O documento descreve uma atividade sobre tipologias narrativas e argumentativas para alunos do 9o ano. A atividade inclui a leitura e análise de textos sobre namoro, gravação de depoimentos sobre namoro no passado e no presente, e um debate sobre se o namoro de antigamente era melhor do que o de hoje.
3. Atividades:
1.Leitura compartilhada do texto “Meu
primeiro beijo” de (Antônio Barreto);
2.Impressões sobre o texto – roda de
conversa;
3.Ouvir a letra da música “Sei” de Nando
Reis;
4. Relembrar um texto prescritivo /
injuntivo: ”Receita de beijinho”;
5.Trabalhar com a intertextualidade entre os
temas dos três textos;
4. 6. Discussão do texto”Meu Primeiro Beijo”:
sobre as diferenças entre o namoro de
hoje e o de antigamente;
7. Gravar depoimentos com os familiares e
conhecidos relatando seu tempo de
namoro;
8. Elencar pontos positivos e negativos
referentes ao namoro atual e o de antes,
analisando o material pesquisado;
9. Debater sobre o tema proposto: “O
namoro de antigamente era melhor que o
de hoje?”.
5. Leitura compartilhada do texto “Meu primeiro
beijo” de (Antônio Barreto).
Texto: “Meu Primeiro Beijo”
É difícil acreditar, mas meu primeiro beijo foi num ônibus, na volta da
escola. E sabem com quem? Com o Cultura Inútil! Pode? Até que foi legal.
Nem eu nem ele sabíamos exatamente o que era "o beijo". Só de filme.
Estávamos virgens nesse assunto, e morrendo de medo. Mas aprendemos. E
foi assim...
Não sei se numa aula de Biologia ou de Química, o Culta tinha me
mandado um dos seus milhares de bilhetinhos:
" Você é a glicose do meu metabolismo.
Te amo muito!
Paracelso"
E assinou com uma letrinha miúda: Paracelso. Paracelso era outro apelido
dele. Assinou com letrinha tão minúscula que quase tive dó, tive pena,
instinto maternal, coisas de mulher... E também não sei por que: resolvi dar
uma chance pra ele, mesmo sem saber que tipo de lance ia rolar.
No dia seguinte, depois do inglês, pediu pra me acompanhar até em casa.
No ônibus, veio com o seguinte papo:
6. - Um beijo pode deixar a gente exausto, sabia? - Fiz cara de desentendida.
Mas ele continuou:
- Dependendo do beijo, a gente põe em ação 29 músculos, consome cerca
de 12 calorias e acelera o coração de 70 para 150 batidas por minuto. - Aí ele
tomou coragem e pegou na minha mão. Mas continuou salivando seus
perdigotos:
- A gente também gasta, na saliva, nada menos que 9 mg de água; 0,7 mg
de albumina; 0,18 g de substâncias orgânica; 0,711 mg de matérias graxas;
0,45 mg de sais e pelo menos 250 bactérias...
Aí o bactéria falante aproximou o rosto do meu e, tremendo, tirou seus
óculos, tirou os meus, e ficamos nos olhando, de pertinho. O bastante para que
eu descobrisse que, sem os óculos, seus olhos eram bonitos e expressivos,
azuis e brilhantes. E achei gostoso aquele calorzinho que envolvia o corpo da
gente. Ele beijou a pontinha do meu nariz, fechei os olhos e senti sua respiração
ofegante. Seus lábios tocaram os meus. Primeiro de leve, depois com mais
força, e então nos abraçamos de bocas coladas, por alguns segundos.
E de repente o ônibus já havia chegado no ponto final e já tínhamos
transposto , juntos, o abismo do primeiro beijo.
Desci, cheguei em casa, nos beijamos de novo no portão do prédio, e aí
ficamos apaixonados por vária semanas. Até que o mundo rolou, as luas vieram
e voltaram, o tempo se esqueceu do tempo, as contas de telefone aumentaram,
depois diminuíram... e foi ficando nisso. Normal. Que nem meu primeiro beijo.
Mas foi inesquecível!
BARRETO, Antonio. Meu primeiro beijo. Balada do primeiro amor.
São Paulo: FTD, 1977. p. 134-6.
