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   Prefeitura Municipal de Cabo Frio
   Região dos Lagos – Estado do Rio de Janeiro

   Secretaria Municipal de Educação

   COLÉGIO MUNICIPAL RUI BARBOSA




          PROJETO
POLÍTICO-PEDAGÓGICO




     VERSÃO RESUMIDA
                  2011
2


                                             SUMÁRIO




APRESENTAÇÃO...............................................................................Error! Bookmark not defined.
CONCEPÇÃO, HISTÓRICO E METODOLOGIA DE CONSTRUÇÃO DO PPP ....... Error! Bookmark not
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IDENTIFICAÇÃO DA UE ....................................................................Error! Bookmark not defined.
ESTRUTURA ORGANIZACIONAL .......................................................Error! Bookmark not defined.
ESTRUTURA FÍSICA ..........................................................................Error! Bookmark not defined.
PERFIL SÓCIO-ECONÔMICO-CULTURAL DA COMUNIDADE ESCOLAR ........... Error! Bookmark not
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HISTÓRIA E MEMÓRIA DO CMRB ....................................................Error! Bookmark not defined.
GESTÃO ESCOLAR ............................................................................Error! Bookmark not defined.
RELACIONAMENTO DA COMUNIDADE ENTRE SI ............................Error! Bookmark not defined.
ORGANOGRAMA .............................................................................Error! Bookmark not defined.
INCLUSÃO DOS ALUNOS COM DEFICIÊNCIA ...................................Error! Bookmark not defined.
LIMITES E POSSIBILIDADES DO COLÉGIO.........................................Error! Bookmark not defined.
PRINCÍPIOS FILOSÓFICOS ................................................................Error! Bookmark not defined.
BASE EPISTEMOLÓGICA...................................................................Error! Bookmark not defined.
METODOLOGIA DA CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO ................Error! Bookmark not defined.
SISTEMA DE AVALIAÇÃO .................................................................Error! Bookmark not defined.
CONSELHO DE CLASSE .....................................................................Error! Bookmark not defined.
CURRÍCULO ......................................................................................Error! Bookmark not defined.
ESPAÇOS FACILITADORES DA APRENDIZAGEM ...............................Error! Bookmark not defined.
PLANEJAMENTO ESCOLAR ..............................................................Error! Bookmark not defined.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA BÁSICA ..............................................Error! Bookmark not defined.
3




1- APRESENTAÇÃO




         Dentre os principais desafios da escola atualmente está a construção de seu
Projeto Político-Pedagógico (PPP) numa perspectiva democrático-participativa, para
que cada integrante da comunidade escolar se sinta sujeito do processo.
         Outro desafio é o registro do Projeto. Toda escola, enquanto espaço sócio-
político, não é um espaço de neutralidade e tem, portanto, um PPP, esteja ou não
consciente disso. O que falta, muitas vezes, é “colocá-lo no papel”.
         Assim era no Colégio Municipal Rui Barbosa (CMRB): ao longo de 30 anos,
construiu uma identidade no município de Cabo Frio, permanecendo a sua história de
lutas e conquistas e os tantos projetos desenvolvidos, apenas guardados na memória dos
profissionais, nas fotos e nos poucos arquivos organizados.
         A partir do ano de 2006, o PPP do Colégio foi rediscutido de forma coletiva e
registrado, dando origem a um total de 6 (seis) volumes: 1) Perfil do CMRB; 2)
Princípios Filosóficos e Pedagógicos; 3) História e Memória do CMRB; 4) Currículo:
Concepções e Organização; 5) Histórico e Metodologia de Construção; 6)
Fundamentação Teórica: Textos Básicos.
         Nestes documentos constam todos os textos estudados e produzidos, os
resultados das pesquisas feitas com a comunidade escolar, além de fotos, slides, gráficos
e outros materiais.
         Apresentamos, agora, o PPP em sua versão resumida, para facilitar o acesso
e leitura do mesmo. Os textos originais foram sintetizados e os complementos
ilustrativos suprimidos. Garantimos, entretanto, toda a essência dos princípios,
respeitando as decisões retiradas em Plenárias Comunitárias.
         Sabemos que a proposta de construção democrática do PPP torna-se cada vez
mais difícil numa sociedade marcada pelos valores que se contrapõem às práticas de
organização coletiva. Sabemos ainda que a escola, uma vez inserida neste contexto,
reflete os condicionantes sócio-econômico-político-culturais, percebidos especialmente
nos momentos de tentativas de mudanças. Queremos, entretanto, integrar o coro
daqueles que ousam cantar e contar uma nova história, reafirmando nosso compromisso
com a escola pública e com o nosso papel de sujeitos históricos e transformadores.
4




2- CONCEPÇÃO, HISTÓRICO E METODOLOGIA DE CONSTRUÇÃO DO PPP



                                  O projeto político-pedagógico é o fruto da interação entre os
                                  objetivos e prioridades estabelecidas pela coletividade, que
                                  estabelece, através da reflexão, as ações necessárias à
                                  construção de uma nova realidade. É, antes de tudo, um
                                  trabalho que exige comprometimento de todos os envolvidos no
                                  processo educativo: professores, equipe técnica, alunos, seus
                                  pais e a comunidade como um todo.

          O pensamento acima, incluído no cartaz-convite para a palestra de
sensibilização, realizada no início do processo de reconstrução do PPP, em 2006,
explicita a concepção que norteou todo o desenvolvimento dos trabalhos.
          Tomamos como referência autores como Veiga, Vasconcellos e Gadotti, que
apresentam em comum os seguintes princípios metodológicos, indispensáveis à
construção do PPP: gestão democrática, participação coletiva, respeito ao movimento
do grupo, construção permanente e vinculação teoria e prática.
          Podemos sintetizar o histórico metodológico no CMRB, da seguinte forma:


           ANO DE 2006
- Resgate do projeto anterior, datado de 2001.
- Palestra de sensibilização1.
- Diagnóstico da realidade2.
- Elaboração do perfil da comunidade escolar (Etapa não concluída, devido a inúmeras
dificuldades encontradas pela equipe gestora, responsável então pelo levantamento de
dados e registros).

          ANO DE 2007
- Mudança de metodologia de trabalho, inspirando-se agora na abordagem da pesquisa
participante.
- Formação de grupo de pesquisa, sob coordenação da supervisão escolar, constituído
por representantes dos diversos segmentos: direção, orientação educacional, secretaria,
funcionário administrativo, alunos e responsáveis.
- Definição dos procedimentos básicos e cronograma de ação, envolvendo:
planejamento; seleção de textos para estudo; realização da pesquisa em todas as suas
etapas (levantamento, sistematização e análise de dados); elaboração dos instrumentos
de pesquisa; planejamento e coordenação do momento das Plenárias Comunitárias
referentes ao PPP; elaboração e encaminhamento do texto final, após decisões da


1
  Realizada pela Profa. Aparecida de Fátima Tiradentes dos Santos, coordenadora do curso de pós-
graduação da Escola Politécnica da FIOCRUZ – RJ.
2
  Para a coleta de dados foram utilizados como principais técnicas: questionários, entrevista, análise de
documentos.
5

comunidade escolar. Os textos finais expressam a síntese das discussões e dos
referenciais teóricos, entendidos como diretrizes para nossas ações.
- Realização de plenária comunitária para apresentação de análise feita pelo grupo
responsável pela pesquisa e discussão dos resultados sobre o Perfil da Comunidade
Escolar.
- Elaboração do Volume 1 do PPP: Perfil da Comunidade Escolar.
- Início da pesquisa sobre Princípios Filosóficos.

           ANO DE 2008
- Realização de plenária comunitária para apresentação de resultados sobre os Princípios
Filosóficos e elaboração de texto final, a ser incluído no Volume 2 do PPP: Princípios
Filosóficos e Pedagógicos.
- Reconstituição do grupo de pesquisa, mantendo-se a metodologia adotada.
- Estudo e pesquisa sobre Currículo.
- Palestra sobre Currículo3.

          ANO DE 2009
- Realização de plenária comunitária para apresentação de resultados sobre Currículo.
- Elaboração do Volume 4 do PPP: Currículo: Concepções e Organização.
- Reconstituição do grupo de pesquisa, mantendo-se a metodologia adotada.
- Estudo e pesquisa sobre os temas pedagógicos: Epistemologia, Metodologia,
Avaliação.
- Realização de plenárias comunitárias para apresentação de resultados das pesquisas
sobre os referidos temas.
- Elaboração do Volume 2 do PPP quanto aos Princípios Pedagógicos: Base
Epistemológica; Metodologia da Construção do Conhecimento; Avaliação do Processo
de Construção do Conhecimento.

          ANO DE 2010
- Elaboração de folder com os princípios norteadores do PPP, utilizado como material
de estudo na Semana de Planejamento.

          ANO DE 2011
- Elaboração da versão resumida do PPP.
- Aprofundamento do estudo de temas específicos do PPP.
- Realização de um Congresso de Avaliação.

            Podemos concluir que a metodologia adotada, além de aumentar o nível de
conhecimento e consciência, teve ainda grande importância por incentivar o
desenvolvimento autônomo e autoconfiante do grupo, o que certamente reafirma a sua
função política, no sentido de reforçar o entendimento de pertencimento social e o
compromisso em estar permanentemente interrogando a realidade em que vive, com
propósito de transformá-la.




3
    Realizada pela Profa. Angela Chades, com dissertação de Mestrado/UERJ sobre Currículo.
6



ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DO PPP


        O documento resultante de todo o processo de elaboração do PPP deve ser
tomado como ponto de referência para as ações administrativo-pedagógico-educativas
para os que fazem parte da comunidade escolar e, inclusive, para os novos integrantes
(novos professores, novos funcionários, novos alunos, novos gestores...). Trata-se de um
documento provisório, no sentido de que o cotidiano escolar é histórico, mas torna-se
ponto de partida para novos questionamentos e discussões.
        Neste sentido, o PPP deve ser acompanhado e avaliado permanentemente,
verificando-se o nível de comprometimento e atendimento aos princípios e objetivos.
As próprias reuniões de área e tantos outros momentos de discussão terão como
propósito acompanhar o processo de implementação do PPP, podendo ainda ser
utilizado um instrumento específico para a avaliação do mesmo.
7




3-     IDENTIFICAÇÃO DA UE




NOME
- Colégio Municipal Rui Barbosa


LOCALIZAÇÃO
- Zona urbana


TELEFONE
- (22) 2625-4262 e (22) 2645-4955


E-MAIL
- cmruibarbosa@gmail.com


SITE
- ruibarbosa.info


ENTIDADE MANTENEDORA
- Prefeitura Municipal de Cabo Frio


ENDEREÇO
- Rua Rui Barbosa, n.814 – Centro – Cabo Frio – RJ – CEP 28.907-090


DECRETO DE CRIAÇÃO
- Portaria nº 169 de 26/03/1960 – DEC-MEC
8




4- ESTRUTURA ORGANIZACIONAL




CURSO OFERECIDO
- Ensino Médio – Formação Geral.


ESTRUTURA DO CURSO
- Por série, em 3 (três) anos.


QUANTITATIVO DE ALUNOS QUE ATENDE
- No total: em média 800 alunos.
- Por turma: 27 alunos4.


HORÁRIO DE ATENDIMENTO
- O Colégio funciona em 3 turnos:
1º TURNO: 7:30 h às 12:30 h
2º TURNO: 13:00 h às 18:00 h
3º TURNO: 18:40 h às 22:50 h


ORGANIZAÇÃO DAS TURMAS / CRITÉRIOS5
- 1º ano: alunos oriundos da rede municipal, classificação por nota. A classificação é
feita pela Secretaria de Educação e enviada à escola.
- Mobilização interna de alunos: Caso haja vaga, os alunos interessados são atendidos.
Caso o número de interessados for maior do que o número de vagas, o critério é
classificatório por notas.


CALENDÁRIO ESCOLAR
- Elaborado pela equipe gestora, discutido com a comunidade escolar e encaminhado,
posteriormente, à Secretaria Municipal de Educação para aprovação.



4
  Na última plenária comunitária de 2009, ficou decidido que as turmas passariam a ter 27 alunos, a
começar pelos primeiros anos em 2010.
5
 Ficou decidido pela comunidade escolar que estes critérios devem ser rigorosamente atendidos pela
Direção do Colégio.
9

- Prevê os dias destinados às férias, aos feriados, ao recesso escolar, aos Conselhos de
Classe, as atividades curriculares, as reuniões pedagógico-administrativas e as plenárias
comunitárias.


NORMAS PARA MATRÍCULA E TRANSFERÊNCIA
- De acordo com o Regimento das Escolas da Rede Municipal – Capítulo III – Seção I e
Seção II.


RECURSOS HUMANOS EXISTENTES
- Professores: em média 90.
- Funcionários (administrativo e apoio): em média 30 profissionais.


ORGANIZAÇÃO DISCIPLINAR
- Os Direitos e Deveres dos alunos encontram-se indicados no Regimento das Escolas
da Rede Municipal.
- No ato da matrícula, os responsáveis dos alunos recebem cópia e assinam um Termo
de Compromisso, com detalhamento das normas disciplinares.
10

5- ESTRUTURA FÍSICA


        O CMRB é constituído de um prédio principal de dois pavimentos com
aproximadamente 600,00 m2 e três construções secundárias com total de
aproximadamente 50 m2.
        O 1º pavimento do prédio principal dispõe de secretaria, sala dos professores,
sala da equipe gestora, banheiro de professores, cantina, cozinha, pequena área de
serviço, banheiros de alunos, três salas de aula e pequeno pátio na frente do Colégio. No
pátio há uma pequena área coberta, que dá acesso para a sala de leitura e biblioteca, que
funcionam no mesmo local6.
        O 2º pavimento é formado por seis salas de aula, banheiros e uma sala de
informática7. Não há condições de acessibilidade nesse pavimento.
        Um ponto importante a ressaltar é a inexistência de uma quadra de esportes no
interior do colégio. Em função disto, as aulas de Educação Física são realizadas no
Clube Associação Atlética Cabofriense. A falta de uma quadra de esportes pode ser
considerada um ponto problemático do colégio, já que as aulas de Educação Física são
realizadas no contraturno, ou seja, os alunos que estudam no período da manhã fazem as
aulas de educação física durante a tarde e vice-versa. Já os alunos que estudam durante
a noite podem escolher em fazer as aulas em um dos dois períodos.
        Em 2006, o Governo acenou com a possibilidade de mudança para um novo
espaço, com toda a estrutura necessária. Após um debate com a comunidade escolar,
onde um grupo defendia a manutenção do Colégio no mesmo local, com as reformas e
ampliações necessárias e um outro grupo defendia a mudança para outro espaço, houve
um plebiscito interno, cujo resultado demonstrou a opção pela segunda proposta8.
        Em 2010, a nova direção do Colégio priorizou a realização de pequenas obras
(como a ampliação da cozinha), consertos e compra de materiais, solucionado, em parte,
alguns dos problemas relevantes.
        A infraestrutura física sempre foi um complicador, alvo de reivindicações
constantes junto à Secretaria de Educação, uma vez que interfere diretamente no aspecto
pedagógico. Contraditoriamente, é visto por muitos como um ponto facilitador das
relações, uma vez que aproxima os profissionais e os alunos.
6
  O Colégio encontra-se em obras, no início do ano letivo de 2011, quando foi elaborado o PPP Versão
Resumida.
Há previsão de alteração na área externa.
7
  Será ampliada de acordo com a previsão de obras em 2011.
8
  A partir daí, aconteceram várias reuniões da Comissão responsável por esse encaminhamento junto ao
Governo, mas até o final do ano de 2010, nenhuma solução foi concretizada.
11

6-     PERFIL SÓCIO-ECONÔMICO-CULTURAL
       DA COMUNIDADE ESCOLAR


       O CMRB localiza-se no centro do Município de Cabo Frio (RJ), dele
participando alunos e profissionais de diferentes bairros e até mesmo de outros
municípios. Esta dispersão geográfica da comunidade escolar, de certa forma interfere
na caracterização de seu perfil, embora os anseios e expectativas em buscar o Colégio se
concentrem nos mesmos objetivos: querem estudar / trabalhar numa escola que é
referência no Município.
       Com fica situado no centro da cidade, tem em seu entorno residências, prédios
de veraneio e o centro comercial. Como potencialidade do bairro destaca-se a
diversidade cultural do mesmo, com espaços de lazer e produção cultural, tais como: o
Teatro Municipal, Museu de Artes Sacras, Biblioteca Pública, Casa de Cultura Charitas,
Casa Carlos Scliar, cinema, feira de artesanato, Museu do Surf, praças públicas, pista de
skate, praia, dentre outros.
       Como deficiências do bairro destacam-se a falta de segurança e a falta de
iluminação nas ruas.
       Os dados diagnosticados recentemente (final do ano de 2006 e início de 2007)
para traçar o perfil da comunidade escolar, etapa inicial de revisão do projeto político-
pedagógico, revelam o seguinte contexto:


QUANTO AOS ALUNOS


         Ao ingressarem no Colégio, através do critério de seleção de notas e origem da
rede municipal, os alunos têm em média 14 a 16 anos de idade. Bem poucos exercem
atividades profissionais. Moram com as famílias, cuja renda varia entre cinco e dez
salários mínimos. 50% participam de instituições religiosas. Não estão inseridos em
organizações sociais e afirmam que gostam de ler, mas também que ocupam seu tempo
livre, prioritariamente, assistindo TV e navegando pela internet. A grande maioria não
participa de atividades artísticas, sendo que 20% pratica atividades musicais. Quanto ao
que pretendem fazer após a conclusão do Ensino Médio, as respostas dividem-se em
trabalhar e continuar os estudos em nível superior.
12

QUANTO AOS PROFISSIONAIS


         Dos profissionais de educação (professores e funcionários) do CMRB, 70%
são estatutários e 30% contratados, sendo que 30% iniciaram sua atuação no Colégio
entre 1978 e 1990 e 70% entre 1991 a 2007.
         Os dados revelam um alto índice (80%) de professores trabalhando em
outra(s) escola(s), restringindo-se à atividade profissional de magistério. Em sua
maioria não participam de organizações sociais e não desenvolvem atividades artísticas.
Por outro lado, ocupam entre uma a cinco horas semanais em atividades de atualização.
80% possui curso de especialização.




         Ao analisarmos dados acima, concluímos que, dentro de um quadro
comparativo com outras escolas, o contexto socioeconômico e cultural do CMRB
aponta para uma realidade bastante propícia a um bom trabalho pedagógico-educativo.
13

7- HISTÓRIA E MEMÓRIA DO CMRB



HINO DO COLÉGIO9


                         Eu já fui Junqueira Ortiz
                         No início de uma história gloriosa
                         De Cabo Frio passou a ser
                         Um patrimônio: Rui Barbosa, Rui Barbosa

                         Eu venho gerando educação
                         Meu modelo é orgulho
                         Para toda geração
                         Meu dever é educar
                         E o direito de ir buscar
                         Na luta do dia a dia
                         Respeitando a lei
                         Do homem e de Deus e a cidadania

                         Quem faz parte desta história
                         Quer a minha sobrevivência
                         Gerei pai, gerei mãe e filho
                         Dama e plebeu
                         Nesta existência
                         Que hoje falam e não querem ver jamais
                         A minha decadência

                         Bato no peito
                         Sou cantado em verso e prosa
                         Tenho orgulho e me chamo
                         Rui Barbosa, Rui Barbosa.


AS MARCAS DO COLÉGIO


         O CMRB é a primeira escola de ensino médio da rede municipal e vem, ao
longo dos tempos, garantindo o reconhecimento da comunidade cabo-friense, em função
da qualidade educativa de seu trabalho e da inserção nas lutas por melhorias na
educação.
         Independentemente das mudanças na oferta dos cursos (Formação de
Professores das Séries Iniciais e Contabilidade e, a partir de 1999, somente Formação
Geral), a preocupação do Colégio com a formação integral vem contribuindo para que
os alunos se destaquem em diversas áreas profissionais e para que prossigam seus
estudos em níveis superiores, embora não tenha diretamente como propósito a
preparação para o vestibular ou para o mercado de trabalho.

9
 O hino do Colégio nasceu de uma tarefa de Gincana. Seus autores: alunas Mábila Botelho, Patrícia
Antunes e Professor Luís Fernando Batista de Brito (mais conhecido como Babau).
14

            Muitos dos profissionais que fazem parte do próprio quadro de professores e
funcionários do CMRB são ex-alunos, o que lhes propicia um certo orgulho e favorece a
integração.
            Há um número significativo de professores que trabalham há muitos anos no
Colégio, alguns deles tidos como referência na educação municipal. São professores
que, a todo tempo, demonstram compromisso com a história que ajudaram a escrever:
uma história marcada pela competência, profissionalismo e por relações democráticas e
afetivas.
            A memória oral é uma das fortes marcas do Colégio. São muitas e muitas
histórias, algumas lendárias, vividas dentro e fora do espaço escolar, recheadas de muito
humor e contadas e recontadas frequentemente na sala dos professores. Atualmente há
uma constante queixa saudosista: “o Rui Barbosa não é mais o mesmo...”, como se o
“tempo bom” fosse o tempo de outrora.
            O Colégio traz ainda marcas de conflito, inerente ao processo democrático.
Internamente, as reuniões são calorosas, alguns professores defendem suas idéias com
muito entusiasmo, consciência política e senso de justiça. Nem sempre é fácil chegar a
um consenso, o que ocorre geralmente através do voto e do respeito ao coletivo.
            Nas relações externas, o Colégio se posiciona como defensor da escola pública,
não abrindo mão do que considera direito seu ou da comunidade.
            Podemos afirmar, enfim, que o CMRB se insere na trajetória da educação do
município como um foco de luta e de resistência.


