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SUPPLY CHAIN RISK MANAGEMENT
Uma estrutura de gerenciamento de riscos para a cadeia de
abastecimento


ATENÇÃO: Este artigo foi publicado na íntegra pela Revista Mundo
Logística nº 13, ano III, Nov/Dez 2009. Copyright: César Mangabeira
Barbosa / Revista Mundo Logística.
Disponível para download em:
http://www.4shared.com/document/llZPC0C_/Artigo_Supply_Chain_Risk_Manag.html




Este artigo é um guia prático para auxiliar organizações para uma
aproximação incorporada e sistemática na abordagem de Supply
Chain Risk Management. Tem por objetivo mostrar o modelo
estruturado de SCRM que consiste nas etapas de comunicar e
consultar, estabelecer, identificar, analisar, avaliar, tratar e monitorar
e revisar os riscos.




             César Mangabeira
             Profissional com vasta experiência em gestão de operações, supply chain, logística e produção, com passagens em
             grandes empresas industriais, prestadoras de serviços e consultoria. É professor em Universidades de São Paulo e
             publicou diversos artigos na área. Possui MBA Executivo em Gestão Empresarial Estratégia pela Universidade de
             São Paulo - USP, pós em Logística e Transportes pela University of Miami (FL-USA), pós em Gestão Estratégica
             da Logística pela Universidade Católica de Brasília - UCB e graduação em Administração de Empresas pela
             Universidade Paulista. Atualmente está cursando mestrado em Engenharia Mecânica (Produção) pela Universidade
             de Taubaté UNITAU e CPIM pela APICS.
             cmangabeira@gmail.com
INTRODUÇÃO


Os desafios, pressões e incertezas do mundo corporativo criam obstáculos que afetam o bom
andamento da cadeia de abastecimento, fatos como a redução da base de fornecedores,
terceirização, globalização do Supply Chain, novas tecnologias, volatilidade da demanda e
modelo enxuto de trabalho aumentaram a vulnerabilidade da cadeia de abastecimento,
levando as organizações a buscarem novos modelos de proteção ou fortificar os modelos de
proteção existentes contra as ameaças iminentes. Eventos como a febre aftosa, influenza A
(H1N1), ataques terroristas, ameaças de armas de destruição em massa e desastres naturais
são fatores típicos que nos levam a repensar o meio de assegurar o crescimento sustentável da
cadeia de abastecimento e a continuidade do negócio.

Na rede de suprimentos existe uma interligação de uma série de eventos que acontecem
simultaneamente, contudo nem sempre as reações destas conexões podem ser previstas e os
resultados podem ficar ocultos até que haja uma quebra da inércia e as primeiras
conseqüências apareçam. Em um Supply Chain complexo e turbulento, onde a mudança e a
incerteza andam juntas, gerenciar riscos torna-se a principal vantagem competitiva e
diferencial estratégico. Organizações que utilizam o modelo estruturado de SCRM possuem
uma ferramenta para melhorar o processo de tomada de decisões e aumentar a probabilidade
de alcançar os objetivos e resultados desejados, minimizando perdas, reduzindo resultados
negativos e identificando oportunidades para melhoria da operação.

O Supply Chain Risk Management já é uma prioridade nas agendas de muitos executivos, que
buscam métodos para melhor entendimento e gerenciamento dos riscos que afetam a cadeia
de abastecimento. O modelo apresentado neste artigo fornece uma estrutura sistemática para
gerenciamento dos riscos através das etapas de comunicação e consulta, estabelecimento do
contexto, identificação, análise, avaliação, tratamento e monitoramento e revisão de riscos.


DEFINIÇÕES E CONCEITOS

Supply Chain Management (SCM): É o gerenciamento da cadeia de abastecimento, engloba o
planejamento e gerenciamento de atividades de sourcing e procurement (obtenção), produção
e demais atividades do gerenciamento da logística. Também inclui a coordenação e
colaboração entre os parceiros do canal, que podem ser fornecedores, intermediários,
prestadores de serviço terceirizado e clientes. Em essência o SCM integra o gerenciamento de
suprimento e demanda dentro e entre as empresas (CSCMP, 2009).

Logística: Consiste na parte do Supply Chain Management que eficiente e eficazmente planeja,
executa e controla o fluxo e o armazenamento, reverso e direto, de materiais, serviços e
informações entre o ponto de origem e o ponto de destino, buscando satisfazer as
necessidades dos clientes (CSCMP, 2009).

Supply Chain Risk (SCR): Supply Chain Risk são os riscos da cadeia de abastecimento, consiste
na possibilidade de um evento adverso impactar os objetivos do negócio de um ou mais dos
elos da cadeia de abastecimento, colocando em perigo ou ameaçando danos à operação,
produção ou processo.

Risk Management (RM): Risk Management é o gerenciamento de riscos, consiste em uma
técnica estruturada que busca o melhor curso de ação para identificar, analisar, avaliar e tratar
os riscos, com uma maneira sistemática de comunicação e monitoramento. O processo de
gerenciamento de riscos metodologicamente direciona todos os potenciais fatores de riscos
com o objetivo de alcançar benefício sustentável e adicionar valor às atividades da
organização, seja aumentando a probabilidade de sucesso ou reduzindo a probabilidade de
rupturas.

Supply Chain Risk Management (SCRM): Supply Chain Risk Management é o gerenciamento
de riscos na cadeia de abastecimento, consiste no processo de gerenciamento que tem como
objetivo manter os riscos que afetam a cadeia de abastecimento sob controle, reduzindo,
anulando ou eliminando a probabilidade dos riscos e a magnitude do impacto na rede de
suprimentos. O SCRM protege a cadeia de abastecimento através de um processo estruturado
e sinergético o qual procura otimizar a totalidade de estratégia, processo, recursos humanos,
tecnologia e conhecimento, auxiliando na continuidade, segurança e maximização do lucro do
negócio. A figura 1 mostra a interseção do conceito de SCRM com a sobreposição dos
conceitos de Risk Management (RM) e Supply Chain Management (SCM).




                             Figura 1: Interseção de Supply Chain Risk Management.
                                                             Fonte: Paulsson (2004).




