1. UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ PR
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ
Ministério da Educação
Departamento Acadêmico de Eletrotécnica
Disciplina de Projeto de Fontes Chaveadas
INVERSOR MEIA PONTE
AGOSTO DE 2008
2. 2
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................ 3
2 OBJETIVO ............................................................................................................................................... 3
3 INTRODUÇÃO AO INVERSOR MEIA PONTE................................................................................. 3
4 O INVERSOR DO PROJETO................................................................................................................ 6
5 ESPECIFICAÇÃO DO PROJETO ........................................................................................................ 6
6 DIMENSIONAMENTO DOS COMPONENTES ................................................................................. 7
6.1 DADOS PARA A CONSTRUÇÃO DO INDUTOR................................................................... 7
6.1.1 Número de Espiras ................................................................................................................. 8
6.1.2 Cálculo do Entreferro ............................................................................................................ 8
6.1.3 Análise da Bitola pelo Critério da Densidade de Corrente ............................................. 8
6.1.4 Análise da Bitola pelo Critério do Efeito Pelicular .......................................................... 9
6.1.5 Viabilidade da Construção.................................................................................................... 9
6.2 CIRCUITO OSCILADOR........................................................................................................... 10
6.3 CAPACITOR DE ENTRADA..................................................................................................... 10
6.4 DIODOS DE ENTRADA............................................................................................................. 11
6.5 PARTIDA SUAVE........................................................................................................................ 11
6.6 RESISTORES DE ALIMENTAÇÃO DOS CI´S..................................................................... 12
6.7 POTENCIÔMETRO DE AJUSTE DA RAZÃO CÍCLICA................................................... 12
6.8 MOSFETS...................................................................................................................................... 13
6.9 IR 2112............................................................................................................................................ 13
6.10 CIRCUITO DE ALIMENTAÇÃO DO CONTROLE.......................................................... 14
6.11 CIRCUITO DE SINALIZAÇÃO............................................................................................ 14
6.12 CIRCUITO DE CARGA.......................................................................................................... 14
7 LÂMPADA FLUORESCENTE............................................................................................................ 14
8 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................................... 15
9 RELAÇÃO DE MATERIAIS................................................................................................................ 15
3. 3
1 INTRODUÇÃO
Os inversores são também conhecidos como conversores CC-CA. A função
de um inversor é a de converter a tensão de entrada CC em uma tensão de saída
CA simétrica de amplitude e freqüência desejadas. Esta tensão tem magnitude e
freqüência controlada por meio de dispositivos semicondutores. A tensão de
saída pode ser fixa ou variável e com freqüência fixa ou variável.
Considerando que a entrada de tensão é fixa, para se obter uma tensão
variável na saída, tem-se que variar o ganho do inversor, através de um
modulador PWM.
Embora a entrada de um inversor seja uma tensão contínua, esta mesma
tensão c.c. é, normalmente, obtida através da retificação da tensão alternada da
rede.
2 OBJETIVO
Este documento tem o objetivo de mostrar, passo a passo, como se
implementar um inversor meia ponte para fornecer níveis adequados de
alimentação para uma lâmpada fluorescente de 20W. O inversor funcionará como
reator eletrônico, alimentando a lâmpada em alta freqüência. Para isto, utiliza-se o
controlador (circuito integrado) PWM UC3525 junto com o circuito de comando
(“driver”) IR2112.
Maiores detalhes sobre este assunto podem ser obtidos na dissertação de
mestrado do professor Jair Urbanetz Junior.
3 INTRODUÇÃO AO INVERSOR MEIA PONTE
O inversor adotado neste circuito é o meia ponte simétrico. Trata-se de uma
estrutura simples e totalmente adaptada à aplicação em questão. O
funcionamento do inversor será descrito através das suas etapas de operação.
Primeira etapa: (t0 , t1)
O interruptor S1, que já estava habilitado a conduzir, entra em condução no
instante t0, sob tensão e corrente nulas. A corrente evolui até o instante t1, quando
o interruptor é comandado a bloquear.
Segunda etapa: (t1 , t2)
No instante t1 o diodo D2 entra em condução assumindo a corrente do
circuito. A corrente mantém o mesmo sentido da etapa anterior, porém decresce
até zero no instante t2. Durante esta etapa o interruptor S2 é habilitado a conduzir.
