2. O Capitão Jorge
Um dos maiores contadores de histórias
que o país já conheceu, o autor de
Gabriela cravo e canela e dezenas de
outros títulos é dono de uma obra que,
como nenhuma outra no Brasil, atravessou
o oceano e os continentes, tornando-se a
mais traduzida e conhecida no exterior.
Como o capitão, que sempre viajou muito,
suas histórias também romperam o mundo
e divulgaram além-mar as imagens de um
país exótico, mestiço e místico, povoado
de quengas, vagabundos e coronéis.
Suas lembranças e invenções ajudaram a
mostrar retratos do Brasil ao próprio
Brasil, com personagens fortes e
inesquecíveis.
3. Sucesso Mundial
A obra literária de Jorge
Amado conheceu
inúmeras adaptações para
cinema, teatro e televisão,
além de ter sido tema de
escolas de samba por todo
o Brasil.
Seus livros foram
traduzidos em 55 países,
em 49 idiomas, existindo
também exemplares em
braile e tendo sido um
dos primeiros autores a
serem gravados em áudio
para deficientes visuais.
4. Primeiro romance de Jorge Amado
(tinha 19 anos), O país do Carnaval faz
uma crítica da imagem festiva e
contraditória do Brasil, a partir do olhar
do personagem Paulo Rigger, um
brasileiro que não se identifica com o
país. O protagonista mantém uma
relação de estranhamento com o Brasil
do Carnaval: acredita que a festa
popular mantém o povo alienado. Os
exageros e a informalidade brasileira
são motivo de espanto, apesar de a
proximidade com o povo durante as
festas nas ruas fazer com que ele se
sinta verdadeiramente brasileiro.
Aturdido pelas contradições, Rigger
O livro recebe elogios
decide voltar para a Europa.
dos críticos e torna-se
um sucesso de
público.
5. A história tem como pano de fundo
as condições de trabalho nas
plantações de cacau, onde os
trabalhadores são obrigados a aceitar
uma situação de semi-escravidão.
Marcado pelo engajamento do autor
em sua juventude, o romance
conquista pela combinação de crítica
social, narrativa de cunho
biográfico e retrato de época e
lugar.
O livro esgota-se
em um mês
6. No romance, Jorge Amado tematiza a vida
miserável e promíscua da gente amontoada
num velho sobrado do Pelourinho, em meio a
ratos, baratas e cachorros. Velhos, prostitutas
e homossexuais passam pelas páginas do
Foi publicado em
livro, onde se ilumina a figura de Linda,
Portugal e traduzido
jovem que vai se ligar a um líder operário, o para o alemão,
mecânico Álvaro, iniciando-se, assim, em espanhol, francês,
projetos de transformação social. Num inglês, italiano,
comício baiano, Álvaro cai morto, atingido polonês, russo e
por uma bala disparada pela polícia. Mas tcheco.
Linda não abandona ideias, nem ideais. Vai
em frente, distribuindo panfletos subversivos,
em cumprimento de sua missão
revolucionária, em busca de um mundo
novo.
7.
8. “Certa época dediquei-me a reler Jorge Amado e
Graciliano Ramos. Este, exigente, avaro de palavras,
mais voltado para o mundo interior dos personagens
do que para suas ações. Obras primas como Angústia
e Vidas Secas nos chamam para a realidade
sufocante da vida, revelam um dos lados deste Brasil
desigual e áspero. Mas há outros lados e um deles
nos é mostrado pela literatura de Jorge Amado, que
não é menos verdadeira, não é menos brasileira e
nem menos crítica. Só que é invenção de uma outra
personalidade, mais romântica, mais sensual, mais
aberta aos prazeres da vida. O que essa literatura
perde em rigor ganha em vitalidade e fantasia. E
produz páginas que são obras-primas da narração
literária em língua portuguesa.”
Ferreira Gular
9. Em 1936, Jorge Amado sofre sua
primeira prisão por motivos
políticos: acusado de participar da
"Intentona Comunista”. Publica
“Mar morto”, que recebe o
Prêmio Graça Aranha, da
Academia Brasileira de Letras.