A cadeia de abastecimento é vista como uma linha reta que flui facilmente da matéria-prima
até o consumidor final, entretanto existe algumas estratégias e práticas de SCRM que trata a
cadeia de abastecimento pelos princípios da teoria do caos, onde uma pequena ruptura,
causada por um evento localizado em um determinado nível da rede, pode gerar graves
consequências através do sistema global. O relatório de riscos do Fórum Econômico Mundial
2008 mostra que toda organização que depende de fornecedores externos está exposta às
rupturas da cadeia de abastecimento. A extensão e complexidade da atual cadeia de
abastecimento global significa que o problema do gerenciamento de riscos na cadeia de
abastecimento não está limitado a uma única empresa ou indústria, mas a todo o conjunto,
interno e externo à rede de suprimentos.

Os riscos podem surgir em qualquer ponto da rede de abastecimento e são considerados a
maior ameaça para a continuidade dos negócios na nova economia. Uma ruptura na rede pode
reduzir a receita, diminuir market share, aumentar os custos e colocar em riscos o
abastecimento, a produção ou a distribuição.


A ESTRUTURA DE SUPPLY CHAIN RISK MANAGEMENT

As organizações dependem dos fatores que afetam a cadeia de abastecimento sendo
influenciadas por vários links da rede. O SCRM reduz a dependência, promove sinergia, diminui
a vulnerabilidade e assegura que os objetivos organizacionais tenham melhor chance de
alcançar sucesso. A figura 2 mostra a estrutura de gerenciamento de riscos para a cadeia de
abastecimento:
Conforme a ilustração acima, o modelo de coordenação e colaboração do SCRM é formado por
7 etapas: comunicação e consulta, estabelecimento do contexto, identificação, análise,
avaliação, tratamento e monitoramento e revisão de riscos. O conjunto das etapas de
identificação, análise e avaliação de riscos é denominado de Risk Assessment. A seguir
veremos em que consiste cada uma destas etapas.


    1. COMUNICAÇÃO E CONSULTA


A etapa de comunicação e consulta é um processo interativo em que todas as decisões são
consultadas e comunicadas com os Stakeholders. A comunicação e consulta é colocada no
primeiro estágio do SCRM e interage com as demais fases durante a execução do processo de
gerenciamento de riscos na cadeia de abastecimento. O plano de comunicação deve conter
especificações relacionadas aos riscos, conseqüências e medidas que deverão ser tomadas,
desta forma todos entenderão as necessidades, decisões e ações particularmente requeridas.

Os Stakeholders fazem julgamentos dos riscos baseando em suas percepções e isto pode ter
impacto significativo no processo de tomada de decisões do SCRM. Como as percepções de
riscos podem variar devido a diferenças de valor, necessidades, premissas, conceitos e
preocupações, é importante que estas percepções sejam identificadas, registradas e alinhadas.
Este modelo interativo deve envolver todas as partes interessadas, incluindo governo, clientes,
fornecedores e demais parceiros do negócio.

A comunicação e consulta efetiva é essencial para as etapas seguintes, um modelo
transparente de comunicação e consulta maximiza o sucesso de realização e propicia maior
credibilidade ao processo de Supply Chain Risk Management.


    2. ESTABELECIMENTO DE CONTEXTO


O estabelecimento de contexto é a etapa do processo de SCRM onde é realizada a definição do
escopo, nesta etapa são identificados o problema, justificativa, objetivos, resultados esperados
e abrangência. O estabelecimento de contexto é fundamental para as etapas seguintes do
SCRM, os elementos do estabelecimento do contexto são mostrados na tabela 1.


                                             •   Problema
                                             •   Abrangência
                      Estabelecimento
                                             •   Justificativa
                        de contexto
                                             •    Objetivos
                                             •    Resultados esperados

                                     Tabela 01: Estabelecimento de contexto.



Iniciar a estrutura de gerenciamento de riscos na cadeia de abastecimento sem executar a
etapa de estabelecimento de contexto é um ato arriscado e pode levar o modelo de SCRM ao
fracasso. Os elementos do contexto requerem considerações do ambiente interno e externo
do negócio e do propósito do Supply Chain Risk Management. A profundidade da informação
está diretamente relacionada com o tamanho e a complexidade do processo de
gerenciamento de riscos.

O estabelecimento de contexto é a base para que o processo de SCRM seja cumprido na
íntegra, evitando exageros que possam inviabilizar o projeto ou demorar muito para ser
executado. Com definições bem fundamentadas o estabelecimento de contexto torna-se um
guia ou ponto de referência para o SCRM.


    3. RISK ASSESSMENT

Risk Assessment é o processo metodológico do SCRM que consiste nas etapas de identificação
de riscos, analise de riscos e avaliação de riscos. As organizações estão expostas
continuamente a um número enorme de novas ameaças, mutações dos riscos existentes ou
vulnerabilidades que podem afetar as operações e concretização dos objetivos. O processo de
Risk Assessment é o caminho para entender e medir o impacto dos riscos envolvidos e então
decidir os meios apropriados e controles para gerenciá-los. No Risk Assessment os riscos são
reconhecidos, identificados, quantificados e qualificados.


    3.1. IDENTIFICAÇÃO DE RISCOS

A identificação dos riscos é a etapa do processo de SCRM onde as ameaças, vulnerabilidades e
demais riscos são reconhecidos, documentados e entendidos. Este processo tem que ser
sistemático e abrangente, envolvendo o que poderá acontecer, quando, como e por quê. Para
facilitar a identificação dos riscos os gestores podem utilizar ferramentas como brainstorming,
checklists, julgamentos baseados em experiência, registros, fluxogramas e técnicas de análise
de cenários. Nesta etapa a qualidade da informação, interna e externa, é fator primordial para
a identificação dos riscos.

Na literatura existem várias formas de classificar os riscos da cadeia de abastecimento, sendo
que uma destas é a classificação pelas suas fontes. Christopher (2005) identificou cinco tipos
de riscos, apresentados nos grupos Organização, Supply Chain e Ambiente. Estes riscos são
conceituados a seguir e ilustrados na figura 3.
AMBIENTE
                                        Riscos do Ambiente

                                         SUPPLY CHAIN

          Riscos do Suprimento           ORGANIZAÇÃO                      Riscos do Demanda

                                            Riscos de
                                            Controle
   Fornecedor                                                                                   Cliente
                   ...     Fornecedor                             Cliente          ...
     Inicial                                                                                     Final
                                            Riscos de
                                            Processo


                                                        Figura 3: Fontes de Riscos da Cadeia de Abastecimento.
                                                                            Adaptado de Christopher, M. (2005)


Riscos do Processo: São os riscos relacionados à forma de como as organizações produzem
bens ou serviços, desde a obtenção de insumos, passando pelo processamento até a entrega
do produto acabado. Estes riscos estão associados com a variabilidade do processo de
operação e produção. Por exemplo, produção abaixo do esperado, diferenças no nível de
qualidade, falta de padronização, etc.