4. 4
PRIMEIRA ETAPA DE OPERAÇÃO
SEGUNDA ETAPA DE OPERAÇÃO
Terceira etapa: (t2 , t3)
Esta etapa inicia com a entrada em condução do interruptor S2, no instante
t2. A entrada em condução ocorre com tensão e corrente nulas. A corrente evolui
com sentido contrário ao das duas etapas anteriores. O término desta etapa
ocorre no instante t3, quando o interruptor é comandado a bloquear.
Quarta etapa: (t3 , t4)
No instante t3, o diodo D1 entra em condução assumindo a corrente do
circuito. A corrente mantém o mesmo sentido da etapa anterior, porém decresce
até zero no instante t4. Durante esta etapa o interruptor S1 é habilitado a conduzir.
Após o instante t4, retorna-se à primeira etapa, iniciando-se outro ciclo de
operação.
Os interruptores utilizados no circuito são Mosfets, sendo que estes
dispositivos possuem um diodo interno entre o dreno e a fonte, possibilitando o
funcionamento da estrutura conforme apresentado.
5. 5
TERCEIRA ETAPA DE OPERAÇÃO
QUARTA ETAPA DE OPERAÇÃO
Filtro ressonante LCC
O filtro ressonante propicia o aparecimento da tensão de ignição durante a
partida da lâmpada. É responsável, ainda, por aplicar sobre a mesma uma tensão
senoidal durante a operação normal.
O filtro, em conjunto com a lâmpada, impõe uma característica de carga
indutiva para o inversor, possibilitando a comutação suave durante a entrada em
condução dos interruptores. A figura a seguir ilustra a estrutura do filtro.
FILTRO RESSONANTE LCC CONECTADO Á CARGA
6. 6
4 O INVERSOR DO PROJETO
Este projeto apresenta uma das maneiras de converter corrente contínua em
alternada, através do inversor ressonante meia ponte. Na topologia desse
inversor, a tensão sobre as chaves não ultrapassa a tensão do barramento c.c., no
entanto, um dos interruptores requer comando isolado da base.
A carga do inversor é formada por um indutor, um capacitor paralelo e uma
lâmpada fluorescente. No entanto, a carga real do circuito é a lâmpada sendo o
indutor e o capacitor constituintes do filtro. O comando do circuito é por freqüência
imposta e é gerado a partir do CI PWM 3525 associado a um CI driver IR2112.
CARGA DO INVERSOR
CIRCUITO DE POTÊNCIA DO INVERSOR
5 ESPECIFICAÇÃO DO PROJETO
Os dados para o desenvolvimento do projeto estão apresentados abaixo:
• Ondulação de saída do retificador 20%
• Tempo de partida suave t = 10 ms
• Tempo no qual nenhum mosfet conduz 500ns
• Freqüência de comutação 30 kHz
7. 7
• Tensão de entrada 127V ±5%
• ηI rendimento do inversor = 90%
• ηR rendimento do retificador = 90%
6 DIMENSIONAMENTO DOS COMPONENTES
6.1 DADOS PARA A CONSTRUÇÃO DO INDUTOR
• L Valor da indutância = 5,5 mH
• Ipk corrente de pico no indutor = 250 mA
• Ief corente eficaz no indutor = 200 mA
• Bmáx densidade máxima de fluxo = 0,2 T
• J densidade de corrente = 350 A /cm2
• Kp e kw fatores construtivos kp = 1, kw = 0,7
• μo permeabilidade magnética do ar = 4.π.10-7 H/m
Sendo:
P K Fator de utilização do primário
W K Fator de utilização da área do enrolamento
Para escolha do núcleo de ferrite, utiliza-se a seguinte equação:
4 10
× × ×
pk ef
e W × × ×
K K J B
max
L I I
A A
p w
× =
Sendo:
e A Área da perna central [cm²]
w A Área da janela do núcleo [cm²]
5,5 10 250 10 200 10 103 3 3 4
× × × × × ×
× × ×
1 0,7 350 0,2
× =
− − −
e W A A
4 A A 0,0561 cm e W × =
Consultando a tabela de Núcleos de Ferrite tipo “E”, escolhe-se um núcleo
de ferrite com valor de e w A .A imediatamente acima do encontrado no resultado da
equação.
