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Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura do Estado do Ceará –
                                  FETRAECE




              CURSO ESTADUAL DE FORMAÇÃO SINDICAL




                          CADERNO DE MÚSICAS




                            CANTANDO A VIDA




                                JUNHO/2010
Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura do Estado do Ceará
                                           FETRAECE

                      CURSO ESTADUAL DE FORMAÇÃO SINDICAL



1. LUTAR CONSCIENTE (HINO DA                       Nosso jardim vamos fecundar ver ideias
ENFOC)                                             brotar, crescer, florescer
                                                   Terra, semente, água e calor, frutos vamos
(Gilvan Dias Mateus – VANDO de                     colher
Canindé/CE)                                        Neste encontro de idéias, dúvidas
                                                   trajetórias
Lutemos meu povo por um mundo novo que             O crer fortalece emoções, aquece e nos
está em nós                                        torna capazes
Lutar consciente formando corrente                 Experiências e sonhos, tudo isso faz parte
erguendo sua voz                                   da realidade dessa nossa história.

No tempo dos quilombos, chicote no lombo,          Lutemos meu povo por um mundo novo que
sistema escravagista                               está em nós
Período imperialista o Brasil comandado por        Lutar consciente formando corrente
senhores feudais                                   erguendo sua voz
Nossos irmãos africanos nas mãos de tiranos
viram ouro e prata                                 Assessores e lideranças seguem na
Mercadoria barata, são negociados como             esperança de uma solução
animais.                                           Um grandioso passo é a formação
                                                   O conhecimento vem para transformar
Temos potencial e a ENFOC afinal tem essa          O movimento sindical achou genial e logo
visão                                              abraçou
Nos ensina ir além de plantar milho e feijão       O novo desafio que a CONTAG lançou
Com suas novas práticas, ações                     Estar se capacitando para se capacitar.
transformadoras
Ela possibilita e no que acredita ela              2. BAIÃO DO POVO JOVEM
fortalece
De conhecimentos a classe enriquece                Os punhos no ar sonho novo
Alimentando idéias libertadoras.                   nós somos a semente do povo
                                                   queremos ser livres, amar.
Lutemos meu povo por um mundo novo que             Trazemos no peito a esperança,
está em nós                                        A história na mão – confiança
Lutar consciente formando corrente                 Que um dia nós vamos ganhar.
erguendo sua voz
                                                   Vamos lá, vamos lá...
Lutas e protestos retratam por certo a             A história ninguém deterá.
insatisfação                                       É rio que corre pro mar.
Por sofrermos toda sorte de humilhação             Ninguém vai nos calar, nos calar!
Nos enche de revolta nos torna rebelados
Prossegue nossa luta não na força bruta            Aonde tem gente se unindo,
como antigamente                                   Depressa nós vamos sorrindo,
Queremos ser livres também somos gente             Nós cremos no novo amanhã.
com conhecimentos e politizados.                   Já chega de morte, injustiça,

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                                           FETRAECE

                      CURSO ESTADUAL DE FORMAÇÃO SINDICAL

Abaixo o egoísmo a preguiça,                       Mulher do povo ambulante,
Da vida nós somos os fãs.                          tocado a ferro, tangido do chão.
                                                   Pode ‘inda ser diferente,
Queremos dizer aos senhores                        se o olho da gente,
Políticos, nobres, doutores                        Aberto enxergar o mal que mata a pobreza,
Com suas multinacionais:                           se unindo a certeza
Não somos produtos na praça,                       a gente a lutar.
tampouco nós achamos graça,
O fel tá amargo demais.                            Companheira nordestina constrói nova sina,
                                                   vamos caminhar.
Um ano pro jovem é bem pouco,                      Ganhando a terra e a rua,
Pra gente vencer o sufoco,                         a força que é tua, ninguém vai quebrar.
A vida completa se dá.                             Traz os teus filhos na praça,
Escola, trabalho, alegria,                         na lei ou na raça, a vitória já vem.
Bandeira de todos os dias                          Une a tua força a do homem,
Na marcha nós vamos levar.                         pra vencer a fome, e cantar o bem.

Levante esta voz companheiro,                      Operária da cidade, a brutalidade
e abra o olho ligeiro,                             e a lei do patrão vão ter que ser destruídas,
não fuja da luta jamais.                           tua classe unida sacode a nação.
Em cada caminho e na rua                           A causa e a luta é comum e o povo é só um,
Assume esta causa que é tua,                       precisa se unir.
Semeie a semente da paz.                           A força nova da vida, mesmo perseguida,
                                                   De pé vai sorrir.

3. BAIÃO DA NOVA MULHER                            4. A JUVENTUDE UNIDA
(Zé Vicente)                                        (Zé Vicente)

Viva, viva, a mulher desta nação                   A juventude unida
Que vai gerando no ventre                          Clamando noite e dia
A nova semente da libertação!                      Com grito de esperança
E vem trazendo no sangue                           E de paz de paz
A semente nova da revolução!
                                                   Estamos pelas praças
Sertaneja, manhã cedo,                             e somos milhões
vai ela sem medo, já vai trabalhar.                nos campos e favelas som os multidões
Trabalho duro, suado, sempre conquistado a         perdidos procuramos um caminho
duro penar.                                        ninguém vai ser feliz
Sai de casa, come nada,                            se andar sozinho.
e sem deixar nada pros filhos comer.
Volta trazendo um pouquinho,                       Laia, laia, laia, laia, lá
o ganho mesquinho não dá pra viver.                Laia, laia, laia, laia.

Mulher do povo humilhado,                          A fome entre os doentes
comprado, enganado, em toda nação.                 e a fome no chão

                                                                                                   3
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                                           FETRAECE

                      CURSO ESTADUAL DE FORMAÇÃO SINDICAL

fizeram do prazer a maldição                       A gente vai abrindo a porta.
Nas mãos dos opressores nós sofremos               Quem vai rir depois, ri melhor!
Ser livres nós queremos
E seremos!                                         Esse amor tão bonito vai,
                                                   Vai gerar nova vida, vai
A flor da liberdade                                Cicatriza feridas, fecunda rapaz.
Em nosso olhar                                     Enquanto governa a maldade,
Paixão, ternura e sonho em nosso ar                A gente canta a liberdade.
De olho no futuro nós estamos                      O amor não se rende jamais!
É a vida que amamos
e buscamos!                                        6. AMIGOS PARA SEMPRE
                                                       (Versão: Sônia Mara)
É esta a nossa hora
E o tempo é pra nós                                Eu não tenho nada pra dizer,
Que chegue em todo canto a nossa voz               Você parece no momento até saber
Miremos bem o espelho na memória                   O quanto eu estou sofrendo.
Faremos jovem linda                                Vem, veja através dos olhos meus
A nossa historia!                                  A emoção que eu sinto em estar aqui
                                                   Sentir seu coração me amando.
5. SE É PRA IR PRA LUTA
(Zé Vicente)                                       Amigos para sempre
                                                   é o que nós iremos ser,
Se é ir pra luta - eu vou,                         Na primavera
Se é pra tá presente - eu tô                       Ou em qualquer das estações,
Pois na vida da gente                              Nas horas tristes,
o que vale é o amor./                              Nos momentos de prazer.
É que a gente junto vai,                           Amigos para sempre!
Reacender estrelas vai,
Replantar nosso sonho em cada coração.             Você pode estar longe, muito longe, sim
Enquanto não chegar o dia,                         Mas por te amar sinto você perto de mim.
enquanto persistir a agonia,                       E o meu coração contente.
a gente ensina o baião!                            Não nos perderemos, não te esquecerei.
Lauê...                                            Você é minha vida, tudo o que eu sonhei
                                                   E quis pra mim um dia.
É que agente junto vai,
Reabrindo caminhos, vai                            7. CANÇÃO DA AMÉRICA
Alargando a avenida pra festa geral.               Fernando Brant e Milton Nascimento
Enquanto não chegar a vitória,
A gente refaz a vitória                            Amigo é coisa para se guardar
Pra o que há de ser afinal!                        Debaixo de sete chaves
                                                   Dentro do coração
É que gente junto, vai,                            Assim falava a canção que na América ouvi
Vai pra rua de novo, vai                           Mas quem cantava chorou
Levantar a bandeia do sonho maior.                 Ao ver o seu amigo partir
Enquanto eles mandam, não importa.

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Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura do Estado do Ceará
                                           FETRAECE

                       CURSO ESTADUAL DE FORMAÇÃO SINDICAL

Mas quem ficou, no pensamento voou                 Foi pro cativeiro e de lá cantou.
Com seu canto que o outro lembrou
E quem voou, no pensamento ficou                   Negro entoou
Com a lembrança que o outro cantou                 Um canto de revolta pelos ares
                                                   Nos quilombos dos palmares
Amigo é coisa para se guardar                      Onde se refugiou,
No lado esquerdo do peito                          Fora a luta dos inconfidentes,
Mesmo que o tempo e a distância digam "não"        Pelas quebras das correntes, nada adiantou.
Mesmo esquecendo a canção
O que importa é ouvir                              E de guerra em paz de paz em guerra,
A voz que vem do coração                           Todo povo desta terra
                                                   Quando pode cantar, cantar de dor ô,ô.
Pois seja o que vier, venha o que vier             ô, ô, ô, ô, ô, ô...
Qualquer dia, amigo, eu volto
A te encontrar                                     E ecoa noite e dia, é ensurdecedor,
Qualquer dia, amigo, a gente vai se                Ai mas que agonia,
encontrar.                                         O canto do trabalhador.
                                                   E esse canto que devia
                                                   Ser um canto de alegria,
8. CABECINHA NO OMBRO                              Soa apenas como um soluçar de dor.
    (Paulo Borges)                                 Ô, ô, ô, ô.

Encosta tua cabecinha
no meu ombro e chora.                              10. CANTO DO POVO DE UM LUGAR
E conta logo tuas magoas toda para mim.                 Caetano Veloso

Quem chora no meu ombro                            Todo dia o sol levanta
Eu juro que não vai embora,                        E a gente canta
Que vai embora,                                    O sol de toda noite.
Que não vai embora.
                                                   Fim da tarde a terra cora
Amor eu quero o seu carinho,                       E a gente chora
Porque eu vivo tão sozinho                         Porque finda a tarde

Não sei se a saudade fica                          Quando a noite, a lua mansa
Ou se ela vai embora,                              e a gente dança
Porque gosta de mim.                               venerando a noite.

9. CANTO DAS TRÊS RAÇAS
(Paulo César Pinheiro/M. Duarte)                   11. CASINHA BRANCA
                                                      (Elpídio dos Santos)
Ninguém ouviu, um soluçar de dor
No canto do Brasil.                                Fiz uma casinha branca
Um lamento triste ecoou,                           Lá no pé da serra
Desde que o índio guerreiro,                       Pra nós dois morar.

                                                                                                 5
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                                           FETRAECE

                       CURSO ESTADUAL DE FORMAÇÃO SINDICAL

Fica perto da barranca                             Eu só peço a Deus,
Do rio Paraná.                                     Que o futuro não me seja indiferente
O lugar é uma beleza,                              Sem ter que fugir desenganado
Eu tenho certeza,                                  Para viver uma cultura diferente.
Você vai gostar.
Fiz uma capela bem do lado                         Solo lê piodo a Dios,
Uma janela para dois morar.                        Que la guerra no me seja indiferente
                                                   E um monstro grande e pisa fuerte
Quando for dia de festa                            Toda la pobre inocência de la gente.
Você veste o seu vestido de algodão.
Quebro o meu chapéu na testa                       13. FOI DEUS QUE FEZ VOCÊ
Para rematar as coisas do leilão.                          Luiz Ramalho
Satisfeito eu vou levar
Você de braços dado                                Foi Deus que fez o céu
Atrás da procissão.                                o rancho das estrelas
                                                   fez também o seresteiro
Vou com meu terno listrado                         para conversar com ela
Uma flor do lado                                   fez a luz que prateia
E meu chapéu na mão:/                              a minha estrada de sorrisos
                                                   e a serpente que expulsou
                                                   mais de um milhão do paraíso...
12. EU SÓ PEÇO A DEUS                              Foi Deus
  Leon
                                                   Foi Deus que fez você
Eu só peço a Deus,                                 Foi Deus quem fez o amor
Que a dor não me seja indiferente                  Fez nascer a eternidade
Que a morte não me encontre um dia                 no momento do carinho
Solitário sem ter feito o que eu queria.           fez até o anonimato
                                                   dos afetos escondidos
Eu só peço a Deus,                                 e a saudade dos amores
Que a injustiça não me seja indiferente            que já foram destruídos...
Pois não posso dar a outra face                    Foi Deus.
Se já fui machucado brutalmente.
                                                   Foi Deus quem fez o vento
Eu só peço a Deus,                                 Que sopra em seus capelos
Que a guerra não me seja indiferente               Foi Deus quem fez o orvalho
É um monstro grande e pisa forte                   Que molha o teu olhar, teu olhar
Toda pobre e inocência dessa gente.                Foi Deus que fez a noite
                                                   E um violão pra gente
Eu só peço a Deus,                                 Foi Deus que fez a gente
Que o futuro não me seja indiferente               Somente para amar,
Se um só traidor tem mais poder que um             Só para amar...
povo
Que esse povo não esqueça facilmente


                                                                                          6
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                                                   Mas nem um caso mais forte
                                                   Do que este que eu passei.
14. JARDIM DA FANTASIA                             Na minha viagem de volta
Paulinho Pedra Azul                                Qualquer coisa eu cismei
                                                   Vendo a porteira fechada
Bem-te-vi, bem te vi                               O menino não avistei.
Andar por um jardim em flor                        Apeei do meu cavalo
Chamando os bichos de amor,                        Num ranchinho abeira chão
Tua boca pingava mel.                              Vi uma mulher chorando
                                                   Quis saber qual a razão.
Bem te quis, bem te quis                           Boiadeiro veio tarde
E ainda quero muito mais                           Veja a cruz no estradão
Maior que a imensidão da paz                       Quem matou o meu filhinho
E bem maior que o sol.                             Foi o boi sem coração.

