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Intervenções coletivas, com
a comunidade e rede de
apoio social
Profª. Drª. Aline Corrêa de Souza
Enfermeira
Teste rápido
Quando alguém da equipe propõe o desenvolvimento de
um grupo com os pacientes da unidade, você pensa:
(a) Não tenho formação para esse tipo de trabalho;
(b) Não tenho tempo nem verba para preparar os materiais necessários;
(c) Não tenho certeza se esta atividade é efetiva;
(d) Não tenho tempo para desenvolver esse trabalho;
(e) Não tenho criatividade para criar atividades diversificadas.
(f) Como técnico não tenho atribuição de desenvolver este tipo de
trabalho.
Provavelmente você tenha respondido sim para todas ou quase
todas as alternativas, correto?
Bem, nossa meta é modificar esse panorama ao final desse
módulo.
Vamos tentar?
2
Afinal, o que é um grupo
operativo?
• Em 1945 o argentino Pichon-Riviére definiu o
grupo operativo como um conjunto de pessoas
com um objetivo comum.
• Esse objetivo ou tarefa pode ser o aprendizado, a
cura, o diagnóstico de
dificuldades de determinada
enfermidade.
3Fonte da Imagem: http://4.bp.blogspot.com/-cBjViJaSJAg/TWpZxcpGTSI/AAAAAAAAAMc/Q m599-sX9Oc/s1600/1266982648_28081381_1-Fotos-de-
TUNING-IN-Clases- de-ingles-dinamicas-y-adaptadas-a-las-necesidades-del-alumno-o-grupo.jpg
E quais são os benefícios dessa
modalidade de atendimento?
• Maior otimização do
trabalho com a
diminuição das
consultas individuais,
• Participação ativa do
usuário no processo
educativo e
• O envolvimento da
equipe de profissionais
com o usuário.
Soares, 2007
4
O grupo visa a estimular a independência dos
seus integrantes, permitindo uma adaptação
ativa e criativa à realidade, possibilitando fazer
escolhas mais maduras e livres .
Inserir figura da
enfermeira Carla
Pessoas com diabete e
Grupos operativos
5
Para a pessoa com diabete, a participação em um grupo
operativo, oportuniza o aprendizado para o
autocuidado, favorece uma maior adesão ao
tratamento e aumenta o vínculo deste com a unidade
de saúde, através da integração entre os participantes
do grupo e da união de interesses e motivações.
Então como planejamos um grupo?
• Primeiro, é preciso discutir com a equipe
sobre a possibilidade de desenvolver um
grupo para pessoas com diabete;
• Depois de motivar a participação da equipe
de saúde, é preciso pensar em uma formação
básica para os profissionais;
• É necessário definir se o grupo será fechado
ou aberto.
6
Grupo Fechado x Grupo Aberto
• Grupo fechado - sempre com os mesmos
participantes, não ocorrendo ingresso de
novos participantes, mesmo após a
desistência de algum membro.
• Grupo aberto - sempre aberto para a
entrada de novos integrantes.
7
A organização e a infraestrutura
devem prever:
• Material de divulgação e medidas atrativas:
cartazes, “mosquitinhos” (pequenos convites entregues
pelos agentes comunitários de saúde, e-mail, sms.
• Espaço físico: importante que o espaço seja suficiente
para que todos tenham contato visual, e que disponha de
cadeiras para todos e aparelho de som ou vídeo quando
necessário.
8
• Equipe de trabalho (capacitação) e coordenação (se fixa
ou rotativa);
• Funcionamento e cronograma (frequência – semanal,
quinzenal ou mensal - horário, dias);
• Duração dos encontros (entre 60 a 120 minutos);
• Tamanho do grupo (máximo 12 membros);
• Método de trabalho (dinâmicas, palestras e debates).
9
A organização e a infraestrutura
devem prever:
Dinâmica de grupo
• Nos encontros, são
discutidas as experiências de
seus membros em relação a
determinado tema,
enfocando o aspecto
emocional, as crenças e as
ações de cada pessoa.
• É interessante apresentar
algumas informações sobre
o assunto durante as falas.