Foi utilizado o núcleo E30/15/7 da THORNTON cujos valores para e A e w A
atendem com folga o resultado da equação:
8. 8
4 2 2 A .A 0,48 cm , A 0,6 cm , A 0,8 cm e w e w = = =
A seguir é apresentado um desenho do tipo de ferrite EE que será usado:
NÚCLEO DE FERRITE TIPO EE
6.1.1 Número de Espiras
Para o cálculo do número de espiras, utiliza-se a equação a seguir:
115
10 5,5 10 3 250 10 3 104
× × × ×
0,6 0,2
× ×
max
4
=
×
=
×
=
− −
L I
A B
N
e
pk
N = 115 espiras
6.1.2 Cálculo do Entreferro
Para o cálculo do entreferro, utiliza-se a equação a seguir:
cm
− − − μ p
N Ae
2 2 7 2
× × × × ×
10 115 4 10 0,6 10
G 0,018
L
5,5 10
3
0
2
=
×
=
× × ×
= −
l
O valor encontrado para o “gap” do circuito magnético é a soma dos
entreferros que o fluxo total tem que percorrer no caminho magnético.
6.1.3 Análise da Bitola pelo Critério da Densidade de Corrente
Para o cálculo da seção do condutor do enrolamento do indutor é necessário
conhecer a corrente eficaz que é de 200 mA. A área mínima da seção transversal
do condutor de cobre do enrolamento, de acordo com a capacidade de corrente
(densidade de corrente), será:
9. 9
200 10 2
cobre 0,00057 0,0027
cm cm
I
A ef
J
350
3
= =
×
= =
−
f
O fio 29 AWG, ou outro de maior bitola, contempla essa área.
6.1.4 Análise da Bitola pelo Critério do Efeito Pelicular
Antes de definir qual condutor será utilizado, deve ser observado ainda o
critério da profundidade de penetração, devido ao efeito pelicular (skin). O efeito
pelicular está relacionado com a freqüência de oscilação da corrente que circula
pelo condutor. O projeto do inversor meia ponte especifica uma freqüência de
comutação de 30 kHz que exige o uso de condutores de pequeno diâmetro.
15 15
= = =
d 0,0087
cm
f
30.10
3
Sendo:
d profundidade de penetração, ou seja, o diâmetro máximo do condutor
em que se considera que há circulação adequada de corrente.
Em função do resultado do valor de d , o condutor máximo recomendável
que deve ser utilizado é de 19 AWG.
Então, o critério da profundidade de penetração não impede o uso do fio de
29 AWG encontrado pelo critério da densidade de corrente. Portanto, seria
utilizado um fio de bitola 29 AWG mas, como este valor não está disponível no
laboratório, será utilizado o fio de bitola 28 AWG cuja área é 0,00081 cm2.
6.1.5 Viabilidade da Construção
A inequação que representa a viabilidade de montagem do indutor é a
indicada a seguir:
£ 0,35
Σ
SESPIRAS
Aw
0,35
0,093
0,8
115 0,00081
0,8
0,8
= £
×
=
NUMERO ESPIRAS × AREA FIO
O resultado da inequação foi 0,12 £ 0,35 , então a condição para montagem
do indutor foi satisfeita. Se a inequação não fosse satisfeita, o indutor teria de ser
reprojetado.
10. 10
6.2 CIRCUITO OSCILADOR
A parte do circuito oscilador que é externo ao circuito integrado 3525 é
constituído das resistências R6, R7 e R8 e da capacitância C3.
A freqüência de trabalho do PWM especificada no projeto do inversor é de
30kHz. A freqüência nas duas saídas do CI 3525 é a metade da freqüência de
oscilação, logo, C3 e (R6, R7 + R8) deverão ser dimensionados para a freqüência
de 60kHz para que a freqüência nas duas saídas seja de 30 kHz.
Será adotada uma capacitância de 10hF (C3 ou CT na fórmula) e uma
resistência de 1W (R6 ou RD na fórmula). A resistência R6 é a responsável pelo
tempo morto entre as chaves.
A equação seguinte permite o cálculo da resistência (R7 + R8) em função dos
outros valores arbitrados:
1
= −
1
f T
[ ] [ ]
® = W
× +
® =
× + ×
R k
C R R R
T T D T
2,37
10.10 0,7 3
60000
0,7 3
9
Para se poder fazer ajustes na freqüência é associado um potenciômetro em
série com uma resistência fixa. Assim, coloca-se em série com uma resistência de
1 kW (R8), um trimpot de 4,7 kW (R7) para ajuste da freqüência desejada.
