1. Objetivos do capítulo
Entender as premissas, relações e conceitos básicos e as fontes específicas
de capital que fundamentam o custo de capital
Determinar o custo de empréstimo a longo prazo, usando cotações de mercado,
cálculos e uma técnica de aproximação, e os custos das ações preferenciais
Calcular o custo das ações ordinária e convertê-lo no custo de lucros retidos
E no custo de novas emissões de ações ordinárias.
Determinar o custo médio ponderado de capital (CM e PC) e discutir formas
alternativas de ponderações.
2. Custo do capital
Conceito matemático: É média ponderada dos
custos de todas as fontes de capital utilizadas pelas
empresas.
Conceito Econômico: É a taxa de retorno mínima
que a empresa precisa obter sobre seus projetos de
investimentos, para manter os seus lucros e os
recursos necessários para a empresa.
3. Quais os tipos de capitais a
disposição das empresas?
Capital de Terceiros: Formado por fontes externas
às empresas tais como: Debêntures, empréstimos
bancários, financiamento por fornecedores
Capital próprio: É constituído por fontes próprias de
Capitais como lucros retidos, as ações e novas
Integralizações de capital.
4. Algumas premissas básicas
Todo aporte de capital envolve risco
Operacional e financeiro
O capital de terceiros é uma dívida contraída e o
seu custo é explicito.
O capital próprio não se constitui uma dívida, por
isso é chamado de capital de risco e possui um
custo implícito.
5. Alguns conceitos básicos
Risco Operacional que a empresa corre de ser incapaz de cobrir
seus custos operacionais
Risco Financeiro: Risco que a empresa corre de ser incapaz de
cumprir com seus compromissos financeiros exigidos. (juros,
empréstimos, dividendos de ações preferenciais)
Custo explícito: A taxa de juros é, acertado no instante da
contratação da operação de crédito.
Capital de Risco: o investidor ao adquirir uma ação ele assume um
risco de perder o seu investimento, caso a empresa venha a falir.
6. Qual é o financiamento mais barato?
O capital de terceiros, tem seus custos incluídos na
DRE e pagos antes da apuração do resultado final
(lucro líquido) da empresa, que oferece maiores
riscos de não recebimento dos dividendos.
7. Custo do Capital Próprio
Como capital próprio para uma Sociedade Anônima
Temos:
• Ações Ordinárias
• Ações Preferenciais
• Lucros Retidos
8. Métodos de custeio de capital
Custo de oportunidade do capital
Modelo de Gordon
Modelo CAPM
9. Custo de oportunidade
O conceito de custo de oportunidade parte do
principio. Suponha que existam duas grandes áreas de
investimentos. Ou você investe em títulos (poupança,
letras do tesouro, CDB, etc.) ou você investe em negócios
do tipo empresas, imóveis, etc.
Por exemplo:
Se você abriu mão de investir em um CDB , onde espera
ganhar 15% ao ano, para investir em um imóvel de
aluguel, é aceitável que você espere ganhar um pouco
mais no aluguel, logo, o custo de oportunidade é o que
você abriu mão de ganhar no CDB, ou seja 15%
10. Custo da ação preferencial
Dividendos de ações preferenciais
Cálculo do custo da ação preferencial
11. Custo da ação preferencial
O custo da ação preferencial é o custo de hoje
para levantar fundos utilizando esse
instrumento.
Dada sua suposta vida infinita, como você
encontraria o custo para usar ações
preferenciais como uma fonte de
financiamento a longo prazo?
12. Recebimentos líquidos
Fundos realmente obtidos pela venda de
um título.
Custos de colocação
são os custo totais de emissão e venda
de um título, também chamado de custo
de subscrição.
13. Dividendos de ações preferenciais
Os dividendos de ações preferenciais podem ser declarados como
um montante em unidades monetárias - ¨X unidades monetárias
ao ano”. Quando os dividendos são expressos dessa maneira, a
ação é freqüentemente expressa como ¨ação preferencial de x
unidades monetárias¨. Assim sendo, espera-se que cada ação
preferencial de $4 pague aos acionistas $4 em dividendos, a cada
ano.
Os dividendos das ações preferenciais podem também ser
declarados como uma taxa percentual anual. Essa taxa representa
um percentual do valor nominal, ou de face, das ações, valor que
se iguala aos dividendos anuais dessa forma, uma ação
preferencial de 8%, com um valor nominal de $50, pagaria um
dividendo anual de $4 por ação (0,08 x $50 nominal = $4).
14. Resolução com a utilização do modelo de
Gordon
A taxa de crescimento é obtida dividindo-se o dividendo pago no primeiro ano
($2,97) pelo dividendo pago no último ano ($3,80), essa divisão resulta no
fator 0,782, cujo fator mais próximo na tabela é 0,784, correspondente a taxa
de 5% ( mais precisamente 5,05%). Substituindo no modelo obtém-se o custo
de 13% que representa o retorno exigido pelos acionistas atuais sobre o seu
investimento para deixar o preço de mercado das ações existentes inalterado.