Riscos de Controle: São os riscos relacionados aos sistemas de fiscalização, normas,
procedimentos e políticas que governam como a empresa exerce controle sobre os processos.
Por exemplo, os riscos de um controle financeiro ou contábil falho, os riscos do sistema de
tecnologia da informação, os riscos de políticas e controle do estoque, etc.

Riscos do suprimento: São os riscos relacionados com o fluxo de produtos, serviços e
informações que surgem entre o fornecedor e a empresa local, relacionado com a parte da
cadeia produtiva que antecede a produção ou operação. Por exemplo, dependência de poucos
fornecedores, longos lead times de suprimento, falta de capacidade de fornecimento, etc.

Riscos da demanda: São os riscos relacionados com o fluxo de produtos, serviços e
informações que surgem entre a empresa local e o mercado consumidor, relacionado com a
parte da cadeia produtiva que procede a produção ou operação. Por exemplo, dificuldade na
previsão da demanda, dependência de poucos clientes, aleatoriedade da demanda, etc.

Riscos do ambiente: São os riscos relacionados com o ambiente externo à rede de
suprimentos e não controlados pela organização, como mudanças regulatórias, sócio-político,
macroeconômico e desastres naturais ou feitos pelo homem. Por exemplo, os riscos com
greves em portos, furacões, atentados terroristas, crises econômicas, etc.

Os riscos impactam a barreira de proteção da cadeia de abastecimento buscando encontrar
pontos de vulnerabilidade na rede. Se a barreira estiver instável os direcionadores provocam
uma ruptura no sistema gerando a fatalidade e suas consequências. A figura 4 ilustra este
modelo destacando as estratégias de mitigação, aquelas tomadas antes do impacto, e as
estratégias contingenciais, aquelas tomadas após o impacto.
3.2. ANÁLISE DE RISCOS

A análise de riscos é a etapa do processo de SCRM que consiste na determinação dos
componentes ou elementos fundamentais dos riscos, considerando as várias partes,
elementos, aspectos, fontes, consequências, probabilidade de ocorrência e impacto dos riscos
que serão examinados.

Um método comumente usado para esta análise é a matriz de riscos, que mostra o nível do
risco utilizando a interseção da probabilidade de ocorrência do evento e o valor do impacto na
cadeia de abastecimento. Os dois eixos podem apresentar tanto dados quantitativos, na
existência de valores objetivos, como dados qualitativos na existência de dados subjetivos. A
figura 5 mostra uma matriz de riscos, para esta ferramenta o nível do risco é dividido em
quatro quadrantes, variando de acordo com a probabilidade e o impacto na cadeia de
abastecimento.
A análise de riscos fornece o fundamento para as etapas de avaliação e tratamento de riscos e
envolve o exame completo das fontes de riscos, o levantamento e probabilidades das
consequências, os fatores que a afetam as consequências e a estimativa de algum processo ou
controle existente que possa minimizar os riscos.


    3.3. AVALIAÇÃO DE RISCOS

A avaliação de riscos é a etapa do processo de SCRM que consiste na busca em determinar a
importância dos riscos através da comparação entre o critério de risco e o risco estimado
(ISO/IEC Guide 73). O critério do risco pode incluir custos e benefícios, requerimentos legais,
aspectos sócio-econômicos, interesse dos Stakeholders e prioridades.

Nem todos os riscos afetam toda a cadeia de abastecimento, sendo que a rede pode ser
vulnerável a certos riscos e rígida contra outros. Utilizando a análise de riscos como principal
fonte de informações, a avaliação de riscos auxilia no processo de tomada de decisões
determinando quais são os riscos críticos para a cadeia de abastecimento e que devem ser
vistos com maior atenção ou prioridade na etapa de tratamento.

Como a última etapa do processo de Risk Assessment, a avaliação de riscos é a base para o
processo decisivo realizado na próxima etapa do SCRM, envolvendo a extensão e natureza do
tratamento de riscos.


    4. TRATAMENTO DO RISCO


O tratamento do risco envolve a seleção da estratégia de tratamento e a implementação
desta. A seleção da estratégia é a fase na qual selecionamos as medidas de forma a reduzir os
riscos que foram identificados, estas medidas tem como objetivo trazer os riscos para
patamares aceitáveis previamente definidos, ou definir como serão tratados os ativos após um
evento indesejável, diminuindo o impacto nas atividades da empresa. Existem quatro
estratégias básicas para o gerenciamento de riscos na cadeia de abastecimento, estas
estratégias são definidas abaixo e ilustradas na figura 6.

Estratégia Prevenir
A estratégia de prevenção consiste em utilizar meios de precaução que impeçam ou dificultem
a probabilidade de ocorrência dos riscos. Recomendada para situações de alta probabilidade
de risco e baixo impacto na cadeia de abastecimento.

Estratégia Aceitar
A estratégia de aceitar é ideal quando os riscos não tem importância, quando não podem ser
evitados ou transferidos, ou quando o custo é muito alto e inviabiliza investimentos. A
organização opta por aceitar o risco. Recomendada para situações de baixa probabilidade de
risco e baixo impacto na cadeia de abastecimento.

Estratégia Mitigar
A estratégia de mitigar consiste em eliminar ou reduzir o impacto dos riscos ou a possibilidade
do evento suceder. Recomendada para situações de alta probabilidade de ocorrência e alto
impacto na cadeia de abastecimento.

Estratégia Transferir
A estratégia de transferir consiste em alternar a responsabilidade do risco para um terceiro,
podendo ser através de seguro ou contrato de responsabilidade. Recomendada para situações
de baixa probabilidade de risco e alto impacto na cadeia de abastecimento.
Além das quatro estratégias básicas, Deloach (2000) faz referência à estratégia de exploit e
Manuj (2008) cita a estratégia de postponement. A ISO/DIS 31000:2009 ainda comenta sobre a
opção de remoção da fonte do risco, mudança das consequências do risco e, mudança da
natureza e magnitude da probabilidade do risco.

