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1AULAS PARTICULARES – PROF. CLEYTON PAES
ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS
1. Radical
Indica o significado dos termos.
Ex.: ferrugem, ferreiro, ferrinho – O radical é FERR, o que faz compreender ser algo
relativo a ferro.
2. Afixos
Dividem-se em dois tipos: Prefixos que se localizam antes do radical e Sufixos, após.
INFELIZ – Prefixo IN; REELEITO – Prefixo RE.
PENSAMENTO – Sufixo MENTO; ROTAÇÃO – Sufixo – ÇÃO.
3. Vogal temática
Localiza-se após o radical nos nomes que não sejam oxítonos ou terminados em consoantes.
Ex.: carro, planta, vida, espaço.
Obs.: São atemáticos os nomes oxítonos ou terminados em consoantes.
Ex.: café, urubu, fêmur, lápis.
4. Desinências
4.4.1. De gênero
Indica a contrapartida de gênero masculino/feminino.
Ex.: menino, menina; gato, gata.
Obs.: Há autores que só reconhecem desinência de gênero nos substantivos femininos em
contrapartida aos substantivos masculinos, pois a desinência de gênero serviria – na
concepção deles – para diferençar o feminino do masculino e não o masculino do feminino.
4.2. De número
Indica o plural.
Ex.: casas, meninos.
4.3. De grau
Indica o aumentativo ou o diminutivo dos nomes.
Ex.: garotão, garotinho.
5. Vogais e consoantes de ligação
Fazem a ligação entre o radical e o sufixo, desinência ou outro radical.
Ex.: cafezinho, gasômetro.
6. Formação dos nomes
6.1. Composição
Há mais de um radical.
6.1.1. Justaposição
Não há perda de fonemas.
Ex.: minissaia, pé de moleque.
6.1.2. Aglutinação
Há perda de fonemas.
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Ex.: planalto, aguardente.
6.2. Derivação
Há apenas um radical.
6.2.1. Sufixal
Radical + sufixo.
Ex.: cafeteira, livraria.
6.2.2. Prefixal
Prefixo + radical.
Ex.: prefixo, dissílabo.
6.2.3. Prefixal e sufixal (derivação sucessiva)
Prefixo + radical + sufixo. Ocorre quando uma palavra possui prefixo e sufixo, sem que um
exija a presença do outro.
Ex.: deslealdade, infelizmente.
Observe que estas palavras possuem prefixo e sufixo, porém também existiriam sem a
presença de um deles: desleal e lealdade, infeliz e felizmente.
6.2.4. Parassintética
Prefixo + radical + sufixo. Acontece quando uma palavra possui prefixo e sufixo
obrigatoriamente ao mesmo tempo, ou seja, um exige a presença do outro.
A derivação parassintética é formadora de verbo.
Ex.: anoitecer, enlouquecer.
Observe que estas palavras não podem existir somente com prefixo e radical ou radical e
sufixo: anoite e noitecer, enlouco e louquecer.
6.2.5. Regressiva
Substantivo que se forma de verbo, perdendo fonema.
Ex.: jogo (derivado de jogar), toque (derivado de tocar).
6.3. Conversão
Palavra utilizada em classe gramatical diferente da de origem.
Ex.: gilete (substantivo simples), Gillette (substantivo próprio); o falar
(substantivo), falar (verbo).
Obs.: Necessário se faz informar que a efetivação deste caso só pode ser observada no
contexto.
6.4. Hibridismo
Palavra formada por morfemas de origens diferentes.
Ex.: burocracia (francês e grego); sociologia (latim e grego).
6.5. Reduplicação
Repetição de parte da palavra.
Ex.: tico-tico, reco-reco.
6.6. Abreviação
Parte da palavra pelo todo.
Ex.: moto (motocicleta), pneu (pneumático).
6.7. Sigla
Iniciais das palavras.
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Ex.: CRF (Clube de Regatas do Flamengo), PT (Partido dos Trabalhadores).
6.8. Neologismo
Formação de novas palavras.
Ex.: Nhenhenhém, imexível.