Onde estas? Voei por esse céu azul,                Lá pras bandas de ouro fino
Andei estradas do além.                            Levando o gado selvagem
Onde estarás meu bem.                              Quando passo na porteira
                                                   Ainda vejo sua imagem
Onde estas? Nas nuvens ou na insensatez            Com seu rangido tão triste
Me beije só mais uma vez,                          Mais parece uma mensagem
Depois volte pra lá.                               Daquele rosto trigueiro
                                                   Desejando boa viagem.
15. O MENINO DA PORTEIRA                           A cruzinha do estradão
   Ted Vieira / Luizinho                           Do pensamento não sai
                                                   Eu já fiz um juramento
Toda vez que eu viajava                            Que não esqueço jamais
Pela estrada de ouro fino                          Nem que o meu gado estoure
De longe eu avistava                               Eu preciso ir atrás
A figura de um menino                              Nesse pedaço de chão
Que corria a porteira                              Berrante eu não toco mais.
Depois vinha me pedindo
Toque o berrante seu moço                          16. ÚLTIMO PAU-DE-ARARA
Que é pra eu ficar ouvindo                              Patativa do Assaré
Quando a boiada passava
a poeira ia baixando                               A vida aqui só é ruim,
Eu jogava uma moeda                                Quando não chove no chão
E ele saia pulando.                                Mas se chover dá de tudo
Obrigado boiadeiro                                 Fartura tem de porção.
Que Deus vá lhe acompanhando.                      Tomara que chova logo,
Por este cartão afora                              Tomara meu Deus tomara.
Meu berrante ia tocando.
                                                   Só deixo o meu cariri
Nos caminhos desta vida                            No último pau-de-arara.
Muito espinho eu encontrei

                                                                                          7
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Enquanto a minha vaquinha                          Vai dar tudo neste chão.
Tiver o couro e osso                               /:Cuma vê nosso destino
E poder com o chocalho                             Mincê tem na vossa mão:/
Pendurado no pescoço,
Eu vou ficar por aqui
Que Deus do céu me ajude.                          18. EU QUERO ACREDITAR NA VIDA
Quem foge a terra natal                                 Zé Martins
Em outros canto não para.
                                                   Eu quero acreditar na vida
Só deixo o meu cariri                              Ver o sol em cada amanhecer
No último pau-de-arara.                            Ter um rosto um sorriso amigo
                                                   Acreditar que o sonho é pra valer
17. VOZES DA SECA                                  Eu quero ver meu peito aberto
    Luiz Gonzaga / Zé Dantas                       Caminhar e não olhar pra trás
                                                   Caminheiro quero amor por perto.
Seu doutor os nordestinos                          Quero o mundo construindo paz.
tem muita gratidão
pelo auxilio dos sulistas                          Canta comigo,
nessa seca do sertão.                              Canta esta canção
Mas doutor uma esmola                              Pois cantando sonharemos juntos
Para o homem que é são                             Pra fazer um mais irmão. (bis)
Ou lhe mata de vergonha
Ou vicia o cidadão.                                Eu quero acreditar no amor
É por isso que pedimos                             ver a noite se afastar de mim
Proteção a vosmicê                                 Em cada rua plantar uma flor
Home por nós escolhido                             E fazer da terra um jardim.
Para as rédias do poder.                           Venha junto sonhar o desejo
Pois doutor dos 20 Estados                         De que o sonho não tenha mais fim
Temos 8 sem chover                                 No violão um som, um arpejo
Veja bem quase a metade                            Construindo a paz, o amor enfim.
Do Brasil ta sem comer.

Dê serviço ao nosso povo                           19. CIDADÃO
encha os rios de barrage                           (Lúcio Barbosa)
dê comida a preço bom
não esqueça a açudage.                             Tá vendo aquele edifício, moço?
Livre assim dessa estiage                          Ajudei a levantar
Lhe pagamo até os juro                             Foi um tempo de aflição, era quatro
Sem gastar nossa coarge.                           condução
                                                   Duas pra ir, duas pra voltar
Se o doutor fizer assim                            Hoje, depois dele pronto
salva o povo do sertão                             Olho pra cima e fico tonto
quando um dia a chuva vim                          Mas me vem um cidadão
quer riqueza pra nação.                            Que me diz desconfiado:
Nunca mais nós pensa em seca                       Cê tá ai admirado, ou tá querendo roubar?

                                                                                               8
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Meu domingo está perdido
Vou pra casa entristecido
Dá vontade de beber                                20. EU SÓ QUERO UM XODÓ
E pra aumentar meu tédio                           (Gilberto Gil)
Eu nem posso olhar pro prédio
Que eu ajudei a fazer                              Que falta eu sinto de um bem
                                                   Que falta me faz um xodó
Tá vendo aquele colégio, moço?                     Mas como eu não tenho ninguém
Eu também trabalhei lá                             Eu levo a vida assim tão só
Lá eu quase me arrebento
Fiz a massa, pus cimento                           Eu só quero um amor
Ajudei a rebocar                                   Que acabe o meu sofrer
Minha filha inocente                               Um xodó pra mim
Veio pra mim toda contente:                        Do meu jeito assim
Pai, vou me matricular                             Que alegre o meu viver
Mas me diz um cidadão:
Criança de pé no chão aqui não pode estudar
Essa dor doeu mais forte                           21. CIO DA TERRA
Nem sei porque deixei o norte
Então me pus a dizer                               Debulhar o trigo
Lá a seca castigava mas o pouco que eu             Recolher cada bago do trigo
plantava                                           Forjar no trigo o milagre do pão
tinha direito a colher                             E se fartar de pão

Tá vendo aquela igreja, moço?                      Decepar a cana
Onde o padre diz amém                              Recolher a garapa da cana
Pus o sino e o badalo                              Roubar da cana a doçura do mel,
Enchi minha mão de calo                            Se lambuzar de mel
Lá eu trabalhei também
Mas ali valeu a pena                               Afagar a terra
Tem quermesse, tem novena                          Conhecer os desejos da terra
E o padre me deixa entrar                          Cio da terra a propícia estação, e fecundar o
Foi lá que cristo me disse:                        chão
Rapaz, deixe de tolice não se deixe
amedrontar
fui eu quem criou a terra enchi os rios e fiz      22. BAIÃO DAS COMUNIDADES
as serras                                          (Zé Vicente)
não deixei nada faltar hoje o homem criou
asas                                               Somos gente nova vivendo a união,
E na maioria das casas                             somos povo semente de uma nova nação ê,
Eu também não posso entrar                         ê....
                                                   Somos gente nova vivendo o amor,
                                                   somos comunidade, povo do Senhor, ê, ê...



                                                                                               9
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1.Vou convidar os meus irmãos trabalha-
dores: operários, lavradores, biscateiros e        Seguia como num sonho, e boiadeiro era um
outros mais.                                       rei
E juntos vamos celebrar a confiança                Mas o mundo foi rodando nas patas do meu
nossa luta na esperança de ter terra, pão e        cavalo
paz, ê, ê.                                         E nos sonhos que fui sonhando, as visões se
                                                   clareando
2. Vou convidar os índios que ainda existem,       As visões se clareando, até que um dia
as tribos que ainda insistem no direito de         acordei
viver.                                             Então não pude seguir valente em lugar
E juntos vamos reunidos na memória,                tenente
celebrar uma vitória que vai ter que               E dono de gado e gente, porque gado a gente
acontecer, ê, ê.                                   marca
                                                   Tange, ferra, engorda e mata, mas com
3. Convido os negros, irmãos no sangue e na        gente é diferente
sina; seu gingado nos ensina a dança da
redenção.                                          Se você não concordar não posso me
De braços dados, no terreiro da irmandade,         desculpar
vamos sambar de verdade, enquanto chega a          Não canto prá enganar, vou pegar minha viola
razão, ê, ê.                                       Vou deixar você de lado, vou cantar noutro
                                                   lugar
                                                   Na boiada já fui boi, boiadeiro já fui rei
23. DISPARADA                                      Não por mim nem por ninguém, que junto
(Geraldo Vandré e Jair Rodrigues)                  comigo houvesse
                                                   Que quisesse ou que pudesse, por qualquer
Prepare o seu coração prás coisas que eu vou       coisa de seu
contar                                             Por qualquer coisa de seu querer ir mais
Eu venho lá do sertão, eu venho lá do sertão       longe do que eu
Eu venho lá do sertão e posso não lhe              Mas o mundo foi rodando nas patas do meu
agradar                                            cavalo já que um dia montei agora sou
                                                   cavaleiro
Aprendi a dizer não, ver a morte sem chorar        Laço firme e braço forte num reino que não
E a morte, o destino, tudo, a morte e o            tem rei
destino, tudo
Estava fora do lugar, eu vivo prá consertar
                                                   24. ORAÇÃO DE SÃO FRANCISCO
Na boiada já fui boi, mas um dia me montei
Não por um motivo meu, ou de quem comigo           Senhor, fazei-me instrumento da vossa paz
houvesse                                           Onde houver ódio, que eu leve o amor
Que qualquer querer tivesse, porém por             Onde houver ofensa, que eu leve o perdão
necessidade                                        Onde houver discórdia, que eu leve a união
Do dono de uma boiada cujo vaqueiro morreu         Onde houver dúvida, que eu leve a fé
Boiadeiro muito tempo, laço firme e braço          Onde houver erro, que eu leve a verdade
forte                                              Onde houver desespero, que eu leve a
Muito gado, muita gente, pela vida segurei         esperança

                                                                                            10
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Onde houver tristeza, que eu leve a alegria
Onde houver trevas, que eu leve a luz.             Vem, vamos embora que esperar não é
                                                   saber...
Ó mestre, fazei que eu procure mais                Os amores na mente, as flores no chão
consolar do que ser consolado                      A certeza na frente, a história na mão
Compreender do que ser compreendido                Caminhando e cantando e seguindo a canção
Amar que ser amado                                 Aprendendo e ensinando uma nova lição
Pois, é dando que se recebe
É perdoando que se é perdoado;                     Vem, vamos embora que esperar não é
E morrendo que se vive                             saber...
Para a vida eterna

                                                   26. BOIADEIRO
25. PRÁ NÃO DIZER QUE NÃO FALEI                    (Luíz Gonzaga)
DE FLORES
(Geraldo Vandré)                                   Vai boiadeiro que a noite já vem
                                                   Guarda o teu gado e vai pra junto do teu bem
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Somos todos iguais braços dados ou não             De manhazinha quando eu sigo pela estrada
Nas escolas, nas ruas, campos, construções         Minha boiada pra invernada eu vou levar
Caminhando e cantado e seguindo a canção           Quando as cabeça é muito pouco é quase
                                                   nada mas não tem outras mais bonitas no
Vem, vamos embora que esperar não é saber          lugar
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer
                                                   Vai boiadeiro que o dia já vem ....
Pelos campos a fome em grandes plantações
Pelas ruas marchando indecisos cordões             De tardezinha quando eu venho pela estrada
Ainda fazem da flor seu mais forte refrão          A fiarada ta todinha a me esperar
E acreditam nas flores vencendo o canhão           São dez fiinha é muito pouco é quase nada
                                                   mas não tem outros mais bonitos no lugar
Vem, vamos embora que esperar não é
saber...                                           Vai boiadeiro que a tarde já vem...

Há soldados armados, amados ou não                 E quando eu chego na canssela da morada
Quase todos perdidos de armas na mão               Minha Rosinha vem correndo me abraçar
Nos quartéis lhes ensinam uma antiga lição:        É pequenina é miudinha é quase nada mas não
De morrer pela pátria e viver sem razão            tem mais bonita no lugar

Vem, vamos embora que esperar não é                Vai boiadeiro que a noite já vem...
saber....

Nas escolas, nas ruas, campos, construções         27. EU QUERO VER
Somos todos soldados, armados ou não               (Zé Vicente)
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Somos todos iguais, braços dados ou não            Eu quero ver ,eu quero ver acontecer

                                                                                            11
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Um sonho bom, sonho de muitos acontecer            quero matar meu desejo
Nascendo da noite escura                           Te mando um monte de beijos,
Amanhã futura trazendo amor                        aí que saudade sem fim."
No vento da madrugada
A paz tão sonhada brotando em flor                 E se quiser recordar
Nos braços da estrela guia                         daquele nosso namoro
A alegria chegando da dor                          Quando eu ia viajar
Na sombra verde e florida crianças em              você caía no choro
vida brincando de irmãos                           Eu chorando pela estrada
No rosto da juventude                              mas o que eu posso fazer
Sorriso e virtude virando canção                   Trabalhar é minha sina
Alegre e feliz camponês                            eu gosto mesmo é d'ocê
Entrando de vez na posse do chão

Um sorriso em cada rosto                           29. A VOLTA DA ASA BRANCA
Uma flor em cada mão                               (Luiz Gonzaga)
A certeza na estrada
O amor no coração                                  Já faz 3 noites que pro norte relampeia
E uma semente nova escondida                       A asa branca ouvindo o ronco do trovão
Em cada palmo desde chão                           Já bateu asas e voltou pro meu sertão
                                                   Ai, ai, ai, eu vou-me embora, vou cuidar da
Um sonho que se sonha só                           plantação
Pode ser pura ilusão                               Já bateu asas e voltou pro meu sertão
Sonho que se sonha junto                           Ai, ai, ai, eu vou-me embora, vou cuidar da
É sinal de solução companheira,companheiro         plantação
Vamos ligeiro,sonhar em mutirão
                                                   A seca fez eu desertar a minha terra
                                                   Mas felizmente Deus agora se “alembrou”
28. AÍ, QUE SAUDADE D'OCÊ                          De mandar chuva pra esse sertão sofredor
(Vital Farias)                                     Sertão das “muié séria” dos “home
                                                   trabaiadô”
Não se admire se um dia                            De mandar chuva pra esse sertão sofredor
um beija-flor invadir                              Sertão das “muié séria” dos “home
A porta da tua casa,                               trabaiadô”
te der um beijo e partir
Fui eu que mandei o beijo                          Rios correndo as cachoeiras tão zoando
que é pra matar meu desejo                         Terra molhada mato verde que riqueza
Faz tempo que eu não te vejo                       E a asa branca tarde canta que beleza
aí que saudade d'ocê                               Ai, ai, ai, o povo alegre mais alegre a
                                                   natureza
Se um dia você lembrar                             E a asa branca tarde canta que beleza
escreva uma carta pra mim                          Ai, ai, ai, o povo alegre mais alegre a
Bote logo no correio                               natureza
com frases dizendo assim:
"Faz tempo que eu não te vejo,                     Revendo a chuva me “arrecordo” de Rosinha

                                                                                                 12
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A linda flor do meu sertão pernambucano            Eu já dancei, balancei,
E se a safra não atrapalhar meus planos            Chamego, samba em Xerém
Que é que há seu vigário                           Mas o baião tem um quê,
Vou casar no fim do ano                            Que as outras danças não têm
                                                   Quem quiser só dizer,
                                                   Pois eu com satisfação
30. A VIDA DE VIAJANTE                             Vou dançar cantando o baião
(Luiz Gonzaga e Hervê Cordovil)
                                                   Eu já cantei no Pará
Minha vida é andar                                 Toquei sanfona em Belém
Por esse país                                      Cantei lá no Ceará e sei o que me convém
Pra ver se um dia                                  Por isso quero afirmar
Descanso feliz                                     Com toda convicção
Guardando as recordações                           Que sou doido pelo baião
Das terras por onde passei
Andando pelos sertões
E dos amigos que lá deixei.                        32. CIRANDA DA ROSA VERMELHA

Chuva e sol                                        Teu beijo doce
Poeira e carvão                                    Tem sabor do mel da cana
Longe de casa                                      Sou tua ama, tua escrava
Sigo o roteiro                                     Meu amor
Mais uma estação                                   Sou tua cana, teu engenho, teu moinho
E alegria no coração.                              Tu és feito um passarinho
                                                   Que se chama beija-flor
Mar e terra                                        Sou tua cana, teu engenho, teu moinho
Inverno e verão                                    Tu és feito um passarinho
Mostra o sorriso                                   Que se chama beija-flor
Mostra a alegria                                   Sou rosa vermelha
Mas eu mesmo não                                   Ai! Meu bem querer
E a saudade no coração                             Beija-flor sou tua rosa
                                                   E hei de amar-te até morrer

31. BAIÃO (Luiz Gonzaga)                           Sou rosa vermelha
                                                   Ai! Meu bem querer
Eu vou mostrar pra vocês                           Beija-flor sou tua rosa
Como se dança o baião                              E hei de amar-te até morrer
E quem quiser aprender
É favor presta atenção                             Quando tu voas
                                                   Pra beijar as outras flores
Morena chegue pra cá,                              Eu sinto dores
Bem junto ao meu coração                           Um ciúme e um calor
Agora é só me seguir                               Que toma o peito, o meu corpo
Pois eu vou dançar o baião                         E invade a alma
                                                   Só meu beija-flor acalma

