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CENTRO FEDERAL DE
    EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA
         DE MINAS GERAIS




C u r s o P r ó - Té c n i c o
Disciplina:

Língua Portuguesa e
Literatura Brasileira
Texto Experimental – 1a Edição


              Professora Zelina Márcia Pereira Beato




       Varginha – Minas Gerais
          Dezembro de 2006
......................................................... Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII – Varginha.




                                         O Português é a língua oficial de Angola, Brasil, Cabo Verde,
                                                                  Guiné Bissau, Moçambique, Macau, Portugal,
                                                                                 São Tomé e Príncipe e Timor Leste.



                                                                      Fonte: http://www.linguaportuguesa.ufrn.br/




 Curso Pró-Técnico. Disciplina: Língua Portuguesa e Literatura Brasileira - Professora Zelina Beato.                                  ii
......................................................... Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII – Varginha.


                                                             Sumário

1. TEXTOS – LEITURA E PONTUAÇÃO .............................................................. 1
  ATIVIDADE DE PONTUAÇÃO I................................................................................... 8
  ATIVIDADE DE PONTUAÇÃO II.................................................................................. 9
2. SINAIS DE PONTUAÇÃO................................................................................ 11
    2.1 - Emprego dos dois pontos...................................................................... 11
    2.2 - Emprego do ponto de interrogação ....................................................... 11
    2.3 - Emprego do ponto de exclamação........................................................ 11
    2.4 - Emprego das reticências ....................................................................... 11
    2.5 - Emprego das aspas .............................................................................. 11
    2.6 - Emprego do Travessão ......................................................................... 11
    2.7- Emprego dos Parênteses ....................................................................... 12
    2.8 - Emprego do ponto e vírgula .................................................................. 12
    2.9 - Emprego da vírgula: .............................................................................. 12
  EXERCÍCIOS .................................................................................................... 14
3. ACENTUAÇÃO GRÁFICA............................................................................... 15
    3.1 - Para se acentuar uma palavra .............................................................. 15
    3.2 - Oxítonas ................................................................................................ 15
    3.3 - Paroxítonas ........................................................................................... 16
    3.4 - Proparoxítonas ...................................................................................... 16
    3.4.1 – Casos Especiais ................................................................................ 16
    3.5 - Acento Diferencial ................................................................................. 17
  EXERCÍCIOS .................................................................................................... 17
4. ESTUDO DE TEXTO........................................................................................ 18
    4.1 - Progressão Textual - Fatores que Dão Unidade de Sentido. ................ 18
    4.2 - Mecanismos de Coesão Referencial - Coerência Extratextual e
    Coerência Intratextual ................................................................................... 20
  EXERCÍCIOS .................................................................................................... 20
    4.3 - Conexões .............................................................................................. 21
    4.3.1 - Tipos de Relações.............................................................................. 21
  EXERCÍCIOS .................................................................................................... 22
    4.4 - Intertextualidade e Metalinguagem ....................................................... 25
    4.4.1. Tipos de Intertextualidade ................................................................... 32
    4.5 - Figuras de linguagem............................................................................ 35
  EXERCÍCIOS .................................................................................................... 37
5. VARIAÇÃO LINGÜÍSTICA............................................................................... 39
  5.1 - PAISES LUSÓFONOS..................................................................................... 39
    5.1.2 - Algumas diferenças entre o português europeu e o português do
    Brasil: ............................................................................................................ 40
  5.2 - JARGÕES .................................................................................................... 42
  5.3 - DIFERENÇAS REGIONAIS .............................................................................. 44

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6. ORTOGRAFIA.................................................................................................. 47
7. ESTUDO DE TEXTO........................................................................................ 49
   7.1 - RECURSOS POÉTICOS .................................................................................. 51
     7.1.1 - Assonância e aliteração ..................................................................... 51
     7.1.2 - Ritmo .................................................................................................. 53
     7.1.3 - Recursos Sonoros.............................................................................. 57
     7.1.4 - Figuras de linguagem: ........................................................................ 57
   7.2 - NEOLOGIA ................................................................................................... 59
   7.3 - SEMÂNTICA E PRAGMÁTICA........................................................................... 63
   EXERCÍCIOS .................................................................................................... 64
   7.4 - COERÊNCIA TEXTUAL ................................................................................... 67
8. DUPLA POSSIBILIDADE DE LEITURA .......................................................... 71
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 86




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1. Textos – Leitura e Pontuação

Sejam os textos:


Pontuação é tudo



Um   homem        rico      estava        muito        mal.      Pediu        papel       e     caneta         e     escreveu          assim:
Deixo meus bens à minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a conta do padeiro nada dou
aos pobres.


Morreu antes de fazer a pontuação. A quem deixava a fortuna? Eram quatro concorrentes.


1) O sobrinho fez a seguinte pontuação: Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho.
Jamais será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres.


2) A irmã chegou em seguida. Pontuou assim o escrito: Deixo meus bens à minha irmã. Não a
meu sobrinho. Jamais será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres.


3)   O   padeiro         pediu       cópia        do       original.        Puxou         a      brasa        pra       sardinha          dele:
Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do padeiro.
Nada dou aos pobres.


4) Aí, chegaram os descamisados da cidade. Um deles, sabido, fez esta interpretação:
Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do padeiro?
Nada! Dou aos pobres.


Assim é a vida. Nós é que colocamos os pontos. E isso faz toda diferença.


A Mosca

A mosca saiu do açucareiro.
Zzzzzzzzzz zzzzzzzzzz zzzzzzzzzz zzzzzzzzzz zzzzzzzzzz zzzzzzzzz zzzzzzzzz zzzzzzzzz
zzzzzzzzz zzzzzzzzz zzzzzzzzz.
Pousou numa xícara. O homem espantou-a com a mão.
Zzzzzzzzzz zzzzzzzzzz zzzzzzzzzz zzzzzzzzzz zzzzzzzzzz zzzzzzzzz zzzzzzzzz zzzzzzzzz
zzzzzzzzzz zzzzzzzzz zzzzzzzzz.
Parou perto de outra mosca. Conversaram!
- Zzzzzzzzzz zzzzzzzzz zzzzzzzzz!
- Zzzzzzzzzz zzzzzzzzz zzzzzzzzz?
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- Zzzzzzzzzz zzzzzzzzz zzzzzzzzz zzzzzzzzz...
- Zzzzzzzzzz zzzzzzzzz!
- Zzzzzzzzz zzzz!
- Z.
E voltaram as duas.
Zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz
zz zz zz zz zz.
O homem tornou a afastá-las.
Zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz.
Elas tornaram a voltar. Agora eram três.
Zzz zzz zzz zzz zzz zzz zzz zzz zzz zzz zzz zzz zzz zzz.
O homem se levantou e foi embora.
Moral: é mais fácil uma mosca espantar um homem do que um homem espantar uma mosca.


                                                                                (ELIACHAR, Leon. O homem ao quadrado.
                                                                                             São Paulo: Círculo do Livro, 1960.)



1 - Leia o texto em silêncio.
2 - Leia-o em voz alta.
3 - Você leu todas as seqüências de z do mesmo modo, ou seja, deu alguma pausa entre elas?
Por quê?
4 - Você leu todas as frases no mesmo tom ou não? Por quê?
5 - Qual é a função do uso de z no texto?
6 - Comente sobre a moral da história.
7 - Imagine que palavras estariam sendo ditas no lugar dos zz e reescreva a história.


Elefantes

Os elefantes são os maiores dentre os animais terrestres. Há duas espécies de elefantes: o
elefante africano e o asiático. Os elefantes vivem em pequenas famílias chamadas de clã. Cada
clã tem algumas fêmeas adultas, com suas crias e outros elefantes ainda jovens. A fêmea maior e
mais velha é quer-n dirige o clã. Os elefantes machos vivem sozinhos ou têm seus grupos
separados. Juntam-se às fêmeas na época do cio.


Depois de dar à luz, a mamãe elefante alimenta seu bebê com seu leite várias vezes ao dia. Este
se mantém sempre junto dela durante os primeiros meses de vida, andando quase sempre por
entre as duas patas da mãe para maior proteção.



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A alimentação do elefante adulto é composta por aproximadamente 250 a 320 quilos de folhas,
frutos e raízes. Essa quantidade de alimentos corresponde a mais ou menos um quilômetro
quadrado de vegetação rala. Além disso, precisam beber de 110 a 190 litros de água por dia, sem
falar na água do banho. É por isso que, para não dizimar a vegetação de um lugar, os elefantes
estão sempre viajando.


Os elefantes mais velhos e doentes, geralmente, retiram-se do grupo principal e formam sua
própria manada. Com eles vão alguns elefantes jovens, que lhes fornecem ajuda para procurar
comida e proteção contra outros animais.


Quando estão quase à morte, esses elefantes velhos e doentes procuram lugares calmos onde
possam conseguir água e comida com mais facilidade. Os mortos ficam por ali, o que deu a falsa
impressão de que existiriam “cemitérios de elefantes.”


Os elefantes jamais morrem por ataque de outros animais, sendo o homem o seu maior inimigo.


                                                           (Como vivem os animais. São Paulo: Abril: [s/d.]. p. 3-4.)


1 - Quais são as principais informações que o texto nos traz sobre os elefantes?


2 - Quais são as espécies de elefantes que existem?


3 - Existem realmente cemitérios de elefantes? Comente, com base nas informações trazidas pelo
texto.


4 - De que modo os elefantes demonstram respeito à natureza?


5 - Na linha 1, os dois pontos estão sendo usados para:


  ( ) introduzir uma fala de personagem.


  ( ) introduzir uma explicação.


7 - Pontue as frases a seguir, usando os dois pontos com o mesmo objetivo apontado no item 5.


a) As famílias de elefantes são formadas por estes componentes algumas fêmeas adultas, suas
crias e outros elefantes ainda jovens.


b) A alimentação do elefante adulto é composta por três elementos básicos folhas, frutos e raízes.




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c) Há bandos de elefantes formados por outros elementos elefantes mais velhos e doentes e
elefantes mais jovens.




8 - Observe bem as frases a seguir:


Depois de dar à luz, a mamãe elefante alimenta seu bebê com seu leite várias vezes ao dia.


Várias vezes ao dia, a mamãe elefante alimenta seu bebê seu leite depois de dar à luz.


Agora responda.


8.1. As expressões sublinhadas dão idéia de lugar ou de tempo?


8.2. O que você pôde perceber que aconteceu com o uso da vírgula nas duas frases? Tem algo a
ver com a posição em que as expressões sublinhadas se encontram? Comente.


8.3 - Use a vírgula nas frases a seguir, quando se fizer necessária.


a) Os elefantes machos adultos juntam-se às fêmeas na época do cio.


b) Na época do cio os elefantes machos adultos juntam-se às fêmeas.


c) Durante o período de um dia um elefante precisa beber de 110 a 190 litros de água.


d) Um elefante precisa beber de 110 a 190 litros de água durante o período de um dia.




9 - Agora observe estas frases:


Para não dizimar a vegetação de um lugar, os elefantes estão sempre viajando.


Os elefantes, para não dizimar a vegetação de um lugar, estão sempre viajando.


Os elefantes estão sempre viajando para não dizimar a vegetação de um lugar.


Quando estão quase à morte, esses elefantes velhos e doentes procuram lugares calmos onde
possam conseguir água e comida com mais facilidade.




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Esses elefantes velhos e doentes, quando estão quase à morte, procuram lugares calmos onde
possam conseguir água e comida com mais facilidade.


Esses elefantes procuram lugares calmos onde possam conseguir água e comida com mais
facilidade quando estão quase à morte.


Agora responda:


O que você pôde perceber com relação ao uso da vírgula nessas frases? Tem algo a ver de novo
com a posição de certas expressões na frase? Comente, procurando dizer que tipos de idéias são
por elas expressas.


10 - Reescreva as frases a seguir, trocando de posição os elementos possíveis e pontuando com
vírgula onde for preciso. Procure tomar como base as frases do item 9.


a) O bebê elefante anda quase sempre por entre as patas da mãe para que fique mais protegido.


b) Os elefantes retiram-se do grupo principal e formam sua própria manada quando ficam mais
velhos e doentes.




O primeiro beijo de Marcos

Marcos era um adolescente que só pensava em jogar futebol e não ligava pra mais nada, até que
um dia ele estava jogando e viu uma linda garota, que estava assistindo o jogo, foi amor a primeira
vista, ele não tirava os olhos dela, até então a amiga da garota fazer um sinal para Beti que um
menino estava à observá-la, quando ela percebeu achou que ele era um cara simpático e
bonitinho.


Depois de ter comentado isso, ela pediu para Vanessa sua amiga para falar que ela queria ficar
com ele. Vanessa chegou e marcou um encontro entre os dois, mas Marcos já estava a pensar
para si mesmo; e agora o que eu vou fazer nunca beijei nenhuma garota, eu não sei beijar só falta
eu passar um vexame.


Já estava na hora e Beti já o estava esperando a algum tempo, até que quando ela estava indo
embora ele apareceu tímido e embaraçado, Beti que já tinha alguma experiência foi direta ao
assunto pois percebeu que ela seria sua primeira namorada.




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Ela perguntou a Marcos: - Você já beijou alguém em sua vida, ele não sabia o que falar, até que
resolveu encarar a verdade eu nunca beijei uma garota. Beti chega e fala pra ele não existe
segredo nisso.


E quando ele menos esperava ele já estava à beijá-la, demorou, mas depois do primeiro beijo
percebeu que não se tem nada a se temer.

                                                                                                               o
                                                          (Texto produzido por um aluno o 1 ano do ensino médio
                                                         de uma escola pública estadual da Grande Porto Alegre).



1 - Se formos pesquisar um conceito para frase, encontraremos algo semelhante a um enunciado
lingüístico de sentido completo que começa com letra maiúscula e termina com algum sinal de
pontuação final. Considerando esse conceito, releia com atenção o primeiro parágrafo. Será que
todo ele se constitui realmente de apenas uma frase? Se você acha que não, reescreva-o,
demarcando as frases com a letra maiúscula inicial e o sinal de pontuação final que julgar
adequado.


2 - Vamos rever uma questão gramatical:


Aposto: é o termo da oração que sempre se liga a um nome que o antecede com a função de
explicar, esclarecer, identificar, discriminar esse nome. Geralmente o aposto vem separado do
nome a que se refere por sinais de pontuação.


nome aposto              Lúcia, aluna do terceiro colegial, foi bem na prova.


nome aposto             Desejo-lhe uma coisa: felicidade.


nome aposto             Roubaram tudo: discos, jóias, dinheiro, documentos.


OBS.: Existe um tipo de aposto que normalmente não vem separado por sinais de pontuação,
como nos exemplos que seguem:


A cidade de São Paulo a rua Altinópolis o rio Amazonas


A esse tipo de aposto dá-se o nome de aposto de especificação.


                                                                            (TERRA, Ernani. Curso prático de gramática.
                                                                          6ª ed. São Paulo: Scipione, 1993. p. 214-215).




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Revista essa questão, releia atentamente o segundo parágrafo e procure ver em que situação
temos caso de aposto. Constatada tal situação, verifique se há necessidade ou não de pontuar o
aposto. Havendo, reescreva a frase em que ele encontrar-se, empregando o sinal de pontuação
adequado.


3 - Vamos relembrar mais algumas coisas: em um texto, quando aparece a fala de um
personagem na voz dele mesmo, temos discurso direto. Tal tipo de discurso pode ser marcado, na
escrita, por dois sinais de pontuação:


Travessão:

O empregado entra na sala do patrão e diz:
- Sr. Rezende, desculpe-me, mas há três meses não recebo salário.
O patrão olha fixamente nos olhos do empregado e diz:
- Está desculpado.
(Seleções, jun. 2004. p. 45.)




Aspas:

ANS e seguradoras transferem reunião


Brasília - As negociações entre a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e as
seguradoras de saúde emperram. Depois de afirmar que uma solução para o conflito causado
pelos reajustes das mensalidades dos contratos antigos - anteriores a janeiro de 1999 - estava
próxima, a diretora da ANS, Maria Stella Gregori, admitiu ontem que os entendimentos não
avançaram.


Um novo encontro que estava marcado para hoje acabou sendo transferido para a próxima
semana. “Não conseguimos avançar”, disse Maria Stella. Nem a agência nem as seguradoras de
saúde informaram os motivos do retrocesso nas negociações. As seguradoras querem cobrar dos
clientes antigos reajustes médios de 80%, valor considerado abusivo, na avaliação da ANS.


                                                                                         (Correio do Povo, 23 jul.2004. p. 11.)


a) Com base nesses dois exemplos, responda: como se inserem nos parágrafos desses dois
textos os discursos diretos marcados por travessão e os marcados por aspas?




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b) Agora atente para o quarto parágrafo do texto do aluno que estamos analisando. Nele
aparecem dois discursos diretos. Identifique-os e reescreva o parágrafo com a pontuação
adequada.


c) Ainda atentando para esses dois discursos diretos, que tipo de frase temos no primeiro? Será
que a pontuação dela está adequada? Se não está, cuide também desse detalhe na re-escritura
do parágrafo.


d) Identifique um aposto no texto “ANS e seguradoras transferem reunião”.




Atividade de Pontuação I


Quem não desejou, pelo menos uma vez na vida, fazer um feitiçozinho? Sei lá? Mudar a nota de
um teste que correu mal! Fazer calar um professor que fala, fala e nunca mais se cala! Coisas
assim, do dia-a-dia! Quer saber como é que as bruxas aprendem? Decodifique a mensagem.


1. Leia a mensagem secreta, "Lições de Feitiço”
2. Decodifique-a , criando uma mensagem com a seguinte estrutura:
3 parágrafos.
1º parágrafo (como se faz uma poção mágica.) - um só período (2 vírgulas)
2º parágrafo (a formação de uma bruxa) - 3 períodos (8 vírgulas)
3º parágrafo (um feitiço simples) - 3 períodos (7 vírgulas, 1 x dois pontos, 1 x aspas)




O seu trabalho ficará mais fácil se forem seguidos os seguintes procedimentos:


a. Leia tudo uma primeira vez antes de começar a colocar qualquer sinal. É só para apanhar a
idéia geral indicada para cada parágrafo.


b. Faça uma segunda leitura, se possível em voz alta. Ouvir as palavras ajuda a encontrar o ritmo
do texto, porque as palavras puxam-se umas às outras formando frases com sentido.


c. Divida os parágrafos.


d. Agora, procure os períodos.


e. A seguir, coloque as vírgulas.


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f. Finalmente coloque a restante pontuação.


g. Releia tudo em voz alta, se possível.



para produzir uma poção eficaz além de misturar os ingredientes corretos e colocá-los para
cozinhar à temperatura adequada a bruxa precisa saber a fórmula que deve ser pronunciada para
lançar o feitiço isso exige que a bruxa quando jovem passe por muitas horas de treino exaustivo
depois da escola ela precisa ter aulas de culinária estudar receitas aprender taquigrafia datilografia
e milhões de canções chamamentos gritos murmúrios e sortilégios para ter sucesso na carreira a
bruxa precisa de uma boa base de conhecimento os feitiços mais simples referem-se ao tempo
para desencadear uma tempestade no mar por exemplo é só a bruxa rodar um gato três vezes em
volta da cabeça e atirá-lo ao mar cantando Raios e trovões bruum bruum catatrá façam mil
vagalhões erguer-se no mar os feitiços para curar doenças são muito difíceis mas muito mais úteis




Atividade de Pontuação II


Apesar do ar carrancudo com que aparecem diante de princesas, reis e rainhas, as bruxas são
bem humoradas e gostam de se divertir. Como? Decodifique a mensagem e descubra.