A estratégia de exploit consiste na especulação, ou seja, a empresa utiliza o risco para buscar
vantagem competitiva. A estratégia de postponement consiste em atrasar o compromisso
atual dos recursos e ocorrência dos custos para manter a flexibilidade. Em um ambiente
incerto o postponement traz grandes benefícios, visto que as decisões operacionais, e
consequente riscos, são adiadas até o recebimento do pedido do cliente. A extensão do
postponement depende da customização da demanda, custo dos componentes, ciclo de vida
do produto e modularidade do produto.

A implementação é o processo de colocar em prática as estratégias formuladas realizando as
atividades necessárias para atingir os objetivos de desempenho do SCRM. Excelentes planos
não significam estratégia de sucesso, o resultado da estratégia depende de uma excelente fase
de implementação. As estratégias para gerenciamento de riscos na cadeia de abastecimento
não são exclusivas, podendo ser consideradas e aplicadas individualmente ou em conjunto. A
combinação de estratégias mistas pode ser mais vantajoso do que apenas uma estratégia em
particular.


    5. MONITORAMENTO E REVISÃO

Novos riscos surgem e riscos existentes se alteram, o método adotado para gerenciar o risco
na cadeia de abastecimento em um momento pode ser inadequado ou ineficiente em um
outro. O monitoramento e a revisão devem certificar que os riscos foram efetivamente
identificados, analisados, avaliados e tratados, verificando se a estratégia aplicada é eficiente
para o tratamento do risco, se o risco mudou ou se novos riscos apareceram. Deve assegurar
que existem controles eficazes e que os procedimentos foram entendidos e estão sendo
seguidos pela equipe.

O monitoramento e revisão devem determinar se as medidas adotadas resultaram no que foi
planejado, se os procedimentos foram adotados e se as informações reunidas são apropriadas
para a identificação, análise e avaliação do risco. Alguns meios utilizados para monitorar e
revisar o processo de SCRM vão desde inspeções, auditorias, check-lists e verificação de
deadlines, até mapas e planos de gerenciamento de riscos.
A estrutura de gerenciamento de riscos na cadeia de abastecimento é um processo de
desenvolvimento continuo da estratégia da organização e direciona metodologicamente todos
os riscos que envolvem a organização. O gerenciamento de riscos na cadeia de abastecimento
torna-se um processo cíclico, de aprendizagem e uma oportunidade para a identificação de
oportunidades e melhoria contínua. Algumas vantagens de um SCRM efetivo são:

       Ambiente com riscos controlados
       Maior segurança nas operações da cadeia de abastecimento
       Aumento da probabilidade de sucesso dos objetivos da organização
       Redução de custos
       Aumento da participação no mercado
       Ganho de confiança da marca
       Incremento de vantagem competitiva
       Melhoria da comunicação com os Stakeholders
       Visibilidade de oportunidades e ameaças
       Aperfeiçoamento de processos
       Melhoria da influência sobre os parceiros da rede de suprimentos
       Habilidade para antecipar e responder prontamente a novas tendências
       Crescimento sustentável do negócio.



    6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este artigo mostrou a estrutura de gerenciamento de riscos com suas etapas de comunicação e
consulta, estabelecimento do contexto, identificação de riscos, análise de riscos, avaliação de
riscos, tratamento de riscos e monitoramento e revisão, este modelo é uma metodologia
estratégica e pré-requisito básico para organizações que buscam alinhar-se com as melhores
práticas, eliminar ou reduzir ameaças e maximizar oportunidades.

O gerenciamento de riscos na cadeia de abastecimento não é algo novo, a questão é saber se
o modelo é efetivo ou não. O modelo de SCRM não deve ser visto como adicional ou adendo a
estratégia empresarial, mas construído pela alta administração desde o projeto da cadeia de
abastecimento. O SCRM deve apoiar a missão, visão e objetivos, sendo integrado à cultura
organizacional através de políticas e programas claros onde todos os colaboradores são
responsáveis por sua execução. O presente artigo não teve como propósito exaurir todos os
tópicos do assunto levantado, mas criar um ponto de partida para novos estudos e pesquisas
que contribuirão com maior especialização e profundidade.



REFERÊNCIAS

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Performance. New York: Springer, 2008.

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Trondheim Norway: Norwegian University of Science and Technology, 1997.

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logística. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.

BRITO, Osias Santana. Gestão de riscos: uma abordagem orientada a riscos operacionais. São
Paulo: Saraiva, 2007.

CHOPRA, Sunil; MEINDL, Peter. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos. São Paulo: Pearson,
2003.

CHRISTOPHER, M. Logistics and supply chain management: creating value-adding networks.
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CHRISTOPHER, M.; LEE, H. Mitigating supply chain risk through improved confidence.
International Journal of Physical Distribution and Logistics Management: Vol. 34 No.5, pp.388-
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DELOACH, J. Enterprise-Wide Risk Management: Strategies for Linking Risk & Opportunity.
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MARTEL, Alain; VIEIRA, Darli Rodrigues. Análise e projeto de redes logísticas. São Paulo:
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PAULSSON, U. Supply Chain Risk Management. Surrey: Ashgate Publishing Limited, 2004.

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TAYLOR, David A. Logística na Cadeia de Suprimentos: uma perspectiva gerencial. São Paulo:
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WORLD ECONOMIC FORUM. Global Risk Network Report, Hyper-optimization and supply chain
vulnerability: an invisible global risk? Switzerland: World Economic Forum, 2008.