• Os encontros podem ter um
tema previamente definido e
esgotado a cada encontro.
10
CUIDADO!
Solicitação excessiva de informações
pode ser um sintoma de resistência à
mudança.
Perguntas monopolizadas por uma pessoa só -
Não permite ao coordenador perceber as
necessidades dos demais gerando frustração,
pois o grupo fica centrado em um problema
pessoal.
O uso de técnicas
11
Observa-se que a da adoção de
técnicas facilitam a expressão
de sentimentos e a reflexão
sobre situações atuais e
passadas que possam estar
relacionadas com a doença.
As equipes de saúde
podem elaborar os
materiais necessários
utilizando matéria prima
reciclada para
confeccionar os objetos
utilizados nas dinâmicas.
ESTRUTURA BÁSICA DE UM
ENCONTRO
• Fase de apresentação – 1º contato com o grupo,
formam-se vínculos. Explica-se a metodologia,
pesquisa-se as expectativas, as técnicas de
apresentação e de descontração.
• Fase de desenvolvimento – 3 momentos:
Aquecimento- introduz o tema; Aprofundamento-
explora o tema; e Processamento- feedback sobre o
tema.
• Fase de encerramento – técnicas de fechamento e
avaliação.
12
Competências dos técnicos de
Enfermagem
Cabe salientar que dentre as competências dos técnicos de enfermagem
listadas no Caderno de Atenção Básica de Diabetes (BRASIL, 2006)
estão:
• Orientar as pessoas sobre os fatores de risco cardiovascular, em
especial aqueles ligados ao diabetes, como hábitos de vida ligados à
alimentação e à atividade física.
• Orientar pacientes sobre automonitorização (glicemia capilar) e
técnica de aplicação de insulina.
Também na Lei do Exercício Profissional da Enfermagem, o técnico de
enfermagem deve participar do planejamento e execução de ações
de saúde, porém sempre sob supervisão do enfermeiro (BRASIL,
1986).
Competências dos técnicos de
Saúde Bucal ou Higiene Dental
Dentre as competências específicas da equipe
técnica de saúde bucal em relação às atividades
educativas com pessoas com diabete está:
• Acompanhar e apoiar o desenvolvimento dos
trabalhos da equipe no tocante à saúde bucal do
portador de diabetes (BRASIL, 2006).
Equipe multiprofissional
• Segundo o CAB Diabetes (BRASIL, 2006) a
participação da equipe multiprofissional nas
atividades educacionais com pessoas com
diabete é vista como bastante enriquecedora,
destacando-se a importância da ação
interdisciplinar para a prevenção do diabetes e
suas complicações.
• Portanto a sua participação é fundamental!
Competências dos técnicos
Ainda segundo a Política Nacional de Atenção
Básica (BRASIL, 2012) dentre as atribuições
comuns à toda a equipe encontra-se:
• Realizar ações de educação em saúde à
população adstrita, conforme planejamento da
equipe;
• Praticar cuidado familiar e dirigido a
coletividades e grupos sociais que visa a propor
intervenções que influenciem os processos de
saúde-doença dos indivíduos, das famílias, das
coletividades e da própria comunidade.
Guia de Dinâmicas
• Após a aula, acesse o arquivo 201
Dinâmicas de Grupo.
– um guia com diversas dinâmicas, lembre-se
que, com criatividade, podemos adaptar
qualquer uma delas. Essa leitura não é
obrigatória, mas serve de material de pesquisa
para o planejamento de dinâmicas de grupo.
17
A família e o diabetes
• A influência e envolvimento da família no tratamento do
DM é evidente em função do controle e dos cuidados
permanentes.
• A família pode ser um fator facilitador, quando se torna
um ponto de apoio, incentivando o sujeito no
comportamento de busca de saúde.
• Porém, em alguns casos a família pode “boicotar” o
cuidado, até mesmo por falta de informação sobre a
doença.
SOUZA, 2011
18
A família e o diabetes
• Estudos revelam que as pessoas com diabetes mellitus que tiveram
apoio adequado de familiares aderiram melhor às práticas de
autocuidado (NASCIMENTO, ROCHA, HAYES, 2005; SOUZA, 2011).