1. Leia a mensagem secreta, "Grandes Festas”


2. Decodifique-a, criando uma mensagem com a seguinte estrutura:


5 parágrafos.
1º parágrafo (o ano das bruxas) - 3 períodos (2 vírgulas)
2º parágrafo (o dia das bruxas) - 3 períodos (9 vírgulas)
3º parágrafo (a festa da Primavera) - 1 período (2 vírgulas)
4º parágrafo (o dia dos namorados) - 2 períodos (1 vírgula)
5º parágrafo (o dia das colheitas) - 3 períodos (1 vírgula)


o ano das bruxas começa no Dia das Bruxas quando em alguns países fantasmas demônios e
crianças saem pedindo dinheiro e fazendo travessuras as casas são enfeitadas com velas dentro
de abóboras e morangas acendem-se fogueiras e as pessoas pescam maçãs num grande alguidar
no dia das bruxas as bruxas reúnem-se à meia-noite e dançam ardentemente em torno das
chamas até ao amanhecer valsam sapateiam dançam de um lado para o outro depressa devagar
giram sacodem-se como só elas sabem o dia das bruxas é uma festa em que as roupas as
diversões e os vôos são os mais fantásticos na Festa da Primavera as bruxas jovens dançam em


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torno do mastro de fitas cada uma querendo chamar a atenção para ser eleita a Rainha da
Primavera no dia dos Namorados as bruxas mais jovens colocam folhas de louro debaixo do
travesseiro para sonhar com os seus futuros maridos não se sabe se esses sonhos são muito
pacíficos a festa da colheita é a última oportunidade da jovem muitas bruxas fazem bolos mágicos
com o trigo recém-recolhido para oferecer aos seus namorados quando não consegue seduzir um
homem com a sua beleza a bruxa acaba por ter de usar os seus encantamentos.




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2. Sinais de Pontuação

Os sinais de pontuação são usados para:


   •   assinalar pausas e inflexões de voz;
   •   separar palavras, expressões e orações em destaque;
   •   esclarecer o sentido da frase, eliminando possíveis ambigüidades.


2.1 - Emprego dos dois pontos


   •   enumeração (Tinha duas ambições: sucesso e dinheiro)
   •   introduzindo uma citação ou diálogo (Ele respondeu secamente: "Não vou ao baile!")


2.2 - Emprego do ponto de interrogação


   •   após uma frase interrogativa direta (Espera por alguém?)


2.3 - Emprego do ponto de exclamação


   •   2em frases que indiquem surpresa, espanto, admiração, alegria (Que espetáculo!)
   •   após interjeições (Bravo!, Bis!!!)


2.4 - Emprego das reticências


   •   marcando interrupção do pensamento (Se for assim...)
   •   deixando o sentido da frase ser interpretado pelo leitor (A resposta dela...)
   •   denotando hesitação (Amanhã... Não sei não...)
   •   realçando palavras ou expressões em ambiente literário (Para fazer pelos meus...
       ninguém ...)


2.5 - Emprego das aspas


   •   indicando citações de outros autores (Disse Fernando Pessoa: "Tudo vale a pena se a
       alma não é pequena")
   •   em palavras ou expressões estrangeiras e gírias (Ele foi o "must", "tá"?!)


2.6 - Emprego do Travessão


   •   indicando diálogos (— Ele voltará?)



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   •   destacando algum elemento frasal ou um aposto, podendo aparecer entre travessões
       (Jomar — primo de minha avó — sorria feliz)


2.7- Emprego dos Parênteses


   •   em algum comentário ou explicação, isolando-os da frase


2.8 - Emprego do ponto e vírgula


   •   separar itens de uma enumeração (em leis, decretos, portarias, regulamentos etc.)
   •   separar orações com certa extensão, que dificultem a compreensão e respiração
   •   para frisar o sentido adversativo antes da conjunção
   •   separar orações que sejam quebradas por vírgula, para marcar pausa maior entre as
       orações


2.9 - Emprego da vírgula:
   •   Para o emprego correto da vírgula, deve-se considerar a ordem direta da frase:
       sujeito - verbo - complementos - adj. adverbial
   •   Erros quando a ordem é direta:
             o     não pode haver vírgula entre sujeito e predicado (O supervisor, distribuiu as
                   tarefas - ERRADO)
             o     não pode haver vírgula entre o verbo e seus complementos (Os alunos refizeram,
                   todos os textos - ERRADO)
             o     não pode haver vírgula entre o nome e o complemento nominal ou adjunto
                   adnominal (A extração, do dente foi dolorosa - ERRADO)
   •   Entre os termos da oração:
             o     separar termos coordenados da mesma função e assindéticos, ainda que sejam
                   repetidos. Mas, cuidado: havendo o "e" entre os dois últimos termos, não há
                   necessidade da vírgula.
             o      separar vocativos e o nome do lugar nas datas
             o     indicar inversões:
                         •     do adjunto adverbial (se o adjunto for de pequena extensão, torna-se
                               dispensável o uso da vírgula)
                         •     do complemento pleonástico antecipado
             o     indicar intercalações:
                         •     de expressões explicativas, continuativas e conclusivas
                         •     do adjunto adverbial ou aposto (menos o especificativo)
                         •     da conjunção
             o     indicar, às vezes, elipse do verbo (Ele virá hoje; eu, amanhã)
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•   Em período composto:
         o     para separar as orações coordenadas assindéticas (sem conectivos)
         o     para separar as orações coordenadas sindéticas, quando os sujeitos das duas
               orações forem diferentes
         o     para separar as coordenadas adversativas. É bom saber que não se pode usar
               vírgula depois do mas e que, quando porém, contudo, todavia, no entanto e
               entretanto iniciarem a frase, poderão ou não ser seguidos de vírgula. Essas
               últimas conjunções sempre terão uma vírgula antes e outra depois quando
               estiverem intercaladas no período
         o     para separar as coordenadas sindéticas alternativas em que haja as conjunções
               ou....ou, ora.....ora, quer....quer, seja......seja
         o     para separar as coordenadas sindéticas conclusivas (logo, pois, portanto). O pois
               com valor conclusivo (= portanto) sempre deve vir entre vírgulas
               Ex.: Não era alfabetizado; não podia, pois, ter carta de habilitação.
         o     para separar as coordenadas sindéticas explicativas (Não fale assim porque
               estamos ouvindo você)
         o     para separar as adverbiais reduzidas e as adverbiais antepostas ou intercaladas
               na principal
         o     para separar as orações consecutivas
         o     isolar as subordinadas adjetivas explicativas. As restritivas, geralmente não se
               separam por vírgula. Podem terminar por vírgula em casos de ter certa extensão
               ou quando os verbos se sucedem. Entretanto nunca devem começar por vírgula.
               (O rapaz, que tinha o passo firme, resolvei o problema / O aluno que estuda,
               aprende)


•   Vírgula antes do e:
         o     não se emprega nas enumerações do tipo das seguintes:
               Ex.: Comprei um livro e um caderno / Fui ao supermercado e à farmácia
         o     usa-se quando vier em polissíndeto
               Ex.: E fala, e resmunga, e chora, e pede socorro.
         o     a vírgula separa elementos com a mesma função sintática, exceto se estiverem
               ligados pela conjunção e:
               Ex.: O João, o Antônio, a Maria e o Joaquim foram passear.
         o     pode-se usar a vírgula se os sujeitos forem diferentes
               Ex.: Eles explicam seus pontos de vista, e a imprensa deturpa-os.
         o     se o e assumir outros valores que não o aditivo, cabe o emprego de vírgula
               Ex.: Responderam a mãe, e não foram repreendidos (adversidade)



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EXERCÍCIOS
1. Pontue as frases se necessário:


a) Brasília Capital da República foi fundada em 1960
b) A poesia a dança a escultura a música tudo é forma de expressão
c) Minha casa tem dois dormitórios dois banheiros uma cozinha uma sala e um pequeno quintal
d) A poluição ambiental meus senhores tem sido um grave problema
e) O senhor Carlos chefe da empresa adiou a decisão
f) Maria o chefe da firma vai promover você e eu
g) Naquele dia porém ninguém se manifestou
h) No inverno ela me deixou Felizmente tudo acabou bem
i) Quero que você volte ou melhor fique comigo para sempre
j) O lobo com cautela caça
l) Não tenho tudo que amo mas amo tudo que tenho
m) O programa quando é bom não trava a operação da máquina
n) São Paulo 25de janeiro de 2000
o) Eu vou mas volto Ficarei aqui até Lídia a orgulhosa resolver olhar para mim
p) O deputado disse o presidente é um safado
q) Minha vaca é igual às outras tem dois chifres em quatro patas sustenta seu corpo tem um rabo
abaixo dos olhos um focinho dá leite e muge


2. Pontue o período abaixo de forma que sejam possíveis dois sentidos opostos:


                                              “Irás voltarás não morrerás”


a) com sentido de que não vai morrer:


R.
b) com sentido de que vai morrer:


R.


2.3. A pontuação pode transformar uma frase relativa restritiva em relativa explicativa, o que
interfere no sentido a ser compreendido. Qual a diferença de sentido que podemos perceber em
cada uma das orações relativas?


a) os índios brasileiros, que abandonaram suas tradições, estão em fase de extinção.
b) os índios brasileiros que abandonaram suas tradições estão em fase de extinção.



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3. ACENTUAÇÃO GRÁFICA


         O português, assim como outras línguas neolatinas, apresenta acento gráfico. Toda
palavra da língua portuguesa de duas ou mais sílabas possui uma sílaba tônica. Observe as
sílabas tônicas das palavras arte, gentil, táxi e mocotó. Você constatou que a tonicidade recai
sobre a sílaba inicial em arte, a final em gentil, a inicial em táxi e a final em mocotó. Além disso,
você notou que a sílaba tônica nem sempre recebe acento gráfico. Portanto, todas as palavras
com duas ou mais sílabas terão acento tônico, mas nem sempre terão acento gráfico. A tonicidade
está para a oralidade (fala) assim como o acento gráfico está para a escrita (grafia).


3.1 - Para se acentuar uma palavra


1º - Divida-a em sílabas;
2º - Classifique-a quanto à tonicidade (oxítona, paroxítonas, proparoxítonas);
3º - De acordo com sua terminação, encaixe-a nos exemplos abaixo.


3.2 - Oxítonas


São assinaladas com acento agudo as palavras oxítonas que terminam em a, e e o abertos, e com
acento circunflexo as que terminam em e e o fechados, seguidos ou não de s:
a........ já, cajá, vatapá
as...... ás, ananás, mafuás
e....... fé, café, jacaré
es..... pés, pajés, pontapés
o...... pó, cipó, mocotó
os..... nós, sós, retrós
e....... crê, dendê, vê
es..... freguês, inglês, lês
o....... avô, bordô, metrô
os..... os bisavôs, propôs


- Incluem-se nesta regra os infinitivos seguidos dos pronomes oblíquos lo, la, los, las: dá-lo, matá-
los, vendê-la,fazê-las, compô-lo, pô-los etc.


- Cuidado: Nunca se acentuam: (a) as oxítonas terminadas em i e u, e em consoantes — ali,
caqui, rubi, bambu, rebu, urubu, sutil, clamor etc.; (b) os infinitivos em i, seguidos dos pronomes
oblíquos lo, la, los, las — fi-lo, puni-la, reduzi-los, feri-las.


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3.3 - Paroxítonas


Assinalam-se com acento agudo ou circunflexo as paroxítonas terminadas em:
i....... dândi, júri, táxi
is....... lápis, tênis, Clóvis
ã/ãs.... ímã, órfã, ímãs
ão/aos .... bênção, órfão, órgãos
us....... bônus, ônus, vírus
l..... amável, fácil, imóvel
um/uns...... álbum, médium, álbuns
n...... albúmen, hífen, Nílton
os...... bíceps, fórceps, tríceps
r......... César, mártir, revólver
x........ fênix, látex, tórax, ônix.




3.4 - Proparoxítonas


Todas as proparoxítonas são acentuadas graficamente: abóbora, bússola, cântaro,
dúvida, líquido, mérito, nórdico, política, relâmpago, têmpora etc.


3.4.1 – Casos Especiais


- Acentuam-se sempre os ditongos tônicos abertos éi, éu, ói: boléia, fiéis, idéia, céu, chapéu, véu,
apóio, herói,caracóis etc.
- Acentuam-se sempre o i e o u tônicos dos hiatos, quando estes formam sílabas sozinhas ou são
seguidos de s: aí, balaústre, baú, egoísta, faísca, heroína, saída, saúde, viúvo, etc.
- Acentua-se com acento circunflexo o primeiro o do hiato ôo, seguido ou não de s: abençôo,
enjôo,corôo, perdôo, vôos etc.
- Mantém-se o acento circunflexo do singular crê, dê, lê, vê nas formas do plural desses verbos —
crêem, dêem, lêem, vêem — e de seus compostos — descrêem, relêem, revêem.
- Acentua-se com acento agudo o u tônico pronunciado precedido de g ou q e seguido de e ou i,
com ou sem s: argúi, argúis, averigúe, averigúes.
- Acentuam-se graficamente as palavras terminadas em ditongo oral átono, seguido ou não de s:
área, ágeis, importância, jóquei, lírios, mágoa, extemporâneo, régua, tênue, túneis.
- Emprega-se o trema no u que se pronuncia depois de g ou q, sempre que for seguido de e ou i:
agüentar, argüição, ungüento, eloqüência, freqüente, tranqüilizante.


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- Emprega-se o til para indicar a nasalização de vogais: afã, coração, devoções, maçã, relação,
etc.


3.5 - Acento Diferencial


O acento diferencial é utilizado para distinguir uma palavra de outra que se grafa de igual maneira.
ás (subst.) as (artigo)
côa/côas (verbo coar) coa/coas (com + a/as)
pára (verbo parar) para (preposição)
péla/pélas e péla pela/pelas (verbo pelar e subst.)
pêra (subst. fruto da pereira) pêra (preposição)
pôde/ (pret. perf. do ind. de poder) pode (pres. do ind. de poder)
pólo/pólos norte ou sul
pelo, pela (preposição) pêlo (subst.)
pôr (verbo) por (preposição)
porquê (subst.) porque (conjunção)
quê (substantivo ou pronome no fim da frase) que (pronome, conjunção)


EXERCÍCIOS


A) Assinale a opção em que todas as palavras são acentuadas pelo mesmo motivo de: também, incrível e
caráter.


       a)   alguém, inverossímel, tórax
       b)   hífen, ninguém, possível
       c)   têm, anéis, éter
       d)   há, impossível, crítico
       e)   pólen, magnólias, nós


B) Em que série nem todas as palavras se acentuam pelo mesmo motivo:


       a)   juízo, aí, saíste, saúde
       b)   poética, árabes, lírica, metáfora
       c)   glória, apóia, série, inócuo
       d)   réptil, fêmur, contábeis, ímã
       e)   assembléia, dói, papéis, céu


C) Assinale a opção em que todos os vocábulos deveriam estar acentuados graficamente:


       a) perdoo, balaustre, bambu
       b) itens, assembleia, cafeína

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        c) tuneis, juri, pessoa
        d) aerodromo, estrategia, néctar
        e) agape, apoio (subst.), nuvens



4. ESTUDO DE TEXTO




 (As Cobras, Luís Fernando Veríssimo, Zero Hora, Segundo Caderno, 13 fev. 1995)
Num texto, o sentido de cada parte é definido pela relação que mantém com as demais
constituintes do todo. Assim como uma receita não é o amontoar dos ingredientes, o sentido do
todo não é mera soma das partes, mas é dado pelas múltiplas relações que se estabelecem entre
elas.
           Eu sabia que você era collorido por fora, mas caiado por dentro. (PRN/PFL)
           Você tem cores por fora, mas é revestido de cal por dentro.
           Você apresenta um discurso moderno, de centro-esquerda, mas é reacionário.


4.1 - Progressão Textual - Fatores que Dão Unidade de Sentido.

Pavloviana - José Paulo Paes


a comida
           a sineta
                      a saliva


a sineta
           a saliva
                      a saliva


a saliva
           a saliva
                      a saliva


o mistério
           o rito

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                      a igreja
o rito
           a igreja
                      a igreja
a igreja
           a igreja
                      a igreja


a revolta
           a doutrina
                      o partido
a doutrina
           o partido
                      o partido
o partido
           o partido
                      o partido


a emoção
           a idéia
                      a palavra
a idéia
           a palavra
                      a palavra
a palavra
           a palavra
                      a PALAVRA.
(Paes, José P. Um por todos, São Paulo: Brasiliense, 1986, pp. 92-3).




Canadá em São Paulo
Parque canadense será inaugurado hoje.


           São Paulo ganha hoje um parque que reúne duas grandes “paixões” do paulistano: o
verde e a água. O verde está na farta arborização do novo local de lazer: 2100 árvores de 120
espécies diferentes. E a água está no lago que recobre 70% dos 110 mil metros quadrados de
área do parque Cidade de Toronto.
           A vegetação procura fazer jus ao nome do novo local de lazer. Batizado com este nome
graças ao Programa Municipal de Intercâmbio Profissional firmado entre São Paulo e Toronto –
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que doou parte das verbas necessárias à sua construção -, o parque, situado na zona Oeste,
presta uma homenagem à cidade canadense através da vegetação típica de clima temperado,
como o pinheiro e o plátano, introduzida junto às plantas nativas.
                                                                                               (Jornal da Tarde, 1º de Julho de 1992)



4.2 - Mecanismos de Coesão Referencial - Coerência Extratextual e Coerência Intratextual


Coerência extratextual liga-se ao nosso conhecimento de mundo:


a) Portugal, jardim plantado à beira do Pacífico.
b) Virgem dá à luz trigêmeos.


Coerência intratextual liga-se aos elementos internos ao texto.
    •     1. As crianças estão viajando. Elas só voltarão no final do mês.
    •     2. O juiz condenou o réu a dez anos de prisão. Ele achou essa pena condizente com as
          circunstâncias do crime.
    •     3. O juiz condenou o réu a dez anos de prisão. Ele não se conforma com o rigor da pena.
    •     4. Na estação, José avistou o visitante. Ele lhe pareceu cansado e apreensivo.
    •     5. Na estação, José avistou o visitante. Ele havia esperado ansiosamente pelo reencontro.
A coesão referencial também se faz por elipse (omissão de termos).
a) André e Pedro são fanáticos torcedores de futebol. Apesar disso, são diferentes. Este não briga
com quem torce para outro time; aquele o faz.
b) Ele é meu cunhado. Casou-se com ela há pouco tempo...
c) Beth está namorando. Ele parece ser um cara legal.


EXERCÍCIOS
As piadas costumam ser engraçadas porque tiram partido da confusão na referenciação. Leia as
piadas abaixo e explique o motivo que as torna engraçadas.




Texto 1
Juquinha chegou esbaforido e todo sujo, além de atrasado, na primeira aula. A professora se
indignou:
- Isso é hora? E sujo desse jeito? Isso não tem mesmo uma explicação!
- Tem sim, professora: tive que levar a vaca lá de casa pro touro cobrir.
- Mas seu pai não podia fazer isso?
- Poder, podia, mas acho que a vaca prefere o touro.



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Texto 2


- Não deixe sua cachorra entrar mais na minha casa. Ela está cheia de pulgas.
- Princesa, não entre mais na casa porque ela está cheia de pulgas.


4.3 - Conexões


Como vimos anteriormente, os elementos de um texto estão em relação uns com os outros,
formando um "tecido" em que os fios se acham tramados. Mas essas relações não dizem respeito
somente aos referentes que aparecem no texto; dizem respeito também às relações entre
proposições. É o que veremos neste tópico e que chamamos "coesão seqüencial". Por exemplo,
as duas frases "Está chovendo. Vou pegar o guarda-chuva" são ligadas por uma relação de
causa-efeito sem a presença de um conectivo. Mas, na maioria dos casos, principalmente em
textos escritos, a ligação entre duas proposições deve ser expressa lingüisticamente.


4.3.1 - Tipos de Relações


          1. Condição: se, caso, desde que, contanto que etc.
          2. Causa/conseqüência: porque, pois, visto que, já que, como (no início do período).../
desse modo, (tanto, tão, tamanho) que, por isso, então, portanto etc.
          3. Meio/fim: para, para que, a fim de, a fim de que, com o intuito de, com o objetivo de,
com o propósito de etc.
          4. Disjunção: ou.               Esse conector é ambíguo em língua natural, podendo ter um valor
exclusivo (isto é um ou outro, mas não ambos), ou inclusivo (ou seja, um ou outro,
possivelmente ambos)
          5. Tempo: assim que, em seguida, até que, quando, por fim, depois, antes que, à medida
que, etc.
          6. Conformidade: conforme, segundo, de acordo com etc
          7. Conjunção ("adição"): e, também, não só ... mas também, tanto ... como, além de, além
disso, ainda, nem (= e não) etc.
          8. Contrajunção (oposição): mas, porém, contudo, todavia, no entanto, entretanto /
embora (ainda que, apesar de, apesar de que etc.
          9. Explicação ou justificativa: que, pois, porque etc.
          10. Conclusão: portanto, logo, por conseguinte, pois etc.
          11. Correção/redefinição/reafirmação/exemplificação: isto é, quer dizer, ou seja, em
outras palavras, ou melhor, de fato, pelo contrário, por exemplo etc. (introduzem esclarecimentos,
retificações ou desenvolvimentos do que foi dito anteriormente).