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www.achain.com.br - SCRM - Supply Chain Risk Management - Uma estrutura de gerenciamento de riscos para a cadeia de abastecimento

  • 1.
  • 2. SUPPLY CHAIN RISK MANAGEMENT Uma estrutura de gerenciamento de riscos para a cadeia de abastecimento ATENÇÃO: Este artigo foi publicado na íntegra pela Revista Mundo Logística nº 13, ano III, Nov/Dez 2009. Copyright: César Mangabeira Barbosa / Revista Mundo Logística. Disponível para download em: http://www.4shared.com/document/llZPC0C_/Artigo_Supply_Chain_Risk_Manag.html Este artigo é um guia prático para auxiliar organizações para uma aproximação incorporada e sistemática na abordagem de Supply Chain Risk Management. Tem por objetivo mostrar o modelo estruturado de SCRM que consiste nas etapas de comunicar e consultar, estabelecer, identificar, analisar, avaliar, tratar e monitorar e revisar os riscos. César Mangabeira Profissional com vasta experiência em gestão de operações, supply chain, logística e produção, com passagens em grandes empresas industriais, prestadoras de serviços e consultoria. É professor em Universidades de São Paulo e publicou diversos artigos na área. Possui MBA Executivo em Gestão Empresarial Estratégia pela Universidade de São Paulo - USP, pós em Logística e Transportes pela University of Miami (FL-USA), pós em Gestão Estratégica da Logística pela Universidade Católica de Brasília - UCB e graduação em Administração de Empresas pela Universidade Paulista. Atualmente está cursando mestrado em Engenharia Mecânica (Produção) pela Universidade de Taubaté UNITAU e CPIM pela APICS. cmangabeira@gmail.com
  • 3. INTRODUÇÃO Os desafios, pressões e incertezas do mundo corporativo criam obstáculos que afetam o bom andamento da cadeia de abastecimento, fatos como a redução da base de fornecedores, terceirização, globalização do Supply Chain, novas tecnologias, volatilidade da demanda e modelo enxuto de trabalho aumentaram a vulnerabilidade da cadeia de abastecimento, levando as organizações a buscarem novos modelos de proteção ou fortificar os modelos de proteção existentes contra as ameaças iminentes. Eventos como a febre aftosa, influenza A (H1N1), ataques terroristas, ameaças de armas de destruição em massa e desastres naturais são fatores típicos que nos levam a repensar o meio de assegurar o crescimento sustentável da cadeia de abastecimento e a continuidade do negócio. Na rede de suprimentos existe uma interligação de uma série de eventos que acontecem simultaneamente, contudo nem sempre as reações destas conexões podem ser previstas e os resultados podem ficar ocultos até que haja uma quebra da inércia e as primeiras conseqüências apareçam. Em um Supply Chain complexo e turbulento, onde a mudança e a incerteza andam juntas, gerenciar riscos torna-se a principal vantagem competitiva e diferencial estratégico. Organizações que utilizam o modelo estruturado de SCRM possuem uma ferramenta para melhorar o processo de tomada de decisões e aumentar a probabilidade de alcançar os objetivos e resultados desejados, minimizando perdas, reduzindo resultados negativos e identificando oportunidades para melhoria da operação. O Supply Chain Risk Management já é uma prioridade nas agendas de muitos executivos, que buscam métodos para melhor entendimento e gerenciamento dos riscos que afetam a cadeia de abastecimento. O modelo apresentado neste artigo fornece uma estrutura sistemática para gerenciamento dos riscos através das etapas de comunicação e consulta, estabelecimento do contexto, identificação, análise, avaliação, tratamento e monitoramento e revisão de riscos. DEFINIÇÕES E CONCEITOS Supply Chain Management (SCM): É o gerenciamento da cadeia de abastecimento, engloba o planejamento e gerenciamento de atividades de sourcing e procurement (obtenção), produção e demais atividades do gerenciamento da logística. Também inclui a coordenação e colaboração entre os parceiros do canal, que podem ser fornecedores, intermediários, prestadores de serviço terceirizado e clientes. Em essência o SCM integra o gerenciamento de suprimento e demanda dentro e entre as empresas (CSCMP, 2009). Logística: Consiste na parte do Supply Chain Management que eficiente e eficazmente planeja, executa e controla o fluxo e o armazenamento, reverso e direto, de materiais, serviços e informações entre o ponto de origem e o ponto de destino, buscando satisfazer as necessidades dos clientes (CSCMP, 2009). Supply Chain Risk (SCR): Supply Chain Risk são os riscos da cadeia de abastecimento, consiste na possibilidade de um evento adverso impactar os objetivos do negócio de um ou mais dos elos da cadeia de abastecimento, colocando em perigo ou ameaçando danos à operação, produção ou processo. Risk Management (RM): Risk Management é o gerenciamento de riscos, consiste em uma técnica estruturada que busca o melhor curso de ação para identificar, analisar, avaliar e tratar
  • 4. os riscos, com uma maneira sistemática de comunicação e monitoramento. O processo de gerenciamento de riscos metodologicamente direciona todos os potenciais fatores de riscos com o objetivo de alcançar benefício sustentável e adicionar valor às atividades da organização, seja aumentando a probabilidade de sucesso ou reduzindo a probabilidade de rupturas. Supply Chain Risk Management (SCRM): Supply Chain Risk Management é o gerenciamento de riscos na cadeia de abastecimento, consiste no processo de gerenciamento que tem como objetivo manter os riscos que afetam a cadeia de abastecimento sob controle, reduzindo, anulando ou eliminando a probabilidade dos riscos e a magnitude do impacto na rede de suprimentos. O SCRM protege a cadeia de abastecimento através de um processo estruturado e sinergético o qual procura otimizar a totalidade de estratégia, processo, recursos humanos, tecnologia e conhecimento, auxiliando na continuidade, segurança e maximização do lucro do negócio. A figura 1 mostra a interseção do conceito de SCRM com a sobreposição dos conceitos de Risk Management (RM) e Supply Chain Management (SCM). Figura 1: Interseção de Supply Chain Risk Management. Fonte: Paulsson (2004). A cadeia de abastecimento é vista como uma linha reta que flui facilmente da matéria-prima até o consumidor final, entretanto existe algumas estratégias e práticas de SCRM que trata a cadeia de abastecimento pelos princípios da teoria do caos, onde uma pequena ruptura, causada por um evento localizado em um determinado nível da rede, pode gerar graves consequências através do sistema global. O relatório