O PROCESSO DE CRIAÇÃO


            O Colégio Rui Barbosa foi adquirido em 1978, no Governo José Bonifácio.
Antes de ser municipalizado, já funcionava no local uma escola privada denominada
Colégio Rui Barbosa, sucessor da Escola Técnica de Comércio Junqueira Ortiz de Cabo
Frio. Em 1980 passou a se chamar Colégio Municipal Rui Barbosa, denominação que
perdura até hoje.
            A aquisição do Colégio deveu-se ao compromisso do então Prefeito com a
comunidade em aparelhar a estrutura da educação municipal, onde os alunos da rede
pudessem ter garantido a formação educacional desde a alfabetização até ao 2º Grau.
15

HISTÓRICO DA GESTÃO


        A primeira administração do Colégio esteve a cargo do Prof. Paulo Fernando
de Assunção Souza, durante o período de 1978 a 1989. Esta gestão teve como principal
meta a consolidação de um colégio diferente dos demais, pois buscava, além da
formação intelectual dos educandos, a informação sobre as mais diferentes áreas e o
aprimoramento do jovem como cidadão, cônscio de seus direitos e deveres.
        Tivemos os seguintes gestores, cada qual demonstrando sua visão de gestão e
de educação, priorizando ações decorrentes desta visão:
- Prof. Lyra: 1990-1993;
- Profa. Sheila: 1994-1995;
- Profa. Maria Cecília: 1996-1997;
- Prof. Roberto (Betinho): 1998-1999;
- Profa. Amanda: 2000-200;
- Prof. Ronald: 2004-2005;
- Profa. Maria Lúcia: 2006-2007;
- Profa. Denize: 2008-2009;
- Prof. Luiz Carlos: 2010-2011.
16

8- GESTÃO ESCOLAR


         Para refletirmos sobre a gestão escolar é necessário que analisemos o contexto
social em que a escola está inserida.
         Ao analisarmos os modelos de gestão ao longo dos tempos, podemos perceber
que o autoritarismo esteve presente nas relações das escolas, muitas vezes reproduzindo,
inconscientemente, ações incorporadas numa formação arbitrária.
         O exercício do poder talvez seja um dos aspectos mais complicados para a
equipe diretiva das escolas. Portanto, é necessário que se discuta, antes de mais nada,
sua forma de exercício: a serviço de que e de quem ele se coloca. Hoje, mais do que
nunca, é preciso que a escola não perca a sua função social de formar os indivíduos para
uma vida digna, trabalhar para sua humanização e emancipação, onde os mesmos
possam crescer como pessoa e cidadãos, através do exercício constante de sua
participação nas tomadas de decisão.
         Partindo dessa concepção de escola, o Colégio Municipal Rui Barbosa vem, ao
longo de sua história, construindo-se como escola com um perfil de luta no município
de Cabo Frio.     Lutamos por melhores condições de trabalho e dignidade para o
professor, principalmente na década de 80, com enfrentamento de governos autoritários,
que não tinham a educação como prioridade.
         Hoje, o Colégio Rui Barbosa apresenta em perfil de gestão democrática, que se
aproxima do modelo que desejamos, fruto de uma luta de professores e alunos para
inserir, em 1990, na Lei Orgânica, a Lei para Eleição de Diretores de Escola. Luta
iniciada nas discussões em sala de aula e transformada em movimento na busca de uma
gestão democrática, com representantes eleitos pela comunidade escolar.
         Neste ano, a direção indicada demitiu-se e demos início ao processo eleitoral,
forçando o Prefeito à época, Ivo Saldanha, a encaminhar a Lei de Direção Escolar para a
votação na Câmara Municipal. Essa vitória se deu por acreditarmos que é possível,
coletivamente, existirem formas de se buscar a autonomia da escola.
         Nossa grande tarefa é fazer a escola funcionar pautada num projeto coletivo.
Para que essa proposta possa efetivamente acontecer, realizamos permanentemente
reuniões e plenárias comunitárias, nas quais professores e comunidade escolar têm a
oportunidade de ouvir e expor argumentos, conhecer por dentro a realidade do Colégio,
acompanhar o processo e também assumir compromissos.
         Nossa intenção é garantir que “esses espaços não sejam momentos de recados,
cobranças ou ameaças, mas sim espaços de exercício autêntico de diálogo, de poder de
17

decisão, do resgate da condição de sujeitos históricos de transformação, na busca do
bem comum no âmbito da escola e de suas relações” (Vasconcellos: 2002: 63).
            O Colégio Rui Barbosa tem se pautado em características das escolas
libertadoras e libertárias, tentando desenvolver nos alunos essa consciência para que os
mesmos assumam seu papel de sujeitos históricos e que se sintam protagonistas do seu
processo de educação.
            Como nos alerta Libâneo (2004: 110)
                                  E preciso considerar que levar em conta os diferentes
                                  significados subjetivos e as características culturais das pessoas
                                  nas práticas de organização e gestão da escola não significa
                                  excluir os conflitos, as diferentes visões de mundo, os diferentes
                                  modos de agir. A cultura organizacional das escolas é algo
                                  muito complexo, envolvendo interesses distintos entre pessoas e
                                  grupos e diferentes bagagens culturais. Isso constitui um desafio
                                  aos diretores, coordenadores pedagógicos e professores, pois
                                  para se chegar a definições e decisões em torno dos objetivos
                                  comuns, há de se considerar a disputa de interesses, os
                                  significados, os valores, as diferenças, assim como as relações
                                  de poder externas e internas, Há de se considerar, também, que
                                  a escola se insere num contexto sociocultural e político mais
                                  amplo, cuja influência na organização escolar é determinante.

               Entendemos que a construção participativa do Projeto Político-Pedagógico é
um grande momento para a escola tentar superar o isolamento, as práticas
individualistas e a fragmentação do trabalho.


ELEIÇÃO PARA DIRETORES


            A eleição hoje tem a nomenclatura Consulta à Comunidade, por força de Lei
Municipal10. O processo de Consulta acontece a cada 2 (dois) anos, onde é escolhida a
equipe de direção: diretor geral, diretor adjunto, dirigentes de turno, que são nomeados
para as funções pelo Prefeito.




10
     Lei de número 2233 / 2009.
18

9. RELACIONAMENTO DA COMUNIDADE ENTRE SI



          A função política da escola passa hoje por dois aspectos importantes: a
socialização do conhecimento e a construção da cidadania. Para isso, necessariamente, o
projeto de gestão deve ser democrático, o que implica no envolvimento direto,
participativo e deliberativo da comunidade escolar. Neste sentido, encaramos o desafio
permanente de substituir ações isoladas pela construção coletiva.
          Relacionamo-nos com aproximadamente 800 alunos adolescentes e jovens,
público que varia em média de 14 a 18 anos, com seus respectivos responsáveis e em
média 90 professores e 30 funcionários.
          A relação professor-aluno deve acontecer de acordo com os princípios
filosóficos e pedagógicos do Colégio, através de práticas que contribuam para a
construção de convivência baseada no respeito, na liberdade e na autonomia.
          A integração entre os alunos dos diferentes turnos é garantida através de várias
atividades, tais como as festividades (Chá Literário, Festa Julina, Baile à Fantasia...), os
Festivais (de Cinema, de Música...), Campeonatos e, especialmente, através de duas
grandes atividades, realizadas alternadamente: a Mostra do Conhecimento Integrado e a
Gincana de Integração.
          O envolvimento dos alunos no processo pedagógico do Colégio é efetivado
através   da   participação   dos   mesmos     nas   Plenárias   Comunitárias,     reuniões
extraordinárias e através de seus representantes nos Conselhos de Classe e reuniões do
CART.
          Além disso, há uma participação direta e efetiva dos alunos, via internet,
através de e-mail, site do Colégio e Orkut e rede social.
          Convém destacar que, apesar do estímulo ao resgate do Grêmio, atualmente os
alunos não ocuparam este importante espaço democrático dentro da escola.


          Várias são as formas que utilizamos para garantir, efetivamente, um espaço de
convivência democrática, conforme os Princípios Filosóficos do Colégio, mesmo em
reuniões calorosas como são, geralmente, as reuniões do CMRB.
          São os seguintes os espaços onde a comunidade escolar se relaciona e constrói
a escola que tem como opção:
19

• AAE (Associação de Apoio à Escola)
- As reuniões são realizadas quinzenalmente com a intenção de acompanhar, analisar e
deliberar sobre a gestão financeira dos recursos que chegam ao colégio.
- Os PDE, vindo da Prefeitura e a verba de merenda, vinda do MEC entram diretamente
em contas no Banco Itaú. A verba obtida das vendas na cantina entra diariamente e é
depositada em conta própria, também no Banco Itaú.
- Durante o ano acontecem outras ações que geram recursos como a Festa Julina e o
Baile à Fantasia.
- Todo o recurso que chega à escola é acompanhado pela AAE.

• CONSELHO FISCAL
- Os conselheiros participam permanentemente do movimento financeiro, avaliando a
entrada de recursos, o emprego das verbas e emitindo mensalmente parecer sobre os
documentos financeiros do Colégio.
- O Conselho Fiscal é convocado sempre que se fecha o balancete da utilização da verba
mensal enviada pelos governos federal e municipal.

• CONSELHO ESCOLAR11
- O Conselho Escolar deve funcionar de maneira permanente, com função e atribuições
bem definidas.
- O Colegiado Escolar é formado por representantes da direção geral, adjunta, dirigentes
(01), inspeção ou secretário escolar (01), supervisão ou coordenação de área (01),
orientação educacional (01), professores (01 de cada área), funcionários (01), de alunos
/ CART (01 de cada turno), alunos / Grêmio (01), responsáveis (01 de cada turno).
- As reuniões devem acontecer ordinária e extraordinariamente.

• PLENÁRIA COMUNITÁRIA
- Atividades com os seguintes objetivos: deliberar assuntos de interesses gerais e
oportunizar a participação na construção do projeto político-pedagógico.
- Envolve a participação de toda a comunidade escolar (professores, funcionários,
alunos e responsáveis), todos com direito a voz e voto, conforme decisão da plenária
comunitária realizada em 07/03/09.
- As plenárias comunitárias ordinárias serão realizadas bimensalmente e as plenárias
extraordinárias acontecerão sempre que necessário.
- Os dias de plenárias comunitárias serão considerados letivos, uma vez que se trata de
efetivo trabalho escolar, com a presença e participação de alunos.

• REUNIÃO PEDAGÓGICO-ADMINISTRATIVA
- Atividade com objetivo de discutir assuntos específicos referentes aos aspectos
administrativos e pedagógicos.
- Envolve a participação apenas de professores (docentes e equipe gestora) e de
inspetores de alunos, onde todos têm direito a voz e voto.
- As reuniões pedagógico-administrativas ordinárias serão realizadas bimensalmente e
as reuniões extraordinárias acontecerão sempre que necessário.
- Não serão consideradas atividades letivas, pois não envolve diretamente a participação
de alunos.




11
  O processo de discussão do Conselho Escolar iniciou-se em 2009, sendo que em 2010 não houve
mobilização suficiente, transferindo-se a criação do Conselho Escolar para a primeira Plenária
Comunitária do ano de 2011.
20

• CONSELHO REPRESENTATIVO DE PAIS E RESPONSÁVEIS
- Início do processo de construção em 2009, sendo continuado em 2010.
- Sugestão de composição: 01 ou mais representantes por turma.
- Sugestão: Reunião no 1º sábado / mês, mesmo horário do CART.

• CONSELHO DE ALUNOS REPRESENTANTES DE TURMA (CART)
- Reuniões realizadas em todo primeiro sábado do mês com os alunos representantes de
turma, com o objetivo de ouvir as reivindicações dos alunos, repassar informes e tomar
decisões junto com a Direção, a respeito de questões do cotidiano escolar.
- As reuniões são coordenadas pela Direção e conta com a presença de representante da
Orientação Educacional.
- O CART, de certa forma, substitui o papel do Grêmio, no sentido da democracia, uma
vez que cada turma se faz representar e que cada representante tem direito a voz e voto.

• REUNIÃO DE EQUIPE GESTORA
- As reuniões de Equipe conta com a participação da direção geral e adjunta, dirigentes
dos 3 turnos, orientadores educacionais, supervisão escolar, coordenadores de área e
inspeção escolar.
- As reuniões têm como pontos básicos de pauta: informes, assuntos pedagógico-
educacionais e assuntos administrativos e são coordenadas por um elemento da equipe
em sistema de rodízio, com o objetivo principal de exercitar a partilha de poder.
- Ordinariamente ocorrem quinzenalmente e, extraordinariamente, sempre que
necessário.

• REUNIÃO DE DIREÇÃO
- Participam dessas reuniões: direção geral, direção adjunta e dirigentes dos 3 turnos.
- As reuniões são realizadas quinzenalmente, com os principais objetivos de dar unidade
ao trabalho desta equipe e encaminhar questões administrativas específicas.

• REUNIÃO SUPERVISÃO-COORDENAÇÃO DE ÁREA
- Realizadas quinzenalmente, com o propósito de articular o trabalho, socializar
experiências e partilhar decisões, assim como estudar sobre assuntos referentes ao PPP.
- Nessas reuniões são planejadas atividades, elaborados esboços de projetos, de acordo
com as necessidades.

• REUNIÃO ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
- Realizadas quinzenalmente, com o objetivo de articular o trabalho e encaminhar
situações específicas, tais como: planejamento do trabalho, análise de situações, etc.

• REUNIÃO DE ÁREA
- As reuniões são realizadas mensalmente, com 4 horas de duração, em data e horário
combinados junto aos professores da Área.
- Nessas reuniões são tratados assuntos específicos da Área e referentes ao processo
pedagógico como um todo.
- O planejamento das reuniões é elaborado pelos Coordenadores de Área, sendo que o
estudo e a discussão das temáticas do PPP, assim como outras questões pedagógicas
comuns a todos os professores, são combinadas nas reuniões de Supervisão-
Coordenação12.


12
  Há um acordo interno de que os Coordenadores de Área serão eleitos pelos seus pares, embora não haja
esta indicação no Regimento Escolar.
Pode concorrer à função de Coordenação tanto o professor estatutário, quanto o professor contratado.
21

• REUNIÃO DE DIREÇÃO COM FUNCIONÁRIOS
- São realizadas sempre que necessário, em pequenos grupos ou com o conjunto de
profissionais.
- No mínimo, deve haver uma reunião com todos os funcionários, a cada semestre,
sendo o planejamento desta, de responsabilidade da direção.
- Coerente aos Princípios Filosóficos do Colégio, os funcionários são considerados
educadores não-docentes.

• REUNIÃO DO GRUPO DE PESQUISA DO PPP
- As reuniões têm os seguintes objetivos: selecionar materiais; estudar; realizar a
pesquisa em todas as suas etapas; planejar e coordenar o momento das Plenárias
Comunitárias que trata do PPP; elaborar e encaminhar o texto final após decisões da
comunidade escolar nas Plenárias; planejar todo o processo da pesquisa; repassar
materiais que devem ser lidos pelos professores e equipe gestora.
- O grupo de pesquisa do PPP é composto por representantes de alunos, responsáveis,
direção, professores, coordenadores, funcionários administrativos e de apoio,
orientadores educacionais e supervisão.
- A coordenação dos trabalhos é de responsabilidade da supervisão escolar.

• REUNIÃO COM RESPONSÁVEIS
- Além das Plenárias Comunitárias, os responsáveis são convidados para reuniões
extraordinárias, quando se faz necessário e, ordinárias, no início do ano letivo e após os
Conselhos de Classe dos 1º e 2º trimestres.

• COMISSÕES PROVISÓRIAS
- O CMRB tem como prática formar Comissões para discutir com um grupo menor de
pessoas as questões levantadas em Plenárias ou Reuniões.
- A partir do estudo da situação, a Comissão deve apresentar os encaminhamentos
dados, através de um documento base, de forma a sistematizar a proposta.
- Qualquer estudo realizado pelas Comissões deve, antes de seguir sua proposição, ser
analisado, emendado, suprimido e aprovado por todos, em Plenárias Comunitárias.
- Preferencialmente as Comissões são constituídas por representantes de todos os
segmentos da comunidade escolar.

         Desta forma procuramos, em todos os níveis, pautar nossas relações engajadas
na luta por uma efetiva democratização das idéias construídas no coletivo do Colégio.
22

10. ORGANOGRAMA



        Em Plenária Comunitária do mês de outubro de 2009, foi apresentada pela
Equipe Gestora e aceita pela comunidade, uma nova proposta de organização, que
expressa melhor a filosofia de gestão atual.
        Este novo modelo revela um rompimento com relações hierarquizadas e aponta
para a participação igualitária. Tem o aluno como ponto de partida e a plenária
comunitária como ponto máximo de decisão, deixando em aberto outras possibilidades.
23

11. INCLUSÃO DOS ALUNOS COM DEFICIÊNCIA


         Adotamos a definição da Convenção da ONU, segundo a qual “pessoas com
deficiências são aquelas que têm impedimentos de natureza física, intelectual ou
sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua
participação plena e efetiva na sociedade com as demais pessoas”.

PRINCÍPIOS GERAIS QUANTO À INCLUSÃO
         Entendemos que a realidade da chamada escola de massa impede o pleno e
efetivo trabalho de inclusão, uma vez que, dentre outros problemas, o número excessivo
de alunos dificulta o trabalho individualizado.
         O CMRB se compromete em receber, acolher e dar suporte pedagógico e
afetivo aos alunos com deficiência, dentro de suas possibilidades, lembrando que cabe
ao poder público a responsabilidade maior pela inclusão.
         Os princípios filosóficos do Colégio nortearão o relacionamento e o trabalho
com os alunos inclusos, especialmente no que diz respeito à igualdade no tratamento.
         A inclusão será feita de modo “natural”, ou seja, sem supervalorização do
trabalho ou do próprio aluno. Nesse caso, os alunos não serão tratados de forma
diferenciada, exceto em situações especiais.
         A inclusão será entendida como uma oportunidade de aprendizagem, seja por
parte dos profissionais, seja por parte dos demais alunos da classe. Aprender a respeitar
e proteger os direitos e a dignidade das pessoas com deficiência; aprender a conviver
com a diferença e romper com os preconceitos e discriminações; aprender a descobrir
novas metodologias e novas formas de avaliar, são os principais desafios a serem
enfrentados.
         O acesso e a permanência dos alunos inclusos serão permeados por um
trabalho de qualidade, no qual lhes sejam garantidos o acesso e a apropriação dos
conhecimentos sistematizados, assim como as vivências de exercício de cidadania,
possibilitando-lhe assim o pleno direito à participação e à inclusão na sociedade.


PROCESSO DE APRENDIZAGEM E AVALIAÇÃO
         O aluno incluso, como os demais, será concebido, de acordo com a base
epistemológica do CMRB, como sujeito do seu processo de aprendizagem, cabendo ao
professor mediar a relação desse sujeito com o objeto do conhecimento, nesse caso, com
um olhar diferenciado no sentido de atender as suas necessidades.
         A avaliação deve seguir o que está previsto no Projeto Político-Pedagógico do
Colégio, com possibilidade de elaboração de avaliação diferenciada, quando for o caso.
24

         A concepção de avaliação como um ato amoroso, aqui em especial, deve
tornar-se uma prática cotidiana, seja em sala de aula, seja fora dela.
         A adaptação curricular, direito do aluno incluso, será feita pela Supervisão
Escolar junto com os professores, no caso do aluno indicado pelo Conselho de Classe.
         A falta de conhecimento, tanto por parte dos professores, quanto por parte da
equipe pedagógica, a respeito da multiplicidade de deficiências, certamente torna-se um
complicador para o processo de aprendizagem, mas não pode caracterizar-se como um
impedimento para os avanços possíveis.


ACOMPANHAMENTO DOS ALUNOS INCLUSOS
      Cabe à Direção:
- Favorecer o ambiente de inclusão;
- Acompanhar o processo de inclusão.

       Cabe à Supervisão Escolar:
- Orientar os professores quanto à dificuldade dos alunos;
- Repassar orientações recebidas da Educação Especial / SEME para professores e
Equipe Gestora.
- Repassar informações recebidas da Orientação Educacional;
- Realizar intervenção pedagógica junto ao professor, quando necessário;
- Elaborar adaptação curricular e avaliação diferenciada;
- Elaborar o perfil trimestral dos resultados dos alunos inclusos;
- Tratar do registro da Inclusão no Projeto Político-Pedagógico do Colégio;
- Recorrer à SEME sempre que houver necessidade.

       Cabe à Orientação Educacional:
- Identificar os alunos com deficiências;
- Elaborar quadro-síntese junto à Supervisão;
- Solicitar laudo médico ou de outro especialista, quando for o caso;
- Atender aos alunos e às suas famílias;
- Repassar informações sobre o CPED (Centro Municipal Especializado para Pessoas
com Deficiência) aos alunos e famílias;
- Acompanhar o desenvolvimento dos alunos inclusos;
- Estimular a participação dos alunos nos Projetos do Colégio;

       Cabe aos Professores:
- Identificar os alunos com deficiências, comunicando à Orientação Educacional;
- Pesquisar sobre a deficiência dos alunos, no sentido de se apropriar de conhecimentos
que favoreçam a relação pedagógica;
- Manter um olhar atento para as questões que cercam os alunos inclusos.