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EXERCÍCIOS


Nos dois textos abaixo, preencha as lacunas com os conectivos adequados:


Texto 1


O mesmo boné que aparecia na cabeça de um homem preso na zona da mata de Pernambuco
__________ ele saqueou um caminhão de cargas apareceu na cabeça do Presidente da
República.       Esse fato pode sinalizar uma identidade entre os que usam o mesmo boné.
__________ assim interpretarmos, podemos dizer que o Presidente da República e o MST
assumem uma causa comum, __________, eles comungam a idéia de que a reforma agrária é
necessária, o que ninguém contesta. ___________, neste episódio particular, há quem veja no
gesto do Presidente um apoio aos saques realizados pelo MST. Trata-se, __________, de um
fato que pode ter conseqüências políticas negativas.


                                (jornal Folha de S.Paulo em 03/07/2003, cujo título “O boné da insensatez”)


Texto 2


No segundo semestre, os franceses deverão modificar sua Constituição ___________ introduzir o
conceito de proteção ambiental.                     __________ a proposta do presidente Jacques Chirac for
aprovada sem grandes modificações, estará assegurado o direito a um ambiente equilibrado,
saudável e protegido. O texto torna a proteção ambiental “norma que se impõe a todos, poderes
públicos, jurisdições e sujeitos de direito”. O projeto também consagra o chamado princípio da
precaução, __________, a noção de que, ____________ houver dúvida, __________ pequena,
sobre os efeitos de uma determinada medida, deve-se sempre optar pela solução que resguarde o
meio ambiente.
                                                                                          (Jornal Folha de São Paulo, 30/06/03)


Texto 3


          Faça as compras, mas boicote as sacolas.
          Qualquer saco plástico é um transtorno ecológico; leve sua sacolinha para as compras ou
exija embalagem de papel.
          Do ponto de vista ecológico, o papel é a melhor matéria-prima.                                                 É biodegradável,
decompondo-se em poucos anos. Sua produção não causa desmatamento porque as principais
fábricas do mundo trabalham com reflorestamento.
                                         (A coesão textual, Curso de redação, Prof. Zamponi, Faenquel, 2005)


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a) No último parágrafo, encontramos uma relação argumentativa, em que, a partir de dois
argumentos se chega uma conclusão. Aponte a conclusão e os argumentos.


b) Reescreva o último parágrafo, construindo um único período explicitando as relações por meio
dos conectivos adequados.


c) O conector “ou” que aparece no primeiro parágrafo tem valor inclusivo ou exclusivo? Por quê?


d) Entre os dois segmentos do primeiro parágrafo há idéia(s) implícita(s). Explicite-a(s).


Nos períodos abaixo foi empregado o pronome "onde". Em alguns deles, esse emprego é
inadequado. Assinale as alternativas ocorre o problema e reescreva o trecho de modo a
saná-lo


(a) A literatura médica de vários países serviu de base para uma pesquisa, onde o resultado
mostrou que dois terços dos cegos do mundo estão concentrados na Índia, China e na África.


(b) Para as crianças de países pobres, onde as condições de saúde são precárias, o risco de
cegueira é dez vezes maior comparativamente ao risco de cegueira que correm as crianças de
países ricos.


(c) Após mais de uma década de controvérsia, os artefatos da caverna sul-africana, onde se
encontram também ossadas humanas, já estão sendo aceitos como a mais antiga evidência de
que o homem surgiu na África.


(d) Talvez por conta de um maior número de pobres, o Nordeste é a região do país onde as
marcas dos produtos estão menos presentes nas cabeças das pessoas.


(e) Aqueles produtos da pesquisa Top of Mind onde as marcas estão mais presentes nas cabeças
femininas são margarina, chocolate e desodorante.


(f) Para a Unilever Brasil, fabricante do produto, é mais do que razão para comemorar, já que o
Brasil é o país onde mais se vende Omo no mundo.


A oração grifada expressa a idéia entre parênteses, EXCETO:


a) Trabalhava tanto, que a mulher, a dona Evarista, se chateou. (causa)


b) Não ousava fazer-lhe nenhuma queixa, (…) mas ficava calada e emburrada. (contradição)
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c) As mulheres, quando os maridos saíam, mandavam acender uma lamparina à Nossa Senhora.
(tempo)


d) Se quereis emendar a administração da Casa Verde, estou pronto a ouvir-vos. (condição)


Os dois trechos que se seguem foram extraídos da letra da música “Último desejo", de Noel
Rosa.


Perto de você me calo
Tudo penso e nada falo
Tenho medo de chorar
Nunca mais quero seu beijo
Mas meu último desejo
Você não pode negar
..............................
Às pessoas que eu detesto
Diga sempre que eu não presto
Que meu lar é o botequim...


Na biografia do autor, Noel Rosa, consta que a cantora Aracy de Almeida andou alterando a letra
do ilustre compositor. O amigo de Noel Rosa, Armênio Mesquita Veiga, deu-lhe a notícia nestes
termos: “... em vez de ‘Mas meu último desejo’, ela canta ‘Pois meu último desejo’ e em lugar de
‘Que meu lar é o botequim’, ela diz ‘que meu lar é um botequim’". Diante da informação do amigo,
Noel Rosa reagiu: “Juro que nunca mais dou música minha para ela gravar”.


        (João Máximo e Carlos Dider. Noel Rosa, uma biografia. Brasília, Ed. UNB, 1990, pp 446-52).




O cantor Noel Rosa tem razão de ficar irritado com as alterações que a cantora Aracy de Almeida
introduziu na letra da canção?




a) Por que a conjunção pois é inadequada para exprimir a relação que vem expressa pela
conjunção mas?


b) Sob que ponto de vista do significado, que diferença faz trocar o artigo o por um em “meu lar é
o botequim”?


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4.4 - Intertextualidade e Metalinguagem


Metalinguagem é uma das possibilidades de produção de texto - poético ou não, sem perder de
vista a originalidade de expressão - é ter um ponto de partida referencial. "Em literatura não há
geração espontânea": as linguagens se cruzam, se relacionam, se complementam... dão a
possibilidade criativa de fazer nascer obras sempre novas, fortes, únicas e vivas.


                                                   ÓBOLO                       (poema experimental de Kakau, acesso em
                                             SEM VIÚVA                          http://www.infonet.com.br/users/experimental/Poesias



   “...mas esta, da sua pobreza, deitou tudo.”
                                         (Mc. 12:41-44)


                                                        Mas,
          Estes pedaços marcados e suados,
                                            Que morrem
                                                                                (parte de uma fotografia de Sebastião Salgado)
                     Sem febre e sem realidade,
                              Não são nossa fuga...
                                         São fantasmas
                     Que velam o nosso silêncio




A metalinguagem se caracteriza pela auto-referência, isto é, quando a linguagem se volta para o
próprio código de que se constitui. No caso literário, por exemplo, o texto contém uma reflexão –
das formas mais variadas possíveis – sobre si mesmo.


Poética
Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado


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Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente protocolo e manifestações [de apreço
ao sr. Diretor.
(...)
Estou farto do lirismo* namorador
Político
Raquítico
Sifilítico
                                                                                                                           Manuel Bandeira


                  (BANDEIRA, Manuel. Poesia Completa e Prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1993).


*Lirismo é o "fazer poesia".
Assinale a opção correta:


( )     o lirismo caracterizado no 3º verso é o oposto do lirismo comedido do 1º verso.
( )     No 4º verso, o eu lírico repudia o envolvimento amoroso.
( )     Raquítico e sifilítico, nesse contexto, são palavras sinônimas.
( )     No 3º verso, as expressões que caracterizam o lirismo pertencem a campos semânticos
        diferentes.
( )     a palavra         lirismo, no poema, é índice de função metalingüística, isto é, revela que o
        assunto do poema é o próprio fazer poético.


A palavra intertextualidade significa interação entre textos, um diálogo entre eles. E texto no
sentido amplo: um conjunto de signos organizados para transmitir uma mensagem, portanto, no
mundo atual da multimídia, ela acontece entre textos de signos diferentes.


Veja um exemplo de intertextualidade:


■ Gonçalves Dias, 1846
(DIAS, Gonçalves. In Primeiros Cantos, 1846. Trad. do texto de Goethe: Manuel Bandeira)
CANÇÃO DO EXÍLIO


             Kennst du das Land, wo die Zitronen blühen,
             Im dunklen Laub die Gold-Orangen glühen?
             Kennst du es wohl? — Dahin, dahin!
             Möcht ich... ziehn.
             [Conheces o país onde florescem as laranjeiras?
             Ardem na escura fronde os frutos de ouro...

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         Conhecê-lo? Para lá, para lá quisera eu ir!]


Goethe


Minha terra tem palmeiras,                                                  Que tais não encontro eu cá;
Onde canta o Sabiá;                                                         Em cismar — sozinho, à noite —
As aves, que aqui gorjeiam,                                                 Mais prazer encontro eu lá;
Não gorjeiam como lá.                                                       Minha terra tem palmeiras,
                                                                            Onde canta o Sabiá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,                                             Não permita Deus que eu morra,
Nossos bosques têm mais vida,                                               Sem que eu volte para lá;
Nossa vida mais amores.                                                     Sem que desfrute os primores
                                                                            Que não encontro por cá;
Em cismar, sozinho, à noite,                                                Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Mais prazer encontro eu lá;                                                 Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.                                                                        Coimbra, julho de 1843


Minha terra tem primores,


■ Casimiro de Abreu, 1859 (ABREU, Casimiro de, In Primaveras, 1859)


CANÇÃO DO EXÍLIO                                                            Oh! Que saudades tamanhas
                                                                            Das montanhas,
Eu nasci além dos mares:                                                    Daqueles campos natais!
Os meus lares,                                                              Que se mira,
Meus amores ficam lá!                                                       Que se mira nos cristais!
― Onde canta nos retiros
Seus suspiros,                                                              Não amo a terra do exílio
Suspiros o sabiá!                                                           Sou bom filho,
                                                                            Quero a pátria, o meu país,
Oh! Que céu, que terra aquela,                                              Quero a terra das mangueiras
Rica e bela                                                                 E as palmeiras
Como o céu de claro anil!                                                   E as palmeiras tão gentis!
Que seiva, que luz, que galas,
Não exalas,                                                                 Como a ave dos palmares
Não exalas, meu Brasil!                                                     Pelos ares
                                                                            Fugindo do caçador;
           Curso Pró-Técnico. Disciplina: Língua Portuguesa e Literatura Brasileira - Professora Zelina Beato.                                27
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Eu vivo longe do ninho;                                                      Quem me dera,
Sem carinho                                                                  Quem me dera o meu país!
Sem carinho e sem amor!
                                                                                            Lisboa, 1855
Debalde eu olho e procuro...
Tudo escuro                                                                   ■ Osório Duque Estrada, 1909

Só vejo em roda de mim!
Falta a luz do lar paterno                                                   HINO NACIONAL BRASILEIRO

Doce e terno,
Doce e terno para mim.                                                        Do que a terra mais garrida
                                                                             Teus risonhos, lindos campos têm mais

Distante do solo amado                                                       flores;

― Desterrado ―                                                               "Nossos bosques têm mais vida",

a vida não é feliz.                                                          "Nossa vida" no teu seio "mais amores".

Nessa eterna primavera


■ Oswald de Andrade, 1925 (ANDRADE, Oswald de. In Pau-Brasil, 1925)


CANTO DO REGRESSO À PÁTRIA


Minha terra tem palmares                                                     Ouro terra amor e rosas
onde gorjeia o mar                                                           Eu quero tudo de lá
Os passarinhos daqui                                                         Não permita Deus que eu morra
Não cantam como os de lá                                                     Sem que volte para lá


Minha terra tem mais rosas                                                   Não permita Deus que eu morra
E quase que mais amores                                                      Sem que volte pra São Paulo
Minha terra tem mais ouro                                                    Sem que veja a Rua 15
Minha terra tem mais terra                                                   E o progresso de São Paulo


■ Murilo Mendes, 1930 (MENDES, Murilo. In Poemas, 1930)



CANÇÃO DO EXÍLIO                                                             os sargentos do exército são monistas,
                                                                             cubistas,
Minha terra tem macieiras da Califórnia                                      os filósofos são polacos vendendo a
onde cantam gaturamos de Veneza.                                             prestações.
Os poetas da minha terra                                                     A gente não pode dormir
são pretos que vivem em torres de ametista,                                  com os oradores e os pernilongos.
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Os sururus em família têm por testemunha a                                       mas custam cem mil réis a dúzia.
                                         [ Gioconda.
Eu morro sufocado                                                                Ai quem me dera chupar uma carambola de
em terra estrangeira.                                                                                                       [ verdade
Nossas flores são mais bonitas                                                   e ouvir um sabiá com certidão de idade!
nossas frutas mais gostosas
■ Carlos Drummond de Andrade, 1945


(ANDRADE, C. D. In A Rosa do Povo, 1945)


NOVA CANÇÃO DO EXÍLIO


Um sabiá na                                                                      Onde tudo é belo
palmeira, longe.                                                                 e fantástico,
Estas aves cantam                                                                só, na noite,
um outro canto.                                                                  seria feliz.
                                                                                 (Um sabiá,
O céu cintila                                                                    na palmeira, longe.)
sobre flores úmidas.
Vozes na mata,                                                                   Ainda um grito de vida e
e o maior amor.                                                                  voltar
                                                                                 para onde tudo é belo
Só, na noite,                                                                    e fantástico:
seria feliz:                                                                     a palmeira, o sabiá,
um sabiá,                                                                        o longe.
na palmeira, longe.



■ Mario Quintana, 1962 (QUINTANA, Mario, Poesias, 1962)



UMA CANÇÃO


Minha terra não tem palmeiras...
E em vez de um mero sabiá,
Cantam aves invisíveis
Nas palmeiras que não há.


Minha terra tem relógios,

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Cada qual com sua hora
Nos mais diversos instantes...
Mas onde o instante de agora?


Mas onde a palavra "onde"?
Terra ingrata, ingrato filho,
Sob os céus da minha terra
Eu canto a Canção do Exílio!



■ José Paulo Paes, 1973 (PAES, José Paulo. In Meia Palavra, 1973)


CANÇÃO DO EXÍLIO FACILITADA
                                                                             maná...
                                                                             sofá...
lá?                                                                          sinhá...
ah!
sabiá...                                                                     cá?
papá...                                                                      bah!




■ Cacaso, 1985 (CACASO. In Beijo na Boca e Outros Poemas, 1985)


JOGOS FLORAIS


Jogos Florais I


Minha terra tem palmeiras
onde canta o tico-tico
Enquanto isso o sabiá
vive comendo o meu fubá


Ficou moderno o Brasil
ficou moderno o milagre
a água já não vira vinha
vira direto vinagre




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Jogos Florais II


Minha terra tem palmares
memória cala-te já
Peço licença poética
Belém capital Pará


Bem, meus prezados senhores
dado o avanço da hora
errata e efeitos do vinho
o poeta sai de fininho.


(será mesmo com esses dois esses
que se escreve paçarinho?)




■ Ferreira Gullar, 2000 (GULLAR, Ferreira. In O Globo, caderno Prosa & Verso, 02/09/2000)


NOVA CANÇÃO DO EXÍLIO


                                 Para Cláudia


Minha amada tem palmeiras
Onde cantam passarinhos
e as aves que ali gorjeiam
em seus seios fazem ninhos


Ao brincarmos sós à noite
nem me dou conta de mim:
seu corpo branco na noite
luze mais do que o jasmim


Minha amada tem palmeiras
tem regatos tem cascata
e as aves que ali gorjeiam
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são como flautas de prata


Não permita Deus que eu viva
perdido noutros caminhos
sem gozar das alegrias
que se escondem em seus carinhos
sem me perder nas palmeiras
onde cantam os passarinhos



Guilherme de Almeida


Canção do Expedicionário brasileiro


Por mais terras que eu percorra,
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá;
Sem que leve por divisa
Esse "V" que simboliza
A vitória que virá:
Nossa vitória final,
Que é a mira do meu fuzil,
A ração do meu bornal,
A água do meu cantil,
As asas do meu ideal,
A glória do meu Brasil.




4.4.1. Tipos de Intertextualidade


Citação é a menção, no texto, de uma informação extraída de outra fonte: A citação é a forma
mais explícita de marcar a reprodução de discurso no discurso. Falamos de citação sempre que
um determinado locutor reproduz, no seu ato de enunciação, um outro ato de enunciação
originário de um locutor diferente (ou de si próprio, num outro momento). É raro que as palavras
citadas correspondam textualmente às palavras proferidas. É uma transcrição de texto alheio,
marcada por aspas. A música Cinema Novo, de Caetano Veloso, faz citações:



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O filme quis dizer ‘Eu sou o samba’
A voz do morro rasgou a tela do cinema
E começaram a se configurar
Visões das coisas grandes pequenas
Que nos formaram e estão a nos formar
Todos e muitos: Deus e o Diabo, Vidas Secas, os Fuzis,


Os Cafajestes, o Padre e a Moça, a Grande Feira, o Desafio
Outras conversas, outras conversas sobre os jeitos do Brasil.
(Letra e música de Caetano Veloso)


Na citação sobre o samba, Caetano Veloso diz que o Cinema Novo quer representar o Brasil,
como fez o samba da época de Carmem Miranda.


Epígrafe, do grego gráphein (“inscrição”), é um texto breve, em forma de inscrição solene, que
abre um livro ou uma composição poética. ver a introdução do texto do Gonçalves Dias; A “canção
do exílio”, de Gonçalves Dias, apresenta versos introdutórios de Goethe, com a seguinte tradução:
“Conheces o país onde florescem as laranjeiras? Ardem na escura fronde os frutos de ouro...
Conhecê-lo? Para lá, para lá quisera eu ir!”
A epígrafe e o poema mantêm um diálogo, pois os dois têm características românticas, pertencem
ao gênero lírico e possuem caráter nacionalista.


Alusão é uma referência explícita ou implícita a uma obra de arte, um fato histórico ou um autor,
para servir de comparação, e que apela à capacidade de associação de idéias do leitor. O recurso
à alusão literária torna clara a relação de um autor com a tradição com a qual se identifica. A
alusão é a referência direta ou indireta a um texto preexistente. Machado de Assis, em seu livro
Dom Casmurro cita Otelo, personagem de Shakespeare, para que o leitor analise o drama de
Bentinho.


Paráfrase, do Gr. paráphrasis, desenvolvimento, s. f., acto ou efeito de parafrasear; explicação ou
tradução mais desenvolvida do que o texto ou enunciado original; tradução livre e desenvolvida;
comentário. A paráfrase é a reprodução do texto de outrem com as palavras do autor. Ela não
confunde com o plágio porque seu autor explicita a intenção, deixa claro a fonte. Exemplo de
paráfrase é o poema Oração, de Jorge de Lima:


“- Ave Maria cheia de graças...”
A tarde era tão bela, a vida era tão pura,

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as mãos de minha mãe eram tão doces,
havia, lá no azul, um crepúsculo de ouro... lá longe...
“- Cheia de graça, o Senhor é convosco, bendita!” Bendita!
Os outros meninos, minha irmã, meus irmãos menores,
meus brinquedos, a casaria branca de minha terra, a burrinha do vigário
pastando junto à capela... lá longe...
Ave cheia de graça
-... “bendita sois entre as mulheres, bendito é o fruto do vosso ventre...”
E as mãos do sono sobre os meus olhos,
E as mãos de minha mãe sobre o meu sonho,
E as estampas de meu catecismo
Para o meu sonho de ave!
E isto tudo tão longe... tão longe...


                        (LIMA, Jorge de. Poesia. Org. Luiz Santa Cruz. 3.ed. Rio de Janeiro: Agir, 1975)


O autor retoma explicitamente a oração Ave Maria e mantém-se fiel a ele, justapõe a figura de
Maria à da sua mãe, refere-se à hora do Ângelus.