6.3 CAPACITOR DE ENTRADA
Para o cálculo do capacitor do retificador de entrada (C1), deve-se conhecer
a potência de entrada. A potência de entrada é calculada conhecendo-se a
potência de saída e os rendimentos do retificador e do inversor.
W
P
20 = 0 = =
e 22,22
P
INV
0,9
h
Para o cálculo da capacitância, é necessário definir o valor admitido da
ondulação (ripple) na tensão retificada. O valor de ondulação foi definido na
especificação do projeto e é de 20%. Logo, a tensão mínima admitida, sobre o
capacitor, é de 80% do valor de pico nominal.
A tensão mínima da rede, já definida na especificação do projeto, é de 95%
da tensão nominal.
Então o capacitor será:
11. 11
P
22,22
C e 43,74 μ
1 =
( ) ( ) ( )
F
2 2 2
2
f V V
60 0,95 127 2 0,80 127 2
2
1
× − ×
=
−
=
V1 Tensão mínima de pico da rede.
V2 Tensão mínima no capacitor.
O valor comercial adotado será de 47 μF.
A tensão máxima esperada sobre o capacitor será 5% superior a tensão de
pico da rede, ou seja, 189 V. Então, adota-se um capacitor de 250 V.
6.4 DIODOS DE ENTRADA
A freqüência de operação da retificação de entrada é definida pela rede, ou
seja, 60 Hz. Nessa freqüência são utilizados diodos normais e não diodos rápidos.
A corrente desses diodos é definida pela potência transferida, em torno de
25W, e pela tensão retificada, em torno de 180 VCC. Portanto, o valor de corrente
de 1 A é mais do que suficiente.
Serão utilizados 4 diodos 1N 4007.
6.5 PARTIDA SUAVE
A partida suave promove um aumento gradual da razão cíclica do PWM.
Isso é importante para evitar que na energização do inversor, altas correntes
circulem devido às características dinâmicas do circuito.
A partida suave é implementada através de um capacitor introduzido
externamente ao circuito integrado 3525 que determinará o tempo que a razão
cíclica levará para atingir o valor ajustado.
De acordo com a folha de dados (datasheet) do integrado 3525 (controlador
PWM), tem-se que:
ΔVC = 5V e iC = 50 μA
A interpretação desses dados é de que uma fonte de corrente, interna ao
circuito integrado, fornece uma corrente de 50 μA para a carga do capacitor C4.
Quando esse capacitor atingir o valor de tensão de 5 V, a razão cíclica terá
atingido o valor ajustado. Como na especificação do projeto o tempo de partida
suave é de 10ms, pode-se calcular o valor da capacitância C4 através da equação
a seguir:
12. 12
F
i t
V
C
C
C
50 10 10 10 6 3
S 100h
5
=
× × ×
=
D
× D
=
− −
6.6 RESISTORES DE ALIMENTAÇÃO DOS CI´S
A alimentação dos dois circuitos integrados do inversor se dará através de
um divisor resistivo e um grampeamento em 18 V proporcionado por um zener.
A corrente necessária para a alimentação dos dois CI’s é em torno de 20 mA.
A equação a seguir permite o cálculo da resistência equivalente ao
paralelismo das resistências R1, R2 e R3.
= W
188,6 18
×
−
= − R 8,53 k
20 10
3
Serão utilizadas 3 resistências em paralelo de 22 kW gerando uma
resistência equivalente de 7,3 kW.
A potência de cada resistência será:
[ 188,6 18
]
P 1,3 W
22 10
3
2
=
×
−
=
O valor comercial adotado será de 22 kW / 2W.
6.7 POTENCIÔMETRO DE AJUSTE DA RAZÃO CÍCLICA
Uma tensão de referência de 5V é disponibilizada pelo CI 3525 no pino 16.
A capacidade de corrente dessa fonte estabilizada é de 500 μA. Essa tensão é
usada para alimentar o trimpot de ajuste da razão cíclica e o cálculo desse trimpot
é apresentado a seguir:
= W
5,0
= −
R 10 k
×
500 10
6
Será utilizado um trimpot de 10 kW.
13. 13
6.8 MOSFETS
O Mosfet é um transistor de efeito de campo do tipo óxido metálico. O nome
“efeito de campo” deriva-se do fato de que a corrente no dispositivo é controlada
pela tensão aplicada ao “gate”.