                                                                                              13
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Tua escrava, meu senhor                           Saudade inté que assim é bom
Que toma o peito, o meu corpo                     Pro cabra se convencer
E invade a alma                                   Que é feliz sem saber
Só meu beija-flor acalma                          Pois não sofreu
Tua escrava, meu senhor
                                                  Porém, se a gente vive a sonhar
Sou rosa vermelha                                 Com alguém que se deseja rever
Ai! Meu bem querer                                Saudade intonce aí é ruim
Beija-flor sou tua rosa                           Eu tiro isso por mim
E hei de amar-te até morrer                       Que vivo doido a sofrer

Sou rosa vermelha                                 Ai, quem me dera voltar
Ai! Meu bem querer                                Pros braços do meu xodó
Beija-flor sou tua rosa                           Saudade assim faz doer
E hei de amar-te até morrer                       Amarga que nem jiló

33. ESTRADA DO CANINDÉ                            Mas ninguém pode dizer
(Luiz Gonzaga)                                    Que vivo triste a chorar

Ai, ai, que bom                                   Saudade, meu remédio é cantar
Que bom, que bom que é                            Saudade, meu remédio é cantar
Uma estrada e uma cabocla
Uma gente andando a pé
Ai, ai, que bom                                   35. ABRE A JANELA MEU BEM
Que bom, que bom que é                            (Zé Vicente)
Uma estrada e a lua branca
No sertão de Canindé                              Abre a janela meu bem!
Automóve lá nem se sabe                           Vem ver o dia que vem!
Se é homem ou se é muié                           Deixa o sol entrar,e ovento falar
Quem é rico anda em burrico                       Que eu te quero bem.
Quem é pobre anda a pé
Mas o pobre vê nas estrada                        Deixa a brisa da manhã te abraçar,
O orvaio beijando as flor                         Vê a rosa no canteiro te sorrir.
Vê de perto o galo campina                        Vou pedir galo-campina pra cantar,
Que quando canta muda de cor                      Vou mandar te dar bom-dia o bem-te-vi.
Vai moiando os pé nos riacho
Que água fresca, nosso senhor                     Essa vida com amor,
Vai oiando, coisa a granel                        Acordado é o melhor jeito de sonhar.
Coisas que pra mode ver                           Que o carinho seja o bom sabor,
O cristão tem que andar a pé                      E a razão pra toda hora começar.

34. QUI NEM JILÓ                                  Se a saudade ou o cansaço te bater,
                                                  Busque a força no segredo da paixão.
Se a gente lembra só por lembrar                  Não me esqueça, que eu não vou te esquecer,
Do amor que a gente um dia perdeu                 Somos um neste país que é o coração.

                                                                                           14
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                                                   Se é pra ir a luta, eu vou
                                                   Se é pra tá presente, eu tô
                                                   Pois na vida da gente o que vale é o amor

36. CANÇÃO PRA MARGARIDA                           É que a gente junto vai
(Zé Vicente)                                       Reacender estrelas vai
                                                   Replantar nosso sonho em cada coração
Não faz muito tempo, seu moço                      Enquanto não chegar o dia
Nas terras da Paraíba                              Enquanto persiste a agonia
Viveu uma mulher de fibra                          A gente ensaia o baião
Margarida se chamou                                Lauê, lauê, lauê, lauê
E um patrão com uma bala
Tentou calar sua fala                              É que a gente junto vai
E o sonho dela se espalhou                         Reabrindo caminhos vai
Já faz muito tempo, seu moço                       Alargando a avenida pra festa geral
Que enriba deste chão                              Enquanto não chega a vitória
E em toda nossa Nação                              A gente refaz a história
O pobre é pra lá e pra cá                          Pro que há de ser afinal
Lavrador faz mas não come                          Lauê, lauê, lauê, lauê
E a miséria é sobrenome
Do povo deste lugar                                É que a gente junto vai
                                                   Vai pra rua de novo, vai
E quando na carne da gente ordia a opressão        Levantar a bandeira do sonho maior
Margarida erguia a mão                             Enquanto eles mandam, não importa
E seu grito era o nosso clamor                     A gente vai abrindo a porta
                                                   Quem vai rir depois, ri melhor
Daqui a algum tempo, seu moço                      Lauê, lauê, lauê, lauê
Se a gente não se cuidar
Se o pobre não se ajudar
Tubarão engole a alegria                           38. UTOPIA (Zé Vicente)
Pois o jeito é treinar o braço
Para desatar esse laço                             Quando o dia da paz renascer
Que amarra o fulô do dia                           Quando o Sol da esperança brilhar
E quando na roça da gente brilhar as espigas       Eu vou cantar
Vai ter festa e nas cantigas
Margarida vai vier                                 Quando o povo nas ruas sorrir
E quando na praça e na rua florir Margaridas       E a roseira de novo florir
Vai ser bonito de ver                              Eu vou cantar
Vai ser bonito de viver!
                                                   Quando as cercas cairem no chão
                                                   Quando as mesas se encherem de pão
37. O QUE VALE É O AMOR                            Eu vou cantar
(Zé Vicente)
                                                   Quando os muros que cercam os jardins,
                                                   destruídos

                                                                                               15
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Então os jasmins vão perfurmar                     frente
                                                   Como um velho boiadeiro levando a boiada
Vai ser tão bonito se ouvir a canção               Eu vou tocando dias pela longa estrada eu
Cantada de novo                                    vou
no olhar da gente a certeza de irmãos              Estrada eu sou
reinado do povo (2x)
                                                   Conhecer as manhas e as manhãs...
Quando as armas da destruição
destruídas em cada nação                           Todo mundo ama um dia todo mundo chora,
eu vou sonhar                                      Um dia a gente chega, no outro vai embora
                                                   Cada um de nós compõe a sua história
E o decreto que encerra a opressão                 Cada ser em si carrega o dom de ser capaz
assinado só no coração                             E ser feliz
vai triunfar
                                                   Conhecer as manhas e as manhãs...
Quando a voz da verdade se ouvir
e a mentira não mais existir                       Ando devagar porque já tive pressa
será enfim                                         E levo esse sorriso porque já chorei demais
tempo novo de eterna justiça                       Cada um de nós compõe a sua história,
sem amis odio sem sangue ou cobiça                 Cada ser em si carrega o dom de ser capaz
vai ser assim                                      E ser feliz
Vai ser tão bonito se ouvir a canção
Cantada de novo
no olhar da gente a certeza de irmãos              40. ASA BRANCA
reinado do povo (2x)                               (Luiz Gonzaga - Humberto Teixeira)

                                                   Quando olhei a terra ardendo
39. TOCANDO EM FRENTE                              Qual fogueira de São João
(Almir Sater)                                      Eu perguntei a Deus do céu, ai
                                                   Por que tamanha judiação
Ando devagar porque já tive pressa
E levo esse sorriso porque já chorei demais        Que braseiro, que fornalha
Hoje me sinto mais forte, mais feliz quem          Nem um pé de plantação
sabe                                               Por falta d'água perdi meu gado
Só levo a certeza de que muito pouco eu sei        Morreu de sede, meu alazão
Ou nada sei
                                                   Até mesmo a Asa Branca
Conhecer as manhas e as manhãs,                    Bateu asas do sertão
O sabor das massas e das maçãs,                    Então eu disse: Adeus, Rosinha
É preciso amor pra poder pulsar,                   Guarda contigo meu coração
É preciso paz pra poder sorrir,
É preciso a chuva para florir                      Hoje longe, muitas léguas
                                                   Numa triste solidão
Penso que cumprir a vida seja simplesmente         Espero a chuva cair de novo
Compreender a marcha e ir tocando em               Pra eu voltar pro meu sertão

                                                                                               16
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Quando o verde dos teus olhos                      Só tenha enxada e titulo de eleitor
Se espalhar na plantação                           Para voltar em seu fulano educado
Eu te asseguro: não chores, não, viu?              Que nada faz pelo pobre agricultor
Que eu voltarei, viu?                              Que não tem terra para fazer o seu roçado.
Meu coração.
                                                   Sou um soldado retirante, sem medalha.
                                                   Sou estrangeiro quando pego a reclamar
41. MISTÉRIOS                                      Sou camponês que usa tanga e sandália
(Zé Vicente)                                       Sou brasileiro só na hora de votar.

Todas as coisas são mistérios                      Esse país é do tamanho de um continente.
O que me faz viver                                 Mais não tem terra para o homem de mão
O que me faz te amar                               grossa
Nem sequer por que eu penso em você                De norte a sul, de nascente a poente
Não consigo explicar                               Vivo a procura de um lugar pra fazer roça.
O vento que sopra na rosa                          Eu sou comprado com cem gramas de sorriso
A luz que brilha em teu olhar                      Mas sou cismado com um grau de traição.
O que ferve aqui dentro do peito ao te             Já vou fugindo dos que tem o rosto liso.
beijar                                             Já que o meu é cheio de grutilhão

Por que tanta dor pela rua                         Estudo o rádio, fico cheio de alegria
Por que tanta morte no ar                          Quando se fala que reforma vai chegar
Por que os homens promovem a guerra                Espero um ano, espero dois e só se cria
Em nome da paz?                                    Falsos projetos pra poder nos tapiá
Por que o cientista não mostra
Um jeito bem feito afinal                          Até na igreja tenho encontrado tapiá
Que seja vacina do amor                            Às vezes fico sem saber pra onde vá
Contra o vírus do mal                              Mas esse Deus de sombra e água fria
                                                   Ou é de todos ou um dia passará.
Aquele encontro surpreso
Aquela emoção ao te ver                            43. AMOR DE ÍNDIO
Não me peça qualquer explicação                    (Beto Guedes, Ronaldo Bastos)
Eu não posso dizer
O que há de segredo amanhã                         Tudo que move é sagrado
O que vai ser do meu coração                       E remove as montanhas
Te procuro amor, por favor                         Com todo cuidado, meu amor
Nesse instante o que vale é a canção               Enquanto a chama arder
                                                   Todo dia te ver passar
42. EU SOU ROCEIRO                                 Tudo viver ao teu lado
                                                   Com o arco da promessa
Eu sou roceiro vivo de cavar o chão                No azul pintado pra durar
As minhas mãos são calejadas, meu senhor.
Me falta terra, falta casa, falta pão              Abelha fazendo mel
Vivo bem longe do Brasil, do lavrador              Vale o tempo que não voou

                                                                                             17
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A estrela caiu do céu                              chão
O pedido que se pensou                             Todo artista tem de ir aonde o povo está
O destino que se cumpriu                           Se foi assim, assim será
De sentir teu calor                                Cantando me disfarço e não me canso de
E ser todo                                         viver nem de cantar
Todo dia é de viver
Para ser o que for                                 45. BOLA DE MEIA, BOLA DE GUDE
E ser tudo                                         (Milton Nascimento)

Sim, todo amor é sagrado                           Há um menino Há um moleque
E o fruto do trabalho                              Morando sempre no meu coração
É mais que sagrado, meu amor                       Toda vez que o adulto balança
A massa que faz o pão                              Ele vem pra me dar a mão
Vale a luz do teu suor
Lembra que o sono é sagrado                        Há um passado no meu presente
E alimenta de horizontes                           Um sol bem quente lá no meu quintal
O tempo acordado de viver                          Toda vez que a bruxa me assombra
                                                   O menino me dá a mão
No inverno te proteger
No verão sair pra pescar                           E me fala de coisas bonitas
No outono te conhecer                              Que eu acredito
Primavera poder gostar                             Que não deixarão de existir
No estio me derreter                               Amizade, palavra, respeito
Pra na chuva dançar                                Caráter, bondade alegria e amor
E andar junto                                      Pois não posso
O destino que se cumpriu                           Não devo
De sentir teu calor                                Não quero
E ser tudo                                         Viver como toda essa gente
                                                   Insiste em viver
44. BAILES DA VIDA                                 E não posso aceitar sossegado
(Milton Nascimento)                                Qualquer sacanagem ser coisa normal

Foi nos bailes da vida, ou num bar em troca        Bola de meia, bola de gude
de pão                                             O solidário não quer solidão
Que muita gente boa pôs o pé na profissão          Toda vez que a tristeza me alcança
De tocar um instrumento e de cantar                O menino me dá a mão
Não importando se quem pagou quis ouvir, foi       Há um menino
assim                                              Há um moleque
Cantar era buscar o caminho que vai dar no         Morando sempre no meu coração
sol                                                Toda vez que o adulto fraqueja
Tenho comigo as lembranças do que eu era           Ele vem pra me dar a mão
Para cantar nada era longe, tudo tão bom
'Té a estrada de terra na boléia de                46. CÁLICE
caminhão, era sim                                  (Chico Buarque/Gilberto Gil)
Com a roupa encharcada e a alma repleta de

                                                                                              18
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Pai, afasta de mim este cálice                     Quero inventar o meu próprio pecado
Pai, afasta de mim este cálice                     Quero morrer do meu próprio veneno
De vinho tinto de sangue                           Quero perder de vez tua cabeça
                                                   Minha cabeça perder teu juízo
Como beber dessa bebida amarga?                    Quero cheirar fumaça de óleo disel
Tragar a dor engolir a labuta?                     Me embriagar até que alguém me esqueça
Mesma calada a boca resta o peito
Silêncio na cidade não se escuta
De que me vale ser filho da santa?                 47. ROMARIA
Melhor seria ser filho da outra
Outra realidade menos morta                        É de sonho e de pó
Tanta mentira tanta força bruta                    O destino de um só
                                                   feito eu perdido em pensamentos
Pai, afasta de mim este cálice                     sobre o meu cavalo
Pai, afasta de mim este cálice                     É de laço e de nó
De vinho tinto de sangue                           De gibeira ou jiló
                                                   Dessa vida cumprida a sol
Como é difícil acordar calado
Se na calada da noite eu me dano                   Sou caipira pirapora nossa
Quero lançar um grito desumano                     Senhora de Aparecida
Que é uma maneira de ser escutado                  Que ilumina a mina escura
Esse silêncio todo me atordoa                      e funda o trem da minha vida
Atordoado eu permaneço atento                      Sou caipira pirapora nossa
Na arquibancada pra qualquer momento               Senhora de Aparecida
Ver emergir o monstro da lagoa                     Que ilumina a mina escura
                                                   e funda o trem da minha vida
Pai, afasta de mim este cálice
Pai, afasta de mim este cálice                     O meu pai foi peão
De vinho tinto de sangue                           Minha mãe solidão
                                                   meus irmãos perderam-se na vida
De muito gorda a porca já não anda                 a custa de aventuras
De muito usada a faca já não corta                 Descasei, joguei
Como é difícil, pai, abrir a porta                 investi, desisti
Essa palavra presa na garganta                     Se há sorte eu não sei nunca vi.
Esse pileque homérico no mundo
De que adianta ter boa vontade                     Sou caipira pirapora nossa
Mesmo calado o peito resta a cuca                  Senhora de Aparecida
Dos bêbados do centro da cidade                    Que ilumina a mina escura
                                                   e funda o trem da minha vida
Pai, afasta de mim este cálice                     Sou caipira pirapora nossa
Pai, afasta de mim este cálice                     Senhora de Aparecida
De vinho tinto de sangue                           Que ilumina a mina escura
                                                   e funda o trem da minha vida
Talvez o mundo não seja pequeno
Nem seja a vida um fato consumado                  Me disseram porém