Paródia é uma forma de apropriação que, em lugar de endossar o modelo retomado, rompe com
ele, sutil ou abertamente”. Ela acontece no famoso poema de Carlos Drummond de Andrade, No
meio do caminho, que faz uma paródia do soneto Nel Mezzo Del Camin, de Olavo Bilac que, por
sua vez, remete ao primeiro verso da Divina comédia, de Dante Alighieri: “Nel mezzo del camin de
nostra vita”. Além do título, Drummond imitou o esquema retórico do soneto de Bilac, ou seja, em
vez de parodiar o significado, promoveu uma paródia na forma: empenhou-se na imitação irônica
da estrutura, reproduzindo apenas o quiasmo (repetição invertida) do texto.


No meio do caminho


No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
Na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do
caminho

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Tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
No meio do caminho tinha uma pedra.


Carlos Drummond de Andrade (Alguma poesia, 1930)


Nel Mezzo del Camin


Cheguei. Chegaste. Vinhas fatigada
E triste, e triste e fatigado eu vinha.
Tinhas a alma de sonhos povoada,
E a alma de sonhos povoada eu tinha...
E paramos de súbito na estrada
Da vida: longos anos, presa à minha
A tua mão, a vista deslumbrada
Tive da luz que teu olhar continha.
Hoje, segues de novo... Na partida
Nem o pranto os teus olhos umedece,
Nem te comove a dor da despedida.
E eu, solitário, volto a face, e tremo,
Vendo o teu vulto que desaparece
Na extrema curva do caminho extremo.


Olavo Bilac ("Poesias", Ediouro - Rio de Janeiro, 1978)




4.5 - Figuras de linguagem


1) Joana é a estrela da novela.
2) Você é burra como uma porta.
3) Já li Machado de Assis e Drummond.
4) Vivo do suor do meu rosto.
5) Tomei um copo d’água.
6) “Moça linda, bem tratada
   Três séculos de família
   Burra como uma porta:
   Um amor!”
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7) “Foi desta para outra melhor” (morreu)
8) “As ruas desertas estão tristes”
9) “Riu tanto que rasgou a boca”
10) “Já falei mil vezes para você parar com isso”
11) “Não sou alegre nem triste sou poeta”
12) “Na manifestação foram chegando, dez, cem, mil, dez mil pessoas parando o
        trânsito.”
13) “Você sabe o que a cadeira falou para a mesa? Feche as pernas que estou vendo tudo" ou
"O que o chão falou para a cama? Você tem as canelas finas mas tem um colchão”
14) “Vozes veladas, veludosas vozes, volúpias de violões, vozes veladas”
15) “Ó formas alvas, brancas
          Formas claras”
16) “E fala e ri e gesticula e grita”




MENTIRAS


Mário Quintana


Lili vive no mundo do faz de conta...
Faz de conta que isto é um avião.
Zzzzzuuu...
Depois aterrizou em um piquê e virou um trem.
Tuc tuc tuc tuc...
Entrou pelo túnel, chispando.
Mas debaixo da mesa havia bandidos.
Pum! Pum! Pum!
O trem descarrilou.
E o mocinho?
Onde é que está o mocinho?
Meu Deus! onde é que está o mocinho?!
No auge da confusão, levaram Lili para cama, à força.
E o trem ficou tristemente derribado no chão,
Fazendo de conta que era mesmo uma lata de sardinha.


(QUINTANA, Mario, Poesias, 1962)

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EXERCÍCIOS
As questões de 1 a 5 referem-se ao texto seguinte:


Bruta Flor do Querer


Quando era menino, o pintor mexicano Diego Rivera entrou numa loja, numa daquelas antigas
lojas cheias de mágicas e surpresas, um lugar encantado para qualquer criança.
Parado diante do balcão e tendo na mão apenas alguns centavos, ele examinou todo o universo
contido na loja e começou a gritar, desesperado: “O que é que eu quero ???”.
Quem nos conta isso é Frida Kahlo, sua companheira por mais de 20 anos. Ela escreveu que a
indecisão de Diego Rivera o acompanhou a vida toda. Ao ler isso, me perguntei:
quem de nós sabe exatamente o que quer? A gente sabe o que não quer: não queremos
monotonia, não queremos nos endividar, não queremos perder tempo com pessoas mesquinhas,
não queremos passar em branco pela vida. Mas a pergunta inicial continua sem resposta: o que a
gente quer, o que iremos escolher entre tantas coisas interessantes que nos oferece esta loja
chamada Futuro? Sério, a loja em que o pequeno Diego entrou chamava-se, ironicamente, Futuro.
O que é que você quer? Múltiplas alternativas. Medicina. Arquitetura. Música. Homeopatia. Casar.
Ficar solteiro. Escrever um livro. Fazer nada o dia inteiro. Ter dois filhos. Ter nenhum. Cruzar o
Brasil de carro. Entrar para a política. Tempo para ler todos os livros do mundo. Conhecer a
Grécia. Morrer dormindo. Não morrer. Aprender chinês. Aprender a tocar bateria. Desaprender
tudo o que aprendeu errado. Acupuntura. Emagrecer. Ser famoso. Sumir. O que você quer? Morar
na praia. Filmar um curta. Arrumar os dentes. Abrir uma pousada. Recuperar a amizade com seu
pai. Trocar de carro. Meditar. Aprender a cozinhar. Largar o cigarro. Nunca mais sofrer por amor.
Nunca mais. O que você quer? Viver mais calmo. Acelerar. Trancar a Faculdade. Cursar uma
Faculdade. Alta na terapia. Melhorar o humor. Um tênis novo. Engenharia Mecânica. Engenharia
Química. Um mundo justo. Cortar o cabelo. Alegrias. Chorar. Abra a mão, menino, deixe eu ver
quantos centavos você tem aí. Olha, por esse preço, só uma caixinha vazia, você vai ter que
imaginar o que tem dentro. Serve.
                              (MEDEIROS, Marta . Montanha russa. Porto Alegre: LPM, 2003. p.199-200.)


1) A idéia expressa pelo título do texto é identificada na frase:


a) “Abra a mão, menino, deixe eu ver quantos centavos você tem aí”. (linha 35)
b) “Ao ler isso, me perguntei: quem de nós sabe exatamente o que quer?” (linha 9)
c) “... antigas lojas cheias de mágica e surpresas, um lugar encantado para qualquer criança.”
(linha 2)



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d) “Parado diante do balcão e tendo na mão apenas alguns centavos, ele examinou todo o
universo contido na loja...” (linha 4)


2) Em relação às possibilidades de experiências de vida, o texto apresenta
a) amplitude de perspectivas.
b) pessimismo em face do futuro.
c) indignação devido à monotonia da vida.
d) imparcialidade diante da sociedade atual.


3) A expressão “O que é que você quer?”, (linha 19), denota a(o)
a) interlocução da autora do texto com o leitor.
b) susto da vendedora devido ao desespero de Rivera.
c) desinteresse da autora mediante os desejos humanos.
d) apreensão da vendedora diante dos questionamentos dos clientes.


4) A autora empregou as figuras de linguagem em todas as passagens abaixo, EXCETO em:
a) “...não queremos passar em branco pela vida.” (linha 13)
b) “ Tempo pra ler todos os livros do mundo.” (linha 23)
c) “Quando era menino, o pintor Diego Rivera entrou numa loja...” (linha 1)
d) “... tantas coisas interessantes que nos oferece esta loja chamada Futuro?” (linha 15)


5) “Abra a mão, menino, deixe eu ver quantos centavos você tem aí.” (linha 35)


A função da linguagem predominante, nesse trecho, é a
a) poética, pois a mensagem é colocada em realce.
b) referencial, porque o trecho está centrado no referente.
c) metalingüística, por explicar o conteúdo da mensagem.
d) conativa, uma vez que o receptor é posto em destaque.


6) A relação de intertextualidade está corretamente determinada em


a) “O que é que eu quero ???” (linha 6) (EPÍGRAFE)
b) “Quem nos conta isso é Frida ...” (linha 7) (ALUSÃO)
c) “O que você quer? Morar na praia.” (linha 27) (METALINGUAGEM)
d) “Ela escreveu que a indecisão de Diego Rivera o acompanhou
a vida toda.” (linha 8) (PARÓDIA)



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5. VARIAÇÃO LINGÜÍSTICA

         A língua não é usada de modo homogêneo por todos os seus falantes. O uso de uma
língua varia de época para época, de região para região, de classe social para classe social, de
gênero para gênero, idade para idade, e assim por diante. Nem individualmente podemos afirmar
que o uso seja uniforme. Dependendo da situação, uma mesma pessoa pode usar diferentes
variedades de uma só forma da língua.


         Sem nenhum juízo de valor, a norma pode variar no interior de uma comunidade
idiomática, seja de um ponto de vista diatópico (português de Portugal, português do Brasil,
português de Angola), seja de um ponto de vista diastrático (linguagem culta, linguagem média,
linguagem popular), seja, finalmente, de um ponto de vista diafásico (linguagem poética,
linguagem da prosa, situações de comunicação). Tudo isso sem alterar a coesão do sistema, que
faz a unidade fundamental da língua. Sistema e norma são coisas distintas. O que varia é a
norma.


5.1 - Paises Lusófonos


         Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe,
Timor-Leste. O primeiro passo no processo de criação da CPLP (Comunidade dos Países de
Língua Portuguesa) foi dado em São Luís do Maranhão, em Novembro de 1989, por ocasião da
realização do primeiro encontro dos Chefes de Estado e de Governo dos países de Língua
Portuguesa - Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambiquel, Portugal e São Tomé e
Príncipe -, a convite do Presidente brasileiro, José Sarney. Na reunião, decidiu-se criar o Instituto
Internacional da Língua Portuguesa (IILP), que se ocupa da promoção e difusão do idioma comum
da Comunidade.


EXERCÍCIO
Observe o texto que se segue:


Em 1983, no decurso de uma visita oficial a Cabo Verde, o então ministro dos Negócios
Estrangeiros de Portugal, Jaime Gama, referiu que:


"O processo mais adequado para tornar consistente e descentralizar o diálogo tricontinental dos
sete países de língua portuguesa espalhados por África, Europa e América seria realizar cimeiras
rotativas bienais de Chefes de Estado ou Governo, promover encontros anuais de Ministros de

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Negócios Estrangeiros, efectivar consultas políticas freqüentes entre directores políticos e
encontros regulares de representantes na ONU ou em outras organizações internacionais, bem
como avançar com a constituição de um grupo de língua portuguesa no seio da União
Interparlamentar".
1) Aponte as particularidades desse texto, escrito segundo o português lusitano, e o português do
Brasil.


5.1.2 - Algumas diferenças entre o português europeu e o português do Brasil:


Ortografia: “p” e o “n” são muitas vezes sons mudos em português quando antecedem outra
consoante. No Brasil, como não são pronunciadas na linguagem padrão foram eliminadas da

 Curiosidade

 O Brasil espera que Portugal e Cabo Verde ratifiquem acordo ortográfico da língua portuguesa.

 São 21 as bases de mudanças na ortografia da língua portuguesa. Com a reforma, o trema deixará de existir, a não ser
 em nomes próprios e seus derivados. O alfabeto passará a ter 26 letras, pois incluirá k, y e w. O h inicial e final das
 palavras também sofrerá alteração e permanecerão com ele apenas as palavras indicadas pela etimologia, por
 exemplo: homem, que vem do latim, homini. Segundo nota divulgada pelo Itamaraty, "estima-se que a entrada em vigor
 do Acordo Ortográfico poderá evitar o grande custo de produção de diferentes versões de dicionários e livros em geral.
 Será também mais fácil estabelecer critérios unificados para todos os países de língua portuguesa, com relação a
 exames e certificações comuns de proficiência de português para estrangeiros".
escrita. Assim, enquanto que em pt-PT se escreve “acção”, “baptismo”, “óptimo”, “Egipto”,
“Neptuno” e “connosco”; no Brasil escreve-se “ação”, “batismo”, “ótimo”, “Egito”, “Netuno” e
“conosco”.


Numerais: O que em Portugal significa “mil milhões” no Brasil significa “bilhões”. Além disso,
escreve-se em pt-PT Catorze, dezasseis, dezassete e dezanove para o que se escreve em pt-BR
quatorze, dezesseis, dezessete e dezenove.


Nacionalidades e lugares. Alguém que nasceu na Polônia é chamado de “polaco” em Portugal e
de “polonês” ou de “polaco” no Brasil. O mesmo vale para “israelita”, “canadiano” e “palestiniano”
(em pt-PT), que no Brasil se designam como “israelense” (”israelita” no pt-BR é quem professa a
religião judaica ou israelita), “canadense” e “palestino”, respectivamente. E “Médio Oriente”, em pt-
PT, é escrito no Brasil como “Oriente Médio”, assim como “Singapura”, “Jugoslávia” (actual Sérvia
e Montenegro) e “Vietname” em pt-PT, são escritos “Cingapura”, “Iugoslávia” e “Vietnã” em pt-BR.


Siglas. A “SIDA” lê-se, em ambos pt-BR e pt-PT como “Síndrome da Imonudeficiência Adquirida”.
No entanto, no Brasil, a leitura da sigla como “AIDS”, embora proveniente da sigla em língua
inglesa (Acquired Immunodeficiency Syndrome), é de uso comum e é perfeitamente
compreensível        em      um      diálogo.        De      forma       similar,       a    leitura      da      sigla     “ADN”        (ácido
desoxirribonucléico) é igual em ambos os países, embora ao menos no Brasil também seja de uso

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comum a forma inglesa, “DNA”. Ocorre o inverso com a sigla da Organização do Tratado do
Atlántico Norte, cuja sigla é preferida no original em inglês (NATO) no pt-PT e traduzida para sua
equivalente em português (OTAN) no pt-BR.


Uso do trema no Brasil. As sílabas “qüe”, “güe”, “güi” são usadas no Brasil para indicar que o “u”
é lido, mas não em Portugal e África (escreve-se simplesmente “que”, “gue” ou “gui”), apesar de
ser lido da mesma forma. Exemplo: pt-BR “agüentar”, “freqüente”, pt-PT “aguentar”, “frequente”. É
fundamental observar que a regra brasileira determina o uso do trema, mas ela não é seguida por
muitos. Há até veículos de comunicação que aboliram por si próprios o sinal (p. ex.: Revista IstoÉ,
por exemplo). O acordo ortográfico de 1990, que talvez seja adotado em breve, prevê a completa
abolição do trema na escrita do português.


Variações de léxico e sinalização. As placas de trânsito que indicam parada/paragem obrigatória
são escritas, em Portugal, como no inglês “STOP”, enquanto no Brasil são escritas como “PARE”.
“Caminhonete” (ou também “Camioneta” ou “Perua”), em pt-BR, significa, em pt-PT, “carrinha” ou
“camioneta”; “Ônibus”, em pt-BR, equivale a “autocarro” em pt-PT. “Equipe”, “console”, “tela”,
“câncer” e “terremoto”, em pt-BR, significam “equipa”, “consola”, “ecrã”, “cancro” e “terramoto” em
pt-PT, respectivamente.


Acentuação variável. Devido à pronúncia padrão de cada país, as vogais “o” e “e” antes das
consoantes nasais “m” e “n”, quando tônicas, são fechadas no Brasil e abertas em Portugal e
África. Ex. pt-BR “Mônica”, “Antônio” e “econômico”, pt-PT “Mónica”, “António” e “económico”. No
Brasil, as palavras terminadas em “éia” têm o “é” do ditongo “ei” acentuado, mas não no português
escrito na África e Portugal. Assim, escreve-se “Assembléia” e “Européia” no pt-BR e “Assembleia”
e “Europeia” em Portugal. Também no Brasil utiliza-se o acento circunflexo no penúltimo o
(fechado) do hiato oo: “vôo”, “enjôo”, “abençôo”, “perdôo”, etc. Em Portugal: “voo”, “enjoo”,
“abençoo”, “perdoo”


Significados diferentes. Algumas palavras têm significados diferentes nos dois países. Alguns
exemplos:


    1. No Brasil, “puto” é uma gíria para prostituto no sentido pejorativo, e em Portugal significa
        apenas uma criança do sexo masculino.
    2. Em Portugal, “bicha” pode ser o que os brasileiros entendem por “fila”, muito embora a
        palavra também tenha o significado brasileiro de homossexual.
    3. No Brasil, “banheiro” é o que em Portugal se chama “casa de banho”; em algumas regiões
        de Portugal, “banheiro” é o que os brasileiros chamam de “salva-vidas” ou “guarda-vidas”.
        “Salva-vidas” também é usado em Portugal.

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Formas verbais: como estou a fazer, ando a fazer (Portugal); estou fazendo (Brasil).


Uso do sufixo ito: rapazito, boquita (comum em Portugal).


Conjugação em 2ª pessoa (tu e vós) – no Brasil, restrita a algumas regiões que, em geral, empregam o tu
conjugando o verbo na 3ª pessoa: tu vai, tu foi.


Fonética – as diferenças são profundas. De modo geral, a pronúncia em Portugal é mais rápida e seca:
Al'manha (Alemanha), esp'rança (esperança), p'reira (pereira). Outras distinções: o hábito, em Portugal, de
alongar certas vogais, transformando-as em ditongo: senhoire (senhor), fazeire (fazer) ou de pronunciar
como ai o ditongo ei: baijo (beijo).


O trecho abaixo, do romance "A vida verdadeira de Domingos Xavier ", do escritor angolano José Luandino
Vieira, mostra um pouco do português usado em Angola.


"Miúdo Zito entrou a correr no pequeno compartimento que servia de sala e, atravessando no quintal, viu o
avô, ao fundo, junto às aduelas. Parou, ofegante, e depois chamou:
- Vavô! Vem depressa. Tem preso!
Velho Petelo se virou e interrogou com seus olhos pequenos, piscando na luz do sol da manhã coado nas
folhas da mandioqueira:
- Menino disse tem preso? Viste com teus olhos?

Arrastando a perna esquerda e seguido por miúdo Zito, atravessou na sala e saiu para o areal vermelho.
Rodearam na cubata de sô Miguel, e, em frente, onde já se aglomeravam algumas mulheres com seus
monas escondidos nos panos, viram o homem que fazia esforços para descer da carrinha, debaixo das
pancadas de dois cipaios."


miúdo – garoto; aduelas - tábuas de barril usadas para formar cercas delimitando o quintal; cubata - habitação feita de
restos de materiais de construção; barraco, casebre; monas – crianças; carrinha - caminhonete aberta, tipo pick-up;
cipaios - policiais africanos, encarregados de policiar a população africana.