Os familiares podem ajudar no controle da doença de diferentes
formas:
• suporte emocional;
• apoio para uma alimentação mais saudável;
• realização de atividades físicas regulares (caminhadas);
• acompanhamento dos resultados de glicemia capilar e
monitoramento de estados de hipoglicemia.
• Por isso, é necessário avaliar as redes de apoio do paciente para
auxiliar na identificação das necessidades de assistência.
19
A família e o diabetes
• Atenção! Os estudos mostram que quando a pessoa com diabete é o
homem, ele recebe apoio da esposa. No entanto, o contrário não é
tão comum.
• Identificar a rede de apoio da pessoa com diabete é fundamental
para o sucesso do tratamento, e no caso de não haver familiares
disponíveis, pode-se buscar alguma pessoa da comunidade como
vizinhos e amigos.
• Sugere-se que a família seja incluída no planejamento terapêutico,
visto que ciente de todas as necessidades geradas pela doença, ela
poderá auxiliar de maneira mais efetiva.
(SOUZA, 2011).
20
Retornando ao teste rápido...
Ao término desse módulo, se alguém lhe propor o desenvolvimento de
um grupo com os pacientes da unidade você pensa:
(a) Tenho formação para esse tipo de trabalho;
(b) Não preciso muito tempo nem verba para preparar os materiais
necessários;
(c) Acredito que essa atividade é efetiva;
(d) Posso organizar minha rotina para desenvolver esse trabalho;
(e) Tenho criatividade para criar atividades diversificadas.
As alternativas estão bem diferentes, mas se você respondeu sim para
todas ou quase todas alternativas, então o nosso objetivo foi
alcançado!
Bom Trabalho!
21
Referências
• BRASIL. Lei nº. 7498 de 20 de junho de 1986 – Lei do Exercício profissional da Enfermagem no
Brasil. Brasília: BRASIL, 1986. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/l9394.htm.
Acessado em 09/05/2013.
• Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica.
Diabetes Mellitus / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção
Básica. – Brasília : Ministério da Saúde, 2006.
• Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica.
Política Nacional de Atenção Básica / Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde.
Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2012.
• NASCIMENTO LC, ROCHA SMM, HAYES VE. Contribuições do genograma e do ecomapa para o
estudo das famílias em enfermagem pediátrica. Texto e Contexto Enferm, 2005,14(2):280-6.
• SOUZA AC. Cartografia do cuidado de indivíduos com diabetes mellitus em situações de pobreza.
Tese (Doutorado) Enfermagem. Escola de Enfermagem UFRGS. 2011
• 201 Dinâmicas de grupo. Disponível em:
http://www.palestras.diversas.com.br/Eventos%20Sta%20Ad%C3%A9lia/31.%20LIVRO%20DE%20
DINAMICA.pdf Acessado em: 18/09/2012 as 21h.
• SOARES SM et al. Grupos Operativos de Aprendizagem nos Serviços de Saúde. Esc Anna Nery R
Enferm 2007 mar; 11 (1): 52 - 7.
• ALMEIDA SP, SOARES SM. Aprendizagem em grupo operativo de diabetes:
uma abordagem etnográfica. Ciência & Saúde Coletiva, 15(Supl. 1):1123-1132, 2010
• BUENO D; SIEBERT M. Contribuição de grupos operacionais no fortalecimento da atenção primária
à saúde. Rev. APS, v. 11, n. 4, p. 468-473, out./dez. 2008
• SANTOS MA, PÉRES DS, ZANETTI ML, OTERO LM. Grupo operativo como estratégia para atenção
integral ao diabético. R Enferm UERJ, Rio de Janeiro, 2007 abr/jun; 15(2):242-7.
• TORRES, H. C.; HORTALE, V. A. & SCHALL, V. A experiência de jogos na educação em saúde para
diabéticos. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 19(4):1039-1047, jul-ago, 2003
• PEREIRA FLR, TORRES HC, CÂNDIDO NA, ALEXANDRE LR. Promovendo o autocuidado em diabetes.