      Cabe à equipe de Educação especial da SEME:
- Acompanhar o desenvolvimento dos alunos inclusos;
- Oferecer suporte técnico;
- Fornecer material bibliográfico de apoio e legislação atualizada.
25

12. LIMITES E POSSIBILIDADES DO COLÉGIO



LIMITES


1) Espaço físico e recursos
- Precariedade de espaço físico para que os alunos possam desenvolver suas aptidões,
sejam artísticas, esportivas e intelectuais.
- Espaço físico dificultando relacionamento dos alunos entre si, com os professores,
direção e a própria atuação dos professores
- salas de aula apertadas para o número de alunos
- salas quentes
- falta de espaço para desenvolver o Projeto de Arte/ Salão de Artes
- Falta de salas-ambientes: sala de vídeo, refeitório, laboratórios, quadra poliesportiva
- Cantina, biblioteca, laboratório de informática em espaço pequeno, não atendendo às
necessidades.
- secretaria sem espaço para os arquivos
-faltam recursos tecnológicos
- material pedagógico insuficiente
- apenas um computador na secretaria não atende às necessidades
- falta verba adequada para equipar a escola com materiais de artes
- falta investimento no colégio
- falta merenda
- pouca segurança na porta da escola

2) Relacionamento:
- Divisão da escola em dois grupos de professores, faltando consenso para não se
agredirem tanto.
- Falta de abertura de alguns profissionais para ouvir e aceitar opiniões diferentes, raiz
que impede o crescimento, o aparecimento do novo.
- Falta de sensibilidade de alguns profissionais para melhor relacionamento com os
alunos.
- Fofoca que “rola”
- Falta maior integração entre equipe e professores no estudo de soluções para os
problemas. Detém-se a detalhes dos problemas, não chegando a ponto de encaminhar
soluções.
- Falta de integração, acompanhamento e continuidade no trabalho da secretaria
- Falta maior união e entrosamento entre os funcionários da noite.
- Falta de colaboração de diversos funcionários.
- Falta especificação melhor das funções: “Muita gente mandando ao mesmo tempo”
- Relação com os pais, dificuldade em atender o pedido dos pais e alunos.
- Pais precisam estar mais presentes
- Postura cultural dos pais e da sociedade de pouca importância e influência dos seus
papéis na participação das questões educacionais na escola
- Falência da educação familiar.

3) Área pedagógica
- Aulas sem dinamismo, não compatível com as necessidades do aluno de hoje
- Desconsideração de que o alunos do noturno precisam ser tratados diferentes,
precisam de outra didática
26

- Alguns professores concursados não dão muita atenção aos alunos, como os
professores contratados dão, já que precisam garantir o emprego.
- Alguns professores que não explicam muito bem
- Quadro de professores não sendo fixo, devido aos contratos
- Professores concursados que não dão muita importância à explicação da matéria
- Excesso de professores contratados
- Falta acompanhamento quanto aos conteúdos programáticos desenvolvidos pelos
professores
- Falta mais orientação pedagógica
- Faltam atividades diversificadas
- Dificuldade dos professores na especificação dos conteúdos programáticos nos diários
- Prática da Educação Física fora do turno
4) Área administrativa
- Excesso de reuniões
- Falta de objetividade nas reuniões
- Falta supervisão aos alunos que saem de sala e também aos que vão embora
- Falta maior divulgação dos projetos que a escola desenvolve
- Desrespeito, por parte dos professores, aos prazos na entrega de documentos (diários e
outros documentos) solicitados pela secretaria
- Descumprimento do Regimento escolar. Uso do Regimento de acordo com
conveniências
- Falta de projeto político-pedagógico
- Submissão da escola a política de contratação de professores sem critérios de
qualidade
- muitas faltas dos professores às aulas.
- Salgados da cantina acabam muito cedo
- Alunos não poderem sair do colégio
- Proibição de saída no horário do recreio
- regras de seleção dos alunos não são mais respeitadas
- excesso de alunos, limitar vagas
- horário da saída do turno da noite incompatível com alguns horários de ônibus, que já
não circulam mais
- Horário do intervalo do turno da noite muito pequeno
- Falta organização, disciplina e vontade de mudar
- forma de organização das atividades (gincana, festival, etc) atrapalha mais do que
ajuda
- limitação do aluno na exposição de idéias propostas à Direção
- Ausência de investimento na formação de qualidade para a equipe e corpo docente
- Modo como a ficha dos professores é preenchida
- Interferência da SEME, fazendo com que a autonomia que o Colégio possuía deixe a
desejar

5) Corpo Discente
- Ausência de organização dos alunos através do Grêmio
- Falta de pré-requisitos num grande número de alunos, dificultando a aprendizagem
- Nível dos alunos abaixando a cada ano
-Alunos que chegam ao ensino médio sem base
- falta de perspectivas de futuro nos jovens
- Aluno é limitado em seu conhecimento mais aprofundado, por falta de laboratórios de
pesquisa
- potencialidades dos alunos poderiam ser mais exploradas (Ex: área de música)
27

6) Profissionais em geral
- Baixa qualificação profissional em todos os setores, em geral
- Postura profissional arraigada e despreocupada do funcionário público (perfil cultural)
- Descompromisso de alguns profissionais
- Desvalorização salarial do professor
- Contratação de professores atendendo a solicitações políticas

POSSIBILIDADES


1) Posicionamento do Colégio
- vontade de crescer
- Posicionamento político do Colégio. Escola luta por seus ideais
- Espírito de luta dos professores
- Processo democrático observado nas relações
- Compromisso político de alguns profissionais
- Tradição do colégio na formação de cidadania
- Envolvimento dos profissionais e alunos com a escola
- Afetividade demonstrada nas relações
- convívio interno, com os alunos principalmente
- Bom relacionamento entre os funcionários
- Bom relacionamento entre alunos e professor-aluno
- Conhecimento e troca entre alunos e professor-aluno, organização e administração
favorecidos pelo espaço físico reduzido
- Colégio procura os pais para resolver problemas
- Bom grupo de funcionários de apoio
- Professores, equipe e alunos se dispõem a participar nas atividades, se empenham ...
- Desenvolvimento e qualidades dos projetos
- Desenvolvimento de eventos diversos
- Projetos desenvolvidos
- Desenvolvimento de projetos que integram os alunos
- Ser uma escola que atende apenas ao Ensino Médio
- Quantitativo de alunos, poucas turmas
- Ensino muito bom, o que faz com que a escola tenha relacionamento (“nome”)
- Qualidade do ensino muito boa
- Ensino bom, bem elogiado na cidade
- Melhor escola da cidade
- Resgatar o que foi o Rui Barbosa, referência em todos os sentidos e que hoje está
caminhando a passos largos para se tornar apenas mais uma escola municipal
- compra da casa ao lado para não mudar a escola de lugar
- construir o terceiro andar

2) Equipe gestora
- Boa qualidade do trabalho da pesquisa gestora
- Abertura de entendimento por parte da direção aos problemas dos aprofessores e
alunos, passando segurança e demonstrando preocupação, apesar dos impasses
- Direção atenciosa e compreensiva com os funcionários
- Direção atenciosa com os alunos, pronta para ajudar quando precisa
- Direção e dirigente da noite muito boa
- Competência da direção
- Trabalho realizado pelos coordenadores de área
- Inspeção e Supervisão colaboradoras e disponíveis
28

- Boa postura da dirigente de turno da noite
- Funcionários da noite muito legais (exceto um), atenciosos
- Conselho de Classe
- Formação de pequenos grupos de estudo por empatia e interesse de temas
- Laboratório desses grupos de estudo, para atuarem e provocarem reversão no quadro
atual do colégio
- Investimento mensal em encontros com profissionais capacitados para os assuntos
problemáticos recorrentes
- Acompanhamento e feed-back da atuação de todos os funcionários envolvidos com o
colégio direta e indiretamente.

3) Corpo docente
- Boa qualidade do trabalho dos professores
- Abertura dos professores à discussão
- Empenho e esforço dos professores
- Professores exemplares
- Professores preocupados não apenas com as disciplinas, mas com a formação da
cidadania
- Profissionais bem qualificados, com boa formação
- Grupo de professores que defendem um projeto político para a educação
- Método de avaliação e metodologia dos professores favorecem o aluno a estudar
- Professores têm boa relação com os alunos dentro e fora da escola
- Metodologia de ensino, no geral
- Professores ensinam muito bem, ajudam aos alunos
-Jeito dos professores explicarem e forma de tratamento com os alunos são ótimas
- Atividades dinâmicas
- Liberdade que o professor tem com relação à metodologia
- Inclusão de disciplinas como Filosofia, Metodologia, Psicologia das Relações
Humanas

4) Corpo discente
- Nível dos alunos
- Alunos (maioria) que trazem uma boa bagagem do ensino Fundamental
- Alunos criativos, inteligentes, tocam instrumentos
- Alunos gostam de estudar neste colégio
- Não há brigas entre os alunos, todos se conhecem ...
- Alunos com grandes talentos para serem revelados.
29

    13. PRINCÍPIOS FILOSÓFICOS


                A dimensão filosófica do Projeto Político-Pedagógico diz respeito à dimensão
    ideológica do Projeto, ao sentido político que é dado à escola, uma vez que esta não é
    um espaço neutro; isto é, todas as suas ações, conscientemente ou não, têm uma
    intencionalidade.
                Os princípios filosóficos dizem respeito à nossa visão de mundo, às
    concepções mais gerais em relação ao projeto de sociedade que queremos, ao papel da
    educação e à função social da escola.


    PRINCÍPIOS NORTEADORES


             A realidade do mundo pode mudança
    - Crença na possibilidade de mudança no mundo, sendo que tal mudança será possível
    através da ação, da intervenção dos indivíduos.
    - Visão de mundo de acordo com a perspectiva dialética, de movimento, de
    possibilidade de mudança, de transformação ou mesmo de ruptura13.
    - Visão de sujeito histórico, ou seja, entende-se que a história é resultado da ação
    transformadora do homem no tempo.
    - O indivíduo é um sujeito mergulhado em um contexto histórico-social concreto,
    podendo mudar ou conservar a realidade em que vive. Em nosso caso, optamos pela
    mudança.


             Projeto de sociedade que valoriza o ser humano e o coletivo
    - Sociedade com característica individualista e, conseqüentemente, violenta. Resposta
    coerente com o modelo econômico e político que temos, ou seja, a sociedade capitalista,
    que, além da forma de ser da economia, apóia-se em um conjunto de idéias e formas de
    agir e pensar para justificar esse sistema.
    - Além da competição, da defesa da propriedade privada e da efemeridade das relações,
    o individualismo é um dos princípios que sustentam as idéias liberais (gênese do
    liberalismo clássico). Considera que o indivíduo tem direitos naturais e que deve ser
    respeitado por possuir aptidões e talentos próprios. Segundo as características citadas

    13
         Visão aparentemente contraditória com outras apresentadas, onde se observa uma visão de
    mundo idealista, religiosa e não materialista.
30

    anteriormente, a riqueza ou a pobreza dependem da vontade, da capacidade, do mérito
    de cada um, independente do contexto sócio-econômico-político-cultural. Vencer ou
    não vencer transforma-se numa “escolha” que depende do indivíduo e não da sociedade
    em que vive. Podemos considerar como uma das características essenciais do
    capitalismo, o modelo de sociedade que coloca as relações comerciais, as coisas, no
    centro da existência humana.
    - O projeto de sociedade indicado pela comunidade do CMRB é inverso a esta proposta:
    queremos uma sociedade com oportunidade para todos, democrática, solidária e
    conscientizada, valores que apontam para uma sociedade que coloca o coletivo como
    centro, uma sociedade que valoriza o SER e não o TER.


          Educação como transformadora da sociedade
    - Em sua relação com a sociedade, a educação pode ser compreendida como redenção,
    (papel conservador), como reprodução (papel reprodutor) ou como um meio de
    transformação (papel transformador) da sociedade, conforme Luckesi (1992).
    - A comunidade escolar acredita que o CMRB deve contribuir para a mudança da
    sociedade, porque é uma das suas funções básicas.
    - Reforçamos que, sozinha, não há possibilidade de a escola efetivar mudanças. A
    escola é um espaço privilegiado nesse processo, mas não o único espaço. Nesse caso, o
    Colégio precisa contar com muitos outros parceiros (outras instituições e setores da
    sociedade, em nível governamental e não-governamental) para realizar ações
    transformadoras, desde os que se disponibilizam a colaborar com as dificuldades
    decorrentes da precariedade do espaço físico, até os que se envolvem nas suas lutas por
    melhorias na educação.
    - O Colégio precisa refletir e mudar algumas de suas ações, para que haja maior
    coerência entre o discurso e a prática, entre o que diz e o que faz, principalmente após
    definir seus princípios filosóficos.


          Formação integral do aluno
    - Opção pela formação integral do aluno.
    - Definimos como educação integral aquela que visa desenvolver o sujeito em suas
    múltiplas dimensões: física ou biológica, cognitiva, social, afetiva, inter e intra-
    relacional, espiritual, técnico-científico-profissional, político-ideológica, cultural e
    estética, ética e moral..., o que poderia ser resumido na expressão educação onilateral
    ou educação ominilateral, usada por Marx “para chamar a atenção de que uma práxis
31

educativa revolucionária deveria dar conta de reintegrar as diversas esferas da vida
humana que o modo de produção capitalista prima por separar”. (In Princípios da
Educação no MST, 1996, p. 8).
- Ao sugerir um novo modelo de projeto político-pedagógico para o Ensino Médio, para
que os jovens desenvolvam conhecimentos, habilidades cognitivas e comportamentais
que lhes permitam trabalhar intelectualmente e pensar praticamente, Kuenser (2007: 58-
59) orienta: “Este novo projeto, portanto, trabalhará o desenvolvimento articulado de
conhecimentos, emoções, atitudes e utopias, unificando a razão, mãos e sentimento, na
perspectiva da ominilateralidade, ou seja, do desenvolvimento humano em sua
integralidade, em substituição à unilateralidade objetivada pelo taylorismo-fordismo”.
- A educação onilateral se opõe, portanto, a uma educação unilateral, que se preocupa
apenas com uma ou outra das dimensões do ser humano, um lado da pessoa de cada
vez, fragmentando o sujeito, o que pode contribuir para a sua alienação.
- A educação no CMRB permaneça garantindo o caráter onilateral ou integral, como já
tem sido o seu desejo ao longo de sua história. As dimensões ética, emocional, social
devem ser compreendidas em sua unicidade.
- Coerentes com os referenciais acima, o CMRB deve manter como principais
propósitos o desenvolvimento da sensibilidade, a formação ética e de cidadania, o gosto
pela reflexão, o amor pela leitura e pela escrita e não apenas que priorize a transmissão
de informações.
- Reconhecemos a importância da preocupação com a inclusão dos alunos no mundo do
trabalho e/ou na universidade. Estamos comprometidos com o futuro de nossos jovens.
Queremos formar pessoas aptas para atuar nos diversos campos profissionais, queremos
saber de seu sucesso profissional, mas, acima de tudo, queremos contribuir para a
formação de pessoas com dignidade humana, responsáveis, cidadãs e felizes.
- A preparação para o vestibular é uma conseqüência dessa formação mais ampliada. O
vestibular não é um fim do Colégio, é uma conseqüência. O CMRB prepara o aluno
também para o vestibular, pois, na formação integral do aluno, o vestibular faz parte do
processo. Se o aluno tem boa formação e se ele próprio se compromete com a sua
aprendizagem, vai passar em concurso, em vestibular...
- Perfil que o aluno do CMRB deveria apresentar ao concluir seus estudos: alunos com
consciência de cidadania e com conhecimentos e vivências, ou seja, experiências
vivenciadas no Colégio (de participação, de autonomia, de democracia etc.
- Consciência de cidadania não apenas como consciência de direitos e deveres, mas
consciência de cidadania participativa, compromissada com o coletivo.
32

    - Para formar o aluno com o perfil acima, os professores devem ter compromisso com a
    formação integral do aluno.


           A escola é laica
    - De acordo com alguns professores, uma das dificuldades que vêm sendo enfrentadas é
    a aceitação do conhecimento científico, por parte de alguns alunos, devido acreditarem
    que este conhecimento se contrapõe aos seus conhecimentos religiosos, entendidos
    como verdades absolutas.
    - Como sabemos, os fenômenos que acontecem no mundo podem ser explicados através
    de diferentes tipos de conhecimento: senso comum ou popular, religioso, filosófico,
    científico.
    - O resultado da pesquisa com a comunidade escolar revela que apenas o grupo de
    professores indica, em sua maioria, a razão, os conhecimentos científicos para explicar
    os fenômenos. Os demais explicam o que acontece no mundo de forma religiosa.
    - Reforçamos o aspecto legal: a escola pública é laica, ou seja, não religiosa, está fora
    do âmbito religioso.
    - O Colégio deve respeitar todas as crenças e religiões e trabalhar com os valores
    humanos universais. Deve valorizar o conhecimento científico na explicação dos
    fenômenos.


           Gestão democrática
              A gestão democrática é um princípio essencial à própria construção do PPP,
    uma vez que este exige o envolvimento de toda a comunidade escolar.
              A gestão democrática abrange as dimensões pedagógicas, administrativas e
    financeiras. Exige uma ruptura na prática administrativa não-participativa da escola,
    com enfrentamento de problemas históricos. Entende a escola pública como lugar do
    debate e do diálogo fundados na reflexão coletiva. Inclui, necessariamente, a ampla
    participação dos representantes dos diferentes segmentos da escola nas decisões e ações
    administrativas e pedagógicas.
    - “A participação mais ampla assegura a transparência nas decisões, fortalece as
    pressões para que sejam legítimas, garante o controle sobre os acordos estabelecidos e,
    sobretudo, contribui para que sejam contempladas questões que de outra forma não
    estariam em cogitação”. (Marques apud Veiga, 1997, p. 18).
33

- A gestão democrática implica o repensar da estrutura de poder da escola. Teremos
uma nova lógica de poder: o poder compartilhado, que propicia a prática da participação
coletiva; o poder solidário, que atenua o individualismo e supera a opressão.
- A gestão democrática reforça a autonomia da escola, atenuando “a dependência de
órgãos intermediários que elaboram políticas educacionais das quais a escola é mera
executora”. (Veiga, 1997, p. 18).
- A direção do CMRB deve ter como prática planejar e organizar suas ações,
respeitando sempre as decisões coletivas.
- O planejamento participativo é uma prática da direção que deve ser mantida, buscando
ampliar a participação direta de representantes dos diversos segmentos do Colégio.
- Acreditamos que o compromisso com o espaço público e o espírito de cooperação
podem contribuir para resolver as lacunas e imprevistos geradores de desorganização,
ocasionados muitas vezes pela dinâmica acelerada do cotidiano escolar.
- Os funcionários escolares não docentes (serventes, inspetores de alunos, auxiliares de
secretaria) são considerados também como educadores.
- Em favor de um ambiente de aprendizagens colaborativas e interativas, todos os
integrantes do CMRB devem ser respeitados como protagonistas do processo educativo.
- Queremos romper de vez com o véu do preconceito histórico com os funcionários
escolares, muitas vezes vistos por eles mesmos apenas como tarefeiros ou trabalhadores
braçais, incompetentes para o desenvolvimento de ações educativas. Para isso, propõe-
se um trabalho de formação continuada e em serviço.
- Há necessidade de aproximar a relação do Colégio com as famílias. É desafio,
portanto, buscar estratégias alternativas para construir uma participação mais efetiva das
famílias e, inclusive, resgatar a relação com a comunidade local (vizinhança).
- Principais ações sugeridas para melhorar tal aproximação: adequar os dias e os
horários de reuniões de acordo com a disponibilidade dos responsáveis e envolver mais
os pais nas decisões.




A QUESTÃO DOS VALORES

         O resultado apresentado na pesquisa destaca os valores respeito, disciplina,
atitude democrática, liberdade de expressão e responsabilidade, remetendo-nos a um
entendimento sobre o comportamento ético no espaço público, assim como ao
comprometimento com as diretrizes filosóficas construídas pelo coletivo do Colégio.
34

14. BASE EPISTEMOLÓGICA


EPISTEMOLOGA
- A função social da escola é reproduzir / reconstruir os conhecimentos que foram
acumulados ao longo dos tempos pelas sociedades, assim como produzir / construir
novos conhecimentos.
- Se a questão central da escola é o conhecimento, necessariamente precisamos definir
a base epistemológica, que dará sustentação à metodologia e à avaliação.
- Epistemologia, termo nem sempre presente no cotidiano escolar, é a teoria da ciência,
a teoria do conhecimento e da metodologia. (episteme = ciência, conhecimento; logia =
estudo, teoria).
- Como existe uma multiplicidade de visões sobre a ciência, há também várias teorias
epistemológicas.


CIÊNCIA
- De forma sintética, podemos destacar duas visões de ciência:
1) positivista: a ciência é uma verdade absoluta, pronta, acabada, inquestionável,
definitiva, porque já foi comprovada.
2) dialética: a ciência é uma verdade relativa, que pode ser reconstruída, porque é
histórica. Sendo assim, a ciência não é neutra, pois toda ciência traz consigo interesses e
visões de mundo.
- Nossa concepção: a ciência não é neutra; deve servir como instrumento de
compreensão e intervenção na realidade; é uma verdade relativa


CONHECIMENTO
- O conhecimento veio se constituindo de diferentes formas.
1) Sociedades Primitivas: Predomina o medo e a “ignorância” por não saberem o
significado das coisas. Para explicar alguns fenômenos, criam seus deuses. O saber era
repassado através de mitos e alegorias. Surgem os bruxos e feiticeiros.
2)Antiguidade (Oriental e Pré-Colombianas / Clássica: Grécia e Roma): Os
feiticeiros transformam-se em sacerdotes, aliados aos reis e faraós. Surgem, na Grécia,
os primeiros pensadores, que procuram explicações lógicas para os fenômenos. A
Filosofia começa, então, a partir das críticas às crenças religiosas.
35

3) Época Medieval: Teo (=Deus) é a grande fonte de luz que explica o mundo. O
conhecimento está concentrado nas mãos da Igreja, a quem cabia decidir o que era ou
não “verdade”.
4) Modernidade: A chamada modernidade desloca o centro explicativo da natureza, do
mundo, da sociedade do SER para o HOMEM. O homem, com sua razão, se coloca no
lugar do poder divino. Temos a chegada da ciência, que passa a oferecer os meios
técnicos para que o homem se converta em senhor e possuidor da natureza. Essa
revolução separa radicalmente o saber científico dos saberes filosófico e teológico,
considerados não científicos. Como consequência dessa reviravolta ocorre a separação
dos saberes. Quanto mais a ciência avança, mais se especifica, mais se especializa, mais
se fragmenta. Diante da multiplicidade de visões sobre a ciência, nasce, então, a
epistemologia.
         O pensamento moderno se reflete na escola até hoje: os conhecimentos são
entendidos e trabalhados de forma fragmentada, os conteúdos divididos em disciplinas,
o professor e o aluno vistos como transmissor e receptor desses conteúdos.


