8 W - 6 Resistor R8 1 1 kW 1/8 W - 7 Resistores (R9 e R10) 2 22 W 1/4 W - 8 Resistores (R11 e R12) 2 10 kW 1/8 W - 9 Capacitor Eletrolítico C1 1 47 μF - 250 V 10 Capacitor Eletrolítico C2 1 47 μF - 25 V 11 Capacitor Cerâmico C3 1 10 hF - 50 V 12 Capacitores Cerâmicos C4 e C6 2 100 hF - 50 V
  • 16. 16 13 Capacitores Eletrolíticos C5 e C7 2 1 μF - 50 V 14 Capacitor Eletrolítico C8 1 10 μF - 50 V 15 Capacitor Polipropileno C9 1 15 hF - 630 V 16 Capacitores Polipropileno C10 e C11 2 33 hF - 630 V 17 Fixadores de fios com 2 bornes 3 - - - 18 Mosfet IRF 740 ou 830 2 - - - 19 Núcleo de Ferrite E30/15/7 1 - - - 20 Carretel para o Núcleo de Ferrite 1 - - - 21 Fusível de 2 A 5 - - - 22 Porta Fusível 1 - - - 23 CI 3525 1 - - - 24 Soquete para o CI 3525 1 - - - 25 Diodo 1N4007 4 - - - 26 Diodo UF4007 1 - - - 27 Diodo Zener 1 - 2 W 18 V 28 Led Vermelho 1 - - - 29 Pente de Pinos 1 - - - 30 Ferro de solda 1 - - - 31 CI 2112 ou CI 2110 1 - - - 32 Soquete para o CI 2112 1 - - - 33 Soquete “cebolinha”* 2 - - - Soquete “cebolinha” é o soquete usado nos pinos da lâmpada fluorescente.