Cienc Cuid Saude 2009 Out/Dez; 8(4):594-599 22
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  • 1. Intervenções coletivas, com a comunidade e rede de apoio social Profª. Drª. Aline Corrêa de Souza Enfermeira
  • 2. Teste rápido Quando alguém da equipe propõe o desenvolvimento de um grupo com os pacientes da unidade, você pensa: (a) Não tenho formação para esse tipo de trabalho; (b) Não tenho tempo nem verba para preparar os materiais necessários; (c) Não tenho certeza se esta atividade é efetiva; (d) Não tenho tempo para desenvolver esse trabalho; (e) Não tenho criatividade para criar atividades diversificadas. (f) Como técnico não tenho atribuição de desenvolver este tipo de trabalho. Provavelmente você tenha respondido sim para todas ou quase todas as alternativas, correto? Bem, nossa meta é modificar esse panorama ao final desse módulo. Vamos tentar? 2
  • 3. Afinal, o que é um grupo operativo? • Em 1945 o argentino Pichon-Riviére definiu o grupo operativo como um conjunto de pessoas com um objetivo comum. • Esse objetivo ou tarefa pode ser o aprendizado, a cura, o diagnóstico de dificuldades de determinada enfermidade. 3Fonte da Imagem: http://4.bp.blogspot.com/-cBjViJaSJAg/TWpZxcpGTSI/AAAAAAAAAMc/Q m599-sX9Oc/s1600/1266982648_28081381_1-Fotos-de- TUNING-IN-Clases- de-ingles-dinamicas-y-adaptadas-a-las-necesidades-del-alumno-o-grupo.jpg
  • 4. E quais são os benefícios dessa modalidade de atendimento? • Maior otimização do trabalho com a diminuição das consultas individuais, • Participação ativa do usuário no processo educativo e • O envolvimento da equipe de profissionais com o usuário. Soares, 2007 4 O grupo visa a estimular a independência dos seus integrantes, permitindo uma adaptação ativa e criativa à realidade, possibilitando fazer escolhas mais maduras e livres . Inserir figura da enfermeira Carla
  • 5. Pessoas com diabete e Grupos operativos 5 Para a pessoa com diabete, a participação em um grupo operativo, oportuniza o aprendizado para o autocuidado, favorece uma maior adesão ao tratamento e aumenta o vínculo deste com a unidade de saúde, através da integração entre os participantes do grupo e da união de interesses e motivações.
  • 6. Então como planejamos um grupo? • Primeiro, é preciso discutir com a equipe sobre a possibilidade de desenvolver um grupo para pessoas com diabete; • Depois de motivar a participação da equipe de saúde, é preciso pensar em uma formação básica para os profissionais; • É necessário definir se o grupo será fechado ou aberto. 6
  • 7. Grupo Fechado x Grupo Aberto • Grupo fechado - sempre com os mesmos participantes, não ocorrendo ingresso de novos participantes, mesmo após a desistência de algum membro. • Grupo aberto - sempre aberto para a entrada de novos integrantes. 7
  • 8. A organização e a infraestrutura devem prever: • Material de divulgação e medidas atrativas: cartazes, “mosquitinhos” (pequenos convites entregues pelos agentes comunitários de saúde, e-mail, sms. • Espaço físico: importante que o espaço seja suficiente para que todos tenham contato visual, e que disponha de cadeiras para todos e aparelho de som ou vídeo quando necessário. 8
  • 9. • Equipe de trabalho (capacitação) e coordenação (se fixa ou rotativa); • Funcionamento e cronograma (frequência – semanal, quinzenal ou mensal - horário, dias); • Duração dos encontros (entre 60 a 120 minutos); • Tamanho do grupo (máximo 12 membros); • Método de trabalho (dinâmicas, palestras e debates). 9 A organização e a infraestrutura devem prever:
  • 10. Dinâmica de grupo • Nos encontros, são discutidas as experiências de seus membros em relação a determinado tema, enfocando o aspecto emocional, as crenças e as ações de cada pessoa. • É interessante apresentar algumas informações sobre o assunto durante as falas. • Os encontros podem ter um tema previamente definido e esgotado a cada encontro. 10 CUIDADO! Solicitação excessiva de informações pode ser um sintoma de resistência à mudança. Perguntas monopolizadas por uma pessoa só - Não permite ao coordenador perceber as necessidades dos demais gerando frustração, pois o grupo fica centrado em um problema pessoal.
