O documento discute transtornos de estresse agudo e pós-traumático, definindo estresse, suas fases e sintomas físicos e emocionais. Também aborda fatores que influenciam a gravidade do estresse, classificações psiquiátricas, e princípios básicos para o atendimento de crianças estressadas, como acolhimento, objetivos do tratamento e prevenção de comportamentos de risco.
1. TRANSTORNOS DE
ESTRESSE AGUDO E
TRANSTORNOS DE
ESTRESSE PÓS-
TRAUMÁTICO
Dr. Cláudio Costa
Psiquiatra
Psiquiatra da Infância e Adolescência
2. PROPOSTA INICIAL:
Abordagem de temas relacionados a:
traumas causados pelas situações de violência,
crises motivadas pela exposição contínua a tensões e
conflitos,
medo ou busca de situações de risco,
estados patológicos agravados ou motivados por
constantes intimidações ou ameaças
3. CONTEXTO:
Sistemade Proteção da SEDESE (Secretaria de
Desenvolvimento Social), juntamente com o
Programa de Proteção à Criança e ao Adolescente
ameaçados de morte, Programa de Proteção à
Vítimas e Testemunhas ameaçadas e ao Núcleo de
atendimento às Vítimas de Crimes
Violentos(NAVCV). Sistema de Proteção da SEDESE
(Secretaria de Desenvolvimento Social), juntamente
com o Programa de Proteção à Criança e ao
Adolescente ameaçados de morte, Programa de
Proteção à Vítimas e Testemunhas ameaçadas e ao
Núcleo de atendimento às Vítimas de Crimes
Violentos(NAVCV).
4. CONCEITOS PSIQUIÁTRICOS PARA
TRANSTORNO DE ESTRESSE
Premissa: existência de duas ordens de
acontecimento:
a) Sintomatologia e evolução da doença
b) Um ou mais acontecimentos particularmente
estressantes façam desencadear uma reação de
estresse
5. O QUE É ESTRESSE?
O estresse, conjunto de reações fisiológicas que se
exageradas em intensidade ou duração podem
levar a um desequilíbrio no organismo.
estresse físico: alterações neuro-endócrino-
fisiológicas
estresse emocional: distúrbios ou reações
psíquicas comprometem a adaptação da pessoa
aos desafios cotidianos ou ao pleno exercício de
suas capacidades/funções psíquicas: atenção,
concentração, equilíbrio emocional, desempenho
funcional, etc.
6. FORMAÇÃO DO ESTRESSE (HANS
SELYE, 1936)
Em função de um evento estressor, três
fases de instalação:
1.Fase de alarme: respostas corporais de
diminuição da resistência (desequilíbrio)
2.Fase de resistência: mecanismos de
adaptação
3.Fase de exaustão: com a contínua
exposição ao estressor, o organismo “se
ajusta” e reaparecem sinais de alarme
9. SINTOMAS COGNITIVOS
Distração, dispersão (Na criança: piora no
desempenho escolar)
Atenção excessiva para determinados
acontecimentos
Alterações na memória (esquecimentos)
Amnésia lacunar (perda de detalhes e sequência
temporal dos acontecimentos)
Hipermnésia: lembanças recorrentes, com
detalhes que se evidenciam
Tempo de resposta aumentado (a pessoa parece
‘lerda’, ‘desligada’)
Ruminações e pensamentos intrusivos
10. VARIÁVEIS QUE INFLUENCIAM NA
GRAVIDADE DO ESTRESSE
- Intensidade do acontecimento estressor: a pessoa
testemunhou ou foi confrontada com eventos
violentos, ameaças (mesmo que veladas),
sensações ou experiências de ameaças à própria
integridade ou de outrem
- Duração deste acontecimento: eventos únicos e
suficientemente intensos ou eventos repetitivos
- Vulnerabilidade do indivíduo: o indivíduo
experimentou medo ou horror, impotência.