         Assim, destacamos os seguintes tipos de conhecimento:
1) Mitológico: conhecimento baseado na tradição, na oralidade.
2) Religioso: conhecimento dogmático; explica os fenômenos através da fé.
3) Filosófico: conhecimento produzido a partir da reflexão, da crítica.
4) Científico: conhecimento comprovado através de pesquisas, do estudo criterioso das
causas e justificativas do fenômeno. É crítico, rigoroso, segue um método.
5) Vulgar ou senso comum: conhecimento possível a todo ser humano, adquirido com
as experiências de vida.
- O conhecimento filosófico “anda de mãos dadas” com o científico: um indaga,
questiona sobre os fenômenos e o outro responde, buscando comprovar.
- Na escola, permanentemente estes tipos de conhecimentos entram em conflito: senso
comum X conhecimento científico; senso comum X conhecimento filosófico;
conhecimento religioso X conhecimento científico.
- Nossa concepção: embora os demais tipos de conhecimento perpassem o seu
cotidiano, a escola tem como principal tarefa democratizar os conhecimentos
científicos, garantindo uma cultura de base para todas as crianças e jovens.
- O conhecimento científico desenvolvido na escola deve ajudar o aluno a ir além do
conhecimento que ele adquiriu em suas vivências, como também deve levar a uma visão
crítica da realidade.
36

         Detivemo-nos em três teorias do conhecimento:
1) Inatismo: O conhecimento é anterior à experiência. O indivíduo depende de seu
grau de maturidade para aprender. As capacidades são pré-determinadas. A inteligência,
a capacidade de raciocinar são inatas e se desenvolvem graças ao processo de
maturação. Coloca a força no fator interno; o ambiente interfere o mínimo. O homem já
nasce pronto, em função da sua bagagem hereditária.
2) Empirismo: O conhecimento é externo ao sujeito, vem de uma informação sensorial,
é transmitido do exterior para o interior do indivíduo. Unidade básica = E-R (estímulo-
resposta). Sujeito = nada tem, nada sabe, é uma “tabula rasa”. O sujeito aprende com as
experiências. Coloca a força no fator externo; o ambiente é mais importante do que a
maturação biológica.
3) Interacionismo / Sociointeracionismo: O conhecimento é resultado da ação que se
passa entre o sujeito e um objeto, ou seja, é produzido na interação entre sujeito e
objeto. A capacidade de raciocinar é construída gradativamente, durante o
desenvolvimento do sujeito, que elabora seu próprio modelo de mundo. No movimento
de conhecer, o sujeito se modifica na relação com o meio cultural, que por ele também é
modificado; o sujeito é social, criador e recriador de cultura (= sociointeracionismo)..
Adeptos: Piaget, Vygotsky, Gramsci, Paulo Freire.
- Nossa opção: teoria interacionista/sociointeracionista, que, na verdade contempla e
integra as visões reducionistas das correntes teóricas anteriores (inatismo e empirismo).


ENSINO
- Durante muito tempo a pedagogia focou o processo de ensino-aprendizagem no
professor, supondo que assim estaria valorizando o conhecimento. O ensino tomou
lugar central e o processo de aprendizagem ficou em segundo plano. Como
conseqüência formamos sujeitos não habituados a participar, a ponto de preferir receber
coisas prontas, ao invés de construí-las.
- Hoje, ao contrário, sabe-se que o processo de ensino deve dialogar com o de
aprendizagem, pois, sem aprendizagem o ensino não se realiza. “Não há docência, sem
discência”, como nos indica Paulo Freire, em sua Pedagogia da Autonomia.
- Como, enfim, o professor deve ensinar? Opção pelo caminho da construção do
conhecimento e não o da simples reprodução, ou seja, reforçam a teoria interacionista.
- O professor deve ser um incentivador da autonomia científica dos alunos, orientando-
os a pesquisar, a estudar, a criar...
- O professor também é um aprendiz, ou seja, ele também aprende durante o processo
37

- O professor é um mediador, ou seja, estabelece a ponte entre o conhecimento que o
aluno traz e o conhecimento científico.
- O professor deve provocar a reflexão e o debate fundamentado em pesquisa e estudo.


APRENDIZAGEM
- Como o aluno aprende? Respostas mais freqüente: buscando novas informações,
pesquisando, investigando, atualizando-se, interagindo com o mundo; participando das
aulas, dando opiniões baseadas em pesquisas; estabelecendo relações entre o
conhecimento que ele já possui e o conhecimento científico.
- Papel do aluno no processo de ensino-aprendizagem: o aluno deve produzir
conhecimento e não apenas reproduzir; deve comprometer-se com sua aprendizagem;
deve ser protagonista, isto é, sujeito ativo, que usa suas experiências e seus
conhecimentos para resolver as situações.
- Boas situações de aprendizagem são aquelas que partem de situações reais, ou seja, de
problemas que permitam o desenvolvimento de aprendizagens significativas. Se uma
aprendizagem não for significativa, sua aquisição poderá ficar comprometida.
“Significativa porque expressa a categoria da paixão: deixar-se, como sujeito a ser
atravessado por um objeto; por isso, estar envolvido, interessado, ativo, em tudo que
corresponde a sua assimilação”. (ENEM, 2005, p. 25).
- A aprendizagem significativa traz em si uma força política, pois ajuda o aluno a ler a
realidade e possibilita que ele faça / refaça a sua própria história. Contribui, enfim, para
que o aluno faça a passagem de um nível de consciência ingênua para o estágio de
consciência crítica.
- Possíveis causas da não aprendizagem: falta de concentração, disciplina, atenção, de
troca com colegas e professores.


CONTEÚDOS
- Os chamados de conteúdos de ensino ocupam lugar de relevância na vida escolar,
porém, nem sempre são entendidos numa relação direta com a epistemologia.
- Encontrarmos escolas preocupadas com a listagem de conteúdos a serem trabalhados
nas respectivas disciplinas, sem antes ter definido as concepções de ciência, de
conhecimento, de ensino, de aprendizagem.
- Nossa concepção: conteúdos são conhecimentos e experiências que se leva da escola
para a vida e da vida para a escola.
38

- Para selecionar os conteúdos, o professor deve considerar, prioritariamente, aqueles
que são fundamentais para a compreensão do mundo e aqueles que vão cair no
vestibular e nos concursos.


INTERDISCIPLINARIDADE E TRANSDISCIPLINARIDADE
- O conhecimento é interdisciplinar, ou seja, não é construído de forma fragmentada,
mas sim na interação entre as diversas áreas do conhecimento.
- A partir da década de 60, a interdisciplinaridade se manifesta, através da consciência
cada vez mais clara de que a fragmentação e a consequente dissociação da teoria com a
prática, vêm fazendo com que o homem se encontre despreparado para enfrentar os
problemas que exigem uma visão globalizada da realidade. (Luck, 2004, p. 13-14).
- A interdisciplinaridade está indicada nas Diretrizes Curriculares do Ensino Médio
(2008). “A interdisciplinaridade, nas suas variadas formas, partirá do princípio de que
todo conhecimento mantém um diálogo permanente com outros conhecimentos (...)”.
- Experiência transdisciplinar no CMRB: Tema Integrador.




Síntese dos paradigmas do conhecimento, de acordo com as perspectivas de reprodução
       e construção, para melhor visualização dos resultados de nossos estudos.

                     REPRODUÇÃO                           PRODUÇÃO
                     FOCO NO ENSINO                       FOCO NA APRENDIZAGEM
CONHECIMENTO         Verdade     absoluta,      pronta,   Provisório e relativo; base histórica,
                     acabada. Leva à alienação.           interdisciplinar. Leva à visão crítica.
ENSINO               Reprodução      de      conceitos;   Produção de conhecimento; processo
                     acúmulo      quantitativo      de    dinâmico.
                     informações.
APRENDIZAGEM         É externa ao sujeito; depende        É resultado da interação sujeito-
                     das capacidades inatas.              objeto; construído a partir de
                                                          hipóteses, daí a importância do erro.
PROFESSOR            Papel principal, centro do           Mediador; problematizador;
                     processo;     transmissor    de      orientador, organizador de situações-
                     conhecimentos; aula expositiva;      problema; estimula o aluno a levantar
                     apelo à memorização, ao              hipóteses; “animador de inteligência”.
                     treinamento, à repetição.
ALUNO                Sujeito dependente, passivo, Protagonista; sujeito ativo; centro do
                     alienado; aprende sem intervir; processo educativo; construtor de
                     mero reprodutor; deve treinar conhecimento; pesquisador.
                     bastante para fixar o que
                     aprendeu.

CONTEÚDOS            Fatos e informações isoladas;        Conhecimentos      e     experiências
                     são selecionados apenas pelo         fundamentais para intervenção no
                     professor; seguem a uma              mundo; são significativos; dependem
                     sequenciação rígida; são parte de    do processo de aprendizagem.
                     um      programa       a      ser
                     necessariamente cumprido.
39

PRINCÍPIOS EPISTEMOLÓGICOS


- Toda ação do professor se baseia em teorias, mesmo quando ele não tem consciência
delas.
- A ciência é uma “verdade” relativa, histórica, pode ser reconstruída (concepção
dialética).
- Diferentes tipos de conhecimento perpassam o cotidiano escolar, mas a grande
finalidade da escola é construir / reconstruir o conhecimento científico, de forma crítica
e reflexiva, ou seja, aliado ao conhecimento filosófico.
- O conhecimento é entendido numa perspectiva inter e transdisciplinar.
- Opção pela teoria interacionista / sociointeracionista: o conhecimento constitui-se na
ação e interação do sujeito com o mundo, ou seja, é uma construção histórica e social..
- O conhecimento não provém somente dos objetos externos, nem somente do sujeito,
mas da interação entre sujeito e objeto.
- Quebra de paradigma: foco na produção do conhecimento e não mais na simples
reprodução.
- O ensino é um processo dinâmico, que envolve situações problematizadoras.
- A aprendizagem é construída através de hipóteses levantadas pelo aluno.
- O erro é interpretado como algo inerente ao processo de aprendizagem.
- Ênfase na aprendizagem por compreensão: formação de conceitos mediante operação
intelectual, não por associação.
- Busca permanente da aprendizagem significativa.
- O professor tem um papel importante, mas não central, na construção do
conhecimento. É um mediador, um problematizador. O aluno é o protagonista do
processo.
- A aprendizagem depende da consciência do “querer aprender”.
- Conteúdos são conhecimentos e experiências que se leva da vida para a escola e da
escola para a vida.
- Os conteúdos selecionados devem ser fundamentais para a intervenção no mundo.
- As Salas de Informática e de Leitura são importantes espaços facilitadores da
aprendizagem.
40

15. METODOLOGIA DA CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO



BREVE HISTÓRICO DA METODOLOGIA DE ENSINO
1) Escola Tradicional
- Exposição verbal
- Repetição de conceitos
- Memorização

2) Escola Nova
- Aprender fazendo
- Experiências
- Pesquisa
- Trabalho em grupo

3) Escola Tecnicista
- Supervalorização da técnica e dos recursos
- Tecnologia educacional
- Organização eficiente

4) Pedagogia Libertadora
- Relação dialógica
- Compreensão, reflexão, crítica
- Grupo de discussão
- Problematização
- Contra a educação “bancária”

5) Pedagogia Libertária
- Vivência grupal
- Autogestão
- Negação de toda forma de repressão e autoritarismo
- Autonomia crescente
- Vivências democráticas – aprendizagem na escola
- Discussão coletiva, assembléia, plenária, grêmio estudantil...

6) Pedagogia Crítico-Social dos Conteúdos
- Resgate dos conteúdos
- Saber articulado à realidade
- Aplicação crítica
- Metodologia dialética
- Professor mediador
- Pesquisa
- Exposição dialogada

CONCEPÇÕES
- Entendemos como metodologia, em seu sentido geral, o conjunto de ações, condições
e procedimentos usados intencionalmente para que os objetivos sejam alcançados.
- Metodologia = caminho a seguir para se alcançar um fim, diferenciando-se do método
de ensino, que possui uma visão mais unilateral e restrita do processo pedagógico.
41

- Em nosso caso, substituímos a expressão metodologia de ensino por metodologia da
construção do conhecimento, uma vez que o foco do processo de ensino-aprendizagem
foi invertido (foco na aprendizagem e não no ensino).
- De acordo com os resultados da pesquisa, não há uma tendência única direcionando o
trabalho dos professores do CMRB. Há indícios de que até o mesmo professor recorre a
mais de uma das tendências pedagógicas acima descritas. Reforçamos que o professor
tem autonomia em sua opção metodológica e na utilização dos recursos mais coerentes
com seus objetivos, desde que esta opção esteja de acordo com a filosofia do Colégio e
com os princípios epistemológicos.
- A metodologia utilizada em sala de aula poderá servir como instrumento de mudança
ou de conservação da realidade social. Em nosso caso, a metodologia proposta deve
refletir a visão transformadora da sociedade, explicitada nos princípios filosóficos.
- O caminho percorrido pelo professor deve ser permanentemente refletido, analisado e
redefinido, quando necessário.
- Sempre que possível, os alunos devem participar do planejamento metodológico, após
um trabalho de conscientização com os mesmos.


TIPOS
- Adotamos a classificação de metodologia do autor Celso Vasconcellos (1992):
1)      Metodologia expositiva: baseada na compreensão de ensino como transmissão /
reprodução do conhecimento.
2)      Metodologia dialética: baseada na concepção de ensino como construção /
produção do conhecimento pelo sujeito, na sua relação com os outros e com o mundo.
- Tomamos como referência a segunda concepção, em função de nossa base
epistemológica.
- A metodologia dialética pressupõe 3 momentos na construção do conhecimento:
síncrese, análise e síntese, movimentos que vão da ação à compreensão e da
compreensão à ação, buscando a permanente articulação da teoria com a prática.


- Algumas propostas metodológicas que se sustentam na concepção de construção do
conhecimento pelo sujeito.
1) Metodologia da problematização
- Dirigida por etapas distintas e encadeadas a partir de um problema detectado.
- A finalidade maior é promover, através do estudo, uma transformação, mesmo que
pequena, naquela parcela da realidade.
42

- Diferencia-se pela sua fundamentação teórica, que se baseia na concepção histórico-
crítica de educação.
- Propõe um tipo de ensino cujas características principais são a problematização da
realidade e a busca de soluções de problemas detectados, possibilitando assim o
desenvolvimento do raciocínio crítico do aluno.
- Da realidade extrai-se o problema; sobre o problema é realizado o estudo, a
investigação e toda uma discussão sobre os dados obtidos e, por fim, volta-se para a
mesma realidade, com ações que a possam transformar em algum grau.


2) Metodologia desenvolvida a partir de um tema gerador
- O tema gerador é o verdadeiro fio condutor das atividades e o organizador dos
conteúdos, que se tornam significativos (com real valor e função social) pois estão
contextualizados, são adquiridos para alguma finalidade concreta e em função de um
objetivo claro para o aluno.
- Esta metodologia é um caminho para se conhecer, compreender e intervir criticamente
na realidade estudada. Pressupõe uma forma de trabalho que acredita no crescimento do
indivíduo no grupo, na discussão, na problematização, na pergunta, no conflito, na
participação e na disponibilidade como forma de apropriação, construção e reconstrução
do saber.
- O tema pode ser proposto pelo professor, detectado pelo grupo ou até mesmo sugerido
por um dos alunos.
- Os temas podem ser cíclicos - quando surgem de datas ou festividades consagradas
nacionalmente ou eventos que ocorram eventualmente – ou contextualizados – quando
detectados a partir da observação da realidade local ou mais ampla.


3) Metodologia de projeto14
- O envolvimento dos alunos é a característica-chave: os alunos são co-responsáveis
pelo trabalho, devendo mostrar responsabilidade e autonomia.
- O problema a resolver é também uma característica fundamental: o problema não é
independente do contexto sociocultural e os alunos devem procurar construir respostas
pessoais e originais, não se trata de mera reprodução de conteúdos.
- A problematização é o ponto de partida, o momento detonador do projeto. Nessa
etapa, os alunos irão expressar suas idéias, crenças, conhecimentos sobre o problema em
questão. O professor detecta o que os alunos já sabem e o que ainda não sabem.
14
  No CMRB, há um material específico, que apresenta orientações básicas para a elaboração de Projeto
Pedagógico.
43

- O desenvolvimento é o momento em que se criam as estratégias para buscar respostas
às questões e hipóteses levantadas na problematização. A ação do aluno é fundamental.
O professor precisa criar oportunidades de: saídas do espaço escolar; organização de
pequenos e/ou grandes grupos; uso da biblioteca; vinda de pessoas convidadas à escola,
etc. Os alunos devem utilizar todo o conhecimento que têm sobre o tema e se defrontar
com conflitos que os levarão ao desequilíbrio de suas hipóteses iniciais.
- No momento da síntese, as convicções iniciais vão sendo superadas e outras mais
complexas vão sendo construídas.


TÉCNICAS OU PROCEDIMENTOS
- A técnica (= a forma) não pode prevalecer ao conteúdo.
- A prioridade absoluta deve ser para atividades que envolvam leitura e escrita.
- Preferencialmente as técnicas ou procedimentos devem ser planejadas coletivamente
pelos professores, por ocasião da elaboração do planejamento anual, ou outro momento.


- Técnicas ou procedimentos 15:
1) Pesquisa (prioridade, foco da metodologia)
2) Exposição dialogada (no lugar da exposição verbal);
3) Seminário;
4) Leitura e produção de texto;
5) Discussão temática;
6) Debate (sempre a partir de estudo);
7) Exploração de filme;
8) Problematização de questões atuais;
9) Leitura de livros complementares ao conteúdo;
10)Trabalho em grupo;
11) Roda de leitura em sala de aula;
12) Palestra com convidados;
13) Aula na sala de informática;
14) Oficinas;
15) Estudo de caso.

A PESQUISA COMO FOCO METODOLÓGICO16
- Só existe ciência / conhecimento científico com pesquisa.
- A pesquisa será tomada como ponto de partida do trabalho do aluno, do professor e da
equipe gestora: aluno-pesquisador; professor-pesquisador...



15
   Estas técnicas correspondem às mais utilizadas pelos professores do CMRB, conforme indicado na
pesquisa do PPP. No PPP Versão Integral / Volume 2 e no manual de Orientações para a Apresentação de
Trabalho Escolar, consta a descrição dessas e de outras técnicas.
16
   Todo o detalhamento sobre Pesquisa (definições, tipos, instrumentos, etc) encontra-se no manual de
Orientações para a Apresentação de Trabalho Escolar e no Volume 2 do PPP.
44

- Aluno-pesquisador: investiga; busca; analisa; seleciona informações; conclui; não
apenas reproduz, mas produz novos conhecimentos.
- Professor-pesquisador: busca e analisa; não apenas reproduz, mas produz novos
conhecimentos; reflete sobre sua ação; cria teorias; se atualiza permanentemente.


RECURSOS
- Uso de diferentes recursos mobilizadores da aprendizagem, tais como: DVD;
datashow; slides; transparências; jogos didáticos; cartazes; retro-projetor; gravuras; etc.
- Atenção para os cuidados necessários na utilização dos recursos, inclusive com o
exagero (excesso) nessa utilização.
- Utilização dos procedimentos e recursos disponíveis na Sala de Leitura e Sala de
Informática.


PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS DO CMRB
- Coerência entre opção metodológica, base epistemológica e filosofia do Colégio.
- Metodologia como instrumento de mudança social e não de conservação.
- Garantia da metodologia dialética:
. Síncrese, análise e síntese;
. Da ação à compreensão e da compreensão à ação;
. Unidade teoria-prática.
- O professor tem autonomia, mas não pode ferir os princípios do PPP.
- A técnica (forma) não pode prevalecer ao conteúdo.
- Preferência ao planejamento coletivo.
- Inclusão dos alunos na opção metodológica, após trabalho de conscientização.
- Só existe ciência / conhecimento científico com pesquisa.
- A pesquisa será tomada como ponto de partida do trabalho do aluno, do professor e da
equipe gestora: aluno-pesquisador; professor-pesquisador.
- Aluno-pesquisador: investiga; busca; analisa; seleciona informações; conclui; não
apenas reproduz, mas produz novos conhecimentos.
- Professor-pesquisador: busca e analisa; não apenas reproduz, mas produz novos
conhecimentos; reflete sobre sua ação; cria teorias; se atualiza permanentemente.
- Uso de diferentes procedimentos e recursos mobilizadores da aprendizagem.
Utilização dos procedimentos e recursos disponíveis nas Salas de Leitura e de
Informática.
- Prioridade absoluta a atividades que envolvam leitura e escrita.
45

16. SISTEMA DE AVALIAÇÃO



CONCEPÇÕES
- Tudo que está ligado a uma nova forma de avaliar está ligado a uma nova forma de ver
a escola.
- Para colocar em prática as propostas indicadas ao longo do processo de construção do
PPP, necessitamos de um modelo de escola de tempo integral. Esta deve continuar
sendo uma das nossas lutas permanentes.
- Falar de avaliação é, sobretudo, falar de objetivos, desde os mais amplos, aqui
chamados de objetivos educacionais, referentes aos princípios filosóficos, até os
denominados objetivos específicos, incluídos no plano anual do professor.
- A função diagnóstica da avaliação, tratada por Luckesi (1998) é ressaltada nos
resultados. O objetivo da avaliação não é simplesmente verificar se o aluno aprendeu ou
não, mas conhecer, determinar as causas da não-aprendizagem para nelas interferir.
Diagnóstico não é só levantamento de dados, é reorientação a partir de. A avaliação
serve, portanto, para que alunos e professores possam refletir sobre o processo de ensino
e aprendizagem e melhor compreender a realidade.
- Avaliação como prática de investigação: pressupõe a interrogação constante, exigindo
dos professores que “se tornem cada dia mais capazes de investigar sua própria prática
para formular „respostas possíveis‟ aos problemas urgentes, entendendo que sempre
podem ser aperfeiçoadas”.
- Avaliação democrática: imersa numa pedagogia inclusiva. Embora os conceitos de
avaliação seletiva, classificatória e hierarquizada e as práticas deles decorrentes sejam
criticados, ainda predomina em nossa sociedade uma escola que seleciona, classifica e
hierarquiza saberes e pessoas.
- Dar voz a todos os envolvidos no processo de avaliação é um dos primeiros passos a
serem dados. Para isso, no CMRB, além dos alunos serem avaliados pelos professores
individualmente, no momento do Conselho de Classe, são analisados pelo coletivo de
professores, incluindo aí a equipe gestora.
- A avaliação é de responsabilidade do coletivo escolar e se traduz na interação dos
sujeitos participantes, no acompanhamento e no reconhecimento de seus avanços e
limites.
- Avaliação como processo de negociação: decorrente das ações assumidas pelos
profissionais, alunos e suas famílias, “que analisam sugestões, apresentam soluções,
discutem responsabilidades e procedem aos encaminhamentos necessários”. O caminho
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Ppp resumo

