O orador desta audioconferência (conferência através do computador) é o Prof. Luís Borges Gouveia , Professor Associado da Universidade Fernando Pessoa no Porto. Coordenador do Estudo da APDSI sobre "Modelos de Governação na Sociedade da Informação e do Conhecimento".
A Administração Pública é sem dúvida um dos pilares da organização do País e um actor crucial para a organização dos seus recursos de informação. Em consequência, o rigor e a competência na sua gestão reflecte a forma como quer a AP responde às solicitações que lhe são exigidas, quer ao impacte económico que a sua actividade produz. Neste contexto, a actividade do Estado desenvolve-se cada vez mais em função dos seus recursos informacionais que são também vitais não só ao próprio funcionamento mas também confiança, transparência e capacidade das suas instituições e, mesmo, ao quotidiano dos cidadãos e agentes económicos.
Historicamente os sistemas administrativos foram sendo construídos de forma isolada, promovendo silos e ilhas de informação. Atacar estes problemas exige uma abordagem pensada, tanto mais que qualquer intervenção adiciona um lastro de propagação futura e representa custos escondidos. As preocupações com a gestão da informação e a
forma como são geridos os activos disponíveis assume redobrada importância, tanto mais que no contexto actual é necessário assegurar o maior aproveitamento possível, com os recursos disponíveis: fazer mais com menos
14 de Maio de 2010
Evolução do Papel do Estado e da Administração Pública, Arminda Neves
Governação Sistemas Tecnologias Informação AP
1. Governação dos Sistemas e
Tecnologias da Informação na
Administração Pública
Luis Borges Gouveia
@lbgouveia | lmbg@ufp.edu.pt
Audioconferência: Instituto Nacional de Administração
http://elearning.ina.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=547&Itemid=67
14 de Maio de 2010
2. sumário
• Nota prévia
• O mundo em que vivemos
• Dados, informação e conhecimento
• Desafios e oportunidades
• Uma reflexão sobre Governação
• As questões
Governação dos Sistemas e Tecnologias da Informação na Administração Pública
A Administração Pública é sem dúvida um dos pilares da organização do País e um actor
crucial para a organização dos seus recursos de informação. O seu bom funcionamento
contamina de forma positiva a actividade económica e dissemina boas práticas.
É também no seu cerne um dos pilares da soberania nacional e uma forma de regulação,
proximidade e equilíbrio da nossa sociedade – governação precisa-se!
3. sinopse
Governação dos Sistemas e Tecnologias da Informação na Administração Pública
A Administração Pública é sem dúvida um dos pilares da organização do País e um
actor crucial para a organização dos seus recursos de informação. Em consequência,
o rigor e a competência na sua gestão reflecte a forma como quer a AP responde às
solicitações que lhe exigidas, quer ao impacte económico que a sua actividade
produz. Neste contexto, a actividade do Estado desenvolve-se cada vez mais em
função dos seus recursos informacionais que são também vitais não só ao próprio
funcionamento mas também confiança, transparência e capacidade das suas
instituições e, mesmo, ao quotidiano dos cidadãos e agentes económicos.
Historicamente os sistemas administrativos foram sendo construídos de forma
isolada, promovendo silos e ilhas de informação. Atacar estes problemas exige uma
abordagem pensada, tanto mais que qualquer intervenção adiciona um lastro de
propagação futura e representa custos escondidos. As preocupações com a gestão
da informação e a forma como são geridos os activos disponíveis assume redobrada
importância, tanto mais que no contexto actual é necessário assegurar o maior
aproveitamento possível, com os recursos disponíveis: fazer mais com menos.