10. Novela de Rádio
“O romance Mar Morto fora adaptado
como novela de rádio,na Rádio
Nacional do Rio de Janeiro.
Seguiram-se outras adaptações,
relevantes também para a formação do
público de Jorge Amado, quando o
rádio era o maior meio de
comunicação de massa no país: em
1941, “Mar Morto”, pela Rádio El
Mundo, de
Buenos Aires; em 1945, as peças
radiofônicas “Mar Morto” e “Terras
do sem Fim”.
(disponível em:
www2.uefs.br/leguaemeia/2/2_72-85ainda.pdf)
11. É preso após o golpe de Vargas. Seus
livros, considerados subversivos, são
queimados em plena Salvador por
determinação da Sexta Região Militar.
Segundo as atas militares, foram
queimados 1.694 exemplares de "O
país do carnaval", "Cacau", "Suor",
"Jubiabá", "Mar morto" e "Capitães
da areia". Ficou um ano preso.
12. Adaptações cinematográficas
Existe um filme inédito também chamado
Capitães da Areia, mas nunca exibido no
Brasil. Filmado em Salvador, em 1969, a
primeira adaptação do famoso romance do
escritor baiano para o cinema, leva a assinatura
do cineasta americano Hall Bartlett, e foi
lançado em 1971, com o titulo original de “The
Sandpits Generals”. Foi exibido nos Estados
Unidos e na Rússia, onde ganhou um festival na
antiga república soviética e se tornou cult.
13. CINEMA
"Sob a lua, num velho trapiche
abandonado as crianças dormem."
Os "Capitães da Areia" - Pedro Bala, Professor,
Gato, Sem-Pernas, Boa Vida e Dora são
personagens que Jorge Amado um dia criou para
habitarem eternamente na memória de seus
leitores. Abandonados por suas famílias, eles são
obrigados a lutar para sobreviver pelas ruas de
Salvador. Mais atual do que nunca, a história
destes personagens imortais da literatura mundial
nos emociona e inspira de forma profunda.
(http://www.capitaesdaareia.com.br/#sinopse)
Assista o trailer:
2011 http://www.youtube.com/watch?v=VTav_7PbnpU
14. Revistas (RJ) 1939
Jorge Amado retorna ao Rio
no ano de 1939. Exerce
intensa atividade política,
em decorrência das torturas
de presos e a desarticulação
do Partido Comunista.
Torna-se redator-chefe das
revistas Dom Casmurro e
Diretrizes. Inicia
colaboração com a revista
Vamos ler; que manterá até
1941. Compõe, com Dorival
Caymmi e Carlos Lacerda, a
serenata "Beijos pela noite".
15. A vida de Luís Carlos Prestes 1942.
Publicado em Buenos Aires e
embora editado em espanhol,
o livro é vendido no Brasil
clandestinamente.
Jorge Amado volta ao país, mas
é preso ao desembarcar.
Em 1945,o livro é lançado no
Brasil rebatizado de
"O cavaleiro da esperança".
16. Jornais: Hoje e Folha da Manhã 1945
Neste ano, chefia a redação do
jornal Hoje, do Partido
Comunista Brasileiro. Escreve
também na Folha da Manhã.
Lança "Bahia de Todos os
Santos".
É eleito deputado
federal pelo PCB.
17. O gato Malhado e 1948
a andorinha Sinhá
Para comemorar o primeiro
aniversário do filho, escreve a
história "O gato Malhado e a
andorinha Sinhá".
Viaja pela Europa e União
Soviética, em seu exílio
voluntário.
Outras obras infanto-juvenis:
- A Bola e o Goleiro, 1984
- O Capeta Carybé, 1986
18. Gabriela, cravo e canela 1958
O livro, publicado em agosto de 1958,
esgota 20 mil exemplares em apenas duas
semanas; até dezembro venderia mais de 50
mil exemplares. Sai o disco "Canto de amor
à Bahia e quatro acalantos de Gabriela,
cravo e canela", trazendo leituras de Jorge
Amado e música de Dorival Caymmi.