5.2 - Jargões


Identifique o falante de cada um dos discursos, assinalando segundo a lista abaixo:


     A)   Fala de uma pessoa que trabalha com Marketing Político:
     B)   Fala de um médico:
     C) Fala de um advogado,
     D) Fala de um professor de academia de ginástica
     E)   Fala de um cantor de rap
     F)   Fala de freqüentador de pagode
     G) Fala de um surfista




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  • 1. CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS C u r s o P r ó - Té c n i c o Disciplina: Língua Portuguesa e Literatura Brasileira Texto Experimental – 1a Edição Professora Zelina Márcia Pereira Beato Varginha – Minas Gerais Dezembro de 2006
  • 2. ......................................................... Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII – Varginha. O Português é a língua oficial de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique, Macau, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Fonte: http://www.linguaportuguesa.ufrn.br/ Curso Pró-Técnico. Disciplina: Língua Portuguesa e Literatura Brasileira - Professora Zelina Beato. ii
  • 3. ......................................................... Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII – Varginha. Sumário 1. TEXTOS – LEITURA E PONTUAÇÃO .............................................................. 1 ATIVIDADE DE PONTUAÇÃO I................................................................................... 8 ATIVIDADE DE PONTUAÇÃO II.................................................................................. 9 2. SINAIS DE PONTUAÇÃO................................................................................ 11 2.1 - Emprego dos dois pontos...................................................................... 11 2.2 - Emprego do ponto de interrogação ....................................................... 11 2.3 - Emprego do ponto de exclamação........................................................ 11 2.4 - Emprego das reticências ....................................................................... 11 2.5 - Emprego das aspas .............................................................................. 11 2.6 - Emprego do Travessão ......................................................................... 11 2.7- Emprego dos Parênteses ....................................................................... 12 2.8 - Emprego do ponto e vírgula .................................................................. 12 2.9 - Emprego da vírgula: .............................................................................. 12 EXERCÍCIOS .................................................................................................... 14 3. ACENTUAÇÃO GRÁFICA............................................................................... 15 3.1 - Para se acentuar uma palavra .............................................................. 15 3.2 - Oxítonas ................................................................................................ 15 3.3 - Paroxítonas ........................................................................................... 16 3.4 - Proparoxítonas ...................................................................................... 16 3.4.1 – Casos Especiais ................................................................................ 16 3.5 - Acento Diferencial ................................................................................. 17 EXERCÍCIOS .................................................................................................... 17 4. ESTUDO DE TEXTO........................................................................................ 18 4.1 - Progressão Textual - Fatores que Dão Unidade de Sentido. ................ 18 4.2 - Mecanismos de Coesão Referencial - Coerência Extratextual e Coerência Intratextual ................................................................................... 20 EXERCÍCIOS .................................................................................................... 20 4.3 - Conexões .............................................................................................. 21 4.3.1 - Tipos de Relações.............................................................................. 21 EXERCÍCIOS .................................................................................................... 22 4.4 - Intertextualidade e Metalinguagem ....................................................... 25 4.4.1. Tipos de Intertextualidade ................................................................... 32 4.5 - Figuras de linguagem............................................................................ 35 EXERCÍCIOS .................................................................................................... 37 5. VARIAÇÃO LINGÜÍSTICA............................................................................... 39 5.1 - PAISES LUSÓFONOS..................................................................................... 39 5.1.2 - Algumas diferenças entre o português europeu e o português do Brasil: ............................................................................................................ 40 5.2 - JARGÕES .................................................................................................... 42 5.3 - DIFERENÇAS REGIONAIS .............................................................................. 44 Curso Pró-Técnico. Disciplina: Língua Portuguesa e Literatura Brasileira - Professora Zelina Beato. iii
  • 4. ......................................................... Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII – Varginha. 6. ORTOGRAFIA.................................................................................................. 47 7. ESTUDO DE TEXTO........................................................................................ 49 7.1 - RECURSOS POÉTICOS .................................................................................. 51 7.1.1 - Assonância e aliteração ..................................................................... 51 7.1.2 - Ritmo .................................................................................................. 53 7.1.3 - Recursos Sonoros.............................................................................. 57 7.1.4 - Figuras de linguagem: ........................................................................ 57 7.2 - NEOLOGIA ................................................................................................... 59 7.3 - SEMÂNTICA E PRAGMÁTICA........................................................................... 63 EXERCÍCIOS .................................................................................................... 64 7.4 - COERÊNCIA TEXTUAL ................................................................................... 67 8. DUPLA POSSIBILIDADE DE LEITURA .......................................................... 71 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 86 Curso Pró-Técnico. Disciplina: Língua Portuguesa e Literatura Brasileira - Professora Zelina Beato. iv
  • 5. ......................................................... Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII – Varginha. 1. Textos – Leitura e Pontuação Sejam os textos: Pontuação é tudo Um homem rico estava muito mal. Pediu papel e caneta e escreveu assim: Deixo meus bens à minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a conta do padeiro nada dou aos pobres. Morreu antes de fazer a pontuação. A quem deixava a fortuna? Eram quatro concorrentes. 1) O sobrinho fez a seguinte pontuação: Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho. Jamais será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres. 2) A irmã chegou em seguida. Pontuou assim o escrito: Deixo meus bens à minha irmã. Não a meu sobrinho. Jamais será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres. 3) O padeiro pediu cópia do original. Puxou a brasa pra sardinha dele: Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres. 4) Aí, chegaram os descamisados da cidade. Um deles, sabido, fez esta interpretação: Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do padeiro? Nada! Dou aos pobres. Assim é a vida. Nós é que colocamos os pontos. E isso faz toda diferença. A Mosca A mosca saiu do açucareiro. Zzzzzzzzzz zzzzzzzzzz zzzzzzzzzz zzzzzzzzzz zzzzzzzzzz zzzzzzzzz zzzzzzzzz zzzzzzzzz zzzzzzzzz zzzzzzzzz zzzzzzzzz. Pousou numa xícara. O homem espantou-a com a mão. Zzzzzzzzzz zzzzzzzzzz zzzzzzzzzz zzzzzzzzzz zzzzzzzzzz zzzzzzzzz zzzzzzzzz zzzzzzzzz zzzzzzzzzz zzzzzzzzz zzzzzzzzz. Parou perto de outra mosca. Conversaram! - Zzzzzzzzzz zzzzzzzzz zzzzzzzzz! - Zzzzzzzzzz zzzzzzzzz zzzzzzzzz? Curso Pró-Técnico. Disciplina: Língua Portuguesa e Literatura Brasileira - Professora Zelina Beato. 1
  • 6. ......................................................... Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII – Varginha. - Zzzzzzzzzz zzzzzzzzz zzzzzzzzz zzzzzzzzz... - Zzzzzzzzzz zzzzzzzzz! - Zzzzzzzzz zzzz! - Z. E voltaram as duas. Zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz. O homem tornou a afastá-las. Zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz. Elas tornaram a voltar. Agora eram três. Zzz zzz zzz zzz zzz zzz zzz zzz zzz zzz zzz zzz zzz zzz. O homem se levantou e foi embora. Moral: é mais fácil uma mosca espantar um homem do que um homem espantar uma mosca. (ELIACHAR, Leon. O homem ao quadrado. São Paulo: Círculo do Livro, 1960.) 1 - Leia o texto em silêncio. 2 - Leia-o em voz alta. 3 - Você leu todas as seqüências de z do mesmo modo, ou seja, deu alguma pausa entre elas? Por quê? 4 - Você leu todas as frases no mesmo tom ou não? Por quê? 5 - Qual é a função do uso de z no texto? 6 - Comente sobre a moral da história. 7 - Imagine que palavras estariam sendo ditas no lugar dos zz e reescreva a história. Elefantes Os elefantes são os maiores dentre os animais terrestres. Há duas espécies de elefantes: o elefante africano e o asiático. Os elefantes vivem em pequenas famílias chamadas de clã. Cada clã tem algumas fêmeas adultas, com suas crias e outros elefantes ainda jovens. A fêmea maior e mais velha é quer-n dirige o clã. Os elefantes machos vivem sozinhos ou têm seus grupos separados. Juntam-se às fêmeas na época do cio. Depois de dar à luz, a mamãe elefante alimenta seu bebê com seu leite várias vezes ao dia. Este se mantém sempre junto dela durante os primeiros meses de vida, andando quase sempre por entre as duas patas da mãe para maior proteção. Curso Pró-Técnico. Disciplina: Língua Portuguesa e Literatura Brasileira - Professora Zelina Beato. 2
  • 7. ......................................................... Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII – Varginha. A alimentação do elefante adulto é composta por aproximadamente 250 a 320 quilos de folhas, frutos e raízes. Essa quantidade de alimentos corresponde a mais ou menos um quilômetro quadrado de vegetação rala. Além disso, precisam beber de 110 a 190 litros de água por dia, sem falar na água do banho. É por isso que, para não dizimar a vegetação de um lugar, os elefantes estão sempre viajando. Os elefantes mais velhos e doentes, geralmente, retiram-se do grupo principal e formam sua própria manada. Com eles vão alguns elefantes jovens, que lhes fornecem ajuda para procurar comida e proteção contra outros animais. Quando estão quase à morte, esses elefantes velhos e doentes procuram lugares calmos onde possam conseguir água e comida com mais facilidade. Os mortos ficam por ali, o que deu a falsa impressão de que existiriam “cemitérios de elefantes.” Os elefantes jamais morrem por ataque de outros animais, sendo o homem o seu maior inimigo. (Como vivem os animais. São Paulo: Abril: [s/d.]. p. 3-4.) 1 - Quais são as principais informações que o texto nos traz sobre os elefantes? 2 - Quais são as espécies de elefantes que existem? 3 - Existem realmente cemitérios de elefantes? Comente, com base nas informações trazidas pelo texto. 4 - De que modo os elefantes demonstram respeito à natureza? 5 - Na linha 1, os dois pontos estão sendo usados para: ( ) introduzir uma fala de personagem. ( ) introduzir uma explicação. 7 - Pontue as frases a seguir, usando os dois pontos com o mesmo objetivo apontado no item 5. a) As famílias de elefantes são formadas por estes componentes algumas fêmeas adultas, suas crias e outros elefantes ainda jovens. b) A alimentação do elefante adulto é composta por três elementos básicos folhas, frutos e raízes. Curso Pró-Técnico. Disciplina: Língua Portuguesa e Literatura Brasileira - Professora Zelina Beato. 3
  • 8. ......................................................... Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII – Varginha. c) Há bandos de elefantes formados por outros elementos elefantes mais velhos e doentes e elefantes mais jovens. 8 - Observe bem as frases a seguir: Depois de dar à luz, a mamãe elefante alimenta seu bebê com seu leite várias vezes ao dia. Várias vezes ao dia, a mamãe elefante alimenta seu bebê seu leite depois de dar à luz. Agora responda. 8.1. As expressões sublinhadas dão idéia de lugar ou de tempo? 8.2. O que você pôde perceber que aconteceu com o uso da vírgula nas duas frases? Tem algo a ver com a posição em que as expressões sublinhadas se encontram? Comente. 8.3 - Use a vírgula nas frases a seguir, quando se fizer necessária. a) Os elefantes machos adultos juntam-se às fêmeas na época do cio. b) Na época do cio os elefantes machos adultos juntam-se às fêmeas. c) Durante o período de um dia um elefante precisa beber de 110 a 190 litros de água. d) Um elefante precisa beber de 110 a 190 litros de água durante o período de um dia. 9 - Agora observe estas frases: Para não dizimar a vegetação de um lugar, os elefantes estão sempre viajando. Os elefantes, para não dizimar a vegetação de um lugar, estão sempre viajando. Os elefantes estão sempre viajando para não dizimar a vegetação de um lugar. Quando estão quase à morte, esses elefantes velhos e doentes procuram lugares calmos onde possam conseguir água e comida com mais facilidade. Curso Pró-Técnico. Disciplina: Língua Portuguesa e Literatura Brasileira - Professora Zelina Beato. 4
  • 9. ......................................................... Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII – Varginha. Esses elefantes velhos e doentes, quando estão quase à morte, procuram lugares calmos onde possam conseguir água e comida com mais facilidade. Esses elefantes procuram lugares calmos onde possam conseguir água e comida com mais facilidade quando estão quase à morte. Agora responda: O que você pôde perceber com relação ao uso da vírgula nessas frases? Tem algo a ver de novo com a posição de certas expressões na frase? Comente, procurando dizer que tipos de idéias são por elas expressas. 10 - Reescreva as frases a seguir, trocando de posição os elementos possíveis e pontuando com vírgula onde for preciso. Procure tomar como base as frases do item 9. a) O bebê elefante anda quase sempre por entre as patas da mãe para que fique mais protegido. b) Os elefantes retiram-se do grupo principal e formam sua própria manada quando ficam mais velhos e doentes. O primeiro beijo de Marcos Marcos era um adolescente que só pensava em jogar futebol e não ligava pra mais nada, até que um dia ele estava jogando e viu uma linda garota, que estava assistindo o jogo, foi amor a primeira vista, ele não tirava os olhos dela, até então a amiga da garota fazer um sinal para Beti que um menino estava à observá-la, quando ela percebeu achou que ele era um cara simpático e bonitinho. Depois de ter comentado isso, ela pediu para Vanessa sua amiga para falar que ela queria ficar com ele. Vanessa chegou e marcou um encontro entre os dois, mas Marcos já estava a pensar para si mesmo; e agora o que eu vou fazer nunca beijei nenhuma garota, eu não sei beijar só falta eu passar um vexame. Já estava na hora e Beti já o estava esperando a algum tempo, até que quando ela estava indo embora ele apareceu tímido e embaraçado, Beti que já tinha alguma experiência foi direta ao assunto pois percebeu que ela seria sua primeira namorada. Curso Pró-Técnico. Disciplina: Língua Portuguesa e Literatura Brasileira - Professora Zelina Beato. 5
  • 10. ......................................................... Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII – Varginha. Ela perguntou a Marcos: - Você já beijou alguém em sua vida, ele não sabia o que falar, até que resolveu encarar a verdade eu nunca beijei uma garota. Beti chega e fala pra ele não existe segredo nisso. E quando ele menos esperava ele já estava à beijá-la, demorou, mas depois do primeiro beijo percebeu que não se tem nada a se temer. o (Texto produzido por um aluno o 1 ano do ensino médio de uma escola pública estadual da Grande Porto Alegre). 1 - Se formos pesquisar um conceito para frase, encontraremos algo semelhante a um enunciado lingüístico de sentido completo que começa com letra maiúscula e termina com algum sinal de pontuação final. Considerando esse conceito, releia com atenção o primeiro parágrafo. Será que todo ele se constitui realmente de apenas uma frase? Se você acha que não, reescreva-o, demarcando as frases com a letra maiúscula inicial e o sinal de pontuação final que julgar adequado. 2 - Vamos rever uma questão gramatical: Aposto: é o termo da oração que sempre se liga a um nome que o antecede com a função de explicar, esclarecer, identificar, discriminar esse nome. Geralmente o aposto vem separado do nome a que se refere por sinais de pontuação. nome aposto Lúcia, aluna do terceiro colegial, foi bem na prova. nome aposto Desejo-lhe uma coisa: felicidade. nome aposto Roubaram tudo: discos, jóias, dinheiro, documentos. OBS.: Existe um tipo de aposto que normalmente não vem separado por sinais de pontuação, como nos exemplos que seguem: A cidade de São Paulo a rua Altinópolis o rio Amazonas A esse tipo de aposto dá-se o nome de aposto de especificação. (TERRA, Ernani. Curso prático de gramática. 6ª ed. São Paulo: Scipione, 1993. p. 214-215). Curso Pró-Técnico. Disciplina: Língua Portuguesa e Literatura Brasileira - Professora Zelina Beato. 6
  • 11. ......................................................... Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII – Varginha. Revista essa questão, releia atentamente o segundo parágrafo e procure ver em que situação temos caso de aposto. Constatada tal situação, verifique se há necessidade ou não de pontuar o aposto. Havendo, reescreva a frase em que ele encontrar-se, empregando o sinal de pontuação adequado. 3 - Vamos relembrar mais algumas coisas: em um texto, quando aparece a fala de um personagem na voz dele mesmo, temos discurso direto. Tal tipo de discurso pode ser marcado, na escrita, por dois sinais de pontuação: Travessão: O empregado entra na sala do patrão e diz: - Sr. Rezende, desculpe-me, mas há três meses não recebo salário. O patrão olha fixamente nos olhos do empregado e diz: - Está desculpado. (Seleções, jun. 2004. p. 45.) Aspas: ANS e seguradoras transferem reunião Brasília - As negociações entre a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e as seguradoras de saúde emperram. Depois de afirmar que uma solução para o conflito causado pelos reajustes das mensalidades dos contratos antigos - anteriores a janeiro de 1999 - estava próxima, a diretora da ANS, Maria Stella Gregori, admitiu ontem que os entendimentos não avançaram. Um novo encontro que estava marcado para hoje acabou sendo transferido para a próxima semana. “Não conseguimos avançar”, disse Maria Stella. Nem a agência nem as seguradoras de saúde informaram os motivos do retrocesso nas negociações. As seguradoras querem cobrar dos clientes antigos reajustes médios de 80%, valor considerado abusivo, na avaliação da ANS. (Correio do Povo, 23 jul.2004. p. 11.) a) Com base nesses dois exemplos, responda: como se inserem nos parágrafos desses dois textos os discursos diretos marcados por travessão e os marcados por aspas? Curso Pró-Técnico. Disciplina: Língua Portuguesa e Literatura Brasileira - Professora Zelina Beato. 7