Os Mosfets a serem escolhidos devem suportar tensões de até 200 V. No
entanto, sempre se deve deixar uma folga por questões de segurança. A corrente
no Mosfet é igual a corrente no enrolamento do indutor que foi definido em função
da corrente na lâmpada. Essa corrente não é superior a 250 mA.
Deverão ser utilizados dois MOSFET iguais ou superiores a 400V e cujas
correntes sejam superiores a 1A. Um possível modelo é o IRF 830 (500 V, 5 A)
que atende aos requisitos. Ou ainda o IRF 740 (400 V, 10 A).
Caso sejam utilizados dissipadores nos Mosfet’s, não pode haver contato
entre eles, pois funcionarão em potenciais diferentes. Na placa que será utilizada,
eles estarão justapostos e devem ser isolados entre si.
6.9 IR 2112
O circuito integrado IR 2112, é um “circuit driver” (acionador de comando), ou
seja, é um integrado preparado para acionar o “gate” de Mosfet’s ou IGBT’s. Neste
circuito, ele recebe as modulações PWM das duas saídas do 3525 e reenvia aos
Mosfets, porém, com dois canais cujas referências são independentes.
As referências destes canais do IR 2112 são independentes pois a saída
“high” é alimentada através de um circuito “boot strap”. Circuitos “bootstrap” são
usados em circuitos eletrônicos para criar uma fonte de energia com outra
referência. Essa fonte de energia tem a sua origem na alimentação principal do
circuito, mas é desacoplada da sua referência. O capacitor de “bootstrap” (C8 no
esquemático) armazena energia e a entrega para outra parte do circuito, criando
uma malha independente.
A necessidade de implementar este circuito é evitar que o Mosfet Q2 fique
em curto através da referência do circuito. Assim, o canal de saída chamado
“high” do CI 2112 tem uma referência independente do canal de saída chamado
“low”.
No esquemático, encontram-se os capacitores C5 e C7 que têm a função de
desacoplamento de indutâncias. O valor dessas capacitâncias é de 1 μF e 40 V.
O capacitor C6 tem a finalidade de filtrar ruído (interferências) e seu valor é
de 10 hF.
O capacitor C8 tem a finalidade de suprir tensão (bootstrap) para o
funcionamento do canal de saída “high” do 2112.
O diodo D6 é do tipo rápido e serve para desacoplar (bootstrap) a fonte
principal de tensão da alimentação usada pelo canal “high”. Seu código é
UF4007.
Para melhorar o desempenho do circuito de comando de “gate”, utilizam-se
alguns resistores recomendados pelo fabricante:
R9 e R10 = 22 W
R11 e R12 = 10 k W
14. 14
6.10 CIRCUITO DE ALIMENTAÇÃO DO CONTROLE
A alimentação dos dois circuitos integrados do inversor se dará através de
um divisor resistivo e um grampeamento na tensão de 18 V.
O grampeamento da tensão em 18 V é feito através de um zener (D5) de 18V
e 2W. O capacitor C2 é o armazenador de energia nesse nível de tensão. A
capacitância de C2 é de 47 μF e 25 V.
6.11 CIRCUITO DE SINALIZAÇÃO
Com a finalidade de sinalizar a energização da placa, existe um circuito que
acende um LED quando a placa é ligada na fonte de tensão alternada. Esse
circuito é constituído de uma resistência de 100 k e de ½ W em série com um
LED.
6.12 CIRCUITO DE CARGA
O circuito de carga utiliza uma lâmpada fluorescente de 20 W em paralelo
com um capacitor (C9) de polipropileno de 15 hF e 630 V. Os capacitores C10 e
C11 são de 33 hF e 630 V.
7 LÂMPADA FLUORESCENTE
Desenvolvida na década de 1940 e conhecida comercialmente como
lâmpada tubular fluorescente, em função da geometria do seu tubo de descarga,
esta lâmpada é muito utilizada no campo da iluminação. O tubo de descarga, de
vidro transparente, é revestido internamente com uma camada de pó branco,
genericamente conhecido como fósforo. O fósforo atua como um conversor de
radiação, ou seja, absorve um comprimento de onda específico de radiação
ultravioleta, produzida por uma descarga de vapor de mercúrio a baixa pressão,
para emitir luz visível.