15. Cálculo do custo da ação
preferencial
O custo da ação preferencial, kp , é obtido dividindo-se o
dividendo anual preferencial, Dn , pelos recebimentos
líquidos da venda da ação preferencial, Np . Os
recebimentos líquidos representam o montante de
dinheiro a ser recebido, livre de quaisquer despesas de
emissão e venda (despesas de colocação –
underwriting), exigidas para se negociar a ação.
16. EXEMPLO
A Duchess Corporation esta pensando em emitir
ações preferenciais de 10% (dividendos anuais),
que devem ser vendidas pelo valor nominal de
de $87 por ação. O custo de emissão e venda de
cada ação deve ser de $5 por ação..
17. Cálculo do custo:
O primeiro passo é calcular o custo anual em dinheiro, já
que o dividendo é declarado como uma porcentagem do
valor nominal da ação. $87. O dividendo anual é de
$8.70 (0,10 x $87)
Os recebimentos líquidos de venda da ação podem ser
determinados subtraindo-se os custos de subscrição do
preço de venda. Isso resulta num valor de $82 ($87 - $5)
Os recebimentos líquidos de venda da ação podem ser
determinados subtraindo-se os custos de subscrição do
preço de venda. Isso resulta num valor de $82 ($87 - $5)
18. O custo da ação ordinária
O custo da ação ordinária é o nível de retorno que a
empresa deve obter sobre esse tipo de capital para
manter o preço da ação.
É a taxa pela qual os investidores descontam os
esperados da empresa para determinar o valor de suas
ações.
Como se utilizar o modelo de avaliação de
crescimento constante (modelo de Gordon) ou
o CAPM para se determinar o custo da ação
ordinária de uma empresa?
19. Como achar o custo da ação ordinária
usando a taxa de crescimento constante
O modelo de Gordon baseia-se na premissa amplamente
aceita de que o valor da ação é igual ao valor presente do
fluxo de todos os dividendos futuros que se espera da
mesma durante um horizonte infinito de tempo
Po= preço corrente da ação
ordinária
D1 = dividendo por ação esperado
no final do ano
KS = taxa de retorno exigida obre
a ação ordinária
g= taxa anual de crescimento
constante dos dividendos
20. Exemplo com a utilização do modelo de
Gordon
A Duchess Corporation deseja determinar o custo das ações
ordinárias, Ks .O preço vigente de mercado, P0 ,de cada ação ordinária
da empresa é $50. A empresa espera pagar um dividendo, D1 de $4
no final do próximo ano. 1995. Os dividendos pagos sobre as ações
ordinárias, em circulação, durante os últimos seis anos (1989 – 1994)
são mostrados no quadro abaixo.
21. Como achar o custo da ação ordinária
usando o modelo CAPM
Descreve a relação entre o retorno exigido, ou custo
da ação ordinária Ks , e os riscos não diversificáveis
(chamado também de risco sistemático) ou relevantes
da empresa. O modelo beta para avaliação de ações
é:
R f = taxa de retorno ativo de risco
K s = retorno de mercado – retorno sobre a carteira do mercado
22. EXEMPLO COM A UTILIZAÇÃO DO MODELO CAPM
A Duchess Corporation deseja também calcular com o emprego
do CAPM. Das informações à empresa fornecidas por seus
assessores de investimentos, além de suas próprias análises,
sabe-se que a taxa livre de risco, Rf é igual a 7%; o beta, b, da
empresa é igual a 1,50; e o retorno do mercado, Km é igual a
11%. Substituindo-se os valores na equação contata-se que o
custo da ação ordinária, Ks é o mesmo encontrado pelo modelo
de Gordon, de 13%.
23. Custo dos lucros retidos
Se os lucros não fossem retidos, seriam pagos aos
acionistas comuns na forma de dividendos. Os custos
dos lucros retidos, Kr para a empresa, é o mesmo
que o custo de uma emissão adicional de ações
ordinárias inteiramente subscrita.
Considerando-se esse pressuposto, pode-se dizer
que:
K r= K s
Na prática o custo dos lucros retidos é são sempre menores
que os custos de uma nova emissão de ações ordinárias devido
a ausência dos custos de subscrição ou deságio.
24. Custo do Capital de Terceiros
O custo do Capital de terceiros compreende,
empréstimos, ações preferenciais, debêntures
(títulos de dívida).
Na realidade as ações preferenciais são um tipo
de capital próprio, entretanto em função do
pagamento dos dividendos serem similares aos
pagamentos dos juros das debentures, para
efeito de cálculo de custo, considera-se como
uma obrigação.
25. Custo das Debêntures (títulos de dívida)
Os títulos de divida são emitidos por empresas e
governos. Os títulos emitidos pelo governo, são
conhecidos como títulos da dívida pública, os
principais são: BTN (bonus do tesouro nacional)
LTN (letras do tesouro nacional) NTN (notas do
tesouro nacional). Os titulo da dívida externa
brasileira, vendidos nos EUA são os C Bonds.