Obs.: Quando um vocábulo já passou por vários processos de formação, devesse levar em
consideração apenas a última fase. Por exemplo: a palavra ENTERRAR, por parassíntese,
formou-se de TERRA e, por sua vez, por regressão, forma ENTERRO. Sendo assim, para a
palavra ENTERRO, deve-se avaliar somente o último passo: a regressão. Já a palavra
EMPOBRECER, por parassíntese, deriva-se de POBRE. Acrescendo-se o sufixo, forma
EMPOBRECIMENTO. Para este vocábulo, leva-se em conta só o último processo: sufixal.
Exercícios
1. (UFF) O sufixo destacado em “organizador” tem o mesmo valor semântico que o presente
em:
a) confidência
b) outonal
c) pedinte
d) refeitório
e) brasileiro
2. (UFF) A alternativa em que todos os sufixos têm, fundamentalmente, o mesmo valor que
o sufixo presente no substantivo percursionista é:
a) barbeiro, bancário, cantor
b) estudante, formigueiro, vestiário
c) jogador, noticiário, pedinte
d) cinzeiro, poetastro, colaborador
e) operário, fazendeiro, budismo
3. (Cesgranrio) Assinale a série de vocábulos em que todos os sufixos exprimem noção de
qualidade:
a) sensibilidade – delicadeza – docemente
b) decoração – bronzeado – selvagem
c) franqueza – doçura – ferocidade
d) sentimento – rapidamente – majestosa
e) dourado – vegetação – beleza
4. (PUC) Assinale o vocábulo cujo prefixo é semanticamente diferente do de “intocável”:
a) afônico
b) ilegal
c) desconfortável
d) anônimo
e) imigrante
5. Fiscal ICMS-RJ – FGV. Com relação aos processos de formação de palavras, analise as
afimativas a seguir:
I. estruturador, civilizacional e renováveis são adjetivos formados por derivação sufial.
II. hominização, dilapidação e autodestruição são substantivos formados por composição e
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derivação.
III. autodestruição, contrapartida e responsabilidade são substantivos formados por
composição.
Assinale:
a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) se somente a afirmativa II estiver correta.
c) se somente a afirmativa III estiver correta.
d) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.
6. (Uni-Rio) Numere a coluna da direita, relacionando-a com a da esquerda, pelo significado
do prefixo. A seguir, assinale a resposta correta:
1) desesperança ( ) repetição
2) contramarcha ( ) oposição
3) redobra ( ) privação, negação
4) influir ( ) passar além de
5) translúcido ( ) movimento para dentro
a) 3-5-2-1-4
b) 2-3-4-5-1
c) 3-2-1-5-4
d) 4-3-2-1-5
e) 5-4-3-1-2
7. (Uni-Rio) Assinale a opção em que os prefixos têm o mesmo significado:
a) contradizer – antídoto
b) desfolhar – epiderme
c) decapitar – homicídio
d) supercílio – acéfalo
e) semimorto – perianto
8. (Tiradentes) Assinale o par de vocábulos cujos sufixos apresentam valor semântico
idêntico ao dos sufixos de “empreendedor” e “riqueza”, respectivamente.
a) estudante / ancaradouro
b) dormitório / inabilidade
c) brasileiro / folhagem
d) professor / artista
e) faxineiro / doçura
GABARITO: 1 –C 2-A 3-C 4-E 5-A 6-C 7-A 8-E
USO DO HÍFEN
Uso do hífen em prefixos – regra geral
– emprega-se o hífen, quando, após o prefixo, aparecer a mesma letra ou H.
Ex.: Arqui-inimigo, infra-hepático, anti-inflmatório, contra-almirante, sobre-humano, sobre-
estimar, ad-digital, sub-biblioteca, sub-humano, inter-regional, super-revista, super-homem
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Acrescentem-se os seguintes casos:
a) Nos prefixos terminados em D ou B (ab, ad, ob, sob, sub), além da situação prevista na
regra geral (mesma letra ou H), vindo R, usa-se o hífen.
Ex.: ad-referendar, sub-reitor, sob-roda
b) No prefixo CIRCUM, além da situação prevista na regra geral (mesma letra ou H), vindo
B, N, P ou VOGAL, também se usa o hífen.
Ex.: circum-escolar, circum-hospitalar, circum-navegação.
c) No prefixo PAN, além da situação prevista na regra geral (mesma letra ou H), vindo B,
M, P ou VOGAL, também se usa o hífen.