de riscos do Fórum Econômico Mundial 2008 mostra que toda organização que depende de fornecedores externos está exposta às rupturas da cadeia de abastecimento. A extensão e complexidade da atual cadeia de abastecimento global significa que o problema do gerenciamento de riscos na cadeia de abastecimento não está limitado a uma única empresa ou indústria, mas a todo o conjunto, interno e externo à rede de suprimentos. Os riscos podem surgir em qualquer ponto da rede de abastecimento e são considerados a maior ameaça para a continuidade dos negócios na nova economia. Uma ruptura na rede pode reduzir a receita, diminuir market share, aumentar os custos e colocar em riscos o abastecimento, a produção ou a distribuição. A ESTRUTURA DE SUPPLY CHAIN RISK MANAGEMENT As organizações dependem dos fatores que afetam a cadeia de abastecimento sendo influenciadas por vários links da rede. O SCRM reduz a dependência, promove sinergia, diminui a vulnerabilidade e assegura que os objetivos organizacionais tenham melhor chance de alcançar sucesso. A figura 2 mostra a estrutura de gerenciamento de riscos para a cadeia de abastecimento:
  • 5. Conforme a ilustração acima, o modelo de coordenação e colaboração do SCRM é formado por 7 etapas: comunicação e consulta, estabelecimento do contexto, identificação, análise, avaliação, tratamento e monitoramento e revisão de riscos. O conjunto das etapas de identificação, análise e avaliação de riscos é denominado de Risk Assessment. A seguir veremos em que consiste cada uma destas etapas. 1. COMUNICAÇÃO E CONSULTA A etapa de comunicação e consulta é um processo interativo em que todas as decisões são consultadas e comunicadas com os Stakeholders. A comunicação e consulta é colocada no primeiro estágio do SCRM e interage com as demais fases durante a execução do processo de gerenciamento de riscos na cadeia de abastecimento. O plano de comunicação deve conter especificações relacionadas aos riscos, conseqüências e medidas que deverão ser tomadas, desta forma todos entenderão as necessidades, decisões e ações particularmente requeridas. Os Stakeholders fazem julgamentos dos riscos baseando em suas percepções e isto pode ter impacto significativo no processo de tomada de decisões do SCRM. Como as percepções de riscos podem variar devido a diferenças de valor, necessidades, premissas, conceitos e preocupações, é importante que estas percepções sejam identificadas, registradas e alinhadas. Este modelo interativo deve envolver todas as partes interessadas, incluindo governo, clientes, fornecedores e demais parceiros do negócio. A comunicação e consulta efetiva é essencial para as etapas seguintes, um modelo transparente de comunicação e consulta maximiza o sucesso de realização e propicia maior credibilidade ao processo de Supply Chain Risk Management. 2. ESTABELECIMENTO DE CONTEXTO O estabelecimento de contexto é a etapa do processo de SCRM onde é realizada a definição do escopo, nesta etapa são identificados o problema, justificativa, objetivos, resultados esperados
  • 6. e abrangência. O estabelecimento de contexto é fundamental para as etapas seguintes do SCRM, os elementos do estabelecimento do contexto são mostrados na tabela 1. • Problema • Abrangência Estabelecimento • Justificativa de contexto • Objetivos • Resultados esperados Tabela 01: Estabelecimento de contexto. Iniciar a estrutura de gerenciamento de riscos na cadeia de abastecimento sem executar a etapa de estabelecimento de contexto é um ato arriscado e pode levar o modelo de SCRM ao fracasso. Os elementos do contexto requerem considerações do ambiente interno e externo do negócio e do propósito do Supply Chain Risk Management. A profundidade da informação está diretamente relacionada com o tamanho e a complexidade do processo de gerenciamento de riscos. O estabelecimento de contexto é a base para que o processo de SCRM seja cumprido na íntegra, evitando exageros que possam inviabilizar o projeto ou demorar muito para ser executado. Com definições bem fundamentadas o estabelecimento de contexto torna-se um guia ou ponto de referência para o SCRM. 3. RISK ASSESSMENT Risk Assessment é o processo metodológico do SCRM que consiste nas etapas de identificação de riscos, analise de riscos e avaliação de riscos. As organizações estão expostas continuamente a um número enorme de novas ameaças, mutações dos riscos existentes ou vulnerabilidades que podem afetar as operações e concretização dos objetivos. O processo de Risk Assessment é o caminho para entender e medir o impacto dos riscos envolvidos e então decidir os meios apropriados e controles para gerenciá-los. No Risk Assessment os riscos são reconhecidos, identificados, quantificados e qualificados. 3.1. IDENTIFICAÇÃO DE RISCOS A identificação dos riscos é a etapa do processo de SCRM onde as ameaças, vulnerabilidades e demais riscos são reconhecidos, documentados e entendidos. Este processo tem que ser sistemático e abrangente, envolvendo o que poderá acontecer, quando, como e por quê. Para facilitar a identificação dos riscos os gestores podem utilizar ferramentas como brainstorming, checklists, julgamentos baseados em experiência, registros, fluxogramas e técnicas de análise de cenários. Nesta etapa a qualidade da informação, interna e externa, é fator primordial para a identificação dos riscos. Na literatura existem várias formas de classificar os riscos da cadeia de abastecimento, sendo que uma destas é a classificação pelas suas fontes. Christopher (2005) identificou cinco tipos de riscos, apresentados nos grupos Organização, Supply Chain e Ambiente. Estes riscos são conceituados a seguir e ilustrados na figura 3.