- Capacidade de resiliência
11. CLASSIFICAÇÃO PSIQUIÁTRICA
CID-10: F 43
F 43.0 – Reação aguda ao estresse
F 43.1 – Transtorno de estresse pós-traumático
(TEPT)
F 43.2 – Transtorno de adaptação
12. CLASSIFICAÇÃO PSIQUIÁTRICA
(CID-10: F 43)
F 43.0 – Reação aguda ao estresse
(TEA/Transtorno de Estresse Agudo): transtorno
transitório em indivíduo que não apresenta
nenhum outro transtorno mental manifesto, em
seguida a um evento estressor físico e/ou psíquico
excepcional, e que desaparece habitualmente em
algumas horas ou dias.
Sintomatologia mista: fase de choque, aturdimento,
estreitamento do campo de consciência, dificuldade de
manter a atenção, desorientação.
Estupor dissociativo
Agitação psicomotora (reação de fuga)
Amnésia total ou parcial
13. CLASSIFICAÇÃO PSIQUIÁTRICA
(CID-10: F 43)
F 43.1: Transtorno de Estresse Pós-Traumático
(TEPT): Resposta retardada ou protraída ao
evento estressante (de curta ou longa duração),
com sintomas evidentes de perturbação na
maioria dos indivíduos. O limiar à frustração
varia. Sintomas típicos:
Revivescência repetitiva, lembranças invasivas
(flashbacks) em sonhos ou pesadelos
Retraimento social, embotamento emocional,
anedonia, evitação de atividades que possam
relembrar o acontecimento estressante
Hipervigilância, estado de alerta, insônia
Ansiedade, depressão, ideação suicida
Evolução crônica: até anos! (Neurose traumática)
14. CLASSIFICAÇÃO PSIQUIÁTRICA
(CID-10: F 43)
F 43.2: Estado de sofrimento e de perturbação
emocional subjetivos que entravam o
funcionamento e desempenho sociais, ocorrendo
no curso de um período de adaptação a mudança
importante ou acontecimento estressante. Por
exemplo: mudança de residência para proteção
contra violência (casos policiais, afastamento do
lar, etc), luto, eventos catastróficos. Sintomas
típicos:
Humor depressivo, inquietação, ansiedade
Transtornos de conduta, pp em adolescentes
Choque cultural, inibição, retraimento
15. PRINCÍPIOS BÁSICOS PARA O
ATENDIMENTO DE CRIANÇAS
“ESTRESSADAS”
Fase de acolhimento:
Proteção ao indivíduo: garantia de integridade física,
sigilo e tolerância: prevenção de resistência,
identificação ao agressor,
prevenção de comportamento suicida (avaliar se o
sujeito teve pensamentos de morte, auto-agressão ou
suicídio). Pacientes previamente deprimidos,
abusadores de substância e com ansiedade grave
(pânico) são mais complicados.
Ambiente terapêutico adequado: facilidade de acesso,
busca de confiança, recursos terapêuticos multiplos e
de complexidade adequada, equipe integrada,
considerar assistência ambulatorial ou
institucionalizada
16. PRINCÍPIOS BÁSICOS PARA O
ATENDIMENTO DE CRIANÇAS
“ESTRESSADAS”
Estabelecendo objetivos do tratamento:
Reduzir a gravidade dos sintomas do TEA ou TEPT
Ajudar o paciente a tolerar e lidar melhor com o
sofrimento e lembranças do acontecimento.
Ajudar o paciente discriminar entre sinais e
lembranças do trauma: ‘o perigo já aconteceu, agora é
lembrança’.
Prevenir, melhorar e promover a recuperação das
respostas neurobiológicas.
Reduzir as lembranças intrusivas relativas ao
trauma.
Restaurar as condições de funcionamento
social/escolar/familiar “normal”
Treinar comportamentos adaptativos
17. Muito obrigado.
Dr. Cláudio Costa
clcosta.costa@gmail.com
Fones:
3291-9878
9176-7596