Ex.: pan-harmônico, pan-brasileiro, pan-mágico, pan-americano
d) Emprega-se o hífen, quando o primeiro termo for acentuado (pré, pró, pós).
Ex.: pós-graduação, pré-história, pró-europeu
e) Emprega-se o hífen com os prefixos ex (anterioridade), sota, soto, vice,
vizo.
Ex.: ex-presidente, sota-capitão, soto-almirante, vice-governador, vizo-rei
Obs.: Segundo Evanildo Bechara, “nos casos em que não houver perda do som da vogal
final do 1 o elemento, e o elemento seguinte começar com “h”, serão usadas as duas formas
gráfias: bi-hebdomadário e biebdomadário;carbo-hidrato e carboidrato; zoo-hematina e
zooematina.” Tal possibilidade foi explorada pela Fundação Getúlio Vargas, em questões de
ortografia, mencionando a correção da ortografia em “megaipótese” e “socioistórico”.
NÃO SE USA O HÍFEN NOS PREFIXOS
a) Nas aglutinações dos prefixos co- e re- e nas aglutinações iniciadas por pro- ou pre- (sem
acento) com vocábulos iniciados por O ou E:
Ex.: cooperar, coedição, reelaborar, reedição, preeleito, preeminência,
OBS.: Há alternância entre PRE e PRÉ – que permite as duas ortografis – nos
seguintes casos: preembrião / pré-embrião; preesclerótico / pré-esclerótico; preeleito / pré-
eleito.
b) Quando, após os prefixos DES e IN, se o segundo elemento perder o H inicial.
Ex.: desumano, inábil
c) Quando a situação não se enquadrar nos itens iniciais A a E deste capítulo.
Ex.: infraestrutura, extraoficial, intrauterino, contraespião, semiárido, adjunto, sublinha,
supermercado, antiaéreo, neoimperialismo, pseudoepígrafe...
Obs.: Sendo o prefixo concluído em vogal, e o elemento seguinte iniciado por R ou S, tais
consoantes deverão ocorrer dobradas.
Ex.: antirreligioso, contrarrazões, microssistema, minissaia.
EMPREGO DE HÍFEN NOS COMPOSTOS
a) Emprega-se hífen nas palavras compostas por justaposição, em que os elementos mantêm
uma unidade semântica, mas constituem uma tonicidade própria. O primeiro elemento será
representado por uma forma substantiva, adjetiva, numeral ou verbal (não houve alteração):
Obs.: Não se usa hífen em palavras compostas cuja noção de composição se perdeu:
Antes do acordo Depois do acordo
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Para-quedas Paraquedas
Manda-chuva Mandachuva
Gira-sol Girassol
Ponta-pé Pontapé
Obs.: Outros compostos com a forma verbal “PARA” e “MANDA” continuarão sendo
separados por hífen: para-brisa, para-lama, para-choque, manda-tudo.
b) Emprega-se hífen nas formas compostas por grã- ou grão- quando formarem nomes
geográficos, ou nas formas verbais e nos compostos ligados por artigo (não houve
alteração):
Antes do acordo Depois do acordo
Grã-Bretanha Grã-Bretanha
Grão-Pará Grão-Pará
Passa-Quatro Passa-Quatro
Trás-os-Montes Trás-os-Montes
c) Emprega-se hífen em compostos que designam espécies botânicas e zoológicas (não
houve alteração):
Antes do acordo Depois do acordo
Andorinha-do-mar Andorinha-do-mar
Cobra-capelo Cobra-capelo
João-de-barro João-de-barro
Erva-doce Erva-doce
Obs.: Quando os compostos acima tiverem aplicação diferente, não se usará hífen (não
houve alteração):
Antes do acordo Depois do acordo
Bico-de-papagaio (planta) Bico de papagaio (nariz adunco)
Bola-de-neve (arbusto europeu) Bola de neve (aquilo que toma vulto rapidamente)
Não-me-toques (plantas) Não me toques (melindres)
d) Emprega-se hífen quando o primeiro elemento estiver representado pelas
formas além, aquém, recém, bem e sem (não houve alteração):
Antes do acordo Depois do acordo
Além-mar Além-mar
Aquém-mar Aquém-mar
Recém-casado Recém-casado
Bem-humorado Bem-humorado
Sem-vergonha Sem-vergonha
Obs.: O advérbio BEM, em muitas situações, ocorre aglutinado ao termo seguinte. Tal
situação se dá, quando o significado primitivo dos termos é alterado.