  • 7. AMBIENTE Riscos do Ambiente SUPPLY CHAIN Riscos do Suprimento ORGANIZAÇÃO Riscos do Demanda Riscos de Controle Fornecedor Cliente ... Fornecedor Cliente ... Inicial Final Riscos de Processo Figura 3: Fontes de Riscos da Cadeia de Abastecimento. Adaptado de Christopher, M. (2005) Riscos do Processo: São os riscos relacionados à forma de como as organizações produzem bens ou serviços, desde a obtenção de insumos, passando pelo processamento até a entrega do produto acabado. Estes riscos estão associados com a variabilidade do processo de operação e produção. Por exemplo, produção abaixo do esperado, diferenças no nível de qualidade, falta de padronização, etc. Riscos de Controle: São os riscos relacionados aos sistemas de fiscalização, normas, procedimentos e políticas que governam como a empresa exerce controle sobre os processos. Por exemplo, os riscos de um controle financeiro ou contábil falho, os riscos do sistema de tecnologia da informação, os riscos de políticas e controle do estoque, etc. Riscos do suprimento: São os riscos relacionados com o fluxo de produtos, serviços e informações que surgem entre o fornecedor e a empresa local, relacionado com a parte da cadeia produtiva que antecede a produção ou operação. Por exemplo, dependência de poucos fornecedores, longos lead times de suprimento, falta de capacidade de fornecimento, etc. Riscos da demanda: São os riscos relacionados com o fluxo de produtos, serviços e informações que surgem entre a empresa local e o mercado consumidor, relacionado com a parte da cadeia produtiva que procede a produção ou operação. Por exemplo, dificuldade na previsão da demanda, dependência de poucos clientes, aleatoriedade da demanda, etc. Riscos do ambiente: São os riscos relacionados com o ambiente externo à rede de suprimentos e não controlados pela organização, como mudanças regulatórias, sócio-político, macroeconômico e desastres naturais ou feitos pelo homem. Por exemplo, os riscos com greves em portos, furacões, atentados terroristas, crises econômicas, etc. Os riscos impactam a barreira de proteção da cadeia de abastecimento buscando encontrar pontos de vulnerabilidade na rede. Se a barreira estiver instável os direcionadores provocam uma ruptura no sistema gerando a fatalidade e suas consequências. A figura 4 ilustra este modelo destacando as estratégias de mitigação, aquelas tomadas antes do impacto, e as estratégias contingenciais, aquelas tomadas após o impacto.
  • 8. 3.2. ANÁLISE DE RISCOS A análise de riscos é a etapa do processo de SCRM que consiste na determinação dos componentes ou elementos fundamentais dos riscos, considerando as várias partes, elementos, aspectos, fontes, consequências, probabilidade de ocorrência e impacto dos riscos que serão examinados. Um método comumente usado para esta análise é a matriz de riscos, que mostra o nível do risco utilizando a interseção da probabilidade de ocorrência do evento e o valor do impacto na cadeia de abastecimento. Os dois eixos podem apresentar tanto dados quantitativos, na existência de valores objetivos, como dados qualitativos na existência de dados subjetivos. A figura 5 mostra uma matriz de riscos, para esta ferramenta o nível do risco é dividido em quatro quadrantes, variando de acordo com a probabilidade e o impacto na cadeia de abastecimento.
  • 9. A análise de riscos fornece o fundamento para as etapas de avaliação e tratamento de riscos e envolve o exame completo das fontes de riscos, o levantamento e probabilidades das consequências, os fatores que a afetam as consequências e a estimativa de algum processo ou controle existente que possa minimizar os riscos. 3.3. AVALIAÇÃO DE RISCOS A avaliação de riscos é a etapa do processo de SCRM que consiste na busca em determinar a importância dos riscos através da comparação entre o critério de risco e o risco estimado (ISO/IEC Guide 73). O critério do risco pode incluir custos e benefícios, requerimentos legais, aspectos sócio-econômicos, interesse dos Stakeholders e prioridades. Nem todos os riscos afetam toda a cadeia de abastecimento, sendo que a rede pode ser vulnerável a certos riscos e rígida contra outros. Utilizando a análise de riscos como principal fonte de informações, a avaliação de riscos auxilia no processo de tomada de decisões determinando quais são os riscos críticos para a cadeia de abastecimento e que devem ser vistos com maior atenção ou prioridade na etapa de tratamento. Como a última etapa do processo de Risk Assessment, a avaliação de riscos é a base para o processo decisivo realizado na próxima etapa do SCRM, envolvendo a extensão e natureza do tratamento de riscos. 4. TRATAMENTO DO RISCO O tratamento do risco envolve a seleção da estratégia de tratamento e a implementação desta. A seleção da estratégia é a fase na qual selecionamos as medidas de forma a reduzir os
  • 10. riscos que foram identificados, estas medidas tem como objetivo trazer os riscos para patamares aceitáveis previamente definidos, ou definir como serão tratados os ativos após um evento indesejável, diminuindo o impacto nas atividades da empresa. Existem quatro estratégias básicas para o gerenciamento de riscos na cadeia de abastecimento, estas estratégias são definidas abaixo e ilustradas na figura 6. Estratégia Prevenir A estratégia de prevenção consiste em utilizar meios de precaução que impeçam ou dificultem a probabilidade de ocorrência dos riscos. Recomendada para situações de alta probabilidade de risco e baixo impacto na cadeia de abastecimento. Estratégia Aceitar A estratégia de aceitar é ideal quando os riscos não tem importância, quando não podem ser evitados ou transferidos, ou quando o custo é muito alto e inviabiliza investimentos. A organização opta por aceitar o risco. Recomendada para situações de baixa probabilidade de risco e baixo impacto na cadeia de abastecimento. Estratégia Mitigar A estratégia de mitigar consiste em eliminar ou reduzir o impacto dos riscos ou a possibilidade do evento suceder. Recomendada para situações de alta probabilidade de ocorrência e alto impacto na cadeia de abastecimento. Estratégia Transferir A estratégia de transferir consiste em alternar a responsabilidade do risco para um terceiro, podendo ser através de seguro ou contrato de responsabilidade. Recomendada para situações de baixa probabilidade de risco e alto impacto na cadeia de abastecimento.
  • 11. Além das quatro estratégias básicas, Deloach (2000) faz referência à estratégia de exploit e Manuj (2008) cita a estratégia de postponement. A ISO/DIS 31000:2009 ainda comenta sobre a opção de remoção da fonte do risco, mudança das consequências do risco e, mudança da natureza e magnitude da probabilidade do risco. A estratégia de exploit consiste na especulação, ou seja, a empresa utiliza o risco para buscar vantagem competitiva. A estratégia de postponement consiste em atrasar o compromisso atual dos recursos e ocorrência dos custos para manter a flexibilidade. Em um ambiente incerto o postponement traz grandes benefícios, visto que as decisões operacionais, e consequente riscos, são adiadas até o recebimento do pedido do cliente. A extensão do postponement depende da customização da demanda, custo dos componentes, ciclo de vida do produto e modularidade do produto. A implementação é o processo de colocar em prática as estratégias formuladas realizando as atividades necessárias para atingir os objetivos de desempenho do SCRM. Excelentes planos não significam estratégia de sucesso, o resultado da estratégia depende de uma excelente fase de implementação. As estratégias para gerenciamento de riscos na cadeia de abastecimento não são exclusivas, podendo ser consideradas e aplicadas individualmente ou em conjunto. A combinação de estratégias mistas pode ser mais vantajoso do que apenas uma estratégia em particular. 