19. Modinha para Gabriela
Dorival Caymmi
Jorge
Quando eu vim pra esse mundo
Eu não atinava em nada
Hoje eu sou Gabriela
Gabriela he! meus camaradas
Eu nasci assim, eu cresci assim
Eu sou mesmo assim
Vou ser sempre assim
Gabriela, sempre Gabriela
Quem me batizou, quem me iluminou Caymmi
Pouco me importou, é assim que eu sou
Gabriela, sempre Gabriela
Eu sou sempre igual, não desejo mal
Amo o natural, etecetera e tal Ouça na voz de Gal Costa:
Gabriela, sempre Gabriela http://www.youtube.com/watch?v=7dxqHqGcRHA
20. Novela
Em 1975, a Rede Globo
produziu a novela
baseada na obra e a
exibiu no horário das
22h
http://www.youtube.com/watch?v=o5MkXHTRexw&feature=related
21. CINEMA
“Naquele ano de 1925, quando floresceu o idílio da
mulata Gabriela e do árabe Nacib, a estação das chuvas
tanto se prolongara além do normal e necessário que os
fazendeiros, como um bando assustado..."
Bahia, 1925. Uma das maiores secas da história do Nordeste leva
para Ilhéus Gabriela (Sônia Braga), uma bela retirante que com
sua beleza e sensualidade conquista a todos, principalmente
Nacib (Marcello Mastroianni), dono do bar mais popular da
cidade, que emprega Gabriela para trabalhar em sua casa e com
quem tem um caso. O relacionamento dos dois fica tão intenso
que eles se casam, mas tudo parece desmoronar quando Gabriela
lhe é infiel com o maior conquistador da cidade. Paralelamente,
um "coronel" vai ser julgado por ter matado sua mulher com o
amante. Os outros "coronéis" acham que ele tem de ser
inocentado, pois houve um forte motivo para o crime, mas os
tempos mudaram e determinados conceitos do passado estão
sendo enterrados.
1983 (http://www.interfilmes.com/filme_13433_gabriela.html)
Assista :
http://www.youtube.com/watch?v=NlQ2aBBpl00
22. Quincas Berro D’água 1959
Jorge Amado lança na revista Senhor, do Rio de Janeiro, a novela
"A morte e a morte de Quincas Berro Dágua"; a idéia inicial era que
este texto, de 98 páginas (datilografadas e escrito em dois dias),
integrasse o romance "Os pastores da noite". Naquela mesma
publicação sairia o conto "De como o mulato Porciúncula
descarregou o seu defunto".
Na obra, o autor narra a história das várias mortes de Joaquim
Soares da Cunha, vulgo Quincas Berro D'água, cidadão exemplar
que a certa altura da vida decide abandonar a família e a reputação
ilibada para juntar-se à malandragem da cidade.
Algum tempo depois, Quincas é encontrado sem vida em seu
quarto imundo. Sua envergonhada família tenta restituir-lhe a
compostura, vesti-lo e enterrá-lo com decência; mas, no velório, os
amigos de copo e farra dão-lhe cachaça, despem-no dos trajes
formais e fazem-no voltar a ser o bom e velho Quincas.
Levado ao Pelourinho, o finado joga capoeira, abraça meretrizes,
canta, ri e segue a farra em direção à sua segunda e apoteótica morte.
(http://www.livrariacultura.com.br/scripts/resenha/)
23. CINEMA
"Sete palmos de terra não vão me encarcerar.
Vagueio o sabor das ondas num leito de espumas do mar.
Nem no céu nem no inferno, no mar é que eu vou morar"
Este filme estreou em: 21 de Maio de 2010
Quincas Berro D'Água (Paulo José), o rei dos bordéis,
botecos e gafieiras da Bahia, é encontrado morto em sua
cama. Inconformados com sua morte, seus melhores amigos
“roubam” o corpo e o levam para uma última noite regada à
festa e muita bebida. Em meio a mil confusões, o ex-
funcionário público Quincas “vive” a sua segunda e
definitiva morte, desta vez como sempre sonhou.
(http://www.cineclick.com.br/filmes/ficha/nomefilme/quincas-berro-d-
agua/id/16440)
Assista o trailer:
http://www.youtube.com/watch?v=Ph14cRyrS3o
2010
24. Dona Flor e seus dois maridos
1966
A história é dividida em 5 partes (cada uma aberta por uma
lição de culinária de Flor, que é professora desta arte, com
exceção da quarta parte, aberta por um programa para o
concerto de Teodoro) e um intervalo.