4. Nota prévia - @lbgouveia
• Uma experiência nova e estimulante
(audioconferência…)
• Esta apresentação (slides…)
• Quem é o Luis Borges Gouveia
• Uma apresentação inicial para situar a discussão
• Recursos publicitados (para uso posterior)
• Contactos: luis.borges.gouveia@gmail.com
• 5 Questões de partida para reflexão
5. O mundo em que vivemos
Queda do
muro de Berlin
Ataque às
Torres Gémeas
Crise
financeira
Crise económica
e social
fronteiras
físicas
segurança
e defesa
economia
qualidade
de vida
Nov, 1989 Set, 2001 Set, 2008 (?)Set, 2009/11
?
6. • O mundo está mudado
– Mais digital
– Mais competitivo
mas também:
– Menos previsível
– Com mais gente que conta
– Com mais necessidade de errar e menos tempo para o
fazer
13. Sociedade da Informação
Uma sociedade que
predominantemente utiliza o
recurso às tecnologias da
informação e comunicação
para a troca de informação
em formato digital e que
suporta a interacção entre
indivíduos com recurso a
práticas e métodos em
construção permanente
(Gouveia e Gaio, 2004)
14. Sociedade da Informação
Uso intensivo de tecnologias de
informação e comunicação
Uso crescente do digital
Organização em rede
15. Sociedade da Informação
Uso intensivo de tecnologias de
informação e comunicação
Uso crescente do digital
Organização em rede
infra-estruturas
& acesso
processos
& formação
de
comando & controlo
para
partilha & regulação
16. Do analógico para o digital
• aprender...
– no analógico, memorizar para aprender
– no digital, esquecer para aprender
• trabalhar...
– no analógico, tomar tempo para trabalhar
– no digital, trabalhar sem tomar o tempo
17. • A informação já não é o que era…
(e nem toda é igual)
estrutura
& contexto
abstracção &
complexidade
dados
informação
conhecimento
sabedoria
simplificação
do real
suporte à
decisão
suporte à
acção
estratégia e
previsão
18. No digital
• Crescente mediação de computadores e redes no
relacionamento humano
• Desmaterialização de actividades e processos
associados
• Transformação da actividade humana
– O tempo com diferentes ciclos
– Virtualização e transformação do conceito de tempo e
espaço (exemplo: o sítio na Web…)
– (implica) espaço (físico) com diferentes significados
19. • Aprendemos todos os dias, de todas as formas
– Sempre mais para fazer, do que o que se pode
– Mais solicitações do que tempo disponível
– Maior carga cognitiva do que a nossa resistência
permite
20. A rede (I)
• Promessas da sociedade da informação
– Partilha de informação (e do conhecimento)
– Novas relações tempo-espaço
concorrentes num mesmo local
– Móvel, imediato, ubiquo,
universal
• A relação e o relacionamento são
elementos essenciais, realizados
com recurso a computadores e
redes (de telecomunicações)
– Apesar de tudo, um fenómeno social:
Barry Wellman, Manuel Castells, …
21. A rede (II)
• Fenómenos de transferência
– Altera as relações de poder
– Redistribui e redefine custos de
deslocação entre nós da rede
• Fomenta uma evolução contínua, mantendo a
mudança como constante
– Diversidade
– Mudança permanente
– Acolhe inovação e criatividade
22. A rede (III)
• Efeito de propagação
– Altera a proximidade/distância e influência mútua
– Atracção e reconfiguração de espaços e fronteiras
– Esferas de influência mais dinâmicas,
com modelos mais complexos
• Favorece sistemas abertos e
autónomos
– Sistema distribuído, com
capacidade de auto-regulação
– Escala resultado da interacção;
quanto mais interacção,
maior densidade
26. • Excesso de informação
– Sobrecarga cognitiva
– Refrear a curiosidade
natural
– Conter a dispersão
– Lidar com a nossa
criatividade
– Agir, inovar,
experimentar, difundir,
agir…
27. • O que há de novo?
– Gerir as tarefas
– Gerir o tempo
– Criatividade
28. • Da competência
clássica ao novo
– Do racional aos
afectos e à
emoção
(retorno?)
