SlideShare una empresa de Scribd logo
1 de 5
Coletivo Alternativa Verde CAVE
RELATÓRIO ETNOLÓGICO A RESPEITO DE IMPACTO
DA   MINERAÇÃO  DE   CASCALHO   NA ÁREA DO
ALDEAMENTO GUARANI DO RIO BRANCO
As comunidades tradicionais têm como base de organização
uma estreita relação com o ambiente, esta relação é
principalmente    não     predatória,    e    baseada    na
sustentabilidade (no sentido mais profundo desta palavra);
ou   seja,  as   relações   sócio-culturais,  ou   mesmo  a
sobrevivência física do grupo, depende de sua capacidade de
se relacionar equilibradamente com o ambiente, deste
retirar o que é necessário e ao mesmo tempo preservar o seu
território.
A nossa sociedade não possui uma visão, um parâmetro, do
que é o mundo indígena, pois o nosso paradigma de
existência, é mediado apenas pela idéia de lucro, o qual
vem gerando uma profunda crise ecológica mundial. Nossos
modelos de produção se baseiam principalmente numa forma de
exploração, visando o interesse do mercado; isto é, um
único produto explorado até a exaustão e em um determinado
território   (monoculturas,   lavra   de   minérios,   etc),
favorecendo uma forma de vida individualista e consumista.
     Em contraposição, a produção tradicional sempre visará
a sobrevivência do grupo e a preservação de sua área. Pois
utilizará um território maior, onde vários produtos serão
utilizados de forma sazonal e em rodízio, por exemplo: um
determinado território fornecerá a caça, o outro a
horticultura, o outro ainda a coleta, nunca até a exaustão,
pois há uma grande preocupação nesta visão de mundo
indígena, no equilíbrio de todas as partes do território e
da relação deste com a comunidade, temos então um método
coerente na utilização dos recursos naturais, baseado num
conhecimento milenar da observação dos fenômenos naturais
e, portanto, científico.
Nos causa estranheza como em um momento da história da
humanidade em que o discurso da sustentabilidade, e do
respeito ao conhecimento tradicional se torna ponta de
lança do conceito de modernidade, nossos órgãos públicos
vão à contramão disto tudo, autorizando empreendimentos
altamente impactantes, como o que está ocorrendo nos
arredores do Parque Estadual da Serra do Mar e na área de
entorno do aldeamento indígena Guarani do Rio Branco em
Itanhaém, aonde milhares de toneladas de cascalho vem sendo
retiradas das margens do Rio Branco, desde 1999, graças a
uma licença nº-821.504/1999 cedida pelo DNPM – Departamento
Nacional de Produção Mineral, 2. º Distrito/SP.
     Tal autorização fere duplamente as nossas maiores
riquezas, ou seja, a diversidade biológica e cultural, e, é
se contrapondo a tal empreendimento e a irresponsabilidade,
que significam autorizações cedidas, sabe-se lá por quais
critérios, que escrevemos o presente texto, todos os
argumentos utilizados acima tem por fundamento trabalhos
desenvolvidos por muitos etnólogos, inclusive na própria
comunidade do Rio Branco, uma das poucas áreas ainda
preservadas da Serra do Mar, justamente pela permanência da
população   guarani   em   tal  região,   que   está  sendo
profundamente atingida por este empreendimento.
     Os Guaranis compõe uma etnia indígena, que por muito
tempo ocupou uma vasta área da mata Atlântica, e, é parte
de sua vivência cultural a perambulação e a reciprocidade,
ou seja, em suas caminhadas os Guaranis vivenciam sua
relação sócio-cultural e de sobrevivência, em uma troca
igualitária com o seu território. É exatamente esta
perambulação, que permite a preservação das áreas em que
estes se encontram. Caminhando os guaranis plantam, caçam,
pescam e protegem o seu território, é por isto mesmo, e não
por nenhuma coincidência, que este povo se encontra nas
últimas áreas preservadas da Mata Atlântica. Onde há
populações tradicionais, há maior chance de haver Mata
preservada, a não ser que os “civilizados” interfiram.
     Após 500 anos de contato e de massacre desta população
e ainda, de uma destruição sem precedentes da Mata
Atlântica, este povo viu seu espaço cada vez ser mais
reduzido. Atualmente pouquíssimos aldeamentos possuem uma
área possível de perambulação. O aldeamento do Rio Branco é
um destes.
     A preservação da área do Rio Branco e de seu entorno é,
portanto, imprescindível para a sobrevivência da população
Guarani e daquele território da Mata Atlântica.
     O empreendedor usa como argumento em sua defesa que a
lavra de cascalho ocorre fora da área do aldeamento
guarani. Nós, enquanto etnólogos visitamos, a pedido do
Coletivo Alternativa Verde (CAVE), a área em que ocorre a
lavra e foi constatado que ela se encontra a menos de 50
metros do aldeamento, ou seja, ela fere o Código Florestal
que prevê uma área de 8 km entorno de áreas indígenas e
parques Estaduais onde é proibido atividades impactantes. A
própria Lei reconhece a importância da área de entorno,
visto que    esta   se encontra dentro dos limites         de
perambulação deste povo, e a importância desta área        na
manutenção do próprio Parque.