O romance � é resultado de uma historia real ocorrida na
década de 30 na Bahia com uma senhora que, quando jovem,
casara com um boêmio, jogador e mulherengo, morto logo
depois do casamento.
A jovem viúva volta a casar com o honesto comerciante
português Teodoro, mas algum tempo depois passa a sonhar
com Vadinho, o marido morto, que lhe aparece exigente de
amor. Honesta e de uma moral acima de qualquer desvio, Dona
Flor passa a viver o terrível drama sem saber como resolvê-lo.
Na vida real, a viúva eterniza o seu drama ao contá�-lo a um
amigo de Jorge Amado que na ficção se encarrega de resolver o
impasse.
25. CINEMA
“Vadinho conhecia-lhe as fraquezas e as expunha ao sol,
aquela ânsia controlada de tímida, aquele recatado
desejo fazendo-se violência e mesmo incontinência ao
libertar-se na cama.”
Durante o carnaval de 1943 na Bahia, Vadinho (José Wilker), um
mulherengo e jogador inveterado, morre repentinamente e sua
mulher, Dona Flor (Sônia Braga), fica inconsolável, pois apesar
dele ter vários defeitos era um excelente amante. Mas após algum
tempo ela se casa com Teodoro Madureira (Mauro Mendonça),
um farmacêutico que é exatamente o oposto do primeiro marido.
Ela passa a ter uma vida estável e tranquila, mas tediosa e, de
tanto "chamar" pelo primeiro marido, ele um dia aparece nu na
sua cama. Então ela pede ajuda a uma amiga, dizendo que quase
foi seduzida pelo finado esposo. Um pai de santo se prontifica a
afastar o espírito de Vadinho, mas existe um problema: no fundo
Flor quer que ele fique, pois há um forte desejo que
precisa ser saciado.
(http://www.adorocinema.com/filmes/filme-4280/)
Assista o trailer:
2011 http://www.youtube.com/watch?v=dM4nZGsR-vc
26. Tenda dos milagres 1969
Jorge dizia ter sido este seu melhor romance.
“apresenta a violência dos brancos diante de
rituais de origem africana, e oferece o
ingresso para um outro mundo, onde a
mistura não é só de raças, mas também de
religiões. É um grito contra o preconceito
racial e religioso. E na ânsia de nos
apresentar a figura de um certo Pedro
Archanjo em sua inteireza, o autor encheu-se
de ambição, quis abarcar o mundo com as
pernas, misturou tempos e espaços
romanescos.”
(passeiweb.com)
27. CINEMA
“Tenda dos Milagres é um filme
desconcertante, tem alma de negritude, que
exala em cada fotograma (...) mas é um tanto
atravancado em sua narrativa. Paradoxalmente,
isso dá até um certo charme involuntário ao
filme, mas ainda assim não deixa de causar
estranhamento, já que Jorge Amado é o mestre
da narrativa - e aqui ainda participa da
produção na adaptação e nos diálogos.”
(Adílson Marcelino, para o blog
http://minhainsensatez.blogspot.com.br)
Assista um trecho:
1977 http://www.youtube.com/watch?v=ci4QjFx5F_g
28. Minissérie
Em 1985, a Rede Globo levou Tenda dos
Milagres para a TV.
“A trama se desenrola a partir das lembranças
do protagonista, que, à beira da morte, relembra
aventuras, festas, amores e sua luta para manter
vivas na Bahia as culturas negra e mestiça.
- A história começa em 1930, quando Pedro
Arcanjo sente-se mal e, desmaiado, é levado às
pressas para a casa de Cesarina (Ângela Leal).
Com fortes dores no peito, ele revive seu
passado, fazendo com que a narrativa retorne ao
ano de 1913. Nessa época, quando os negros
eram discriminados e perseguidos em Salvador,
a mãe de santo Magé Bassã (Chica Xavier)
revela a Pedro Arcanjo sua missão: ser “a luz de
seu povo”. Junto com seu pai, Xangô, Magé
Bassã guia o protagonista em sua missão. A
partir de então, a história acompanha as ações
de Pedro Arcanjo em defesa dos negros e sua
relação com mães e pais de santo, prostitutas e
mestres de capoeira.”