Ex.: bendito (= abençoado), benfeito (= benefício), benfeitor
e) Emprega-se hífen nas palavras terminadas por sufixos de origem tupiguarani que
representam formas adjetivas (-açu = grande; -guaçu =grande; -mirim = pequeno) (não
houve alteração):
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Antes do acordo Depois do acordo
Capim-açu Capim-açu
Ceará-mirim Ceará-mirim
Amoré-guaçu Amoré-guaçu
f) Emprega-se hífen quando o primeiro elemento for “mal” e o segundo
elemento começar por vogal, h ou l (não houve alteração):
Antes do acordo Depois do acordo
Mal-entendido Mal-entendido
Mal-humorado Mal-humorado
Mal-limpo Mal-limpo
Obs.: Malcriado, malgrado, malvisto etc. Quando mal significar doença, empregar-se-á o
hífen: mal-caduco.
NÃO SE EMPREGA O HÍFEN NAS SEGUINTES COMPOSIÇÕES
a) Nas formas empregadas adjetivamente com afro-; anglo-; franco-; indo-; luso-; sino- e
semelhantes. Estas continuarão a ser grafadas sem hífen em:
Afrodescendente
Anglomania
Eurocêntrico
Eurodeputado
Obs.: Torna-se necessário, como já o era, o emprego do hífen, quando houver mais de uma
etnia. Afro-brasileiro, anglo-saxão, euro-asiático.
b) Nas locuções
– substantivas – cão de guarda, fim de semana, mão de obra, sala de jantar
– adjetivas – cor de café com lei, cor de vinho
– pronominais – eu próprio, ninguém mesmo
– adverbiais – à parte, à vontade, depois de amanhã
– prepositivas – a fim de, ao encontro de, apesar de, com objetivo de, de encontro a
– conjuntivas – a fim de que, à medida que
Obs.: Em face de serem termos consagrados pelo uso, conservou-se o hífen em: água-de-
colônia, mais-que-perfeito, pé-de-meia, ao deus-dará, à queima-roupa.
27. Em consonância com o novo acordo ortográfico, que vocábulo a seguir perdeu o hífen?
a) anti-higiênico;
b) ex-almirante;
c) auto-sugestão
d) sub-reino
e) semicírculo
28. Em consonância com o novo acordo ortográfico, que vocábulo passou a ter hífen?
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a) antiinflacionário
b) antiético
c) supracitado
d) sobreloja
e) hipermercado
29. (Santa Casa) Considerando-se que o hífen é empregado corretamente: nos compostos,
cujos elementos, reduzidos ou não, perderam a sua significação própria; nos compostos com
o primeiro elemento de forma adjetiva, reduzida ou não, assinale a alternativa que contém
apenas exemplos certos, de acordo com a regra:
a) extraordinário, sobre-mesa, anti-higiênico;
b) maleducado, mal-humorado, subreino;
c) arco-íris, tenente-coronel, luso-brasileiro;
d) paraquedista, panamericano, bel-prazer;
e) auto-sugestão, extraregimental, pró-cônsul.
30. Analista Legislativo Senado Federal – FGV – A palavra megadiversidade foi grafada
corretamente no texto. Assinale a alternativa em que, compondo-se palavra com o elemento
mega-, obedeceu-se às regras de ortografia.
a) mega-homenagem
b) megaipótese
c) mega sucesso
d) megaritual
e) mega-evento
GABARITO: 27- C 28-A 29-C 30-B
Os exercícios contidos aqui são apenas para fixação do conteúdo.
REFERÊNCIA
ROSENTHAL, Marcelo. Gramática para concursos [recurso eletrônico]: teoria e mais
de 1000 questões. 5ª edição. Rio de Janeiro: ELSEVIER, 2011.
ALMEIDA, Nilson Teixeira de. Gramática da Língua Portuguesa para concursos,
vestibulares, ENEM, colégios técnicos e militares. 9ª edição. São Paulo: Saraiva, 2012.