                                                                                            19
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que eu viesse aqui                                 Possui a estranha mania
pra pedir em romaria e prece                       De ter fé na vida....
Paz nos desaventos
Como não sei rezar                                 49. A GRANDE ESPERANÇA
Só queria mostrar
Meu olhar, meu olhar, meu olhar                    A classe roceira e a classe operária
                                                   Ansiosas esperam a reforma agrária
Sou caipira pirapora nossa                         Sabendo que ela dará solução
Senhora de Aparecida                               Para situação que está precária.
Que ilumina a mina escura                          Saindo projeto do chão brasileiro
e funda o trem da minha vida                       De cada roceiro ganhar sua áre
Sou caipira pirapora nossa                         Sei que miséria ninguém viveria
Senhora de Aparecida                               E a produção já aumentaria
Que ilumina a mina escura                          Quinhentos por cento até na pecuária!
e funda o trem da minha vida
                                                   Esta grande crise que a tempo surgiu
48. MARIA, MARIA                                   Maltrata o caboclo ferindo seu brio
(Milton Nascimento e Fernando Brant)               Dentro de um país rico e altaneiro,
                                                   Morrem brasileiro de fome e de frio.
Maria, Maria                                       Em nossas cidades ricas em imóveis
É um dom, uma certa magia                          Milhões de automóveis já se produziu,
Uma força que nos alerta                           Enquanto o coitado do pobre operário
Uma mulher que merece                              Vive apertado ganhando salário,
Viver e amar                                       Que sobe depois que tudo subiu!
Como outra qualquer
Do planeta                                         Nosso lavrador que vive do chão
                                                   Só tem a metade da sua produção
Maria, Maria                                       Por que a semente que ele semeia
É o som, é a cor, é o suor                         Tem quer a meia com o seu patrão!
É a dose mais forte e lenta                        O nosso roceiro vive num dilema
De uma gente que rí                                E o problema não tem solução
Quando deve chorar                                 Por que o ricaço que vive folgado
E não vive, apenas aguenta                         Acha que projeto se for assinado,
                                                   Estará ferindo a Constituição!
Mas é preciso ter força
É preciso ter raça                                 Mas grande esperança o povo conduz
É preciso ter gana sempre                          E pede a Jesus pela oração,
Quem traz no corpo a marca                         Pra guiar o pobre por onde ele trilha,
Maria, Maria                                       E para a família não faltar o pão.
Mistura a dor e a alegria                          Que eles não deixam o capitalismo
                                                   Levar ao abismo a nossa nação,
Mas é preciso ter manha                            A desigualdade aqui é tamanha
É preciso ter graça                                Enquanto o ricaço não sabe o que ganha
É preciso ter sonho sempre                         O pobre do pobre vive de ilusão!
Quem traz na pele essa marca

                                                                                            20
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                                                    profundo,
                                                    É o sopro do criador numa atitude repleta de
                                                    amor.
50. O QUE É, O QUE É
(Gonzaguinha)                                       Você diz que é luta e prazer,
                                                    Ele diz que a vida é viver,
Eu fico com a pureza da resposta das                Ela diz que melhor é morrer
crianças:                                           Pois amada não é, e o verbo é sofrer.
É a vida! É bonita e é bonita!
Viver e não ter a vergonha de ser feliz,            Eu só sei que confio na moça
Cantar, e cantar, e cantar,                         E na moça eu ponho a força da fé,
A beleza de ser um eterno aprendiz.                 Somos nós que fazemos a vida
Ah, meu Deus!                                       Como der, ou puder, ou quiser,
                                                    Sempre desejada por mais que esteja
Eu sei e eu sei                                     errada,
                                                    Ninguém quer a morte, só saúde e sorte,
Que a vida devia ser bem melhor e será,             E a pergunta roda, e a cabeça agita.
Mas isso não impede que eu repita:
É bonita, é bonita e é bonita!                      51. RIACHO DO NAVIO
simbora povo                                        (Luiz Gonzaga e Zé Dantas)

Viver e não ter a vergonha de ser feliz,            Riacho do Navio
Cantar, e cantar, e cantar,                         Corre pro Pajeú
A beleza de ser um eterno aprendiz.                 O rio Pajeú
Ah, meu Deus!                                       Vai despejar no São Francisco
                                                    E o rio São Francisco vai bater no meio do mar
Eu sei                                              O rio São Francisco vai bater no meio do mar.
Que a vida devia ser bem melhor e será,
Mas isso não impede que eu repita:                  Ah, se eu fosse um peixe
É bonita, é bonita e é bonita!                      Ao contrário do rio
                                                    Nadava contra as águas
E a vida?                                           E nesse desafio
E a vida o que é, diga lá , meu irmão?              Saía lá do mar pro riacho do Navio
Ela é a batida de um coração?                       Eu ia direitinho pro riacho do Navio.
Ela é uma doce ilusão? ê ô
Mas e a vida? Ela é maravilha ou é                  Pra ver o meu brejinho
sofrimento?                                         Fazer umas caçadas
Ela é alegria ou lamento?                           Ver as pegas de boi
O que é? O que é, meu irmão?                        Andar nas vaquejadas
                                                    Dormir ao som do chocalho
Há quem fale que a vida da gente é um nada          E acordar com a passarada
no mundo,                                           Sem rádio, sem notícia das terras civilizadas.
É uma gota, é um tempo que nem dá um
segundo,
Há quem fale que é um divino mistério

                                                                                               21
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                                                   Não é cova grande, é cova medida
                                                   É a terra que querias ver dividida
                                                   É uma cova grande pra teu pouco defunto
52. ACORDA MARIA BONITA                            Mas estás mais ancho que estavas no mundo
(Antônio dos Santos)
                                                   É uma cova grande pra teu defunto porco
Acorda Maria Bonita                                Porém mais que no mundo te sentirás largo
Levanta vai fazer o café                           É uma cova grande pra tua carne pouca
Que o dia já vem raiando                           Mas a terra dada, não se abre a boca
E a polícia já está de pé                          É a conta menor que tiraste em vida

Se eu soubesse que chorando                        É a parte que te cabe deste latifúndio
Empato a tua viagem                                É a terra que querias ver dividida
Meus olhos eram dois rios                          Estarás mais ancho que estavas no mundo
Que não te davam passagem                          Mas a terra dada, não se abre a boca.

Cabelos pretos anelados
Olhos castanhos delicados                          55. LUAR DO SERTÃO (Vicente Celestino)
Quem não ama a cor morena
Morre cego e não vê nada                           Ah que saudade
                                                   Do luar da minha terra
53. XOTE ECOLÓGICO                                 Lá na serra branquejando
Luíz Gonzaga                                       Folhas secas pelo chão
                                                   Este luar cá da cidade tão escuro
Não posso respirar, não posso mais nadar           Não tem aquela saudade
A terra está morrendo, não dá mais pra             Do luar lá do sertão
plantar
Se planta não nasce se nasce não dá                Não há oh gente oh não
Até pinga da boa é difícil de encontrar            Luar como este do sertão (bis)
Cadê a flor que estava aqui?
Poluição comeu.                                    A gente fria
E o peixe que é do mar?                            Desta terra sem poesia
Poluição comeu                                     Não se importa com esta lua
E o verde onde que está ?                          Nem faz caso do luar
Poluição comeu                                     Enquanto a onça
Nem o Chico Mendes sobreviveu                      Lá na verde da capoeira
                                                   Leva uma hora inteira
54. FUNERAL DE UM LAVRADOR                         Vendo a lua derivar
João Cabral de Melo Neto
                                                   Ai quem me dera
Esta cova em que estás com palmos medida           Que eu morresse lá na serra
É a conta menor que tiraste em vida                Abraçado à minha terra
É de bom tamanho nem largo nem fundo               E dormindo de uma vez
É a parte que te cabe deste latifúndio             Ser enterrado numa grota
                                                   pequenina

                                                                                               22
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Onde à tarde a surubina                            Ela dança de um lado,
Chora a sua viuvez                                 ela dança pro outro

Não há oh gente oh não                             58. ANUNCIAÇÃO
Luar como este do sertão                           Alceu Valença

                                                   Na bruma leve das paixões que vêm de
56. TRANSGÊNICO É VENENO                           dentro
Ailton Soares - CE                                 Tu vens chegando pra brincar no meu quintal
                                                   No teu cavalo peito nu cabelo ao vento
Refrão: Transgênico é veneno                       E o sol quarando nossas roupas no varal
Alerta povo pra o que está
acontecendo (bis)                                  Tu vens, tu vens
                                                   Eu já escuto os teus sinais
Há muito tempo prepararam essa invenção
Para dominar a área o meio de produção             A voz do anjo sussurrou no meu ouvido
Mas já sabemos o que pode acontecer                E eu não duvido já escuto os teus sinais
Se engolir essa droga você pode até morrer         Que tu virias numa manhã de domingo
                                                   Eu te anuncio nos sinos das catedrais
Os transgênicos também podem acabar
Com a biodiversidade ter impacto ambiental         59. FELICIDADE.
Comprometendo a segurança alimentar                Lupicínio Rodrigues
Conseqüência nós teremos, fique alerta
pessoal                                            Felicidade foi se embora
Alerta povo não deixe se confundir                 E a saudade no meu peito ainda mora
Diga não a tudo isso a Monsanto e outras           E é por isso que eu gosto lá de fora
mais                                               Porque sei que a falsidade não vigora.
Nós precisamos delas para produzir
Lutaremos firmemente contra esse monstro           A minha casa fica lá detrás do mundo
voraz                                              Onde eu vou em um segundo
                                                   quando começo a cantar
57. MARIA DA PAZ                                   O pensamento parece uma coisa à toa
                                                   Mas como é que a gente voa
Maria da paz, da paz, da paz                       quando começa a pensar.
ela anda pra frente,
ela anda pra trás (bis)
                                                   60. MORENINHA LINDA
Ela pula prum lado,
ela pula pro outro...                              Meu coração tá pisado
Ela cumprimenta de um lado,                        como a flor que murcha e cai
ela cumprimenta pro outro                          Pisado pelo desprezo
Ela abraça de lado,                                De um amor quando desfaz
Ela abraça do outro                                Deixando triste a lembrança
Ela belisca de um lado,                            Adeus para nunca mais
ela belisca de outro

                                                                                              23
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                      CURSO ESTADUAL DE FORMAÇÃO SINDICAL

Moreninha linda do meu bem querer
É triste a saudade longe de você

O amor nasce sozinho não é preciso plantar         62. MAMA ÁFRICA
O amor nasce no peito, falsidade no olhar          Chico César
Você nasceu para outro, eu nasci pra te amar
                                                   (Refrão)
Moreninha linda do meu bem querer                  Mama África (a minha mãe)
É triste a saudade longe de você                   é mãe solteira
                                                   e tem que fazer
Eu tenho meu canarinho que canta, quando           mamadeira todo dia
me vê                                              além de trabalhar
Eu canto por ter tristeza, canário por             como empacotadeira
padecer                                            nas casas Bahia (repete 2 vezes)
Da saudade da floresta, e eu saudade de
você                                               mama África tem tanto o que fazer
                                                   além de cuidar neném
61. BELA MOCIDADE                                  além de fazer denguim
Bumba Meu Boi de Axixá                             filhinho tem que entender
Composição: Donato / F. Naiva                      mama África vai e vem
                                                   mas não se afasta de você
Quando eu me lembro,
Da minha bela mocidade.                            (Refrão)
Eu tinha tudo a vontade,
Brincando no boi de Axixá.                         quando mama sai de casa
Eu ficava com você,                                seus filhos se olodunzam
Naquela praia ensolarada,                          rola o maior jazz
E a tua pele bronzeada,                            mama tem calo nos pés
Eu começava a contemplar.                          mama precisa de paz
                                                   mama não quer brincar mais
Mas é que o vento buliçoso balançava teus          filhinho dá um tempo
cabelos,                                           é tanto contratempo
E eu ficava com ciúme do perfume ele tirar.        no ritmo de vida
Mas quando o banzeiro quebrava,                    de mama
Teu lindo rosto molhava,
E a gente se rolava na areia do mar.               (Refrão)


Mas é que o vento buliçoso balançava teus          deve ser legal ser negrão no Senegal
cabelos,                                           deve ser legal ser negrão no Senegal
E eu ficava com ciúme do perfume ele tirar.        deve ser legal ser negrão no Senegal
Mas quando o banzeiro quebrava,
Teu lindo rosto molhava,                           (Refrão)
E a gente se rolava na areia do mar.
                                                   mama África... a minha mãe


                                                                                          24
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mama África ... a minha mãe
mama África ... a minha mãe

                                                   64. MALUCO BELEZA
63. TENTE OUTRA VEZ                                (Raul Seixas / Claudio Roberto)
Raul Seixas
Composição: Raul Seixas / Marcelo Motta /          Enquanto você se esforça prá ser
Paulo Coelho                                       Um sujeito normal e fazer tudo igual,
                                                   Eu do meu lado aprendendo a ser louco,
Veja!                                              Um maluco total, na loucura geral.
Não diga que a canção                              Controlando a minha maluquez,
Está perdida                                       Misturada com minha lucidez,
Tenha em fé em Deus                                Vou ficar, ficar com certeza, Maluco Beleza,
Tenha fé na vida                                   Eu vou ficar, ah! Ficar com certeza, Maluco
Tente outra vez!...                                Beleza.
Beba! (Beba!)                                      E esse caminho que eu mesmo escolhi,
Pois a água viva                                   É tão fácil seguir,
Ainda tá na fonte                                  Por não ter onde ir.
(Tente outra vez!)                                 Controlando a minha maluquez,
Você tem dois pés                                  Misturada com a minha lucidez, êh
Para cruzar a ponte                                Controlando a minha maluquez,
Nada acabou!                                       Misturada com a minha lucidez,
Não! Não! Não!...                                  Vou ficar, ficar com certeza, Maluco Beleza,
Oh! Oh! Oh! Oh!Tente!                              Eu vou ficar, ah! Ficar com certeza, Maluco
Levante sua mão sedenta                            Beleza,
E recomece a andar                                 Eu vou ficar, ah! Ficar com certeza, Maluco
Não pense que a cabeça agüenta                     Beleza, eh Ficar, ah!
Se você parar                                      Ficar com certeza, Maluco Beleza.
Não! Não! Não!Não! Não! Não!...
Há uma voz que canta                               65. DEUS E EU NO SERTÃO
Uma voz que dança                                  Victor e Leo
Uma voz que gira (Gira!)
Bailando no ar                                     Nunca vi ninguém viver tão feliz
Uh! Uh! Uh!...                                     Como eu no sertão
Queira! (Queira!)                                  Perto de uma mata e de um ribeirão
Basta ser sincero e desejar profundo               Deus e eu no sertão
Você será capaz
De sacudir o mundo                                 Casa simplesinha, rede pra dormir
Vai! Tente outra vez!                              De noite um show no céu
Humrum!...                                         Deito pra assistir
Tente! (Tente!)                                    Deus e eu no sertão
E não diga que a vitória está perdida              Das horas não sei, mas vejo o clarão
Se é de batalhas que se vive a vida                Lá vou eu cuidar do chão
Han!Tente outra vez!...                            Trabalho cantando, a terra é a inspiração
                                                   Deus e eu no sertão