(http://memoriaglobo.globo.com)
29. Tereza Batista, 1972
cansada de guerra
“No sertão de Sergipe, perto da fronteira com a
Bahia, aos treze anos incompletos a órfã
Tereza Batista é vendida pela tia a um
fazendeiro pedófilo e brutal. Depois de
estuprá-la, ele a mantém cativa em sua
propriedade. Amadurecida precocemente, e do
modo mais doloroso, a menina se tornará uma
mulher valente e decidida. Tereza Batista é
sem dúvida uma das mais fascinantes heroínas
de Jorge Amado, talvez a mais completa e
complexa, que reúne os atributos de todas as
outras: a valentia de Rosa Palmeirão, a
sensualidade de Gabriela, a doçura de dona
Flor, a altivez de Tieta.”
(companhiadasletras.com.br)
30. Minissérie
Em 1992, a Rede Globo exibiu a minissérie
baseada na obra, e que conta a vida de Tereza
Batista dos 13 aos 27 anos de idade,
acompanhando a sua transformação de menina
em mulher.
Tereza Batista, ainda criança, é vendida por sua
tia para o temido capitão Justo , um
colecionador de meninas, o capitão encontra em
Tereza alguém que não se intimida, mesmo
sendo maltratada e violentada.
Por saber ler e escrever, Tereza passa a trabalhar
no armazém de Justo, onde conhece e se
apaixona por Daniel, seu primeiro amor. Após
ser flagrado pelo capitão, o casal sente-se
ameaçado e acaba por matá-lo. Presa, ela vê
Daniel negar a cumplicidade no crime,
afirmando que fora seduzido pela jovem. O
rapaz torna-se, também, sua primeira decepção
amorosa.
(memoriaglobo.globo.com)
31. Tieta do Agreste 1977
Antonieta pastoreia cabras em Mangue Seco e entrega-se
a diversos amantes nas dunas da região. A carola
Perpétua denuncia ao pai, Zé Esteves, as aventuras da
irmã, e a liberdade da moça escandaliza a pequena
Sant’Ana do Agreste. Depois de levar uma surra de
cajado, Tieta é escorraçada de casa pelo pai. (...)
Relações de poder e corrupção, religiosidade, liberação
sexual, moda e consumo, conflito entre progresso e
preservação ambiental são assuntos que, incorporados ao
enredo do livro, ganham tratamento crítico bem-
humorado. Essa combinação faz de Tieta uma narrativa
experimental e inovadora.
por Lilia Moritz Schwarcz disponível em:
http://www.jorgeamado.com.br/obra.php3?codigo=12587
32. Novela
Em 1989/90, a Rede Globo exibiu a novela Tieta.
ambientada na fictícia cidade de Santana do Agreste, no
Nordeste brasileiro, a novela tem início quando Tieta (Claudia
Ohana) é escorraçada da cidade pelo pai, Zé Esteves (Sebastião
Vasconcelos), irritado com o comportamento liberal da jovem e
influenciado pelas intrigas de sua outra filha, Perpétua (Adriana
Canabrava). Humilhada e abandonada pela família, ela segue
para São Paulo, fugindo do conservadorismo de sua terra natal.
Vinte e cinco anos depois, Tieta (Betty Faria) reaparece em
Santana do Agreste, rica, exuberante e decidida a se vingar das
pessoas que a maltrataram. No dia de sua chegada, está sendo
rezada uma missa em sua memória. Ela interrompe a celebração,
chamando a atenção de todos na igreja e desfazendo o mal-
entendido. A ousada Tieta diz que veio para ficar e acaba
mudando a rotina de todos os moradores da pequena cidade. Os
que a condenaram na juventude passam a cortejá-la, movidos
pela sua fortuna ou atraídos por sua exuberância. Para chocar a
família, ela se envolve com o sobrinho, o jovem seminarista
Ricardo (Cássio Gabus Mendes), filho de sua rancorosa irmã
Perpétua (agora, Joana Fomm).
