Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...
Realismo e Naturalismo
1. Realismo e Naturalismo no Brasil
Professora: Mª Cristina A. Biagio
Pinturas de Jean François Millet
2. O Realismo surgiu como escola artístico-literária nas últimas décadas do
século XIX. Apresentava uma nítida oposição aos valores cultivados pela
estética romântica.
Contexto: Motivados pelas teorias científicas e filosóficas da época, os
escritores realistas empenharam-se em retratar o homem e a sociedade em
conjunto.
.
3. Tríade Machadiana:
Memórias Póstumas de Brás Cubas
Dom Casmurro
Quincas Borba
Realismo e Naturalismo no Brasil - Prosa
Realismo
Prosa
Naturalismo
Prosa
Parnasianismo
Poesia
Final do
Século XIX
1881
Memórias
Póstumas de
Brás Cubas
Machado de
Assis
Tríade de Aluísio de Azevedo
O mulato
Casa de Pensão
O Cortiço
O Mulato, de
Aluísio de
Azevedo
4. Projeto Literário do RealismoProjeto Literário do Realismo
Representação da
realidade – denunciar
aspectos negativos da
sociedade
Olhar mais
racional, objetivo
e crítico
Temas de interesse
coletivo:
•Adultério
•Opressão
•Corrupção
•Mazelas da sociedade
5. Influências:
Determinismo: Hipollyte Taine
•O homem é influenciado pelo meio, pela
raça e pelo histórico.
Positivismo: August Comte
•Fato, razão, ciência, “ordem e progresso”
(Lema da Bandeira)
•Objetividade
•Positivo útil, real, preciso.
Evolucionismo – Charles Darwin
•Origem das espécies – seleção natural;
Socialismo – Karl Max e Engels
•Análise crítica e científica do capitalismo;
•Materialismo histórico.
6. Livros Realistas mais importantes –
Tema: Adultério
Na França: Madame Bovary, de Gustave
Flaubert
“Ofensa à moral pública”.
Em Portugal: O primo Basílio, de Eça de
Queirós
“A destruição das ilusões românticas”.
No Brasil: Dom Casmurro, de Machado de
Assis.
7. Machado de Assis e sua obra:
Um cético analisa a sociedade
Duas fases:
•Fase Romântica – As histórias de amor envolvem sempre dinheiro,
família, casamento. Ressurreição (1872); A mão e a luva (1874), Helena
(1876) e Iaiá Garcia (1878).
•Fase Realista: Melancolia e sarcasmo
Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881); Quincas Borba (1891);
Dom Casmurro (1899); Esaú e Jacó (1904); Memorial de Aires (1908).
Escreveu poemas, contos, crônicas e críticas literárias.
•“Eu gosto de catar o mínimo e o escondido. Onde ninguém mete o nariz,
aí entra o meu, com a curiosidade estreita e aguda que descobre o
encoberto.”
8. Machado de Assis também não conseguiu agradar a todos
“A obra do Sr. Machado de Assis é deficiente, senão falsa, no fundo,
porque não enfrenta o verdadeiro problema que se propôs a resolver e
só filosofou sobre caráteres de uma vulgaridade perfeita; é deficiente
na forma, porque não há nitidez, não há desenho, mas bocejos, não há
coloridos, mas pinceladas ao acaso.”
Urbano Duarte - sobre o Livro Memórias Póstumas de Brás Cubas
Felizmente... A crítica construtiva foi muito mais intensa.
“O esplêndido achado do romance, serem memórias escritas por um
morto, acrescenta um efeito adicional a esses cuidados reguladores
com aquilo que o leitor pensa. [...] pedir ao leitor que tenha paciência
com a tendência do narrador para a frivolidade é também uma
manobra de sedução, tal como prometer emoções fortes e
conhecimentos novos.”
Susan Sontag (1933-2004) – escritora norte-americana
9. Machado de Assis
• Memórias Póstumas de Brás Cubas - As afrontas de um
“defunto autor”.
• Dom Casmurro - Os mistérios da alma humana.
“Olhos de cigana oblíqua e
dissimulada.”
•Quincas Borba – Teoria do Humanitismo - “...ao vencido,
ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas.”
Aluísio de Azevedo
•O Cortiço - os mais variados tipos humanos: trabalhadores,
prostitutas, lavadeiras, homossexuais.
Palavras-chave para os livros
10. Diferenças entre o Realismo e o Naturalismo
Realismo: Visão biológica do homem.
Naturalismo: Visão Patológica do homem.
Realismo Naturalismo
Razão/Objetividade. Razão/Objetividade.
Indivíduo. Coletivo.
Análise Psicológica. Determinismo.
Burguesia. Proletariado.
Hipocrisia.
Herói problemático – cheio de
fraquezas, manias e
incertezas.
Narrativa lenta – descrição
minuciosa.
Despreocupação com a moral
Temas de patologia social – o
homem descrito como um
animal.
Narrativa lenta – descrição
minuciosa.
11. Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os olhos, mas a
sua infinidade de portas e janelas alinhadas.
Um acordar alegre e farto de quem dormiu de uma assentada, sete horas de
chumbo. […].
O rumor crescia, condensando-se; o zunzum de todos os dias acentuava-se; já
se não destacavam vozes dispersas, mas um só ruído compacto que enchia
todo o cortiço. Começavam a fazer compras na venda; ensarilhavam-se
discussões e rezingas; ouviam-se gargalhadas e pragas; já se não falava,
gritava-se. Sentia-se naquela fermentação sanguínea, naquela gula viçosa de
plantas rasteiras que mergulham os pés vigorosos na lama preta e nutriente da
vida, o prazer animal de existir, a triunfante satisfação de respirar sobre a terra.
AZEVEDO, Aluísio. O cortiço. 15. ed. São Paulo: Ática,1984. p. 28-29.
13. Características de O Cortiço:
•crítica ao capitalismo selvagem;
•higienização dos centros urbanos ( separação entre ricos e
pobres - o Rio de Janeiro era conhecido como “Porto Sujo”
ou “Cidade da Morte”, um lugar evitado pelos viajantes –
antes das reformas de Pereira Passos);
•animalização versus humanização;
(zoomorfização do homem – como “uma anta bravia” e
antropomorfização – o cortiço “acordava”, “batia palmas”,
“se espreguiçava.”
•portugueses versus brasileiros ( os portugueses são
superiores).