Nosso assunto aqui entretanto envolve os títulos
de dívida de empresas privadas que são
chamadas no Brasil de debêntures.
26. Custo das Debêntures (títulos de dívida)
As debêntures podem ser emitidas por
sociedades anônimas de capital aberto ou
fechado. As debêntures podem ser de dois tipos:
Debêntures Simples
Debêntures conversíveis em ações.
27. Características dos Títulos de Dívida
Os títulos de dívida, sejam públicos ou privados, se
caracterizam por possuir um valor nominal de 1.000
unidades monetárias, por exemplo R$1.000 ou US$ 1.000
e também por pagarem rendimentos pré-fixados a seus
investidores a cada 6 meses ou anualmente. durante um
período que vai de 3 a 30 anos.
As debêntures são conversíveis se o investidor assim o
desejar serem convertidas em ações da empresa
emitente. Nesse caso o investidor não receberia o valor
do resgate do título e sim ações da empresa.
28. USANDO COTAÇÕES DE CUSTO:
Quando os recebimentos líquidos provenientes da venda
de um título são iguais ao seu valor nominal, o custo
antes do imposto iguala-se à taxa de juros do cupom.
Por exemplo:
Um titulo com uma taxa de juros do cupom de 10%, cujos
recebimentos líquidos igualam-se ao valor nominal do titulo, $1.000,
teria um custo antes do imposto de 10%.
29. Exemplo:
A Duchess Corporation, o maior fabricante de
hardware, está pensando em vender $10 milhões em
títulos de dívida de vinte anos, a 9% (taxa de juro anual
declarada), tendo cada o valor nominal de $ 1.000. Já
que os títulos com risco semelhante rendem mais de
9%, a empresa precisa vender os títulos por $980, para
compensar a taxa de juros do cupom mais baixa. Os
custos de colocação pagos para a corretora são de 2%
do valor nominal do título ( 2%X1.000) ou $20. Os
recebimentos da empresa provenientes da venda de
cada título, são $960 ($980 - $20)
30. SOLUÇÃO COM O USO DA HP12C
Entradas 20 90 960 1.000
Funções n PMT CHS/PV FV i
Saídas 9.452
31. Custo de Empréstimos
O custo específico do financiamento deve ser determinado após o
imposto de renda. Uma vez que os juros incidentes sobre o débito
são dedutíveis do imposto, eles reduzem os rendimentos da
empresa, sujeitos a impostos, na importância correspondente aos
juros dedutíveis.
32. Exemplo:
Ki = Kd X ( 1 - IR)
Onde:
Ki = custo da dívida após impostos
Kd = Custo da dívida antes do imposto
IR = Alíquota do Imposto de renda
Supondo-se um custo aproximado de 9,4%
para a empresa com uma taxa de 40% de
imposto de renda o custo do imposto é de
5,6% [ 9,4% X (1 – 0,40)].
33. O custo médio ponderado de capital
(CM e PC)
Cálculo do custo médio ponderado
de capital (CM e PC)
Esquema e ponderação
34. O custo médio ponderado de capital
(CM e PC)
O custoo médio ponderado de capital
(CMePC) reflete, na média, o custo de
financiamento a longo prazo da empresa.
Dados os custos de fontes específicas de
financiamento, como se pode obter os
pesos apropriados para uso no cálculo co
CMePC da empresa?.
35. Cálculo do custo médio ponderado
de capital l (CM e PC)
Reflete o futuro custo médio esperado de fundos da
Empresa a longo prazo; é encontrado ponderando-se
O custo de cada tipo específico de capital por sua
Proporção na estrutura de capital da empresa.
36. PONTOS IMPORTANTES A VERIFICAR
Por conveniência, para efeito de cálculo é melhor converter os pesos
para a forma de decimal e deixar os custos específicos nas forma de
porcentagem.
A soma dos pesos deve igualar-se a 1. Expressando de uma forma
simples, todos os componentes da estrutura de capital devem ser
levados em conta.
O peso das ações ordinárias da empresa, ws é multiplicado seja pelo
custo de lucros retidos, Kr seja pelo custo de novas ações ordinárias, Kn
O custo específico usado no caso de ações ordinárias depende se o
capital próprio da empresa for obtido através de lucros retidos, Kr , ou de
novas ações ordinárias., Kn .
37. EXEMPLO
No começo do capítulo foram encontrados os custos de capital da
Duchess Corporation, a saber:
Custo de empréstimo, Ki = 5,6%
Custo de ações preferenciais, Kp = 10,6%
Custo de lucros retidos, Kr = 13,0%
Custo de novas ações ordinárias, Kn = 14,0%
A empresa usa os seguintes pesos para calcular o seu custo:
38. CÁLCULO DO CUSTO MÉDIO PONDERADO
Em vista desse custo de capital ( 9.8) e supondo-se um nível
de risco inalterado a empresa deve aceitar todos Os projetos
que obtenham um retorno maior ou igual a 9,8%.