(http://memoriaglobo.globo.com)
http://www.youtube.com/watch?v=k33E1C5YqW8&feature=related
33. CINEMA
“Tenda dos Milagres é um filme
desconcertante, tem alma de negritude, que
exala em cada fotograma (...) mas é um tanto
atravancado em sua narrativa. Paradoxalmente,
isso dá até um certo charme involuntário ao
filme, mas ainda assim não deixa de causar
estranhamento, já que Jorge Amado é o mestre
da narrativa - e aqui ainda participa da
produção na adaptação e nos diálogos.”
(Adílson Marcelino, para o blog
http://minhainsensatez.blogspot.com.br)
Assista um trecho:
1977 http://www.youtube.com/watch?v=ci4QjFx5F_g
34. Todo dia é o mesmo dia
A vida é tão tacanha É domingo, é fevereiro
A luz Nada novo sob o sol
Tem que se esconder no escuro
Quem na luz se banha
É sete de setembro
Futebol e carnaval
Nada muda, é tudo escuro
de
Por debaixo do lençol... Até onde eu me lembro
Nessa terra a dor é grande Uma dor que é sempre igual...
A ambição pequena
Carnaval e futebol Existe alguém em nós
Tieta Quem não finge Em muitos dentre nós
Quem não mente Esse alguém
Quem mais goza e pena Que brilha mais do que
É que serve de farol... Milhões de sóis
E que a escuridão
Existe alguém em nós Conhece também...
Em muitos dentre nós
Esse alguém Existe alguém aqui
Que brilha mais do que Fundo no fundo de você
Milhões de sóis De mim
E que a escuridão Que grita para quem quiser ouvir
Conhece também... Quando canta assim...
Caetano Existe alguém aqui
Veloso Fundo no fundo de você Êta!
De mim Êta, êta, êta
Que grita para quem quiser ouvir É a lua, é o sol é a luz de Tieta
Quando canta assim... Êta, êta!...(2x)
(volta ao início)
Toda noite é a mesma noite
A vida é tão estreita Êta!
Nada de novo ao luar Êta, êta, êta
Todo mundo quer saber É a lua, é o sol é a luz de Tieta
Com quem você se deita Êta, êta!...(4x)
Nada pode prosperar...
Ouça:
http://www.youtube.com/watch?v=I7J8grYrW78
35. Tocaia Grande descreve o processo de formação de uma
cidade nordestina, nascida sob o signo da violência e da
disputa de terras, em inícios do século XX.
Depois de liderar uma tocaia contra o oponente de seu
patrão, o jagunço Natário da Fonseca recebe alguns
alqueires próximos ao palco da matança, onde passa a
cultivar cacau. A chegada de comerciantes, prostitutas,
tropeiros e ex-escravos ao local dá vida e contornos ao
arraial.
Personagens fortes, independentes e solitários (...).
Com a prosa leve e bem-humorada de sempre, Jorge
Amado relata a união profunda e os laços de afeto que se
desenvolvem entre os habitantes de Tocaia Grande, e que
serão responsáveis pelo crescimento do povoado e por
sua resistência à pressão da Igreja e do poder político-
econômico para se enquadrar no sistema coronelista.
(http://www.companhiadasletras.com.br/)
36. O adeus a Jorge Amado
Cada vez mais recluso, face a seus
problemas de saúde, comemora em agosto
de 2000, com poucos amigos e a família,
seus 88 anos. Vivia deprimido por se
encontrar quase sem enxergar, sob dieta
rigorosa, privando-se do que muito
gostava: de escrever, de ler um bom livro e
de um bom prato.
No dia 21 de junho de 2001, Jorge Amado é
internado com uma crise de hiperglicemia e
tem uma fibrilação cardíaca. Após alguns
dias, retorna à sua casa, porém, em 06 de
agosto volta a se sentir mal e falece na
cidade de Salvador às 19h30min . A seu
pedido, seu corpo foi cremado e suas cinzas Leia: www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada
foram espalhadas em torno de uma
mangueira em sua residência no Rio
Vermelho.