                                                                                               25
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                                                   Vamos juntas, companheiras, vamos botar
Não há solidão, tem festa lá na vila               pra valer
Depois da missa vou, ver minha menina              Sem a mulher neste mundo seria triste
De volta pra casa                                  demais
Queima a lenha no fogão                            Não nascia gente nova e o mundo não tinha
                                                   paz
E junto ao som da mata                             A mulher nasceu pra ser pelo homem bem
Vou eu e um violão                                 amada
Deus e eu no sertão...(3X)                         Ser amiga e companheira, não pra ser
                                                   discriminada
66. MAJESTADE, O SABIÁ                             Somos gente, somos força
Roberta Miranda                                    Temos que ter igualdade
                                                   Ao lado dos homens fortes
Meus pensamentos                                   Transformar a realidade.
Tomam formas e viajo
Vou pra onde Deus quiser                           67. TERRAL
Um vídeo - tape que dentro de mim                  Ednardo (Comp: Hermenegildo Filho)
Retrata todo o meu inconsciente
De maneira natural                                 Eu venho das dunas brancas
Ah ah ah! Tô indo agora                            Onde eu queria ficar
Prá um lugar todinho meu                           Deitando os olhos cansados
Quero uma rede preguiçosa pra deitar em            Por onde a vida alcançar
minha volta sinfonia de pardais cantando           Meu céu é pleno de paz
para a majestade, o Sabiá                          Sem chaminés ou fumaça
                                                   No peito enganos mil
Tô indo agora tomar banho de cascata               Na Terra é pleno abril
Quero adentrar nas matas                           Eu tenho a mão que aperreia, eu tenho o sol
Aonde Oxossi é o Deus                              e areia
Aqui eu vejo plantas lindas e cheirosas            Eu sou da América, sul da América, South
Todas me dando passagem perfumando o               America
corpo meu                                          Eu sou a nata do lixo, eu sou o luxo da aldeia,
                                                   eu sou do Ceará
Está viagem dentro de mim
Foi tão linda vou voltar a realidade               Aldeia, Aldeota, estou batendo na porta prá
Prá este mundo de Deus                             lhe aperriá
Pois o meu eu este tão desconhecido                Prá lhe aperriá, prá lhe aperriá
Jamais serei traído                                Eu sou a nata do lixo, eu sou o luxo da aldeia,
Pois este mundo sou eu                             eu sou do Ceará
                                                   A Praia do Futuro, o farol velho e o novo são
66. ESTA LUTA NÃO É FÁCIL                          os olhos do mar
Maria Nazaré de Souza                              São os olhos do mar, são os olhos do mar
                                                   O velho que apagado, o novo que espantado,
Esta luta não é fácil, mas tem que acontecer       vento a vida espalhou
A mulher organizada tem que chegar ao              Luzindo na madrugada, braços, corpos
poder.                                             suados, na praia falando amor.
                                                                                                26
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Canta a Vida: Músicas para Formação Sindical