  • 12. ......................................................... Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII – Varginha. b) Agora atente para o quarto parágrafo do texto do aluno que estamos analisando. Nele aparecem dois discursos diretos. Identifique-os e reescreva o parágrafo com a pontuação adequada. c) Ainda atentando para esses dois discursos diretos, que tipo de frase temos no primeiro? Será que a pontuação dela está adequada? Se não está, cuide também desse detalhe na re-escritura do parágrafo. d) Identifique um aposto no texto “ANS e seguradoras transferem reunião”. Atividade de Pontuação I Quem não desejou, pelo menos uma vez na vida, fazer um feitiçozinho? Sei lá? Mudar a nota de um teste que correu mal! Fazer calar um professor que fala, fala e nunca mais se cala! Coisas assim, do dia-a-dia! Quer saber como é que as bruxas aprendem? Decodifique a mensagem. 1. Leia a mensagem secreta, "Lições de Feitiço” 2. Decodifique-a , criando uma mensagem com a seguinte estrutura: 3 parágrafos. 1º parágrafo (como se faz uma poção mágica.) - um só período (2 vírgulas) 2º parágrafo (a formação de uma bruxa) - 3 períodos (8 vírgulas) 3º parágrafo (um feitiço simples) - 3 períodos (7 vírgulas, 1 x dois pontos, 1 x aspas) O seu trabalho ficará mais fácil se forem seguidos os seguintes procedimentos: a. Leia tudo uma primeira vez antes de começar a colocar qualquer sinal. É só para apanhar a idéia geral indicada para cada parágrafo. b. Faça uma segunda leitura, se possível em voz alta. Ouvir as palavras ajuda a encontrar o ritmo do texto, porque as palavras puxam-se umas às outras formando frases com sentido. c. Divida os parágrafos. d. Agora, procure os períodos. e. A seguir, coloque as vírgulas. Curso Pró-Técnico. Disciplina: Língua Portuguesa e Literatura Brasileira - Professora Zelina Beato. 8
  • 13. ......................................................... Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII – Varginha. f. Finalmente coloque a restante pontuação. g. Releia tudo em voz alta, se possível. para produzir uma poção eficaz além de misturar os ingredientes corretos e colocá-los para cozinhar à temperatura adequada a bruxa precisa saber a fórmula que deve ser pronunciada para lançar o feitiço isso exige que a bruxa quando jovem passe por muitas horas de treino exaustivo depois da escola ela precisa ter aulas de culinária estudar receitas aprender taquigrafia datilografia e milhões de canções chamamentos gritos murmúrios e sortilégios para ter sucesso na carreira a bruxa precisa de uma boa base de conhecimento os feitiços mais simples referem-se ao tempo para desencadear uma tempestade no mar por exemplo é só a bruxa rodar um gato três vezes em volta da cabeça e atirá-lo ao mar cantando Raios e trovões bruum bruum catatrá façam mil vagalhões erguer-se no mar os feitiços para curar doenças são muito difíceis mas muito mais úteis Atividade de Pontuação II Apesar do ar carrancudo com que aparecem diante de princesas, reis e rainhas, as bruxas são bem humoradas e gostam de se divertir. Como? Decodifique a mensagem e descubra. 1. Leia a mensagem secreta, "Grandes Festas” 2. Decodifique-a, criando uma mensagem com a seguinte estrutura: 5 parágrafos. 1º parágrafo (o ano das bruxas) - 3 períodos (2 vírgulas) 2º parágrafo (o dia das bruxas) - 3 períodos (9 vírgulas) 3º parágrafo (a festa da Primavera) - 1 período (2 vírgulas) 4º parágrafo (o dia dos namorados) - 2 períodos (1 vírgula) 5º parágrafo (o dia das colheitas) - 3 períodos (1 vírgula) o ano das bruxas começa no Dia das Bruxas quando em alguns países fantasmas demônios e crianças saem pedindo dinheiro e fazendo travessuras as casas são enfeitadas com velas dentro de abóboras e morangas acendem-se fogueiras e as pessoas pescam maçãs num grande alguidar no dia das bruxas as bruxas reúnem-se à meia-noite e dançam ardentemente em torno das chamas até ao amanhecer valsam sapateiam dançam de um lado para o outro depressa devagar giram sacodem-se como só elas sabem o dia das bruxas é uma festa em que as roupas as diversões e os vôos são os mais fantásticos na Festa da Primavera as bruxas jovens dançam em Curso Pró-Técnico. Disciplina: Língua Portuguesa e Literatura Brasileira - Professora Zelina Beato. 9
  • 14. ......................................................... Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII – Varginha. torno do mastro de fitas cada uma querendo chamar a atenção para ser eleita a Rainha da Primavera no dia dos Namorados as bruxas mais jovens colocam folhas de louro debaixo do travesseiro para sonhar com os seus futuros maridos não se sabe se esses sonhos são muito pacíficos a festa da colheita é a última oportunidade da jovem muitas bruxas fazem bolos mágicos com o trigo recém-recolhido para oferecer aos seus namorados quando não consegue seduzir um homem com a sua beleza a bruxa acaba por ter de usar os seus encantamentos. Curso Pró-Técnico. Disciplina: Língua Portuguesa e Literatura Brasileira - Professora Zelina Beato. 10
  • 15. ......................................................... Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII – Varginha. 2. Sinais de Pontuação Os sinais de pontuação são usados para: • assinalar pausas e inflexões de voz; • separar palavras, expressões e orações em destaque; • esclarecer o sentido da frase, eliminando possíveis ambigüidades. 2.1 - Emprego dos dois pontos • enumeração (Tinha duas ambições: sucesso e dinheiro) • introduzindo uma citação ou diálogo (Ele respondeu secamente: "Não vou ao baile!") 2.2 - Emprego do ponto de interrogação • após uma frase interrogativa direta (Espera por alguém?) 2.3 - Emprego do ponto de exclamação • 2em frases que indiquem surpresa, espanto, admiração, alegria (Que espetáculo!) • após interjeições (Bravo!, Bis!!!) 2.4 - Emprego das reticências • marcando interrupção do pensamento (Se for assim...) • deixando o sentido da frase ser interpretado pelo leitor (A resposta dela...) • denotando hesitação (Amanhã... Não sei não...) • realçando palavras ou expressões em ambiente literário (Para fazer pelos meus... ninguém ...) 2.5 - Emprego das aspas • indicando citações de outros autores (Disse Fernando Pessoa: "Tudo vale a pena se a alma não é pequena") • em palavras ou expressões estrangeiras e gírias (Ele foi o "must", "tá"?!) 2.6 - Emprego do Travessão • indicando diálogos (— Ele voltará?) Curso Pró-Técnico. Disciplina: Língua Portuguesa e Literatura Brasileira - Professora Zelina Beato. 11
  • 16. ......................................................... Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII – Varginha. • destacando algum elemento frasal ou um aposto, podendo aparecer entre travessões (Jomar — primo de minha avó — sorria feliz) 2.7- Emprego dos Parênteses • em algum comentário ou explicação, isolando-os da frase 2.8 - Emprego do ponto e vírgula • separar itens de uma enumeração (em leis, decretos, portarias, regulamentos etc.) • separar orações com certa extensão, que dificultem a compreensão e respiração • para frisar o sentido adversativo antes da conjunção • separar orações que sejam quebradas por vírgula, para marcar pausa maior entre as orações 2.9 - Emprego da vírgula: • Para o emprego correto da vírgula, deve-se considerar a ordem direta da frase: sujeito - verbo - complementos - adj. adverbial • Erros quando a ordem é direta: o não pode haver vírgula entre sujeito e predicado (O supervisor, distribuiu as tarefas - ERRADO) o não pode haver vírgula entre o verbo e seus complementos (Os alunos refizeram, todos os textos - ERRADO) o não pode haver vírgula entre o nome e o complemento nominal ou adjunto adnominal (A extração, do dente foi dolorosa - ERRADO) • Entre os termos da oração: o separar termos coordenados da mesma função e assindéticos, ainda que sejam repetidos. Mas, cuidado: havendo o "e" entre os dois últimos termos, não há necessidade da vírgula. o separar vocativos e o nome do lugar nas datas o indicar inversões: • do adjunto adverbial (se o adjunto for de pequena extensão, torna-se dispensável o uso da vírgula) • do complemento pleonástico antecipado o indicar intercalações: • de expressões explicativas, continuativas e conclusivas • do adjunto adverbial ou aposto (menos o especificativo) • da conjunção o indicar, às vezes, elipse do verbo (Ele virá hoje; eu, amanhã) Curso Pró-Técnico. Disciplina: Língua Portuguesa e Literatura Brasileira - Professora Zelina Beato. 12
  • 17. ......................................................... Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII – Varginha. • Em período composto: o para separar as orações coordenadas assindéticas (sem conectivos) o para separar as orações coordenadas sindéticas, quando os sujeitos das duas orações forem diferentes o para separar as coordenadas adversativas. É bom saber que não se pode usar vírgula depois do mas e que, quando porém, contudo, todavia, no entanto e entretanto iniciarem a frase, poderão ou não ser seguidos de vírgula. Essas últimas conjunções sempre terão uma vírgula antes e outra depois quando estiverem intercaladas no período o para separar as coordenadas sindéticas alternativas em que haja as conjunções ou....ou, ora.....ora, quer....quer, seja......seja o para separar as coordenadas sindéticas conclusivas (logo, pois, portanto). O pois com valor conclusivo (= portanto) sempre deve vir entre vírgulas Ex.: Não era alfabetizado; não podia, pois, ter carta de habilitação. o para separar as coordenadas sindéticas explicativas (Não fale assim porque estamos ouvindo você) o para separar as adverbiais reduzidas e as adverbiais antepostas ou intercaladas na principal o para separar as orações consecutivas o isolar as subordinadas adjetivas explicativas. As restritivas, geralmente não se separam por vírgula. Podem terminar por vírgula em casos de ter certa extensão ou quando os verbos se sucedem. Entretanto nunca devem começar por vírgula. (O rapaz, que tinha o passo firme, resolvei o problema / O aluno que estuda, aprende) • Vírgula antes do e: o não se emprega nas enumerações do tipo das seguintes: Ex.: Comprei um livro e um caderno / Fui ao supermercado e à farmácia o usa-se quando vier em polissíndeto Ex.: E fala, e resmunga, e chora, e pede socorro. o a vírgula separa elementos com a mesma função sintática, exceto se estiverem ligados pela conjunção e: Ex.: O João, o Antônio, a Maria e o Joaquim foram passear. o pode-se usar a vírgula se os sujeitos forem diferentes Ex.: Eles explicam seus pontos de vista, e a imprensa deturpa-os. o se o e assumir outros valores que não o aditivo, cabe o emprego de vírgula Ex.: Responderam a mãe, e não foram repreendidos (adversidade) Curso Pró-Técnico. Disciplina: Língua Portuguesa e Literatura Brasileira - Professora Zelina Beato. 13
  • 18. ......................................................... Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII – Varginha. EXERCÍCIOS 1. Pontue as frases se necessário: a) Brasília Capital da República foi fundada em 1960 b) A poesia a dança a escultura a música tudo é forma de expressão c) Minha casa tem dois dormitórios dois banheiros uma cozinha uma sala e um pequeno quintal d) A poluição ambiental meus senhores tem sido um grave problema e) O senhor Carlos chefe da empresa adiou a decisão f) Maria o chefe da firma vai promover você e eu g) Naquele dia porém ninguém se manifestou h) No inverno ela me deixou Felizmente tudo acabou bem i) Quero que você volte ou melhor fique comigo para sempre j) O lobo com cautela caça l) Não tenho tudo que amo mas amo tudo que tenho m) O programa quando é bom não trava a operação da máquina n) São Paulo 25de janeiro de 2000 o) Eu vou mas volto Ficarei aqui até Lídia a orgulhosa resolver olhar para mim p) O deputado disse o presidente é um safado q) Minha vaca é igual às outras tem dois chifres em quatro patas sustenta seu corpo tem um rabo abaixo dos olhos um focinho dá leite e muge 2. Pontue o período abaixo de forma que sejam possíveis dois sentidos opostos: “Irás voltarás não morrerás” a) com sentido de que não vai morrer: R. b) com sentido de que vai morrer: R. 2.3. A pontuação pode transformar uma frase relativa restritiva em relativa explicativa, o que interfere no sentido a ser compreendido. Qual a diferença de sentido que podemos perceber em cada uma das orações relativas? a) os índios brasileiros, que abandonaram suas tradições, estão em fase de extinção. b) os índios brasileiros que abandonaram suas tradições estão em fase de extinção. Curso Pró-Técnico. Disciplina: Língua Portuguesa e Literatura Brasileira - Professora Zelina Beato. 14
  • 19. ......................................................... Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII – Varginha. 3. ACENTUAÇÃO GRÁFICA O português, assim como outras línguas neolatinas, apresenta acento gráfico. Toda palavra da língua portuguesa de duas ou mais sílabas possui uma sílaba tônica. Observe as sílabas tônicas das palavras arte, gentil, táxi e mocotó. Você constatou que a tonicidade recai sobre a sílaba inicial em arte, a final em gentil, a inicial em táxi e a final em mocotó. Além disso, você notou que a sílaba tônica nem sempre recebe acento gráfico. Portanto, todas as palavras com duas ou mais sílabas terão acento tônico, mas nem sempre terão acento gráfico. A tonicidade está para a oralidade (fala) assim como o acento gráfico está para a escrita (grafia). 3.1 - Para se acentuar uma palavra 1º - Divida-a em sílabas; 2º - Classifique-a quanto à tonicidade (oxítona, paroxítonas, proparoxítonas); 3º - De acordo com sua terminação, encaixe-a nos exemplos abaixo. 3.2 - Oxítonas São assinaladas com acento agudo as palavras oxítonas que terminam em a, e e o abertos, e com acento circunflexo as que terminam em e e o fechados, seguidos ou não de s: a........ já, cajá, vatapá as...... ás, ananás, mafuás e....... fé, café, jacaré es..... pés, pajés, pontapés o...... pó, cipó, mocotó os..... nós, sós, retrós e....... crê, dendê, vê es..... freguês, inglês, lês o....... avô, bordô, metrô os..... os bisavôs, propôs - Incluem-se nesta regra os infinitivos seguidos dos pronomes oblíquos lo, la, los, las: dá-lo, matá- los, vendê-la,fazê-las, compô-lo, pô-los etc. - Cuidado: Nunca se acentuam: (a) as oxítonas terminadas em i e u, e em consoantes — ali, caqui, rubi, bambu, rebu, urubu, sutil, clamor etc.; (b) os infinitivos em i, seguidos dos pronomes oblíquos lo, la, los, las — fi-lo, puni-la, reduzi-los, feri-las. Curso Pró-Técnico. Disciplina: Língua Portuguesa e Literatura Brasileira - Professora Zelina Beato. 15
  • 20. ......................................................... Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII – Varginha. 3.3 - Paroxítonas Assinalam-se com acento agudo ou circunflexo as paroxítonas terminadas em: i....... dândi, júri, táxi is....... lápis, tênis, Clóvis ã/ãs.... ímã, órfã, ímãs ão/aos .... bênção, órfão, órgãos us....... bônus, ônus, vírus l..... amável, fácil, imóvel um/uns...... álbum, médium, álbuns n...... albúmen, hífen, Nílton os...... bíceps, fórceps, tríceps r......... César, mártir, revólver x........ fênix, látex, tórax, ônix. 3.4 - Proparoxítonas Todas as proparoxítonas são acentuadas graficamente: abóbora, bússola, cântaro, dúvida, líquido, mérito, nórdico, política, relâmpago, têmpora etc. 3.4.1 – Casos Especiais - Acentuam-se sempre os ditongos tônicos abertos éi, éu, ói: boléia, fiéis, idéia, céu, chapéu, véu, apóio, herói,caracóis etc. - Acentuam-se sempre o i e o u tônicos dos hiatos, quando estes formam sílabas sozinhas ou são seguidos de s: aí, balaústre, baú, egoísta, faísca, heroína, saída, saúde, viúvo, etc. - Acentua-se com acento circunflexo o primeiro o do hiato ôo, seguido ou não de s: abençôo, enjôo,corôo, perdôo, vôos etc. - Mantém-se o acento circunflexo do singular crê, dê, lê, vê nas formas do plural desses verbos — crêem, dêem, lêem, vêem — e de seus compostos — descrêem, relêem, revêem. - Acentua-se com acento agudo o u tônico pronunciado precedido de g ou q e seguido de e ou i, com ou sem s: argúi, argúis, averigúe, averigúes. - Acentuam-se graficamente as palavras terminadas em ditongo oral átono, seguido ou não de s: área, ágeis, importância, jóquei, lírios, mágoa, extemporâneo, régua, tênue, túneis. - Emprega-se o trema no u que se pronuncia depois de g ou q, sempre que for seguido de e ou i: agüentar, argüição, ungüento, eloqüência, freqüente, tranqüilizante. Curso Pró-Técnico. Disciplina: Língua Portuguesa e Literatura Brasileira - Professora Zelina Beato. 16
  • 21. ......................................................... Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII – Varginha. - Emprega-se o til para indicar a nasalização de vogais: afã, coração, devoções, maçã, relação, etc. 3.5 - Acento Diferencial O acento diferencial é utilizado para distinguir uma palavra de outra que se grafa de igual maneira. ás (subst.) as (artigo) côa/côas (verbo coar) coa/coas (com + a/as) pára (verbo parar) para (preposição) péla/pélas e péla pela/pelas (verbo pelar e subst.) pêra (subst. fruto da pereira) pêra (preposição) pôde/ (pret. perf. do ind. de poder) pode (pres. do ind. de poder) pólo/pólos norte ou sul pelo, pela (preposição) pêlo (subst.) pôr (verbo) por (preposição) porquê (subst.) porque (conjunção) quê (substantivo ou pronome no fim da frase) que (pronome, conjunção) EXERCÍCIOS A) Assinale a opção em que todas as palavras são acentuadas pelo mesmo motivo de: também, incrível e caráter. a) alguém, inverossímel, tórax b) hífen, ninguém, possível c) têm, anéis, éter d) há, impossível, crítico e) pólen, magnólias, nós B) Em que série nem todas as palavras se acentuam pelo mesmo motivo: a) juízo, aí, saíste, saúde b) poética, árabes, lírica, metáfora c) glória, apóia, série, inócuo d) réptil, fêmur, contábeis, ímã e) assembléia, dói, papéis, céu C) Assinale a opção em que todos os vocábulos deveriam estar acentuados graficamente: a) perdoo, balaustre, bambu b) itens, assembleia, cafeína Curso Pró-Técnico. Disciplina: Língua Portuguesa e Literatura Brasileira - Professora Zelina Beato. 17
  • 22. ......................................................... Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII – Varginha. c) tuneis, juri, pessoa d) aerodromo, estrategia, néctar e) agape, apoio (subst.), nuvens 4. ESTUDO DE TEXTO (As Cobras, Luís Fernando Veríssimo, Zero Hora, Segundo Caderno, 13 fev. 1995) Num texto, o sentido de cada parte é definido pela relação que mantém com as demais constituintes do todo. Assim como uma receita não é o amontoar dos ingredientes, o sentido do todo não é mera soma das partes, mas é dado pelas múltiplas relações que se estabelecem entre elas. Eu sabia que você era collorido por fora, mas caiado por dentro. (PRN/PFL) Você tem cores por fora, mas é revestido de cal por dentro. Você apresenta um discurso moderno, de centro-esquerda, mas é reacionário. 4.1 - Progressão Textual - Fatores que Dão Unidade de Sentido. Pavloviana - José Paulo Paes a comida a sineta a saliva a sineta a saliva a saliva a saliva a saliva a saliva o mistério o rito Curso Pró-Técnico. Disciplina: Língua Portuguesa e Literatura Brasileira - Professora Zelina Beato. 18
  • 23. ......................................................... Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII – Varginha. a igreja o rito a igreja a igreja a igreja a igreja a igreja a revolta a doutrina o partido a doutrina o partido o partido o partido o partido o partido a emoção a idéia a palavra a idéia a palavra a palavra a palavra a palavra a PALAVRA. (Paes, José P. Um por todos, São Paulo: Brasiliense, 1986, pp. 92-3). Canadá em São Paulo Parque canadense será inaugurado hoje. São Paulo ganha hoje um parque que reúne duas grandes “paixões” do paulistano: o verde e a água. O verde está na farta arborização do novo local de lazer: 2100 árvores de 120 espécies diferentes. E a água está no lago que recobre 70% dos 110 mil metros quadrados de área do parque Cidade de Toronto. A vegetação procura fazer jus ao nome do novo local de lazer. Batizado com este nome graças ao Programa Municipal de Intercâmbio Profissional firmado entre São Paulo e Toronto – Curso Pró-Técnico. Disciplina: Língua Portuguesa e Literatura Brasileira - Professora Zelina Beato. 19
  • 24. ......................................................... Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII – Varginha. que doou parte das verbas necessárias à sua construção -, o parque, situado na zona Oeste, presta uma homenagem à cidade canadense através da vegetação típica de clima temperado, como o pinheiro e o plátano, introduzida junto às plantas nativas. (Jornal da Tarde, 1º de Julho de 1992) 4.2 - Mecanismos de Coesão Referencial - Coerência Extratextual e Coerência Intratextual Coerência extratextual liga-se ao nosso conhecimento de mundo: a) Portugal, jardim plantado à beira do Pacífico. b) Virgem dá à luz trigêmeos. Coerência intratextual liga-se aos elementos internos ao texto. • 1. As crianças estão viajando. Elas só voltarão no final do mês. • 2. O juiz condenou o réu a dez anos de prisão. Ele achou essa pena condizente com as circunstâncias do crime. • 3. O juiz condenou o réu a dez anos de prisão. Ele não se conforma com o rigor da pena. • 4. Na estação, José avistou o visitante. Ele lhe pareceu cansado e apreensivo. • 5. Na estação, José avistou o visitante. Ele havia esperado ansiosamente pelo reencontro. A coesão referencial também se faz por elipse (omissão de termos). a) André e Pedro são fanáticos torcedores de futebol. Apesar disso, são diferentes. Este não briga com quem torce para outro time; aquele o faz. b) Ele é meu cunhado. Casou-se com ela há pouco tempo... c) Beth está namorando. Ele parece ser um cara legal. EXERCÍCIOS As piadas costumam ser engraçadas porque tiram partido da confusão na referenciação. Leia as piadas abaixo e explique o motivo que as torna engraçadas. Texto 1 Juquinha chegou esbaforido e todo sujo, além de atrasado, na primeira aula. A professora se indignou: - Isso é hora? E sujo desse jeito? Isso não tem mesmo uma explicação! - Tem sim, professora: tive que levar a vaca lá de casa pro touro cobrir. - Mas seu pai não podia fazer isso? - Poder, podia, mas acho que a vaca prefere o touro. Curso Pró-Técnico. Disciplina: Língua Portuguesa e Literatura Brasileira - Professora Zelina Beato. 20