– Da preocupação
com a literacia
básica,
funcional,
informacional,
comunicacional
e tecnológica a…
29. Governo e governação
• Governação (conceito descritivo – 1995) e posteriormente
teórico…
• A direcção do governo já não é suficiente
– Necessário um outro modo de governar
• Processo de direcção estruturado
(institucional/técnico) orientado à acção colectiva por
via da cooperação
– Produto da participação, da sociedade e governo (que é
dinâmico e negociado entre os seus actores)
– Na governação já não existe um actor central (processo de
direcção da sociedade em que interdependência,
integração, co produção e co-responsabilidade são
aspectos constantes na acção)
30.
31. Alternativas de conceptualização
Finger e Pécoud (2003)
e-governação como satisfação do cliente processos e
interacções
ferramentas
Níveis de políticas Nacional e por vezes
local
Nacional e local Nacional e por vezes
local
Actores Consumidores,
administração
Público e privado Estado
Funções de políticas Operações, prestação
de serviços
Operações e produção
de políticas
Em geral, prestação
de serviços
Uso de TICs Substituição e
comunicação
Interacção Baseado na tecnologia
32. Nova Administração Pública
Navarra e Cornford (2004)
DESCENTRALIZAÇÃO
Passagem de responsabilidade para
autoridades locais
Proximidade
Devolução
COMUNICAÇÃO
Marketing e boas práticas
Monitorização de contratos
Partilha de riscos
Dimensão partilhada
E-GOVERNO
Medir o desempenho
Gestão por objectivos
Reinventar o governo
Orientação ao cliente e
participação
EFICIÊNCIA
Práticas de gestão
Gestão de processos de negócio
TRANSPARÊNCIA
Gestão de desempenho
Orçamentação programada
Foco no cidadão
33. Gestão
managerial
Consultivo
consultive
Participado
participatory
Disciplinar
disciplinary
Actores e
interesses
Governo, clientes,
negócios,
media
Governo, clientes,
negócio,
grupos de
interesse
Associações
voluntárias,
grupos de
interesses,
grupos
autónomos
Governo, negócio,
NGOs
Foco nas
políticas
Marketing,
eficiência,
accountability
Descentralização,
transparência,
teste de
politicas e
inovação
Legitimidade do
Estado,
democracia,
participação,
envolvimento
do cidadão nas
politicas e na
definição de
prioridades
Bem público,
vigilância,
accountability,
cumprimento
da lei
Foco nos
serviços
Impostos em linha,
solicitação de
benefícios,
balcão único,
pesquisa de
dados de
marketing,
informação do
governo ao
público
e-votação, recolha
de opiniões
instantânea,
petições,
reuniões
virtuais locais,
recolha de
opinião e
sugestões de
eleitores e
grupos de
interesse
Mecanismos
autónomos na
fronteira dos
Estados, listas
de discussão,
tecnologias
ponto a ponto,
e-participação
representação,
adesão do
cidadão e
reactividade a
políticas
Infra-estruturas de
informação
aplicáveis a
serviços
específicos
(aplicações
verticais)
34. Modelo de e-governação
Finger e Pécoud (2003)
Política
R
egulaçãoO
perações
e-governação
Global
Nacional
Local
Sector privado
Governo
Terceiro sector
Exploração contínua das TICs
36. Regulação versus humanização
Ridderstrale e Nordstrom (2006)
ALÍVIO PELA FÉ PRESENTE
ESTRANGULAÇÃO
PELA REGULAÇÃO
HUMANIZAÇÃO
PELA PARTICIPAÇÃO
EFICÁCIA
EMPATIA
alta
altabaixa
baixa
37. Questões 1
• Será que se está a gerir e a regular de forma
adequada os sistemas e as tecnologias de
informação na administração pública?
• Como garantir a interoperabilidade indispensável à prestação de serviços
de base digital?
• Como garantir a administração de dados, a partilha de recursos comuns, a
gestão de processos interdepartamentais e demais preocupações que
assegurem um funcionamento fluido e integrado?
• Como e quais os recursos humanos associados com as STI? Como manter
e desenvolver o conhecimento tecnológico na Administração Pública?