  • 1. Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura do Estado do Ceará – FETRAECE CURSO ESTADUAL DE FORMAÇÃO SINDICAL CADERNO DE MÚSICAS CANTANDO A VIDA JUNHO/2010
  • 2. Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura do Estado do Ceará FETRAECE CURSO ESTADUAL DE FORMAÇÃO SINDICAL 1. LUTAR CONSCIENTE (HINO DA Nosso jardim vamos fecundar ver ideias ENFOC) brotar, crescer, florescer Terra, semente, água e calor, frutos vamos (Gilvan Dias Mateus – VANDO de colher Canindé/CE) Neste encontro de idéias, dúvidas trajetórias Lutemos meu povo por um mundo novo que O crer fortalece emoções, aquece e nos está em nós torna capazes Lutar consciente formando corrente Experiências e sonhos, tudo isso faz parte erguendo sua voz da realidade dessa nossa história. No tempo dos quilombos, chicote no lombo, Lutemos meu povo por um mundo novo que sistema escravagista está em nós Período imperialista o Brasil comandado por Lutar consciente formando corrente senhores feudais erguendo sua voz Nossos irmãos africanos nas mãos de tiranos viram ouro e prata Assessores e lideranças seguem na Mercadoria barata, são negociados como esperança de uma solução animais. Um grandioso passo é a formação O conhecimento vem para transformar Temos potencial e a ENFOC afinal tem essa O movimento sindical achou genial e logo visão abraçou Nos ensina ir além de plantar milho e feijão O novo desafio que a CONTAG lançou Com suas novas práticas, ações Estar se capacitando para se capacitar. transformadoras Ela possibilita e no que acredita ela 2. BAIÃO DO POVO JOVEM fortalece De conhecimentos a classe enriquece Os punhos no ar sonho novo Alimentando idéias libertadoras. nós somos a semente do povo queremos ser livres, amar. Lutemos meu povo por um mundo novo que Trazemos no peito a esperança, está em nós A história na mão – confiança Lutar consciente formando corrente Que um dia nós vamos ganhar. erguendo sua voz Vamos lá, vamos lá... Lutas e protestos retratam por certo a A história ninguém deterá. insatisfação É rio que corre pro mar. Por sofrermos toda sorte de humilhação Ninguém vai nos calar, nos calar! Nos enche de revolta nos torna rebelados Prossegue nossa luta não na força bruta Aonde tem gente se unindo, como antigamente Depressa nós vamos sorrindo, Queremos ser livres também somos gente Nós cremos no novo amanhã. com conhecimentos e politizados. Já chega de morte, injustiça, 2
  • 3. Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura do Estado do Ceará FETRAECE CURSO ESTADUAL DE FORMAÇÃO SINDICAL Abaixo o egoísmo a preguiça, Mulher do povo ambulante, Da vida nós somos os fãs. tocado a ferro, tangido do chão. Pode ‘inda ser diferente, Queremos dizer aos senhores se o olho da gente, Políticos, nobres, doutores Aberto enxergar o mal que mata a pobreza, Com suas multinacionais: se unindo a certeza Não somos produtos na praça, a gente a lutar. tampouco nós achamos graça, O fel tá amargo demais. Companheira nordestina constrói nova sina, vamos caminhar. Um ano pro jovem é bem pouco, Ganhando a terra e a rua, Pra gente vencer o sufoco, a força que é tua, ninguém vai quebrar. A vida completa se dá. Traz os teus filhos na praça, Escola, trabalho, alegria, na lei ou na raça, a vitória já vem. Bandeira de todos os dias Une a tua força a do homem, Na marcha nós vamos levar. pra vencer a fome, e cantar o bem. Levante esta voz companheiro, Operária da cidade, a brutalidade e abra o olho ligeiro, e a lei do patrão vão ter que ser destruídas, não fuja da luta jamais. tua classe unida sacode a nação. Em cada caminho e na rua A causa e a luta é comum e o povo é só um, Assume esta causa que é tua, precisa se unir. Semeie a semente da paz. A força nova da vida, mesmo perseguida, De pé vai sorrir. 3. BAIÃO DA NOVA MULHER 4. A JUVENTUDE UNIDA (Zé Vicente) (Zé Vicente) Viva, viva, a mulher desta nação A juventude unida Que vai gerando no ventre Clamando noite e dia A nova semente da libertação! Com grito de esperança E vem trazendo no sangue E de paz de paz A semente nova da revolução! Estamos pelas praças Sertaneja, manhã cedo, e somos milhões vai ela sem medo, já vai trabalhar. nos campos e favelas som os multidões Trabalho duro, suado, sempre conquistado a perdidos procuramos um caminho duro penar. ninguém vai ser feliz Sai de casa, come nada, se andar sozinho. e sem deixar nada pros filhos comer. Volta trazendo um pouquinho, Laia, laia, laia, laia, lá o ganho mesquinho não dá pra viver. Laia, laia, laia, laia. Mulher do povo humilhado, A fome entre os doentes comprado, enganado, em toda nação. e a fome no chão 3
  • 4. Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura do Estado do Ceará FETRAECE CURSO ESTADUAL DE FORMAÇÃO SINDICAL fizeram do prazer a maldição A gente vai abrindo a porta. Nas mãos dos opressores nós sofremos Quem vai rir depois, ri melhor! Ser livres nós queremos E seremos! Esse amor tão bonito vai, Vai gerar nova vida, vai A flor da liberdade Cicatriza feridas, fecunda rapaz. Em nosso olhar Enquanto governa a maldade, Paixão, ternura e sonho em nosso ar A gente canta a liberdade. De olho no futuro nós estamos O amor não se rende jamais! É a vida que amamos e buscamos! 6. AMIGOS PARA SEMPRE (Versão: Sônia Mara) É esta a nossa hora E o tempo é pra nós Eu não tenho nada pra dizer, Que chegue em todo canto a nossa voz Você parece no momento até saber Miremos bem o espelho na memória O quanto eu estou sofrendo. Faremos jovem linda Vem, veja através dos olhos meus A nossa historia! A emoção que eu sinto em estar aqui Sentir seu coração me amando. 5. SE É PRA IR PRA LUTA (Zé Vicente) Amigos para sempre é o que nós iremos ser, Se é ir pra luta - eu vou, Na primavera Se é pra tá presente - eu tô Ou em qualquer das estações, Pois na vida da gente Nas horas tristes, o que vale é o amor./ Nos momentos de prazer. É que a gente junto vai, Amigos para sempre! Reacender estrelas vai, Replantar nosso sonho em cada coração. Você pode estar longe, muito longe, sim Enquanto não chegar o dia, Mas por te amar sinto você perto de mim. enquanto persistir a agonia, E o meu coração contente. a gente ensina o baião! Não nos perderemos, não te esquecerei. Lauê... Você é minha vida, tudo o que eu sonhei E quis pra mim um dia. É que agente junto vai, Reabrindo caminhos, vai 7. CANÇÃO DA AMÉRICA Alargando a avenida pra festa geral. Fernando Brant e Milton Nascimento Enquanto não chegar a vitória, A gente refaz a vitória Amigo é coisa para se guardar Pra o que há de ser afinal! Debaixo de sete chaves Dentro do coração É que gente junto, vai, Assim falava a canção que na América ouvi Vai pra rua de novo, vai Mas quem cantava chorou Levantar a bandeia do sonho maior. Ao ver o seu amigo partir Enquanto eles mandam, não importa. 4
  • 5. Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura do Estado do Ceará FETRAECE CURSO ESTADUAL DE FORMAÇÃO SINDICAL Mas quem ficou, no pensamento voou Foi pro cativeiro e de lá cantou. Com seu canto que o outro lembrou E quem voou, no pensamento ficou Negro entoou Com a lembrança que o outro cantou Um canto de revolta pelos ares Nos quilombos dos palmares Amigo é coisa para se guardar Onde se refugiou, No lado esquerdo do peito Fora a luta dos inconfidentes, Mesmo que o tempo e a distância digam "não" Pelas quebras das correntes, nada adiantou. Mesmo esquecendo a canção O que importa é ouvir E de guerra em paz de paz em guerra, A voz que vem do coração Todo povo desta terra Quando pode cantar, cantar de dor ô,ô. Pois seja o que vier, venha o que vier ô, ô, ô, ô, ô, ô... Qualquer dia, amigo, eu volto A te encontrar E ecoa noite e dia, é ensurdecedor, Qualquer dia, amigo, a gente vai se Ai mas que agonia, encontrar. O canto do trabalhador. E esse canto que devia Ser um canto de alegria, 8. CABECINHA NO OMBRO Soa apenas como um soluçar de dor. (Paulo Borges) Ô, ô, ô, ô. Encosta tua cabecinha no meu ombro e chora. 10. CANTO DO POVO DE UM LUGAR E conta logo tuas magoas toda para mim. Caetano Veloso Quem chora no meu ombro Todo dia o sol levanta Eu juro que não vai embora, E a gente canta Que vai embora, O sol de toda noite. Que não vai embora. Fim da tarde a terra cora Amor eu quero o seu carinho, E a gente chora Porque eu vivo tão sozinho Porque finda a tarde Não sei se a saudade fica Quando a noite, a lua mansa Ou se ela vai embora, e a gente dança Porque gosta de mim. venerando a noite. 9. CANTO DAS TRÊS RAÇAS (Paulo César Pinheiro/M. Duarte) 11. CASINHA BRANCA (Elpídio dos Santos) Ninguém ouviu, um soluçar de dor No canto do Brasil. Fiz uma casinha branca Um lamento triste ecoou, Lá no pé da serra Desde que o índio guerreiro, Pra nós dois morar. 5
  • 6. Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura do Estado do Ceará FETRAECE CURSO ESTADUAL DE FORMAÇÃO SINDICAL Fica perto da barranca Eu só peço a Deus, Do rio Paraná. Que o futuro não me seja indiferente O lugar é uma beleza, Sem ter que fugir desenganado Eu tenho certeza, Para viver uma cultura diferente. Você vai gostar. Fiz uma capela bem do lado Solo lê piodo a Dios, Uma janela para dois morar. Que la guerra no me seja indiferente E um monstro grande e pisa fuerte Quando for dia de festa Toda la pobre inocência de la gente. Você veste o seu vestido de algodão. Quebro o meu chapéu na testa 13. FOI DEUS QUE FEZ VOCÊ Para rematar as coisas do leilão. Luiz Ramalho Satisfeito eu vou levar Você de braços dado Foi Deus que fez o céu Atrás da procissão. o rancho das estrelas fez também o seresteiro Vou com meu terno listrado para conversar com ela Uma flor do lado fez a luz que prateia E meu chapéu na mão:/ a minha estrada de sorrisos e a serpente que expulsou mais de um milhão do paraíso... 12. EU SÓ PEÇO A DEUS Foi Deus Leon Foi Deus que fez você Eu só peço a Deus, Foi Deus quem fez o amor Que a dor não me seja indiferente Fez nascer a eternidade Que a morte não me encontre um dia no momento do carinho Solitário sem ter feito o que eu queria. fez até o anonimato dos afetos escondidos Eu só peço a Deus, e a saudade dos amores Que a injustiça não me seja indiferente que já foram destruídos... Pois não posso dar a outra face Foi Deus. Se já fui machucado brutalmente. Foi Deus quem fez o vento Eu só peço a Deus, Que sopra em seus capelos Que a guerra não me seja indiferente Foi Deus quem fez o orvalho É um monstro grande e pisa forte Que molha o teu olhar, teu olhar Toda pobre e inocência dessa gente. Foi Deus que fez a noite E um violão pra gente Eu só peço a Deus, Foi Deus que fez a gente Que o futuro não me seja indiferente Somente para amar, Se um só traidor tem mais poder que um Só para amar... povo Que esse povo não esqueça facilmente 6
  • 7. Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura do Estado do Ceará FETRAECE CURSO ESTADUAL DE FORMAÇÃO SINDICAL Mas nem um caso mais forte Do que este que eu passei. 14. JARDIM DA FANTASIA Na minha viagem de volta Paulinho Pedra Azul Qualquer coisa eu cismei Vendo a porteira fechada Bem-te-vi, bem te vi O menino não avistei. Andar por um jardim em flor Apeei do meu cavalo Chamando os bichos de amor, Num ranchinho abeira chão Tua boca pingava mel. Vi uma mulher chorando Quis saber qual a razão. Bem te quis, bem te quis Boiadeiro veio tarde E ainda quero muito mais Veja a cruz no estradão Maior que a imensidão da paz Quem matou o meu filhinho E bem maior que o sol. Foi o boi sem coração. Onde estas? Voei por esse céu azul, Lá pras bandas de ouro fino Andei estradas do além. Levando o gado selvagem Onde estarás meu bem. Quando passo na porteira Ainda vejo sua imagem Onde estas? Nas nuvens ou na insensatez Com seu rangido tão triste Me beije só mais uma vez, Mais parece uma mensagem Depois volte pra lá. Daquele rosto trigueiro Desejando boa viagem. 15. O MENINO DA PORTEIRA A cruzinha do estradão Ted Vieira / Luizinho Do pensamento não sai Eu já fiz um juramento Toda vez que eu viajava Que não esqueço jamais Pela estrada de ouro fino Nem que o meu gado estoure De longe eu avistava Eu preciso ir atrás A figura de um menino Nesse pedaço de chão Que corria a porteira Berrante eu não toco mais. Depois vinha me pedindo Toque o berrante seu moço 16. ÚLTIMO PAU-DE-ARARA Que é pra eu ficar ouvindo Patativa do Assaré Quando a boiada passava a poeira ia baixando A vida aqui só é ruim, Eu jogava uma moeda Quando não chove no chão E ele saia pulando. Mas se chover dá de tudo Obrigado boiadeiro Fartura tem de porção. Que Deus vá lhe acompanhando. Tomara que chova logo, Por este cartão afora Tomara meu Deus tomara. Meu berrante ia tocando. Só deixo o meu cariri Nos caminhos desta vida No último pau-de-arara. Muito espinho eu encontrei 7
  • 8. Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura do Estado do Ceará FETRAECE CURSO ESTADUAL DE FORMAÇÃO SINDICAL Enquanto a minha vaquinha Vai dar tudo neste chão. Tiver o couro e osso /:Cuma vê nosso destino E poder com o chocalho Mincê tem na vossa mão:/ Pendurado no pescoço, Eu vou ficar por aqui Que Deus do céu me ajude. 18. EU QUERO ACREDITAR NA VIDA Quem foge a terra natal Zé Martins Em outros canto não para. Eu quero acreditar na vida Só deixo o meu cariri Ver o sol em cada amanhecer No último pau-de-arara. Ter um rosto um sorriso amigo Acreditar que o sonho é pra valer 17. VOZES DA SECA Eu quero ver meu peito aberto Luiz Gonzaga / Zé Dantas Caminhar e não olhar pra trás Caminheiro quero amor por perto. Seu doutor os nordestinos Quero o mundo construindo paz. tem muita gratidão pelo auxilio dos sulistas Canta comigo, nessa seca do sertão. Canta esta canção Mas doutor uma esmola Pois cantando sonharemos juntos Para o homem que é são Pra fazer um mais irmão. (bis) Ou lhe mata de vergonha Ou vicia o cidadão. Eu quero acreditar no amor É por isso que pedimos ver a noite se afastar de mim Proteção a vosmicê Em cada rua plantar uma flor Home por nós escolhido E fazer da terra um jardim. Para as rédias do poder. Venha junto sonhar o desejo Pois doutor dos 20 Estados De que o sonho não tenha mais fim Temos 8 sem chover No violão um som, um arpejo Veja bem quase a metade Construindo a paz, o amor enfim. Do Brasil ta sem comer. Dê serviço ao nosso povo 19. CIDADÃO encha os rios de barrage (Lúcio Barbosa) dê comida a preço bom não esqueça a açudage. Tá vendo aquele edifício, moço? Livre assim dessa estiage Ajudei a levantar Lhe pagamo até os juro Foi um tempo de aflição, era quatro Sem gastar nossa coarge. condução Duas pra ir, duas pra voltar Se o doutor fizer assim Hoje, depois dele pronto salva o povo do sertão Olho pra cima e fico tonto quando um dia a chuva vim Mas me vem um cidadão quer riqueza pra nação. Que me diz desconfiado: Nunca mais nós pensa em seca Cê tá ai admirado, ou tá querendo roubar? 8
  • 9. Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura do Estado do Ceará FETRAECE CURSO ESTADUAL DE FORMAÇÃO SINDICAL Meu domingo está perdido Vou pra casa entristecido Dá vontade de beber 20. EU SÓ QUERO UM XODÓ E pra aumentar meu tédio (Gilberto Gil) Eu nem posso olhar pro prédio Que eu ajudei a fazer Que falta eu sinto de um bem Que falta me faz um xodó Tá vendo aquele colégio, moço? Mas como eu não tenho ninguém Eu também trabalhei lá Eu levo a vida assim tão só Lá eu quase me arrebento Fiz a massa, pus cimento Eu só quero um amor Ajudei a rebocar Que acabe o meu sofrer Minha filha inocente Um xodó pra mim Veio pra mim toda contente: Do meu jeito assim Pai, vou me matricular Que alegre o meu viver Mas me diz um cidadão: Criança de pé no chão aqui não pode estudar Essa dor doeu mais forte 21. CIO DA TERRA Nem sei porque deixei o norte Então me pus a dizer Debulhar o trigo Lá a seca castigava mas o pouco que eu Recolher cada bago do trigo plantava Forjar no trigo o milagre do pão tinha direito a colher E se fartar de pão Tá vendo aquela igreja, moço? Decepar a cana Onde o padre diz amém Recolher a garapa da cana Pus o sino e o badalo Roubar da cana a doçura do mel, Enchi minha mão de calo Se lambuzar de mel Lá eu trabalhei também Mas ali valeu a pena Afagar a terra Tem quermesse, tem novena Conhecer os desejos da terra E o padre me deixa entrar Cio da terra a propícia estação, e fecundar o Foi lá que cristo me disse: chão Rapaz, deixe de tolice não se deixe amedrontar fui eu quem criou a terra enchi os rios e fiz 22. BAIÃO DAS COMUNIDADES as serras (Zé Vicente) não deixei nada faltar hoje o homem criou asas Somos gente nova vivendo a união, E na maioria das casas somos povo semente de uma nova nação ê, Eu também não posso entrar ê.... Somos gente nova vivendo o amor, somos comunidade, povo do Senhor, ê, ê... 9