5. MONITORAMENTO E REVISÃO Novos riscos surgem e riscos existentes se alteram, o método adotado para gerenciar o risco na cadeia de abastecimento em um momento pode ser inadequado ou ineficiente em um outro. O monitoramento e a revisão devem certificar que os riscos foram efetivamente identificados, analisados, avaliados e tratados, verificando se a estratégia aplicada é eficiente para o tratamento do risco, se o risco mudou ou se novos riscos apareceram. Deve assegurar que existem controles eficazes e que os procedimentos foram entendidos e estão sendo seguidos pela equipe. O monitoramento e revisão devem determinar se as medidas adotadas resultaram no que foi planejado, se os procedimentos foram adotados e se as informações reunidas são apropriadas para a identificação, análise e avaliação do risco. Alguns meios utilizados para monitorar e revisar o processo de SCRM vão desde inspeções, auditorias, check-lists e verificação de deadlines, até mapas e planos de gerenciamento de riscos.
  • 12. A estrutura de gerenciamento de riscos na cadeia de abastecimento é um processo de desenvolvimento continuo da estratégia da organização e direciona metodologicamente todos os riscos que envolvem a organização. O gerenciamento de riscos na cadeia de abastecimento torna-se um processo cíclico, de aprendizagem e uma oportunidade para a identificação de oportunidades e melhoria contínua. Algumas vantagens de um SCRM efetivo são:  Ambiente com riscos controlados  Maior segurança nas operações da cadeia de abastecimento  Aumento da probabilidade de sucesso dos objetivos da organização  Redução de custos  Aumento da participação no mercado  Ganho de confiança da marca  Incremento de vantagem competitiva  Melhoria da comunicação com os Stakeholders  Visibilidade de oportunidades e ameaças  Aperfeiçoamento de processos  Melhoria da influência sobre os parceiros da rede de suprimentos  Habilidade para antecipar e responder prontamente a novas tendências  Crescimento sustentável do negócio. 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS Este artigo mostrou a estrutura de gerenciamento de riscos com suas etapas de comunicação e consulta, estabelecimento do contexto, identificação de riscos, análise de riscos, avaliação de riscos, tratamento de riscos e monitoramento e revisão, este modelo é uma metodologia estratégica e pré-requisito básico para organizações que buscam alinhar-se com as melhores práticas, eliminar ou reduzir ameaças e maximizar oportunidades. O gerenciamento de riscos na cadeia de abastecimento não é algo novo, a questão é saber se o modelo é efetivo ou não. O modelo de SCRM não deve ser visto como adicional ou adendo a estratégia empresarial, mas construído pela alta administração desde o projeto da cadeia de abastecimento. O SCRM deve apoiar a missão, visão e objetivos, sendo integrado à cultura
  • 13. organizacional através de políticas e programas claros onde todos os colaboradores são responsáveis por sua execução. O presente artigo não teve como propósito exaurir todos os tópicos do assunto levantado, mas criar um ponto de partida para novos estudos e pesquisas que contribuirão com maior especialização e profundidade. REFERÊNCIAS ASBJORNSLETT, B. E. Supply Chain Risk: A Handbook of Assessment, Management and Performance. New York: Springer, 2008. ASBJORNSLETT, B. E.; RAUSAND, M. Assess the vulnerability of your production system. Trondheim Norway: Norwegian University of Science and Technology, 1997. BOWERSOX, Donald J.; CLOSS, David J.; COOPER, M. Bisby. Gestão da cadeia de suprimentos e logística. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. BRITO, Osias Santana. Gestão de riscos: uma abordagem orientada a riscos operacionais. São Paulo: Saraiva, 2007. CHOPRA, Sunil; MEINDL, Peter. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos. São Paulo: Pearson, 2003. CHRISTOPHER, M. Logistics and supply chain management: creating value-adding networks. Prentice Hall, 2005. CHRISTOPHER, M.; LEE, H. Mitigating supply chain risk through improved confidence. International Journal of Physical Distribution and Logistics Management: Vol. 34 No.5, pp.388- 96, 2004. CHRISTOPHER, M.; PECK, H. Building the resilient supply chain. International Journal of Logistics Management: Vol. 15 No. 2, pp. 1-14, 2004. CRANFIELD SCHOOL OF MANAGEMENT. Supply chain vulnerability: executive report. Cranfield School of Management & Department of Trade and Industry, 2002. DELOACH, J. Enterprise-Wide Risk Management: Strategies for Linking Risk & Opportunity. Prentice Hall, 2000. FLEURY, Paulo; LACERDA, Leonardo. Logística Empresarial. Coleção Coppead: Ed. Atlas, 2000. GIUNIPERO, L.C.; ELTANTAWY, R.A. Securing the upstream supply chain: a risk management approach. International Journal of Physical Distribution & Logistics Management: Vol. 34 No. 9, pp. 698-713, 2004. ISO/DIS 31000:2009. Risk management - Principles and guidelines on implementation. International Organization for Standardization. Switzerland, 2009. ISO/IEC Guide 73:2002. Risk management - Vocabulary - Guidelines for use in standards. International Organization for Standardization. Switzerland, 2002.
  • 14. JÜTTNER, U., PECK, H. and Christopher, M. Supply chain risk management: outlining an agenda for future research. International Journal of Logistics: Research and Applications: Vol. 6 No. 4, pp. 197-210, 2003. MANUJ, I.; MENTZER, J. T. Global Supply Chain Risk Management. Journal of Business Logistics, Vol. 29, N. 1, p. 133-155, 2008. MARTEL, Alain; VIEIRA, Darli Rodrigues. Análise e projeto de redes logísticas. São Paulo: Saraiva, 2008. PAULSSON, U. Supply Chain Risk Management. Surrey: Ashgate Publishing Limited, 2004. PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE. A Guide to the Project Management Body of Knowledge (PMBOK Guide) – 3rd edition. Newtown Square, Pennsylvania: Project Management Institute Inc., 2004. TAYLOR, David A. Logística na Cadeia de Suprimentos: uma perspectiva gerencial. São Paulo: Pearson Addison-Wesley, 2005. WORLD ECONOMIC FORUM. Global Risk Network Report, Hyper-optimization and supply chain vulnerability: an invisible global risk? Switzerland: World Economic Forum, 2008.