  • 1. 1 Prefeitura Municipal de Cabo Frio Região dos Lagos – Estado do Rio de Janeiro Secretaria Municipal de Educação COLÉGIO MUNICIPAL RUI BARBOSA PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO VERSÃO RESUMIDA 2011
  • 2. 2 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO...............................................................................Error! Bookmark not defined. CONCEPÇÃO, HISTÓRICO E METODOLOGIA DE CONSTRUÇÃO DO PPP ....... Error! Bookmark not defined. IDENTIFICAÇÃO DA UE ....................................................................Error! Bookmark not defined. ESTRUTURA ORGANIZACIONAL .......................................................Error! Bookmark not defined. ESTRUTURA FÍSICA ..........................................................................Error! Bookmark not defined. PERFIL SÓCIO-ECONÔMICO-CULTURAL DA COMUNIDADE ESCOLAR ........... Error! Bookmark not defined. HISTÓRIA E MEMÓRIA DO CMRB ....................................................Error! Bookmark not defined. GESTÃO ESCOLAR ............................................................................Error! Bookmark not defined. RELACIONAMENTO DA COMUNIDADE ENTRE SI ............................Error! Bookmark not defined. ORGANOGRAMA .............................................................................Error! Bookmark not defined. INCLUSÃO DOS ALUNOS COM DEFICIÊNCIA ...................................Error! Bookmark not defined. LIMITES E POSSIBILIDADES DO COLÉGIO.........................................Error! Bookmark not defined. PRINCÍPIOS FILOSÓFICOS ................................................................Error! Bookmark not defined. BASE EPISTEMOLÓGICA...................................................................Error! Bookmark not defined. METODOLOGIA DA CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO ................Error! Bookmark not defined. SISTEMA DE AVALIAÇÃO .................................................................Error! Bookmark not defined. CONSELHO DE CLASSE .....................................................................Error! Bookmark not defined. CURRÍCULO ......................................................................................Error! Bookmark not defined. ESPAÇOS FACILITADORES DA APRENDIZAGEM ...............................Error! Bookmark not defined. PLANEJAMENTO ESCOLAR ..............................................................Error! Bookmark not defined. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA BÁSICA ..............................................Error! Bookmark not defined.
  • 3. 3 1- APRESENTAÇÃO Dentre os principais desafios da escola atualmente está a construção de seu Projeto Político-Pedagógico (PPP) numa perspectiva democrático-participativa, para que cada integrante da comunidade escolar se sinta sujeito do processo. Outro desafio é o registro do Projeto. Toda escola, enquanto espaço sócio- político, não é um espaço de neutralidade e tem, portanto, um PPP, esteja ou não consciente disso. O que falta, muitas vezes, é “colocá-lo no papel”. Assim era no Colégio Municipal Rui Barbosa (CMRB): ao longo de 30 anos, construiu uma identidade no município de Cabo Frio, permanecendo a sua história de lutas e conquistas e os tantos projetos desenvolvidos, apenas guardados na memória dos profissionais, nas fotos e nos poucos arquivos organizados. A partir do ano de 2006, o PPP do Colégio foi rediscutido de forma coletiva e registrado, dando origem a um total de 6 (seis) volumes: 1) Perfil do CMRB; 2) Princípios Filosóficos e Pedagógicos; 3) História e Memória do CMRB; 4) Currículo: Concepções e Organização; 5) Histórico e Metodologia de Construção; 6) Fundamentação Teórica: Textos Básicos. Nestes documentos constam todos os textos estudados e produzidos, os resultados das pesquisas feitas com a comunidade escolar, além de fotos, slides, gráficos e outros materiais. Apresentamos, agora, o PPP em sua versão resumida, para facilitar o acesso e leitura do mesmo. Os textos originais foram sintetizados e os complementos ilustrativos suprimidos. Garantimos, entretanto, toda a essência dos princípios, respeitando as decisões retiradas em Plenárias Comunitárias. Sabemos que a proposta de construção democrática do PPP torna-se cada vez mais difícil numa sociedade marcada pelos valores que se contrapõem às práticas de organização coletiva. Sabemos ainda que a escola, uma vez inserida neste contexto, reflete os condicionantes sócio-econômico-político-culturais, percebidos especialmente nos momentos de tentativas de mudanças. Queremos, entretanto, integrar o coro daqueles que ousam cantar e contar uma nova história, reafirmando nosso compromisso com a escola pública e com o nosso papel de sujeitos históricos e transformadores.
  • 4. 4 2- CONCEPÇÃO, HISTÓRICO E METODOLOGIA DE CONSTRUÇÃO DO PPP O projeto político-pedagógico é o fruto da interação entre os objetivos e prioridades estabelecidas pela coletividade, que estabelece, através da reflexão, as ações necessárias à construção de uma nova realidade. É, antes de tudo, um trabalho que exige comprometimento de todos os envolvidos no processo educativo: professores, equipe técnica, alunos, seus pais e a comunidade como um todo. O pensamento acima, incluído no cartaz-convite para a palestra de sensibilização, realizada no início do processo de reconstrução do PPP, em 2006, explicita a concepção que norteou todo o desenvolvimento dos trabalhos. Tomamos como referência autores como Veiga, Vasconcellos e Gadotti, que apresentam em comum os seguintes princípios metodológicos, indispensáveis à construção do PPP: gestão democrática, participação coletiva, respeito ao movimento do grupo, construção permanente e vinculação teoria e prática. Podemos sintetizar o histórico metodológico no CMRB, da seguinte forma:  ANO DE 2006 - Resgate do projeto anterior, datado de 2001. - Palestra de sensibilização1. - Diagnóstico da realidade2. - Elaboração do perfil da comunidade escolar (Etapa não concluída, devido a inúmeras dificuldades encontradas pela equipe gestora, responsável então pelo levantamento de dados e registros).  ANO DE 2007 - Mudança de metodologia de trabalho, inspirando-se agora na abordagem da pesquisa participante. - Formação de grupo de pesquisa, sob coordenação da supervisão escolar, constituído por representantes dos diversos segmentos: direção, orientação educacional, secretaria, funcionário administrativo, alunos e responsáveis. - Definição dos procedimentos básicos e cronograma de ação, envolvendo: planejamento; seleção de textos para estudo; realização da pesquisa em todas as suas etapas (levantamento, sistematização e análise de dados); elaboração dos instrumentos de pesquisa; planejamento e coordenação do momento das Plenárias Comunitárias referentes ao PPP; elaboração e encaminhamento do texto final, após decisões da 1 Realizada pela Profa. Aparecida de Fátima Tiradentes dos Santos, coordenadora do curso de pós- graduação da Escola Politécnica da FIOCRUZ – RJ. 2 Para a coleta de dados foram utilizados como principais técnicas: questionários, entrevista, análise de documentos.
  • 5. 5 comunidade escolar. Os textos finais expressam a síntese das discussões e dos referenciais teóricos, entendidos como diretrizes para nossas ações. - Realização de plenária comunitária para apresentação de análise feita pelo grupo responsável pela pesquisa e discussão dos resultados sobre o Perfil da Comunidade Escolar. - Elaboração do Volume 1 do PPP: Perfil da Comunidade Escolar. - Início da pesquisa sobre Princípios Filosóficos.  ANO DE 2008 - Realização de plenária comunitária para apresentação de resultados sobre os Princípios Filosóficos e elaboração de texto final, a ser incluído no Volume 2 do PPP: Princípios Filosóficos e Pedagógicos. - Reconstituição do grupo de pesquisa, mantendo-se a metodologia adotada. - Estudo e pesquisa sobre Currículo. - Palestra sobre Currículo3.  ANO DE 2009 - Realização de plenária comunitária para apresentação de resultados sobre Currículo. - Elaboração do Volume 4 do PPP: Currículo: Concepções e Organização. - Reconstituição do grupo de pesquisa, mantendo-se a metodologia adotada. - Estudo e pesquisa sobre os temas pedagógicos: Epistemologia, Metodologia, Avaliação. - Realização de plenárias comunitárias para apresentação de resultados das pesquisas sobre os referidos temas. - Elaboração do Volume 2 do PPP quanto aos Princípios Pedagógicos: Base Epistemológica; Metodologia da Construção do Conhecimento; Avaliação do Processo de Construção do Conhecimento.  ANO DE 2010 - Elaboração de folder com os princípios norteadores do PPP, utilizado como material de estudo na Semana de Planejamento.  ANO DE 2011 - Elaboração da versão resumida do PPP. - Aprofundamento do estudo de temas específicos do PPP. - Realização de um Congresso de Avaliação. Podemos concluir que a metodologia adotada, além de aumentar o nível de conhecimento e consciência, teve ainda grande importância por incentivar o desenvolvimento autônomo e autoconfiante do grupo, o que certamente reafirma a sua função política, no sentido de reforçar o entendimento de pertencimento social e o compromisso em estar permanentemente interrogando a realidade em que vive, com propósito de transformá-la. 3 Realizada pela Profa. Angela Chades, com dissertação de Mestrado/UERJ sobre Currículo.
  • 6. 6 ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DO PPP O documento resultante de todo o processo de elaboração do PPP deve ser tomado como ponto de referência para as ações administrativo-pedagógico-educativas para os que fazem parte da comunidade escolar e, inclusive, para os novos integrantes (novos professores, novos funcionários, novos alunos, novos gestores...). Trata-se de um documento provisório, no sentido de que o cotidiano escolar é histórico, mas torna-se ponto de partida para novos questionamentos e discussões. Neste sentido, o PPP deve ser acompanhado e avaliado permanentemente, verificando-se o nível de comprometimento e atendimento aos princípios e objetivos. As próprias reuniões de área e tantos outros momentos de discussão terão como propósito acompanhar o processo de implementação do PPP, podendo ainda ser utilizado um instrumento específico para a avaliação do mesmo.
  • 7. 7 3- IDENTIFICAÇÃO DA UE NOME - Colégio Municipal Rui Barbosa LOCALIZAÇÃO - Zona urbana TELEFONE - (22) 2625-4262 e (22) 2645-4955 E-MAIL - cmruibarbosa@gmail.com SITE - ruibarbosa.info ENTIDADE MANTENEDORA - Prefeitura Municipal de Cabo Frio ENDEREÇO - Rua Rui Barbosa, n.814 – Centro – Cabo Frio – RJ – CEP 28.907-090 DECRETO DE CRIAÇÃO - Portaria nº 169 de 26/03/1960 – DEC-MEC
  • 8. 8 4- ESTRUTURA ORGANIZACIONAL CURSO OFERECIDO - Ensino Médio – Formação Geral. ESTRUTURA DO CURSO - Por série, em 3 (três) anos. QUANTITATIVO DE ALUNOS QUE ATENDE - No total: em média 800 alunos. - Por turma: 27 alunos4. HORÁRIO DE ATENDIMENTO - O Colégio funciona em 3 turnos: 1º TURNO: 7:30 h às 12:30 h 2º TURNO: 13:00 h às 18:00 h 3º TURNO: 18:40 h às 22:50 h ORGANIZAÇÃO DAS TURMAS / CRITÉRIOS5 - 1º ano: alunos oriundos da rede municipal, classificação por nota. A classificação é feita pela Secretaria de Educação e enviada à escola. - Mobilização interna de alunos: Caso haja vaga, os alunos interessados são atendidos. Caso o número de interessados for maior do que o número de vagas, o critério é classificatório por notas. CALENDÁRIO ESCOLAR - Elaborado pela equipe gestora, discutido com a comunidade escolar e encaminhado, posteriormente, à Secretaria Municipal de Educação para aprovação. 4 Na última plenária comunitária de 2009, ficou decidido que as turmas passariam a ter 27 alunos, a começar pelos primeiros anos em 2010. 5 Ficou decidido pela comunidade escolar que estes critérios devem ser rigorosamente atendidos pela Direção do Colégio.
  • 9. 9 - Prevê os dias destinados às férias, aos feriados, ao recesso escolar, aos Conselhos de Classe, as atividades curriculares, as reuniões pedagógico-administrativas e as plenárias comunitárias. NORMAS PARA MATRÍCULA E TRANSFERÊNCIA - De acordo com o Regimento das Escolas da Rede Municipal – Capítulo III – Seção I e Seção II. RECURSOS HUMANOS EXISTENTES - Professores: em média 90. - Funcionários (administrativo e apoio): em média 30 profissionais. ORGANIZAÇÃO DISCIPLINAR - Os Direitos e Deveres dos alunos encontram-se indicados no Regimento das Escolas da Rede Municipal. - No ato da matrícula, os responsáveis dos alunos recebem cópia e assinam um Termo de Compromisso, com detalhamento das normas disciplinares.
  • 10. 10 5- ESTRUTURA FÍSICA O CMRB é constituído de um prédio principal de dois pavimentos com aproximadamente 600,00 m2 e três construções secundárias com total de aproximadamente 50 m2. O 1º pavimento do prédio principal dispõe de secretaria, sala dos professores, sala da equipe gestora, banheiro de professores, cantina, cozinha, pequena área de serviço, banheiros de alunos, três salas de aula e pequeno pátio na frente do Colégio. No pátio há uma pequena área coberta, que dá acesso para a sala de leitura e biblioteca, que funcionam no mesmo local6. O 2º pavimento é formado por seis salas de aula, banheiros e uma sala de informática7. Não há condições de acessibilidade nesse pavimento. Um ponto importante a ressaltar é a inexistência de uma quadra de esportes no interior do colégio. Em função disto, as aulas de Educação Física são realizadas no Clube Associação Atlética Cabofriense. A falta de uma quadra de esportes pode ser considerada um ponto problemático do colégio, já que as aulas de Educação Física são realizadas no contraturno, ou seja, os alunos que estudam no período da manhã fazem as aulas de educação física durante a tarde e vice-versa. Já os alunos que estudam durante a noite podem escolher em fazer as aulas em um dos dois períodos. Em 2006, o Governo acenou com a possibilidade de mudança para um novo espaço, com toda a estrutura necessária. Após um debate com a comunidade escolar, onde um grupo defendia a manutenção do Colégio no mesmo local, com as reformas e ampliações necessárias e um outro grupo defendia a mudança para outro espaço, houve um plebiscito interno, cujo resultado demonstrou a opção pela segunda proposta8. Em 2010, a nova direção do Colégio priorizou a realização de pequenas obras (como a ampliação da cozinha), consertos e compra de materiais, solucionado, em parte, alguns dos problemas relevantes. A infraestrutura física sempre foi um complicador, alvo de reivindicações constantes junto à Secretaria de Educação, uma vez que interfere diretamente no aspecto pedagógico. Contraditoriamente, é visto por muitos como um ponto facilitador das relações, uma vez que aproxima os profissionais e os alunos. 6 O Colégio encontra-se em obras, no início do ano letivo de 2011, quando foi elaborado o PPP Versão Resumida. Há previsão de alteração na área externa. 7 Será ampliada de acordo com a previsão de obras em 2011. 8 A partir daí, aconteceram várias reuniões da Comissão responsável por esse encaminhamento junto ao Governo, mas até o final do ano de 2010, nenhuma solução foi concretizada.
  • 11. 11 6- PERFIL SÓCIO-ECONÔMICO-CULTURAL DA COMUNIDADE ESCOLAR O CMRB localiza-se no centro do Município de Cabo Frio (RJ), dele participando alunos e profissionais de diferentes bairros e até mesmo de outros municípios. Esta dispersão geográfica da comunidade escolar, de certa forma interfere na caracterização de seu perfil, embora os anseios e expectativas em buscar o Colégio se concentrem nos mesmos objetivos: querem estudar / trabalhar numa escola que é referência no Município. Com fica situado no centro da cidade, tem em seu entorno residências, prédios de veraneio e o centro comercial. Como potencialidade do bairro destaca-se a diversidade cultural do mesmo, com espaços de lazer e produção cultural, tais como: o Teatro Municipal, Museu de Artes Sacras, Biblioteca Pública, Casa de Cultura Charitas, Casa Carlos Scliar, cinema, feira de artesanato, Museu do Surf, praças públicas, pista de skate, praia, dentre outros. Como deficiências do bairro destacam-se a falta de segurança e a falta de iluminação nas ruas. Os dados diagnosticados recentemente (final do ano de 2006 e início de 2007) para traçar o perfil da comunidade escolar, etapa inicial de revisão do projeto político- pedagógico, revelam o seguinte contexto: QUANTO AOS ALUNOS Ao ingressarem no Colégio, através do critério de seleção de notas e origem da rede municipal, os alunos têm em média 14 a 16 anos de idade. Bem poucos exercem atividades profissionais. Moram com as famílias, cuja renda varia entre cinco e dez salários mínimos. 50% participam de instituições religiosas. Não estão inseridos em organizações sociais e afirmam que gostam de ler, mas também que ocupam seu tempo livre, prioritariamente, assistindo TV e navegando pela internet. A grande maioria não participa de atividades artísticas, sendo que 20% pratica atividades musicais. Quanto ao que pretendem fazer após a conclusão do Ensino Médio, as respostas dividem-se em trabalhar e continuar os estudos em nível superior.
  • 12. 12 QUANTO AOS PROFISSIONAIS Dos profissionais de educação (professores e funcionários) do CMRB, 70% são estatutários e 30% contratados, sendo que 30% iniciaram sua atuação no Colégio entre 1978 e 1990 e 70% entre 1991 a 2007. Os dados revelam um alto índice (80%) de professores trabalhando em outra(s) escola(s), restringindo-se à atividade profissional de magistério. Em sua maioria não participam de organizações sociais e não desenvolvem atividades artísticas. Por outro lado, ocupam entre uma a cinco horas semanais em atividades de atualização. 80% possui curso de especialização. Ao analisarmos dados acima, concluímos que, dentro de um quadro comparativo com outras escolas, o contexto socioeconômico e cultural do CMRB aponta para uma realidade bastante propícia a um bom trabalho pedagógico-educativo.
  • 13. 13 7- HISTÓRIA E MEMÓRIA DO CMRB HINO DO COLÉGIO9 Eu já fui Junqueira Ortiz No início de uma história gloriosa De Cabo Frio passou a ser Um patrimônio: Rui Barbosa, Rui Barbosa Eu venho gerando educação Meu modelo é orgulho Para toda geração Meu dever é educar E o direito de ir buscar Na luta do dia a dia Respeitando a lei Do homem e de Deus e a cidadania Quem faz parte desta história Quer a minha sobrevivência Gerei pai, gerei mãe e filho Dama e plebeu Nesta existência Que hoje falam e não querem ver jamais A minha decadência Bato no peito Sou cantado em verso e prosa Tenho orgulho e me chamo Rui Barbosa, Rui Barbosa. AS MARCAS DO COLÉGIO O CMRB é a primeira escola de ensino médio da rede municipal e vem, ao longo dos tempos, garantindo o reconhecimento da comunidade cabo-friense, em função da qualidade educativa de seu trabalho e da inserção nas lutas por melhorias na educação. Independentemente das mudanças na oferta dos cursos (Formação de Professores das Séries Iniciais e Contabilidade e, a partir de 1999, somente Formação Geral), a preocupação do Colégio com a formação integral vem contribuindo para que os alunos se destaquem em diversas áreas profissionais e para que prossigam seus estudos em níveis superiores, embora não tenha diretamente como propósito a preparação para o vestibular ou para o mercado de trabalho. 9 O hino do Colégio nasceu de uma tarefa de Gincana. Seus autores: alunas Mábila Botelho, Patrícia Antunes e Professor Luís Fernando Batista de Brito (mais conhecido como Babau).
  • 14. 14 Muitos dos profissionais que fazem parte do próprio quadro de professores e funcionários do CMRB são ex-alunos, o que lhes propicia um certo orgulho e favorece a integração. Há um número significativo de professores que trabalham há muitos anos no Colégio, alguns deles tidos como referência na educação municipal. São professores que, a todo tempo, demonstram compromisso com a história que ajudaram a escrever: uma história marcada pela competência, profissionalismo e por relações democráticas e afetivas. A memória oral é uma das fortes marcas do Colégio. São muitas e muitas histórias, algumas lendárias, vividas dentro e fora do espaço escolar, recheadas de muito humor e contadas e recontadas frequentemente na sala dos professores. Atualmente há uma constante queixa saudosista: “o Rui Barbosa não é mais o mesmo...”, como se o “tempo bom” fosse o tempo de outrora. O Colégio traz ainda marcas de conflito, inerente ao processo democrático. Internamente, as reuniões são calorosas, alguns professores defendem suas idéias com muito entusiasmo, consciência política e senso de justiça. Nem sempre é fácil chegar a um consenso, o que ocorre geralmente através do voto e do respeito ao coletivo. Nas relações externas, o Colégio se posiciona como defensor da escola pública, não abrindo mão do que considera direito seu ou da comunidade. Podemos afirmar, enfim, que o CMRB se insere na trajetória da educação do município como um foco de luta e de resistência. O PROCESSO DE CRIAÇÃO O Colégio Rui Barbosa foi adquirido em 1978, no Governo José Bonifácio. Antes de ser municipalizado, já funcionava no local uma escola privada denominada Colégio Rui Barbosa, sucessor da Escola Técnica de Comércio Junqueira Ortiz de Cabo Frio. Em 1980 passou a se chamar Colégio Municipal Rui Barbosa, denominação que perdura até hoje. A aquisição do Colégio deveu-se ao compromisso do então Prefeito com a comunidade em aparelhar a estrutura da educação municipal, onde os alunos da rede pudessem ter garantido a formação educacional desde a alfabetização até ao 2º Grau.
  • 15. 15 HISTÓRICO DA GESTÃO A primeira administração do Colégio esteve a cargo do Prof. Paulo Fernando de Assunção Souza, durante o período de 1978 a 1989. Esta gestão teve como principal meta a consolidação de um colégio diferente dos demais, pois buscava, além da formação intelectual dos educandos, a informação sobre as mais diferentes áreas e o aprimoramento do jovem como cidadão, cônscio de seus direitos e deveres. Tivemos os seguintes gestores, cada qual demonstrando sua visão de gestão e de educação, priorizando ações decorrentes desta visão: - Prof. Lyra: 1990-1993; - Profa. Sheila: 1994-1995; - Profa. Maria Cecília: 1996-1997; - Prof. Roberto (Betinho): 1998-1999; - Profa. Amanda: 2000-200; - Prof. Ronald: 2004-2005; - Profa. Maria Lúcia: 2006-2007; - Profa. Denize: 2008-2009; - Prof. Luiz Carlos: 2010-2011.
  • 16. 16 8- GESTÃO ESCOLAR Para refletirmos sobre a gestão escolar é necessário que analisemos o contexto social em que a escola está inserida. Ao analisarmos os modelos de gestão ao longo dos tempos, podemos perceber que o autoritarismo esteve presente nas relações das escolas, muitas vezes reproduzindo, inconscientemente, ações incorporadas numa formação arbitrária. O exercício do poder talvez seja um dos aspectos mais complicados para a equipe diretiva das escolas. Portanto, é necessário que se discuta, antes de mais nada, sua forma de exercício: a serviço de que e de quem ele se coloca. Hoje, mais do que nunca, é preciso que a escola não perca a sua função social de formar os indivíduos para uma vida digna, trabalhar para sua humanização e emancipação, onde os mesmos possam crescer como pessoa e cidadãos, através do exercício constante de sua participação nas tomadas de decisão. Partindo dessa concepção de escola, o Colégio Municipal Rui Barbosa vem, ao longo de sua história, construindo-se como escola com um perfil de luta no município de Cabo Frio. Lutamos por melhores condições de trabalho e dignidade para o professor, principalmente na década de 80, com enfrentamento de governos autoritários, que não tinham a educação como prioridade. Hoje, o Colégio Rui Barbosa apresenta em perfil de gestão democrática, que se aproxima do modelo que desejamos, fruto de uma luta de professores e alunos para inserir, em 1990, na Lei Orgânica, a Lei para Eleição de Diretores de Escola. Luta iniciada nas discussões em sala de aula e transformada em movimento na busca de uma gestão democrática, com representantes eleitos pela comunidade escolar. Neste ano, a direção indicada demitiu-se e demos início ao processo eleitoral, forçando o Prefeito à época, Ivo Saldanha, a encaminhar a Lei de Direção Escolar para a votação na Câmara Municipal. Essa vitória se deu por acreditarmos que é possível, coletivamente, existirem formas de se buscar a autonomia da escola. Nossa grande tarefa é fazer a escola funcionar pautada num projeto coletivo. Para que essa proposta possa efetivamente acontecer, realizamos permanentemente reuniões e plenárias comunitárias, nas quais professores e comunidade escolar têm a oportunidade de ouvir e expor argumentos, conhecer por dentro a realidade do Colégio, acompanhar o processo e também assumir compromissos. Nossa intenção é garantir que “esses espaços não sejam momentos de recados, cobranças ou ameaças, mas sim espaços de exercício autêntico de diálogo, de poder de
  • 17. 17 decisão, do resgate da condição de sujeitos históricos de transformação, na busca do bem comum no âmbito da escola e de suas relações” (Vasconcellos: 2002: 63). O Colégio Rui Barbosa tem se pautado em características das escolas libertadoras e libertárias, tentando desenvolver nos alunos essa consciência para que os mesmos assumam seu papel de sujeitos históricos e que se sintam protagonistas do seu processo de educação. Como nos alerta Libâneo (2004: 110) E preciso considerar que levar em conta os diferentes significados subjetivos e as características culturais das pessoas nas práticas de organização e gestão da escola não significa excluir os conflitos, as diferentes visões de mundo, os diferentes modos de agir. A cultura organizacional das escolas é algo muito complexo, envolvendo interesses distintos entre pessoas e grupos e diferentes bagagens culturais. Isso constitui um desafio aos diretores, coordenadores pedagógicos e professores, pois para se chegar a definições e decisões em torno dos objetivos comuns, há de se considerar a disputa de interesses, os significados, os valores, as diferenças, assim como as relações de poder externas e internas, Há de se considerar, também, que a escola se insere num contexto sociocultural e político mais amplo, cuja influência na organização escolar é determinante. Entendemos que a construção participativa do Projeto Político-Pedagógico é um grande momento para a escola tentar superar o isolamento, as práticas individualistas e a fragmentação do trabalho. ELEIÇÃO PARA DIRETORES A eleição hoje tem a nomenclatura Consulta à Comunidade, por força de Lei Municipal10. O processo de Consulta acontece a cada 2 (dois) anos, onde é escolhida a equipe de direção: diretor geral, diretor adjunto, dirigentes de turno, que são nomeados para as funções pelo Prefeito. 10 Lei de número 2233 / 2009.
  • 18. 18 9. RELACIONAMENTO DA COMUNIDADE ENTRE SI A função política da escola passa hoje por dois aspectos importantes: a socialização do conhecimento e a construção da cidadania. Para isso, necessariamente, o projeto de gestão deve ser democrático, o que implica no envolvimento direto, participativo e deliberativo da comunidade escolar. Neste sentido, encaramos o desafio permanente de substituir ações isoladas pela construção coletiva. Relacionamo-nos com aproximadamente 800 alunos adolescentes e jovens, público que varia em média de 14 a 18 anos, com seus respectivos responsáveis e em média 90 professores e 30 funcionários. A relação professor-aluno deve acontecer de acordo com os princípios filosóficos e pedagógicos do Colégio, através de práticas que contribuam para a construção de convivência baseada no respeito, na liberdade e na autonomia. A integração entre os alunos dos diferentes turnos é garantida através de várias atividades, tais como as festividades (Chá Literário, Festa Julina, Baile à Fantasia...), os Festivais (de Cinema, de Música...), Campeonatos e, especialmente, através de duas grandes atividades, realizadas alternadamente: a Mostra do Conhecimento Integrado e a Gincana de Integração. O envolvimento dos alunos no processo pedagógico do Colégio é efetivado através da participação dos mesmos nas Plenárias Comunitárias, reuniões extraordinárias e através de seus representantes nos Conselhos de Classe e reuniões do CART. Além disso, há uma participação direta e efetiva dos alunos, via internet, através de e-mail, site do Colégio e Orkut e rede social. Convém destacar que, apesar do estímulo ao resgate do Grêmio, atualmente os alunos não ocuparam este importante espaço democrático dentro da escola. Várias são as formas que utilizamos para garantir, efetivamente, um espaço de convivência democrática, conforme os Princípios Filosóficos do Colégio, mesmo em reuniões calorosas como são, geralmente, as reuniões do CMRB. São os seguintes os espaços onde a comunidade escolar se relaciona e constrói a escola que tem como opção:
  • 19. 19 • AAE (Associação de Apoio à Escola) - As reuniões são realizadas quinzenalmente com a intenção de acompanhar, analisar e deliberar sobre a gestão financeira dos recursos que chegam ao colégio. - Os PDE, vindo da Prefeitura e a verba de merenda, vinda do MEC entram diretamente em contas no Banco Itaú. A verba obtida das vendas na cantina entra diariamente e é depositada em conta própria, também no Banco Itaú. - Durante o ano acontecem outras ações que geram recursos como a Festa Julina e o Baile à Fantasia. - Todo o recurso que chega à escola é acompanhado pela AAE. • CONSELHO FISCAL - Os conselheiros participam permanentemente do movimento financeiro, avaliando a entrada de recursos, o emprego das verbas e emitindo mensalmente parecer sobre os documentos financeiros do Colégio. - O Conselho Fiscal é convocado sempre que se fecha o balancete da utilização da verba mensal enviada pelos governos federal e municipal. • CONSELHO ESCOLAR11 - O Conselho Escolar deve funcionar de maneira permanente, com função e atribuições bem definidas. - O Colegiado Escolar é formado por representantes da direção geral, adjunta, dirigentes (01), inspeção ou secretário escolar (01), supervisão ou coordenação de área (01), orientação educacional (01), professores (01 de cada área), funcionários (01), de alunos / CART (01 de cada turno), alunos / Grêmio (01), responsáveis (01 de cada turno). - As reuniões devem acontecer ordinária e extraordinariamente. • PLENÁRIA COMUNITÁRIA - Atividades com os seguintes objetivos: deliberar assuntos de interesses gerais e oportunizar a participação na construção do projeto político-pedagógico. - Envolve a participação de toda a comunidade escolar (professores, funcionários, alunos e responsáveis), todos com direito a voz e voto, conforme decisão da plenária comunitária realizada em 07/03/09. - As plenárias comunitárias ordinárias serão realizadas bimensalmente e as plenárias extraordinárias acontecerão sempre que necessário. - Os dias de plenárias comunitárias serão considerados letivos, uma vez que se trata de efetivo trabalho escolar, com a presença e participação de alunos. • REUNIÃO PEDAGÓGICO-ADMINISTRATIVA - Atividade com objetivo de discutir assuntos específicos referentes aos aspectos administrativos e pedagógicos. - Envolve a participação apenas de professores (docentes e equipe gestora) e de inspetores de alunos, onde todos têm direito a voz e voto. - As reuniões pedagógico-administrativas ordinárias serão realizadas bimensalmente e as reuniões extraordinárias acontecerão sempre que necessário. - Não serão consideradas atividades letivas, pois não envolve diretamente a participação de alunos. 11 O processo de discussão do Conselho Escolar iniciou-se em 2009, sendo que em 2010 não houve mobilização suficiente, transferindo-se a criação do Conselho Escolar para a primeira Plenária Comunitária do ano de 2011.
  • 20. 20 • CONSELHO REPRESENTATIVO DE PAIS E RESPONSÁVEIS - Início do processo de construção em 2009, sendo continuado em 2010. - Sugestão de composição: 01 ou mais representantes por turma. - Sugestão: Reunião no 1º sábado / mês, mesmo horário do CART. • CONSELHO DE ALUNOS REPRESENTANTES DE TURMA (CART) - Reuniões realizadas em todo primeiro sábado do mês com os alunos representantes de turma, com o objetivo de ouvir as reivindicações dos alunos, repassar informes e tomar decisões junto com a Direção, a respeito de questões do cotidiano escolar. - As reuniões são coordenadas pela Direção e conta com a presença de representante da Orientação Educacional. - O CART, de certa forma, substitui o papel do Grêmio, no sentido da democracia, uma vez que cada turma se faz representar e que cada representante tem direito a voz e voto. • REUNIÃO DE EQUIPE GESTORA - As reuniões de Equipe conta com a participação da direção geral e adjunta, dirigentes dos 3 turnos, orientadores educacionais, supervisão escolar, coordenadores de área e inspeção escolar. - As reuniões têm como pontos básicos de pauta: informes, assuntos pedagógico- educacionais e assuntos administrativos e são coordenadas por um elemento da equipe em sistema de rodízio, com o objetivo principal de exercitar a partilha de poder. - Ordinariamente ocorrem quinzenalmente e, extraordinariamente, sempre que necessário. • REUNIÃO DE DIREÇÃO - Participam dessas reuniões: direção geral, direção adjunta e dirigentes dos 3 turnos. - As reuniões são realizadas quinzenalmente, com os principais objetivos de dar unidade ao trabalho desta equipe e encaminhar questões administrativas específicas. • REUNIÃO SUPERVISÃO-COORDENAÇÃO DE ÁREA - Realizadas quinzenalmente, com o propósito de articular o trabalho, socializar experiências e partilhar decisões, assim como estudar sobre assuntos referentes ao PPP. - Nessas reuniões são planejadas atividades, elaborados esboços de projetos, de acordo com as necessidades. • REUNIÃO ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL - Realizadas quinzenalmente, com o objetivo de articular o trabalho e encaminhar situações específicas, tais como: planejamento do trabalho, análise de situações, etc. • REUNIÃO DE ÁREA - As reuniões são realizadas mensalmente, com 4 horas de duração, em data e horário combinados junto aos professores da Área. - Nessas reuniões são tratados assuntos específicos da Área e referentes ao processo pedagógico como um todo. - O planejamento das reuniões é elaborado pelos Coordenadores de Área, sendo que o estudo e a discussão das temáticas do PPP, assim como outras questões pedagógicas comuns a todos os professores, são combinadas nas reuniões de Supervisão- Coordenação12. 12 Há um acordo interno de que os Coordenadores de Área serão eleitos pelos seus pares, embora não haja esta indicação no Regimento Escolar. Pode concorrer à função de Coordenação tanto o professor estatutário, quanto o professor contratado.
  • 21. 21 • REUNIÃO DE DIREÇÃO COM FUNCIONÁRIOS - São realizadas sempre que necessário, em pequenos grupos ou com o conjunto de profissionais. - No mínimo, deve haver uma reunião com todos os funcionários, a cada semestre, sendo o planejamento desta, de responsabilidade da direção. - Coerente aos Princípios Filosóficos do Colégio, os funcionários são considerados educadores não-docentes. • REUNIÃO DO GRUPO DE PESQUISA DO PPP - As reuniões têm os seguintes objetivos: selecionar materiais; estudar; realizar a pesquisa em todas as suas etapas; planejar e coordenar o momento das Plenárias Comunitárias que trata do PPP; elaborar e encaminhar o texto final após decisões da comunidade escolar nas Plenárias; planejar todo o processo da pesquisa; repassar materiais que devem ser lidos pelos professores e equipe gestora. - O grupo de pesquisa do PPP é composto por representantes de alunos, responsáveis, direção, professores, coordenadores, funcionários administrativos e de apoio, orientadores educacionais e supervisão. - A coordenação dos trabalhos é de responsabilidade da supervisão escolar. • REUNIÃO COM RESPONSÁVEIS - Além das Plenárias Comunitárias, os responsáveis são convidados para reuniões extraordinárias, quando se faz necessário e, ordinárias, no início do ano letivo e após os Conselhos de Classe dos 1º e 2º trimestres. • COMISSÕES PROVISÓRIAS - O CMRB tem como prática formar Comissões para discutir com um grupo menor de pessoas as questões levantadas em Plenárias ou Reuniões. - A partir do estudo da situação, a Comissão deve apresentar os encaminhamentos dados, através de um documento base, de forma a sistematizar a proposta. - Qualquer estudo realizado pelas Comissões deve, antes de seguir sua proposição, ser analisado, emendado, suprimido e aprovado por todos, em Plenárias Comunitárias. - Preferencialmente as Comissões são constituídas por representantes de todos os segmentos da comunidade escolar. Desta forma procuramos, em todos os níveis, pautar nossas relações engajadas na luta por uma efetiva democratização das idéias construídas no coletivo do Colégio.
  • 22. 22 10. ORGANOGRAMA Em Plenária Comunitária do mês de outubro de 2009, foi apresentada pela Equipe Gestora e aceita pela comunidade, uma nova proposta de organização, que expressa melhor a filosofia de gestão atual. Este novo modelo revela um rompimento com relações hierarquizadas e aponta para a participação igualitária. Tem o aluno como ponto de partida e a plenária comunitária como ponto máximo de decisão, deixando em aberto outras possibilidades.
  • 23. 23 11. INCLUSÃO DOS ALUNOS COM DEFICIÊNCIA Adotamos a definição da Convenção da ONU, segundo a qual “pessoas com deficiências são aquelas que têm impedimentos de natureza física, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade com as demais pessoas”. PRINCÍPIOS GERAIS QUANTO À INCLUSÃO Entendemos que a realidade da chamada escola de massa impede o pleno e efetivo trabalho de inclusão, uma vez que, dentre outros problemas, o número excessivo de alunos dificulta o trabalho individualizado. O CMRB se compromete em receber, acolher e dar suporte pedagógico e afetivo aos alunos com deficiência, dentro de suas possibilidades, lembrando que cabe ao poder público a responsabilidade maior pela inclusão. Os princípios filosóficos do Colégio nortearão o relacionamento e o trabalho com os alunos inclusos, especialmente no que diz respeito à igualdade no tratamento. A inclusão será feita de modo “natural”, ou seja, sem supervalorização do trabalho ou do próprio aluno. Nesse caso, os alunos não serão tratados de forma diferenciada, exceto em situações especiais. A inclusão será entendida como uma oportunidade de aprendizagem, seja por parte dos profissionais, seja por parte dos demais alunos da classe. Aprender a respeitar e proteger os direitos e a dignidade das pessoas com deficiência; aprender a conviver com a diferença e romper com os preconceitos e discriminações; aprender a descobrir novas metodologias e novas formas de avaliar, são os principais desafios a serem enfrentados. O acesso e a permanência dos alunos inclusos serão permeados por um trabalho de qualidade, no qual lhes sejam garantidos o acesso e a apropriação dos conhecimentos sistematizados, assim como as vivências de exercício de cidadania, possibilitando-lhe assim o pleno direito à participação e à inclusão na sociedade. PROCESSO DE APRENDIZAGEM E AVALIAÇÃO O aluno incluso, como os demais, será concebido, de acordo com a base epistemológica do CMRB, como sujeito do seu processo de aprendizagem, cabendo ao professor mediar a relação desse sujeito com o objeto do conhecimento, nesse caso, com um olhar diferenciado no sentido de atender as suas necessidades. A avaliação deve seguir o que está previsto no Projeto Político-Pedagógico do Colégio, com possibilidade de elaboração de avaliação diferenciada, quando for o caso.
  • 24. 24 A concepção de avaliação como um ato amoroso, aqui em especial, deve tornar-se uma prática cotidiana, seja em sala de aula, seja fora dela. A adaptação curricular, direito do aluno incluso, será feita pela Supervisão Escolar junto com os professores, no caso do aluno indicado pelo Conselho de Classe. A falta de conhecimento, tanto por parte dos professores, quanto por parte da equipe pedagógica, a respeito da multiplicidade de deficiências, certamente torna-se um complicador para o processo de aprendizagem, mas não pode caracterizar-se como um impedimento para os avanços possíveis. ACOMPANHAMENTO DOS ALUNOS INCLUSOS  Cabe à Direção: - Favorecer o ambiente de inclusão; - Acompanhar o processo de inclusão.  Cabe à Supervisão Escolar: - Orientar os professores quanto à dificuldade dos alunos; - Repassar orientações recebidas da Educação Especial / SEME para professores e Equipe Gestora. - Repassar informações recebidas da Orientação Educacional; - Realizar intervenção pedagógica junto ao professor, quando necessário; - Elaborar adaptação curricular e avaliação diferenciada; - Elaborar o perfil trimestral dos resultados dos alunos inclusos; - Tratar do registro da Inclusão no Projeto Político-Pedagógico do Colégio; - Recorrer à SEME sempre que houver necessidade.  Cabe à Orientação Educacional: - Identificar os alunos com deficiências; - Elaborar quadro-síntese junto à Supervisão; - Solicitar laudo médico ou de outro especialista, quando for o caso; - Atender aos alunos e às suas famílias; - Repassar informações sobre o CPED (Centro Municipal Especializado para Pessoas com Deficiência) aos alunos e famílias; - Acompanhar o desenvolvimento dos alunos inclusos; - Estimular a participação dos alunos nos Projetos do Colégio;  Cabe aos Professores: - Identificar os alunos com deficiências, comunicando à Orientação Educacional; - Pesquisar sobre a deficiência dos alunos, no sentido de se apropriar de conhecimentos que favoreçam a relação pedagógica; - Manter um olhar atento para as questões que cercam os alunos inclusos.  Cabe à equipe de Educação especial da SEME: - Acompanhar o desenvolvimento dos alunos inclusos; - Oferecer suporte técnico; - Fornecer material bibliográfico de apoio e legislação atualizada.
  • 25. 25 12. LIMITES E POSSIBILIDADES DO COLÉGIO LIMITES 1) Espaço físico e recursos - Precariedade de espaço físico para que os alunos possam desenvolver suas aptidões, sejam artísticas, esportivas e intelectuais. - Espaço físico dificultando relacionamento dos alunos entre si, com os professores, direção e a própria atuação dos professores - salas de aula apertadas para o número de alunos - salas quentes - falta de espaço para desenvolver o Projeto de Arte/ Salão de Artes - Falta de salas-ambientes: sala de vídeo, refeitório, laboratórios, quadra poliesportiva - Cantina, biblioteca, laboratório de informática em espaço pequeno, não atendendo às necessidades. - secretaria sem espaço para os arquivos -faltam recursos tecnológicos - material pedagógico insuficiente - apenas um computador na secretaria não atende às necessidades - falta verba adequada para equipar a escola com materiais de artes - falta investimento no colégio - falta merenda - pouca segurança na porta da escola 2) Relacionamento: - Divisão da escola em dois grupos de professores, faltando consenso para não se agredirem tanto. - Falta de abertura de alguns profissionais para ouvir e aceitar opiniões diferentes, raiz que impede o crescimento, o aparecimento do novo. - Falta de sensibilidade de alguns profissionais para melhor relacionamento com os alunos. - Fofoca que “rola” - Falta maior integração entre equipe e professores no estudo de soluções para os problemas. Detém-se a detalhes dos problemas, não chegando a ponto de encaminhar soluções. - Falta de integração, acompanhamento e continuidade no trabalho da secretaria - Falta maior união e entrosamento entre os funcionários da noite. - Falta de colaboração de diversos funcionários. - Falta especificação melhor das funções: “Muita gente mandando ao mesmo tempo” - Relação com os pais, dificuldade em atender o pedido dos pais e alunos. - Pais precisam estar mais presentes - Postura cultural dos pais e da sociedade de pouca importância e influência dos seus papéis na participação das questões educacionais na escola - Falência da educação familiar. 3) Área pedagógica - Aulas sem dinamismo, não compatível com as necessidades do aluno de hoje - Desconsideração de que o alunos do noturno precisam ser tratados diferentes, precisam de outra didática
  • 26. 26 - Alguns professores concursados não dão muita atenção aos alunos, como os professores contratados dão, já que precisam garantir o emprego. - Alguns professores que não explicam muito bem - Quadro de professores não sendo fixo, devido aos contratos - Professores concursados que não dão muita importância à explicação da matéria - Excesso de professores contratados - Falta acompanhamento quanto aos conteúdos programáticos desenvolvidos pelos professores - Falta mais orientação pedagógica - Faltam atividades diversificadas - Dificuldade dos professores na especificação dos conteúdos programáticos nos diários - Prática da Educação Física fora do turno 4) Área administrativa - Excesso de reuniões - Falta de objetividade nas reuniões - Falta supervisão aos alunos que saem de sala e também aos que vão embora - Falta maior divulgação dos projetos que a escola desenvolve - Desrespeito, por parte dos professores, aos prazos na entrega de documentos (diários e outros documentos) solicitados pela secretaria - Descumprimento do Regimento escolar. Uso do Regimento de acordo com conveniências - Falta de projeto político-pedagógico - Submissão da escola a política de contratação de professores sem critérios de qualidade - muitas faltas dos professores às aulas. - Salgados da cantina acabam muito cedo - Alunos não poderem sair do colégio - Proibição de saída no horário do recreio - regras de seleção dos alunos não são mais respeitadas - excesso de alunos, limitar vagas - horário da saída do turno da noite incompatível com alguns horários de ônibus, que já não circulam mais - Horário do intervalo do turno da noite muito pequeno - Falta organização, disciplina e vontade de mudar - forma de organização das atividades (gincana, festival, etc) atrapalha mais do que ajuda - limitação do aluno na exposição de idéias propostas à Direção - Ausência de investimento na formação de qualidade para a equipe e corpo docente - Modo como a ficha dos professores é preenchida - Interferência da SEME, fazendo com que a autonomia que o Colégio possuía deixe a desejar 5) Corpo Discente - Ausência de organização dos alunos através do Grêmio - Falta de pré-requisitos num grande número de alunos, dificultando a aprendizagem - Nível dos alunos abaixando a cada ano -Alunos que chegam ao ensino médio sem base - falta de perspectivas de futuro nos jovens - Aluno é limitado em seu conhecimento mais aprofundado, por falta de laboratórios de pesquisa - potencialidades dos alunos poderiam ser mais exploradas (Ex: área de música)
  • 27. 27 6) Profissionais em geral - Baixa qualificação profissional em todos os setores, em geral - Postura profissional arraigada e despreocupada do funcionário público (perfil cultural) - Descompromisso de alguns profissionais - Desvalorização salarial do professor - Contratação de professores atendendo a solicitações políticas POSSIBILIDADES 1) Posicionamento do Colégio - vontade de crescer - Posicionamento político do Colégio. Escola luta por seus ideais - Espírito de luta dos professores - Processo democrático observado nas relações - Compromisso político de alguns profissionais - Tradição do colégio na formação de cidadania - Envolvimento dos profissionais e alunos com a escola - Afetividade demonstrada nas relações - convívio interno, com os alunos principalmente - Bom relacionamento entre os funcionários - Bom relacionamento entre alunos e professor-aluno - Conhecimento e troca entre alunos e professor-aluno, organização e administração favorecidos pelo espaço físico reduzido - Colégio procura os pais para resolver problemas - Bom grupo de funcionários de apoio - Professores, equipe e alunos se dispõem a participar nas atividades, se empenham ... - Desenvolvimento e qualidades dos projetos - Desenvolvimento de eventos diversos - Projetos desenvolvidos - Desenvolvimento de projetos que integram os alunos - Ser uma escola que atende apenas ao Ensino Médio - Quantitativo de alunos, poucas turmas - Ensino muito bom, o que faz com que a escola tenha relacionamento (“nome”) - Qualidade do ensino muito boa - Ensino bom, bem elogiado na cidade - Melhor escola da cidade - Resgatar o que foi o Rui Barbosa, referência em todos os sentidos e que hoje está caminhando a passos largos para se tornar apenas mais uma escola municipal - compra da casa ao lado para não mudar a escola de lugar - construir o terceiro andar 2) Equipe gestora - Boa qualidade do trabalho da pesquisa gestora - Abertura de entendimento por parte da direção aos problemas dos aprofessores e alunos, passando segurança e demonstrando preocupação, apesar dos impasses - Direção atenciosa e compreensiva com os funcionários - Direção atenciosa com os alunos, pronta para ajudar quando precisa - Direção e dirigente da noite muito boa - Competência da direção - Trabalho realizado pelos coordenadores de área - Inspeção e Supervisão colaboradoras e disponíveis
  • 28. 28 - Boa postura da dirigente de turno da noite - Funcionários da noite muito legais (exceto um), atenciosos - Conselho de Classe - Formação de pequenos grupos de estudo por empatia e interesse de temas - Laboratório desses grupos de estudo, para atuarem e provocarem reversão no quadro atual do colégio - Investimento mensal em encontros com profissionais capacitados para os assuntos problemáticos recorrentes - Acompanhamento e feed-back da atuação de todos os funcionários envolvidos com o colégio direta e indiretamente. 3) Corpo docente - Boa qualidade do trabalho dos professores - Abertura dos professores à discussão - Empenho e esforço dos professores - Professores exemplares - Professores preocupados não apenas com as disciplinas, mas com a formação da cidadania - Profissionais bem qualificados, com boa formação - Grupo de professores que defendem um projeto político para a educação - Método de avaliação e metodologia dos professores favorecem o aluno a estudar - Professores têm boa relação com os alunos dentro e fora da escola - Metodologia de ensino, no geral - Professores ensinam muito bem, ajudam aos alunos -Jeito dos professores explicarem e forma de tratamento com os alunos são ótimas - Atividades dinâmicas - Liberdade que o professor tem com relação à metodologia - Inclusão de disciplinas como Filosofia, Metodologia, Psicologia das Relações Humanas 4) Corpo discente - Nível dos alunos - Alunos (maioria) que trazem uma boa bagagem do ensino Fundamental - Alunos criativos, inteligentes, tocam instrumentos - Alunos gostam de estudar neste colégio - Não há brigas entre os alunos, todos se conhecem ... - Alunos com grandes talentos para serem revelados.
  • 29. 29 13. PRINCÍPIOS FILOSÓFICOS A dimensão filosófica do Projeto Político-Pedagógico diz respeito à dimensão ideológica do Projeto, ao sentido político que é dado à escola, uma vez que esta não é um espaço neutro; isto é, todas as suas ações, conscientemente ou não, têm uma intencionalidade. Os princípios filosóficos dizem respeito à nossa visão de mundo, às concepções mais gerais em relação ao projeto de sociedade que queremos, ao papel da educação e à função social da escola. PRINCÍPIOS NORTEADORES  A realidade do mundo pode mudança - Crença na possibilidade de mudança no mundo, sendo que tal mudança será possível através da ação, da intervenção dos indivíduos. - Visão de mundo de acordo com a perspectiva dialética, de movimento, de possibilidade de mudança, de transformação ou mesmo de ruptura13. - Visão de sujeito histórico, ou seja, entende-se que a história é resultado da ação transformadora do homem no tempo. - O indivíduo é um sujeito mergulhado em um contexto histórico-social concreto, podendo mudar ou conservar a realidade em que vive. Em nosso caso, optamos pela mudança.  Projeto de sociedade que valoriza o ser humano e o coletivo - Sociedade com característica individualista e, conseqüentemente, violenta. Resposta coerente com o modelo econômico e político que temos, ou seja, a sociedade capitalista, que, além da forma de ser da economia, apóia-se em um conjunto de idéias e formas de agir e pensar para justificar esse sistema. - Além da competição, da defesa da propriedade privada e da efemeridade das relações, o individualismo é um dos princípios que sustentam as idéias liberais (gênese do liberalismo clássico). Considera que o indivíduo tem direitos naturais e que deve ser respeitado por possuir aptidões e talentos próprios. Segundo as características citadas 13 Visão aparentemente contraditória com outras apresentadas, onde se observa uma visão de mundo idealista, religiosa e não materialista.
  • 30. 30 anteriormente, a riqueza ou a pobreza dependem da vontade, da capacidade, do mérito de cada um, independente do contexto sócio-econômico-político-cultural. Vencer ou não vencer transforma-se numa “escolha” que depende do indivíduo e não da sociedade em que vive. Podemos considerar como uma das características essenciais do capitalismo, o modelo de sociedade que coloca as relações comerciais, as coisas, no centro da existência humana. - O projeto de sociedade indicado pela comunidade do CMRB é inverso a esta proposta: queremos uma sociedade com oportunidade para todos, democrática, solidária e conscientizada, valores que apontam para uma sociedade que coloca o coletivo como centro, uma sociedade que valoriza o SER e não o TER.  Educação como transformadora da sociedade - Em sua relação com a sociedade, a educação pode ser compreendida como redenção, (papel conservador), como reprodução (papel reprodutor) ou como um meio de transformação (papel transformador) da sociedade, conforme Luckesi (1992). - A comunidade escolar acredita que o CMRB deve contribuir para a mudança da sociedade, porque é uma das suas funções básicas. - Reforçamos que, sozinha, não há possibilidade de a escola efetivar mudanças. A escola é um espaço privilegiado nesse processo, mas não o único espaço. Nesse caso, o Colégio precisa contar com muitos outros parceiros (outras instituições e setores da sociedade, em nível governamental e não-governamental) para realizar ações transformadoras, desde os que se disponibilizam a colaborar com as dificuldades decorrentes da precariedade do espaço físico, até os que se envolvem nas suas lutas por melhorias na educação. - O Colégio precisa refletir e mudar algumas de suas ações, para que haja maior coerência entre o discurso e a prática, entre o que diz e o que faz, principalmente após definir seus princípios filosóficos.  Formação integral do aluno - Opção pela formação integral do aluno. - Definimos como educação integral aquela que visa desenvolver o sujeito em suas múltiplas dimensões: física ou biológica, cognitiva, social, afetiva, inter e intra- relacional, espiritual, técnico-científico-profissional, político-ideológica, cultural e estética, ética e moral..., o que poderia ser resumido na expressão educação onilateral ou educação ominilateral, usada por Marx “para chamar a atenção de que uma práxis
  • 31. 31 educativa revolucionária deveria dar conta de reintegrar as diversas esferas da vida humana que o modo de produção capitalista prima por separar”. (In Princípios da Educação no MST, 1996, p. 8). - Ao sugerir um novo modelo de projeto político-pedagógico para o Ensino Médio, para que os jovens desenvolvam conhecimentos, habilidades cognitivas e comportamentais que lhes permitam trabalhar intelectualmente e pensar praticamente, Kuenser (2007: 58- 59) orienta: “Este novo projeto, portanto, trabalhará o desenvolvimento articulado de conhecimentos, emoções, atitudes e utopias, unificando a razão, mãos e sentimento, na perspectiva da ominilateralidade, ou seja, do desenvolvimento humano em sua integralidade, em substituição à unilateralidade objetivada pelo taylorismo-fordismo”. - A educação onilateral se opõe, portanto, a uma educação unilateral, que se preocupa apenas com uma ou outra das dimensões do ser humano, um lado da pessoa de cada vez, fragmentando o sujeito, o que pode contribuir para a sua alienação. - A educação no CMRB permaneça garantindo o caráter onilateral ou integral, como já tem sido o seu desejo ao longo de sua história. As dimensões ética, emocional, social devem ser compreendidas em sua unicidade. - Coerentes com os referenciais acima, o CMRB deve manter como principais propósitos o desenvolvimento da sensibilidade, a formação ética e de cidadania, o gosto pela reflexão, o amor pela leitura e pela escrita e não apenas que priorize a transmissão de informações. - Reconhecemos a importância da preocupação com a inclusão dos alunos no mundo do trabalho e/ou na universidade. Estamos comprometidos com o futuro de nossos jovens. Queremos formar pessoas aptas para atuar nos diversos campos profissionais, queremos saber de seu sucesso profissional, mas, acima de tudo, queremos contribuir para a formação de pessoas com dignidade humana, responsáveis, cidadãs e felizes. - A preparação para o vestibular é uma conseqüência dessa formação mais ampliada. O vestibular não é um fim do Colégio, é uma conseqüência. O CMRB prepara o aluno também para o vestibular, pois, na formação integral do aluno, o vestibular faz parte do processo. Se o aluno tem boa formação e se ele próprio se compromete com a sua aprendizagem, vai passar em concurso, em vestibular... - Perfil que o aluno do CMRB deveria apresentar ao concluir seus estudos: alunos com consciência de cidadania e com conhecimentos e vivências, ou seja, experiências vivenciadas no Colégio (de participação, de autonomia, de democracia etc. - Consciência de cidadania não apenas como consciência de direitos e deveres, mas consciência de cidadania participativa, compromissada com o coletivo.