  • 10. Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura do Estado do Ceará FETRAECE CURSO ESTADUAL DE FORMAÇÃO SINDICAL 1.Vou convidar os meus irmãos trabalha- dores: operários, lavradores, biscateiros e Seguia como num sonho, e boiadeiro era um outros mais. rei E juntos vamos celebrar a confiança Mas o mundo foi rodando nas patas do meu nossa luta na esperança de ter terra, pão e cavalo paz, ê, ê. E nos sonhos que fui sonhando, as visões se clareando 2. Vou convidar os índios que ainda existem, As visões se clareando, até que um dia as tribos que ainda insistem no direito de acordei viver. Então não pude seguir valente em lugar E juntos vamos reunidos na memória, tenente celebrar uma vitória que vai ter que E dono de gado e gente, porque gado a gente acontecer, ê, ê. marca Tange, ferra, engorda e mata, mas com 3. Convido os negros, irmãos no sangue e na gente é diferente sina; seu gingado nos ensina a dança da redenção. Se você não concordar não posso me De braços dados, no terreiro da irmandade, desculpar vamos sambar de verdade, enquanto chega a Não canto prá enganar, vou pegar minha viola razão, ê, ê. Vou deixar você de lado, vou cantar noutro lugar Na boiada já fui boi, boiadeiro já fui rei 23. DISPARADA Não por mim nem por ninguém, que junto (Geraldo Vandré e Jair Rodrigues) comigo houvesse Que quisesse ou que pudesse, por qualquer Prepare o seu coração prás coisas que eu vou coisa de seu contar Por qualquer coisa de seu querer ir mais Eu venho lá do sertão, eu venho lá do sertão longe do que eu Eu venho lá do sertão e posso não lhe Mas o mundo foi rodando nas patas do meu agradar cavalo já que um dia montei agora sou cavaleiro Aprendi a dizer não, ver a morte sem chorar Laço firme e braço forte num reino que não E a morte, o destino, tudo, a morte e o tem rei destino, tudo Estava fora do lugar, eu vivo prá consertar 24. ORAÇÃO DE SÃO FRANCISCO Na boiada já fui boi, mas um dia me montei Não por um motivo meu, ou de quem comigo Senhor, fazei-me instrumento da vossa paz houvesse Onde houver ódio, que eu leve o amor Que qualquer querer tivesse, porém por Onde houver ofensa, que eu leve o perdão necessidade Onde houver discórdia, que eu leve a união Do dono de uma boiada cujo vaqueiro morreu Onde houver dúvida, que eu leve a fé Boiadeiro muito tempo, laço firme e braço Onde houver erro, que eu leve a verdade forte Onde houver desespero, que eu leve a Muito gado, muita gente, pela vida segurei esperança 10
  • 11. Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura do Estado do Ceará FETRAECE CURSO ESTADUAL DE FORMAÇÃO SINDICAL Onde houver tristeza, que eu leve a alegria Onde houver trevas, que eu leve a luz. Vem, vamos embora que esperar não é saber... Ó mestre, fazei que eu procure mais Os amores na mente, as flores no chão consolar do que ser consolado A certeza na frente, a história na mão Compreender do que ser compreendido Caminhando e cantando e seguindo a canção Amar que ser amado Aprendendo e ensinando uma nova lição Pois, é dando que se recebe É perdoando que se é perdoado; Vem, vamos embora que esperar não é E morrendo que se vive saber... Para a vida eterna 26. BOIADEIRO 25. PRÁ NÃO DIZER QUE NÃO FALEI (Luíz Gonzaga) DE FLORES (Geraldo Vandré) Vai boiadeiro que a noite já vem Guarda o teu gado e vai pra junto do teu bem Caminhando e cantando e seguindo a canção Somos todos iguais braços dados ou não De manhazinha quando eu sigo pela estrada Nas escolas, nas ruas, campos, construções Minha boiada pra invernada eu vou levar Caminhando e cantado e seguindo a canção Quando as cabeça é muito pouco é quase nada mas não tem outras mais bonitas no Vem, vamos embora que esperar não é saber lugar Quem sabe faz a hora, não espera acontecer Vai boiadeiro que o dia já vem .... Pelos campos a fome em grandes plantações Pelas ruas marchando indecisos cordões De tardezinha quando eu venho pela estrada Ainda fazem da flor seu mais forte refrão A fiarada ta todinha a me esperar E acreditam nas flores vencendo o canhão São dez fiinha é muito pouco é quase nada mas não tem outros mais bonitos no lugar Vem, vamos embora que esperar não é saber... Vai boiadeiro que a tarde já vem... Há soldados armados, amados ou não E quando eu chego na canssela da morada Quase todos perdidos de armas na mão Minha Rosinha vem correndo me abraçar Nos quartéis lhes ensinam uma antiga lição: É pequenina é miudinha é quase nada mas não De morrer pela pátria e viver sem razão tem mais bonita no lugar Vem, vamos embora que esperar não é Vai boiadeiro que a noite já vem... saber.... Nas escolas, nas ruas, campos, construções 27. EU QUERO VER Somos todos soldados, armados ou não (Zé Vicente) Caminhando e cantando e seguindo a canção Somos todos iguais, braços dados ou não Eu quero ver ,eu quero ver acontecer 11
  • 12. Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura do Estado do Ceará FETRAECE CURSO ESTADUAL DE FORMAÇÃO SINDICAL Um sonho bom, sonho de muitos acontecer quero matar meu desejo Nascendo da noite escura Te mando um monte de beijos, Amanhã futura trazendo amor aí que saudade sem fim." No vento da madrugada A paz tão sonhada brotando em flor E se quiser recordar Nos braços da estrela guia daquele nosso namoro A alegria chegando da dor Quando eu ia viajar Na sombra verde e florida crianças em você caía no choro vida brincando de irmãos Eu chorando pela estrada No rosto da juventude mas o que eu posso fazer Sorriso e virtude virando canção Trabalhar é minha sina Alegre e feliz camponês eu gosto mesmo é d'ocê Entrando de vez na posse do chão Um sorriso em cada rosto 29. A VOLTA DA ASA BRANCA Uma flor em cada mão (Luiz Gonzaga) A certeza na estrada O amor no coração Já faz 3 noites que pro norte relampeia E uma semente nova escondida A asa branca ouvindo o ronco do trovão Em cada palmo desde chão Já bateu asas e voltou pro meu sertão Ai, ai, ai, eu vou-me embora, vou cuidar da Um sonho que se sonha só plantação Pode ser pura ilusão Já bateu asas e voltou pro meu sertão Sonho que se sonha junto Ai, ai, ai, eu vou-me embora, vou cuidar da É sinal de solução companheira,companheiro plantação Vamos ligeiro,sonhar em mutirão A seca fez eu desertar a minha terra Mas felizmente Deus agora se “alembrou” 28. AÍ, QUE SAUDADE D'OCÊ De mandar chuva pra esse sertão sofredor (Vital Farias) Sertão das “muié séria” dos “home trabaiadô” Não se admire se um dia De mandar chuva pra esse sertão sofredor um beija-flor invadir Sertão das “muié séria” dos “home A porta da tua casa, trabaiadô” te der um beijo e partir Fui eu que mandei o beijo Rios correndo as cachoeiras tão zoando que é pra matar meu desejo Terra molhada mato verde que riqueza Faz tempo que eu não te vejo E a asa branca tarde canta que beleza aí que saudade d'ocê Ai, ai, ai, o povo alegre mais alegre a natureza Se um dia você lembrar E a asa branca tarde canta que beleza escreva uma carta pra mim Ai, ai, ai, o povo alegre mais alegre a Bote logo no correio natureza com frases dizendo assim: "Faz tempo que eu não te vejo, Revendo a chuva me “arrecordo” de Rosinha 12
  • 13. Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura do Estado do Ceará FETRAECE CURSO ESTADUAL DE FORMAÇÃO SINDICAL A linda flor do meu sertão pernambucano Eu já dancei, balancei, E se a safra não atrapalhar meus planos Chamego, samba em Xerém Que é que há seu vigário Mas o baião tem um quê, Vou casar no fim do ano Que as outras danças não têm Quem quiser só dizer, Pois eu com satisfação 30. A VIDA DE VIAJANTE Vou dançar cantando o baião (Luiz Gonzaga e Hervê Cordovil) Eu já cantei no Pará Minha vida é andar Toquei sanfona em Belém Por esse país Cantei lá no Ceará e sei o que me convém Pra ver se um dia Por isso quero afirmar Descanso feliz Com toda convicção Guardando as recordações Que sou doido pelo baião Das terras por onde passei Andando pelos sertões E dos amigos que lá deixei. 32. CIRANDA DA ROSA VERMELHA Chuva e sol Teu beijo doce Poeira e carvão Tem sabor do mel da cana Longe de casa Sou tua ama, tua escrava Sigo o roteiro Meu amor Mais uma estação Sou tua cana, teu engenho, teu moinho E alegria no coração. Tu és feito um passarinho Que se chama beija-flor Mar e terra Sou tua cana, teu engenho, teu moinho Inverno e verão Tu és feito um passarinho Mostra o sorriso Que se chama beija-flor Mostra a alegria Sou rosa vermelha Mas eu mesmo não Ai! Meu bem querer E a saudade no coração Beija-flor sou tua rosa E hei de amar-te até morrer 31. BAIÃO (Luiz Gonzaga) Sou rosa vermelha Ai! Meu bem querer Eu vou mostrar pra vocês Beija-flor sou tua rosa Como se dança o baião E hei de amar-te até morrer E quem quiser aprender É favor presta atenção Quando tu voas Pra beijar as outras flores Morena chegue pra cá, Eu sinto dores Bem junto ao meu coração Um ciúme e um calor Agora é só me seguir Que toma o peito, o meu corpo Pois eu vou dançar o baião E invade a alma Só meu beija-flor acalma 13
  • 14. Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura do Estado do Ceará FETRAECE CURSO ESTADUAL DE FORMAÇÃO SINDICAL Tua escrava, meu senhor Saudade inté que assim é bom Que toma o peito, o meu corpo Pro cabra se convencer E invade a alma Que é feliz sem saber Só meu beija-flor acalma Pois não sofreu Tua escrava, meu senhor Porém, se a gente vive a sonhar Sou rosa vermelha Com alguém que se deseja rever Ai! Meu bem querer Saudade intonce aí é ruim Beija-flor sou tua rosa Eu tiro isso por mim E hei de amar-te até morrer Que vivo doido a sofrer Sou rosa vermelha Ai, quem me dera voltar Ai! Meu bem querer Pros braços do meu xodó Beija-flor sou tua rosa Saudade assim faz doer E hei de amar-te até morrer Amarga que nem jiló 33. ESTRADA DO CANINDÉ Mas ninguém pode dizer (Luiz Gonzaga) Que vivo triste a chorar Ai, ai, que bom Saudade, meu remédio é cantar Que bom, que bom que é Saudade, meu remédio é cantar Uma estrada e uma cabocla Uma gente andando a pé Ai, ai, que bom 35. ABRE A JANELA MEU BEM Que bom, que bom que é (Zé Vicente) Uma estrada e a lua branca No sertão de Canindé Abre a janela meu bem! Automóve lá nem se sabe Vem ver o dia que vem! Se é homem ou se é muié Deixa o sol entrar,e ovento falar Quem é rico anda em burrico Que eu te quero bem. Quem é pobre anda a pé Mas o pobre vê nas estrada Deixa a brisa da manhã te abraçar, O orvaio beijando as flor Vê a rosa no canteiro te sorrir. Vê de perto o galo campina Vou pedir galo-campina pra cantar, Que quando canta muda de cor Vou mandar te dar bom-dia o bem-te-vi. Vai moiando os pé nos riacho Que água fresca, nosso senhor Essa vida com amor, Vai oiando, coisa a granel Acordado é o melhor jeito de sonhar. Coisas que pra mode ver Que o carinho seja o bom sabor, O cristão tem que andar a pé E a razão pra toda hora começar. 34. QUI NEM JILÓ Se a saudade ou o cansaço te bater, Busque a força no segredo da paixão. Se a gente lembra só por lembrar Não me esqueça, que eu não vou te esquecer, Do amor que a gente um dia perdeu Somos um neste país que é o coração. 14
  • 15. Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura do Estado do Ceará FETRAECE CURSO ESTADUAL DE FORMAÇÃO SINDICAL Se é pra ir a luta, eu vou Se é pra tá presente, eu tô Pois na vida da gente o que vale é o amor 36. CANÇÃO PRA MARGARIDA É que a gente junto vai (Zé Vicente) Reacender estrelas vai Replantar nosso sonho em cada coração Não faz muito tempo, seu moço Enquanto não chegar o dia Nas terras da Paraíba Enquanto persiste a agonia Viveu uma mulher de fibra A gente ensaia o baião Margarida se chamou Lauê, lauê, lauê, lauê E um patrão com uma bala Tentou calar sua fala É que a gente junto vai E o sonho dela se espalhou Reabrindo caminhos vai Já faz muito tempo, seu moço Alargando a avenida pra festa geral Que enriba deste chão Enquanto não chega a vitória E em toda nossa Nação A gente refaz a história O pobre é pra lá e pra cá Pro que há de ser afinal Lavrador faz mas não come Lauê, lauê, lauê, lauê E a miséria é sobrenome Do povo deste lugar É que a gente junto vai Vai pra rua de novo, vai E quando na carne da gente ordia a opressão Levantar a bandeira do sonho maior Margarida erguia a mão Enquanto eles mandam, não importa E seu grito era o nosso clamor A gente vai abrindo a porta Quem vai rir depois, ri melhor Daqui a algum tempo, seu moço Lauê, lauê, lauê, lauê Se a gente não se cuidar Se o pobre não se ajudar Tubarão engole a alegria 38. UTOPIA (Zé Vicente) Pois o jeito é treinar o braço Para desatar esse laço Quando o dia da paz renascer Que amarra o fulô do dia Quando o Sol da esperança brilhar E quando na roça da gente brilhar as espigas Eu vou cantar Vai ter festa e nas cantigas Margarida vai vier Quando o povo nas ruas sorrir E quando na praça e na rua florir Margaridas E a roseira de novo florir Vai ser bonito de ver Eu vou cantar Vai ser bonito de viver! Quando as cercas cairem no chão Quando as mesas se encherem de pão 37. O QUE VALE É O AMOR Eu vou cantar (Zé Vicente) Quando os muros que cercam os jardins, destruídos 15
  • 16. Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura do Estado do Ceará FETRAECE CURSO ESTADUAL DE FORMAÇÃO SINDICAL Então os jasmins vão perfurmar frente Como um velho boiadeiro levando a boiada Vai ser tão bonito se ouvir a canção Eu vou tocando dias pela longa estrada eu Cantada de novo vou no olhar da gente a certeza de irmãos Estrada eu sou reinado do povo (2x) Conhecer as manhas e as manhãs... Quando as armas da destruição destruídas em cada nação Todo mundo ama um dia todo mundo chora, eu vou sonhar Um dia a gente chega, no outro vai embora Cada um de nós compõe a sua história E o decreto que encerra a opressão Cada ser em si carrega o dom de ser capaz assinado só no coração E ser feliz vai triunfar Conhecer as manhas e as manhãs... Quando a voz da verdade se ouvir e a mentira não mais existir Ando devagar porque já tive pressa será enfim E levo esse sorriso porque já chorei demais tempo novo de eterna justiça Cada um de nós compõe a sua história, sem amis odio sem sangue ou cobiça Cada ser em si carrega o dom de ser capaz vai ser assim E ser feliz Vai ser tão bonito se ouvir a canção Cantada de novo no olhar da gente a certeza de irmãos 40. ASA BRANCA reinado do povo (2x) (Luiz Gonzaga - Humberto Teixeira) Quando olhei a terra ardendo 39. TOCANDO EM FRENTE Qual fogueira de São João (Almir Sater) Eu perguntei a Deus do céu, ai Por que tamanha judiação Ando devagar porque já tive pressa E levo esse sorriso porque já chorei demais Que braseiro, que fornalha Hoje me sinto mais forte, mais feliz quem Nem um pé de plantação sabe Por falta d'água perdi meu gado Só levo a certeza de que muito pouco eu sei Morreu de sede, meu alazão Ou nada sei Até mesmo a Asa Branca Conhecer as manhas e as manhãs, Bateu asas do sertão O sabor das massas e das maçãs, Então eu disse: Adeus, Rosinha É preciso amor pra poder pulsar, Guarda contigo meu coração É preciso paz pra poder sorrir, É preciso a chuva para florir Hoje longe, muitas léguas Numa triste solidão Penso que cumprir a vida seja simplesmente Espero a chuva cair de novo Compreender a marcha e ir tocando em Pra eu voltar pro meu sertão 16
  • 17. Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura do Estado do Ceará FETRAECE CURSO ESTADUAL DE FORMAÇÃO SINDICAL Quando o verde dos teus olhos Só tenha enxada e titulo de eleitor Se espalhar na plantação Para voltar em seu fulano educado Eu te asseguro: não chores, não, viu? Que nada faz pelo pobre agricultor Que eu voltarei, viu? Que não tem terra para fazer o seu roçado. Meu coração. Sou um soldado retirante, sem medalha. Sou estrangeiro quando pego a reclamar 41. MISTÉRIOS Sou camponês que usa tanga e sandália (Zé Vicente) Sou brasileiro só na hora de votar. Todas as coisas são mistérios Esse país é do tamanho de um continente. O que me faz viver Mais não tem terra para o homem de mão O que me faz te amar grossa Nem sequer por que eu penso em você De norte a sul, de nascente a poente Não consigo explicar Vivo a procura de um lugar pra fazer roça. O vento que sopra na rosa Eu sou comprado com cem gramas de sorriso A luz que brilha em teu olhar Mas sou cismado com um grau de traição. O que ferve aqui dentro do peito ao te Já vou fugindo dos que tem o rosto liso. beijar Já que o meu é cheio de grutilhão Por que tanta dor pela rua Estudo o rádio, fico cheio de alegria Por que tanta morte no ar Quando se fala que reforma vai chegar Por que os homens promovem a guerra Espero um ano, espero dois e só se cria Em nome da paz? Falsos projetos pra poder nos tapiá Por que o cientista não mostra Um jeito bem feito afinal Até na igreja tenho encontrado tapiá Que seja vacina do amor Às vezes fico sem saber pra onde vá Contra o vírus do mal Mas esse Deus de sombra e água fria Ou é de todos ou um dia passará. Aquele encontro surpreso Aquela emoção ao te ver 43. AMOR DE ÍNDIO Não me peça qualquer explicação (Beto Guedes, Ronaldo Bastos) Eu não posso dizer O que há de segredo amanhã Tudo que move é sagrado O que vai ser do meu coração E remove as montanhas Te procuro amor, por favor Com todo cuidado, meu amor Nesse instante o que vale é a canção Enquanto a chama arder Todo dia te ver passar 42. EU SOU ROCEIRO Tudo viver ao teu lado Com o arco da promessa Eu sou roceiro vivo de cavar o chão No azul pintado pra durar As minhas mãos são calejadas, meu senhor. Me falta terra, falta casa, falta pão Abelha fazendo mel Vivo bem longe do Brasil, do lavrador Vale o tempo que não voou 17
  • 18. Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura do Estado do Ceará FETRAECE CURSO ESTADUAL DE FORMAÇÃO SINDICAL A estrela caiu do céu chão O pedido que se pensou Todo artista tem de ir aonde o povo está O destino que se cumpriu Se foi assim, assim será De sentir teu calor Cantando me disfarço e não me canso de E ser todo viver nem de cantar Todo dia é de viver Para ser o que for 45. BOLA DE MEIA, BOLA DE GUDE E ser tudo (Milton Nascimento) Sim, todo amor é sagrado Há um menino Há um moleque E o fruto do trabalho Morando sempre no meu coração É mais que sagrado, meu amor Toda vez que o adulto balança A massa que faz o pão Ele vem pra me dar a mão Vale a luz do teu suor Lembra que o sono é sagrado Há um passado no meu presente E alimenta de horizontes Um sol bem quente lá no meu quintal O tempo acordado de viver Toda vez que a bruxa me assombra O menino me dá a mão No inverno te proteger No verão sair pra pescar E me fala de coisas bonitas No outono te conhecer Que eu acredito Primavera poder gostar Que não deixarão de existir No estio me derreter Amizade, palavra, respeito Pra na chuva dançar Caráter, bondade alegria e amor E andar junto Pois não posso O destino que se cumpriu Não devo De sentir teu calor Não quero E ser tudo Viver como toda essa gente Insiste em viver 44. BAILES DA VIDA E não posso aceitar sossegado (Milton Nascimento) Qualquer sacanagem ser coisa normal Foi nos bailes da vida, ou num bar em troca Bola de meia, bola de gude de pão O solidário não quer solidão Que muita gente boa pôs o pé na profissão Toda vez que a tristeza me alcança De tocar um instrumento e de cantar O menino me dá a mão Não importando se quem pagou quis ouvir, foi Há um menino assim Há um moleque Cantar era buscar o caminho que vai dar no Morando sempre no meu coração sol Toda vez que o adulto fraqueja Tenho comigo as lembranças do que eu era Ele vem pra me dar a mão Para cantar nada era longe, tudo tão bom 'Té a estrada de terra na boléia de 46. CÁLICE caminhão, era sim (Chico Buarque/Gilberto Gil) Com a roupa encharcada e a alma repleta de 18