  • 25. ......................................................... Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII – Varginha. Texto 2 - Não deixe sua cachorra entrar mais na minha casa. Ela está cheia de pulgas. - Princesa, não entre mais na casa porque ela está cheia de pulgas. 4.3 - Conexões Como vimos anteriormente, os elementos de um texto estão em relação uns com os outros, formando um "tecido" em que os fios se acham tramados. Mas essas relações não dizem respeito somente aos referentes que aparecem no texto; dizem respeito também às relações entre proposições. É o que veremos neste tópico e que chamamos "coesão seqüencial". Por exemplo, as duas frases "Está chovendo. Vou pegar o guarda-chuva" são ligadas por uma relação de causa-efeito sem a presença de um conectivo. Mas, na maioria dos casos, principalmente em textos escritos, a ligação entre duas proposições deve ser expressa lingüisticamente. 4.3.1 - Tipos de Relações 1. Condição: se, caso, desde que, contanto que etc. 2. Causa/conseqüência: porque, pois, visto que, já que, como (no início do período).../ desse modo, (tanto, tão, tamanho) que, por isso, então, portanto etc. 3. Meio/fim: para, para que, a fim de, a fim de que, com o intuito de, com o objetivo de, com o propósito de etc. 4. Disjunção: ou. Esse conector é ambíguo em língua natural, podendo ter um valor exclusivo (isto é um ou outro, mas não ambos), ou inclusivo (ou seja, um ou outro, possivelmente ambos) 5. Tempo: assim que, em seguida, até que, quando, por fim, depois, antes que, à medida que, etc. 6. Conformidade: conforme, segundo, de acordo com etc 7. Conjunção ("adição"): e, também, não só ... mas também, tanto ... como, além de, além disso, ainda, nem (= e não) etc. 8. Contrajunção (oposição): mas, porém, contudo, todavia, no entanto, entretanto / embora (ainda que, apesar de, apesar de que etc. 9. Explicação ou justificativa: que, pois, porque etc. 10. Conclusão: portanto, logo, por conseguinte, pois etc. 11. Correção/redefinição/reafirmação/exemplificação: isto é, quer dizer, ou seja, em outras palavras, ou melhor, de fato, pelo contrário, por exemplo etc. (introduzem esclarecimentos, retificações ou desenvolvimentos do que foi dito anteriormente). Curso Pró-Técnico. Disciplina: Língua Portuguesa e Literatura Brasileira - Professora Zelina Beato. 21
  • 26. ......................................................... Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII – Varginha. EXERCÍCIOS Nos dois textos abaixo, preencha as lacunas com os conectivos adequados: Texto 1 O mesmo boné que aparecia na cabeça de um homem preso na zona da mata de Pernambuco __________ ele saqueou um caminhão de cargas apareceu na cabeça do Presidente da República. Esse fato pode sinalizar uma identidade entre os que usam o mesmo boné. __________ assim interpretarmos, podemos dizer que o Presidente da República e o MST assumem uma causa comum, __________, eles comungam a idéia de que a reforma agrária é necessária, o que ninguém contesta. ___________, neste episódio particular, há quem veja no gesto do Presidente um apoio aos saques realizados pelo MST. Trata-se, __________, de um fato que pode ter conseqüências políticas negativas. (jornal Folha de S.Paulo em 03/07/2003, cujo título “O boné da insensatez”) Texto 2 No segundo semestre, os franceses deverão modificar sua Constituição ___________ introduzir o conceito de proteção ambiental. __________ a proposta do presidente Jacques Chirac for aprovada sem grandes modificações, estará assegurado o direito a um ambiente equilibrado, saudável e protegido. O texto torna a proteção ambiental “norma que se impõe a todos, poderes públicos, jurisdições e sujeitos de direito”. O projeto também consagra o chamado princípio da precaução, __________, a noção de que, ____________ houver dúvida, __________ pequena, sobre os efeitos de uma determinada medida, deve-se sempre optar pela solução que resguarde o meio ambiente. (Jornal Folha de São Paulo, 30/06/03) Texto 3 Faça as compras, mas boicote as sacolas. Qualquer saco plástico é um transtorno ecológico; leve sua sacolinha para as compras ou exija embalagem de papel. Do ponto de vista ecológico, o papel é a melhor matéria-prima. É biodegradável, decompondo-se em poucos anos. Sua produção não causa desmatamento porque as principais fábricas do mundo trabalham com reflorestamento. (A coesão textual, Curso de redação, Prof. Zamponi, Faenquel, 2005) Curso Pró-Técnico. Disciplina: Língua Portuguesa e Literatura Brasileira - Professora Zelina Beato. 22
  • 27. ......................................................... Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII – Varginha. a) No último parágrafo, encontramos uma relação argumentativa, em que, a partir de dois argumentos se chega uma conclusão. Aponte a conclusão e os argumentos. b) Reescreva o último parágrafo, construindo um único período explicitando as relações por meio dos conectivos adequados. c) O conector “ou” que aparece no primeiro parágrafo tem valor inclusivo ou exclusivo? Por quê? d) Entre os dois segmentos do primeiro parágrafo há idéia(s) implícita(s). Explicite-a(s). Nos períodos abaixo foi empregado o pronome "onde". Em alguns deles, esse emprego é inadequado. Assinale as alternativas ocorre o problema e reescreva o trecho de modo a saná-lo (a) A literatura médica de vários países serviu de base para uma pesquisa, onde o resultado mostrou que dois terços dos cegos do mundo estão concentrados na Índia, China e na África. (b) Para as crianças de países pobres, onde as condições de saúde são precárias, o risco de cegueira é dez vezes maior comparativamente ao risco de cegueira que correm as crianças de países ricos. (c) Após mais de uma década de controvérsia, os artefatos da caverna sul-africana, onde se encontram também ossadas humanas, já estão sendo aceitos como a mais antiga evidência de que o homem surgiu na África. (d) Talvez por conta de um maior número de pobres, o Nordeste é a região do país onde as marcas dos produtos estão menos presentes nas cabeças das pessoas. (e) Aqueles produtos da pesquisa Top of Mind onde as marcas estão mais presentes nas cabeças femininas são margarina, chocolate e desodorante. (f) Para a Unilever Brasil, fabricante do produto, é mais do que razão para comemorar, já que o Brasil é o país onde mais se vende Omo no mundo. A oração grifada expressa a idéia entre parênteses, EXCETO: a) Trabalhava tanto, que a mulher, a dona Evarista, se chateou. (causa) b) Não ousava fazer-lhe nenhuma queixa, (…) mas ficava calada e emburrada. (contradição) Curso Pró-Técnico. Disciplina: Língua Portuguesa e Literatura Brasileira - Professora Zelina Beato. 23
  • 28. ......................................................... Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII – Varginha. c) As mulheres, quando os maridos saíam, mandavam acender uma lamparina à Nossa Senhora. (tempo) d) Se quereis emendar a administração da Casa Verde, estou pronto a ouvir-vos. (condição) Os dois trechos que se seguem foram extraídos da letra da música “Último desejo", de Noel Rosa. Perto de você me calo Tudo penso e nada falo Tenho medo de chorar Nunca mais quero seu beijo Mas meu último desejo Você não pode negar .............................. Às pessoas que eu detesto Diga sempre que eu não presto Que meu lar é o botequim... Na biografia do autor, Noel Rosa, consta que a cantora Aracy de Almeida andou alterando a letra do ilustre compositor. O amigo de Noel Rosa, Armênio Mesquita Veiga, deu-lhe a notícia nestes termos: “... em vez de ‘Mas meu último desejo’, ela canta ‘Pois meu último desejo’ e em lugar de ‘Que meu lar é o botequim’, ela diz ‘que meu lar é um botequim’". Diante da informação do amigo, Noel Rosa reagiu: “Juro que nunca mais dou música minha para ela gravar”. (João Máximo e Carlos Dider. Noel Rosa, uma biografia. Brasília, Ed. UNB, 1990, pp 446-52). O cantor Noel Rosa tem razão de ficar irritado com as alterações que a cantora Aracy de Almeida introduziu na letra da canção? a) Por que a conjunção pois é inadequada para exprimir a relação que vem expressa pela conjunção mas? b) Sob que ponto de vista do significado, que diferença faz trocar o artigo o por um em “meu lar é o botequim”? Curso Pró-Técnico. Disciplina: Língua Portuguesa e Literatura Brasileira - Professora Zelina Beato. 24
  • 29. ......................................................... Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII – Varginha. 4.4 - Intertextualidade e Metalinguagem Metalinguagem é uma das possibilidades de produção de texto - poético ou não, sem perder de vista a originalidade de expressão - é ter um ponto de partida referencial. "Em literatura não há geração espontânea": as linguagens se cruzam, se relacionam, se complementam... dão a possibilidade criativa de fazer nascer obras sempre novas, fortes, únicas e vivas. ÓBOLO (poema experimental de Kakau, acesso em SEM VIÚVA http://www.infonet.com.br/users/experimental/Poesias “...mas esta, da sua pobreza, deitou tudo.” (Mc. 12:41-44) Mas, Estes pedaços marcados e suados, Que morrem (parte de uma fotografia de Sebastião Salgado) Sem febre e sem realidade, Não são nossa fuga... São fantasmas Que velam o nosso silêncio A metalinguagem se caracteriza pela auto-referência, isto é, quando a linguagem se volta para o próprio código de que se constitui. No caso literário, por exemplo, o texto contém uma reflexão – das formas mais variadas possíveis – sobre si mesmo. Poética Estou farto do lirismo comedido Do lirismo bem comportado Curso Pró-Técnico. Disciplina: Língua Portuguesa e Literatura Brasileira - Professora Zelina Beato. 25
  • 30. ......................................................... Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII – Varginha. Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente protocolo e manifestações [de apreço ao sr. Diretor. (...) Estou farto do lirismo* namorador Político Raquítico Sifilítico Manuel Bandeira (BANDEIRA, Manuel. Poesia Completa e Prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1993). *Lirismo é o "fazer poesia". Assinale a opção correta: ( ) o lirismo caracterizado no 3º verso é o oposto do lirismo comedido do 1º verso. ( ) No 4º verso, o eu lírico repudia o envolvimento amoroso. ( ) Raquítico e sifilítico, nesse contexto, são palavras sinônimas. ( ) No 3º verso, as expressões que caracterizam o lirismo pertencem a campos semânticos diferentes. ( ) a palavra lirismo, no poema, é índice de função metalingüística, isto é, revela que o assunto do poema é o próprio fazer poético. A palavra intertextualidade significa interação entre textos, um diálogo entre eles. E texto no sentido amplo: um conjunto de signos organizados para transmitir uma mensagem, portanto, no mundo atual da multimídia, ela acontece entre textos de signos diferentes. Veja um exemplo de intertextualidade: ■ Gonçalves Dias, 1846 (DIAS, Gonçalves. In Primeiros Cantos, 1846. Trad. do texto de Goethe: Manuel Bandeira) CANÇÃO DO EXÍLIO Kennst du das Land, wo die Zitronen blühen, Im dunklen Laub die Gold-Orangen glühen? Kennst du es wohl? — Dahin, dahin! Möcht ich... ziehn. [Conheces o país onde florescem as laranjeiras? Ardem na escura fronde os frutos de ouro... Curso Pró-Técnico. Disciplina: Língua Portuguesa e Literatura Brasileira - Professora Zelina Beato. 26
  • 31. ......................................................... Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII – Varginha. Conhecê-lo? Para lá, para lá quisera eu ir!] Goethe Minha terra tem palmeiras, Que tais não encontro eu cá; Onde canta o Sabiá; Em cismar — sozinho, à noite — As aves, que aqui gorjeiam, Mais prazer encontro eu lá; Não gorjeiam como lá. Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá. Nosso céu tem mais estrelas, Nossas várzeas têm mais flores, Não permita Deus que eu morra, Nossos bosques têm mais vida, Sem que eu volte para lá; Nossa vida mais amores. Sem que desfrute os primores Que não encontro por cá; Em cismar, sozinho, à noite, Sem qu'inda aviste as palmeiras, Mais prazer encontro eu lá; Onde canta o Sabiá. Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá. Coimbra, julho de 1843 Minha terra tem primores, ■ Casimiro de Abreu, 1859 (ABREU, Casimiro de, In Primaveras, 1859) CANÇÃO DO EXÍLIO Oh! Que saudades tamanhas Das montanhas, Eu nasci além dos mares: Daqueles campos natais! Os meus lares, Que se mira, Meus amores ficam lá! Que se mira nos cristais! ― Onde canta nos retiros Seus suspiros, Não amo a terra do exílio Suspiros o sabiá! Sou bom filho, Quero a pátria, o meu país, Oh! Que céu, que terra aquela, Quero a terra das mangueiras Rica e bela E as palmeiras Como o céu de claro anil! E as palmeiras tão gentis! Que seiva, que luz, que galas, Não exalas, Como a ave dos palmares Não exalas, meu Brasil! Pelos ares Fugindo do caçador; Curso Pró-Técnico. Disciplina: Língua Portuguesa e Literatura Brasileira - Professora Zelina Beato. 27
  • 32. ......................................................... Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII – Varginha. Eu vivo longe do ninho; Quem me dera, Sem carinho Quem me dera o meu país! Sem carinho e sem amor! Lisboa, 1855 Debalde eu olho e procuro... Tudo escuro ■ Osório Duque Estrada, 1909 Só vejo em roda de mim! Falta a luz do lar paterno HINO NACIONAL BRASILEIRO Doce e terno, Doce e terno para mim. Do que a terra mais garrida Teus risonhos, lindos campos têm mais Distante do solo amado flores; ― Desterrado ― "Nossos bosques têm mais vida", a vida não é feliz. "Nossa vida" no teu seio "mais amores". Nessa eterna primavera ■ Oswald de Andrade, 1925 (ANDRADE, Oswald de. In Pau-Brasil, 1925) CANTO DO REGRESSO À PÁTRIA Minha terra tem palmares Ouro terra amor e rosas onde gorjeia o mar Eu quero tudo de lá Os passarinhos daqui Não permita Deus que eu morra Não cantam como os de lá Sem que volte para lá Minha terra tem mais rosas Não permita Deus que eu morra E quase que mais amores Sem que volte pra São Paulo Minha terra tem mais ouro Sem que veja a Rua 15 Minha terra tem mais terra E o progresso de São Paulo ■ Murilo Mendes, 1930 (MENDES, Murilo. In Poemas, 1930) CANÇÃO DO EXÍLIO os sargentos do exército são monistas, cubistas, Minha terra tem macieiras da Califórnia os filósofos são polacos vendendo a onde cantam gaturamos de Veneza. prestações. Os poetas da minha terra A gente não pode dormir são pretos que vivem em torres de ametista, com os oradores e os pernilongos. Curso Pró-Técnico. Disciplina: Língua Portuguesa e Literatura Brasileira - Professora Zelina Beato. 28
  • 33. ......................................................... Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII – Varginha. Os sururus em família têm por testemunha a mas custam cem mil réis a dúzia. [ Gioconda. Eu morro sufocado Ai quem me dera chupar uma carambola de em terra estrangeira. [ verdade Nossas flores são mais bonitas e ouvir um sabiá com certidão de idade! nossas frutas mais gostosas ■ Carlos Drummond de Andrade, 1945 (ANDRADE, C. D. In A Rosa do Povo, 1945) NOVA CANÇÃO DO EXÍLIO Um sabiá na Onde tudo é belo palmeira, longe. e fantástico, Estas aves cantam só, na noite, um outro canto. seria feliz. (Um sabiá, O céu cintila na palmeira, longe.) sobre flores úmidas. Vozes na mata, Ainda um grito de vida e e o maior amor. voltar para onde tudo é belo Só, na noite, e fantástico: seria feliz: a palmeira, o sabiá, um sabiá, o longe. na palmeira, longe. ■ Mario Quintana, 1962 (QUINTANA, Mario, Poesias, 1962) UMA CANÇÃO Minha terra não tem palmeiras... E em vez de um mero sabiá, Cantam aves invisíveis Nas palmeiras que não há. Minha terra tem relógios, Curso Pró-Técnico. Disciplina: Língua Portuguesa e Literatura Brasileira - Professora Zelina Beato. 29
  • 34. ......................................................... Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII – Varginha. Cada qual com sua hora Nos mais diversos instantes... Mas onde o instante de agora? Mas onde a palavra "onde"? Terra ingrata, ingrato filho, Sob os céus da minha terra Eu canto a Canção do Exílio! ■ José Paulo Paes, 1973 (PAES, José Paulo. In Meia Palavra, 1973) CANÇÃO DO EXÍLIO FACILITADA maná... sofá... lá? sinhá... ah! sabiá... cá? papá... bah! ■ Cacaso, 1985 (CACASO. In Beijo na Boca e Outros Poemas, 1985) JOGOS FLORAIS Jogos Florais I Minha terra tem palmeiras onde canta o tico-tico Enquanto isso o sabiá vive comendo o meu fubá Ficou moderno o Brasil ficou moderno o milagre a água já não vira vinha vira direto vinagre Curso Pró-Técnico. Disciplina: Língua Portuguesa e Literatura Brasileira - Professora Zelina Beato. 30
  • 35. ........................................................ Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII – Varginha. Jogos Florais II Minha terra tem palmares memória cala-te já Peço licença poética Belém capital Pará Bem, meus prezados senhores dado o avanço da hora errata e efeitos do vinho o poeta sai de fininho. (será mesmo com esses dois esses que se escreve paçarinho?) ■ Ferreira Gullar, 2000 (GULLAR, Ferreira. In O Globo, caderno Prosa & Verso, 02/09/2000) NOVA CANÇÃO DO EXÍLIO Para Cláudia Minha amada tem palmeiras Onde cantam passarinhos e as aves que ali gorjeiam em seus seios fazem ninhos Ao brincarmos sós à noite nem me dou conta de mim: seu corpo branco na noite luze mais do que o jasmim Minha amada tem palmeiras tem regatos tem cascata e as aves que ali gorjeiam Curso Pró-Técnico. Disciplina: Língua Portuguesa e Literatura Brasileira - Professora: Zelina Beato. 31
  • 36. ........................................................ Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII – Varginha. são como flautas de prata Não permita Deus que eu viva perdido noutros caminhos sem gozar das alegrias que se escondem em seus carinhos sem me perder nas palmeiras onde cantam os passarinhos Guilherme de Almeida Canção do Expedicionário brasileiro Por mais terras que eu percorra, Não permita Deus que eu morra Sem que volte para lá; Sem que leve por divisa Esse "V" que simboliza A vitória que virá: Nossa vitória final, Que é a mira do meu fuzil, A ração do meu bornal, A água do meu cantil, As asas do meu ideal, A glória do meu Brasil. 4.4.1. Tipos de Intertextualidade Citação é a menção, no texto, de uma informação extraída de outra fonte: A citação é a forma mais explícita de marcar a reprodução de discurso no discurso. Falamos de citação sempre que um determinado locutor reproduz, no seu ato de enunciação, um outro ato de enunciação originário de um locutor diferente (ou de si próprio, num outro momento). É raro que as palavras citadas correspondam textualmente às palavras proferidas. É uma transcrição de texto alheio, marcada por aspas. A música Cinema Novo, de Caetano Veloso, faz citações: Curso Pró-Técnico. Disciplina: Língua Portuguesa e Literatura Brasileira - Professora: Zelina Beato. 32
  • 37. ........................................................ Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII – Varginha. O filme quis dizer ‘Eu sou o samba’ A voz do morro rasgou a tela do cinema E começaram a se configurar Visões das coisas grandes pequenas Que nos formaram e estão a nos formar Todos e muitos: Deus e o Diabo, Vidas Secas, os Fuzis, Os Cafajestes, o Padre e a Moça, a Grande Feira, o Desafio Outras conversas, outras conversas sobre os jeitos do Brasil. (Letra e música de Caetano Veloso) Na citação sobre o samba, Caetano Veloso diz que o Cinema Novo quer representar o Brasil, como fez o samba da época de Carmem Miranda. Epígrafe, do grego gráphein (“inscrição”), é um texto breve, em forma de inscrição solene, que abre um livro ou uma composição poética. ver a introdução do texto do Gonçalves Dias; A “canção do exílio”, de Gonçalves Dias, apresenta versos introdutórios de Goethe, com a seguinte tradução: “Conheces o país onde florescem as laranjeiras? Ardem na escura fronde os frutos de ouro... Conhecê-lo? Para lá, para lá quisera eu ir!” A epígrafe e o poema mantêm um diálogo, pois os dois têm características românticas, pertencem ao gênero lírico e possuem caráter nacionalista. Alusão é uma referência explícita ou implícita a uma obra de arte, um fato histórico ou um autor, para servir de comparação, e que apela à capacidade de associação de idéias do leitor. O recurso à alusão literária torna clara a relação de um autor com a tradição com a qual se identifica. A alusão é a referência direta ou indireta a um texto preexistente. Machado de Assis, em seu livro Dom Casmurro cita Otelo, personagem de Shakespeare, para que o leitor analise o drama de Bentinho. Paráfrase, do Gr. paráphrasis, desenvolvimento, s. f., acto ou efeito de parafrasear; explicação ou tradução mais desenvolvida do que o texto ou enunciado original; tradução livre e desenvolvida; comentário. A paráfrase é a reprodução do texto de outrem com as palavras do autor. Ela não confunde com o plágio porque seu autor explicita a intenção, deixa claro a fonte. Exemplo de paráfrase é o poema Oração, de Jorge de Lima: “- Ave Maria cheia de graças...” A tarde era tão bela, a vida era tão pura, Curso Pró-Técnico. Disciplina: Língua Portuguesa e Literatura Brasileira - Professora: Zelina Beato. 33
  • 38. ........................................................ Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII – Varginha. as mãos de minha mãe eram tão doces, havia, lá no azul, um crepúsculo de ouro... lá longe... “- Cheia de graça, o Senhor é convosco, bendita!” Bendita! Os outros meninos, minha irmã, meus irmãos menores, meus brinquedos, a casaria branca de minha terra, a burrinha do vigário pastando junto à capela... lá longe... Ave cheia de graça -... “bendita sois entre as mulheres, bendito é o fruto do vosso ventre...” E as mãos do sono sobre os meus olhos, E as mãos de minha mãe sobre o meu sonho, E as estampas de meu catecismo Para o meu sonho de ave! E isto tudo tão longe... tão longe... (LIMA, Jorge de. Poesia. Org. Luiz Santa Cruz. 3.ed. Rio de Janeiro: Agir, 1975) O autor retoma explicitamente a oração Ave Maria e mantém-se fiel a ele, justapõe a figura de Maria à da sua mãe, refere-se à hora do Ângelus. Paródia é uma forma de apropriação que, em lugar de endossar o modelo retomado, rompe com ele, sutil ou abertamente”. Ela acontece no famoso poema de Carlos Drummond de Andrade, No meio do caminho, que faz uma paródia do soneto Nel Mezzo Del Camin, de Olavo Bilac que, por sua vez, remete ao primeiro verso da Divina comédia, de Dante Alighieri: “Nel mezzo del camin de nostra vita”. Além do título, Drummond imitou o esquema retórico do soneto de Bilac, ou seja, em vez de parodiar o significado, promoveu uma paródia na forma: empenhou-se na imitação irônica da estrutura, reproduzindo apenas o quiasmo (repetição invertida) do texto. No meio do caminho No meio do caminho tinha uma pedra tinha uma pedra no meio do caminho tinha uma pedra no meio do caminho tinha uma pedra. Nunca me esquecerei desse acontecimento Na vida de minhas retinas tão fatigadas. Nunca me esquecerei que no meio do caminho Curso Pró-Técnico. Disciplina: Língua Portuguesa e Literatura Brasileira - Professora: Zelina Beato. 34
  • 39. ........................................................ Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII – Varginha. Tinha uma pedra Tinha uma pedra no meio do caminho No meio do caminho tinha uma pedra. Carlos Drummond de Andrade (Alguma poesia, 1930) Nel Mezzo del Camin Cheguei. Chegaste. Vinhas fatigada E triste, e triste e fatigado eu vinha. Tinhas a alma de sonhos povoada, E a alma de sonhos povoada eu tinha... E paramos de súbito na estrada Da vida: longos anos, presa à minha A tua mão, a vista deslumbrada Tive da luz que teu olhar continha. Hoje, segues de novo... Na partida Nem o pranto os teus olhos umedece, Nem te comove a dor da despedida. E eu, solitário, volto a face, e tremo, Vendo o teu vulto que desaparece Na extrema curva do caminho extremo. Olavo Bilac ("Poesias", Ediouro - Rio de Janeiro, 1978) 4.5 - Figuras de linguagem 1) Joana é a estrela da novela. 2) Você é burra como uma porta. 3) Já li Machado de Assis e Drummond. 4) Vivo do suor do meu rosto. 5) Tomei um copo d’água. 6) “Moça linda, bem tratada Três séculos de família Burra como uma porta: Um amor!” Curso Pró-Técnico. Disciplina: Língua Portuguesa e Literatura Brasileira - Professora: Zelina Beato. 35
  • 40. ........................................................ Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII – Varginha. 7) “Foi desta para outra melhor” (morreu) 8) “As ruas desertas estão tristes” 9) “Riu tanto que rasgou a boca” 10) “Já falei mil vezes para você parar com isso” 11) “Não sou alegre nem triste sou poeta” 12) “Na manifestação foram chegando, dez, cem, mil, dez mil pessoas parando o trânsito.” 13) “Você sabe o que a cadeira falou para a mesa? Feche as pernas que estou vendo tudo" ou "O que o chão falou para a cama? Você tem as canelas finas mas tem um colchão” 14) “Vozes veladas, veludosas vozes, volúpias de violões, vozes veladas” 15) “Ó formas alvas, brancas Formas claras” 16) “E fala e ri e gesticula e grita” MENTIRAS Mário Quintana Lili vive no mundo do faz de conta... Faz de conta que isto é um avião. Zzzzzuuu... Depois aterrizou em um piquê e virou um trem. Tuc tuc tuc tuc... Entrou pelo túnel, chispando. Mas debaixo da mesa havia bandidos. Pum! Pum! Pum! O trem descarrilou. E o mocinho? Onde é que está o mocinho? Meu Deus! onde é que está o mocinho?! No auge da confusão, levaram Lili para cama, à força. E o trem ficou tristemente derribado no chão, Fazendo de conta que era mesmo uma lata de sardinha. (QUINTANA, Mario, Poesias, 1962) Curso Pró-Técnico. Disciplina: Língua Portuguesa e Literatura Brasileira - Professora: Zelina Beato. 36
  • 41. ........................................................ Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII – Varginha. EXERCÍCIOS As questões de 1 a 5 referem-se ao texto seguinte: Bruta Flor do Querer Quando era menino, o pintor mexicano Diego Rivera entrou numa loja, numa daquelas antigas lojas cheias de mágicas e surpresas, um lugar encantado para qualquer criança. Parado diante do balcão e tendo na mão apenas alguns centavos, ele examinou todo o universo contido na loja e começou a gritar, desesperado: “O que é que eu quero ???”. Quem nos conta isso é Frida Kahlo, sua companheira por mais de 20 anos. Ela escreveu que a indecisão de Diego Rivera o acompanhou a vida toda. Ao ler isso, me perguntei: quem de nós sabe exatamente o que quer? A gente sabe o que não quer: não queremos monotonia, não queremos nos endividar, não queremos perder tempo com pessoas mesquinhas, não queremos passar em branco pela vida. Mas a pergunta inicial continua sem resposta: o que a gente quer, o que iremos escolher entre tantas coisas interessantes que nos oferece esta loja chamada Futuro? Sério, a loja em que o pequeno Diego entrou chamava-se, ironicamente, Futuro. O que é que você quer? Múltiplas alternativas. Medicina. Arquitetura. Música. Homeopatia. Casar. Ficar solteiro. Escrever um livro. Fazer nada o dia inteiro. Ter dois filhos. Ter nenhum. Cruzar o Brasil de carro. Entrar para a política. Tempo para ler todos os livros do mundo. Conhecer a Grécia. Morrer dormindo. Não morrer. Aprender chinês. Aprender a tocar bateria. Desaprender tudo o que aprendeu errado. Acupuntura. Emagrecer. Ser famoso. Sumir. O que você quer? Morar na praia. Filmar um curta. Arrumar os dentes. Abrir uma pousada. Recuperar a amizade com seu pai. Trocar de carro. Meditar. Aprender a cozinhar. Largar o cigarro. Nunca mais sofrer por amor. Nunca mais. O que você quer? Viver mais calmo. Acelerar. Trancar a Faculdade. Cursar uma Faculdade. Alta na terapia. Melhorar o humor. Um tênis novo. Engenharia Mecânica. Engenharia Química. Um mundo justo. Cortar o cabelo. Alegrias. Chorar. Abra a mão, menino, deixe eu ver quantos centavos você tem aí. Olha, por esse preço, só uma caixinha vazia, você vai ter que imaginar o que tem dentro. Serve. (MEDEIROS, Marta . Montanha russa. Porto Alegre: LPM, 2003. p.199-200.) 1) A idéia expressa pelo título do texto é identificada na frase: a) “Abra a mão, menino, deixe eu ver quantos centavos você tem aí”. (linha 35) b) “Ao ler isso, me perguntei: quem de nós sabe exatamente o que quer?” (linha 9) c) “... antigas lojas cheias de mágica e surpresas, um lugar encantado para qualquer criança.” (linha 2) Curso Pró-Técnico. Disciplina: Língua Portuguesa e Literatura Brasileira - Professora: Zelina Beato. 37
  • 42. ........................................................ Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII – Varginha. d) “Parado diante do balcão e tendo na mão apenas alguns centavos, ele examinou todo o universo contido na loja...” (linha 4) 2) Em relação às possibilidades de experiências de vida, o texto apresenta a) amplitude de perspectivas. b) pessimismo em face do futuro. c) indignação devido à monotonia da vida. d) imparcialidade diante da sociedade atual. 3) A expressão “O que é que você quer?”, (linha 19), denota a(o) a) interlocução da autora do texto com o leitor. b) susto da vendedora devido ao desespero de Rivera. c) desinteresse da autora mediante os desejos humanos. d) apreensão da vendedora diante dos questionamentos dos clientes. 4) A autora empregou as figuras de linguagem em todas as passagens abaixo, EXCETO em: a) “...não queremos passar em branco pela vida.” (linha 13) b) “ Tempo pra ler todos os livros do mundo.” (linha 23) c) “Quando era menino, o pintor Diego Rivera entrou numa loja...” (linha 1) d) “... tantas coisas interessantes que nos oferece esta loja chamada Futuro?” (linha 15) 5) “Abra a mão, menino, deixe eu ver quantos centavos você tem aí.” (linha 35) A função da linguagem predominante, nesse trecho, é a a) poética, pois a mensagem é colocada em realce. b) referencial, porque o trecho está centrado no referente. c) metalingüística, por explicar o conteúdo da mensagem. d) conativa, uma vez que o receptor é posto em destaque. 6) A relação de intertextualidade está corretamente determinada em a) “O que é que eu quero ???” (linha 6) (EPÍGRAFE) b) “Quem nos conta isso é Frida ...” (linha 7) (ALUSÃO) c) “O que você quer? Morar na praia.” (linha 27) (METALINGUAGEM) d) “Ela escreveu que a indecisão de Diego Rivera o acompanhou a vida toda.” (linha 8) (PARÓDIA) Curso Pró-Técnico. Disciplina: Língua Portuguesa e Literatura Brasileira - Professora: Zelina Beato. 38
  • 43. ........................................................ Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII – Varginha. 5. VARIAÇÃO LINGÜÍSTICA A língua não é usada de modo homogêneo por todos os seus falantes. O uso de uma língua varia de época para época, de região para região, de classe social para classe social, de gênero para gênero, idade para idade, e assim por diante. Nem individualmente podemos afirmar que o uso seja uniforme. Dependendo da situação, uma mesma pessoa pode usar diferentes variedades de uma só forma da língua. Sem nenhum juízo de valor, a norma pode variar no interior de uma comunidade idiomática, seja de um ponto de vista diatópico (português de Portugal, português do Brasil, português de Angola), seja de um ponto de vista diastrático (linguagem culta, linguagem média, linguagem popular), seja, finalmente, de um ponto de vista diafásico (linguagem poética, linguagem da prosa, situações de comunicação). Tudo isso sem alterar a coesão do sistema, que faz a unidade fundamental da língua. Sistema e norma são coisas distintas. O que varia é a norma. 5.1 - Paises Lusófonos Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste. O primeiro passo no processo de criação da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa) foi dado em São Luís do Maranhão, em Novembro de 1989, por ocasião da realização do primeiro encontro dos Chefes de Estado e de Governo dos países de Língua Portuguesa - Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambiquel, Portugal e São Tomé e Príncipe -, a convite do Presidente brasileiro, José Sarney. Na reunião, decidiu-se criar o Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP), que se ocupa da promoção e difusão do idioma comum da Comunidade. EXERCÍCIO Observe o texto que se segue: Em 1983, no decurso de uma visita oficial a Cabo Verde, o então ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Jaime Gama, referiu que: "O processo mais adequado para tornar consistente e descentralizar o diálogo tricontinental dos sete países de língua portuguesa espalhados por África, Europa e América seria realizar cimeiras rotativas bienais de Chefes de Estado ou Governo, promover encontros anuais de Ministros de Curso Pró-Técnico. Disciplina: Língua Portuguesa e Literatura Brasileira - Professora: Zelina Beato. 39
  • 44. ........................................................ Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII – Varginha. Negócios Estrangeiros, efectivar consultas políticas freqüentes entre directores políticos e encontros regulares de representantes na ONU ou em outras organizações internacionais, bem como avançar com a constituição de um grupo de língua portuguesa no seio da União Interparlamentar". 1) Aponte as particularidades desse texto, escrito segundo o português lusitano, e o português do Brasil. 5.1.2 - Algumas diferenças entre o português europeu e o português do Brasil: Ortografia: “p” e o “n” são muitas vezes sons mudos em português quando antecedem outra consoante. No Brasil, como não são pronunciadas na linguagem padrão foram eliminadas da Curiosidade O Brasil espera que Portugal e Cabo Verde ratifiquem acordo ortográfico da língua portuguesa. São 21 as bases de mudanças na ortografia da língua portuguesa. Com a reforma, o trema deixará de existir, a não ser em nomes próprios e seus derivados. O alfabeto passará a ter 26 letras, pois incluirá k, y e w. O h inicial e final das palavras também sofrerá alteração e permanecerão com ele apenas as palavras indicadas pela etimologia, por exemplo: homem, que vem do latim, homini. Segundo nota divulgada pelo Itamaraty, "estima-se que a entrada em vigor do Acordo Ortográfico poderá evitar o grande custo de produção de diferentes versões de dicionários e livros em geral. Será também mais fácil estabelecer critérios unificados para todos os países de língua portuguesa, com relação a exames e certificações comuns de proficiência de português para estrangeiros". escrita. Assim, enquanto que em pt-PT se escreve “acção”, “baptismo”, “óptimo”, “Egipto”, “Neptuno” e “connosco”; no Brasil escreve-se “ação”, “batismo”, “ótimo”, “Egito”, “Netuno” e “conosco”. Numerais: O que em Portugal significa “mil milhões” no Brasil significa “bilhões”. Além disso, escreve-se em pt-PT Catorze, dezasseis, dezassete e dezanove para o que se escreve em pt-BR quatorze, dezesseis, dezessete e dezenove. Nacionalidades e lugares. Alguém que nasceu na Polônia é chamado de “polaco” em Portugal e de “polonês” ou de “polaco” no Brasil. O mesmo vale para “israelita”, “canadiano” e “palestiniano” (em pt-PT), que no Brasil se designam como “israelense” (”israelita” no pt-BR é quem professa a religião judaica ou israelita), “canadense” e “palestino”, respectivamente. E “Médio Oriente”, em pt- PT, é escrito no Brasil como “Oriente Médio”, assim como “Singapura”, “Jugoslávia” (actual Sérvia e Montenegro) e “Vietname” em pt-PT, são escritos “Cingapura”, “Iugoslávia” e “Vietnã” em pt-BR. Siglas. A “SIDA” lê-se, em ambos pt-BR e pt-PT como “Síndrome da Imonudeficiência Adquirida”. No entanto, no Brasil, a leitura da sigla como “AIDS”, embora proveniente da sigla em língua inglesa (Acquired Immunodeficiency Syndrome), é de uso comum e é perfeitamente compreensível em um diálogo. De forma similar, a leitura da sigla “ADN” (ácido desoxirribonucléico) é igual em ambos os países, embora ao menos no Brasil também seja de uso Curso Pró-Técnico. Disciplina: Língua Portuguesa e Literatura Brasileira - Professora: Zelina Beato. 40
  • 45. ........................................................ Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII – Varginha. comum a forma inglesa, “DNA”. Ocorre o inverso com a sigla da Organização do Tratado do Atlántico Norte, cuja sigla é preferida no original em inglês (NATO) no pt-PT e traduzida para sua equivalente em português (OTAN) no pt-BR. Uso do trema no Brasil. As sílabas “qüe”, “güe”, “güi” são usadas no Brasil para indicar que o “u” é lido, mas não em Portugal e África (escreve-se simplesmente “que”, “gue” ou “gui”), apesar de ser lido da mesma forma. Exemplo: pt-BR “agüentar”, “freqüente”, pt-PT “aguentar”, “frequente”. É fundamental observar que a regra brasileira determina o uso do trema, mas ela não é seguida por muitos. Há até veículos de comunicação que aboliram por si próprios o sinal (p. ex.: Revista IstoÉ, por exemplo). O acordo ortográfico de 1990, que talvez seja adotado em breve, prevê a completa abolição do trema na escrita do português. Variações de léxico e sinalização. As placas de trânsito que indicam parada/paragem obrigatória são escritas, em Portugal, como no inglês “STOP”, enquanto no Brasil são escritas como “PARE”. “Caminhonete” (ou também “Camioneta” ou “Perua”), em pt-BR, significa, em pt-PT, “carrinha” ou “camioneta”; “Ônibus”, em pt-BR, equivale a “autocarro” em pt-PT. “Equipe”, “console”, “tela”, “câncer” e “terremoto”, em pt-BR, significam “equipa”, “consola”, “ecrã”, “cancro” e “terramoto” em pt-PT, respectivamente. Acentuação variável. Devido à pronúncia padrão de cada país, as vogais “o” e “e” antes das consoantes nasais “m” e “n”, quando tônicas, são fechadas no Brasil e abertas em Portugal e África. Ex. pt-BR “Mônica”, “Antônio” e “econômico”, pt-PT “Mónica”, “António” e “económico”. No Brasil, as palavras terminadas em “éia” têm o “é” do ditongo “ei” acentuado, mas não no português escrito na África e Portugal. Assim, escreve-se “Assembléia” e “Européia” no pt-BR e “Assembleia” e “Europeia” em Portugal. Também no Brasil utiliza-se o acento circunflexo no penúltimo o (fechado) do hiato oo: “vôo”, “enjôo”, “abençôo”, “perdôo”, etc. Em Portugal: “voo”, “enjoo”, “abençoo”, “perdoo” Significados diferentes. Algumas palavras têm significados diferentes nos dois países. Alguns exemplos: 1. No Brasil, “puto” é uma gíria para prostituto no sentido pejorativo, e em Portugal significa apenas uma criança do sexo masculino. 2. Em Portugal, “bicha” pode ser o que os brasileiros entendem por “fila”, muito embora a palavra também tenha o significado brasileiro de homossexual. 3. No Brasil, “banheiro” é o que em Portugal se chama “casa de banho”; em algumas regiões de Portugal, “banheiro” é o que os brasileiros chamam de “salva-vidas” ou “guarda-vidas”. “Salva-vidas” também é usado em Portugal. Curso Pró-Técnico. Disciplina: Língua Portuguesa e Literatura Brasileira - Professora: Zelina Beato. 41
  • 46. ........................................................ Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII – Varginha. Formas verbais: como estou a fazer, ando a fazer (Portugal); estou fazendo (Brasil). Uso do sufixo ito: rapazito, boquita (comum em Portugal). Conjugação em 2ª pessoa (tu e vós) – no Brasil, restrita a algumas regiões que, em geral, empregam o tu conjugando o verbo na 3ª pessoa: tu vai, tu foi. Fonética – as diferenças são profundas. De modo geral, a pronúncia em Portugal é mais rápida e seca: Al'manha (Alemanha), esp'rança (esperança), p'reira (pereira). Outras distinções: o hábito, em Portugal, de alongar certas vogais, transformando-as em ditongo: senhoire (senhor), fazeire (fazer) ou de pronunciar como ai o ditongo ei: baijo (beijo). O trecho abaixo, do romance "A vida verdadeira de Domingos Xavier ", do escritor angolano José Luandino Vieira, mostra um pouco do português usado em Angola. "Miúdo Zito entrou a correr no pequeno compartimento que servia de sala e, atravessando no quintal, viu o avô, ao fundo, junto às aduelas. Parou, ofegante, e depois chamou: - Vavô! Vem depressa. Tem preso! Velho Petelo se virou e interrogou com seus olhos pequenos, piscando na luz do sol da manhã coado nas folhas da mandioqueira: - Menino disse tem preso? Viste com teus olhos? Arrastando a perna esquerda e seguido por miúdo Zito, atravessou na sala e saiu para o areal vermelho. Rodearam na cubata de sô Miguel, e, em frente, onde já se aglomeravam algumas mulheres com seus monas escondidos nos panos, viram o homem que fazia esforços para descer da carrinha, debaixo das pancadas de dois cipaios." miúdo – garoto; aduelas - tábuas de barril usadas para formar cercas delimitando o quintal; cubata - habitação feita de restos de materiais de construção; barraco, casebre; monas – crianças; carrinha - caminhonete aberta, tipo pick-up; cipaios - policiais africanos, encarregados de policiar a população africana. 5.2 - Jargões Identifique o falante de cada um dos discursos, assinalando segundo a lista abaixo: A) Fala de uma pessoa que trabalha com Marketing Político: B) Fala de um médico: C) Fala de um advogado, D) Fala de um professor de academia de ginástica E) Fala de um cantor de rap F) Fala de freqüentador de pagode G) Fala de um surfista Curso Pró-Técnico. Disciplina: Língua Portuguesa e Literatura Brasileira - Professora: Zelina Beato. 42