7. Impressões sobre o texto – roda de
conversa;
Ouvir e analisar a letra da música “Sei”
de Nando Reis;
Música:http://youtu.be/oQdAVTK_IaI
8. Ingredientes
2 latas de leite condensado
2 colheres (sopa) de manteiga
300 g de coco fresco ralado fino
Açúcar cristal
Cravos-da-índia
Modo de Preparo
Numa panela, misture 2 latas de
leite condensado, 2 colheres (sopa)
de manteiga e 300 g de coco fresco
ralado fino, leve ao fogo, deixe
apurar por mais ou menos 15
minutos
Retire do fogo e deixe amornar
Faça bolinhas, passe pelo açúcar
cristal ou coco ralado e finalize com
cravos-da-índia .
• Analisar o texto a seguir;
Receita : “Beijinho”
9. Trabalhar com a intertextualidade entre os
temas dos textos;
Discussão sobre as diferenças entre o
namoro de hoje e o de antigamente;
Gravar depoimentos com os familiares e
conhecidos relatando seu tempo de
namoro;
Usando celular, filmadora ou câmera
digital;
Elencar pontos positivos e negativos
referente ao namoro atual e o de antes,
analisando o material pesquisado;
10. Debater sobre o tema proposto:
“O namoro de antigamente era melhor
que o de hoje?”;
Solicitar que os alunos produzam um
artigo de opinião, como forma de
avaliação;
Duração: 8 aulas.
Notas del editor
Texto narrativo MEU PRIMEIRO BEIJO Meu Primeiro Beijo Antonio Barreto É difícil acreditar, mas meu primeiro beijo foi num ônibus, na volta da escola. E sabem com quem? Com o Cultura Inútil! Pode? Até que foi legal. Nem eu nem ele sabíamos exatamente o que era "o beijo". Só de filme. Estávamos virgens nesse assunto, e morrendo de medo. Mas aprendemos. E foi assim... Não sei se numa aula de Biologia ou de Química, o Culta tinha me mandado um dos seus milhares de bilhetinhos: " Você é a glicose do meu metabolismo. Te amo muito! Paracelso" E assinou com uma letrinha miúda: Paracelso. Paracelso era outro apelido dele. Assinou com letrinha tão minúscula que quase tive dó, tive pena, instinto maternal, coisas de mulher...E também não sei por que: resolvi dar uma chance pra ele, mesmo sem saber que tipo de lance ia rolar. No dia seguinte, depois do inglês, pediu pra me acompanhar até em casa. No ônibus, veio com o seguinte papo: - Um beijo pode deixar a gente exausto, sabia? - Fiz cara de desentendida. Mas ele continuou: - Dependendo do beijo, a gente põe em ação 29 músculos, consome cerca de 12 calorias e acelera o coração de 70 para 150 batidas por minuto. - Aí ele tomou coragem e pegou na minha mão. Mas continuou salivando seus perdigotos: - A gente também gasta, na saliva, nada menos que 9 mg de água; 0,7 mg de albumina; 0,18 g de substâncias orgânica; 0,711 mg de matérias graxas; 0,45 mg de sais e pelo menos 250 bactérias... Aí o bactéria falante aproximou o rosto do meu e, tremendo, tirou seus óculos, tirou os meus, e ficamos nos olhando, de pertinho. O bastante para que eu descobrisse que, sem os óculos, seus olhos eram bonitos e expressivos, azuis e brilhantes. E achei gostoso aquele calorzinho que envolvia o corpo da gente. Ele beijou a pontinha do meu nariz, fechei os olhos e senti sua respiração ofegante. Seus lábios tocaram os meus. Primeiro de leve, depois com mais força, e então nos abraçamos de bocas coladas, por alguns segundos. E de repente o ônibus já havia chegado no ponto final e já tínhamos transposto , juntos, o abismo do primeiro beijo. Desci, cheguei em casa, nos beijamos de novo no portão do prédio, e aí ficamos apaixonados por vária semanas. Até que o mundo rolou, as luas vieram e voltaram, o tempo se esqueceu do tempo, as contas de telefone aumentaram, depois diminuíram...e foi ficando nisso. Normal. Que nem meu primeiro beijo. Mas foi inesquecível! BARRETO, Antonio. Meu primeiro beijo. Balada do primeiro amor . São Paulo: FTD, 1977. p. 134-6.