Os filamentos das lâmpadas fluorescentes são construtivamente
semelhantes aos das lâmpadas incandescentes, porém operam em temperaturas
mais baixas. Esses filamentos emitem elétrons por efeito termo-iônico. Durante a
partida, os filamentos são alimentados por uma fonte de tensão, sendo aquecidos
pela circulação da corrente, até atingir a temperatura de emissão que é mantida
pelo calor gerado na descarga com a lâmpada já em funcionamento.
Para haver a ignição da lâmpada é necessário um alto valor de tensão sobre
o tubo de descarga. No reator eletrônico a ser implementado, este alto valor de
tensão é conseguido através de uma ressonância LC.
Toda lâmpada de descarga apresenta uma impedância dinâmica (derivada
da tensão em relação à corrente) negativa, ou seja, à medida que a corrente na
lâmpada aumenta, a tensão nos seus terminais diminui. Por isso, é necessária a
associação em série de um elemento com impedância positiva para a
estabilização da corrente.
15. 15
8 REFERÊNCIAS
SEDRA, Adel S.; Smith, Kenneth, C. Microeletrônica. 6aed. São Paulo: Pearson Education
do Brasil, 2000.
BARBI, Ivo. Projetos de Fontes Chaveadas. 1ª Edição. UFSC, 2001.
INTERNATIONAL RECTIFIER. IR2112 High and Low Side Driver, Shutdown Input in a 14-
pin DIP package. In: Datasheetcatalog.com: product catalog. [s.d.].
Disponível em: http://www.datasheetcatalog.com/datasheets_pdf/I/R/2/1/IR2112.shtml .
RASHID, Muhammad H. Power electronics: circuits, devices, and applications. 2.ed.
New York: Prentice Hall, 1993. 702p.
TEXAS INSTRUMENTS. UC3525: Regulating Pulse Width Modulators. In:
Alldatasheet.com: product catalog. 8 pages. [s.d.].
Disponível em: http://pdf.alldatasheet.com/datasheet-pdf/view/29334/TI/UC3525.html.
THORNTON INPEC ELETRÔNICA LTDA. Linha de Produtos – Ferrites. São Paulo,
[s.d]. Disponível em: http://www.thornton.com.br/Port/p_linha_de_produtos.htm.
9 RELAÇÃO DE MATERIAIS
A relação de materiais está na tabela a seguir:
Relação de Material do Inversor
Ítem Descrição Quantidade Valor Potência Tensão
1 Resistores (R1, R2, R3) 3 22 kW 2 W -
2 Resistores R4 1 100 kW 1/2 W -
3 Potenciômetro R5 1 10 kW 1/8 W -
4 Resistores (R6 e R13) 2 1W 1/4 W -
5 Potenciômetro R7 1 4,7 kW 1/8 W -
6 Resistor R8 1 1 kW 1/8 W -
7 Resistores (R9 e R10) 2 22 W 1/4 W -
8 Resistores (R11 e R12) 2 10 kW 1/8 W -
9 Capacitor Eletrolítico C1 1 47 μF - 250 V
10 Capacitor Eletrolítico C2 1 47 μF - 25 V
11 Capacitor Cerâmico C3 1 10 hF - 50 V
12 Capacitores Cerâmicos C4
e C6
2 100 hF - 50 V
16. 16
13 Capacitores Eletrolíticos
C5 e C7
2 1 μF - 50 V
14 Capacitor Eletrolítico C8 1 10 μF - 50 V
15 Capacitor Polipropileno C9 1 15 hF - 630 V
16 Capacitores Polipropileno
C10 e C11
2 33 hF - 630 V
17 Fixadores de fios com 2
bornes
3 - - -
18 Mosfet IRF 740 ou 830 2 - - -
19 Núcleo de Ferrite
E30/15/7
1 - - -
20 Carretel para o Núcleo de
Ferrite
1 - - -
21 Fusível de 2 A 5 - - -
22 Porta Fusível 1 - - -
23 CI 3525 1 - - -
24 Soquete para o CI 3525 1 - - -
25 Diodo 1N4007 4 - - -
26 Diodo UF4007 1 - - -
27 Diodo Zener 1 - 2 W 18 V
28 Led Vermelho 1 - - -
29 Pente de Pinos 1 - - -
30 Ferro de solda 1 - - -
31 CI 2112 ou CI 2110 1 - - -
32 Soquete para o CI 2112 1 - - -
33 Soquete “cebolinha”* 2 - - -
Soquete “cebolinha” é o soquete usado nos pinos da lâmpada fluorescente.