     Além disso, foram encontrados vários sinais de extração
de cascalho dentro do próprio território do aldeamento
indígena, o que foi confirmado por Alcides o atual Cacique
do aldeamento.
     Em resposta a um Laudo antropológico feito pela Funai o
advogado   do  empreendedor ignora todos os argumentos
utilizados pela antropóloga e afirma que estes argumentos
carecem de comprovação científica.
     Todos os argumentos colocados pela antropóloga em seu
laudo são perfeitamente científicos, e nós constatamos o
que esta em tal Laudo, o que carece de argumento científico
é a afirmação do advogado que numa clara demonstração de
total ignorância a respeito das relações sócio-biológica-
culturais entre meio e homem, tenta fazer com que
acreditemos que uma lavra com licença para retirar 60 mil
toneladas de cascalho por ano, durante 10 anos, ou seja:
600 mil toneladas de cascalho, de um leito de rio, apenas a
50 metros de uma área de preservação permanente não causam
impactos.
     Tal empreendimento é sim, tremendamente impactante,
causa impacto social do contato constante a que esta
expondo os guarani, na medida em que seus trabalhadores e
máquinas interferem no cotidiano desta população, causa
impacto ambiental, assoreando o Rio e alterando o seu
leito, impacto cultural quando os guaranis já não conseguem
mais pedra em seu território para produzir suas machadinhas
e outros artesanatos, vendo parte de seu território
ocupado, se sentem lesados, e por último e não menos grave,
interfere na sua nutrição já tão carente de proteínas,
visto que não conseguem pescar como antes.
     A Ciência atual nos fala hoje de uma visão sistêmica,
ou seja, todas as coisas estão interligadas, assim
funcionam os sistemas que compõem determinado ambiente, por
isto toda ação humana é impactante. As ações mais
exploratórias são mais destruidoras.
     Tirar toneladas de pedra do leito de um rio deve ser
com certeza classificada como ação exploratória e que visa
apenas uma coisa: o lucro e não a preservação da área que
explora.
      Mais uma vez a Serra do Mar e a população guarani sofre
com   o avanço da “civilização”, com seus valores e
interesses economicistas, e mais uma vez os nossos órgãos
públicos são coniventes, seja licenciando a Lavra como o
fez o DNPM – Departamento Nacional de Produção Mineral, a
CETESB - companhia tecnológica de Saneamento Básico, o DAEE
- Departamento de Águas e Energia Elétrica ou por uma
atitude tímida de não denunciar publicamente e fazer ações
mais determinadas, como deveria ter feito a Funai, que se
limitou apenas a uma representação no Ministério Público.
Por isto mesmo, no nosso entender se faz necessário a
imediata suspensão da licença de lavra do Rio Branco, por
isto ser ilegal e pelo imenso impacto sócio-cultural-
ambiental, que ela representa.
     Faz-se, também, necessária uma ampliação da área
demarcada da reserva, garantindo assim, aos guaranis um
aumento de seu território e a preservação de seus valores
sócio-culturais.
     Vendo pegadas de capivara em uma das margens já quase
sem cascalho, o cacique Alcides não se surpreende:
  "Mesmo com toda essa devastação, ela ainda vem
  beber aqui. Todo mundo depende do rio - nós, a
  mata e os bichos-, assim como o rio depende de
  todos. Preservamos isso aqui pensando na reserva
  inteira, e mais ainda, nas outras aldeias e nas
  cidades cuja vida é abastecida pelo rio Branco e
  pela mata em torno dele”
    O cacique Alcides nos faz refletir: ‘até que ponto
nós estamos também preocupados com as conseqüências
ambientais de tais atos’, pois não é apenas a população
guarani que será atingida, como está comprovado pela
ciência e pelo bom senso, os danos ambientais atingem a
todos nós, direta ou indiretamente.
     Uma fonte de água importante está sendo atingida em um
momento de grande escassez de água no planeta, e com
certeza nossos filhos pagarão o preço por tais atos e pela
omissão dos órgãos públicos e grandes parte da sociedade.
    Assinam este relatório:

Giulius Césari Gomes Aprígio
(Historiador / Etnólogo)

Vera Lúcia Pontes de Oliveira
    (Historiadora / Etnóloga)
Coletivo Alternativa Verde - CAVE
Relatório aponta impactos da mineração de cascalho na Terra Indígena Guarani do Rio Branco

Más contenido relacionado

La actualidad más candente

Documento da asa_brasil_-_declaração_sobre_o_atual_mom_= =_iso-8859-1_q_ento_...
Documento da asa_brasil_-_declaração_sobre_o_atual_mom_= =_iso-8859-1_q_ento_...Documento da asa_brasil_-_declaração_sobre_o_atual_mom_= =_iso-8859-1_q_ento_...
Documento da asa_brasil_-_declaração_sobre_o_atual_mom_= =_iso-8859-1_q_ento_...prbeiro
 
Portfólio horta orgânica
Portfólio horta orgânicaPortfólio horta orgânica
Portfólio horta orgânicafranciele souza
 
Revista Gestão Agroecológica do Camping do PAERVE
Revista Gestão Agroecológica do Camping do PAERVE Revista Gestão Agroecológica do Camping do PAERVE
Revista Gestão Agroecológica do Camping do PAERVE Camping PAERVE
 
Cisternas: fonte de água e mudanças - O Programa 1 Milhão de Cisternas
Cisternas: fonte de água e mudanças - O Programa 1 Milhão de CisternasCisternas: fonte de água e mudanças - O Programa 1 Milhão de Cisternas
Cisternas: fonte de água e mudanças - O Programa 1 Milhão de CisternasRenato Guimaraes
 
Cadernos de pesquisa ipipea n°1 uso de recursos naturais em áreas de mangueza...
Cadernos de pesquisa ipipea n°1 uso de recursos naturais em áreas de mangueza...Cadernos de pesquisa ipipea n°1 uso de recursos naturais em áreas de mangueza...
Cadernos de pesquisa ipipea n°1 uso de recursos naturais em áreas de mangueza...IPIPEA
 
Plano De Projeto Finalizado Data 04
Plano De Projeto Finalizado Data 04Plano De Projeto Finalizado Data 04
Plano De Projeto Finalizado Data 04guest18166af
 
Rede SAFAS: Trazendo a floresta pra dentro da roça
Rede SAFAS: Trazendo a floresta pra dentro da roçaRede SAFAS: Trazendo a floresta pra dentro da roça
Rede SAFAS: Trazendo a floresta pra dentro da roçaCepagro
 
Abastecimento Agroecológico de Consumidores articulado com Soberania e Segura...
Abastecimento Agroecológico de Consumidores articulado com Soberania e Segura...Abastecimento Agroecológico de Consumidores articulado com Soberania e Segura...
Abastecimento Agroecológico de Consumidores articulado com Soberania e Segura...Cepagro
 
Cartilha agrobiodiversidade
Cartilha agrobiodiversidadeCartilha agrobiodiversidade
Cartilha agrobiodiversidadeKarlla Costa
 
Agricultura Sustentável
Agricultura Sustentável Agricultura Sustentável
Agricultura Sustentável 2016arqmiriam
 
SerTãoVivo - Ações de Convivência com o Semiárido
SerTãoVivo - Ações de Convivência com o SemiáridoSerTãoVivo - Ações de Convivência com o Semiárido
SerTãoVivo - Ações de Convivência com o SemiáridoPalácio do Planalto
 
Cartilha SAE 2009
Cartilha SAE 2009Cartilha SAE 2009
Cartilha SAE 2009nucane
 
Folder documentarios
Folder documentariosFolder documentarios
Folder documentariosEdward Lange
 
Cartilha SAE 2011
Cartilha SAE 2011Cartilha SAE 2011
Cartilha SAE 2011nucane
 
Revista gestão agroecológica do camping do PARVE - pdf
Revista gestão agroecológica do camping do PARVE - pdfRevista gestão agroecológica do camping do PARVE - pdf
Revista gestão agroecológica do camping do PARVE - pdfCamping PAERVE
 
Conceitos de agroecologia e transicao agroecologica jose antonio costabeber
Conceitos de agroecologia e transicao agroecologica   jose antonio costabeberConceitos de agroecologia e transicao agroecologica   jose antonio costabeber
Conceitos de agroecologia e transicao agroecologica jose antonio costabeberAnny Kelly Vasconcelos
 
Agroecologia e agricultura_urbana
Agroecologia e agricultura_urbanaAgroecologia e agricultura_urbana
Agroecologia e agricultura_urbanaAmanda Tavares
 
Revolução dos Baldinhos
Revolução dos BaldinhosRevolução dos Baldinhos
Revolução dos BaldinhosCepagro
 

La actualidad más candente (19)

Documento da asa_brasil_-_declaração_sobre_o_atual_mom_= =_iso-8859-1_q_ento_...
Documento da asa_brasil_-_declaração_sobre_o_atual_mom_= =_iso-8859-1_q_ento_...Documento da asa_brasil_-_declaração_sobre_o_atual_mom_= =_iso-8859-1_q_ento_...
Documento da asa_brasil_-_declaração_sobre_o_atual_mom_= =_iso-8859-1_q_ento_...
 