  • 32. 32 - Para formar o aluno com o perfil acima, os professores devem ter compromisso com a formação integral do aluno.  A escola é laica - De acordo com alguns professores, uma das dificuldades que vêm sendo enfrentadas é a aceitação do conhecimento científico, por parte de alguns alunos, devido acreditarem que este conhecimento se contrapõe aos seus conhecimentos religiosos, entendidos como verdades absolutas. - Como sabemos, os fenômenos que acontecem no mundo podem ser explicados através de diferentes tipos de conhecimento: senso comum ou popular, religioso, filosófico, científico. - O resultado da pesquisa com a comunidade escolar revela que apenas o grupo de professores indica, em sua maioria, a razão, os conhecimentos científicos para explicar os fenômenos. Os demais explicam o que acontece no mundo de forma religiosa. - Reforçamos o aspecto legal: a escola pública é laica, ou seja, não religiosa, está fora do âmbito religioso. - O Colégio deve respeitar todas as crenças e religiões e trabalhar com os valores humanos universais. Deve valorizar o conhecimento científico na explicação dos fenômenos.  Gestão democrática A gestão democrática é um princípio essencial à própria construção do PPP, uma vez que este exige o envolvimento de toda a comunidade escolar. A gestão democrática abrange as dimensões pedagógicas, administrativas e financeiras. Exige uma ruptura na prática administrativa não-participativa da escola, com enfrentamento de problemas históricos. Entende a escola pública como lugar do debate e do diálogo fundados na reflexão coletiva. Inclui, necessariamente, a ampla participação dos representantes dos diferentes segmentos da escola nas decisões e ações administrativas e pedagógicas. - “A participação mais ampla assegura a transparência nas decisões, fortalece as pressões para que sejam legítimas, garante o controle sobre os acordos estabelecidos e, sobretudo, contribui para que sejam contempladas questões que de outra forma não estariam em cogitação”. (Marques apud Veiga, 1997, p. 18).
  • 33. 33 - A gestão democrática implica o repensar da estrutura de poder da escola. Teremos uma nova lógica de poder: o poder compartilhado, que propicia a prática da participação coletiva; o poder solidário, que atenua o individualismo e supera a opressão. - A gestão democrática reforça a autonomia da escola, atenuando “a dependência de órgãos intermediários que elaboram políticas educacionais das quais a escola é mera executora”. (Veiga, 1997, p. 18). - A direção do CMRB deve ter como prática planejar e organizar suas ações, respeitando sempre as decisões coletivas. - O planejamento participativo é uma prática da direção que deve ser mantida, buscando ampliar a participação direta de representantes dos diversos segmentos do Colégio. - Acreditamos que o compromisso com o espaço público e o espírito de cooperação podem contribuir para resolver as lacunas e imprevistos geradores de desorganização, ocasionados muitas vezes pela dinâmica acelerada do cotidiano escolar. - Os funcionários escolares não docentes (serventes, inspetores de alunos, auxiliares de secretaria) são considerados também como educadores. - Em favor de um ambiente de aprendizagens colaborativas e interativas, todos os integrantes do CMRB devem ser respeitados como protagonistas do processo educativo. - Queremos romper de vez com o véu do preconceito histórico com os funcionários escolares, muitas vezes vistos por eles mesmos apenas como tarefeiros ou trabalhadores braçais, incompetentes para o desenvolvimento de ações educativas. Para isso, propõe- se um trabalho de formação continuada e em serviço. - Há necessidade de aproximar a relação do Colégio com as famílias. É desafio, portanto, buscar estratégias alternativas para construir uma participação mais efetiva das famílias e, inclusive, resgatar a relação com a comunidade local (vizinhança). - Principais ações sugeridas para melhorar tal aproximação: adequar os dias e os horários de reuniões de acordo com a disponibilidade dos responsáveis e envolver mais os pais nas decisões. A QUESTÃO DOS VALORES O resultado apresentado na pesquisa destaca os valores respeito, disciplina, atitude democrática, liberdade de expressão e responsabilidade, remetendo-nos a um entendimento sobre o comportamento ético no espaço público, assim como ao comprometimento com as diretrizes filosóficas construídas pelo coletivo do Colégio.
  • 34. 34 14. BASE EPISTEMOLÓGICA EPISTEMOLOGA - A função social da escola é reproduzir / reconstruir os conhecimentos que foram acumulados ao longo dos tempos pelas sociedades, assim como produzir / construir novos conhecimentos. - Se a questão central da escola é o conhecimento, necessariamente precisamos definir a base epistemológica, que dará sustentação à metodologia e à avaliação. - Epistemologia, termo nem sempre presente no cotidiano escolar, é a teoria da ciência, a teoria do conhecimento e da metodologia. (episteme = ciência, conhecimento; logia = estudo, teoria). - Como existe uma multiplicidade de visões sobre a ciência, há também várias teorias epistemológicas. CIÊNCIA - De forma sintética, podemos destacar duas visões de ciência: 1) positivista: a ciência é uma verdade absoluta, pronta, acabada, inquestionável, definitiva, porque já foi comprovada. 2) dialética: a ciência é uma verdade relativa, que pode ser reconstruída, porque é histórica. Sendo assim, a ciência não é neutra, pois toda ciência traz consigo interesses e visões de mundo. - Nossa concepção: a ciência não é neutra; deve servir como instrumento de compreensão e intervenção na realidade; é uma verdade relativa CONHECIMENTO - O conhecimento veio se constituindo de diferentes formas. 1) Sociedades Primitivas: Predomina o medo e a “ignorância” por não saberem o significado das coisas. Para explicar alguns fenômenos, criam seus deuses. O saber era repassado através de mitos e alegorias. Surgem os bruxos e feiticeiros. 2)Antiguidade (Oriental e Pré-Colombianas / Clássica: Grécia e Roma): Os feiticeiros transformam-se em sacerdotes, aliados aos reis e faraós. Surgem, na Grécia, os primeiros pensadores, que procuram explicações lógicas para os fenômenos. A Filosofia começa, então, a partir das críticas às crenças religiosas.
  • 35. 35 3) Época Medieval: Teo (=Deus) é a grande fonte de luz que explica o mundo. O conhecimento está concentrado nas mãos da Igreja, a quem cabia decidir o que era ou não “verdade”. 4) Modernidade: A chamada modernidade desloca o centro explicativo da natureza, do mundo, da sociedade do SER para o HOMEM. O homem, com sua razão, se coloca no lugar do poder divino. Temos a chegada da ciência, que passa a oferecer os meios técnicos para que o homem se converta em senhor e possuidor da natureza. Essa revolução separa radicalmente o saber científico dos saberes filosófico e teológico, considerados não científicos. Como consequência dessa reviravolta ocorre a separação dos saberes. Quanto mais a ciência avança, mais se especifica, mais se especializa, mais se fragmenta. Diante da multiplicidade de visões sobre a ciência, nasce, então, a epistemologia. O pensamento moderno se reflete na escola até hoje: os conhecimentos são entendidos e trabalhados de forma fragmentada, os conteúdos divididos em disciplinas, o professor e o aluno vistos como transmissor e receptor desses conteúdos. Assim, destacamos os seguintes tipos de conhecimento: 1) Mitológico: conhecimento baseado na tradição, na oralidade. 2) Religioso: conhecimento dogmático; explica os fenômenos através da fé. 3) Filosófico: conhecimento produzido a partir da reflexão, da crítica. 4) Científico: conhecimento comprovado através de pesquisas, do estudo criterioso das causas e justificativas do fenômeno. É crítico, rigoroso, segue um método. 5) Vulgar ou senso comum: conhecimento possível a todo ser humano, adquirido com as experiências de vida. - O conhecimento filosófico “anda de mãos dadas” com o científico: um indaga, questiona sobre os fenômenos e o outro responde, buscando comprovar. - Na escola, permanentemente estes tipos de conhecimentos entram em conflito: senso comum X conhecimento científico; senso comum X conhecimento filosófico; conhecimento religioso X conhecimento científico. - Nossa concepção: embora os demais tipos de conhecimento perpassem o seu cotidiano, a escola tem como principal tarefa democratizar os conhecimentos científicos, garantindo uma cultura de base para todas as crianças e jovens. - O conhecimento científico desenvolvido na escola deve ajudar o aluno a ir além do conhecimento que ele adquiriu em suas vivências, como também deve levar a uma visão crítica da realidade.
  • 36. 36 Detivemo-nos em três teorias do conhecimento: 1) Inatismo: O conhecimento é anterior à experiência. O indivíduo depende de seu grau de maturidade para aprender. As capacidades são pré-determinadas. A inteligência, a capacidade de raciocinar são inatas e se desenvolvem graças ao processo de maturação. Coloca a força no fator interno; o ambiente interfere o mínimo. O homem já nasce pronto, em função da sua bagagem hereditária. 2) Empirismo: O conhecimento é externo ao sujeito, vem de uma informação sensorial, é transmitido do exterior para o interior do indivíduo. Unidade básica = E-R (estímulo- resposta). Sujeito = nada tem, nada sabe, é uma “tabula rasa”. O sujeito aprende com as experiências. Coloca a força no fator externo; o ambiente é mais importante do que a maturação biológica. 3) Interacionismo / Sociointeracionismo: O conhecimento é resultado da ação que se passa entre o sujeito e um objeto, ou seja, é produzido na interação entre sujeito e objeto. A capacidade de raciocinar é construída gradativamente, durante o desenvolvimento do sujeito, que elabora seu próprio modelo de mundo. No movimento de conhecer, o sujeito se modifica na relação com o meio cultural, que por ele também é modificado; o sujeito é social, criador e recriador de cultura (= sociointeracionismo).. Adeptos: Piaget, Vygotsky, Gramsci, Paulo Freire. - Nossa opção: teoria interacionista/sociointeracionista, que, na verdade contempla e integra as visões reducionistas das correntes teóricas anteriores (inatismo e empirismo). ENSINO - Durante muito tempo a pedagogia focou o processo de ensino-aprendizagem no professor, supondo que assim estaria valorizando o conhecimento. O ensino tomou lugar central e o processo de aprendizagem ficou em segundo plano. Como conseqüência formamos sujeitos não habituados a participar, a ponto de preferir receber coisas prontas, ao invés de construí-las. - Hoje, ao contrário, sabe-se que o processo de ensino deve dialogar com o de aprendizagem, pois, sem aprendizagem o ensino não se realiza. “Não há docência, sem discência”, como nos indica Paulo Freire, em sua Pedagogia da Autonomia. - Como, enfim, o professor deve ensinar? Opção pelo caminho da construção do conhecimento e não o da simples reprodução, ou seja, reforçam a teoria interacionista. - O professor deve ser um incentivador da autonomia científica dos alunos, orientando- os a pesquisar, a estudar, a criar... - O professor também é um aprendiz, ou seja, ele também aprende durante o processo
  • 37. 37 - O professor é um mediador, ou seja, estabelece a ponte entre o conhecimento que o aluno traz e o conhecimento científico. - O professor deve provocar a reflexão e o debate fundamentado em pesquisa e estudo. APRENDIZAGEM - Como o aluno aprende? Respostas mais freqüente: buscando novas informações, pesquisando, investigando, atualizando-se, interagindo com o mundo; participando das aulas, dando opiniões baseadas em pesquisas; estabelecendo relações entre o conhecimento que ele já possui e o conhecimento científico. - Papel do aluno no processo de ensino-aprendizagem: o aluno deve produzir conhecimento e não apenas reproduzir; deve comprometer-se com sua aprendizagem; deve ser protagonista, isto é, sujeito ativo, que usa suas experiências e seus conhecimentos para resolver as situações. - Boas situações de aprendizagem são aquelas que partem de situações reais, ou seja, de problemas que permitam o desenvolvimento de aprendizagens significativas. Se uma aprendizagem não for significativa, sua aquisição poderá ficar comprometida. “Significativa porque expressa a categoria da paixão: deixar-se, como sujeito a ser atravessado por um objeto; por isso, estar envolvido, interessado, ativo, em tudo que corresponde a sua assimilação”. (ENEM, 2005, p. 25). - A aprendizagem significativa traz em si uma força política, pois ajuda o aluno a ler a realidade e possibilita que ele faça / refaça a sua própria história. Contribui, enfim, para que o aluno faça a passagem de um nível de consciência ingênua para o estágio de consciência crítica. - Possíveis causas da não aprendizagem: falta de concentração, disciplina, atenção, de troca com colegas e professores. CONTEÚDOS - Os chamados de conteúdos de ensino ocupam lugar de relevância na vida escolar, porém, nem sempre são entendidos numa relação direta com a epistemologia. - Encontrarmos escolas preocupadas com a listagem de conteúdos a serem trabalhados nas respectivas disciplinas, sem antes ter definido as concepções de ciência, de conhecimento, de ensino, de aprendizagem. - Nossa concepção: conteúdos são conhecimentos e experiências que se leva da escola para a vida e da vida para a escola.
  • 38. 38 - Para selecionar os conteúdos, o professor deve considerar, prioritariamente, aqueles que são fundamentais para a compreensão do mundo e aqueles que vão cair no vestibular e nos concursos. INTERDISCIPLINARIDADE E TRANSDISCIPLINARIDADE - O conhecimento é interdisciplinar, ou seja, não é construído de forma fragmentada, mas sim na interação entre as diversas áreas do conhecimento. - A partir da década de 60, a interdisciplinaridade se manifesta, através da consciência cada vez mais clara de que a fragmentação e a consequente dissociação da teoria com a prática, vêm fazendo com que o homem se encontre despreparado para enfrentar os problemas que exigem uma visão globalizada da realidade. (Luck, 2004, p. 13-14). - A interdisciplinaridade está indicada nas Diretrizes Curriculares do Ensino Médio (2008). “A interdisciplinaridade, nas suas variadas formas, partirá do princípio de que todo conhecimento mantém um diálogo permanente com outros conhecimentos (...)”. - Experiência transdisciplinar no CMRB: Tema Integrador. Síntese dos paradigmas do conhecimento, de acordo com as perspectivas de reprodução e construção, para melhor visualização dos resultados de nossos estudos. REPRODUÇÃO PRODUÇÃO FOCO NO ENSINO FOCO NA APRENDIZAGEM CONHECIMENTO Verdade absoluta, pronta, Provisório e relativo; base histórica, acabada. Leva à alienação. interdisciplinar. Leva à visão crítica. ENSINO Reprodução de conceitos; Produção de conhecimento; processo acúmulo quantitativo de dinâmico. informações. APRENDIZAGEM É externa ao sujeito; depende É resultado da interação sujeito- das capacidades inatas. objeto; construído a partir de hipóteses, daí a importância do erro. PROFESSOR Papel principal, centro do Mediador; problematizador; processo; transmissor de orientador, organizador de situações- conhecimentos; aula expositiva; problema; estimula o aluno a levantar apelo à memorização, ao hipóteses; “animador de inteligência”. treinamento, à repetição. ALUNO Sujeito dependente, passivo, Protagonista; sujeito ativo; centro do alienado; aprende sem intervir; processo educativo; construtor de mero reprodutor; deve treinar conhecimento; pesquisador. bastante para fixar o que aprendeu. CONTEÚDOS Fatos e informações isoladas; Conhecimentos e experiências são selecionados apenas pelo fundamentais para intervenção no professor; seguem a uma mundo; são significativos; dependem sequenciação rígida; são parte de do processo de aprendizagem. um programa a ser necessariamente cumprido.
  • 39. 39 PRINCÍPIOS EPISTEMOLÓGICOS - Toda ação do professor se baseia em teorias, mesmo quando ele não tem consciência delas. - A ciência é uma “verdade” relativa, histórica, pode ser reconstruída (concepção dialética). - Diferentes tipos de conhecimento perpassam o cotidiano escolar, mas a grande finalidade da escola é construir / reconstruir o conhecimento científico, de forma crítica e reflexiva, ou seja, aliado ao conhecimento filosófico. - O conhecimento é entendido numa perspectiva inter e transdisciplinar. - Opção pela teoria interacionista / sociointeracionista: o conhecimento constitui-se na ação e interação do sujeito com o mundo, ou seja, é uma construção histórica e social.. - O conhecimento não provém somente dos objetos externos, nem somente do sujeito, mas da interação entre sujeito e objeto. - Quebra de paradigma: foco na produção do conhecimento e não mais na simples reprodução. - O ensino é um processo dinâmico, que envolve situações problematizadoras. - A aprendizagem é construída através de hipóteses levantadas pelo aluno. - O erro é interpretado como algo inerente ao processo de aprendizagem. - Ênfase na aprendizagem por compreensão: formação de conceitos mediante operação intelectual, não por associação. - Busca permanente da aprendizagem significativa. - O professor tem um papel importante, mas não central, na construção do conhecimento. É um mediador, um problematizador. O aluno é o protagonista do processo. - A aprendizagem depende da consciência do “querer aprender”. - Conteúdos são conhecimentos e experiências que se leva da vida para a escola e da escola para a vida. - Os conteúdos selecionados devem ser fundamentais para a intervenção no mundo. - As Salas de Informática e de Leitura são importantes espaços facilitadores da aprendizagem.
  • 40. 40 15. METODOLOGIA DA CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO BREVE HISTÓRICO DA METODOLOGIA DE ENSINO 1) Escola Tradicional - Exposição verbal - Repetição de conceitos - Memorização 2) Escola Nova - Aprender fazendo - Experiências - Pesquisa - Trabalho em grupo 3) Escola Tecnicista - Supervalorização da técnica e dos recursos - Tecnologia educacional - Organização eficiente 4) Pedagogia Libertadora - Relação dialógica - Compreensão, reflexão, crítica - Grupo de discussão - Problematização - Contra a educação “bancária” 5) Pedagogia Libertária - Vivência grupal - Autogestão - Negação de toda forma de repressão e autoritarismo - Autonomia crescente - Vivências democráticas – aprendizagem na escola - Discussão coletiva, assembléia, plenária, grêmio estudantil... 6) Pedagogia Crítico-Social dos Conteúdos - Resgate dos conteúdos - Saber articulado à realidade - Aplicação crítica - Metodologia dialética - Professor mediador - Pesquisa - Exposição dialogada CONCEPÇÕES - Entendemos como metodologia, em seu sentido geral, o conjunto de ações, condições e procedimentos usados intencionalmente para que os objetivos sejam alcançados. - Metodologia = caminho a seguir para se alcançar um fim, diferenciando-se do método de ensino, que possui uma visão mais unilateral e restrita do processo pedagógico.
  • 41. 41 - Em nosso caso, substituímos a expressão metodologia de ensino por metodologia da construção do conhecimento, uma vez que o foco do processo de ensino-aprendizagem foi invertido (foco na aprendizagem e não no ensino). - De acordo com os resultados da pesquisa, não há uma tendência única direcionando o trabalho dos professores do CMRB. Há indícios de que até o mesmo professor recorre a mais de uma das tendências pedagógicas acima descritas. Reforçamos que o professor tem autonomia em sua opção metodológica e na utilização dos recursos mais coerentes com seus objetivos, desde que esta opção esteja de acordo com a filosofia do Colégio e com os princípios epistemológicos. - A metodologia utilizada em sala de aula poderá servir como instrumento de mudança ou de conservação da realidade social. Em nosso caso, a metodologia proposta deve refletir a visão transformadora da sociedade, explicitada nos princípios filosóficos. - O caminho percorrido pelo professor deve ser permanentemente refletido, analisado e redefinido, quando necessário. - Sempre que possível, os alunos devem participar do planejamento metodológico, após um trabalho de conscientização com os mesmos. TIPOS - Adotamos a classificação de metodologia do autor Celso Vasconcellos (1992): 1) Metodologia expositiva: baseada na compreensão de ensino como transmissão / reprodução do conhecimento. 2) Metodologia dialética: baseada na concepção de ensino como construção / produção do conhecimento pelo sujeito, na sua relação com os outros e com o mundo. - Tomamos como referência a segunda concepção, em função de nossa base epistemológica. - A metodologia dialética pressupõe 3 momentos na construção do conhecimento: síncrese, análise e síntese, movimentos que vão da ação à compreensão e da compreensão à ação, buscando a permanente articulação da teoria com a prática. - Algumas propostas metodológicas que se sustentam na concepção de construção do conhecimento pelo sujeito. 1) Metodologia da problematização - Dirigida por etapas distintas e encadeadas a partir de um problema detectado. - A finalidade maior é promover, através do estudo, uma transformação, mesmo que pequena, naquela parcela da realidade.
  • 42. 42 - Diferencia-se pela sua fundamentação teórica, que se baseia na concepção histórico- crítica de educação. - Propõe um tipo de ensino cujas características principais são a problematização da realidade e a busca de soluções de problemas detectados, possibilitando assim o desenvolvimento do raciocínio crítico do aluno. - Da realidade extrai-se o problema; sobre o problema é realizado o estudo, a investigação e toda uma discussão sobre os dados obtidos e, por fim, volta-se para a mesma realidade, com ações que a possam transformar em algum grau. 2) Metodologia desenvolvida a partir de um tema gerador - O tema gerador é o verdadeiro fio condutor das atividades e o organizador dos conteúdos, que se tornam significativos (com real valor e função social) pois estão contextualizados, são adquiridos para alguma finalidade concreta e em função de um objetivo claro para o aluno. - Esta metodologia é um caminho para se conhecer, compreender e intervir criticamente na realidade estudada. Pressupõe uma forma de trabalho que acredita no crescimento do indivíduo no grupo, na discussão, na problematização, na pergunta, no conflito, na participação e na disponibilidade como forma de apropriação, construção e reconstrução do saber. - O tema pode ser proposto pelo professor, detectado pelo grupo ou até mesmo sugerido por um dos alunos. - Os temas podem ser cíclicos - quando surgem de datas ou festividades consagradas nacionalmente ou eventos que ocorram eventualmente – ou contextualizados – quando detectados a partir da observação da realidade local ou mais ampla. 3) Metodologia de projeto14 - O envolvimento dos alunos é a característica-chave: os alunos são co-responsáveis pelo trabalho, devendo mostrar responsabilidade e autonomia. - O problema a resolver é também uma característica fundamental: o problema não é independente do contexto sociocultural e os alunos devem procurar construir respostas pessoais e originais, não se trata de mera reprodução de conteúdos. - A problematização é o ponto de partida, o momento detonador do projeto. Nessa etapa, os alunos irão expressar suas idéias, crenças, conhecimentos sobre o problema em questão. O professor detecta o que os alunos já sabem e o que ainda não sabem. 14 No CMRB, há um material específico, que apresenta orientações básicas para a elaboração de Projeto Pedagógico.
  • 43. 43 - O desenvolvimento é o momento em que se criam as estratégias para buscar respostas às questões e hipóteses levantadas na problematização. A ação do aluno é fundamental. O professor precisa criar oportunidades de: saídas do espaço escolar; organização de pequenos e/ou grandes grupos; uso da biblioteca; vinda de pessoas convidadas à escola, etc. Os alunos devem utilizar todo o conhecimento que têm sobre o tema e se defrontar com conflitos que os levarão ao desequilíbrio de suas hipóteses iniciais. - No momento da síntese, as convicções iniciais vão sendo superadas e outras mais complexas vão sendo construídas. TÉCNICAS OU PROCEDIMENTOS - A técnica (= a forma) não pode prevalecer ao conteúdo. - A prioridade absoluta deve ser para atividades que envolvam leitura e escrita. - Preferencialmente as técnicas ou procedimentos devem ser planejadas coletivamente pelos professores, por ocasião da elaboração do planejamento anual, ou outro momento. - Técnicas ou procedimentos 15: 1) Pesquisa (prioridade, foco da metodologia) 2) Exposição dialogada (no lugar da exposição verbal); 3) Seminário; 4) Leitura e produção de texto; 5) Discussão temática; 6) Debate (sempre a partir de estudo); 7) Exploração de filme; 8) Problematização de questões atuais; 9) Leitura de livros complementares ao conteúdo; 10)Trabalho em grupo; 11) Roda de leitura em sala de aula; 12) Palestra com convidados; 13) Aula na sala de informática; 14) Oficinas; 15) Estudo de caso. A PESQUISA COMO FOCO METODOLÓGICO16 - Só existe ciência / conhecimento científico com pesquisa. - A pesquisa será tomada como ponto de partida do trabalho do aluno, do professor e da equipe gestora: aluno-pesquisador; professor-pesquisador... 15 Estas técnicas correspondem às mais utilizadas pelos professores do CMRB, conforme indicado na pesquisa do PPP. No PPP Versão Integral / Volume 2 e no manual de Orientações para a Apresentação de Trabalho Escolar, consta a descrição dessas e de outras técnicas. 16 Todo o detalhamento sobre Pesquisa (definições, tipos, instrumentos, etc) encontra-se no manual de Orientações para a Apresentação de Trabalho Escolar e no Volume 2 do PPP.
  • 44. 44 - Aluno-pesquisador: investiga; busca; analisa; seleciona informações; conclui; não apenas reproduz, mas produz novos conhecimentos. - Professor-pesquisador: busca e analisa; não apenas reproduz, mas produz novos conhecimentos; reflete sobre sua ação; cria teorias; se atualiza permanentemente. RECURSOS - Uso de diferentes recursos mobilizadores da aprendizagem, tais como: DVD; datashow; slides; transparências; jogos didáticos; cartazes; retro-projetor; gravuras; etc. - Atenção para os cuidados necessários na utilização dos recursos, inclusive com o exagero (excesso) nessa utilização. - Utilização dos procedimentos e recursos disponíveis na Sala de Leitura e Sala de Informática. PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS DO CMRB - Coerência entre opção metodológica, base epistemológica e filosofia do Colégio. - Metodologia como instrumento de mudança social e não de conservação. - Garantia da metodologia dialética: . Síncrese, análise e síntese; . Da ação à compreensão e da compreensão à ação; . Unidade teoria-prática. - O professor tem autonomia, mas não pode ferir os princípios do PPP. - A técnica (forma) não pode prevalecer ao conteúdo. - Preferência ao planejamento coletivo. - Inclusão dos alunos na opção metodológica, após trabalho de conscientização. - Só existe ciência / conhecimento científico com pesquisa. - A pesquisa será tomada como ponto de partida do trabalho do aluno, do professor e da equipe gestora: aluno-pesquisador; professor-pesquisador. - Aluno-pesquisador: investiga; busca; analisa; seleciona informações; conclui; não apenas reproduz, mas produz novos conhecimentos. - Professor-pesquisador: busca e analisa; não apenas reproduz, mas produz novos conhecimentos; reflete sobre sua ação; cria teorias; se atualiza permanentemente. - Uso de diferentes procedimentos e recursos mobilizadores da aprendizagem. Utilização dos procedimentos e recursos disponíveis nas Salas de Leitura e de Informática. - Prioridade absoluta a atividades que envolvam leitura e escrita.
  • 45. 45 16. SISTEMA DE AVALIAÇÃO CONCEPÇÕES - Tudo que está ligado a uma nova forma de avaliar está ligado a uma nova forma de ver a escola. - Para colocar em prática as propostas indicadas ao longo do processo de construção do PPP, necessitamos de um modelo de escola de tempo integral. Esta deve continuar sendo uma das nossas lutas permanentes. - Falar de avaliação é, sobretudo, falar de objetivos, desde os mais amplos, aqui chamados de objetivos educacionais, referentes aos princípios filosóficos, até os denominados objetivos específicos, incluídos no plano anual do professor. - A função diagnóstica da avaliação, tratada por Luckesi (1998) é ressaltada nos resultados. O objetivo da avaliação não é simplesmente verificar se o aluno aprendeu ou não, mas conhecer, determinar as causas da não-aprendizagem para nelas interferir. Diagnóstico não é só levantamento de dados, é reorientação a partir de. A avaliação serve, portanto, para que alunos e professores possam refletir sobre o processo de ensino e aprendizagem e melhor compreender a realidade. - Avaliação como prática de investigação: pressupõe a interrogação constante, exigindo dos professores que “se tornem cada dia mais capazes de investigar sua própria prática para formular „respostas possíveis‟ aos problemas urgentes, entendendo que sempre podem ser aperfeiçoadas”. - Avaliação democrática: imersa numa pedagogia inclusiva. Embora os conceitos de avaliação seletiva, classificatória e hierarquizada e as práticas deles decorrentes sejam criticados, ainda predomina em nossa sociedade uma escola que seleciona, classifica e hierarquiza saberes e pessoas. - Dar voz a todos os envolvidos no processo de avaliação é um dos primeiros passos a serem dados. Para isso, no CMRB, além dos alunos serem avaliados pelos professores individualmente, no momento do Conselho de Classe, são analisados pelo coletivo de professores, incluindo aí a equipe gestora. - A avaliação é de responsabilidade do coletivo escolar e se traduz na interação dos sujeitos participantes, no acompanhamento e no reconhecimento de seus avanços e limites. - Avaliação como processo de negociação: decorrente das ações assumidas pelos profissionais, alunos e suas famílias, “que analisam sugestões, apresentam soluções, discutem responsabilidades e procedem aos encaminhamentos necessários”. O caminho