  • 19. Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura do Estado do Ceará FETRAECE CURSO ESTADUAL DE FORMAÇÃO SINDICAL Pai, afasta de mim este cálice Quero inventar o meu próprio pecado Pai, afasta de mim este cálice Quero morrer do meu próprio veneno De vinho tinto de sangue Quero perder de vez tua cabeça Minha cabeça perder teu juízo Como beber dessa bebida amarga? Quero cheirar fumaça de óleo disel Tragar a dor engolir a labuta? Me embriagar até que alguém me esqueça Mesma calada a boca resta o peito Silêncio na cidade não se escuta De que me vale ser filho da santa? 47. ROMARIA Melhor seria ser filho da outra Outra realidade menos morta É de sonho e de pó Tanta mentira tanta força bruta O destino de um só feito eu perdido em pensamentos Pai, afasta de mim este cálice sobre o meu cavalo Pai, afasta de mim este cálice É de laço e de nó De vinho tinto de sangue De gibeira ou jiló Dessa vida cumprida a sol Como é difícil acordar calado Se na calada da noite eu me dano Sou caipira pirapora nossa Quero lançar um grito desumano Senhora de Aparecida Que é uma maneira de ser escutado Que ilumina a mina escura Esse silêncio todo me atordoa e funda o trem da minha vida Atordoado eu permaneço atento Sou caipira pirapora nossa Na arquibancada pra qualquer momento Senhora de Aparecida Ver emergir o monstro da lagoa Que ilumina a mina escura e funda o trem da minha vida Pai, afasta de mim este cálice Pai, afasta de mim este cálice O meu pai foi peão De vinho tinto de sangue Minha mãe solidão meus irmãos perderam-se na vida De muito gorda a porca já não anda a custa de aventuras De muito usada a faca já não corta Descasei, joguei Como é difícil, pai, abrir a porta investi, desisti Essa palavra presa na garganta Se há sorte eu não sei nunca vi. Esse pileque homérico no mundo De que adianta ter boa vontade Sou caipira pirapora nossa Mesmo calado o peito resta a cuca Senhora de Aparecida Dos bêbados do centro da cidade Que ilumina a mina escura e funda o trem da minha vida Pai, afasta de mim este cálice Sou caipira pirapora nossa Pai, afasta de mim este cálice Senhora de Aparecida De vinho tinto de sangue Que ilumina a mina escura e funda o trem da minha vida Talvez o mundo não seja pequeno Nem seja a vida um fato consumado Me disseram porém 19
  • 20. Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura do Estado do Ceará FETRAECE CURSO ESTADUAL DE FORMAÇÃO SINDICAL que eu viesse aqui Possui a estranha mania pra pedir em romaria e prece De ter fé na vida.... Paz nos desaventos Como não sei rezar 49. A GRANDE ESPERANÇA Só queria mostrar Meu olhar, meu olhar, meu olhar A classe roceira e a classe operária Ansiosas esperam a reforma agrária Sou caipira pirapora nossa Sabendo que ela dará solução Senhora de Aparecida Para situação que está precária. Que ilumina a mina escura Saindo projeto do chão brasileiro e funda o trem da minha vida De cada roceiro ganhar sua áre Sou caipira pirapora nossa Sei que miséria ninguém viveria Senhora de Aparecida E a produção já aumentaria Que ilumina a mina escura Quinhentos por cento até na pecuária! e funda o trem da minha vida Esta grande crise que a tempo surgiu 48. MARIA, MARIA Maltrata o caboclo ferindo seu brio (Milton Nascimento e Fernando Brant) Dentro de um país rico e altaneiro, Morrem brasileiro de fome e de frio. Maria, Maria Em nossas cidades ricas em imóveis É um dom, uma certa magia Milhões de automóveis já se produziu, Uma força que nos alerta Enquanto o coitado do pobre operário Uma mulher que merece Vive apertado ganhando salário, Viver e amar Que sobe depois que tudo subiu! Como outra qualquer Do planeta Nosso lavrador que vive do chão Só tem a metade da sua produção Maria, Maria Por que a semente que ele semeia É o som, é a cor, é o suor Tem quer a meia com o seu patrão! É a dose mais forte e lenta O nosso roceiro vive num dilema De uma gente que rí E o problema não tem solução Quando deve chorar Por que o ricaço que vive folgado E não vive, apenas aguenta Acha que projeto se for assinado, Estará ferindo a Constituição! Mas é preciso ter força É preciso ter raça Mas grande esperança o povo conduz É preciso ter gana sempre E pede a Jesus pela oração, Quem traz no corpo a marca Pra guiar o pobre por onde ele trilha, Maria, Maria E para a família não faltar o pão. Mistura a dor e a alegria Que eles não deixam o capitalismo Levar ao abismo a nossa nação, Mas é preciso ter manha A desigualdade aqui é tamanha É preciso ter graça Enquanto o ricaço não sabe o que ganha É preciso ter sonho sempre O pobre do pobre vive de ilusão! Quem traz na pele essa marca 20
  • 21. Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura do Estado do Ceará FETRAECE CURSO ESTADUAL DE FORMAÇÃO SINDICAL profundo, É o sopro do criador numa atitude repleta de amor. 50. O QUE É, O QUE É (Gonzaguinha) Você diz que é luta e prazer, Ele diz que a vida é viver, Eu fico com a pureza da resposta das Ela diz que melhor é morrer crianças: Pois amada não é, e o verbo é sofrer. É a vida! É bonita e é bonita! Viver e não ter a vergonha de ser feliz, Eu só sei que confio na moça Cantar, e cantar, e cantar, E na moça eu ponho a força da fé, A beleza de ser um eterno aprendiz. Somos nós que fazemos a vida Ah, meu Deus! Como der, ou puder, ou quiser, Sempre desejada por mais que esteja Eu sei e eu sei errada, Ninguém quer a morte, só saúde e sorte, Que a vida devia ser bem melhor e será, E a pergunta roda, e a cabeça agita. Mas isso não impede que eu repita: É bonita, é bonita e é bonita! 51. RIACHO DO NAVIO simbora povo (Luiz Gonzaga e Zé Dantas) Viver e não ter a vergonha de ser feliz, Riacho do Navio Cantar, e cantar, e cantar, Corre pro Pajeú A beleza de ser um eterno aprendiz. O rio Pajeú Ah, meu Deus! Vai despejar no São Francisco E o rio São Francisco vai bater no meio do mar Eu sei O rio São Francisco vai bater no meio do mar. Que a vida devia ser bem melhor e será, Mas isso não impede que eu repita: Ah, se eu fosse um peixe É bonita, é bonita e é bonita! Ao contrário do rio Nadava contra as águas E a vida? E nesse desafio E a vida o que é, diga lá , meu irmão? Saía lá do mar pro riacho do Navio Ela é a batida de um coração? Eu ia direitinho pro riacho do Navio. Ela é uma doce ilusão? ê ô Mas e a vida? Ela é maravilha ou é Pra ver o meu brejinho sofrimento? Fazer umas caçadas Ela é alegria ou lamento? Ver as pegas de boi O que é? O que é, meu irmão? Andar nas vaquejadas Dormir ao som do chocalho Há quem fale que a vida da gente é um nada E acordar com a passarada no mundo, Sem rádio, sem notícia das terras civilizadas. É uma gota, é um tempo que nem dá um segundo, Há quem fale que é um divino mistério 21
  • 22. Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura do Estado do Ceará FETRAECE CURSO ESTADUAL DE FORMAÇÃO SINDICAL Não é cova grande, é cova medida É a terra que querias ver dividida É uma cova grande pra teu pouco defunto 52. ACORDA MARIA BONITA Mas estás mais ancho que estavas no mundo (Antônio dos Santos) É uma cova grande pra teu defunto porco Acorda Maria Bonita Porém mais que no mundo te sentirás largo Levanta vai fazer o café É uma cova grande pra tua carne pouca Que o dia já vem raiando Mas a terra dada, não se abre a boca E a polícia já está de pé É a conta menor que tiraste em vida Se eu soubesse que chorando É a parte que te cabe deste latifúndio Empato a tua viagem É a terra que querias ver dividida Meus olhos eram dois rios Estarás mais ancho que estavas no mundo Que não te davam passagem Mas a terra dada, não se abre a boca. Cabelos pretos anelados Olhos castanhos delicados 55. LUAR DO SERTÃO (Vicente Celestino) Quem não ama a cor morena Morre cego e não vê nada Ah que saudade Do luar da minha terra 53. XOTE ECOLÓGICO Lá na serra branquejando Luíz Gonzaga Folhas secas pelo chão Este luar cá da cidade tão escuro Não posso respirar, não posso mais nadar Não tem aquela saudade A terra está morrendo, não dá mais pra Do luar lá do sertão plantar Se planta não nasce se nasce não dá Não há oh gente oh não Até pinga da boa é difícil de encontrar Luar como este do sertão (bis) Cadê a flor que estava aqui? Poluição comeu. A gente fria E o peixe que é do mar? Desta terra sem poesia Poluição comeu Não se importa com esta lua E o verde onde que está ? Nem faz caso do luar Poluição comeu Enquanto a onça Nem o Chico Mendes sobreviveu Lá na verde da capoeira Leva uma hora inteira 54. FUNERAL DE UM LAVRADOR Vendo a lua derivar João Cabral de Melo Neto Ai quem me dera Esta cova em que estás com palmos medida Que eu morresse lá na serra É a conta menor que tiraste em vida Abraçado à minha terra É de bom tamanho nem largo nem fundo E dormindo de uma vez É a parte que te cabe deste latifúndio Ser enterrado numa grota pequenina 22
  • 23. Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura do Estado do Ceará FETRAECE CURSO ESTADUAL DE FORMAÇÃO SINDICAL Onde à tarde a surubina Ela dança de um lado, Chora a sua viuvez ela dança pro outro Não há oh gente oh não 58. ANUNCIAÇÃO Luar como este do sertão Alceu Valença Na bruma leve das paixões que vêm de 56. TRANSGÊNICO É VENENO dentro Ailton Soares - CE Tu vens chegando pra brincar no meu quintal No teu cavalo peito nu cabelo ao vento Refrão: Transgênico é veneno E o sol quarando nossas roupas no varal Alerta povo pra o que está acontecendo (bis) Tu vens, tu vens Eu já escuto os teus sinais Há muito tempo prepararam essa invenção Para dominar a área o meio de produção A voz do anjo sussurrou no meu ouvido Mas já sabemos o que pode acontecer E eu não duvido já escuto os teus sinais Se engolir essa droga você pode até morrer Que tu virias numa manhã de domingo Eu te anuncio nos sinos das catedrais Os transgênicos também podem acabar Com a biodiversidade ter impacto ambiental 59. FELICIDADE. Comprometendo a segurança alimentar Lupicínio Rodrigues Conseqüência nós teremos, fique alerta pessoal Felicidade foi se embora Alerta povo não deixe se confundir E a saudade no meu peito ainda mora Diga não a tudo isso a Monsanto e outras E é por isso que eu gosto lá de fora mais Porque sei que a falsidade não vigora. Nós precisamos delas para produzir Lutaremos firmemente contra esse monstro A minha casa fica lá detrás do mundo voraz Onde eu vou em um segundo quando começo a cantar 57. MARIA DA PAZ O pensamento parece uma coisa à toa Mas como é que a gente voa Maria da paz, da paz, da paz quando começa a pensar. ela anda pra frente, ela anda pra trás (bis) 60. MORENINHA LINDA Ela pula prum lado, ela pula pro outro... Meu coração tá pisado Ela cumprimenta de um lado, como a flor que murcha e cai ela cumprimenta pro outro Pisado pelo desprezo Ela abraça de lado, De um amor quando desfaz Ela abraça do outro Deixando triste a lembrança Ela belisca de um lado, Adeus para nunca mais ela belisca de outro 23
  • 24. Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura do Estado do Ceará FETRAECE CURSO ESTADUAL DE FORMAÇÃO SINDICAL Moreninha linda do meu bem querer É triste a saudade longe de você O amor nasce sozinho não é preciso plantar 62. MAMA ÁFRICA O amor nasce no peito, falsidade no olhar Chico César Você nasceu para outro, eu nasci pra te amar (Refrão) Moreninha linda do meu bem querer Mama África (a minha mãe) É triste a saudade longe de você é mãe solteira e tem que fazer Eu tenho meu canarinho que canta, quando mamadeira todo dia me vê além de trabalhar Eu canto por ter tristeza, canário por como empacotadeira padecer nas casas Bahia (repete 2 vezes) Da saudade da floresta, e eu saudade de você mama África tem tanto o que fazer além de cuidar neném 61. BELA MOCIDADE além de fazer denguim Bumba Meu Boi de Axixá filhinho tem que entender Composição: Donato / F. Naiva mama África vai e vem mas não se afasta de você Quando eu me lembro, Da minha bela mocidade. (Refrão) Eu tinha tudo a vontade, Brincando no boi de Axixá. quando mama sai de casa Eu ficava com você, seus filhos se olodunzam Naquela praia ensolarada, rola o maior jazz E a tua pele bronzeada, mama tem calo nos pés Eu começava a contemplar. mama precisa de paz mama não quer brincar mais Mas é que o vento buliçoso balançava teus filhinho dá um tempo cabelos, é tanto contratempo E eu ficava com ciúme do perfume ele tirar. no ritmo de vida Mas quando o banzeiro quebrava, de mama Teu lindo rosto molhava, E a gente se rolava na areia do mar. (Refrão) Mas é que o vento buliçoso balançava teus deve ser legal ser negrão no Senegal cabelos, deve ser legal ser negrão no Senegal E eu ficava com ciúme do perfume ele tirar. deve ser legal ser negrão no Senegal Mas quando o banzeiro quebrava, Teu lindo rosto molhava, (Refrão) E a gente se rolava na areia do mar. mama África... a minha mãe 24
  • 25. Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura do Estado do Ceará FETRAECE CURSO ESTADUAL DE FORMAÇÃO SINDICAL mama África ... a minha mãe mama África ... a minha mãe 64. MALUCO BELEZA 63. TENTE OUTRA VEZ (Raul Seixas / Claudio Roberto) Raul Seixas Composição: Raul Seixas / Marcelo Motta / Enquanto você se esforça prá ser Paulo Coelho Um sujeito normal e fazer tudo igual, Eu do meu lado aprendendo a ser louco, Veja! Um maluco total, na loucura geral. Não diga que a canção Controlando a minha maluquez, Está perdida Misturada com minha lucidez, Tenha em fé em Deus Vou ficar, ficar com certeza, Maluco Beleza, Tenha fé na vida Eu vou ficar, ah! Ficar com certeza, Maluco Tente outra vez!... Beleza. Beba! (Beba!) E esse caminho que eu mesmo escolhi, Pois a água viva É tão fácil seguir, Ainda tá na fonte Por não ter onde ir. (Tente outra vez!) Controlando a minha maluquez, Você tem dois pés Misturada com a minha lucidez, êh Para cruzar a ponte Controlando a minha maluquez, Nada acabou! Misturada com a minha lucidez, Não! Não! Não!... Vou ficar, ficar com certeza, Maluco Beleza, Oh! Oh! Oh! Oh!Tente! Eu vou ficar, ah! Ficar com certeza, Maluco Levante sua mão sedenta Beleza, E recomece a andar Eu vou ficar, ah! Ficar com certeza, Maluco Não pense que a cabeça agüenta Beleza, eh Ficar, ah! Se você parar Ficar com certeza, Maluco Beleza. Não! Não! Não!Não! Não! Não!... Há uma voz que canta 65. DEUS E EU NO SERTÃO Uma voz que dança Victor e Leo Uma voz que gira (Gira!) Bailando no ar Nunca vi ninguém viver tão feliz Uh! Uh! Uh!... Como eu no sertão Queira! (Queira!) Perto de uma mata e de um ribeirão Basta ser sincero e desejar profundo Deus e eu no sertão Você será capaz De sacudir o mundo Casa simplesinha, rede pra dormir Vai! Tente outra vez! De noite um show no céu Humrum!... Deito pra assistir Tente! (Tente!) Deus e eu no sertão E não diga que a vitória está perdida Das horas não sei, mas vejo o clarão Se é de batalhas que se vive a vida Lá vou eu cuidar do chão Han!Tente outra vez!... Trabalho cantando, a terra é a inspiração Deus e eu no sertão 25
  • 26. Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura do Estado do Ceará FETRAECE CURSO ESTADUAL DE FORMAÇÃO SINDICAL Vamos juntas, companheiras, vamos botar Não há solidão, tem festa lá na vila pra valer Depois da missa vou, ver minha menina Sem a mulher neste mundo seria triste De volta pra casa demais Queima a lenha no fogão Não nascia gente nova e o mundo não tinha paz E junto ao som da mata A mulher nasceu pra ser pelo homem bem Vou eu e um violão amada Deus e eu no sertão...(3X) Ser amiga e companheira, não pra ser discriminada 66. MAJESTADE, O SABIÁ Somos gente, somos força Roberta Miranda Temos que ter igualdade Ao lado dos homens fortes Meus pensamentos Transformar a realidade. Tomam formas e viajo Vou pra onde Deus quiser 67. TERRAL Um vídeo - tape que dentro de mim Ednardo (Comp: Hermenegildo Filho) Retrata todo o meu inconsciente De maneira natural Eu venho das dunas brancas Ah ah ah! Tô indo agora Onde eu queria ficar Prá um lugar todinho meu Deitando os olhos cansados Quero uma rede preguiçosa pra deitar em Por onde a vida alcançar minha volta sinfonia de pardais cantando Meu céu é pleno de paz para a majestade, o Sabiá Sem chaminés ou fumaça No peito enganos mil Tô indo agora tomar banho de cascata Na Terra é pleno abril Quero adentrar nas matas Eu tenho a mão que aperreia, eu tenho o sol Aonde Oxossi é o Deus e areia Aqui eu vejo plantas lindas e cheirosas Eu sou da América, sul da América, South Todas me dando passagem perfumando o America corpo meu Eu sou a nata do lixo, eu sou o luxo da aldeia, eu sou do Ceará Está viagem dentro de mim Foi tão linda vou voltar a realidade Aldeia, Aldeota, estou batendo na porta prá Prá este mundo de Deus lhe aperriá Pois o meu eu este tão desconhecido Prá lhe aperriá, prá lhe aperriá Jamais serei traído Eu sou a nata do lixo, eu sou o luxo da aldeia, Pois este mundo sou eu eu sou do Ceará A Praia do Futuro, o farol velho e o novo são 66. ESTA LUTA NÃO É FÁCIL os olhos do mar Maria Nazaré de Souza São os olhos do mar, são os olhos do mar O velho que apagado, o novo que espantado, Esta luta não é fácil, mas tem que acontecer vento a vida espalhou A mulher organizada tem que chegar ao Luzindo na madrugada, braços, corpos poder. suados, na praia falando amor. 26
  • 27. Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura do Estado do Ceará FETRAECE CURSO ESTADUAL DE FORMAÇÃO SINDICAL 27