Monitoramento de pulgões e parasitóides na cultura do trigo
1. INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA TRIÂNGULO
MINEIRO
PRÓ REITORIA DE PESQUISA E INOVAÇÃO
DIRETORIA DE PESQUISA
COORDENAÇÃO GERAL DE PESQUISA
PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA – PIBIC
RELATÓRIO FINAL
PARTE I
Título do plano de trabalho do bolsista Monitoramento de pulgões e parasitóides, na cultura do trigo, sob
diferentes manejos de inseticidas, em área de de cerrado, no
município de Uberaba,MG
Título do projeto do orientador
Nome do bolsista Cristina Beatriz Espindula Raizel
Nome do orientador Américo Iorio Ciociola Júnior
Grupo de pesquisa FAPEMIG
Período de vigência Março 2013 a Abril 2014
RESUMO (Máximo 220 palavras)
Compreende a delimitação do problema, o(s) objetivo(s) do trabalho, os principais resultados e conclusões de
forma sucinta.
1. INTRODUÇÃO
Várias espécies de afídeos ou pulgões ocorrem na cultura do trigo, dependendo da época do
ano e da região tritícola. As mais comuns são o pulgão-verde-dos-cereais, Schizaphis
graminum, o pulgão-do-colmo-do-trigo ou pulgão-da-aveia, Rhopalosiphum padi, o pulgão-
da-folha-do-trigo, Metopolophium dirhodum e o pulgão-da-espiga-do-trigo, Sitobion avenae.
Outras espécies, como o pulgão-preto, Sipha maydis, o pulgão-do-milho, Rhopalosiphum
maidis, o pulgão-da-raiz, Rhopalosiphum rufiabdominalis, e o pulgão-amarelo, Sipha flava
podem ocorrer esporadicamente em plantas de trigo (PEREIRA et al., 2010a).
Tanto pulgões jovens (ninfas) como adultos alimentam-se da seiva do trigo desde a
emergência até que os grãos estejam completamente formados (grão em massa). Os danos
podem ocorrer através da sucção da seiva e de suas consequências no rendimento de grãos.
Contudo, o principal dano decorre da transmissão de vírus fitopatogênicos como espécies de
Barley yellow dwarf virus (BYDV) e de Cereal yellow dwarf virus (CYDV) agentes causais
do nanismo amarelo, doença que se caracteriza pelo nanismo das plantas e folhas de coloração
amarela intensa com bordas arroxeadas, mais curtas e eretas (SALVADORI; TONETI, 2001).
Além desses sintomas indicadores, ocorre redução da massa radicular e massa da parte área,
redução do número de peso de grãos com consequente produção de produtividade. Para
2. cultivares de trigo atualmente recomendadas para plantio, as reduções de produtividade das
plantas inoculadas geralmente se situam entre 30 e 60% (LAU et al., 2007).
No Brasil, estudos sobre a população viral com a identificação da espécie de vírus são
mais recentes, sendo predominante BYDV-PAV (SCHONS; DALBSCO, 1999; LAU et al.,
2008). Por ser um sistema complexo que envolve pelo menos três componentes: hospedeiro,
vetor e vírus, muitos fatores podem influenciá-lo. Alguns destes, no entanto, podem ser mais
determinantes e atuar mais frequentemente, assim, detectar estes fatores são importantes para
entender a dinâmica deste sistema (LESLIE et al., 2009) e poder desenvolver modelos de
previsão de epidemias e de perdas potenciais (THCKRY et al., 2009).
Os pulgões podem ser controlados com inseticidas pulverizados na parte área das
plantas. O tratamento de sementes é indicado para controle de pulgões nas fases iniciais da
lavoura. Esta face é especialmente critica, pois dependendo da época de plantio as condições
ambientais podem ser favoráveis a afídeos de início de ciclo. Infecções em estádios iniciais
comprometem o desenvolvimento normal da planta e, geralmente são mais prejudiciais do que
infecções tardias. Além do controle químico, o manejo integrado conta com o controle
biológico, resultado da introdução de espécies de parasitides no ambiente que ajudaram a
controlar os constantes surtos de afídeos.
Diante dos danos que a cultura do trigo possa sofre com a presença de pulgões e
importante realizar o monitoramento da flutuação de espécies de pulgões e seus parasitóides
ao longo do ciclo da cultura do trigo em área de cerrado no município de Uberaba/MG com o
objetivo de determinar quais as espécies predominantes de pulgões e suas oscilações, assim
como o progresso de epidemias de B/CYDV nos diferentes estágios de desenvolvimento da
cultura, de forma a contribuir para o manejo integrado desses insetos pragas, determinar as
perdas de produção, aliada a diferentes manejos químicos com inseticida (tratamento de
sementes e inseticida em parte área), bem como avaliar a performance de cultivares de trigo
sob esses diferentes manejos.