• Será que os recursos financeiros estão a ser bem aplicados na
informatização dos serviços públicos? Informatização e digitalização são o
mesmo?
38. Questões 2
• Será que se está a gerir e a regular de forma adequada os sistemas e as
tecnologias de informação na administração pública?
• Como garantir a interoperabilidade
indispensável à prestação de serviços de base
digital?
• Como garantir a administração de dados, a partilha de recursos comuns, a
gestão de processos interdepartamentais e demais preocupações que
assegurem um funcionamento fluido e integrado?
• Como e quais os recursos humanos associados com as STI? Como manter
e desenvolver o conhecimento tecnológico na Administração Pública?
• Será que os recursos financeiros estão a ser bem aplicados na
informatização dos serviços públicos? Informatização e digitalização são o
mesmo?
39. Questões 3
• Será que se está a gerir e a regular de forma adequada os sistemas e as
tecnologias de informação na administração pública?
• Como garantir a interoperabilidade indispensável à prestação de serviços de base
digital?
• Como garantir a administração de dados, a
partilha de recursos comuns, a gestão de
processos interdepartamentais e demais
preocupações que assegurem um
funcionamento fluido e integrado?
• Como e quais os recursos humanos associados com as STI? Como manter e
desenvolver o conhecimento tecnológico na Administração Pública?
• Será que os recursos financeiros estão a ser bem aplicados na informatização dos
serviços públicos? Informatização e digitalização são o mesmo?
40. Questões 4
• Será que se está a gerir e a regular de forma adequada os sistemas e as
tecnologias de informação na administração pública?
• Como garantir a interoperabilidade indispensável à prestação de serviços
de base digital?
• Como garantir a administração de dados, a partilha de recursos comuns, a
gestão de processos interdepartamentais e demais preocupações que
assegurem um funcionamento fluido e integrado?
• Como e quais os recursos humanos associados com
as STI? Como manter e desenvolver o conhecimento
tecnológico na Administração Pública?
• Será que os recursos financeiros estão a ser bem aplicados na
informatização dos serviços públicos? Informatização e digitalização são o
mesmo?
41. Questões 5
• Será que se está a gerir e a regular de forma adequada os sistemas e as
tecnologias de informação na administração pública?
• Como garantir a interoperabilidade indispensável à prestação de serviços
de base digital?
• Como garantir a administração de dados, a partilha de recursos comuns, a
gestão de processos interdepartamentais e demais preocupações que
assegurem um funcionamento fluido e integrado?
• Como e quais os recursos humanos associados com as STI? Como manter
e desenvolver o conhecimento tecnológico na Administração Pública?
• Será que os recursos financeiros estão a ser
bem aplicados na informatização dos serviços
públicos? Informatização e digitalização são o
mesmo?
42. Compilação dos recursos enunciados no contexto da
apresentação a serem posteriormente divulgados em
página Web própria…
43. Nota Biográfica
Luis Borges Gouveia
homepage: http://homepage.ufp.pt/~lmbg
blogue: http://lmbg.blogspot.com
email: lmbg@ufp.edu.pt
twitter: @lbgouveia
facebook: http://www.facebook.com/lbgouveia
slideshare: http://www.slideshare.net/lmbg
Professor Associado na Faculdade de Ciência e Tecnologia da Universidade
Fernando Pessoa e um dos responsáveis pelo projecto de Universidade Virtual
da UFP. É Doutorado em Ciências da Computação pela Lancaster University
(UK – 2002) e possui Mestrado em Engenharia Electrotécnica e de
Computadores pela FEUP, 1995. É docente desde 1988 e autor de 10 livros e
cerca de 3 centenas de publicações de natureza científica em conferências,
nas suas áreas de especialidade: o e-learning e o e-government. Os seus
interesses de I&D incluem as relações entre o espaço físico e o digital e a
aplicação de TICs no processo de ensino e aprendizagem.