Portfólio horta orgânica
Portfólio horta orgânicaPortfólio horta orgânica
Portfólio horta orgânica
 
Revista Gestão Agroecológica do Camping do PAERVE
Revista Gestão Agroecológica do Camping do PAERVE Revista Gestão Agroecológica do Camping do PAERVE
Revista Gestão Agroecológica do Camping do PAERVE
 
Cisternas: fonte de água e mudanças - O Programa 1 Milhão de Cisternas
Cisternas: fonte de água e mudanças - O Programa 1 Milhão de CisternasCisternas: fonte de água e mudanças - O Programa 1 Milhão de Cisternas
Cisternas: fonte de água e mudanças - O Programa 1 Milhão de Cisternas
 
Cadernos de pesquisa ipipea n°1 uso de recursos naturais em áreas de mangueza...
Cadernos de pesquisa ipipea n°1 uso de recursos naturais em áreas de mangueza...Cadernos de pesquisa ipipea n°1 uso de recursos naturais em áreas de mangueza...
Cadernos de pesquisa ipipea n°1 uso de recursos naturais em áreas de mangueza...
 
Plano De Projeto Finalizado Data 04
Plano De Projeto Finalizado Data 04Plano De Projeto Finalizado Data 04
Plano De Projeto Finalizado Data 04
 
Rede SAFAS: Trazendo a floresta pra dentro da roça
Rede SAFAS: Trazendo a floresta pra dentro da roçaRede SAFAS: Trazendo a floresta pra dentro da roça
Rede SAFAS: Trazendo a floresta pra dentro da roça
 
Abastecimento Agroecológico de Consumidores articulado com Soberania e Segura...
Abastecimento Agroecológico de Consumidores articulado com Soberania e Segura...Abastecimento Agroecológico de Consumidores articulado com Soberania e Segura...
Abastecimento Agroecológico de Consumidores articulado com Soberania e Segura...
 
Cartilha agrobiodiversidade
Cartilha agrobiodiversidadeCartilha agrobiodiversidade
Cartilha agrobiodiversidade
 
Agricultura Sustentável
Agricultura Sustentável Agricultura Sustentável
Agricultura Sustentável
 
SerTãoVivo - Ações de Convivência com o Semiárido
SerTãoVivo - Ações de Convivência com o SemiáridoSerTãoVivo - Ações de Convivência com o Semiárido
SerTãoVivo - Ações de Convivência com o Semiárido
 
Cartilha SAE 2009
Cartilha SAE 2009Cartilha SAE 2009
Cartilha SAE 2009
 
Folder documentarios
Folder documentariosFolder documentarios
Folder documentarios
 
Ecocidadao
EcocidadaoEcocidadao
Ecocidadao
 
Cartilha SAE 2011
Cartilha SAE 2011Cartilha SAE 2011
Cartilha SAE 2011
 
Revista gestão agroecológica do camping do PARVE - pdf
Revista gestão agroecológica do camping do PARVE - pdfRevista gestão agroecológica do camping do PARVE - pdf
Revista gestão agroecológica do camping do PARVE - pdf
 
Conceitos de agroecologia e transicao agroecologica jose antonio costabeber
Conceitos de agroecologia e transicao agroecologica   jose antonio costabeberConceitos de agroecologia e transicao agroecologica   jose antonio costabeber
Conceitos de agroecologia e transicao agroecologica jose antonio costabeber
 
Agroecologia e agricultura_urbana
Agroecologia e agricultura_urbanaAgroecologia e agricultura_urbana
Agroecologia e agricultura_urbana
 
Revolução dos Baldinhos
Revolução dos BaldinhosRevolução dos Baldinhos
Revolução dos Baldinhos
 

Destacado

O Sultanato de Farid Madi na Prefeitura de Guaruja
O Sultanato de Farid Madi na Prefeitura de GuarujaO Sultanato de Farid Madi na Prefeitura de Guaruja
O Sultanato de Farid Madi na Prefeitura de GuarujaColetivo Alternativa Verde
 
Representacao publica contra Condominio Iporanga Guaruja
Representacao publica contra Condominio Iporanga GuarujaRepresentacao publica contra Condominio Iporanga Guaruja
Representacao publica contra Condominio Iporanga GuarujaColetivo Alternativa Verde
 
Artigo sobre o Cave e a luta contra a poluicao na Baixada Santista publicado ...
Artigo sobre o Cave e a luta contra a poluicao na Baixada Santista publicado ...Artigo sobre o Cave e a luta contra a poluicao na Baixada Santista publicado ...
Artigo sobre o Cave e a luta contra a poluicao na Baixada Santista publicado ...Coletivo Alternativa Verde
 
O mar nao ta pra peixe. Conflitos sociais ambientais na Baixada Santista. Par...
O mar nao ta pra peixe. Conflitos sociais ambientais na Baixada Santista. Par...O mar nao ta pra peixe. Conflitos sociais ambientais na Baixada Santista. Par...
O mar nao ta pra peixe. Conflitos sociais ambientais na Baixada Santista. Par...Coletivo Alternativa Verde
 
Analise socio-historica da comunidade caicara de Conceicaozinha - Guaruja Par...
Analise socio-historica da comunidade caicara de Conceicaozinha - Guaruja Par...Analise socio-historica da comunidade caicara de Conceicaozinha - Guaruja Par...
Analise socio-historica da comunidade caicara de Conceicaozinha - Guaruja Par...Coletivo Alternativa Verde
 
Relatorio sobre Encontro Nuestra américa em Fortaleza Ceara 2007
Relatorio sobre Encontro Nuestra américa em Fortaleza Ceara 2007Relatorio sobre Encontro Nuestra américa em Fortaleza Ceara 2007
Relatorio sobre Encontro Nuestra américa em Fortaleza Ceara 2007Coletivo Alternativa Verde
 
Analise socio-historica da comunidade caicara de Conceicaozinha - Guaruja
Analise socio-historica da comunidade caicara de Conceicaozinha - GuarujaAnalise socio-historica da comunidade caicara de Conceicaozinha - Guaruja
Analise socio-historica da comunidade caicara de Conceicaozinha - GuarujaColetivo Alternativa Verde
 