.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
O estudo foi ,,,,,,,,,,O trabalho realizado constituiu inicialmente de uma instalação de um
ensaio experimental, contendo quatro tratamentos em parcelas subdivididas com quatro
repetições. Na parcela principal serão instalados os tratamentos, e nas subparcelas as
cultivares de trigo. Os tratamentos foram constituidos em: T1: Tratamento total (tratamento de
sementes (TS) + inseticida na parte área quinzenalmente); T2: TS apenas; T3: inseticida na
parte área apenas, ao atingir o nível de controle, conforme escala descrita por PEREIRA et al.,
2010b; e T4: sem inseticida (controle). Cada parcela foi subdividida em duas subparcelas com
3. dois cultivares diferentes sendo a BR18 e a Cultivar com base na recomendação da região e
resposta ao complexo afídeo-vírus . Os produtos utilizados para controle de pulgões foram:
para o tratamento de sementeproduto e dose a definir para TS e Engeo Pleno para controle de
parte área. Caso seja necessário fazer o controle de lagartas nas parcelas, será empregado o
produto Match EC .
A subparcela era composta por 47 linhas espaçadas em 0,17 m, e 8 m de comprimento,
possuindo área total de 64 m2
, sendo distanciadas em 2,0 m uma das outras, e cada tratamento
4m um do outro, evitando que um influencie no outro . Mensalmente, durante todo o ciclo
das plantas, foram feitas avaliação visual da incidência da virose em cada parcela e coleta de
pulgões e parasitóides, por meio de cinco bandejas de cor amarela, contendo solução
conservante (água + formaldeído + detergente), distribuídas nas bordas do experimento e na
área central, de forma equidistante. Após a realização das coletas as mesmas eram
encaminhadas ao laboratório, com auxílio de chaves de identificação taxonômica e
microscópio estereoscópio, sendo assim identificados os pulgões e parasitóides em nível de
espécie. Para cada uma das cultivares e tratamentos, foi á feita a estimativa da produtividade,
peso de mil sementes, peso hectolitro e altura de plantas.
3. RESULTADOS
Foram diagnosticadas quatro espécies de pulgões nas lavouras de trigo sendo : R padi,
S maidis, S avenae, R rufabdominalis.O pulgão S maids foi o mais encontrado totalizando 49
% das coletas sendo encontrado a partir da terceira coleta realizada em18/05/13 com maior
frequência no mês de julho.
27%
49%
16%
8%
R. padi
S. maidis
S. avenae
R.rufabdominalis
Gráfico 1. Porcentagem de afídeos coletados nas bandejas durante o experimento
4. A espécie R. padi foi a segunda espécie em frequência, representando 27% do total de
afídeos coletados durante o estudo. Zúñiga-Salinas (1982) constatou que este afídeo . de
acordo com Peruzzo et al. (2007) populações de R. padi podem provocar altas perdas na
produção se atingirem níveis altos de população em lavouras de trigo.
S. avenae foi o pulgão com 16% encontrado enquanto o R. rufbdominalis foi o de
menor porcentagem encontrado na área em estudo.
A ocorrência dos afídeos nas áreas estudadas foi variável e, considerando que não houve
necessidade de realizar aplicação de inseticida pois não atingiu o nível de controle.
A produtividade foi muito abaixo do esperado sendo assim o experimento sera realizado
novamente no ano de 2014 para fazer as comparações .
Tabela 2. Peso de mil sementes dos diferentes manejos com inseticida e diferentes
cultivares de trigo na safra 2011.
TRATAMENTO
BR 18 Brilhante MÉDIA
Peso de mil sementes (g)
TS + inseticida aéreo
(T1)
31,75 33,75 32,75
Inseticida aéreo - N.C.
(T3)
31,38 34,0 32,69
Testemunha (T4) 29,0 31,0 30,0
Apenas TS (T2) 29,25 32,88 31,07
Média 31,35 B 37,35 A 31,62
CV (%) 2,98
Médias seguidas da mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha não diferem
entre si pelo teste Tukey ao nível de 5 % de probabilidade
Tabela 1. Rendimento de grãos dos diferentes manejos com inseticida e diferentes cultivares de trigo em sequeiro
5. TRATAMENTO
Br18 Brilhante MÉDIA
Rendimento (kg ha-1
)
Apenas TS (T2) 1.112 1.143 1.127 a
TS + inseticida aéreo (T1) 918 916 917 a
Inseticida aéreo - N.C. (T3) 865 874 869 a
Testemunha (T4) 764 792 778 a
Média 915 B 931 A 922
CV (%) 6,16
Médias seguidas da mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha não diferem
entre si pelo teste Tukey ao nível de 5 % de probabilidade.