  • 11. O uso de técnicas 11 Observa-se que a da adoção de técnicas facilitam a expressão de sentimentos e a reflexão sobre situações atuais e passadas que possam estar relacionadas com a doença. As equipes de saúde podem elaborar os materiais necessários utilizando matéria prima reciclada para confeccionar os objetos utilizados nas dinâmicas.
  • 12. ESTRUTURA BÁSICA DE UM ENCONTRO • Fase de apresentação – 1º contato com o grupo, formam-se vínculos. Explica-se a metodologia, pesquisa-se as expectativas, as técnicas de apresentação e de descontração. • Fase de desenvolvimento – 3 momentos: Aquecimento- introduz o tema; Aprofundamento- explora o tema; e Processamento- feedback sobre o tema. • Fase de encerramento – técnicas de fechamento e avaliação. 12
  • 13. Competências dos técnicos de Enfermagem Cabe salientar que dentre as competências dos técnicos de enfermagem listadas no Caderno de Atenção Básica de Diabetes (BRASIL, 2006) estão: • Orientar as pessoas sobre os fatores de risco cardiovascular, em especial aqueles ligados ao diabetes, como hábitos de vida ligados à alimentação e à atividade física. • Orientar pacientes sobre automonitorização (glicemia capilar) e técnica de aplicação de insulina. Também na Lei do Exercício Profissional da Enfermagem, o técnico de enfermagem deve participar do planejamento e execução de ações de saúde, porém sempre sob supervisão do enfermeiro (BRASIL, 1986).
  • 14. Competências dos técnicos de Saúde Bucal ou Higiene Dental Dentre as competências específicas da equipe técnica de saúde bucal em relação às atividades educativas com pessoas com diabete está: • Acompanhar e apoiar o desenvolvimento dos trabalhos da equipe no tocante à saúde bucal do portador de diabetes (BRASIL, 2006).
  • 15. Equipe multiprofissional • Segundo o CAB Diabetes (BRASIL, 2006) a participação da equipe multiprofissional nas atividades educacionais com pessoas com diabete é vista como bastante enriquecedora, destacando-se a importância da ação interdisciplinar para a prevenção do diabetes e suas complicações. • Portanto a sua participação é fundamental!
  • 16. Competências dos técnicos Ainda segundo a Política Nacional de Atenção Básica (BRASIL, 2012) dentre as atribuições comuns à toda a equipe encontra-se: • Realizar ações de educação em saúde à população adstrita, conforme planejamento da equipe; • Praticar cuidado familiar e dirigido a coletividades e grupos sociais que visa a propor intervenções que influenciem os processos de saúde-doença dos indivíduos, das famílias, das coletividades e da própria comunidade.
  • 17. Guia de Dinâmicas • Após a aula, acesse o arquivo 201 Dinâmicas de Grupo. – um guia com diversas dinâmicas, lembre-se que, com criatividade, podemos adaptar qualquer uma delas. Essa leitura não é obrigatória, mas serve de material de pesquisa para o planejamento de dinâmicas de grupo. 17
  • 18. A família e o diabetes • A influência e envolvimento da família no tratamento do DM é evidente em função do controle e dos cuidados permanentes. • A família pode ser um fator facilitador, quando se torna um ponto de apoio, incentivando o sujeito no comportamento de busca de saúde. • Porém, em alguns casos a família pode “boicotar” o cuidado, até mesmo por falta de informação sobre a doença. SOUZA, 2011 18
  • 19. A família e o diabetes • Estudos revelam que as pessoas com diabetes mellitus que tiveram apoio adequado de familiares aderiram melhor às práticas de autocuidado (NASCIMENTO, ROCHA, HAYES, 2005; SOUZA, 2011). Os familiares podem ajudar no controle da doença de diferentes formas: • suporte emocional; • apoio para uma alimentação mais saudável; • realização de atividades físicas regulares (caminhadas); • acompanhamento dos resultados de glicemia capilar e monitoramento de estados de hipoglicemia. • Por isso, é necessário avaliar as redes de apoio do paciente para auxiliar na identificação das necessidades de assistência. 19
  • 20. A família e o diabetes • Atenção! Os estudos mostram que quando a pessoa com diabete é o homem, ele recebe apoio da esposa. No entanto, o contrário não é tão comum. • Identificar a rede de apoio da pessoa com diabete é fundamental para o sucesso do tratamento, e no caso de não haver familiares disponíveis, pode-se buscar alguma pessoa da comunidade como vizinhos e amigos. • Sugere-se que a família seja incluída no planejamento terapêutico, visto que ciente de todas as necessidades geradas pela doença, ela poderá auxiliar de maneira mais efetiva. (SOUZA, 2011). 20
  • 21. Retornando ao teste rápido... Ao término desse módulo, se alguém lhe propor o desenvolvimento de um grupo com os pacientes da unidade você pensa: (a) Tenho formação para esse tipo de trabalho; (b) Não preciso muito tempo nem verba para preparar os materiais necessários; (c) Acredito que essa atividade é efetiva; (d) Posso organizar minha rotina para desenvolver esse trabalho; (e) Tenho criatividade para criar atividades diversificadas. As alternativas estão bem diferentes, mas se você respondeu sim para todas ou quase todas alternativas, então o nosso objetivo foi alcançado! Bom Trabalho! 21
  • 22. Referências • BRASIL. Lei nº. 7498 de 20 de junho de 1986 – Lei do Exercício profissional da Enfermagem no Brasil. Brasília: BRASIL, 1986. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/l9394.htm. Acessado em 09/05/2013. • Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Diabetes Mellitus / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília : Ministério da Saúde, 2006. • Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Política Nacional de Atenção Básica / Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2012. • NASCIMENTO LC, ROCHA SMM, HAYES VE. Contribuições do genograma e do ecomapa para o estudo das famílias em enfermagem pediátrica. Texto e Contexto Enferm, 2005,14(2):280-6. • SOUZA AC. Cartografia do cuidado de indivíduos com diabetes mellitus em situações de pobreza. Tese (Doutorado) Enfermagem. Escola de Enfermagem UFRGS. 2011 • 201 Dinâmicas de grupo. Disponível em: http://www.palestras.diversas.com.br/Eventos%20Sta%20Ad%C3%A9lia/31.%20LIVRO%20DE%20 DINAMICA.pdf Acessado em: 18/09/2012 as 21h. • SOARES SM et al. Grupos Operativos de Aprendizagem nos Serviços de Saúde. Esc Anna Nery R Enferm 2007 mar; 11 (1): 52 - 7. • ALMEIDA SP, SOARES SM. Aprendizagem em grupo operativo de diabetes: uma abordagem etnográfica. Ciência & Saúde Coletiva, 15(Supl. 1):1123-1132, 2010 • BUENO D; SIEBERT M. Contribuição de grupos operacionais no fortalecimento da atenção primária à saúde. Rev. APS, v. 11, n. 4, p. 468-473, out./dez. 2008 • SANTOS MA, PÉRES DS, ZANETTI ML, OTERO LM. Grupo operativo como estratégia para atenção integral ao diabético. R Enferm UERJ, Rio de Janeiro, 2007 abr/jun; 15(2):242-7. • TORRES, H. C.; HORTALE, V. A. & SCHALL, V. A experiência de jogos na educação em saúde para diabéticos. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 19(4):1039-1047, jul-ago, 2003 • PEREIRA FLR, TORRES HC, CÂNDIDO NA, ALEXANDRE LR. Promovendo o autocuidado em diabetes. Cienc Cuid Saude 2009 Out/Dez; 8(4):594-599 22