Liberalismo político ou como usar o Estado em beneficio do crescimento capita...
Liberalismo político ou como usar o Estado em beneficio do crescimento capita...Liberalismo político ou como usar o Estado em beneficio do crescimento capita...
Liberalismo político ou como usar o Estado em beneficio do crescimento capita...Coletivo Alternativa Verde
 
Dossiê caso Rhodia 1993 (contaminação por organoclorados)
Dossiê caso Rhodia 1993 (contaminação por organoclorados)Dossiê caso Rhodia 1993 (contaminação por organoclorados)
Dossiê caso Rhodia 1993 (contaminação por organoclorados)Coletivo Alternativa Verde
 
Analise de politicas publicas e gerenciamento costeiro na Baixada Santista em...
Analise de politicas publicas e gerenciamento costeiro na Baixada Santista em...Analise de politicas publicas e gerenciamento costeiro na Baixada Santista em...
Analise de politicas publicas e gerenciamento costeiro na Baixada Santista em...Coletivo Alternativa Verde
 
ENVIRONMENTAL MONITORING OF SANTOS RIVER BASIN TO PROTECT FISHERMEN COMMUNITIES
ENVIRONMENTAL MONITORING OF SANTOS RIVER BASIN TO PROTECT FISHERMEN COMMUNITIES ENVIRONMENTAL MONITORING OF SANTOS RIVER BASIN TO PROTECT FISHERMEN COMMUNITIES
ENVIRONMENTAL MONITORING OF SANTOS RIVER BASIN TO PROTECT FISHERMEN COMMUNITIES Coletivo Alternativa Verde
 
Proposta de organizacao de Coletivo de abastecimento em Milano Italia
Proposta de organizacao de Coletivo de abastecimento em Milano ItaliaProposta de organizacao de Coletivo de abastecimento em Milano Italia
Proposta de organizacao de Coletivo de abastecimento em Milano ItaliaColetivo Alternativa Verde
 
Ano 501: a exploracao ambiental e a destruicao do Brasil continua
Ano 501: a exploracao ambiental e a destruicao do Brasil continuaAno 501: a exploracao ambiental e a destruicao do Brasil continua
Ano 501: a exploracao ambiental e a destruicao do Brasil continuaColetivo Alternativa Verde
 
Le verdi acque di Cubatao (storia di contaminazione chimica nel Brasile)
Le verdi acque di Cubatao (storia di contaminazione chimica nel Brasile)Le verdi acque di Cubatao (storia di contaminazione chimica nel Brasile)
Le verdi acque di Cubatao (storia di contaminazione chimica nel Brasile)Coletivo Alternativa Verde
 
Relatorio sobre os impactos ambientais causados pelo Plano Diretor de Guaruja...
Relatorio sobre os impactos ambientais causados pelo Plano Diretor de Guaruja...Relatorio sobre os impactos ambientais causados pelo Plano Diretor de Guaruja...
Relatorio sobre os impactos ambientais causados pelo Plano Diretor de Guaruja...Coletivo Alternativa Verde
 
Cosipamente: O marketing ambiental feito pela poluente siderurgica Cosipa
Cosipamente: O marketing ambiental feito pela poluente siderurgica CosipaCosipamente: O marketing ambiental feito pela poluente siderurgica Cosipa
Cosipamente: O marketing ambiental feito pela poluente siderurgica CosipaColetivo Alternativa Verde
 

Destacado (20)

O Sultanato de Farid Madi na Prefeitura de Guaruja
O Sultanato de Farid Madi na Prefeitura de GuarujaO Sultanato de Farid Madi na Prefeitura de Guaruja
O Sultanato de Farid Madi na Prefeitura de Guaruja
 
Representacao publica contra Condominio Iporanga Guaruja
Representacao publica contra Condominio Iporanga GuarujaRepresentacao publica contra Condominio Iporanga Guaruja
Representacao publica contra Condominio Iporanga Guaruja
 
Artigo sobre o Cave e a luta contra a poluicao na Baixada Santista publicado ...
Artigo sobre o Cave e a luta contra a poluicao na Baixada Santista publicado ...Artigo sobre o Cave e a luta contra a poluicao na Baixada Santista publicado ...
Artigo sobre o Cave e a luta contra a poluicao na Baixada Santista publicado ...
 
Desenvolvimento insustentavel
Desenvolvimento insustentavelDesenvolvimento insustentavel
Desenvolvimento insustentavel
 
O capitalismo mata: 4 olhares
O capitalismo mata: 4 olharesO capitalismo mata: 4 olhares
O capitalismo mata: 4 olhares
 
Mais poluicao com a Termelétrica em Cubatao
Mais poluicao com a Termelétrica em CubataoMais poluicao com a Termelétrica em Cubatao
Mais poluicao com a Termelétrica em Cubatao
 
O mar nao ta pra peixe. Conflitos sociais ambientais na Baixada Santista. Par...
O mar nao ta pra peixe. Conflitos sociais ambientais na Baixada Santista. Par...O mar nao ta pra peixe. Conflitos sociais ambientais na Baixada Santista. Par...
O mar nao ta pra peixe. Conflitos sociais ambientais na Baixada Santista. Par...
 
Analise socio-historica da comunidade caicara de Conceicaozinha - Guaruja Par...
Analise socio-historica da comunidade caicara de Conceicaozinha - Guaruja Par...Analise socio-historica da comunidade caicara de Conceicaozinha - Guaruja Par...
Analise socio-historica da comunidade caicara de Conceicaozinha - Guaruja Par...
 
Relatorio sobre Encontro Nuestra américa em Fortaleza Ceara 2007
Relatorio sobre Encontro Nuestra américa em Fortaleza Ceara 2007Relatorio sobre Encontro Nuestra américa em Fortaleza Ceara 2007
Relatorio sobre Encontro Nuestra américa em Fortaleza Ceara 2007
 
Analise socio-historica da comunidade caicara de Conceicaozinha - Guaruja
Analise socio-historica da comunidade caicara de Conceicaozinha - GuarujaAnalise socio-historica da comunidade caicara de Conceicaozinha - Guaruja
Analise socio-historica da comunidade caicara de Conceicaozinha - Guaruja
 
Liberalismo político ou como usar o Estado em beneficio do crescimento capita...
Liberalismo político ou como usar o Estado em beneficio do crescimento capita...Liberalismo político ou como usar o Estado em beneficio do crescimento capita...
Liberalismo político ou como usar o Estado em beneficio do crescimento capita...
 
Dossiê caso Rhodia 1993 (contaminação por organoclorados)
Dossiê caso Rhodia 1993 (contaminação por organoclorados)Dossiê caso Rhodia 1993 (contaminação por organoclorados)
Dossiê caso Rhodia 1993 (contaminação por organoclorados)
 
Analise de politicas publicas e gerenciamento costeiro na Baixada Santista em...
Analise de politicas publicas e gerenciamento costeiro na Baixada Santista em...Analise de politicas publicas e gerenciamento costeiro na Baixada Santista em...
Analise de politicas publicas e gerenciamento costeiro na Baixada Santista em...
 
ENVIRONMENTAL MONITORING OF SANTOS RIVER BASIN TO PROTECT FISHERMEN COMMUNITIES
ENVIRONMENTAL MONITORING OF SANTOS RIVER BASIN TO PROTECT FISHERMEN COMMUNITIES ENVIRONMENTAL MONITORING OF SANTOS RIVER BASIN TO PROTECT FISHERMEN COMMUNITIES
ENVIRONMENTAL MONITORING OF SANTOS RIVER BASIN TO PROTECT FISHERMEN COMMUNITIES
 
Proposta de organizacao de Coletivo de abastecimento em Milano Italia
Proposta de organizacao de Coletivo de abastecimento em Milano ItaliaProposta de organizacao de Coletivo de abastecimento em Milano Italia
Proposta de organizacao de Coletivo de abastecimento em Milano Italia
 
Ano 501: a exploracao ambiental e a destruicao do Brasil continua
Ano 501: a exploracao ambiental e a destruicao do Brasil continuaAno 501: a exploracao ambiental e a destruicao do Brasil continua
Ano 501: a exploracao ambiental e a destruicao do Brasil continua
 
Le verdi acque di Cubatao (storia di contaminazione chimica nel Brasile)
Le verdi acque di Cubatao (storia di contaminazione chimica nel Brasile)Le verdi acque di Cubatao (storia di contaminazione chimica nel Brasile)
Le verdi acque di Cubatao (storia di contaminazione chimica nel Brasile)
 
Dossie Cutrale elaborado pelo MST
Dossie Cutrale elaborado pelo MSTDossie Cutrale elaborado pelo MST
Dossie Cutrale elaborado pelo MST
 
Relatorio sobre os impactos ambientais causados pelo Plano Diretor de Guaruja...
Relatorio sobre os impactos ambientais causados pelo Plano Diretor de Guaruja...Relatorio sobre os impactos ambientais causados pelo Plano Diretor de Guaruja...
Relatorio sobre os impactos ambientais causados pelo Plano Diretor de Guaruja...
 
Cosipamente: O marketing ambiental feito pela poluente siderurgica Cosipa
Cosipamente: O marketing ambiental feito pela poluente siderurgica CosipaCosipamente: O marketing ambiental feito pela poluente siderurgica Cosipa
Cosipamente: O marketing ambiental feito pela poluente siderurgica Cosipa
 

Similar a Relatório aponta impactos da mineração de cascalho na Terra Indígena Guarani do Rio Branco

Apresentacao ppt formacao_cf2017_pk
Apresentacao ppt formacao_cf2017_pkApresentacao ppt formacao_cf2017_pk
Apresentacao ppt formacao_cf2017_pkcatequizzar past
 
Campanha da Fraternidade 2017 - Formação
Campanha da Fraternidade 2017 - FormaçãoCampanha da Fraternidade 2017 - Formação
Campanha da Fraternidade 2017 - FormaçãoRodrigo F Menegatti
 
Carta final do Congresso dos Pescadores e Pescadoras da Bacia do São Francisco
Carta final do Congresso dos Pescadores e Pescadoras da Bacia do São FranciscoCarta final do Congresso dos Pescadores e Pescadoras da Bacia do São Francisco
Carta final do Congresso dos Pescadores e Pescadoras da Bacia do São FranciscoCPPNAC
 
Bioma Savana slide.pptx
Bioma Savana slide.pptxBioma Savana slide.pptx
Bioma Savana slide.pptxssuser3f56cf
 
Apresentação Cristiano Awa Kiririndju e Thiago TUPÃ Mirim_25/05/23.pdf
Apresentação Cristiano Awa Kiririndju e Thiago TUPÃ Mirim_25/05/23.pdfApresentação Cristiano Awa Kiririndju e Thiago TUPÃ Mirim_25/05/23.pdf
Apresentação Cristiano Awa Kiririndju e Thiago TUPÃ Mirim_25/05/23.pdfReservadaBiosferadaM
 
BIODIVERSIDADE - 2ª SÉRIE - BIOLOGIA.pptx
BIODIVERSIDADE - 2ª SÉRIE - BIOLOGIA.pptxBIODIVERSIDADE - 2ª SÉRIE - BIOLOGIA.pptx
BIODIVERSIDADE - 2ª SÉRIE - BIOLOGIA.pptxFrederico Marques Sodré
 
E-book_ConhecendoAPopulacaoRibeirinha.pdf
E-book_ConhecendoAPopulacaoRibeirinha.pdfE-book_ConhecendoAPopulacaoRibeirinha.pdf
E-book_ConhecendoAPopulacaoRibeirinha.pdfinaracosta3
 
Recursos naturais
Recursos naturaisRecursos naturais
Recursos naturaisstcnsaidjv
 
O mangal fica muito batido visão da utilização do manguezal pelo pescador e...
O mangal fica muito batido   visão da utilização do manguezal pelo pescador e...O mangal fica muito batido   visão da utilização do manguezal pelo pescador e...
O mangal fica muito batido visão da utilização do manguezal pelo pescador e...Daniel S Fernandes
 
Florestas e biodiversidade araribá 2012
Florestas e biodiversidade araribá 2012Florestas e biodiversidade araribá 2012
Florestas e biodiversidade araribá 2012mariofflorestal
 
Manual da bolota 2019.pdf
Manual da bolota 2019.pdfManual da bolota 2019.pdf
Manual da bolota 2019.pdfJoão Soares
 
Impactos socioambientais ne e n
Impactos socioambientais   ne e nImpactos socioambientais   ne e n
Impactos socioambientais ne e nPedro Neves
 
Novos Rurais E Novos Urbanos
Novos Rurais E Novos UrbanosNovos Rurais E Novos Urbanos
Novos Rurais E Novos UrbanosJoão Soares
 
Mensagem movimento paranapiacaba ii
Mensagem movimento paranapiacaba iiMensagem movimento paranapiacaba ii
Mensagem movimento paranapiacaba iiParanapiacaba
 
Mensagem movimento paranapiacaba ii
Mensagem movimento paranapiacaba iiMensagem movimento paranapiacaba ii
Mensagem movimento paranapiacaba iiParanapiacaba
 
Conteúdo de Geografia - 2º Bimestre
Conteúdo de Geografia - 2º BimestreConteúdo de Geografia - 2º Bimestre
Conteúdo de Geografia - 2º Bimestrealpisveredas
 
Camellones: Técnica ancestral para o cultivo agrícola
Camellones: Técnica ancestral para o cultivo agrícolaCamellones: Técnica ancestral para o cultivo agrícola
Camellones: Técnica ancestral para o cultivo agrícolaRenato Guimaraes
 
PL rios piquiri e ribeira livres de barragens PROTOCOLADO dez 2023.pdf
PL rios piquiri e ribeira livres de barragens PROTOCOLADO dez 2023.pdfPL rios piquiri e ribeira livres de barragens PROTOCOLADO dez 2023.pdf
PL rios piquiri e ribeira livres de barragens PROTOCOLADO dez 2023.pdfVictor Ha-Kã Azevedo
 
Atlas Ambiental e Agenda 21 de Guajará
Atlas Ambiental e Agenda 21 de GuajaráAtlas Ambiental e Agenda 21 de Guajará
Atlas Ambiental e Agenda 21 de GuajaráAugusto Rocha
 

Similar a Relatório aponta impactos da mineração de cascalho na Terra Indígena Guarani do Rio Branco (20)

Apresentacao ppt formacao_cf2017_pk
Apresentacao ppt formacao_cf2017_pkApresentacao ppt formacao_cf2017_pk
Apresentacao ppt formacao_cf2017_pk
 
Campanha da Fraternidade 2017 - Formação
Campanha da Fraternidade 2017 - FormaçãoCampanha da Fraternidade 2017 - Formação
Campanha da Fraternidade 2017 - Formação
 
Slide cf 2017 (1)
Slide cf 2017 (1)Slide cf 2017 (1)
Slide cf 2017 (1)
 
Carta final do Congresso dos Pescadores e Pescadoras da Bacia do São Francisco
Carta final do Congresso dos Pescadores e Pescadoras da Bacia do São FranciscoCarta final do Congresso dos Pescadores e Pescadoras da Bacia do São Francisco
Carta final do Congresso dos Pescadores e Pescadoras da Bacia do São Francisco
 
Bioma Savana slide.pptx
Bioma Savana slide.pptxBioma Savana slide.pptx
Bioma Savana slide.pptx
 
Apresentação Cristiano Awa Kiririndju e Thiago TUPÃ Mirim_25/05/23.pdf
Apresentação Cristiano Awa Kiririndju e Thiago TUPÃ Mirim_25/05/23.pdfApresentação Cristiano Awa Kiririndju e Thiago TUPÃ Mirim_25/05/23.pdf
Apresentação Cristiano Awa Kiririndju e Thiago TUPÃ Mirim_25/05/23.pdf
 
BIODIVERSIDADE - 2ª SÉRIE - BIOLOGIA.pptx
BIODIVERSIDADE - 2ª SÉRIE - BIOLOGIA.pptxBIODIVERSIDADE - 2ª SÉRIE - BIOLOGIA.pptx
BIODIVERSIDADE - 2ª SÉRIE - BIOLOGIA.pptx
 
E-book_ConhecendoAPopulacaoRibeirinha.pdf
E-book_ConhecendoAPopulacaoRibeirinha.pdfE-book_ConhecendoAPopulacaoRibeirinha.pdf
E-book_ConhecendoAPopulacaoRibeirinha.pdf
 
Recursos naturais
Recursos naturaisRecursos naturais
Recursos naturais
 
O mangal fica muito batido visão da utilização do manguezal pelo pescador e...
O mangal fica muito batido   visão da utilização do manguezal pelo pescador e...O mangal fica muito batido   visão da utilização do manguezal pelo pescador e...
O mangal fica muito batido visão da utilização do manguezal pelo pescador e...
 
Florestas e biodiversidade araribá 2012
Florestas e biodiversidade araribá 2012Florestas e biodiversidade araribá 2012
Florestas e biodiversidade araribá 2012
 
Manual da bolota 2019.pdf
Manual da bolota 2019.pdfManual da bolota 2019.pdf
Manual da bolota 2019.pdf
 
Impactos socioambientais ne e n
Impactos socioambientais   ne e nImpactos socioambientais   ne e n
Impactos socioambientais ne e n
 
Novos Rurais E Novos Urbanos
Novos Rurais E Novos UrbanosNovos Rurais E Novos Urbanos
Novos Rurais E Novos Urbanos
 
Mensagem movimento paranapiacaba ii
Mensagem movimento paranapiacaba iiMensagem movimento paranapiacaba ii
Mensagem movimento paranapiacaba ii
 
Mensagem movimento paranapiacaba ii
Mensagem movimento paranapiacaba iiMensagem movimento paranapiacaba ii
Mensagem movimento paranapiacaba ii
 
Conteúdo de Geografia - 2º Bimestre
Conteúdo de Geografia - 2º BimestreConteúdo de Geografia - 2º Bimestre
Conteúdo de Geografia - 2º Bimestre
 
Camellones: Técnica ancestral para o cultivo agrícola
Camellones: Técnica ancestral para o cultivo agrícolaCamellones: Técnica ancestral para o cultivo agrícola
Camellones: Técnica ancestral para o cultivo agrícola
 
PL rios piquiri e ribeira livres de barragens PROTOCOLADO dez 2023.pdf
PL rios piquiri e ribeira livres de barragens PROTOCOLADO dez 2023.pdfPL rios piquiri e ribeira livres de barragens PROTOCOLADO dez 2023.pdf
PL rios piquiri e ribeira livres de barragens PROTOCOLADO dez 2023.pdf
 
Atlas Ambiental e Agenda 21 de Guajará
Atlas Ambiental e Agenda 21 de GuajaráAtlas Ambiental e Agenda 21 de Guajará
Atlas Ambiental e Agenda 21 de Guajará
 

Más de Coletivo Alternativa Verde

A Cubatao que queremos e a que nao queremos. Fauna e poluicao nos manguezais.
 A Cubatao que queremos e a que nao queremos. Fauna e poluicao nos manguezais. A Cubatao que queremos e a que nao queremos. Fauna e poluicao nos manguezais.
A Cubatao que queremos e a que nao queremos. Fauna e poluicao nos manguezais.Coletivo Alternativa Verde
 
Contaminacao por Mercurio no estuario de Santos
Contaminacao por Mercurio no estuario de SantosContaminacao por Mercurio no estuario de Santos
Contaminacao por Mercurio no estuario de SantosColetivo Alternativa Verde
 
Crimes corporativos: Relatorio Greenpeace-Brasil
Crimes corporativos: Relatorio Greenpeace-BrasilCrimes corporativos: Relatorio Greenpeace-Brasil
Crimes corporativos: Relatorio Greenpeace-BrasilColetivo Alternativa Verde
 
Analise socio-historica da comunidade caicara de Conceicaozinha - Guaruja Par...
Analise socio-historica da comunidade caicara de Conceicaozinha - Guaruja Par...Analise socio-historica da comunidade caicara de Conceicaozinha - Guaruja Par...
Analise socio-historica da comunidade caicara de Conceicaozinha - Guaruja Par...Coletivo Alternativa Verde
 
Carta de Principios do CAVE - Coletivo Alternativa Verde
Carta de Principios do CAVE - Coletivo Alternativa VerdeCarta de Principios do CAVE - Coletivo Alternativa Verde
Carta de Principios do CAVE - Coletivo Alternativa VerdeColetivo Alternativa Verde
 
Petição inicial da acao publica contra o Loteamento Iporanga
Petição inicial da acao publica contra o Loteamento IporangaPetição inicial da acao publica contra o Loteamento Iporanga
Petição inicial da acao publica contra o Loteamento IporangaColetivo Alternativa Verde
 
Homenagem a Will Bradley ativista anarquista assassinada em Oaxaca
Homenagem a Will Bradley ativista anarquista assassinada em OaxacaHomenagem a Will Bradley ativista anarquista assassinada em Oaxaca
Homenagem a Will Bradley ativista anarquista assassinada em OaxacaColetivo Alternativa Verde
 
Relatorio de impacto sobre a APA na area continetal de Santos
Relatorio de impacto sobre a APA na area continetal de SantosRelatorio de impacto sobre a APA na area continetal de Santos
Relatorio de impacto sobre a APA na area continetal de SantosColetivo Alternativa Verde
 
Ecocubatão: Roteiro para o turismo ecologico pelos maguezais..
Ecocubatão: Roteiro para o turismo ecologico pelos maguezais..Ecocubatão: Roteiro para o turismo ecologico pelos maguezais..
Ecocubatão: Roteiro para o turismo ecologico pelos maguezais..Coletivo Alternativa Verde
 
O mar nao ta pra peixe. Conflitos socio-ambientais na Baixada Santista. Parte02
O mar nao ta pra peixe. Conflitos socio-ambientais na Baixada Santista. Parte02O mar nao ta pra peixe. Conflitos socio-ambientais na Baixada Santista. Parte02
O mar nao ta pra peixe. Conflitos socio-ambientais na Baixada Santista. Parte02Coletivo Alternativa Verde
 

Más de Coletivo Alternativa Verde (11)

A Cubatao que queremos e a que nao queremos. Fauna e poluicao nos manguezais.
 A Cubatao que queremos e a que nao queremos. Fauna e poluicao nos manguezais. A Cubatao que queremos e a que nao queremos. Fauna e poluicao nos manguezais.
A Cubatao que queremos e a que nao queremos. Fauna e poluicao nos manguezais.
 
Contaminacao por Mercurio no estuario de Santos
Contaminacao por Mercurio no estuario de SantosContaminacao por Mercurio no estuario de Santos
Contaminacao por Mercurio no estuario de Santos
 
Crimes corporativos: Relatorio Greenpeace-Brasil
Crimes corporativos: Relatorio Greenpeace-BrasilCrimes corporativos: Relatorio Greenpeace-Brasil
Crimes corporativos: Relatorio Greenpeace-Brasil
 
Analise socio-historica da comunidade caicara de Conceicaozinha - Guaruja Par...
Analise socio-historica da comunidade caicara de Conceicaozinha - Guaruja Par...Analise socio-historica da comunidade caicara de Conceicaozinha - Guaruja Par...
Analise socio-historica da comunidade caicara de Conceicaozinha - Guaruja Par...
 
Carta de Principios do CAVE - Coletivo Alternativa Verde
Carta de Principios do CAVE - Coletivo Alternativa VerdeCarta de Principios do CAVE - Coletivo Alternativa Verde
Carta de Principios do CAVE - Coletivo Alternativa Verde
 
Petição inicial da acao publica contra o Loteamento Iporanga
Petição inicial da acao publica contra o Loteamento IporangaPetição inicial da acao publica contra o Loteamento Iporanga
Petição inicial da acao publica contra o Loteamento Iporanga
 
Homenagem a Will Bradley ativista anarquista assassinada em Oaxaca
Homenagem a Will Bradley ativista anarquista assassinada em OaxacaHomenagem a Will Bradley ativista anarquista assassinada em Oaxaca
Homenagem a Will Bradley ativista anarquista assassinada em Oaxaca
 
Shellreport
ShellreportShellreport
Shellreport
 
Relatorio de impacto sobre a APA na area continetal de Santos
Relatorio de impacto sobre a APA na area continetal de SantosRelatorio de impacto sobre a APA na area continetal de Santos
Relatorio de impacto sobre a APA na area continetal de Santos
 
Ecocubatão: Roteiro para o turismo ecologico pelos maguezais..
Ecocubatão: Roteiro para o turismo ecologico pelos maguezais..Ecocubatão: Roteiro para o turismo ecologico pelos maguezais..
Ecocubatão: Roteiro para o turismo ecologico pelos maguezais..
 
O mar nao ta pra peixe. Conflitos socio-ambientais na Baixada Santista. Parte02
O mar nao ta pra peixe. Conflitos socio-ambientais na Baixada Santista. Parte02O mar nao ta pra peixe. Conflitos socio-ambientais na Baixada Santista. Parte02
O mar nao ta pra peixe. Conflitos socio-ambientais na Baixada Santista. Parte02
 

Relatório aponta impactos da mineração de cascalho na Terra Indígena Guarani do Rio Branco

  • 1. Coletivo Alternativa Verde CAVE RELATÓRIO ETNOLÓGICO A RESPEITO DE IMPACTO DA MINERAÇÃO DE CASCALHO NA ÁREA DO ALDEAMENTO GUARANI DO RIO BRANCO As comunidades tradicionais têm como base de organização uma estreita relação com o ambiente, esta relação é principalmente não predatória, e baseada na sustentabilidade (no sentido mais profundo desta palavra); ou seja, as relações sócio-culturais, ou mesmo a sobrevivência física do grupo, depende de sua capacidade de se relacionar equilibradamente com o ambiente, deste retirar o que é necessário e ao mesmo tempo preservar o seu território. A nossa sociedade não possui uma visão, um parâmetro, do que é o mundo indígena, pois o nosso paradigma de existência, é mediado apenas pela idéia de lucro, o qual vem gerando uma profunda crise ecológica mundial. Nossos modelos de produção se baseiam principalmente numa forma de exploração, visando o interesse do mercado; isto é, um único produto explorado até a exaustão e em um determinado território (monoculturas, lavra de minérios, etc), favorecendo uma forma de vida individualista e consumista. Em contraposição, a produção tradicional sempre visará a sobrevivência do grupo e a preservação de sua área. Pois utilizará um território maior, onde vários produtos serão utilizados de forma sazonal e em rodízio, por exemplo: um determinado território fornecerá a caça, o outro a horticultura, o outro ainda a coleta, nunca até a exaustão, pois há uma grande preocupação nesta visão de mundo indígena, no equilíbrio de todas as partes do território e da relação deste com a comunidade, temos então um método coerente na utilização dos recursos naturais, baseado num conhecimento milenar da observação dos fenômenos naturais e, portanto, científico. Nos causa estranheza como em um momento da história da humanidade em que o discurso da sustentabilidade, e do respeito ao conhecimento tradicional se torna ponta de lança do conceito de modernidade, nossos órgãos públicos vão à contramão disto tudo, autorizando empreendimentos altamente impactantes, como o que está ocorrendo nos arredores do Parque Estadual da Serra do Mar e na área de entorno do aldeamento indígena Guarani do Rio Branco em Itanhaém, aonde milhares de toneladas de cascalho vem sendo
  • 2. retiradas das margens do Rio Branco, desde 1999, graças a uma licença nº-821.504/1999 cedida pelo DNPM – Departamento Nacional de Produção Mineral, 2. º Distrito/SP. Tal autorização fere duplamente as nossas maiores riquezas, ou seja, a diversidade biológica e cultural, e, é se contrapondo a tal empreendimento e a irresponsabilidade, que significam autorizações cedidas, sabe-se lá por quais critérios, que escrevemos o presente texto, todos os argumentos utilizados acima tem por fundamento trabalhos desenvolvidos por muitos etnólogos, inclusive na própria comunidade do Rio Branco, uma das poucas áreas ainda preservadas da Serra do Mar, justamente pela permanência da população guarani em tal região, que está sendo profundamente atingida por este empreendimento. Os Guaranis compõe uma etnia indígena, que por muito tempo ocupou uma vasta área da mata Atlântica, e, é parte de sua vivência cultural a perambulação e a reciprocidade, ou seja, em suas caminhadas os Guaranis vivenciam sua relação sócio-cultural e de sobrevivência, em uma troca igualitária com o seu território. É exatamente esta perambulação, que permite a preservação das áreas em que estes se encontram. Caminhando os guaranis plantam, caçam, pescam e protegem o seu território, é por isto mesmo, e não por nenhuma coincidência, que este povo se encontra nas últimas áreas preservadas da Mata Atlântica. Onde há populações tradicionais, há maior chance de haver Mata preservada, a não ser que os “civilizados” interfiram. Após 500 anos de contato e de massacre desta população e ainda, de uma destruição sem precedentes da Mata Atlântica, este povo viu seu espaço cada vez ser mais reduzido. Atualmente pouquíssimos aldeamentos possuem uma área possível de perambulação. O aldeamento do Rio Branco é um destes. A preservação da área do Rio Branco e de seu entorno é, portanto, imprescindível para a sobrevivência da população Guarani e daquele território da Mata Atlântica. O empreendedor usa como argumento em sua defesa que a lavra de cascalho ocorre fora da área do aldeamento guarani. Nós, enquanto etnólogos visitamos, a pedido do Coletivo Alternativa Verde (CAVE), a área em que ocorre a lavra e foi constatado que ela se encontra a menos de 50 metros do aldeamento, ou seja, ela fere o Código Florestal que prevê uma área de 8 km entorno de áreas indígenas e parques Estaduais onde é proibido atividades impactantes. A própria Lei reconhece a importância da área de entorno,
  • 3. visto que esta se encontra dentro dos limites de perambulação deste povo, e a importância desta área na manutenção do próprio Parque. Além disso, foram encontrados vários sinais de extração de cascalho dentro do próprio território do aldeamento indígena, o que foi confirmado por Alcides o atual Cacique do aldeamento. Em resposta a um Laudo antropológico feito pela Funai o advogado do empreendedor ignora todos os argumentos utilizados pela antropóloga e afirma que estes argumentos carecem de comprovação científica. Todos os argumentos colocados pela antropóloga em seu laudo são perfeitamente científicos, e nós constatamos o que esta em tal Laudo, o que carece de argumento científico é a afirmação do advogado que numa clara demonstração de total ignorância a respeito das relações sócio-biológica- culturais entre meio e homem, tenta fazer com que acreditemos que uma lavra com licença para retirar 60 mil toneladas de cascalho por ano, durante 10 anos, ou seja: 600 mil toneladas de cascalho, de um leito de rio, apenas a 50 metros de uma área de preservação permanente não causam impactos. Tal empreendimento é sim, tremendamente impactante, causa impacto social do contato constante a que esta expondo os guarani, na medida em que seus trabalhadores e máquinas interferem no cotidiano desta população, causa impacto ambiental, assoreando o Rio e alterando o seu leito, impacto cultural quando os guaranis já não conseguem mais pedra em seu território para produzir suas machadinhas e outros artesanatos, vendo parte de seu território ocupado, se sentem lesados, e por último e não menos grave, interfere na sua nutrição já tão carente de proteínas, visto que não conseguem pescar como antes. A Ciência atual nos fala hoje de uma visão sistêmica, ou seja, todas as coisas estão interligadas, assim funcionam os sistemas que compõem determinado ambiente, por isto toda ação humana é impactante. As ações mais exploratórias são mais destruidoras. Tirar toneladas de pedra do leito de um rio deve ser com certeza classificada como ação exploratória e que visa apenas uma coisa: o lucro e não a preservação da área que explora. Mais uma vez a Serra do Mar e a população guarani sofre com o avanço da “civilização”, com seus valores e
  • 4. interesses economicistas, e mais uma vez os nossos órgãos públicos são coniventes, seja licenciando a Lavra como o fez o DNPM – Departamento Nacional de Produção Mineral, a CETESB - companhia tecnológica de Saneamento Básico, o DAEE - Departamento de Águas e Energia Elétrica ou por uma atitude tímida de não denunciar publicamente e fazer ações mais determinadas, como deveria ter feito a Funai, que se limitou apenas a uma representação no Ministério Público. Por isto mesmo, no nosso entender se faz necessário a imediata suspensão da licença de lavra do Rio Branco, por isto ser ilegal e pelo imenso impacto sócio-cultural- ambiental, que ela representa. Faz-se, também, necessária uma ampliação da área demarcada da reserva, garantindo assim, aos guaranis um aumento de seu território e a preservação de seus valores sócio-culturais. Vendo pegadas de capivara em uma das margens já quase sem cascalho, o cacique Alcides não se surpreende: "Mesmo com toda essa devastação, ela ainda vem beber aqui. Todo mundo depende do rio - nós, a mata e os bichos-, assim como o rio depende de todos. Preservamos isso aqui pensando na reserva inteira, e mais ainda, nas outras aldeias e nas cidades cuja vida é abastecida pelo rio Branco e pela mata em torno dele” O cacique Alcides nos faz refletir: ‘até que ponto nós estamos também preocupados com as conseqüências ambientais de tais atos’, pois não é apenas a população guarani que será atingida, como está comprovado pela ciência e pelo bom senso, os danos ambientais atingem a todos nós, direta ou indiretamente. Uma fonte de água importante está sendo atingida em um momento de grande escassez de água no planeta, e com certeza nossos filhos pagarão o preço por tais atos e pela omissão dos órgãos públicos e grandes parte da sociedade. Assinam este relatório: Giulius Césari Gomes Aprígio (Historiador / Etnólogo) Vera Lúcia Pontes de Oliveira (Historiadora / Etnóloga) Coletivo Alternativa Verde - CAVE