Gráfico 2. Flutuação populacional de afídeos e parasitoides coletados em bandeja no período de Abril a Julho de
2013
A quantidade de afídeos
Rela Baixa população de pulgões durante a realização do experimento.
Baixa produtividade
Realização do experimento na safra 2014.
6. 4. DISCUSSÃO
A incidência de pulgões encontrados no experimento foi baixa não havendo assim a
necessidade de controle químico.
Cabe ressaltar que a utilização do controle químico, sem aferição da incidência de pulgões, é
prática comum em lavouras de trigo, aumentando os custos de produção.
Os resultados desse estudo reforçam a importância do monitoramento correto dos afídeos em
trigo e do nível de parasitismo para que se evite medidas desnecessárias de controle,
principalmente o controle químico, uma vez que o crescimento populacional de pulgões é
acompanhado da elevação dos índices de parasitismo.
Expor de modo sucinto a contribuição do seu plano ao projeto de pesquisa do orientador apresentando as
implicações para futuros trabalhos que podem ser desenvolvidos.
5. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
LAU,; SALVADOR, J. R.; PEREIRA, P.R.V. da S. Nanismo amarelo em cereais de inverno.
Passo fundo: Embrapa Trigo, 2007. 16p. (Embrpa Trigo. Documentos Online,81). Disponível
em <htp://www.cnpt. embrapa.br/biblio/do/p do 81.htm>
LAU, D.; SCHONS, J.; LAU,E.Y.; PEREIRA, P.R.V. DA S..; SALVADOR, J.
R.;PARIZOTO, G.;MAR, T.B. Ocorrência do Barley/ cereal dwarf vírus e seus vetores em
cereais de inverno no Rio Grande do Sul em 2007. Passo Fundo: Embrapa Trigo, 2008. 8
p . Embrapa trigo. Comonicado técnico online,2360. Disponivel
em<htt://www.cnpt.embrapa.br/biblio/co/__co236.htm>.
LESLIE, T. W., et al. Population dynamics of cereal aphids: influence of a
sharedpredatorandweather. Agricultural and forest entomology, 11:73-82, 2009.
PERIRA, P. R.V. da S.; LAU, D.; BIANCHIN, V.; SALVADORI, J. R.; REBONATTO, A.;
LAMPERT,S.; SAVARIS, M. Identificação de adultos ápteros e alados das espécies de
afídeos (Hemiptera: aphididae) associadas a cereais de inverno no Brasil. 2. ed. Passo
Fundo: Embrapa trigo, 2010a 21p. (Embrapa Trigo. Comunicado técnico online, 285).
Disponível em: <htt://www.cnpt.embrapa.br/biblio/co/p_co285.htm>.
PEREIRA, P. R. V. da S.; SALVADORI, J.R.; LAU, D. Cereais de inverno: Principais
Insetos-praga. In: SANTOS, H.P. dos; FONTANELI, R. S.; SPERA, S. T. (Ed.) Sistemas de
produção para cereais de inverno sob plantio direto no Sul do Brasil. Passo Fundo:
Embrapa Trigo, 2010b. p. 225-246.
SALVADORI, J.R.; TONET, G.L. Manejo dos pulgões de trigo. Passo Fundo: Embrapa
Trigo (Embrapa Trigo. Documentos, 34). 2001. 52p.
SCHONS, J.; DALBOSCO, M. Identificação das estirpes do vírus do nanismo amarelo da
cevada. Revista Brasileira de Fitopatologia, Brasília, DF, v. 24, p. 359, ago. 1999.
THACKRAY, D. J.; DIGGLE, A. J.; et al. Budv Predictor: a simulation model to predict
aphid arrival, epidemics of Barley yellow dwarf virus and yield losses in wheat crops in a
Mediterranean-type environment. Plant Pathology, 58: 186-202, 2009.
.
PARTE II
1. ATIVIDADES REALIZADAS NO PERÍODO
Descrever as atividades desenvolvidas ao longo do período da bolsa, indicando as dificuldades encontradas. O
bolsista que entrou em substituição a outro deve explicitar quando entrou e qual o nome do aluno que está
substituindo, bem como quem fez o relatório parcial.
2. PARTICIPAÇÃO EM EVENTOS CIENTÍFICOS E PUBLICAÇÕES
7. Relacionar as reuniões científicas e os títulos dos trabalhos apresentados pelo estudante durante a vigência da
bolsa. Incluir títulos de publicações que resultaram ou se beneficiaram de seu trabalho.
3. ANEXOS
Anexar os resumos ou trabalhos que foram apresentados pelo bolsista durante a vigência da bolsa.
Data: / / .
Assinatura do Coordenador: